Aula 6. Infecções gastrointestinais

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04/04/2019

Infecções bacterianas do trato gastrointestinal

Infecções do trato gastrointestinal (TGI) ● Superior: boca, faringe, esôfago e estômago ● Inferior: intestino delgado e intestino grosso ● Anexos: fígado (bile), pâncreas (suco pancreático), glândulas salivares (amilase)

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Transmissão

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Principais patógenos associados • Enterobacteriaceae – – – –

• • • • • • • •

Salmonella Shigella Escherichia coli (linhagens patogênicas) Yersinia enterocolitica

Vibrio cholerae Campylobacter Staphylococcus aureus Listeria monocytogenes Bacillus cereus Clostridium perfrigens e botulinum Rotavírus Vírus da Hepatite

Gram-negativas

Gram-positivas

Vírus

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Enterobacteriaceae • Bactérias encontradas no intestino (enterobactérias) a avermelhadas • Fermentadoras de lactose Colôniasnorosadas ágar McConkey • A classificação sorológica se baseia em 3 principais grupos de antígenos: antígeno O (somático)  polissacarídeo antígeno K (tipo-específico)  cápsula antígeno (H)  proteínas flagelares

Ex: E. coli O157:H7; V. cholerae O1

• Transmitida pela água e alimentos contaminados com material fecal humano

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Febre tifoide (S. typhi)  Sintomas mais graves, febre alta, diarreia, vômitos e septicemia. Em alguns casos, aparecem manchas rosadas no tórax e abdômen conhecidas por roséola tífica. Duração dos sintomas: 1 a 8 semanas.



Febre entérica ou paratifoide (S. paratyphi)  semelhante à tifoide, mas com sintomas mais brandos. Duração dos sintomas: no máximo 3 semanas.

• Salmoneloses (demais espécies de Salmonella: S. enteritidis e S. typhimurium)  sintomas como diarreia, febre, dores abdominais e vômitos. Período de incubação: 12 a 36 horas. Duração dos sintomas: 1 a 4 dias.

• Os alimentos contaminados apresentam aparência e cheiro normais e a maioria é de origem animal, como carne de gado, galinha, ovos e leite. Entretanto, todos os alimentos, inclusive vegetais, podem tornar-se contaminados • Cerca de 1% dos ovos de galinha são infectados na hora da postura devido a rachaduras na casca • Salmonella morre a 65ºC e a gema endurece a 60ºC

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Patogênese Salmonela produz proteínas que modificam o citoesqueleto da célula M

LPS  prostaglandinas  AMPc

Pode provocar septicemia

Cloranfenicol, ampicilina e quinolonas

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Shigella

Shigelose

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Patogênese

Escherichia coli Bacilos Gram negativos Não esporulados Anaeróbios facultativos Habitat: TGI de homem e animais • Quando isolada em água e alimentos é um indicador de contaminação fecal • • • •

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Patotipos baseados nos fatores de virulência e no mecanismos pelo qual cada E. coli provoca diarreia

Adesina

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BFP = fimbria tipo 4, em feixe

Não produzem nenhuma enterotoxina, mas causam a lesão histopatológica , resultando em destruição dos vilos do intestino, com má absorção dos nutrientes e água e consequente diarreia.

Condensação de filamentos de actina, formando pedestal

Eletromicrografia de E. coli enteropatogênica EPEC

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Causa colite hemorrágica (diarreia sanguinolenta)

E. coli O157:H7 e O26:H11

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Isquemia em diferentes órgãos: rins, cérebro, trato gastrintestinal e coração Anemia por hemólise, acometimento renal com proteinúria e hematúria, até insuficiência renal aguda Cérebro acometido pode levar a alterações neurológicas, com convulsões, coma e morte

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Ágar McConkey sorbitol

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Crescem em ampla faixa de temperatura de -5 ºC a 40 ºC

Resistente a baixas temperaturasAção: estímulo de adenilato ciclase e aumento de cAMP, com diarreia profusa

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resistem ou crescem em concentrações de sal de (1-6%)

Enterotoxina da cólera Toxina composta por 2 subunidades: A e B, sendo B, pentamérica (adesão) e A monomérica (invasão) Semelhante às toxinas ST e LT de ETEC

Subunidade A promove aumento cAMP e consequentemente perda de água e eletrólitos, caracterizando a diarreia

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Temperatura ótima = 41ºC

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Campilobacteriose • Enterotoxina termoestável: aumenta níveis de cAMP, provoca acúmulo de fluidos no lúmen intestinal • Sintomas: dores abdominais ou câimbras, diarreia, mal estar, dor de cabeça e febre • Autolimitada  1 a 4 dias • Casos graves: fezes sanguinolentas devido a colite ulcerativa

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Principais patógenos associados • Enterobacteriaceae – – – –

• • • • • • • •

Salmonella Shigella Escherichia coli (linhagens patogênicas) Yersinia enterocolitica

Vibrio cholerae Campylobacter Staphylococcus aureus Listeria monocytogenes Bacillus cereus Clostridium perfrigens e botulinum Rotavírus Seminários Vírus da Hepatite

Gram-negativas

Gram-positivas

Staphylococcus aureus Provoca doenças por: 1) Invasão direta e destruição tecidual infecções cutâneas, endocardite, pneumonia

2) Mediadas por toxinas síndrome da pele escaldada, síndrome do choque tóxico e intoxicação alimentar

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+

+20 descritas, nomeadas por letras , mais frequente é a “A”

Intoxicação ocorre pela ingestão de alimento contendo toxinas pré-formadas Alimento é cozido. As bactérias presentes morrem A seguir, contaminação do alimento pelo manipulador (mãos, boca e mucosa nasal) Em TA, a bactéria se multiplica e libera toxinas. Importante: o reaquecimento mata as bactérias mas não elimina as toxinas produzidas O alimento contendo a toxina é ingerido

1 a 6 horas depois começam os sintomas

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 Toxina de S. aureus é termoestável

• Faixa de pH: 4,5 a 9,5 • Psicrotróficos: 2,5ºC a 44°C

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• Suporta repetidos ciclos de congelamento e descongelamento • Problema na indústria da carne: sobrevive aos níveis recomendados de nitrato de sódio e cloreto de sódio

• Formador de esporos

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Bacillus cereus • Síndrome emética: é causada por uma toxina que é uma proteína

de baixo peso molecular. Ela se assemelha à síndrome causada por uma enterotoxina produzida pelo Staphylococcus aureus e provoca no paciente náusea e vômito. Os sintomas normalmente surgem de 1 a 6 horas após a ingestão do produto contaminado. Normalmente, a síndrome está associada à ingestão de arroz cozido que foi deixado a temperatura ambiente. Os surtos também se associam a batatas, massas e queijos.

• Síndrome diarreica: A toxina causadora dessa síndrome é uma

proteína de alto peso molecular. Assemelha-se bastante `síndrome produzida pela enterotoxina de Clostridium perfrigens, uma vez que provoca diarreia, dores abdominais e, algumas vezes, vômito e náusea. Os sintomas surgem normalmente de 6 a 24 horas após a ingestão do alimento contaminado.

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Clostridium botullinum • Bacilo Gram-positivo, em forma de cotonete • Anaeróbio obrigatório, formador de esporos • Crescimento vegetativo não ocorre em pH < 4,5 • Temperatura de crescimento entre 12 e 50°C • Neurotoxina botulínica, uma das substâncias mais tóxicas da natureza • Destruída pelo calor (80°C por 10 minutos) • Pode ser absorvidas pela corrente sanguínea

Botulismo

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 Paralisia flácida

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Aquecimento a 80ºC por 10-30’  destruição da toxina

Clostridium perfringens •

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Transmitido por alimentos (intoxicação alimentar) e diretamente através de feridas abertas (gangrena gasosa) A 2ª causa mais frequente de toxinfecção alimentar, perdendo apenas para salmonelose. Pode ser encontrado em alimentos à base de carne bovina e de frango, principalmente se mantidos em temperatura ambiente ou até 50ºC após o cozimento, permitindo a germinação rápida dos esporos e a produção de toxinas. A maioria dos surtos é associada à alimentação em estabelecimentos institucionais (restaurantes, hospitais, escolas)

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Toxinfecção alimentar provocada pela bactéria Clostridium perfringens O Clostridium perfringens é responsável por dois tipos diferentes de toxinfecção alimentar: 1) Intoxicação alimentar do tipo A: Causa dores abdominais agudas, diarreia com náuseas e febre. O período de incubação é de 8 a 12 h após a ingestão. A duração dos sintomas é de 12 a 24 h. É uma toxinfecção geralmente branda e é rara a morte de indivíduos afetados. 2) Enterocolite necrótica: Causada por C. perfringens do tipo C. É rara, sendo frequentemente fatal. Os sintomas são dores abdominais agudas muito intensas, diarreia sanguinolenta, vômitos e inflamação necrótica do intestino delgado. Está associada ao consumo de carne de porco mal cozida.

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Prevenção de C. perfrigens - Fazer o aquecimento adequado e suficiente dos alimentos a serem utilizados para o consumo; - Manter os alimentos quentes, a uma temperatura > 65 ºC; - Atentar-se à higiene cuidadosa e eficiente dos manipuladores de alimentos; - Conservar os alimentos cozinhados refrigerados a 6 ºC; - Realizar o esfriamento rápido dos alimentos.

Rotavirus

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O rotavírus é o principal vírus causador de diarreia infantil, causando cerca de 870 mil mortes no mundo • 8 tipos (A a H), sendo o A mais comum • Ciclo da doença dura de 5 a 7 dias • Tratamento: reposição de líquidos com soro caseiro, casos mais graves exigem internação • Antibióticos e loperamida (imosec) não são recomendados

Rotavírus induz intolerância à lactose • Vírus lesa enterócitos que normalmente produzem lactase • Sem lactase, a lactose não será clivada • É comum a diarreia voltar após a reintrodução do leite na dieta

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Rotavírus - Diagnóstico • Imunocromatografia e fitas reagentes contendo Ac contra rotavírus fixados na membrana

• A presença de 2 linhas indica teste positivo

Rotavírus - Vacina • Vírus atenuado • Monovalente (2 doses) • Pentavalente (3 doses)

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