Suno Call #401 – Suno Research

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Suno Call #401 17/09/2019

TEMA DO DIA

Análise qualitativa de uma empresa (Parte I) A análise de empresas não é uma ciência exata. Por mais que existam uma série de cálculos por trás das diversas formas de se fazer um valuation, a análise não se resume a isso. Tratase de um processo que deve levar em consideração vários fatores qualitativos. Se você realmente deseja entender a fundo uma companhia, sua posição no mercado, suas vantagens competitivas, bem como suas perspectivas para o futuro, você deve fazer alguns questionamentos que focam diretamente em detalhes. Christopher Browne era um famoso investidor adepto do investimento em valor. Não é à toa que ele também é autor do “The Little Book of Value Investing”. Em uma parte de seu livro, Browne elenca algumas questões que podem ser feitas para se obter insights que dizem respeito a informações que vão muito além da parte quantitativa. Browne também ressalta, corroborando com o que eu disse no primeiro parágrafo: “Se o sucesso dos investimentos fosse simples como uma fórmula matemática, todos teriam portfólios vencedores”. Neste Suno Call, apresentarei três de uma série de questões que o lendário investidor sugere, cujas respostas darão ao indivíduo um conhecimento mais profundo sobre a companhia e seu potencial como um investimento de sucesso.

1 – A companhia será capaz de aumentar seus preços? Neste sentido, Browne diz que a companhia cujo produto possui alta demanda pode facilmente aumentar seus preços para gerar mais lucro. Assim, se os custos se mantêm os mesmos, o valor cobrado a mais irá direto para o bottom line, isto é, para o lucro líquido. Por exemplo, a Philip Morris pôde, durante anos, aumentar o preço de seus cigarros quase sempre que quisesse. Assim também o pôde fazer, por muito tempo, a Harley Davidson, quando a demanda por suas motocicletas premium estava muito forte. As companhias de tecnologia, por sua vez, passam por di culdades mais signi cativas para aumentar seus preços dessa maneira. Isso se dá pelo ambiente altamente competitivo. O mesmo acontece com os negócios de varejo. Adicionalmente, quanto menos competição houver em um setor, mais fácil será aumentar os preços.

2 – A companhia será capaz de vender mais unidades? O autor aponta que um aumento de 10% nas unidades vendidas é capaz de aumentar em 10% os lucros brutos, caso a margem bruta não seja alterada. Trata-se do jeito mais simples de aumentar o bottom line. Isto é, assumindo que os custos se mantenham os mesmos, todo aumento do número de unidades vendidas aumenta o lucro líquido. A Johnson & Johnson, por exemplo, sofreu uma queda, no começo dos anos 1990, devido ao receio quanto à reforma da saúde. No entanto, os fundamentos do negócio continuavam perfeitos. Isto é, basicamente, uma população envelhecendo ainda signi cava que seu volume de vendas deveria aumentar. Por m, Browne ressalta a importância de assegurar que o incremento de vendas não seja oriundo de incentivos.

3 – A companhia pode aumentar os lucros das vendas já existentes? Caso não seja possível vender mais, é possível aumentar as margens, obtendo mais lucro sobre o que já está sendo vendido atualmente? A companhia pode cortar custos ao alterar fornecedores ou outros fatores em sua cadeia logística? Segundo Christopher, o Wal-Mart, por exemplo, nunca hesita em mudar de fornecedores, se isso for capaz de trazer lucros extras que justi quem a mudança. Ela pode mudar seu mix de produtos para focar em linhas de negócios mais lucrativas? Em 2006, muitas gigantes do negócio de jornais, como o The New York Times, começaram a olhar para o lado do mundo digital, buscando impulsionar suas margens e receitas. Também devem ser observadas com cautela as companhias que não podem controlar seus custos mais básicos. A título de ilustração deste caso, podemos citar as companhias aéreas, que possuem pouquíssimo controle sobre os custos do combustível.   Gostou desta edição? Nos envie um feedback pelo [email protected]  

Suzano (SUZB3) comunica emissão de debêntures Na data de ontem (16), a Suzano S.A. comunicou, ao mercado e aos seus acionistas, que, em reunião realizada em 13 de setembro de 2019, o seu Conselho de Administração aprovou a realização da 8ª emissão de debêntures. A empresa optou pela emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor total de até R$ 1 bilhão, com data de emissão em 15 de setembro de 2019. O prazo de vencimento das debêntures é de nove anos, contados da data de emissão, portanto, em 15 de setembro de 2028.   Além disso, a Suzano comunicou que a remuneração dos títulos será de 100% do CDI, somados a um spread de até 1,20%, a ser de nido após a realização do procedimento de coleta de intenções de investimento (Procedimento de Bookbuilding). Adicionalmente, a empresa informou que os recursos líquidos obtidos com a emissão das debêntures serão integralmente utilizados no curso ordinário dos negócios da Suzano. Por último, as debêntures serão objeto de oferta pública de distribuição com esforços restritos, nos termos da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários e das demais disposições legais. Cabe destacar que a Suzano é uma empresa de base

orestal, controlada pela Suzano

Holding e pertencente ao Grupo Suzano. Com cerca de 90 anos de atuação, a Suzano é referência global no desenvolvimento de produtos fabricados a partir do plantio do eucalipto, além de estar entre as maiores produtoras verticalmente integradas de papel e celulose da América Latina. Sua estrutura inclui escritórios administrativos em Salvador (BA) e em São Paulo (SP), três fábricas integradas de papel e celulose e a FuturaGene, sua subsidiária integral na pesquisa e desenvolvimento de biotecnologia direcionadas aos mercados de culturas

orestais e

biocombustíveis. Além disso, a empresa é uma das maiores com estrutura de distribuição de papéis e produtos grá cos da América do Sul. No exterior, a empresa mantém escritórios de representação na China e Inglaterra, e controladas nos Estados Unidos. Por m, acreditamos que a emissão de debêntures pela Suzano permitirá que a empresa nancie os seus projetos, aumentando a capacidade de gerar valor, no longo prazo, para os seus acionistas.  

Petrobras (PETR4) apresenta esclarecimento de notícia veiculada na imprensa Na data de ontem (16), a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) apresentou, ao mercado e aos seus acionistas, os esclarecimentos a respeito de notícia veiculada na imprensa, em resposta ao ofício enviado pela B3 – Brasil, Bolsa, Balcão. O ofício apresentava questionamento a respeito de notícia veiculada pelo jornal Valor Econômico, em 13/09/2019, sob o título “Petrobras estuda reunir gasodutos do pré-sal e abrir capital”. Na notícia, constava a informação que a Petrobras estuda reunir todos os gasodutos marítimos do pré-sal em uma única empresa e, depois disso, privatizá-la por meio de um processo de abertura de capital.   Além disso, a petroleira pretende concluir, ainda neste ano, a reestruturação societária de seu sistema de gasodutos marítimos. Por sua vez, a Petrobras esclareceu que está constantemente estudando e analisando oportunidades de parcerias e desinvestimentos, no âmbito de sua gestão ativa de portfólio. Dessa forma, essas tratativas estão de acordo com a as estratégias traçadas em seu Plano Estratégico 2040 e Plano de Negócios e Gestão 2019-2023, divulgado em 05 de dezembro de 2018. Adicionalmente, a Petrobras informou que não há de nição ou deliberação, pelos órgãos internos da companhia, sobre a mencionada reunião de todos os gasodutos marítimos do pré-sal em uma única empresa, bem como não há conclusão de uma reestruturação societária envolvendo tais ativos neste ano. Por último, a empresa a rmou que “fatos julgados relevantes serão tempestivamente divulgados ao mercado”. Acreditamos que a notícia não altera o nosso racional a respeito do ativo, de modo que consideramos que pode haver um desalinhamento de interesses do acionista majoritário (governo), prejudicando o investidor minoritário. Dessa forma, permanecemos de fora do ativo.  

Banco do Brasil (BBAS3) comunica ter sido selecionado para integrar o índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) Na data de ontem (16), o Banco do Brasil S.A. (BB), comunicou, ao mercado e aos seus acionistas, que foi selecionado para integrar o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) da Bolsa de Valores de Nova York, nas carteiras World e Emerging Markets. O banco informou que foi considerado como benchmark mundial, no setor “bancos”, nos temas Materialidade, In uência Política, Estratégia Fiscal, Política/Medidas de Prevenção ao Crime, Estabilidade nanceira e Risco Sistêmico e outros temas. O índice é revisado anualmente e abrange as maiores empresas do mundo, por valor de mercado, baseado no percentual de ações livres à negociação (free oat), representando 24 setores de atuação.   Além disso, no comunicado, foi informado que essa análise é feita com base em questionários respondidos pelas empresas e em informações de domínio público disponíveis em relatórios anuais e websites de relações com investidores. Por último, o BB informou que a sua inclusão no DJSI é um reconhecimento do mercado internacional à sua atuação em sustentabilidade e à iniciativa em incorporar o tema na estratégia corporativa, gerando valor para os acionistas, no longo prazo, através de uma gestão de riscos associados a fatores econômicos, ambientais e sociais. Fundado em 1808, o Banco do Brasil é uma empresa estatal, constituída como economia mista, com 52% de participação do governo federal. O banco possui 4.711 agências, estando presente em 99% dos municípios brasileiros e uma participação de 22% no mercado. Conta, atualmente,, com uma base de 68,7 milhões de clientes e cerca de 96.168 funcionários. Seu capital social está distribuído tal como mostrado abaixo.

Por m, mantemos o nosso racional em empresas onde o Estado é o maior acionista, de modo que consideraríamos um investimento apenas a preços bem descontados e, como este não é o caso, continuamos de fora do ativo.  

Banco Inter (BIDI11) comunica acordo com o SoftBank Na data de ontem (16), o Banco Inter S.A. comunicou, ao mercado e aos seus acionistas, que, na mesma data, celebrou um Acordo de Acionistas (Investor Agreement) com o SoftBank Group Corp. O acordo

rmado visa conceder determinados direitos para o SoftBank, dentre eles os

Registration Rights (direito de registro), o que prevê a obrigação do Banco Inter de viabilizar o registro de ofertas públicas de ações de emissão do Banco no Brasil e nos Estados Unidos. Dessa forma, o acordo se encerra a partir do momento em que se passarem cinco anos, contados da realização de uma Oferta Quali cada, ou a partir do momento em que o SoftBank passar a deter 5% ou menos do capital social do Banco Inter após a realização da oferta pública inicial nos Estados Unidos.   Além disso, foi acordado um Board Nomination Rights, que consiste no direito do SoftBank de apontar um membro para eleição do Conselho de Administração do Banco Inter, enquanto possuir pelo menos 5% do capital social do Banco. Adicionalmente, o Banco Inter comunicou que o SoftBank e seus veículos de investimento atingiram participação equivalente a 14,94% do capital social do Banco, conforme comunicação recebida em 16/09/2019. Passando a deter, de forma agregada, 35 milhões de certi cados de depósitos de ações, representativos, cada um, de 1 ação ordinária e 2 ações preferenciais. No mesmo comunicado, foi informado que o acordo foi celebrado em decorrência do knowhow, capacidade técnica e experiência que o SoftBank poderá contribuir ao Banco Inter. Cabe destacar que o SoftBank é um conglomerado multinacional com foco em tecnologia, com valor investido acima de US$ 400 bilhões. Entre os maiores investimentos do SoftBank, estão empresas como Uber, Alibaba, ARM e mais de 90 empresas de internet e tecnologia disruptiva. Parte da estratégia do SoftBank é promover a cooperação das empresas de seu portfólio, obtendo sinergias. Dentro do setor nanceiro, a empresa busca investir em parceiros que pretendem reduzir custos para o usuário nal, democratizando o acesso a produtos nanceiros a preços e taxas justas, obtidas por meio de um menor custo operacional possibilitado pelo uso da tecnologia. Para as empresas de seu portfólio, o SoftBank oferece cooperação tecnológica, incluindo consultoria tecnológica para crescimento em alta escala. Por último, o Banco Inter informou que a aquisição está em linha com o desenvolvimento de suas atividades, uma vez que o Banco poderá se bene ciar da experiência, capacidade técnica, conhecimento e recursos que o SoftBank possui neste segmento. Acreditamos que a parceria entre o Banco Inter e o SoftBank possibilitará a manutenção da expansão do Banco Inter, por possuir um modelo de negócios diferenciado dos seus pares de mercado. Entretanto, consideramos que os preços de BIDI11 estão muito elevados, o que não nos permite uma margem de segurança adequada para o investimento. Dessa forma, camos de fora do ativo.

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