Períodos Barroco e Clássico

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A Música Ocidental – Períodos Barroco e Clássico INTRODUÇÃO Na Idade Média a humanidade voltou-se para Deus, utilizando toda a manifestação artística para louvá-lo. Foi a era do anonimato nas artes. No Renascimento, o homem se descobriu como centro e medida de todas as coisas e passou a assinar as obras de arte, nascendo a concepção do artista criador. No Barroco, o homem voltou-se para a compreensão tanto das fraquezas quanto das aspirações da humanidade, transmitindo esse sentimento para a arte. A filosofia da época foi o iluminismo, que pregava a libertação do homem através do conhecimento, trazendo como consequência uma grande valorização do saber. A palavra “barroco” significa pérola ou jóias de formato irregular, era usada para designar o estilo da arquitetura e da arte do século XVII, caracterizado pelo uso excessivo de ornamentos. A grande inovação na pintura, e que é o ponto de união com a música, foi o efeito claro e escuro, de luz e sombra. Na música, esse efeito acontece com a utilização de tom maior e menor, com os contrastes tímbricos e com mudanças de dinâmica. O período Clássico vai da segunda metade do século XVIII até o início do século XIX. O Séc. XVIII – século das luzes, é o momento do racionalismo e da investigação científica. O homem modificando o mundo pela técnica. A ciência modificando as condições da humanidade. CONTEÚDO Período Barroco (1600 a 1750) Foi durante o século XVII que o sistema de modos acabou por ruir de vez. Os compositores foram se acostumando a sustenizar e bemolizar as notas, daí resultando a perda de identidade dos modos, que, por fim, ficaram reduzidos a apenas dois: o jônio (dó ré mi fá sol lá si dó) e o eólio (lá si dó ré mi fá sol lá). Daí se desenvolveu o sistema tonal maior – menor. Música vocal de câmara  O século XVII assistiu à invenção de novas formas e configurações como, a ópera, o oratório, a fuga, a suíte, a sonata e o concerto.  A família do violino veio substituir a das violas e a orquestra foi gradualmente tomando forma, com as cordas constituindo uma seção de peso em sua organização.  A princípio o estilo vocal utilizado era o recitativo – a linha melódica vocal ondulava de acordo com o significado do texto, seguindo a pronúncia natural das palavras. Sob a melodia o compositor escrevia uma linha do baixo que deveria ser tocado por algum instrumento de corda grave, a esta linha se deu o nome de baixo contínuo ou baixo cifrado. O cravo ou o órgão estruturavam os acordes sobre essa linha do baixo preenchendo a harmonia. O princípio da ópera  

Nasceu na Itália no séc.XVII. Espetáculo cantado com acompanhamento de orquestra, inspirado em texto dramático, com ação, figurino e cenário. Foi na ópera que aconteceu a fusão definitiva de palavra e música na representação. A ideia de individualismo, iniciada no Renascimento, se concretizou na Música Barroca através do aparecimento do solista. Na ópera a voz solista foi ressaltada, transmitindo sentimentos e emoções.

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O Orfeo de Monteverdi, composta em 1607, foi a primeira grande ópera. Na ópera os compositores continuavam a usar o recitativo como forma de apresentação do relato da história e as árias (canções) transmitiam as emoções dos personagens. Algumas óperas contavam também com a presença de coros. Principais compositores: Cláudio Monteverdi (Itália, 1567-1643); Alessandro Scarlatti (Itália, 1685-1757); Lully (França, 1632-1687); Rameau (França, 16831764); Henrry Purcell (Inglaterra, 1659-1695); Haendel (Alemanha, 1685-1759). As óperas muitas vezes começavam com uma abertura orquestral. Abertura italiana – em três partes (rápida/lenta/rápida) e abertura francesa – com início lento e majestoso, seguido de um movimento rápido e depois uma sucessão de danças. Nascido mais ou menos à mesma época que a ópera, o oratório é outra importante forma de música vocal. De início, os oratórios eram muito semelhantes às óperas. Compunham-se de recitativos, árias e coros, e apresentavam cenários e fantasias. A principal diferença é que os oratórios se baseavam em histórias sacras, geralmente tiradas da Bíblia. Com o decorrer dos anos, os oratórios deixaram de ser representados, passando a constituir apenas apresentações musicais, realizadas em igrejas e salas de concerto. A cantata é outra forma de música vocal, ela pode ser profana ou sacra. De caráter lírico, ela se difere do oratório por ter menor extensão. Principais compositores: Carissimi (Itália, 1605-1674); Schuetz (Alemanha, 15851672); Haendel (Alemanha, 1685-1759); J.S. Bach (Alemanha, 1685-1750).

A Música Instrumental  No Barroco a música instrumental passa a ter a mesma importância que a vocal.  Novas formas musicais: a fuga (peça contrapontística fundamentada na técnica da imitação); o prelúdio coral (peça para órgão baseada numa melodia coral); a suíte (grupo de peças para um ou mais instrumentos); a sonata (música para ser tocada, geralmente em quatro movimentos – lento/rápido/lento/rápido); e o concerto (do italiano “consonância”, do latim “disputa”, uma das formas mais interessante da música barroca).  Concerto grosso – oposição e contraste. Concertino (pequeno grupo de instrumentos solistas) em oposição ao ripieno (orquestra de cordas) ou ao tutti (todos os instrumentos juntos).  Concerto solo – oposição de um instrumento solista à orquestra, geralmente em três movimentos (rápido/lento/rápido).  A orquestra – no período barroco é que a orquestra começa a tomar forma. Com o aperfeiçoamento do violino, a seção de cordas passou a constituir a base da orquestra, sendo adicionados os outros instrumentos (flautas, oboés, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos). O órgão ou cravo também faziam parte da orquestra preenchendo a harmonia.  Outra característica do barroco é o uso de ornamentos – que são floreios que não são estritamente necessários na linha melódica (ou harmônica) como um todo, mas servem para decorar ou "ornamentar" esta linha. Eles são executados como uma série de "notas rápidas" em torno de uma nota central. Principais Compositores  C. Monteverdi (Itália, 1567-1643)  A. Corelli (Itália, 1653-1713)

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A. Scarlatti (Itália, 1660-1725) A. Vivaldi (Itália, 1678-1741) D. Sacrlatti (Itália, 1685-1757) H. Schütz (Alemanha, 1585-1672) J.S.Bach (Alemanha, 1685-1750) G. Haendel (Alemanha 1685-1759) J.B.Lully (França, 1632-1687) F. Couperin (França, 1668-1733) J.P.Rameau (França, 1683-1764) H.Purcell (Inglaterra, 1659-1695)

Período Clássico (1750 a 1810)  O estilo clássico começou a desabrochar nos últimos anos do período barroco. A trio-sonata barroca vai gradualmente sendo substituída pela sonata clássica, e a abertura italiana, presente em diversas óperas barrocas, começa a transformar-se na sinfonia clássica.  A Primeira fase do período clássico - estilo galante (estilo amável, cortês, que visava principalmente agradar ao ouvinte). É um estilo refinado, bem elaborado e extremamente elegante.  Posteriormente os compositores clássicos alcançaram o perfeito equilíbrio entre expressividade e estrutura formal. A perfeição da forma era seu ideal. A tessitura clássica tende a ser mais leve, mais clara, menos complicada. Melodia sustentada por acompanhamento de acordes. Abandono do baixo contínuo.  O piano substitui o cravo. A organização das obras de cada compositor, é feito atribuindo-se a cada peça um número precedido da palavra opus, que significa obra. O centro musical foi Viena. A Orquestra  A orquestra cresceu de tamanho e a família das madeiras passou a fazer parte dela, de maneira organizada. Uma nova sonoridade surgiu na orquestra com a entrada do moderno violoncelo, do clarinete, da trompa e do piano.  A orquestra no fim do séc. XVIII continha: Uma ou duas flautas, dois oboés, duas clarinetas, dois fagotes, duas trompas, dois trompetes, dois tímpanos e a seção de cordas (dez 1° violinos, dez 2º violinos, oito violas, seis violoncelos e quatro contrabaixos).  Surgiu a dinâmica – crescendo e o diminuendo sonoro gradativo na orquestra.  Ouviu-se uma afinação mais precisa e uniforme dos instrumentos em geral.  Baixo de Alberti – acompanhamento simples para uma melodia, consistindo em “acordes quebrados” tocados na seguinte ordem: grave-aguda-intermediária-aguda.  Pela primeira vez em toda a história da música, as obras para instrumentos passaram a ter mais importância do que as composições para canto. Muitas obras foram escritas especialmente para o pianoforte (“piano” para abreviar) As Formas Instrumentais  Sonata – Forma instrumental de grandes dimensões, dividida em 3 ou 4 movimentos e escrita para 1 ou 2 instrumentos solistas, com acompanhamento de piano.



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Sinfonia – Era uma sonata para orquestra, desenvolveu-se a partir da abertura italiana (com três movimentos rápido-lento-rápido), posteriormente o número de movimentos passa a ser de quatro, com o seguinte esquema: Primeiro movimento – bem rápido, composto na forma sonata; Segundo movimento – andamento mais vagaroso, mais ao estilo canção, na forma ternária (ABA) ou em variações, ou na forma sonata; Terceiro movimento – minueto e trio, ou scherzo; Quarto movimento (Finale) - de andamento muito rápida e de caráter alegre, na forma de rondó (ABACA...), na forma sonata ou misturando ambas. Forma sonata – Um tipo de forma ou plano musical usado para compor um único movimento de uma obra. Consiste em três seções principais, chamadas exposição , desenvolvimento e recapitulação ou reexposição. Concerto – O concerto clássico, que se desenvolveu a partir do concerto solo barroco, não incluía o minueto, o número de movimentos era sempre três. O primeiro movimento é uma forma sonata modificada, que começa com uma dupla exposição, uma para a orquestra sozinha e outra com o solista. Ao final da recapitulação, a orquestra emudece para que o solista toque a cadência – passagem virtuosística, baseada em temas já expressos, que exibe o brilhantismo de sua técnica. Quarteto de cordas - Joseph Haydn inventou o quarteto de cordas (dois violinos, viola e violoncelo), uma combinação soberba de música de câmara. Geralmente dividida em quatro movimentos.

Ópera  Gluck foi o grande reformador da ópera. Acabou com o destaque exagerado dos cantores, restaurando a hegemonia do texto e da música. Buscou a unidade cênica perfeita e, acima de tudo, a simplicidade, a clareza e verdade. Os recitativos eram encarregados de fazer avançar a ação e as árias dando livre curso à expressão dos sentimentos. Principais Compositores  J. Stamitz (Boêmia, 1717-1757)  Gluck (Alemanha, 1714-1787)  C.P.E.Bach (Alemanha, 1714-1788)  J.C.Bach (Alemanha, 1735-1782)  L.V.Beethoven (Alemanha, 1770-1827)  Haydn (Áustria, 1732-1809)  W.A.Mozart (Áustria, 1756-1791)
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