Exegese de Marcos 2_23-28

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SEMINÁRIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA EXEGÉTICA

EXEGESE DE MARCOS 2.23-28 ALCY PEREIRA DUTRA FILHO

GOIÂNIA 2018

SEMINÁRIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA EXEGÉTICA

EXEGESE DE MARCOS 2.23-28 ALCY PEREIRA DUTRA FILHO Trabalho de exegese referente à disciplina Exegese de Evangelhos, apresentado no curso de Bacharelado

em

Teologia

do

Seminário

Presbiteriano Brasil Central, sob orientação da profª Lázara Divina Coelho.

GOIÂNIA 2018

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................4 2 TEXTO....................................................................................................................................4 2.1 Crítica Textual..................................................................................................................4 2.2 Texto Original...................................................................................................................4 2.3 Principais Versões.............................................................................................................4 3 CONTEXTOS.........................................................................................................................5 3.1 Contexto histórico............................................................................................................5 3.1.1 Contexto histórico geral...........................................................................................5 4 CONCLUSÃO........................................................................................................................8 BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................8

4 1 INTRODUÇÃO A presente monografia exegética tem por objetivo interpretar o texto de Marcos 2.2328. O texto grego adotado é O Novo Testamento Grego, 4ª edição revisada da Sociedade Bíblica do Brasil. O método de interpretação abordado é o histórico-gramatical, que busca analisar o texto e o autor em seu contexto histórico, sem se esquecer de analisar a gramática do texto, considerando as influências linguísticas e contemporâneas à época. O referencial teórico utilizado foi o Manual de Exegese Bíblica, Antigo e Novo Testamentos (STUART & FEE, 2008). 2 TEXTO Marcos 2.23-28 2.1 Crítica Textual A análise do texto grego GNT 4ª ed. mostra que não existem variantes textuais na presente passagem. Desse modo, o texto a ser analisado possui alto teor de confiabilidade. 2.2 Texto Original 23

Καὶ ἐγένετο αὐτὸν ἐν τοῖς σάββασιν παραπορεύεσθαι διὰ τῶν σπορίμων, καὶ οἱ

μαθηταὶ αὐτοῦ ἤρξαντο ὁδὸν ποιεῖν τίλλοντες τοὺς στάχυας. Ἴδε τί ποιοῦσιν τοῖς σάββασιν ὃ οὐκ ἔξεστιν;

25

24

καὶ οἱ Φαρισαῖοι ἔλεγον αὐτῷ·

καὶ λέγει αὐτοῖς· Οὐδέποτε ἀνέγνωτε τί

ἐποίησεν Δαυὶδ ὅτε χρείαν ἔσχεν καὶ ἐπείνασεν αὐτὸς καὶ οἱ μετʼ αὐτοῦ;

26

πῶς εἰσῆλθεν εἰς

τὸν οἶκον τοῦ θεοῦ ἐπὶ Ἀβιαθὰρ ἀρχιερέως καὶ τοὺς ἄρτους τῆς προθέσεως ἔφαγεν, οὓς οὐκ ἔξεστιν φαγεῖν εἰ μὴ τοὺς ἱερεῖς, καὶ ἔδωκεν καὶ τοῖς σὺν αὐτῷ οὖσιν;

27

καὶ ἔλεγεν αὐτοῖς· Τὸ

σάββατον διὰ τὸν ἄνθρωπον ἐγένετο καὶ οὐχ ὁ ἄνθρωπος διὰ τὸ σάββατον·

28

ὥστε κύριός

ἐστιν ὁ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου καὶ τοῦ σαββάτου. 2.3 Principais Versões “Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam espigas. Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer,

5 senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado.” (ARA) “E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito? Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na Casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam? E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado. Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor.” (ARC) “Num sábado, Jesus e os seus discípulos estavam atravessando uma plantação de trigo. Enquanto caminhavam, os discípulos iam colhendo espigas. Então alguns fariseus perguntaram a Jesus: - Por que é que os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado? Jesus respondeu: - Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram com fome? Ele entrou na casa de Deus, na época do Grande Sacerdote Abiatar, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros. No entanto, é contra a nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso. E Jesus terminou: - O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas para servirem o sábado. Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre o sábado.” (NTLH) 3 CONTEXTOS 3.1 Contexto histórico 3.1.1 Contexto histórico geral 3.1.1.1 Autoria e título Até os manuscritos mais antigos de Marcos apresentam o título KATA MAPRON. Isso não atesta uma autoria, já que o próprio evangelho é anônimo. Contudo, o título adiciona crédito à autoria de João Marcos, filho de uma cristã chamada Maria (At 12.12), primo de Barnabé (Cl 4.10) e missionário treinado pelo apóstolo Paulo (At 13.5) (CARSON, MOO, MORRIS, 1997, p. 102) (PINTO, 2008, p. 79).

6 A tradição confirma a autoria de João Marcos. O registro mais antigo é de Papias (c.140), o qual afirma que Marcos trabalhara com o apóstolo Pedro, e recebera deste último, em forma de sermão, informações sobre a vida de Jesus Cristo. É significativo que o único registro bíblico de um sermão de Pedro a gentios (At 10.37.43) tenha um esboço bem semelhante ao que encontramos no Evangelho de Marcos (PINTO, 2008, p. 79). Também encontramos testemunhas da autoria de João Marcos nos seguintes pais da igreja: Justino Mártir, Ireneu de Lyon, Taciano, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Orígenes e Eusébio (este último citando o testemunho de Papias) (CARSON, MOO, MORRIS, 1997, p. 103) (PINTO, 2008, p. 79). Encontramos evidências internas para a autoria de Marcos. A primeira é conhecimento do aramaico, o que aumenta a possibilidade de um autor judeu palestino. A segunda é o relato do jovem que foge nu, durante a prisão de Jesus (Mc 14.51-52). Nenhum outro evangelista registra esse evento, o qual pode ter sido uma informação que apenas João Marcos teria (sendo que muitos comentarias cogitam que o próprio Marcos seja o jovem da cena). A terceira evidência interna é a descrição detalhada que o evangelho traz sobre o Cenáculo – lugar em que Cristo realizou a última ceia com seus discípulos (14.14). A descrição demonstra familiaridade do autor com o lugar. A casa da mãe de João Marcos se tornou um dos locais de reunião da igreja primitiva, adicionando peso à possibilidade de Cristo ter ceado na casa de Marcos (PINTO, 2008, p. 79). 3.1.1.2 Destinatários Clemente de Alexandria, dentre outros pais da igreja, afirmam que Marcos escreveu seu evangelho para leitores romanos. O evangelista no decorrer da obra demonstra preocupação em alcançar um público pouco familiarizado como contexto judeu. Marcos traduz termos em aramaico (7.11, 9.43), esclarece costumes judaicos (14.12), descreve a geografia dos arredores de Jerusalém (13.3), traduz para o latim alguns termos em grego (15.16), cita líderes cristãos reconhecidos pela igreja romana (Alexandre e Rufo são citados em Mc 15.21 e em Rm 16,13), e faz menção de um centurião romano como personagemchave para testemunhar Jesus Cristo com o Filho de Deus) (CARSON, MOO, MORRIS, 1997, p. 112) (PINTO, 2008, p. 80).

7 3.1.1.3 Ocasião e data O apóstolo Pedro deixa claro que João Marcos estava com ele no fim de sua vida (1Pe 5.13). Há uma grande possibilidade de 1Pedro ter sido escrita em Roma, o que nos leva à cogitação da capital do império como local de escrita do evangelho de Marcos. A data tradicionalmente aceita é por volta do ano 65, levando em conta que a obra tenha surgido de um pedido dos cristãos romanos. Eles queria manter viva a tradição petrina, e teriam pedido que se registrasse as memórias do apóstolo (CARSON, MOO, MORRIS, 1997, p. 111) (PINTO, 2008, p. 80). O ano de 65 se torna ainda mais possível quando pensamos no contexto de perseguição. A igreja primitiva sofria a opressão do Império Romano, e encontramos no evangelho cenas e falas bem específicas de perseguição. Cristo exorta os discípulos para que não se envergonhem dele (8.38); em Mc 10.30, seguir o Messias significava ser perseguido; e Jesus prediz que seus discípulos seriam interrogados por perseguidores (13.11). Tudo isso indica um anseio do autor em trazer uma palavra de encorajamento à igreja perseguida (PINTO, 2008, p. 81). 3.1.1.4 Propósito Marcos não deixa seu propósito explícito, mas encontramos dois temas proeminentes em sua narrativa: a divindade e messianidade de Jesus Cristo, e conceito de “servo de Cristo”. Quanto ao primeiro, logo no início do livro já vemos João Batista no contexto de uma profecia messiânica (1.1-3). Posteriormente, temos duas confissões importantes: Pedro, identificando Jesus como o “Cristo” (termo grego para a palavra hebraica messiah) (8.29), e o centurião Romano dizendo que Jesus era o “Filho de Deus” (15.39), termo que se refere tanto à divindade quanto à messianidade de Jesus (CARSON, MOO, MORRIS, 1997, p. 113-115) (PINTO, 2008, p. 81). Marcos procura apresentar Cristo como O Servo. Em Mc 10.45 lemos: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Este verso vem logo após a fala de Jesus de que, entre os discípulos, o maior é quem estivesse disposto a servir os outros. A temática de autossacrifício e submissão permanece nas passagens já citadas sobre perseguição. Marcos parece tomar a figura do servo como essencial para um discipulado genuinamente cristão, capaz de renunciar as próprias

8 vontades em favor da vontade de Deus e, assim, enfrentar toda e qualquer circunstância (PINTO, 2008, p. 81). 4 CONCLUSÃO O presente trabalho, contendo Contexto Histórico Geral, o texto grego e 3 três principais traduções, teve por objetivo introduzir o texto de Marcos. A contextualização e o texto original são de suma importância para a exegese bíblica, e chegamos ao final dessa primeira etapa com uma parcela essencial do trabalho BIBLIOGRAFIA CARSON, D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997. PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento, no Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008 STUART, Douglas, FEE, Gordon D. Manual de Exegese Bíblica, Antigo e Novo Testamentos. São Paulo: Vida Nova, 2012.
Exegese de Marcos 2_23-28

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