Apostila Revoltas República Oligárquica

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Republica Oligárquica do “café com leite” movimentos populares e conflitos

ISABEL A.V.S

Revolta da vacina 1904 • Contexto: Segundo a oligarquia paulista do café, de quem Rodrigues Alves era representante, além de vergonha nacional, as condições sanitárias do Rio impediam a chegada de investimentos, maquinaria e mão-de-obra estrangeira. • O projeto do presidente era a modernização da capital do Brasil: Rio de Janeiro, chegada dos automóveis e bondes e a necessidade de ruas largas, ou seja era preciso tirar os cortiços. “Bota abaixo” • A população de baixa renda do Rio de Janeiro se rebelou por ter sido expulsa dos cortiços que ficavam na área central da cidade. • As famílias sobem os morros pra fundar as favelas, em uma situação de marginalização e falta de planejamento, falta de saneamento básico. • Estimulou-se a caça aos ratos ( combate a peste bubônica ) • O governo incentivou a vacinação principalmente contra a varíola (médico Oswaldo Cruz), mas a população pensava que esta transmitia a doença, então o governo obrigou o povo a tomar a vacina através de uma lei, logo a população se revoltou e formou barricadas nas avenidas e o governo reprimiu a revolta de forma violenta. • Os jacobinos e positivistas já estavam querendo derrubar o governo por privilegiar os fazendeiros paulistas, então apoiaram a revolta a medida que falavam que a lei era um quebra dos direitos individuais. • A lei foi revogada, porém houveram mortes dos dois lados. Revolta da Chibata 1910 • Entre os militares as punições eram diferentes, e normalmente os negros eram a baixa patente e os brancos a alta patente. • Dentre as principais causas da Revolta da Chibata, podemos citar a luta contra os baixos salários, os inaceitáveis castigos físicos e as péssimas condições de trabalho. • O estopim foi quando um marinheiro negro, foi condenado a 250 chibatadas e os negros pensaram que era a manutenção da escravidão, ainda mais por que nos outros países não existia isso.(como por exemplo o ótimo tratamento que os marinheiros ingleses recebiam) • Os marujos se levantam através do líder João Cândido e invadiram os navios (encouraçados Minas Gerais e São Paulo) enquanto os comandantes estavam fora, e pediram o fim da chibata ao presidente Hermes da Fonseca e aumento dos salários. • O pedido foi acatado, porém, os marinheiros revoltosos foram condenados e sofreram tortura. Cangaço • Líderes: Virgulino Ferreira da silva (Lampião) e Maria Gomes de Oliveira (Maria Bonita) • O cangaço eram sertanejos fora da lei que agiam por si só ou eram contratados pelos coronéis para atacar outras fazendas. • Era uma alternativa para cobrança de dívida e uma possibilidade pra formar os exércitos mercenários em casos de disputas de famílias. • As mulheres se juntavam aos homens do cangaço como uma forma de buscar a liberdade • Uma ideia de justiça aos menos favorecidos e honestidade ao seu grupo • Características: Roupas e chapéu de couro com lenços no rosto e um cantil com água ou pinga

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Guerra de Canudos (1896-1897) • Contexto: Sertão da Bahia em crise com o fim da escravidão: desemprego, falta de moradia, terras em posse dos coronéis e insatisfações com algumas medidas tomadas pela república. • Na época, a população miserável da região agregou-se em torno de Antônio Conselheiro, que havia passado anos pelo sertão pregando uma mistura de doutrina cristã e religiosidade popular. Em 1893, os sertanejos fundam o arraial de Canudos, um povoado muito pobre que chegou a ter 5 mil casas e de 20 mil a 25 mil habitantes. Canudos era regido pelo trabalho coletivo, pela produção de subsistência e pelos ensinamentos religiosos de Conselheiro. Além desse caráter messiânico, o movimento criticava a República e contestava as inovações surgidas com ela, como a separação entre Igreja e Estado. Lutaram pela posse da terra, contra o poderio dos coronéis na região e por melhores condições de vida. • As relações do povoado com o governo começaram a se complicar ainda em 1893, quando os moradores rebelaram-se contra a cobrança de impostos e queimaram documentos emitidos pelo governo. Aos olhos dos governantes, Canudos começou a ser visto não só como um arraial de fanáticos religiosos, mas também como um ninho de rebeldes monarquistas e perigosos, que precisavam ser eliminados. • Para acabar com os revoltosos, o governo lançou a tal “guerra” – que consistiu, na verdade, de quatro expedições militares. Nas três primeiras, o Exército tomou um pau dos sertanejos, em uma guerra de resistência. Na terceira delas, o massacre foi tão grande que até o comandante das tropas federais foi morto em combate. Na quarta e última campanha, o Exército conseguiu finalmente riscar Canudos do mapa. Pelo menos 30 mil pessoas morreram na batalha final. • Obs: O livro “Os Sertões” (1902), de Euclides da Cunha, é um dos mais conhecidos romances brasileiros e tem a Guerra de Canudos como cenário. Guerra do Contestado (1912-1916) Introdução. • A guerra levou esse nome porque ocorreu em um território incorporado pelo estado do Paraná, entretanto, contestado por Santa Catarina. • Esse foi um conflito de caráter messiânico, uma vez que teve como líder o religioso José Maria. Além disso, foi também sócio-político, já que envolveu disputas territoriais e reivindicações por melhores condições de vida da população. Contexto Histórico • As terras da região do “Contestado” permaneceram, durante muito tempo, sem regulamentação. Ou seja, não havia uma legislação que determinava a posse dos territórios. Sendo assim, diversas pessoas haviam ocupado as terras que foram, por muito tempo, desinteressantes para o governo.. • É nesse momento que a empresa norte-americana Brazil Railway Company, com o apoio dos coronéis da região e do governo, iniciou a construção de uma ferrovia que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul. A construção da ferrovia atravessava a região entre Santa Catariana e o Paraná. • Como essas terras eram ocupadas sem registro pela população que lá estava, a empresa comprou sua posse do governo e desabrigou muitas das famílias que viviam há anos na região. O Conflito • É nesse contexto que antigos moradores e ex-funcionários da rodovia entram em conflito com os madeireiros e as elites locais da região.

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Mais tarde, acabaram por se juntar ao líder religioso José Maria de Santo Agostinho. As pregações do líder José Maria prometiam a construção de um mundo mais justo, novo, pelas leis de Deus, e angariaram milhares de seguidores. Além disso, o “monge” era conhecido por ter dons proféticos e de cura. • Assim como no caso de Canudos, guiados pela ideia de uma vida comunitária, o líder religioso e seus seguidores fundaram “cidades santas” no território do “Contestado” • O monge José Maria pregava que a República era o regime político do “fim dos tempos” e defendia o retorno do Império, considerado por ele o “governo de Deus”. • O caráter monarquista dessas comunidades e a grande influência de José Maria desagradava as elites locais e, claro, o próprio governo republicano. Além disso, a Igreja Católica também não era a favor da existência de um líder messiânico como José Maria. • Sendo assim, o movimento passou a ser considerado pelo Governo como inimigo da ordem e da República. A repressão • As “cidades santas” e seus moradores foram duramente reprimidos pela ação das tropas armadas do Governo Federal, com o apoio das multinacionais e dos coronéis locais. • Em 1912, na Batalha de Irani, o monge José Maria foi morto. • Seus seguidores, inconformados, radicalizam o conflito e eclode uma real guerra civil. Os integrantes do movimento do Contestado não se renderam facilmente: ergueram novas sedes e partiram para o combate às tropas militares. • Diante dessa resistência, o Governo Federal utilizou todo seu poderio militar, contingente de soldados e equipamentos para obter êxito na destruição das “cidades santas”. • Somente em 1916 a guerra teve fim, com a prisão do último líder rebelde, Adeodato. O conflito teve fim com um grande número de mortos e resultou na assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina. Questões 1)(Cesgranrio) O governo Rodrigues Alves (1902-1906) foi responsável pelos processos de modernização e urbanização da Capital Federal - Rio de Janeiro. Coube ao prefeito Pereira Passos a urbanização da cidade e ao Dr. Oswaldo Cruz o saneamento, visando a combater principalmente a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Essa política de urbanização e saneamento público, apesar de necessária e modernizante, encontrou forte oposição junto à população pobre da cidade e à opinião pública porque: a) mudava o perfil da cidade e acabava com os altos índices de mortalidade infantil entre a população pobre. b) transformava o centro da cidade em área exclusivamente comercial e financeira e acabava com os infectos quiosques. c) desabrigava milhares de famílias, em virtude da desapropriação de suas residências, e obrigava a vacinação antivariólica. d) provocava o surgimento de novos bairros que receberiam, desde o início, energia elétrica e saneamento básico. e) implantava uma política habitacional e de saúde para as novas áreas de expansão urbana, em harmonia com o programa de ampliação dos transportes coletivos.

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2) (Unitau) No governo Rodrigues Alves (1902-1906), ocorreu a revolta da vacina, que estava contextualizada: a) na modernização e no saneamento do Rio de Janeiro. b) na modernização e no saneamento do Brasil como um todo. c) no combate às doenças epidêmicas promovido pela ONU. d) na recepção aos imigrantes. e) na oposição entre os setores rural e urbano. 3) (ENEM)

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A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela a) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias. c) a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população. d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral. 04) (UFRS) Leia o parágrafo abaixo. “A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na história do país de movimento popular de êxito baseado na defesa do direito dos cidadãos de não serem arbitrariamente tratados pelo governo”.

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(CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 138-139) Considere as seguintes afirmações a respeito do movimento social acima referido, ocorrido em 1904. • Entre as motivações da revolta, destacou-se a resistência popular ao cumprimento da vacinação obrigatória contra a varíola, o que levou à ocorrência de uma série de distúrbios e manifestações violentas no centro da cidade do Rio de Janeiro; • A Revolta foi insuflada pelos remanescentes da oposição jacobina e positivista, que tentaram instrumentalizar a insatisfação popular, a fim de derrubar o governo; • Apesar de ter sido derrotado, o movimento provocou a desestabilização do regime republicano, na medida em que ocasionou uma profunda crise econômica, resolvida somente com a assinatura do funding-loan. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III. e) Apenas II e III.

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e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite. 05) - INEP - 2010 - ENEM - PPL - O mestre-sala dos mares Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o almirante negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam nas costas dos negros pelas pontas das chibatas... BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 jan. 2009 Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, e descrita na música, foi a) a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro. b) a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro.

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c) o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai. d) a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra. e) o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela polícia. 06) VUNESP - 2013 - FUNDUNESP - Historiógrafo - A Revolta da Chibata ocorreu durante o governo do presidente _______________. Levante de cunho __________, atingiu subdivisões da Marinha. Seu objetivo era pôr fim às____________ a que eram submetidos os marinheiros. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto. (A) Rodrigues Alves… econômico… demissões (B) Hermes da Fonseca… militar… prisões (C) Floriano Peixoto… militar… punições físicas (D) Hermes da Fonseca… social… punições físicas (E) Rodrigues Alves… social… prisões 07) ENEM 2018 - 1º dia - Os seus líderes terminaram presos e assassinados. A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; a partir de então, os marinheiros — agora respeitados — teriam suas con - dições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida fizeram avançar a História. MAESTRI, M. 1910: A revolta dos marinheiros – uma saga negra. São Paulo: Global, 1982. A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada na Marinha do Brasil pelo(a): a) engajamento de civis analfabetos após a emergência de guerras externas. b) insatisfação de militares positivistas após a consolidação da política dos governadores. c) rebaixamento de comandantes veteranos após a repressão a insurreições milenaristas. d) sublevação das classes populares do campo após a instituição do alistamento obrigatório. e) manutenção da mentalidade escravocrata da oficialidade após a queda do regime imperial. 08) (IFBA 2012) Leia. O encontro de Rodolfo Cavalcante com Lampião (Trecho de Cordel) Foi Virgulino Ferreira Pobre homem injustiçado E por isto vingativo Se tornou um acelerado,

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Se a justiça fosse reta Nem jornalista ou poeta, O teria decantado. (...) Embora seja criança Com meus 15 anos de idade Pude ver em Lampião Vítima da sociedade. Talvez ele em outro meio (Posso dizer sem receio) Era útil à humanidade ! (...) CAVALCANTE, Rodolfo Coelho. O encontro de Rodolfo Cavalcante com Lampião Virgulino. Salvador: [s.n.], 1973. In: CATELLI Jr, Roberto. História: texto e contexto. São Paulo: Scipione, 2006. p. 499. Para o autor do Cordel Lampião é uma “vítima da sociedade”. Dentro desta perspectiva histórica, o cangaço é um fenômeno social resultante a) das alianças firmadas entre jagunços e coronéis no sentido de perpetuar o poder oligárquico no sertão brasileiro. b) das brigas entre os grandes coronéis, que incentivavam a formação de grupos de cangaceiros para se fortalecerem. c) dos conflitos entre famílias poderosas, que levavam alguns de seus membros a entrarem no cangaço para eliminar os inimigos. d) das poucas oportunidades oferecidas aos sertanejos em um contexto social marcado pela exploração oligárquica, pela miséria e pela fome. e) das disputas políticas entre grupos de jovens sertanejos, que se armavam e lutavam entre si para garantir o domínio de algumas cidades ou região.

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09)(Uerj 2012) O cangaço representou uma manifestação popular favorecida, basicamente, pela seguinte característica da conjuntura social e política da época: a) cidadania restringida pelo voto censitário b) analfabetismo predominante nas áreas rurais

c) criminalidade oriunda das taxas de desemprego d) hierarquização derivada da concentração fundiária



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10)ENEM 2017-Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura 2 revela aspectos de uma trajetória e obra dedicadas à A) valorização de uma representação tradicional da mulher. B) descaracterização de referências do folclore nordestino. C) fusão de elementos brasileiros à moda da Europa. D) massificação do consumo de uma arte local. E) criação de uma estética de resistência. 11)UFC Na manhã do dia seis Canudos foi destruída Com bombardeios e incêndios Não ficou nada com vida Dizem que o Conselheiro Tinha morrido primeiro Na Belo Monte Querida FRANÇA, A.Q. de; RINARÈ, R. do. Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos. Fortaleza; Tupynanquim, 2002, p. 32. Em relação aos movimentos como o de Canudos, é correto afirmar que:

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A) Foram movimentos que se limitaram às regiões Norte e Nordeste do Brasil, marcadas pela presença dos latifúndios. B) Foram movimentos sem grande repercussão, visto que se situavam no campo e a maior parte dos trabalhadores do país encontrava-se nas cidades. C) No campo o domínio dos coronéis era absoluto, e esses movimentos sociais tiveram que se disfarçar como um movimento de conteúdo religioso, para evitar a repressão. D) Foram movimentos nos quais se combinavam conteúdos religioso e social, pois questionavam o poder das autoridades civis e religiosas. E) Foram movimentos de conteúdo exclusivamente religioso, marcados pelo fanatismo, reprimidos por Pedro II e pelos republicanos que se esforçavam para construir um país civilizado. 12)(Fuvest) Não é por acaso que as autoridades brasileiras recebem os aplausos unânimes das autoridades internacionais das grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua política saneadora [...]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares de Canudos e do Contestado, que, no contexto rural, [...] significam praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina no contexto urbano. Nicolau Sevcenko. A Revolta da Vacina. De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como: A) Provocados pelo êxodo maciço de populações saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição. B) Retrógados, pois dificultavam a modernização do país. C) Decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz. D) Indícios de que a escravidão e o Império chegavam ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à República. E) Conservadores, porque ameaçavam o capital norte-americano no Brasil. 13) (ENEM/2015) Leia com atenção os seguintes textos: TEXTO I Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados. (CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987) TEXTO II Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados

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para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional. (SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902) Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da: A - manipulação e incompetência. B - ignorância e solidariedade. C - hesitação e obstinação. D - esperança e valentia E - bravura e loucura. 14) (ENEM/2013) Eu mesmo me apresento: sou Antônio: sou Antônio Vicente Mendes Maciel (provim da batalha de Deus versus demônio Com a res publica marca de Caim). Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio, Sou natural de Quixeramobim, O Antônio Conselheiro deste chão Que vai ser mar e o mar vai ser sertão. (ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O clarim e a oração: cem anos de Os sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2001) O poema, escrito em 2001, contribui para a construção de uma determinada memória sobre o movimento de Canudos, ao retratar seu líder como A - crítico do regime político recém-proclamado. B - partidário da abolição da escravidão. C - contrário à distribuição da terra para os humildes. D - defensor da autonomia política dos municípios. E - porta-voz do catolicismo ortodoxo romano. 15) (PUC/2011) A Guerra de Canudos é objeto de análise de Euclides da Cunha, em sua obra “Os Sertões”. Ao descrever o desfecho do movimento, o autor afirma: Concluídas as pesquisas nos arredores, e recolhidas as armas e munições de guerra, os jagunços reuniram os cadáveres que jaziam esparsos em vários pontos. Decapitaramnos. Queimaram os corpos. Alinharam depois, nas duas bordas da estrada, as cabeças, regularmente espaçadas, fronteando-se, faces volvidas para o caminho. Por cima, nos arbustos marginais mais altos, dependuraram os restos de fardas, calças e dólmãs multicores, selins, cinturões, quepes de listras rubras, capotes, mantas, cantis e mochilas… (CUNHA, E. Os Sertões. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 255)

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A Guerra de Canudos é considerada um movimento: A - monarquista, inspirado nas ideias de Benjamin Constant, já que sua principal luta era pelo retorno da família real ao Brasil. B - de cunho político-partidário, liderado por Padre Cícero no sertão baiano, tendo o intuito de combater a fome e a miséria. C - de cunho messiânico, liderado por Antônio Conselheiro, que conseguiu reunir cerca de 20 mil seguidores, pregando a salvação da alma. D - abolicionista, por isso refugiou grande contingente de ex-escravos, o que passou a prejudicar os latifúndios por falta de mão-de-obra, ocasionando uma reação militar. E - sertanejo, já que reuniu população do interior paulista que se dedicava à criação de animais para subsistência e a pequenas plantações em latifúndios. 16) (ENEM/2010) A serraria construía ramais ferroviários que adentravam as grandes matas, onde grandes locomotivas com guindastes e correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam, para as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equipes de trabalhadores que anteriormente passavam pelo local. Quando o guindaste arrastava as grandes toras em direção à composição de trem, os ervais nativos que existiam em meio às matas eram destruídos por este deslocamento. (MACHADO P. P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp. 2004 (adaptado))

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No início do século XX, uma série de empreendimentos capitalistas chegou à região do meio-oeste de Santa Catarina — ferrovias, serrarias e projetos de colonização. Os impactos sociais gerados por esse processo estão na origem da chamada Guerra do Contestado. Entre tais impactos, encontrava-se: A - a absorção dos trabalhadores rurais como trabalhadores da serraria, resultando em um processo de êxodo rural. B -o desemprego gerado pela introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de obra. C -a desorganização da economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalhadores rurais da região. D - a diminuição do poder dos grandes coronéis da região, que passavam disputar o poder político com os novos agentes. E - o crescimento dos conflitos entre os operários empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao capital internacional. 17) (UFRP/2016) Desde 1853, a disputa territorial entre o Paraná e Santa Catarina vinha se arrastando e, já no início do século XX – após a Proclamação da República e o princípio de autonomia dos estados da Federação – constituiu motivo de discussões acirradas entre as instâncias de poder desses estados brasileiros, contando, em diversos momentos, com as opiniões de representantes políticos de outras regiões do país. Diversos foram os pareceres emitidos pelo poder federal, ora dando ganho de causa a um, ora a outro. (DALFRÉ, Liz A. Outras narrativas da nacionalidade: o movimento do Contestado. Coleção Teses do Museu Paranaense. v. 8. Curitiba: SAMP. 2014. p. 38-39)

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Sobre o movimento do Contestado, considere as seguintes afirmativas: • O movimento do Contestado se deu no leste paranaense, no qual vários missionários buscavam resgatar terras adquiridas por Santa Catarina no final do século XIX. • Entre as figuras mais emblemáticas do movimento está a de José Maria, um monge leigo que teve vários seguidores, dando feição messiânica ao combate. • Em 1912, o governo federal deu por finalizado o conflito, após a batalha de Irani, em que morreram vários sertanejos, entre eles, José Maria. • O movimento do Contestado compreende o conflito que ocorreu entre sertanejos catarinenses e paranaenses e as forças do governo federal e local. Assinale a alternativa correta:

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A - Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. B - Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. C - Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. D - Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. E - As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. Gabarito: 1)Letra C A população revoltou-se contra a campanha de vacinação obrigatória porque, em primeiro lugar, havia uma atmosfera de dúvida com relação à eficácia do profilático, visto que algumas pessoas faleciam logo após receber a injeção. Em segundo lugar, porque o direto de não querer se submeter à ação da política pública de saúde não foi respeitado 2) Letra A A cidade do Rio de Janeiro, no governo de Rodrigues Alves, teve como prefeito Pereira Passos, um engenheiro que promoveu uma grande reforma urbana na cidade, começada em 1903. Algumas doenças, como a varíola e a febre amarela, precisavam ser erradicadas, e a reforma urbana fazia parte dessa erradicação. Associada a ela, estava a campanha da vacinação obrigatória ocorrida no ano seguinte, em 1904. 3) Letra A. Relação com a derrubada dos cortiços 4) Letra C Apesar de ter sido uma revolta espontânea da população, os resquícios das forças jacobinas tentaram utilizar da revolta para desestabilizar o governo de Rodrigues Alves. O funding loan foi no governo de Campos Sales. 5) Letra D. O processo da revolta da chibata está corretamente descrito na alternativa. 6) Letra D. O levante era de cunho social porque o objetivo era mudar a relação entre a classe social dos marinheiros com os comandantes 7) Letra E.

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As punições aos marinheiros negros se assimilavam a mentalidade escravocata que já havia sido abolida. 8) Letra D. Sociedade Sertaneja marcada pelo desemprego e pela concentração de poder nas mãos dos coronéis. 9) Letra D O banditismo social protagonizado pelos cangaceiros pode ser entendido como uma consequência da marginalização de segmentos populacionais, causada pela concentração fundiária. A concentração de terras tanto sustentava a supremacia política dos grandes proprietários, quanto garantia a preservação das hierarquias da ordem social vigente nas décadas de 1920 e 1930. 10) Letra E. A figura de Maria Bonita remete ao movimento social do Cangaço predominante na Primeira República, que também ficou conhecido como Banditismo Social devido à sua resistência em uma sociedade bastante excludente. Na figura dois vemos um modelo da coleção da estilista Zuzu Angel que ficou conhecida por sua atuação na resistência contra a ditadura militar brasileira após o desaparecimento e assassinato de seu filho Stuart Angel pelas forças de repressão. 11) Letra D A luta pelas melhorias das condições de vida encontrava na religião uma forma de expressão e de organização. Nesses casos, eram guiados por algum líder religioso, que apontava as autoridades também como responsáveis pela situação de miséria a que parte da população estava submetida. 12) Letra B. A questão sanitária e a República eram vistas como ações de avanço social e melhoria da qualidade de vida. 13) Letra E Os dois textos apresentam interpretações distintas sobre a Guerra de Canudos. Enquanto o primeiro destaca a resistência e bravura dos participantes, o segundo trata o movimento como fanático e criminoso. 14) Letra A Antônio Conselheiro era retratado como crítico do regime republicano, baseado não em preceitos políticos bem fundamentados, mas em bases religiosas e messiânicas. 15) Letra C Canudos é considerado um movimento messiânico, uma vez que seu líder, Antônio Conselheiro, se considerava um enviado de Deus para salvar o povo nordestino. 16) Letra C A Guerra do Contestado girou em torno da disputa entre os trabalhadores rurais e os madeireiros e elite local. Isso, porque o Governo Federal havia entregado a posse das terras para as multinacionais e companhias de exploração de madeira, causando a desorganização da economia tradicional, ao expulsar os antigos moradores de seus terrenos.

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17) Letra C O movimento do Contestado foi messiânico, uma vez que teve José Maria, um monge leigo, como seu principal líder. Teve como ação fundamental a construção de “cidades santas” no território do Contestado. O conflito aconteceu entre os camponeses - ou sertanejos - catarinenses e paranaenses contra as tropas do Governo Federal e as elites locais. O conflito teve fim apenas em 1916.

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