Historietas Assombradas Para Mulheres Malcriadas - Caroline Andrade

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Copyright © 2020 Caroline Andrade HISTORIETAS ASSOMBRADAS PARA MULHERES MALCRIADAS 1ª Edição

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma, meios eletrônicos ou mecânico sem

consentimento e autorização por escrito do autor/editor.

Capa: Mellody Rui Revisão: Natália Dias Diagramação: April Kroes

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação do

autor(a). Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. TEXTO REVISADO SEGUNDO O ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA.

Sumário SUMÁRIO CONTO 1 CONTO 2 CONTO 3 CONTO 4 AGRADECIMENTOS BIOGRAFIA

OUTRAS OBRAS

Estes contos são dedicados a todas as minhas meninas malcriadas que,

assim como eu, buscam a felicidade ao invés da perfeição. Caroline Andrade

“Lion, o irmão mais velho da sua linhagem, havia se juntado aos seus irmãos para pôr fim à maldade que imperava no coração de sua irmã que,

depois de ser recusada por seu amado, só tinha crueldade em seu coração e a espalhava na Idade Média. A poderosa bruxa Morgana, em seu último ato de vingança contra os homens da sua família, rogou-lhe uma praga, fazendoo passar a eternidade vagando como um híbrido, entre um humano e felino astuto, como sempre foi. Morgana também lhe concedeu um presente junto

à maldição: ele poderia vagar entre os humanos uma vez a cada lua, podendo se deitar com as mulheres até uma delas o libertar. Lion andaria de quatro patas, pulando de telhado a telhado, soltando rugidos noturnos, sempre preso à sua forma animal até encontrar a mulher que quebraria sua maldição, pois homens travessos não merecem doces.”

SAMARA



Bem-vindas

ao

hotel

Frankenstein! — Puta que pariu! Quer matar a gente? Coloco minha mão espalmada no coração, olhando assustada para o

mordomo que saiu só Deus sabe de onde e fez nós quatro levarmos o maior susto de nossas vidas. — Perdão, senhoras! — O velho de cara fechada, cabelos grisalhos e rosto pálido faz uma reverência com seu corpo e se levanta lentamente. Seus olhos e sua pele enrugada, de extrema palidez, tentam esboçar algo pavoroso que deveria ser um sorriso. — Não foi

minha intenção assustá-las. — Ele olha de uma a uma e para o olhar em mim antes de se virar e voltar a caminhar. — Sigam-me. Sou o mordomo daqui, podem me chamar de Igor. Viro meu rosto para as outras garotas, que o olham com o mesmo receio que eu. Eu realmente não devia estar aqui, mas não faz muita diferença. Passo todos os feriados sozinha ou

trabalhando como uma escrava para a vadia escrota da minha supervisora, que joga todos os seus serviços em cima de mim e ainda recebe os elogios de tudo o que eu faço no escritório. Só aguento aquela

cadela

devido

ao

salário

razoável que me ajuda a manter meus filhos, já que a pensão que o pai deles paga não serve para nada. Senti certo prazer ao olhar para

minha chefe e dizer que não poderia cobri-la. Antes de ela entrar pela porta e jogar pilhas e pilhas de relatórios ali, um garoto magrelo deixou um envelope em cima da minha mesa. Olhei curiosa para o papel negro com o símbolo de um brasão antigo da mansão afastada da cidade. Dentro dele, trazia uma carta de felicitação dizendo que eu era a ganhadora sorteada para

passar a noite na inauguração do hotel. Ainda fiquei olhando chocada para o papel, pois nem me lembrava de ter me inscrito em nada. O que dizia nas letras extremamente belas era que havia ganhado o sorteio pela rádio. Aquilo era loucura. Eu iria jogar fora, pois passaria mais um Dia das Bruxas sozinha. Toni levaria as crianças para casa dele. Nosso casamento tinha

fracassado antes mesmo de começar. Talvez, o desejo de ter uma família e uma casa tenha me cegado. Fui adiando tomar uma decisão pelos meus filhos, mas o fim chegou em um belo dia, quando Toni disse que tinha encontrado o amor da vida dele. Ele saiu de casa e me largou com dois filhos para criar. Filho da puta de merda! Não demorou nem dois meses para ele querer

voltar depois de me deixar só com conta atrasada e sem um puto no bolso. Na época, procurei por uma casa menor e fui para um bairro inferior, mas nada me fez querer voltar para aquele casamento falido. Hoje, tenho trinta e um anos nas costas, dois filhos, um gato, uma prestação gigante para pagar, uma vadia carrasca como gerente, sete anos de

divórcio e uma liberdade só minha. Tirando o fato de não ter absolutamente ninguém para me satisfazer além dos meus dedos, é perfeito. — Essa música está tocando há mais de meia hora. Desde a hora que chegamos. — De volta para o hotel, viro-me para menina baixa ao meu lado. É verdade. Everybody da banda Backstreet Boys tocou repetidas vezes,

o que até então não tinha me parecido estranho porque combina com este lugar esquisito. — Gosto dela — digo baixinho para ela, lembrando-me da minha adolescência. Eu era uma menina tão boba e perdida, cheias de pôsteres na parede, mas era feliz. — Era minha música preferida quando mais jovem. — Você fala como se fosse uma

velha decrépita! — Ela ri, iluminando seu rosto. — Eu sou Maybe, a propósito. Seus dedos se esticam para mim, e aperto sua mão sorrindo. — Prazer, Maybe. Sou Samara. E, sim, já sou mais velha que você, gata. Seu sorriso morre, e ela se encolhe. A garota usa roupas largas, e não entendo o motivo para se esconder daquela forma.

— Tenho vinte e um. Não deve ser tão velha assim. E gata é você. Não precisa me chamar assim, pois o único felino que me pareço é com o Garfield. Rio para ela, achando que está brincando comigo. Como pode se achar gorda? E desde quando isso a deixaria menos gata? Vejo à minha frente uma jovem linda, com uma pele negra deslumbrante, olhos expressivos e cílios

longos que se esconde em roupas largas e

muito

maiores

do

que

ela.

Provavelmente, faz isso pelas pessoas vazias ao redor que não veem a beleza que eu vejo. — Devia se olhar mais, meu bem. — Dou uma piscadela para ela. — Meu Deus, de novo! — Maybe vira

o

rosto

para

cima

quando

Everybody volta a tocar. — Esse homem

não sabe o que Spotify? Rio sem parar com a forma que ela me olha. — Perdão… Talvez meu senhor a troque depois. — O velho mordomo olha para nós e se volta para mim. — Milady, seu quarto. Pisco para Maybe e entro em um corredor,

as

outras

caminhavam

distraídas e silenciosas atrás de nós.

Voltando-me

para

a

grande

porta

vermelha. O mordomo a abre e acena para que eu entre. — Obrigada. — O jantar será servido às sete e meia. Seu vestido está pronto no armário. Estou perdida aqui, olhando para os móveis antigos belos e talhados à mão.

— Que vestido? Ao me virar para ele, noto que a porta já está fechada e o senhor já saiu. Jogo a bolsa em cima da cama e olho para tudo com curiosidade. Cada detalhe é realmente muito belo. — OK, Sam, vamos aproveitar. Tiro meu sapato e ouço a música que volta a tocar alta, agora dentro do quarto. Rio alto e jogo os calçados no

chão. Meus olhos fitam a grande cama que caberia cinco pessoas facilmente. A ideia que tenho parece tentadora e é estimulada

pelo

som

da

canção.

Permito-me agir como a adolescente tola que eu era e sinto a maravilha de colchão. Em questão de minutos, estou pulando no colchão e rindo feliz. Caio sobre os travesseiros espumados, e

meus olhos se abrem, encarando o emblema no teto. É um escudo dourado com um leão rugindo. Tento me recordar de onde já o vi, mas o sono subitamente me pega.

Desço as escadas rezando para não me perder nos corredores e pedindo

a Deus para não cair de cara no chão com este salto alto. O vestido que estava no guarda-roupas esperando por mim é exatamente do meu tamanho. É um tecido vermelho de renda. Fiquei espantada ao me olhar no espelho e me ver vestida nele, pois nunca estive tão linda em toda minha vida. — Milady, precisa de ajuda? — Ohhh, caralho! — grito com

raiva, escorando-me na parede ao ver o mordomo louco parado à minha frente. — De onde você saiu? — Da mansão — ele responde sério. — Gostaria de me acompanhar até o jantar? Só falta a milady. Apenas balanço minha cabeça, tentando não chorar de medo. Caí no sono antes do jantar. Não sei como dormi tanto. Acho que foi o sono mais

saudável que tive em toda minha vida. — Pode se sentar… O velho puxa a cadeira, e noto todas as pessoas que riem e falam sem parar. Olho com admiração para a pequena moça sentada ao meu lado. Ela usa um vestido negro perfeito, cheio de pedrarias, que se encaixou perfeitamente em seu corpo. — Miau… — fala, tampando o

rosto enquanto sorri. Desta vez, Maybe não está com os cabelos presos em um rabo de cavalo, mas sim soltos, moldurando seu lindo rosto com um sorriso de covinha. Ela está perfeita. Todas riem alto e conversam sobre suas vidas, enquanto o vinho é servido como água para cada uma de nós. E entre risadas e conversas

trocamos nossos números de telefone. Não

demora

para

um

banquete

maravilhoso ser colocado à nossa frente. É exatamente nesta hora que vejo um homem alto, de face misteriosa, passar pela porta. Eu me engasgo, quase morrendo com a porcaria da azeitona. — Você está bem? — pergunta a mulher

sentada

à

minha

frente,

preocupada. Quando não respondo, ela

grita por socorro. — Médico! Um médico! Ela está se engasgando! Quero matá-la por pedir ajuda, mas preciso me concentrar em respirar. É com pavor que o vejo caminhando até mim com pressa. O homem usa um terno vermelho impecável. Arregalo meus olhos e balanço a cabeça rapidamente. Sabe aquela história de que

quando estamos morrendo vemos nossas vidas passarem pelos nossos olhos? Então, o que vi não foi minha vida, mas sim a maior vergonha que passei.

DIAS ANTES

— Samara, já pode entrar e ir se preparando porque o doutor já vai te atender.

Deixei a revista de lado e entrei no consultório médico. Eu odiava fazer exames

ginecológicos,

ainda

mais

quando me lembrava de que o Lincon era o homem que já tinha visto a vagina da minha avó e da minha mãe. O velho médico era praticamente uma múmia, ainda era bruto e fazia perguntas inconvenientes. Ao entrar, joguei a bolsa na

cadeira e tirei minha roupa, colocando aquela camisola horrível. Ainda fiquei um bom tempo deitada na maca com as pernas abertas e olhando para o teto, esperando por aquele velho, até que desisti de ficar deitada e me sentei. —

Deve

ter

morrido…



sussurrei e ri ao imaginar isso. Pensava

em

todas

coisas

rotineiras que tinha que fazer ainda

naquele dia, quando fui pega de surpresa por um homem alto parado à minha frente, olhando atentamente para o meio das minhas pernas. — Oh meu Deus! Quase desabei de lá de cima e olhei constrangida para ele. O homem pegou a prancheta e virou seus olhos para mim silenciosamente. Eram como duas lagoas verdes. Ele me encarou, e

notei sua face quadrada. A pele era clara como neve. Em seu jaleco branco, havia um pequeno brasão bordado. Deus, eu estava louca, mas ele tinha um cheiro tão bom que me perdi em meus pensamentos por uns segundos. Sabia que há muito tempo não tinha um homem, mas aquele me aqueceu apenas com um olhar. Seria capaz de gozar só se ele me tocasse. Imaginá-lo realmente

fazendo aquilo me fez ovular. Senti a contração entre minhas pernas e meu rosto ficar quente. Os olhos distraídos na prancheta se fecharam por uns segundos, e ele respirou profundamente. Jurava que havia visto seu peito se estufando, como se inalasse meu cheiro. O médico abriu os

olhos

novamente

diretamente em mim.

e

os

parou

Ele arqueou a sobrancelha e me avaliou

silenciosamente.

Por

um

momento, tive certeza de que o doutor sabia o que tinha se passado em minha mente. — A senhora poderia se deitar? — perguntou com a voz rouca e baixa, enquanto seu pomo de adão se mexia em sua garganta. Era hipnótico olhar para ele. Por

mais que minha mente gritasse, deiteime lentamente, sentindo uma energia que corria

por

meu

corpo.

Soltou

a

prancheta e segurou meus tornozelos, arrumando-os um de cada lado. O homem puxou a cadeira e se sentou em frente à minhas pernas. Eu tinha me depilado, essa era a única coisa que conseguia pensar com clareza.

— Senhora Samara, qual a sua idade e como está sua menstruação? — Trinta e um. E está normal… — disse baixinho, e meu corpo congelou quando ele ergueu a porcaria da camisola. — O que é isso nas suas mãos? Ele afastou seu rosto das minhas pernas e voltou seus olhos para meu rosto.

— No seu prontuário diz que tem alergia forte a látex, então coloquei minhas luvas de silicone. Prefere a outra? Não recomendo a menos que queira ter uma coceira grave, como deve ocorrer sempre quando vem. Aquilo me pegou de surpresa, pois o

doutor

Lincon

nunca

tinha

se

preocupado em achar outras, mesmo sabendo como eu sofria com aquelas

porcarias de luvas desgraçadas que me deixavam por

uma

semana

quase

morrendo de dor. — Acho que está tudo bem — sussurrei. Ele voltou sua atenção para minhas pernas, tirando-me a visão do seu rosto perfeito. Como um homem daqueles tinha ido parar naquele lugar? E, por Cristo, como ele podia ser tão

quente?

Ele

estava

me

fazendo

hiperventilar. — A senhora passou por algum procedimento de beleza? — perguntou baixo, enquanto eu sentia seu toque lento sobre minha pele lisa e quente e o contraste gelado das luvas em seus dedos. — Sim. — Sua pele está com uma pequena

queimadura,

provavelmente

você

é

sensível a esses produtos químicos e quentes. Quando foi a última relação sexual da senhora? Qual é! Aquilo me fez engasgar. E piorou quando logo após a pergunta, seu dedo deslizou lentamente entre os lábios, abrindo-os. Eu estava excitada. Há mais de sete anos não ficava daquela forma, como uma adolescente molhada

só de imaginar coisas em minha mente. — Oh… Queria morrer. Tampei meu rosto com minha mão e pedi para Deus ir buscar

meu

corpo

porque

estava

morrendo de vergonha. Tinha acabado de gemer para meu ginecologista. A sala ficou em silêncio, e eu rezava para ele não ter ouvido, mesmo sabendo que tinha. Seus dedos voltaram

a se movimentar depois de alguns segundos de pausa. Só ouvia sua respiração acelerada. — Samara? — Meu nome saiu rouco em sua voz, parecendo aquele tom dos professores quando pegavam os alunos fazendo arte e não sabiam o que dizer. — Responda à pergunta, por favor. — Já tem tempo. Sexo unilateral

conta? Soltei meus braços e olhei para o teto. O homem ficou em silêncio e colocou uma das suas mãos em meu tornozelo. — No seu prontuário diz que é casada. Aquele velho decrépito não havia trocado meus dados. — Sou divorciada. Meu cadastro

não está atualizado — sussurrei, morta de vergonha. — Compreendo. Quando foi seu último exame? — Já tem uns dois anos. Eu odiava fazer aquilo. Nada era pior do que ter um ferro dentro de você, te abrindo toda, mas sabia que era necessário. — Sabe que vamos ter que fazer.

É importante para as mulheres saberem sobre a saúde dos seus corpos. Nada daquela consulta foi como eu esperava. O médico fazia aquilo ser a coisa mais estranha e sexy ao mesmo tempo. Ele ainda ficou um tempo parado com o pote de gel em seus dedos, olhando para minhas pernas. O fato era que eu estava molhada, e ele sabia disso. Merda! Gostei quando

senti seus dedos dentro de mim e fiquei lá apenas me perdendo em cada movimento enquanto ele fazia o exame de toque. O ginecologista não era grosseiro e nem bruto. Foi um grande filho da mãe que parecia estar gostando do que fazia comigo enquanto introduzia e mexia os dedos delicadamente dentro de mim. Sua mão alisava meu tornozelo em círculos,

e apenas a minha respiração era ouvida na sala do consultório. Não sabia o que ele estava fazendo, mas definitivamente não queria que parasse. Não quando meu corpo se deliciava

com aqueles

toques

tão

quentes. Imaginei que tinha ouvido um rugido baixo, como o de um animal, saindo da sua boca, mas durou apenas alguns segundos.

— Merda… Mordi meu braço com raiva, erguendo-o em frente ao meu rosto. Estava quase gozando. Se ele parasse de mexer ali, eu morreria, tanto de raiva quanto de vergonha. Mas o silencioso e estranho homem parecia que lia minha mente tanto quanto lia meu corpo. Ele moveu seus dedos mais e mais lá dentro. Senti a pressão em meu tornozelo

aumentar, e ouvi o som rouco da sua respiração junto à minha. Eu estava perdida. O médico levou outro dedo para dentro de mim, girando-os, encostandoos em lugares que eu nunca tive sequer conhecimento

da

existência.

Senti

quando a corrente elétrica passou pelo meu corpo. Apertei meus dedos nas laterais da maca e mordi meus lábios

para não gemer mais. Merda! Eu gozei em seus dedos, enquanto tudo explodia dentro da minha cabeça. Fiquei lá em silêncio depois de tudo voltar ao normal, olhando assustada para o teto com a consciência do que tinha

acabado

de

acontecer.

Ele

continuou calado, sem se mover. Seus dedos saíram de dentro de mim, e meu corpo se afundou mais ainda na maca.

— Sinto muito… — sussurrei, mas era como se ele não me ouvisse. Ouvi o som da cadeira sendo empurrada com força e vi o homem se levantar rapidamente sem nem olhar para mim. — Terminamos! — Foi tudo o que ouvi antes de ele bater aquela porta. Quis Levantei-me

morrer

de

rapidamente,

vergonha. querendo

sumir dali. Joguei a camisola no cesto de roupas, vesti minhas roupas e me abaixei para pôr meus sapatos. Vi uma marca de garras em minha pele, bem no tornozelo. Pensei que devia ter me cortado antes de ir até o médico e nem senti. Peguei minha bolsa e saí o mais rápido possível de lá.

ATUALMENTE

— A senhorita está bem? Meus olhos se abrem e vejo o teto com o brasão que brilha para mim. Virome para os olhos verdes sérios e para o rosto fechado do grande homem sentado com elegância na ponta da cama. — Está melhor? — pergunta novamente, descruzando suas pernas e me olhando.

Sento-me, sentindo-me atordoada. Como vim parar no quarto? Não me lembro de ter apagado. — Acho que… estou confusa. Levo a mão até a cabeça e sinto tudo rodando à minha frente. — Você abusou do vinho — ele fala baixo. — E se engasgou com uma azeitona. Balanço

minha

cabeça,

lembrando-me desse fato. Eu havia me assustado quando o vi. Olho em volta, encarando o quarto quase todo escuro, apenas com a luz do abajur acesa. Meus olhos se voltam para o homem assim que sinto o toque em meu tornozelo. — Vermelho te cai bem — ele sussurra, voltando seu olhar para o meu. — O que… O que faz aqui? Encolho minhas pernas, querendo

sair da cama, mas, assim que meus pés tocam o chão, sinto a tontura me pegando. — Estou hospedado aqui… O braço dele me prende, puxandome mais forte para seu peito. Olho mais de perto a leveza da sua face. Não me lembrava dos seus cabelos serem tão grossos e muito menos dos olhos serem tão grandes e expressivos.

— Acho que aquele vinho todo não me fez bem — digo baixinho, enquanto meus dedos espalmam seu peito. É verdade. Eu me sinto leve demais, quase como uma pena. Tudo está estranho. Estou mais inibida, mais zonza. — Quer pegar um pouco de ar? Talvez te faça bem.

Levo meus dedos até minha cabeça e sinto tudo rodando. O quarto quase todo escuro em nada favorece para poder olhá-lo mais de perto. —

Não

me

lembro

de

ter

músculos — eu sussurro atordoada, enquanto minha outra mão sente a dureza do seu peito por cima do terno vermelho. O aperto em meu corpo aumenta

quando o homem me puxa mais para ele. A grande cabeça se abaixa até meu pescoço, e sinto como se ele estivesse me cheirando. Seu peito vibra nos meus dedos e tenho a impressão de escutar um ronronado felino saindo dos seus lábios. — O que está fazendo? — Eu me seguro a ele, rindo e sentindo meu corpo mole. — Acho que estou bêbada, porque juro que ouvi você ronronar como um

gato. Sinto seus dedos passarem por mim e ele me erguer nos braços, deixando-me encostar minha cabeça em seu peito. É quente. Deus, como esse homem é quente. — Acho que devo te pedir desculpas. — Rio sem parar ao me lembrar da forma como fiquei no consultório.

— Por quê? Ele caminha pelo quarto escuro e me leva até as duas portas, abrindo-as lentamente com o pé enquanto a empurra. — Oh, por tudo… — respondo, lembrando-me

da

consulta

constrangedora. Meus

olhos

param na

noite

completamente estrelada. A lua grande

se ergue no céu como uma bola de lã. Sinto o toque suave do seu nariz em meus cabelos quando o homem volta a me cheirar. — Está me cheirando de novo… Isso é um fetiche? Ergue seus olhos, e posso ver um pouco mais do seu rosto iluminado. Vejo a feição máscula com traços quadrados. Não me lembrava da sua boca. Está

diferente, um pouco maior e mais carnuda. O homem volta seus olhos para o céu, desviando o olhar do meu. — Gosto do seu cheiro — responde baixo. Devia dizer para ele me pôr no chão, mas a verdade é que não quero que faça isso. Gosto da forma como me aperta e não quero mais sair daqui. Por mais estranho que possa ser, mais até do

que já está sendo, eu me sinto segura em seus braços. — Por quê? — Sua voz me pega de surpresa, fazendo-me engasgar antes de olhar para ele. — Por que o quê? — Eu o olho. — Por que devia se desculpar? —

Porque

fiz…

aquilo

respondo

baixo,

tentando



entender

exatamente se o que vejo em sua boca

enquanto ele fala são dentes ou presas pontudas. — Gosto do seu cheiro… — ele diz novamente. Volto para a cama e me sento no canto. Está quente e abafado. Sinto a roupa colando no meu corpo. Meus dedos vão até minha garganta, pois a sinto coçando como se tivesse terra seca ali. Tudo o que vem para mim é fogo, um

que aumenta cada vez mais. — Ainda não acredito que estou bêbada e trancada no quarto com o ginecologista ao invés de aproveitar esse hotel. Sou a pessoa mais sem sorte do mundo. Você não está com calor, doutor? — Não. — Volto meus olhos para o dono da voz grossa que estava sentado na beirada da cama. — Pode me chamar

por Lion. — Gostei. Como um felino. — Sorrio para ele. — Amo gatos. Minha mãe me deu um quando menina, eu o chamava de Rei. Dei esse nome a ele por sua cor dourada. Ele era lindo com aqueles pelos fofos que me lembravam os de um leão. Rei dormia na minha cama todas as noites. Era um gato estranho para falar a verdade.

Meus dedos vão até a nuca para segurar meus cabelos no alto. — Mas eu gostava dele. Um dia, ele se foi e nunca mais voltou. Agora tenho o Barão, um gato gordo e preguiçoso. Está tão quente que sinto como se estivesse em um forno, e meu corpo está dolorido. Raspo minhas unhas na nuca, com uma sensação boa percorrendo-me.

É quase como se me sentisse bem com algo me arranhando. — O que deseja, Sam? — Volto meu rosto para ele, pensando no que me pergunta. — Mandar aquela vadia da minha supervisora à merda, abrir meu próprio escritório de consultoria e dar uma vida melhor para meus filhos. Seria bom não ter mais que precisar da miséria que o

pai deles paga. Queria ser feliz — sussurro, sem entender por que disse aquilo. É como se a verdade pulasse da minha boca sem eu pensar. Meu corpo se estica na cama, e sinto a seda gelada do lençol com meus dedos. É tão gostoso. Esfrego meu rosto nela e estico cada músculo meu. — E por que nunca fez isso, Sam?

Puxo o lençol e esfrego o tecido em meu rosto, sentindo cada parte do meu corpo ganhando vida. — Porque sou bundona. — Rio baixinho, feliz ao me espreguiçar. Sinto os cheiros mais aguçados, como se meus olhos

estivessem se

habituando

à

escuridão. Agora vejo tudo ao redor com mais clareza, o que faz com que me sinta bem, liberta e selvagem. — O que

tinha naquele vinho? Acho que estou drogada. Rio mais alto, pulando na cama em meus joelhos como um gato e arrastando meus dedos pelo lençol, e olho para tudo. Posso ouvir até os sons lá fora, enquanto minhas unhas se apertam às plumas do colchão. — Igor gosta de diferenciar seus vinhos, provavelmente o que tomou

continha erva de gato — ele sussurra. Meus olhos se focam nele. Ainda estou na cama, sentada como se fosse uma gata, observando-o atentamente. Sinto seu cheiro cada vez melhor. Algo surreal atinge meu corpo e aflora cada célula sexual. — Tomei um vinho com droga de gato? Rio ainda mais e engatinho para

ele. Quero sentir seu cheiro mais de perto. É como se só isso importasse agora, como se ele fosse o macho perfeito para acasalar. Paro próximo a Lion e abaixo minha cabeça lentamente, esfregando-a em sua perna. Sinto-me bem quando seus dedos tocam minhas costas. Estou mole e viva. É como se ele libertasse algo dentro de mim que eu

nem sabia que existia. — Gosto do seu cheiro — sussurro. — São os feromônios. — Meu corpo se estica mais na cama, e deito minha cabeça na perna dele, sentindo seu carinho em meu corpo. — Diga-me, Sam, o que deseja neste momento? Seus dedos deslizam devagar, e sinto os toques tão pontudos como

garras desfilando sobre minha pele enquanto o lindo vestido é estraçalhado, deslizando de mim. Seu rosto sai da escuridão, e vejo as

presas

nas

laterais

da

boca,

brilhando. A pele é dourada, e os cabelos são grossos. Lion se abaixa e para próximo ao meu rosto. Ergo meus dedos e toco sua face. Ele é como um grande gato dourado que ronrona de

forma selvagem. Estou doida ou muito loucona pela droga, porque estou completamente fascinada por ele. Um grande gato em forma de homem me observa de perto, mas não é um felino de casa, e sim um selvagem e nada domesticado. Acho que ele espera minha reação por alguns segundos. Toco sua face, fascinada, e sinto o vento que

bate em minha pele lisa pelo vestido rasgado. — São afiadas — sussurro, deslizando a ponta dos meus dedos pelas suas presas. Ele abre um sorriso, e seus olhos de gato observam cada reação minha, mas o mundo para assim que sua grande cabeça se abaixa, vindo para mim. A boca selvagem que me beija é como uma

fantasia oculta que se liberta neste momento. Lion me prende a ele, e meus braços passam por seu pescoço. Beijo-o com mais ardor, com mais luxúria. Estou drogada em pleno Dia das Bruxas. Por que não estaria prestes a transar com ele? Sinto a vibração do seu peito enquanto ele se abaixa mais. Seu corpo é rápido e esguio e já está sobre o meu

antes que possa entender o que está acontecendo. As grandes mãos que escorregam pelo meu corpo desvendam caminhos esquecidos e lugares perdidos. Cada vez me jogo mais nesta noite assombrosa. Os

beijos

descem por

meu

pescoço, e Lion raspa a ponta das presas em minha pele, acendendo-me como brasa. Tiro seu paletó vermelho e o jogo

no

chão,

perdendo-me

em

cada

movimento que o homem faz, levandonos além. A forma como ele me ergue, colando-me ao seu peito e beijando-me com tanta força é única. Em trinta e um anos, eu nunca tinha sido beijada dessa maneira. Podia gozar só de senti-lo tocar sua língua na minha. O gosto de hortelã em seus lábios me faz implorar por mais.

— Oh, meu Deus… Sua cabeça se enterra em meu pescoço, e sua língua desliza por cada parte. As mãos se apertam sobre o sutiã e o arrancam com um puxão. Morro assim que a quentura dos seus lábios toca meus seios há tanto tempo sem atenção. Caralho, acabei de descobrir que tenho três clitóris porque o que Lion faz com a língua, lambendo cada parte

da auréola como se fosse um prato de leite, leva-me ao pico. Grito enquanto ele me suga com mais força e desabo em glória na cama. O homem se levanta, posiciona-se sobre mim e retira sua camisa. — Gosto do seu sabor, mas preciso de mais. De muito mais, minha leoa. A voz animalesca faz o som vibrar

pelo meu corpo e me arqueio, sentindo seus beijos, que voltam descendo pela minha barriga. Deixo que Lion tome tudo o que ele deseja. Minha cabeça roda, e nada mais faz sentido. Meu corpo queima como fogo, e sinto minhas unhas se cravando em sua pele. Seus beijos param na minha boceta, e Lion esfrega seu rosto lentamente ali, sentindo minha pele

como se fosse uma almofada macia. Mas essa língua… A merda dessa língua me faz erguer meus quadris assim que toca minha boceta apenas com a ponta. Ele lambe, deslizando-a sobre meus lábios molhados como se fosse seu prato preferido em rápidas e contínuas lambidas. As presas raspam lentamente meu clitóris, e gemo alto, prendendo minhas pernas em seu pescoço, mesmo

assim ele não para. É como jogar gasolina em um incêndio quando sinto seu toque sem nada para atrapalhar. — Oh, merda… Meu corpo se move a cada vez que ele entra e sai com seus dedos, sugando-me mais e chupando mais forte. Solto seus ombros e trago as mãos para os meus seios, que doem de tanta força que coloco. Meu corpo queima.

— Preciso que faça isso para mim, leoa. Preciso que me alimente — ele diz, enquanto me fode mais com seus dedos. Grito e gozo forte com ele chupando meu clitóris. Ele esfrega seu rosto em minha boceta e lambe cada canto, chupando cada parte. Quero mais. Quero o dobro disso aqui. É como se o primeiro orgasmo fosse a porta para os

outros que desejam vir. A mão em minha perna me segura com força, e Lion levanta seu corpo, voltando seu rosto para o meu. Seus dedos ainda entram e saem de dentro de mim. Ele leva mais um dedo para dentro, e grito, sentindo-me preenchida. Lion entra e sai com os olhos presos ao meus. — Não tem ideia de como me

segurei para não me alimentar de você naquele dia. Seu cheiro era como droga para mim. Perco-me na luxúria que vejo em seus olhos. Não sabia se era apenas a minha que estava refletida ali, mas gozo em seguida. Lion abaixa a cabeça rapidamente e me suga sem parar. Ele retira seus dedos e posso sentir sua língua entrando em mim,

lambendo-me como se buscasse meu líquido direto da fonte. Lion lambe meus lábios e dá uma mordida. Sinto-me muito bem com isso. Quero que ele me morda mais. — Mais forte… — murmuro. Meus dedos soltam meus seios e vão para suas costas. Ronrono baixinho, implorando por mais, esfregando meu quadril nele. Sinto quando sua boca se

fecha em minha coxa e a morde lentamente. O prazer misturado à dor é forte

e

me

suga,

levando-me

ao

precipício. Seus dentes soltam minha pele, e vejo o sorriso felino em seus lábios. Lion sai da cama e retira sua calça, jogando-a para longe junto com os sapatos. Eu realmente não me lembrava de que seus braços eram tão grossos e

que seu peito era tão forte. Eu me recordava dele magro e alto, mas fodase. Nem lembrava de ele ter a feição de um leão. Ele ergue sua cabeça e volta sua atenção só para mim. Seus dedos agarram minhas pernas, fazendo-me virar de uma vez na cama. Lion me puxa para a beirada e passeia suas mãos por minhas costas. Minha cabeça cai em

abandono, e sinto uma energia nos consumindo. Empino mais para ele e afasto

minhas

pernas,

dando-lhe

passagem para me foder. A grande cabeça do pau passa nos lábios da minha boceta e se encaixa na entrada. Ele aperta minha cintura, fazendo-me ficar presa no lugar. — Por favor, não se mexe. — Ouço sua voz grossa e distorcida e nem

consigo responder. Lion entra, e o sinto me tomando parte a parte. Isso quase me faz chorar. Não tenho nem ideia de como ele entra, mas só o quero dentro de mim. Tento forçar meu quadril para trás para recebê-lo, mas Lion me aperta mais forte, causando-me dor. Quero me mexer. Não quero ficar parada. É quase como uma necessidade senti-lo todo

dentro de mim. Quero forte e potente, socando com mais força. Grito de felicidade quando Lion faz isso. Ele se instala por completo dentro de mim e se retira, voltando com mais força, fodendo-me mais. Meu corpo está preso a ele e só não vai para frente pela força do seu aperto. Meus dedos se apertam ao lençol, e sinto os baques quando me preenche em cada

canto do meu corpo. Uma de suas mãos desliza pela minha barriga, erguendo-me para ele, colando-me ao seu peito. Sinto a força das batidas do seu coração, enquanto ele ruge mais alto e morde meu pescoço. Meus olhos se perdem no teto, e me sinto mais viva do que nunca. Sou tomada por seu pau com muita necessidade.

Nem

mesmo

o

som

animalesco que sai dos seus lábios me

faz querer parar. Ele aumenta as estocadas do seu pau dentro da minha boceta. Assim que sua boca sai do meu pescoço, Lion vira meu rosto para ele e me beija com paixão. Tudo explode dentro de mim ao sentir o sabor de hortelã. É como se toda minha vida dependesse disso. Seus

dedos

circulam

minha

garganta, e ele me fode mais rápido,

fazendo-me gemer em seus lábios. Lion sai quase por completo de dentro de mim apenas para voltar com tudo. Sinto dor. Sinto desejo. Sinto tudo em um misto de sensações. — Vai gozar para mim, não vai, minha leoa? Vai gozar no meu pau e vou sair de dentro de você para chupar cada gota do seu creme. Depois, vou te foder de novo.

— Oh, sim, sim. A voz perto do meu ouvido me faz choramingar. Ele beija minha nuca, e ergo

meus

braços,

circulando

seu

pescoço, perdendo-me mais e mais em suas carícias. Sua mão se solta e desce por minha barriga, parando em cima do meu clitóris, esfregando os dedos em minha boceta, fodendo-me sem parar. Seu dedo circula meu músculo pulsante,

fazendo meus braços se apertarem mais a ele. O mais puro orgasmo explode de dentro para fora, fazendo meu corpo tremer em choque. Seu pau sai de mim, e Lion me deita na cama. Sinto sua língua rápida vindo para mim, e ele me lambe rapidamente. Meu corpo entra em convulsão, tremendo mais ainda, tendo pequenos orgasmos repetidos pelo toque

da sua língua selvagem. Apenas depois de ter certeza de que não deixou nada, ele volta para mim com seus movimentos gloriosos e felinos. — Oh meu Deus… — Eu me agarro a ele assim que cumpre o que prometeu. Ergo meus braços e prendo minhas pernas, passando-as por suas costas, travando-o dentro de mim.

Lion entra e sai

lentamente,

enquanto sinto minha boceta molhada e quente sugando-o. — Oh… — Sua voz alta explode dentro do quarto, e abro meus olhos, prendendo-os a ele. É como ver a glória por completo. Seu olhar selvagem me toma e me empurra para o buraco. — Mais forte. Mais forte… —

Ele sorri para mim e arqueia seu corpo para cima, puxando-me mais para ele. Sinto seu pau ir até o fim e suas bolas baterem em minha pele. Apenas o som oco da cama batendo na parede é ouvido

conforme

Lion

me

estoca

selvagemente. — Oh sim! Meus braços se prendem aos seus, presos à minha cintura, e me levanto da

cama. Suas batidas aumentam como se não pudesse mais se segurar. Quero que Lion faça parte do meu corpo para sempre. Ouço o grande rugido, e vejo-o jogar sua cabeça para cima. Gozo novamente com seu pau entrando e saindo brutalmente de dentro de mim. Prendo meus olhos ao teto, vendo o escudo que brilha ali, agora sem o leão.

Lion estoca forte mais uma vez e logo sai de mim. Vejo os movimentos acelerados da mão em seu pau e em seguida os jatos quentes, que caem em cima de mim. Ele ruge como um verdadeiro rei da selva. Lion Lion observa a mulher deitada em sua cama antes de sair do quarto após vestir lentamente sua roupa. Seus olhos

vão para janela, que traz a alvorada. Ele sabia que estava certo antes, que aquela mulher seria diferente. Fora amaldiçoado por sua irmã caçula, uma antiga bruxa poderosa que o rogou praga do homem com a cabeça de leão. Ela o sentenciou

a

vagar

eras

e

eras

alimentando-se dos fluidos das mulheres uma vez ao ano para mantê-lo como humano, senão a forma do animal

selvagem o dominaria por completo. O homem vagava por aí e se alimentava de uma mulher ao ano todo dia 31. Elas se sentiam libertas, pois a magia era mais forte, assim como ele a sentiu quando seus olhos se prenderam à mulher negra ao vê-la com as pernas abertas no consultório. O que o fez congelar foram os feromônios que continham na sala. Seu cheiro entrou por

suas narinas e o queimou como gasolina. Precisou usar de todo seu autocontrole quando ela gozou em seus dedos. Teve de sair da sala rapidamente antes que a fera matasse a fome que tinha. Samara era diferente. A pequenina leoa gozou mais de uma vez naquela noite, deixando seu gosto espalhado em sua boca. Ele sai do quarto e tranca a porta. Não podia ficar ali.

Samara — Cadê o meu relatório? — Levanto os olhos para Suellen, que entra na sala gritando sem parar. Estava com os pensamentos tão longe que nem a vi parada ali. — Estão na sua mesa — sussurro, ouvindo-a gritar sem parar. Meus dedos vão para a bolsa e a pego, levantando-me.

— Ei! Não pensa que vai me deixar falando sozinha, Samara. — Na verdade, deixarei. Faça você mesmo seu serviço, sua cadela burra. Eu me demito! Não sei de onde tirei força para dizer aquilo, mas me senti liberta assim que passei no Recursos Humanos e entreguei minha carta. É estranho como tudo tinha se transformado em minha

vida desde o dia que acordei naquele quarto do hotel, olhando para o teto com o brasão sem o leão rugindo. Não entendi o que havia se passado, não sabia se estava louca. Quando voltei ao consultório, apenas o velho e chato doutor Lincon estava lá. O outro médico havia desaparecido. No dia seguinte, retornei ao hotel, mas ele tinha fechado as portas de forma

misteriosa, tendo apenas um grande cadeado no portão. Pelo menos isso me trouxe coisas boas,

pois,

tempos

depois,

tomei

coragem para levar o imprestável do meu ex-marido para a justiça, forçandoo a pagar uma pensão decente para nossos filhos. Consegui quitar a casa e realizei meu sonho de ter meu próprio negócio, assim tenho mais tempo para

passar com meus filhos. O gato pula em minha cama e ronrona

sem parar.

Mia

baixinho

enquanto acaricio sua cabeça, olhando para as paredes. Não tem um dia sequer que os olhos verdes não me persigam. Nunca saberei ao certo se aquilo tudo tinha sido só loucura ou se foi real.

“Claus, o segundo irmão da sua linhagem, havia se juntado aos seus irmãos para deter Morgana, recebendo da bruxa seu ódio. Ela rogou-lhe uma

praga, fazendo-o passar a eternidade vagando como um corvo silencioso, como sempre foi. Morgana também lhe concedeu

um

presente

junto

à

maldição: ele poderia vagar entre os humanos uma vez a cada lua, podendo se deitar com as mulheres até uma delas o libertar. Claus vagaria em suas asas pelo céu, sempre preso à sua forma animal até encontrar a mulher

que quebraria sua maldição, pois homens doces.”.

travessos

não

merecem

GIORGIANA

— Porra! — exclamo. Afasto o grande braço que me prende ao homem e pulo rapidamente da cama. Tento focar no apartamento bagunçado, procurando pelas minhas roupas.

— Calma, gata — fala a voz sonolenta do homem, que se senta no colchão e me encara. Vejo minha calça caída embaixo da cama e a puxo. — Você viu a minha calcinha? — Pego minha camiseta do Ramones e a visto com pressa. Meus olhos param na pia suja, onde a calcinha preta balança entre as panelas. — Droga!

Visto as calças e desisto da calcinha. Calço as botas rapidamente. — Ei, volta para cá, gata. Viro-me e observo o homem loiro e musculoso. Lembro-me dele da boate. Nós tínhamos bebido e vim parar no apartamento dele. —

Tenho

que

ir



digo,

procurando minha bolsa. Vou até o banheiro, jogo uma água na cara e

escovo meus dentes com os dedos mesmo. — Acho que isso é seu. — O homem aparece na porta com meu sutiã nos dedos. — Olha, ontem à noite foi legal, mas sabe que é só um lance, né, boneca? Limpo minha boca e a seco com a toalha. Pego meu sutiã dos seus dedos e o jogo rapidamente na minha bolsa. Os

óculos escuros em cima da mesa vão para meu rosto para tentar ficar longe da claridade que está me matando de dor de cabeça. — Devolvo seus óculos depois. — Passo por ele e pego minha calcinha na pia, jogando-a no cesto de lixo. — Escuta, foi legalzinho, OK? Não precisa ficar emocionado. — Pego uma maçã na fruteira e a mordo, olhando ao redor

para ter certeza de que não esquecerei nada aqui. Vou para a porta e paro na saída. — Tchau… — Tento me lembrar do seu nome. Puta merda! Acho que nem mesmo perguntei. Bato a porta e corro para o elevador, pois estou muito atrasada para fazer o check-in naquele hotel. Não tenho ideia de como meu nome foi parar naquela rádio. Nem ouço música de lá.

Sei que um moleque magrelo deixou um envelope preto comigo que dizia que eu era ganhadora. Nunca ganhei nada na minha vida. Tudo o que tenho foi conquistado com meu esforço, correndo atrás. Confesso que estou cansada de me matar em dois turnos para ajudar minha mãe e meus irmãos. Minha irmã não para de fazer filho. Será legal ter uma noite de folga

para não me preocupar se terei dinheiro para pagar o aluguel, para não pensar se meu irmão está em casa ou na rua se drogando. Será uma noite que não terei que carregar toda a responsabilidade nas minhas costas. Assim que saio na rua, sou pega pela luz do dia. Já deve passar das três da tarde. Eu nem tinha ideia do que levaria para o hotel.

— EI, BONECA! — Ergo meu rosto para a voz alta que grita sem parar pela janela do terceiro andar. — MEU NOME É ALEX! Olho para o tal Alex e abro um sorriso, levando dois dedos à minha testa e batendo continência para ele, que sorri para mim. — Caralho, nem me lembro se a transa foi pelo menos boa — sussurro e

atravesso a rua, arrumando os óculos no rosto. A pequena casa no subúrbio onde vivo com mais de seis pessoas está sempre bagunçada. Por mais que tente arrumar, ninguém me ajuda a mantê-la arrumada. — Onde estava? — Lola me olha brava, balançando o bebê no colo. — Falou que iria ficar com as crianças

ontem e furou comigo. Eu tinha uma entrevista, sabia? Tiro meus óculos e olho para ela, alisando a cabeça do meu sobrinho. — Cadê a mãe? Vou para cozinha atrás da minha mãe, mas ela não está aqui. Retiro todo o dinheiro do bolso da calça e guardo em cima da geladeira, embaixo do elefante que ela tem.

— Saiu, foi atrás do Paolo. Ele saiu e não voltou mais, isso já tem mais de dias. — Lola anda até mim, tagarelando no meu ouvido. — Não respondeu minha pergunta. Passo por ela e vou para a sala, onde meu pai está sentado com seus olhos parados, fitando o vazio. — Ei, como está, grandão? — Beijo sua testa e acaricio sua face.

Meu pai sofreu um derrame cerebral, e os médicos conseguiram salvar sua vida, mas ele nunca mais voltou de verdade. Fica sempre assim, perdido e encarando o nada. — Sabia que poderia ter arrumado uma bocada legal? — Lola insiste nervosa, balançando a criança. — E você me deixou na mão. — Olha aqui, Lola… — Solto o

ar lentamente e ando até as escadas. — Sair com o cara do RH não é entrevista, é só mais uma forma de ser biscate. Vê se para de ser uma garota burra e volta para seus estudos. Para de arrumar filhos para eu ter que ficar alimentando. Viro-me para ela e a olho de cara feia. Seus olhos se arregalam, e ela me encara indignada. Estou cansada de sempre ter de aguentar tudo. Renunciei a

tantos sonhos para ficar enterrada neste lugar. —

E

quer

saber?

Estava

trabalhando em dois turnos naquele bar de merda para trazer dinheiro para casa. Isso tudo para quê? Para sustentar a vadia da minha irmã e o drogado do meu irmão, porque os dois são parasitas que não veem como estão matando a mamãe dia após dia!

Subo as escadas rapidamente e bato a porta do meu quarto com força. Pego apenas uma muda de roupa, tentando não pensar em mais nada. O som na janela me faz erguer o rosto. Observo o pássaro negro, que nos últimos dois meses fez questão de aparecer. Ele me encara com seus olhos pretos,

assim

como

suas

observando cada movimento meu.

penas,

— Achei que tinha morrido, corvo chato — sussurro e abro a janela para deixá-lo entrar. O corvo estranho fica horas e horas me observando. Parece que não perde nada do que faço. Aprendi a gostar dele. À noite, quando abro a janela para fumar, sento-me no telhado e o pássaro pousa perto de mim em silêncio.

Assim que termino de arrumar a mochila, abro a gaveta e procuro uma calcinha. Entre minhas coisas, vejo a antiga foto da pequena bailarina. Meu sonho distante que jamais irei realizar. Empurro tudo para dentro da gaveta e pego a mochila, virando-me para o pássaro. — Vê se não morre, corvo! — despeço-me

e

saio

do

quarto

rapidamente.

— Milady… O velho estranho para no corredor que andávamos e se vira para uma porta perolada,

abrindo-a

empurrando-a.

lentamente

e

— É só Gior, tio. Não precisa me chamar disso aí, não. Passo por ele sorrindo e fico petrificada ao olhar para o grande quarto. É lindo. Na verdade, é a coisa mais linda que já vi na vida. — O jantar será servido às sete e meia. Seu vestido já está pronto no armário. Faço uma cara feia e o olho sem

entender nada. — Não sou de usar vestido e trouxe as minhas roupas, mas valeu! — Pisco para o velho, que fecha a porta de cara feia. — Velho estranho… Volto a olhar o quarto com curiosidade e me perco em cada detalhe. A cama é tão bela como aquelas dos filmes de princesa. Sinto-me uma intrusa aqui, pois nunca fui a um lugar nem

mesmo parecido. Retiro o cigarro da bolsa e abro a grande porta que dá para uma linda varanda antes de acender o cigarro. Procuro de onde vem a música que toca, animando-me. Rebel Rebel, o rock antigo de David Bowie, ecoa alto. Eu gostava de ouvir com meu pai antigamente. Isso sempre me deixava feliz. Naquela época, era tudo mais fácil.

Olho para o jardim e solto uma tragada lentamente, escorando-me na sacada de verniz. Por incrível que pareça, neste momento, é como se nada de ruim e nenhuma preocupação viessem à minha cabeça. Ainda me esqueço de tudo por longas horas na grande banheira que tem no luxuoso quarto. Brinco com as espumas e canto a música que toca sem

parar. De repente, escuto um som na janela do banheiro, de leves toques. Viro-me com o corpo cheio de espumas para o lugar de onde vem o barulho e vejo a ave negra curiosa parada bicando o vidro. —

Você

está

de

sacanagem

comigo! Levanto-me da banheira, deixando a água escorregar por minha pele, e piso

no chão, saindo dali. Abro a janela do banheiro e olho com curiosidade para o corvo, que entra sem esperar um convite. A música alta começa a tocar outra vez, e o pássaro voa para dentro do luxuoso banheiro, pousando na pia. Sorrio e volto para a água morna. Volto a brincar com as espumas, e o animal estranho, que me acompanhou bastante nos últimos dias, fica parado

como

uma

delicada

estátua

viva,

acompanhando meus movimentos. Acho engraçado como a ave sempre faz questão de estar por perto. Sinto meu corpo cansado, mas de uma

forma

boa.

Não



mais

pensamentos ruins em minha cabeça, apenas um sono gostoso que me pega. Sinto os jatos de água borbulhando sem parar pelas laterais da banheira.

Viro meu rosto, escondendo-me dos olhares da ave, e estico minhas pernas,

posicionando-as

estrategicamente nos jatos de água, que batem em cheio em minha boceta. — Oh… — Escorrego meus dedos por entre minhas pernas. Não tenho nenhuma vergonha de gemer quando meu corpo busca por libertação. Meus dedos caem moles na

lateral da banheira, e descanso a cabeça no apoio, olhando sorridente para o teto. Não tinha reparado antes, mas vejo corvos gigantes pintados no meio das nuvens, sobrevoando os navios. Os desenhos são tão realistas. Cada hora meus olhos encontram algum detalhe novo para focar. Vejo um grande homem forte entre as nuvens, com uma forma bruta. Ele carrega em seu ombro um

corvo negro tão belo quanto a noite. Antes de eu cair em um sono profundo, posso jurar que o corvo da imagem se virou para olhar diretamente para mim. Sinto beijos em meus ombros, deslizando calmamente enquanto me perco em luxúria. Meu corpo queima. As mãos dele se prendem em meu pescoço, enquanto o homem sem rosto

me puxa mais para ele. Seu corpo é belo e másculo. Sinto a força que emana dele quando me ergue nos braços e me cola à parede. Suas pernas se erguem, e ele balança seu quadril, movimentando-me em seu colo. Meus dedos percorrem seus cabelos negros, que tampam meu rosto. Deixo a cabeça cair para trás assim que sinto seu pau raspando a

entrada dos meus lábios. A respiração forte em meu pescoço é como um sopro de uma ventania. Perco-me ainda mais quando ele se move e entra lentamente dentro de mim. Sinto o pau grosso me invadindo por completo e choramingo, abraçando o homem com força. Ele se move lentamente, quase saindo de mim, mas volta a entrar com força outra vez, arrancando um suspiro

dos meus lábios. Meu corpo o recebe com agrado mesmo se esticando ao máximo para recebê-lo todo. Minhas paredes o apertam, sufocando o pau dentro de mim, levando-me a explorar outros sentidos. É como se eu estivesse flutuando em seus braços ao ser tomada por tamanho prazer. As mãos fortes apertam minha bunda enquanto me fode lentamente.

Sinto os dentes mordiscando minha orelha, e o toque dele me faz quase gozar. Imploro por mais; por mais força, mais velocidade. Lágrimas rolam pelos meus olhos, e grito mais alto quando seus dentes afundam em minha pele. Ele segue com seus movimentos lentos e contínuos de entra e

sai,

deixando

seu

pau

quase

totalmente fora para voltar mais fundo

em várias estocadas. Rebolo meu quadril, forçando-o a se movimentar mais rápido. Sinto meu corpo se apertando mais à parede que ele me empurra e os dedos esmagando minha pele. Palavras são sussurradas em meu ouvido conforme ele me lambe onde seus dentes se aprofundam. Ele me faz gritar a cada pancada que seu pau dá dentro de mim. A

cabeça se afasta, e o homem força sua cabeça para trás. Existe apenas a escuridão sem rosto, mas me sucumbo a ele, gritando a cada momento. — Droga! Quase morro do coração assim que acordo na banheira. Meu corpo queima como fogo, e não entendo o que aconteceu. Saio rapidamente e corro para o

quarto, secando-me. Pego a mochila, mas meus movimentos param assim que o vestido negro brilha à minha frente. É tão lindo e perfeito. Por mais que não goste, fico extremamente tentada a querer pelo menos ver como ele ficaria em mim. Assim que o visto, cedendo à tentação, fito minha imagem no espelho. A peça de roupa contorna minhas curvas

perfeitamente. É tão belo que faz com que eu me sinta como uma bailarina. Olho todos os detalhes com atenção e aliso-o, sorrindo para a imagem linda à minha frente. Decido usá-lo. Bato a porta atrás de mim e acelero os passos. Ficarei com o vestido somente por esta noite. Encontro quatro mulheres na sala de jantar. Elas riem e brincam, sorridentes.

— Deus, eu amei o seu jeito! — Viro-me para a mulher de vestido vermelho que fala e sorri alegremente para mim. Aliso minha cabeça raspada e sorrio. Na verdade, são poucas pessoas que dizem isso sobre mim. Lembro-me do olhar de pânico da minha mãe quando cheguei em casa desse jeito. — Eu a invejo, meu bem, não de

um jeito ruim. De uma forma muito boa — a mulher carinhosa de vermelho diz novamente. Não parece que é a primeira vez que ela me vê. Sorrio para ela, notando seu rosto brilhoso. Posso ver a beleza em cada canto de sua face. — Quando eu era mais nova, minha mãe me obrigava a sempre deixar os cabelos lisos, fazendo de tudo quanto é tipo de tratamento de beleza. Deus, eu odiava

como minha cabeça doía! — maravilhosa

Obrigada.

Você

está

também.

Nossa,

fiquei

chocada quando te vi. Como consegue esconder todo esse corpão naquela roupa velha de avó? Ela solta uma gargalhada, e todas rimos juntas. — Oh meu Deus, me sinto elogiada. Confesso que entrei em pânico

quando me olhei no espelho. — Ela passa as mãos no vestido e sorri. — Eu me encarei e gostei do que vi. Ela arregala os olhos ao ver outra pessoa se aproximando de nós. — Lia, essa é mesmo você, mulher? — Não sei, porque vejo um mulherão maravilhoso à minha frente — Lia responde.

— Um brinde para todas essas deusas que vejo hoje. — A mulher de vermelho, que se chama Samara, ri e brinca. Brindamos

entre

risos

e

conversamos mais. Descobri que Lia tem quarenta e três anos, um casamento de vinte e dois e um filho de dezoito anos. Seus olhos brilham quando fala dele. A mulher não toca muito no assunto

do marido, mas posso ver que ela tenta afastar sua tristeza. É dona de casa, mas sonha em abrir um pequeno negócio para ela. Samara é divorciada e cuida dos filhos enquanto trabalha como um camelo em uma firma decaída. Mesmo passando por tantos danos, a mulher ainda traz esperança nos olhos. A pequenina que não se esconde

mais atrás das roupas grandes e feias se chama Maybe. Mora com seu pai, madrasta

e

enteada.

É

de

uma

inteligência assustadora, apaixonada por artes, quadros e livros. Posso sentir o medo que ela tem por estar daquela forma, tão exposta, mas não compreendo por que não vê a beleza que nós vemos nela. Rimos muito enquanto bebemos e

tiramos sarro do mordomo assustador. — Será que ele funciona em pensamento? — Vejo Lia rindo e segurando a taça na mão. — Se pensar muito forte nele, o velho vai aparecer do nada e trazer mais vinhos. — Caralho, já levei minha cota de susto com ele — Sam diz, tomando seu vinho e levando uma azeitona à boca. Vejo

seus

olhos

ficando

petrificadas enquanto começa a tossir. — Você está bem? — Médico! Um médico! Ela está se engasgando! — Lia se levanta, empurrando a cadeira depressa, e todas nós olhamos para Samara com pânico. Um homem estranho de face pálida entra na sala, usando um terno vermelho, e caminha para ela, enquanto a olha atentamente. Ele a puxa pelas

costas e aperta as mãos com força em seu peito, dando um solavanco nela. De repente, a azeitona voa e cai diretamente na cara do mordomo. Depois de tantos vinhos que tomamos, nós fazemos a mesma coisa que estávamos fazendo desde a hora que chegamos: caímos na gargalhada. — Senhoritas… — O homem alto a deita em seu colo e a aperta mais forte,

levando-a para fora da sala. — Será que, se eu torcer meu pé, ele volta? — Eu e Lia nos viramos para Maybe, que segura a taça de vinho e olha como se nunca tivesse visto um homem à sua frente. — As quietinhas são as piores — Lia diz e ri mais alto, enquanto Maybe sorri e aperta a taça. — Sempre. Anda, gata, vamos

desfilar esse seu rabão por este hotel. Lia se levanta junto com Maybe e pega uma garrafa de vinho, levando-a aos lábios. Solto minha taça e pego uma para mim e outra para Maybe. — Meu Deus! — Nós nos viramos para Lia, que está com a mão no coração. — Estão ouvindo? Deus, essa é minha música! Ela começa a dançar e balançar

seu corpo, deixando seu requebrado mais rápido. Balanço o meu junto com ela, rindo ao som da música da Cyndi Lauper. — Queria saber de onde vem essas músicas. — Olho para Maybe, que encara o teto como uma tapada. — Cala a boca e mexe esse rabo, Maybe! — grito e jogo meus peitos para frente, abrindo meus braços e mexendo

na sua frente. Nós saímos daquela sala olhando para tudo. Há infinitos corredores com tapeçarias vermelhas. Queria poder desvendar todos os segredos deste hotel estranho. — Será que podíamos estar aqui? — Lia pergunta e leva mais um gole de vinho à boca depois de olharmos porta a porta.

— Acho que sim. — Maybe para em um corredor cheio de quadros e olha um a um. — Deus! Isso é um Leonardo da Vinci! Encaro a imagem e vejo apenas um desenho estranho. Meus passos vão para a porta no final do corredor. Tiro as sandálias e as levo em meus dedos, sentindo o efeito do vinho subindo rápido como um foguete.

Ao entrar na grande sala, noto um sofá de veludo vermelho. Ao lado, há uma carteira de cigarro. Olho para os lados, procurando por alguém, mas não tem ninguém aqui além de mim. — Será que posso fumar? Viro-me

para

trás,

esperando

encontrar as garotas, mas não tem nenhuma

delas.

Sumiram.

Jogo

a

sandália no chão e pego um cigarro para

mim. O isqueiro de prata ao lado se acende enquanto solto uma tragada. Olho tudo ao redor, parando próximo a uma estátua de um homem nu. Rio ao ver o tamanho do pau. — Caralho, seu pau é maior que sua perna. — Bato com meu dedo lentamente, rindo para ela, e a porcaria vai ao chão, quebrando o membro do pobre homem. — Merda!

Abaixo-me e o pego, tentando encaixá-lo de volta. A primeira coisa que faço quando vejo que não vai dar certo é jogar o pau atrás da almofada do sofá. Corro rapidamente para a grande porta aberta, que dá para um gramado. Caminho por ele, vendo as grandes árvores parecem se esconder de toda a cidade. Ao olhar para o céu, vejo um pássaro que corta as nuvens e some nas

árvores. Olho para a piscina iluminada e trago o cigarro, indo até a água, levando a garrafa de vinho para meus lábios. Paro perto da piscina e encaro o céu negro e estrelado. É a coisa mais calma que já fiz na minha vida. Nunca tenho um tempo

para

mim,

para

meus

pensamentos, sem gritaria ou briga. Sinto apenas paz. Confesso que fico

extremamente tentada a fazer mais uma arte. Solto a garrafa e jogo o cigarro no chão. Afasto-me, dando oito passos para trás, e olho ao redor, vendo que só tem eu aqui. Qual é? Estou bêbada e é Dia das Bruxas, por que não fazer uma travessura? Ergo o vestido rindo e olho para a água. Corro em disparada, sentindo o vento bater em meu rosto.

— BOLA DE CANHÃO! — grito e gargalho, jogando-me com tudo na água. Antes de cair, vejo um homem alto parado na beira da piscina com as mãos no bolso da calça, os cabelos negros até os ombros, usando uma roupa preta, mas é tarde demais para parar. Caio e afundo na água morna. Submerjo rapidamente e olho para os lados, procurando pelo

espião, mas não tem ninguém aqui. Meu

peito

sobe

e

desce

rapidamente. Acho que estou ficando louca. Olho para todos os lados e balanço minha cabeça. Fecho os olhos e deixo meu corpo boiar na água. O som de longe que vem do hotel toca mais alto Take On Me. Rio ao imaginar a cara da Maybe procurando de onde vem a tal música. Ainda fico um

tempo batendo meus braços, nadando e dançando ao mesmo tempo dentro da piscina. Nado até a beirada, segurando para me levantar para sair dali, mas sinto dedos se fechando em minhas mãos, fazendo-me erguer os olhos. Aqui está o estranho espião que eu tive certeza de que tinha visto. Ele me puxa forte, tirando-me da piscina e me colando em seu peito. Sinto uma energia

percorrer meus dedos quando ele os toca. Os olhos negros em contraste com sua pele clara me fitam. É tão belo. É quase como se tivesse saído de outro mundo. Seus olhos se abaixam e param em meu rosto, enquanto tento sorrir para ele. O rosto másculo se abaixa, e ele deixa seu olhar parar em minha boca. Meu peito sobe e desce rapidamente, acelerado.

— Eu… acho que estou te molhando — sussurro. Nunca tinha ficado envergonhada diante de um homem, muito menos sem reação.

Estou

parecendo

uma

adolescente besta. Seus dedos passam por minhas costas e me puxam mais para ele. Seu rosto se aproxima de mim e entro em parafuso assim que sinto a quentura dos

seus lábios nos meus. Ele me aperta mais forte e me beija com doçura. Meus braços o apertam. Nada mais parece fazer sentido, apenas esse momento e esse beijo. É quase pecaminoso, mas sinto muito prazer. É como se só com esse beijo eu pudesse voar para longe de tudo que me machuca. Pela primeira vez, sinto-me livre.

— Oh meu Deus… Eu não sei como começou ou como chegamos aqui, mas fico feliz em ir para onde ele me leva. O homem sorri para mim e me puxa mais para ele, enquanto corremos pelo gramado, por entre as árvores. Nós sumimos no pequeno bosque. Não demora para nossas roupas estarem jogadas no chão. Somos apenas eu e ele nos

embolando

em

cima

das

roupas

molhadas. Coloco meus dedos em sua cabeça, enquanto ele suga minha boceta mais

forte,

lambendo-a

lentamente.

Reviro meus olhos e me perco no céu estrelado, sentindo minha respiração acelerada. Caralho! Esse homem sabe chupar bem demais! Aperto minhas pernas ao sentir sua língua me fodendo. Seu corpo se move, quase me

fazendo chorar, e ele afasta bem minhas pernas, posicionando-se entre mim. Vejo seu pau com as veias saltadas, enquanto o homem o segura entre suas mãos, levando a grande glande redonda até a entrada, deslizando-a lentamente em mim. Sua cabeça tomba para trás quando entra devagar. Sinto meu corpo se esticando para poder inteiro.

tomá-lo por

Porra,

ele

tem

um

pau

maravilhoso. Suas mãos forçam minhas coxas no chão, abrindo-as mais enquanto ele se move. Podia gozar apenas por ver seu rosto tão expressivo. Estou sendo fodida no meio do mato por um homem desconhecido, mas nada me parece tão perfeito quanto as estrelas sobre nós. Ele move com mais força, fazendo

ecoar o barulho das nossas pélvis se encostando. Grito de prazer quando se move mais rápido e mais poderoso, com minha boceta engolindo-o. Seu corpo se movimenta com tanta força que é como se todo o mundo dele dependesse deste momento. Quem quero enganar? O meu também depende. Ergo meu corpo, colando-me a ele, e suas mãos soltam minha coxa para

apertar minha bunda. Eu o monto e cruzo minhas pernas em suas costas, levando-o ao chão para ficar por cima. Cavalgo livremente em cima dele e paro meu quadril, rebolando, com seu pau todo dentro de mim. Deslizo meus dedos por seu peito e subo e desço rapidamente, sentindo toda a energia que nos consume como fogo. É como estar na beira do mundo, jogando-me do topo.

Seus dedos vão ao meu clitóris, esfregando-o em círculos, fazendo-me sentir ondas de choque em meu corpo. Subo e desço com toda necessidade, tomando-o mais, explodindo em mil partículas. Grito no meio da noite escura e gozo em seu pau. Aperto mais meus dedos em seu peito e sinto minha boceta se apertando. Perco-me ao encarar seus olhos

negros que me observam. Ele sorri para mim, deixando seu rosto ainda mais lindo. Caio sobre ele e o beijo com luxúria. É como se nada tivesse valido a pena até este momento. Como se minha vida toda fosse presa em uma gaiola e só agora sei o que é a liberdade. Aperta-me em seus braços e continua

me

beijando.

Movo

meu

quadril em reboladas, enquanto nós dois

gememos. Seu corpo me vira, e o homem sai de mim. Sou virada sobre a roupa molhada e fico de quatro para ele. Seu pau se posiciona em minha boceta, em batidas lentas, como se estivesse me torturando. Seus dedos passam por ali, e o desconhecido volta deslizando-os lentamente na entrada da minha bunda, esfregando-a e se infiltrando. Meu corpo congela, e viro meu rosto para ele, que

se move dentro de mim. Tira seu pau da minha boceta, esfregando-o lentamente no meu ânus. Sinto a fisgada de dor que meu corpo solta conforme ele empurra mais. Uma mão se prende em minha cintura, segurando-me no lugar, enquanto a outra desce para circular meu clitóris. Não sou muito adepta do anal, mas desejo fazer isso com ele. O tesão

aumenta junto com a chance de alguém nos pegar neste lugar. Também tem o fato

de

ele

ser

um

completo

desconhecido, o que torna tudo isso excitante. A mistura do desejo com a dor aumenta até sentir seu corpo por completo dentro de mim. Seu pau começa a se mover lentamente em estocadas, fodendo meu rabo, enquanto sua mão alisa minha

boceta, que pinga em seus dedos. Aperto a grama embaixo de nós e empino mais para ele, rebolando com seu pau dentro de mim. — Isso, isso… — grito alto. O desconhecido começa a se movimentar mais rápido, tão duro e forte. Porra, nada me deu mais prazer do que a forma como ele me fode. É como se estivesse acabada.

Estou eliminada para qualquer outro pau que me foderá depois disso. Ergo meus olhos aos seus, com seu corpo se movendo forte dentro de mim, e sinto meu corpo indo até as estrelas. — Caralho! — Gozo forte com seu pau fodendo meu rabo cada vez mais fundo. A dor é substituída pelas fagulhas das várias correntes elétricas que me cortam.

Suas mãos deslizam pelas minhas costas e param em meu ombro. Ele me puxa, colando-me em seu peito. Prendo meus dedos em seu pescoço e viro minha boca para beijá-lo, deixando-nos colados, com nossos corpos se movendo em rápidas estocadas. Sua mão desliza pelo meu peito e o aperta, acariciandoo. Sinto que me perco em suas carícias, que me sugam a alma. Nós dois

explodimos, mas desta vez, eu o levo comigo. Afasto-me dos seus lábios e fito seu olhar. Entre gemidos e gozos, sinto seu jato quente me preenchendo e me aquecendo por dentro. O que me desestabiliza é seu olhar vidrado no meu. Tudo congela à nossa volta. É como se estivesse presa a este momento para sempre. Nossos corpos desabam sobre as roupas molhadas, e

sinto seu coração batendo forte junto ao meu.

Minha cabeça roda enquanto entro no ônibus, olhando pela janela. Estou com o maior porre e com uma dor de cabeça horrível. Acordei no meu quarto do hotel com um vestido molhado caído

no chão. Olhei perdida para tudo, tentando me lembrar do que tinha acontecido na noite passada, mas não me recordei de quase nada. Apenas que bebi durante o jantar com as meninas. Ao voltar para casa, vejo que nada mudou. Meu irmão ainda não voltou, e minha mãe não sabe onde ele está. Meu pai continua sentado no sofá, olhando para a TV, e minha irmã grita

com seus filhos para deixá-la quieta conversando no celular. Subo as escadas lentamente, e tudo parece tão solitário. Olho para a janela vazia e não vejo nenhum sinal do pássaro chato. A única coisa nova ali é a pequena caixa de música na cômoda. Solto a mochila e a pego, dando a corda. Uma bailarina sai da caixa e começa a dançar junto ao seu par. Olho para o

homem que a segura nos

braços

enquanto os dois rodam. O contraste da pele dele com a dela brilha junto ao sorriso que a bailarina tem ao dançar com o amado. — Ai que linda! — Viro-me e olho para minha mãe que entra no quarto e me encara. — Foi a senhora que a deixou aqui? — pergunto e volto meus olhos

para o casal de bailarinos. — Não, amor, já estava aí. — Minha mãe caminha para mim e me estende uma carta. — Estava aqui no seu quarto quando vim limpar. Também chegou isso para você, Gior. Deixo a caixa na cômoda e pego o papel, reconhecendo o carimbo. — Devia abrir, Gior. Sabe tanto quanto eu que as chances não batem

mais de uma vez na nossa janela. Aquela mulher realmente gostou de ver você dançar. Aperto o envelope e olho para minha mãe. Antes do derrame do papai, eu tinha feito minha inscrição para a academia de dança. Fiz a prova e passei em todos os testes, mas não fui porque não poderia largar minha mãe aqui sozinha.

— Deixa para outra pessoa, mãe. — Sorrio fraco para ela. Pego a carta e a jogo no fundo da gaveta. — Giorgiana, a única coisa que vale a pena na vida são nossos sonhos. Como pode achar que não importa, meu bem? Importa, ainda mais quando sei do seu futuro, minha filha. — Não posso te deixar aqui, mamãe. A Lola fará a senhora de

escrava — sussurro. — Meu bem, acha que isso vai mudar contigo aqui? Sua irmã é imatura, mas ela vai aprender isso. A gente aprende com os filhos. Não fique presa a nós. A gaiola que nos segura é nossa mente, meu bem, se livre dela e vai lá. Encha essa velha aqui de orgulho! Sinto seu toque em meu rosto, enquanto ela me beija lentamente,

sorrindo para mim. Assim que minha mãe sai do quarto, abro a carta e a aperto em meus dedos. “Cara

Giorgiana,

é

com

felicidade que a informamos que foi aceita na nossa academia. Sua bolsa ainda te espera.”. Foi assim que me vi embarcando em um ônibus para Nova York. Dou corda mais uma vez na pequena caixa de

música. No final das contas, minha irmã tomou juízo depois que saí de lá. Ela foi obrigada a arrumar um emprego para se bancar e ajudar na casa. Minha mãe conseguiu internar meu irmão, e meu pai ainda continua o mesmo. Estou

indo

para

a

segunda

apresentação em um teatro. Nunca mais vi o corvo chato. Sinto falta dele. Toda

noite, sonho com um par de olhos negros e continuo sem saber se aquilo foi verdade ou ilusão.

CLAUS

Claus observa Gior mais uma última noite antes de partir para os céus. Ela dorme lindamente. Ele gosta de olhar para a moça, assim como gosta da sua voz e de quando ela dança à noite no quarto para se esquecer dos problemas. O homem se perdeu nos olhos negros

que o prendeu e o sugou quando teve sua liberdade junto a ela. Jamais se viu tão perdido em sua vida. Como um corvo mensageiro, vagou por muitas terras, vivendo no vazio. Ele gostava quando podia se libertar em forma de homem para se deitar com sua escolhida, mas, agora, tudo parecia tão solitário.

“Dorian Gray tem um retrato de corpo inteiro de Basil Hallward, um artista

que

está

impressionado

e

encantado com Dorian. Através de

Basil, Dorian conhece lady Morgana e logo se encanta com a visão de mundo mística da bruxa, que lhe mostra que a beleza e a satisfação sensual são as únicas coisas que valem a pena perseguir na vida. Entendendo que sua beleza irá eventualmente desaparecer, Dorian expressa o desejo de vender sua alma para garantir que o retrato, em vez dele, envelheça e desapareça. O

desejo é concedido, e Dorian persegue uma vida de experiências variadas e amorais; enquanto isso, seu retrato envelhece e registra todas as coisas ruins que o corrompem. Ele se sente tão vazio e solitário, vivendo preso dentro do retrato amaldiçoado, a espera de quem um dia o libertará e o verá pela forma real que é, pois homens travessos não merecem doces.

“.

MAYBE

— Ei, baleia, não vai sair para se entupir de doce hoje? Estou com os fones nos ouvidos, procurando

por

uma

música

no

aleatório, em silêncio, sentada à mesa, quando minha irmã por parte de pai entra na cozinha com suas amigas.

Solto o ar lentamente, tentando não prestar atenção em sua presença. Arrumo o celular em meu bolso e me levanto da cadeira, tentando não parecer patética ao tirar meu rabo gordo de lá. Isso só faz com que ela ria mais de mim. — Estou falando com você, bastarda! — Sua mão bate em meus fones, levando-os ao chão. — Parece uma retardada com esses fones.

— Você sabe pelo menos o que significa essa palavra, Daniela? — Olho séria para ela, segurando toda a raiva que sinto dentro de mim. Acumulei a ira de todos esses anos de merda que vivi dentro desta casa. — Pessoas ridículas como você, baleia. — Ela e as gralhas gargalham. — Antes de falar merda, procure saber se não está se xingando. —

Abaixo e pego o fone, conectando-o no meu celular outra vez. — Retardado é um atrasado, que demora, se atrapalha ou que se perde. Alguém que tende a ser vagaroso, quase parando. Quem é a retardada aqui não sou eu, suponho. Mas acho que é pedir demais que uma pessoa burra e vazia como você entenda isso. — Sua por… — Daniela fica parada no lugar com os olhos faiscando

para mim. — Vocês duas! Parem agora! — Laila entra na cozinha e me encara como se fosse eu que comecei a briga. — Dani,

você

não

tinha

que

estar

procurando uma fantasia para a festa? — Eu vou. Por isso as meninas estão aqui, mãe. A gente veio só pegar algo para beber antes de sairmos. Perguntei para Maybe se ela queria ir,

mas, como sempre, ela foi muito doce. Os olhos verdes se viram para mim e me encaram com o mais puro veneno. Ela sabe manipular muito bem uma ação contra os outros. Vaca do caralho. Eu só quero ir para longe disso tudo. —

Por

que

não

pode

ser

agradável, Maybe? — Solto o ar lentamente, e a cobra sorri para mim por

trás da mãe dela. — Está sempre sozinha. Na sua idade, nem namorado tem. Sua irmã só quis ser simpática com você. Você vai com ela. — NÃO! — eu e Daniela gritamos juntas. Sinto o maior nojo só de pensar em ficar perto dela por muito tempo. Seria horrível. — Olha, tenho outros planos.

Desculpe. Pego minha mochila e jogo nas costas, tentando dar um jeito de sair daqui. — Mãe, ela não quer ir, OK? Não precisa forçar. Não quero ter que ouvir mentiras dessa garota, pois sabemos que o maior compromisso dela é ficar em casa comendo. — Daniela! — Ouço a voz falsa

da Laila como se realmente tivesse tomado minhas dores, mas sei que nada disso é verdade. A mulher é tão falsa quanto a filha. — Só disse a verdade! — Daniela passa por mim e pega uma maçã, levando-a à boca enquanto me encara. — Não menti. Para seu governo, não ficarei em casa comendo. — Puxo a bolsa com raiva e jogo na mesa antes de

abri-la. — Ganhei um sorteio da rádio que valia uma noite no hotel novo da cidade, então a única pessoa que passará a noite em casa será você. — Mas… Mas, mãe! Ela não pode dormir fora! — Ela se vira para mim e cruza os braços com raiva. Ergo o envelope para Daniela e o balanço no ar, sorrindo descaradamente. — Na verdade, eu posso. Sou

maior de idade e responsável por mim. Pego a mochila e jogo a porcaria do envelope lá dentro de novo. Saio o mais rápido possível de lá. Laila ainda me olha, mas desvia seus olhos de mim rapidamente, como se eu não fosse nada naquele lugar. O que não deixa de ser verdade, pois não passo de uma zero à esquerda que entrou como uma intrusa nesta casa.

Laila sempre gostou de jogar na minha cara que meu pai só teve realmente dois amores em sua vida. Uma delas é a galeria de arte, que é passada de geração em geração. Meu pai ama todas as obras expostas, as telas e as estátuas. A segunda paixão foi minha mãe, que era uma pintora linda, de pele negra, que ele se apaixonou na época da juventude.

O que Laila nunca deixa de falar é o fato de minha mãe ter se tornado a amante dele por longos anos. Quando engravidou, ela foi embora daqui. Até meus treze anos, eu era feliz ao lado dela. Minha mãe era meu mundo. Fez com que me apaixonasse por cada tela, cor e tintas. Aos catorze, ela faleceu de tuberculose grave. Em algum momento da doença, deve ter contado para meu

pai sobre mim, pois, no mesmo dia que a enterrei, vim parar aqui. Laila aceitou a filha da traição dele, pois meu pai a fez me engolir. As duas me mostraram o que era o inferno, fazendo-me sofrer a cada passo que dava. Desenvolvi um distúrbio alimentar com a perda da minha mãe. Antes dos dezenove anos, eu já usava 46, não tinha um namorado e nunca

sequer tinha beijado alguém. Cada vez me trancava mais. Tinha paz apenas na arte. Com dezesseis anos, consegui convencer meu pai a me deixar trabalhar com ele, o que não mudou tanto assim meu modo de me alimentar. Uso da comida para todos os sentimentos que tenho dentro de mim; se estou feliz, eu como. Se estou triste, como também.

Quando sinto saudades da minha mãe, acordo no meio da noite para fazer brigadeiro. Fora sua cor de pele, eu não herdei nada da sua beleza. Agora, aos vinte e um anos, não tenho nada além de uma grande bunda gorda e redonda. Uso calças 48 por ter um e sessenta e quatro de altura e noventa e três quilos. Não tinha ideia de que realmente

iria aceitar o convite para o hotel até me ver bêbada cantando Cyndi Lauper com duas mulheres mais bêbadas do que eu, rindo à toa. Olho tudo ao nosso redor enquanto rimos alto de cada coisa estranha que acontece, mas sem deixar de me perder em cada detalhe das pinturas. É como se as telas fossem de verdade. — Vocês acham que essas telas

foram roubadas? — sussurro, entrando em outro corredor, olhando para a vasta coleção

de

telas

da

época

do

Ilusionismo. São tão antigas que é impossível que sejam reais. Assim

que

viro

meu

rosto,

percebo que estou sozinha. — Ótimo, bolota, conseguiu se perder! — Solto o ar lentamente e sinto raiva de mim mesma. — EI! MULHER

DEIXADA PARA TRÁS AQUI! Gior? Lia? Encosto-me na parede e solto o ar lentamente, sem acreditar que estou bêbada e solitária. É tão trágico. Pelo menos não estou comendo como a vaca da minha irmã disse que estaria. Aproveito e ergo a garrafa aos lábios, bebendo um grande gole. A música que começa a tocar, bem

distante, chama minha atenção e me faz abrir meus olhos, procurando de onde ela vem. Não tem nenhuma caixa de som aqui ou outro aparelho sonoro. Sorrio ao me lembrar dessa canção. Minha mãe adorava dançar e pular pela casa quando queria me fazer sorrir. Aperto a garrafa com mais força, tendo

um

pequeno

momento

de

felicidade ao me lembrar daquela época.

Éramos apenas nós duas, mas éramos tão felizes. Gostaria de sentir uma alegria tão intensa outra vez. Foco no quadro do velho solitário e de olhos tristes e vazios, entendendo muito bem como ele se sente. A tela é tão grande que pega a parede quase toda. Nunca vi esse quadro em nenhum dos livros ou revistas da galeria do meu pai. A música volta a tocar mais alta,

como se me chamasse para ela. Balanço minha cabeça e rio. Solto o ar e aperto a garrafa, erguendo-a próximo à minha boca como um microfone, fazendo as mesmas caras que minha

mãe

fazia

junto

com suas

coreografias. — It's rainin’ men. — Ergo meus dedos,

apontando

para

o

quadro,

sentindo-me a verdadeira Martha Wash.

— It's rainin’ men. Hallelujah! It’s rainin’ men. Every specimen. Rio mais alto, balançando meu quadril e soltando um grande tapa ali. Assim que a música termina, sinto meus cabelos colados ao meu rosto, pois estou completamente suada, mas com um sorriso gigante. Volto meus olhos para o corredor vazio, sem acreditar que acabei de

cantar e ainda dançar como uma louca. Fico surpresa quando encaro o grande retrato, que não contém mais um velho, mas sim um homem jovem. Seus cabelos são negros, e a face é máscula e fechada. Os grandes olhos estão presos em mim como

se

realmente

estivesse

me

olhando. Olho para os lados e volto a encará-lo. Em seguida, encaro a garrafa

em minhas mãos, cheirando-a com pavor, tentando adivinhar o que tinha bebido a ponto de me fazer ter alucinações. Balanço a cabeça para dispersar a loucura e praticamente grito, jogando-a

longe

assim

que

olho

novamente para o quadro e vejo que está vazio. Não tem mais nada ali além do grande relógio sem ponteiro. — OK, você está bêbada. Só tem

que chegar até seu quarto ou gritar por aquele mordomo psicopata. — Começo a caminhar mais rápido, sem querer olhar de novo para aquela tela e descobrir que não tem nada lá. Podia jurar que vi um homem de idade! E que depois ele se transformou em um homem novo, mas desapareceu logo em seguida. — Apenas mexa esse rabo, Maybe.

Eu nem sei como consegui chegar até o quarto, não depois de tropeçar duas vezes e ainda cair do segundo degrau das escadas. Por incrível que pareça, chego viva. Jogo meu corpo na cama e volto o olhar para o teto. — O que foi isso? — sussurro e fecho meus olhos.

Posso realmente vê-lo outra vez em minha mente. O jovem do quadro era tão belo com seus ombros largos e terno preto, que mostrava o contorno dos seus músculos. Céus! O que está se passando em minha cabeça? É apenas um quadro! Um muito louco que agora me fez ficar imaginando coisas. Como seria sentir o toque daqueles lábios firmes do homem

de traços másculos? Abro meus olhos, obrigando-me a voltar para a realidade, e fico de pé. Jogo as sandálias para longe e retiro o vestido. Ao tirá-lo, deixo de ser a mulher bela com curvas volumosas e volto a ser apenas a baleia solitária. Restou apenas o rosto lindo por estar maquiado. A verdade é que nem mesmo em

quadro um homem olharia para mim. Seria a velha Maybe sempre. Jogo o vestido no sofá, e as primeiras lágrimas descem em meu rosto. Puxo as grandes cobertas e me enrolo

embaixo

delas,

chorando

baixinho colada no travesseiro. Sinto um calor que me puxa forte e uma mão que acaricia meu rosto como um momento roubado. Abro meus olhos

lentamente e observo os olhos místicos e solitários perto de mim. Estou sonhando, sei disso. Não é a primeira vez que sonho com algum homem, mas imaginar aquele era algo memorável. Perco-me em sua carícia, e ele me olha. — Por que chora? — pergunta baixo, olhando-me com ternura. — Só em sonho para poder te ver

tão de perto. — Meus dedos se erguem e alisam seu rosto. Ele é realmente a pintura mais bela que já vi em toda minha vida. — Uma Vênus não devia chorar… — Seus olhos param em meus lábios, e penso se é possível beijar em sonho. Sorrio tardiamente da forma como ele me descreveu. Sou tudo menos uma Vênus, mas prefiro guardar isso para

mim para não atrapalhar o momento tão belo. — Você é tão lindo. Deslizo meus dedos em seu ombro. Claro que é sonho! Só assim para estar deitada com um homem nu. Isso apenas confirma minha teoria. — Nada é mais belo do que um coração puro, Vênus. Não tenho beleza e nem almejo mais a tela.

— O que almeja? — Seus olhos se focam nos meus, e ele franze a testa, surpreso com a pergunta que fiz. — Tudo o que nunca tive nessa longa vida. — Ele traça os dedos por meu pescoço e desliza por meus ombros, fazendo-me sentir coisas que nenhum sonho me fez sentir. — Talvez um pouco de amor, Vênus. E você? — Amor também. Alguém a quem

amar, que não se importe com a minha aparência. Alguém a quem cuidar, para não me sentir tão solitária. Você é um sonho, mas me faz desejar ficar para sempre aqui, sabia? Sinto-me exposta diante dele, mas é como se ele derrubasse minhas barreiras. Quando os dedos apertam meus braços e o homem se abaixa, sinto o gosto dos seus lábios quentes. A forma

como me beija é como se sugasse minha alma para ele, retirando toda a dor ela que traz. Nunca me senti tão viva. Aperto-o com força, como se ele fosse meu sol de verão. Neste momento, não serei mais a velha Maybe, serei a sua Vênus. Seu corpo se posiciona em cima do meu, e sinto o peso forte que me prende ao colchão. — Então, seremos perfeitos esta

noite, pequena Vênus, pois para mim você sempre será perfeita. Sinto-me mais viva a cada beijo que ele distribui em meu corpo. Não tenho vergonha. Sinto-me como uma mulher cheia de paixões, que deseja ser amada

com

todas

suas

forças,

independentemente de qualquer coisa. Sua boca para em cima do meu seio e o suga. O movimento é novo para mim e

me faz gemer de medo e desejo, querendo mais do abismo que ele me puxa. Arrasto meus dedos por suas costas, e ele usa suas pernas para me abrir mais para ele. A mão escorrega entre nós, puxando a calcinha com força, como se ela fosse apenas um empecilho, jogando-a rasgada no chão. Meu corpo está trêmulo de antecipação. Aqui,

perdida em meus sonhos, desejo que tudo isso seja real. Seus braços param ao meu lado, sustentando seu corpo, e ele se move lentamente, puxando seus quadris até seu pau se esfregar em mim. Mordo meus lábios quando a ponta da cabeça grossa se arruma em minha entrada. Ele se empurra

lentamente,

e

meu corpo

congela assim que sinto a pequena

fisgada de dor. Seu olhar pousa em mim em choque, fitando-me em silêncio, e irei chorar se ele parar agora. — É virgem? — Olha para baixo e volta a me encarar com espanto. Seguro seus braços com medo de ele partir e me deixar aqui, obrigandome a acordar frustrada. — Por favor… Por favor, não quero acordar agora. Por favor…

Os olhos me fitam em silêncio, com a dúvida que parece durar uma eternidade. E então, ele se decide, e meu coração explode. No momento em que nossos lábios se tocam em uma série de pequenos beijos provocantes, sinto um choque delicioso de prazer e de surpresa irradiar por todo meu corpo. É como se tivesse passado toda minha vida de

adulta esperando por este momento mágico com esse homem em particular. É como se o primeiro toque doce e elétrico dos lábios dele contra os meus me

fizesse

inteira

e

completa,

abastecendo uma necessidade dolorida e infinita. Ele também parece precisar de mais. Ouço a respiração dele ser sugada para dentro e o vejo colocar uma mão

atrás da sua cabeça antes de ele trazer a boca vigorosamente sobre a minha. Os braços dele estão ao meu redor enquanto me beija. Realmente me beija. Beijos longos e úmidos que fazem meu corpo queimar com desejo e necessidade, levando

para

longe

as

pequenas

inibições que tinham sobrado. Eu o beijo de volta, amando a sensação de seu espesso e sedoso

cabelo

debaixo

dos

meus

dedos.

Aprecio experimentar a textura da pele dele. Seus lábios são tão quentes e insistentemente doces que os lambo e os mordisco como se fossem sorvete de chocolate. Não consigo o suficiente dele. — Oh, por favor… — imploro, colocando as duas mãos no seu rosto. — Por favor, preciso de você.

Com a respiração presa em minha garganta, quase paro de respirar. Deus todo

poderoso,

isso

está

mesmo

acontecendo. A grande cabeça do seu pau começa a entrar devagar entre os lábios da minha boceta, para dentro da minha passagem molhada, dolorida e intocável. Sinto meu corpo se abrir para acomodá-lo

e

ele

enfiar

seu

comprimento grosso todo em mim. As

sensações

resultantes

disso

são

totalmente deleitáveis, varia entre a dor e a luxúria que me consome. É o sonho mais real que já tive. Quando ele está completa e profundamente

dentro

de

mim,

estremeço, já à beira da queda no paraíso que pertence exclusivamente aos amantes. —

Eu machuquei

você?



sussurra a pergunta contra meus peitos. — Não, não. Estou amando isso. — Diga​-me o quanto você gosta — encoraja, começando em um ritmo lento, fixando-se bem no fundo. — Diga-​me que você gosta de ter​-me dentro de você tanto quanto amo isso, minha Vênus. Não posso começar a descrever o quão bom é estar dentro de você. Sente isso? É bom e apertado, tão

quente. Nunca foi desse modo com qualquer outra. Deus, isso é bom. As palavras que saem dele faz meus

músculos

do

estômago

se

apertarem. Coloco meus braços ao redor do pescoço dele e minhas pernas ao redor da sua cintura. — Nunca mais quero acordar. Nunca mais quero me sentir sozinha. Em resposta ao meu pedido, ele

aumenta a velocidade, e o comprimento de seu pênis se afunda em mim. Mal respiro com as ondas de prazer que me lavam. Lançando a cabeça de um lado para o outro, grito e agarro os quadris dele, que me bombeiam rapidamente. A primeira onda de felicidade troveja por mim, fazendo meus dedões dos pés se enrolarem. Arqueio as costas enquanto meu mundo se quebra ao meu

redor. Ele me empurra suavemente para trás na cama e continua o assalto dos meus sentidos, beijando, segurando e empurrando até que eu sinta o fogo doce do êxtase que queima em meu corpo quente. Estou à beira de definhar uma segunda vez quando o grande corpo dele começa a estremecer. Gemendo, coloca as duas mãos nos meus quadris e

bombeia seu pau fundo em mim em um frenesi descuidado. A velocidade e força de suas punhaladas me enviam acima

da

extremidade

da

mesma

maneira que ele entra em uma explosiva erupção de satisfação. Sinto os jatos quentes

me

invadindo

como

uma

corrente forte. Ele desmorona em cima de mim, enterrando até o fim do seu pau aqui

dentro, e embrulha seus braços ao redor das minhas curvas. Acaricio suas costas, passando as mãos para cima e para baixo. Seu corpo se retira de mim, e ele cai ao meu lado, incapaz de suprimir mais o desejo. Ele gira ao meu lado e retira o lençol que eu me cobri, puxando-me para encostar as costas em seu peito. A sensação da minha bunda

arredondada descansando contra as coxas dele parece correta. Ele desliza seu braço ao redor da minha cintura e acaricia meus seios, mordiscando meu pescoço. O homem enterra o rosto contra meu pescoço e abaixa o peso sobre mim. — Não posso acreditar como é boa a sensação de fazer amor com você. É estranho como isso é tão

correto. Como se, mesmo em sonho, eu tivesse esperado minha vida toda por esse momento. As grandes mãos alisam meus cabelos, e ele canta uma música antiga em uma língua que não entendo, mas que traz paz, fazendo-me adormecer. Dorian Ainda está escuro lá fora quando Dorian desperta. Ele fica imediatamente

ciente da Vênus ao lado dele. Gira sua cabeça e a vê deitada sobre seu estômago. A coberta que puxou em cima deles antes de adormecer está amassada em um nó em seus pés. Estuda o corpo dela pelo luar lustroso do quarto graças às janelas abertas de seu quarto. Seu rosto está virado para baixo, e seus peitos estão escondidos do olhar dele. Admira as linhas do corpo escuro e

suave dela, da curva de suas costas até a bunda deliciosa e arredondada. Suas pernas

são

bem

formadas

e

encantadoramente grandes. Endurece imediatamente enquanto olha para ela. Há muitas eras não se sentia assim. Ela é absolutamente perfeita em todos os sentidos. Até mais perfeita que a própria Vênus. Inferno, ela é uma Vênus de Ébano. Ele deseja

que seja sua Vênus. Será seu primeiro para sempre. É amante dela. O que aconteceu estava entre ele e a Vênus de curvas doces. Suspira com prazer ao se lembrar de como seu pau se ajustou ao corpo dela. Deslizar em sua boceta quente, o dolorido

pau

dentro

aquecidas

e

apertadas

das

paredes

dela

pela

primeira vez, deu a ele uma excitação

incrível. Sentiu como se fosse onde sempre quis estar, onde precisasse estar. Não demora a perceber que deslizar nela pareceu mais como voltar para casa do que fazer amor com ela. Dorian, pela primeira vez, desejou voltar a ter um lar. Desejou que fosse sua Vênus a aceitar sua velha e cansada alma.

MAYBE

DOIS MESES DEPOIS

— Pai, posso falar com você? Solto o ar lentamente e entro na sala depois de meu pai me dar permissão.

— Já se preparou para próxima exposição em janeiro? — Ele volta seus olhos para a revista, lendo um artigo de vários quadros que foram doados ao museu da cidade. — Pai… — Acha que poderíamos falar com esse doador de telas? Talvez tenha algo em sua exposição ainda. O que acha?

Poderíamos

ir

àquela

festa

beneficente. Dizem que terá bastante gente lá observando novos artistas. — Pai, estou partindo. — Solto de uma vez, e ele continua lá parado, olhando para a revista. De repente, ergue sua cabeça para mim, e sorrio para ele. De certa forma, meu pai foi o mais próximo que tive de amor depois da morte da minha mãe. Está sempre tão perdido em seu mundo

da lua, mas eu o amo, pois foi por ele que também tive o mesmo amor pela arte. — Não pode. Joga a revista na escrivaninha e tira os óculos, voltando a me olhar com seriedade. — Na verdade, posso. — Encolho meus ombros e dou mais um passo à frente. — Sou maior de idade, pai. A

mamãe deixou seu apartamento para mim, e passei na seleção para ser ajudante no museu. Eu te amo mais que tudo, mas gostaria de fazer meu caminho longe daqui. — Não é feliz aqui comigo, com sua irmã? Sorrio para ele. Sei que devia contar a verdade, mas a quem queria enganar? Meu pai teria seu jeito perdido

para sempre. Minha madrasta era boa para ele de certa forma. Ele não viveria sem ela, e minha tola irmã ainda tinha tanto para aprender. — Sim, fui feliz, mas agora preciso ser em outro lugar. Quero me sentir mais próxima da mamãe. Será bom voltar para casa. — Caminho para ele e o abraço forte. — Eu te amo, papai.

Agora, o único lugar que poderia me dar um pouco de acalento seria em casa, perto das lembranças da minha mãe. No fim, nunca me imaginei tomando seus passos. É reconfortante voltar para a casa onde cresci. É como tê-la ao meu lado outra vez no momento mais especial da minha vida. A verdade é que eu não tinha

passado em seleção nenhuma, só estava trabalhando em casa o máximo que podia, fazendo uns bicos aqui e outros ali, tentando juntar dinheiro suficiente. Eu não estava louca nem delirando quando acordei no outro dia naquele hotel e me vi nua, deitada na cama com uma sensação de felicidade. A marca de sangue no lençol comprovava aquilo. Mas como podia dizer que fiz amor com

uma pintura? Quem acreditaria em mim? Lembro-me de que, antes de ir embora, procurei entre os corredores pela grande tela. E lá estava ela, do mesmo jeito que a vi na noite anterior; o velho sério em seu terno negro, tão solitário quanto eu.

“Baltazar, um mago antigo da linhagem de Merlin, traz com ele a maldição da rejeição da antiga bruxa Morgana, que ele se recusava a ter

qualquer contato. A bruxa, com ódio do amor não correspondido, jurou que se vingaria do mago canalha um dia, pois homens doces.”.

travessos

não

merecem

BALTAZAR

— Não me recordo da última vez que rimos de algo tão fútil — sussurra o homem grande em suas roupas escuras, olhando

pelo

espelho

mágico

as

mulheres que riem, sentadas à mesa de jantar. — Não me lembro mais como é isso.

Baltazar solta a fumaça do charuto e estica seus dedos para o copo de uísque quase tão velho quanto ele, cruzando a grande perna sobre a outra. — A eternidade nos cobra isso, Frank. — Ele não entende por que continua a se martirizar. Depois de todas as eras, já devia ter se acostumado com a falta de empatia que os tomam. — Seria bom sentir isso outra vez

— diz o homem, feito à imagem de seu criador, pedaço a pedaço, que traz cicatrizes falhas e visíveis quando se vira para encará-lo. — Isso explica por que você e os loucos dos seus amigos inventaram essa coisa de procurar por sua escolhida todos os anos. — Baltazar se levanta e vira o líquido do seu copo de uma única vez, caminhando para perto do espelho.

— Veja, cada um escolhe a sua, mas, no final, quando o sol vem no dia seguinte, eles continuam sendo os mesmo de sempre. Sabe por que, meu caro amigo? — Ele aponta entre os dois. — Porque somos o que somos, Frankenstein, e nada mudará. Há eras que a solidão eterna nos segue. É só ela que nos espera. Baltazar, em toda sua vida longa e

vasta, já tinha visto e vivido de tudo, então sabia que tinha apenas a solidão. Sente-se tão vazio quanto o espelho que o reflete e não tem mais motivos para se iludir. Um mago como ele, da linhagem de Merlin, sabe que nada além da grande solidão os aguarda. —

Por

que

veio

este

ano,

Baltazar? Nunca veio nos outros — Frank pergunta, voltando a olhar para as

mulheres no vidro. — Salem faria um inferno se não participasse das festas de orgia de Dorian. Sabe como as mulheres são imprevisíveis. Ele viu seu amigo se afastar e pegar um casaco, jogando-o no corpo. — Não ficará? — indaga a Frank. — Não. Prefiro sair para as ruas, já que é o único dia que posso andar

sem ser

horrivelmente

desprezível.

Fique de olhos neles, OK? Baltazar solta o ar e volta seu rosto para o espelho, surpreendendo-se com a mulher parada à sua frente. Sabe que ela não pode vê-lo, mesmo assim se sente curioso e intrigado com os olhos que o vasculham, fixando-se nele. Ela tem grandes cabelos negros e cachos soltos e usa um vestido colado

ao corpo, deixando à mostra os fartos seios. Quando sorri por um segundo, Baltazar dá um passo trás, porque parece que a mulher sabe que ele está lá a observando. Seus dedos se erguem aos cabelos, deixando-os desalinhados, e ela sorri ainda mais. As pequenas mãos de chocolate descem pelo corpo de violoncelo e apertam os seios, vendo-se ali no espelho com interesse.

Ele

imagina

como

deve

ser

agradável ter seu pau no meio daquelas tetas carnudas e fica surpreso quando seu membro reage em suas calças, endurecendo-se mais com a ideia da espanhola. Seus olhos descem pelos quadris com ancas largas que poderiam recebê-lo sem empecilho algum. — Curioso, não? — sussurra ao vê-la se afastar para perto da mesa.

Seu corpo se vira, indo para a porta, para longe da mortal que, por um breve momento, deixou-o tentado a saber mais sobre ela. Baltazar vai atrás da teimosa aprendiz que adora ver as orgias de Dorian.

Os gritos e gemidos se espalham

pela saleta discreta, enquanto os corpos se juntam uns aos outros, sem saber onde um começa e onde o outro termina. Salem

olha

para

tudo

com

curiosidade próximo a ele, enquanto seus olhos negros brilham em luxúria. Sabe que as festas de Dorian sempre foram as melhores, pois Baltazar já tinha participado de várias, mas por hoje só ficaria quieto próximo ao bar, bebendo

seu uísque. Isso é tudo o que deseja. A mulher ao seu lado observa com atenção as duas mulheres nuas à sua frente, que deslizam os dedos por seus seios e os descem até as bocetas molhadas, chupando-os em seguida. O grande corpo se arqueia com as pernas nos ombros da outra, e elas gemem, vangloriando seus momentos de prazer. Dois homens no sofá dividem a

parceira, enquanto ela os monta mais firme e duro. Ela geme, e os lábios são preenchidos pelo terceiro homem, que puxa seus cabelos e fode sua boca com seu pau. A mulher geme alto ao ter sua boceta e seu cu sendo fortemente fodidos por dois paus grossos e a boca preenchida pelo terceiro. Salem se move próximo às duas mulheres, acariciando a ruiva que geme

ao ter a boceta chupada. Baltazar leva a bebida aos seus lábios e se vira para outra mulher, que está de quatro tendo seu cu preenchido por um homem que puxa seus cabelos com força. Há outros casais no canto, que se misturam enquanto o cheiro de sexo se espalha no ar. Salem, a bruxa curiosa, anda pela saleta e para ao lado do trio, que brinca

como um grande sanduíche, rindo uns para os outros. Ela beija a boca do homem que fode uma coreana e ao mesmo tempo tem um outro comendo-o por trás. Os dedos da curiosa deslizam sobre o vestido dela, apertando os seios. Em seguida, desce as mãos até a mulher e alisa as tetas fartas que balançam no ar. Sorri ao se voltar para Baltazar,

trazendo um jovem garoto que a olha com paixão em uma coleira. — O que acha? — pergunta, rindo. — Vai brincar com ele? — O homem sorri para ela, que balança sua cabeça em negativa e olha em dúvida para o menino. — Não, mas talvez o deixe brincar comigo um pouco.

Ela puxa a cadeira e se senta. Quando ergue seu vestido, o jovem rapaz cai de joelhos diante dela e Salem acaricia sua cabeça. — Se for um bom menino, talvez eu te coma com um daqueles brinquedos, bebê — a bruxa diz. O menino sorri de felicidade para ela, que aperta a corrente da coleira em seus dedos. Seus olhos se fecham

enquanto o garoto começa a chupá-la lentamente. Salem ergue as pernas e as apoia nos ombros dele, dando mais passagem para sua boceta. Ela geme alto e balança seus quadris para ele. A mulher se vira para Baltazar e sorri, pegando o copo das suas mãos e levando-o aos lábios. A pequena bruxa é tinhosa e gosta da vida libertina que tem. Os dedos passam pelo rosto do

mago e descem pelo peitoral, parando na sua calça. Ele sente os dedos ágeis alisando-o enquanto ela geme baixo, de olhos fechados, movendo seus quadris na boca do jovem rapaz. Baltazar observa os outros e a deixa ter seu momento de prazer. Os dedos dela retiram seu pau para fora e o acaricia

em

leves

movimentos,

mantendo-o forte em sua mão. O pau

endurece a cada carícia da sua mão. — Oh, não! Chupa mais! — Suas pernas se apertam em volta da cabeça do menino, mantendo-o ali. Sua cabeça se move próximo a Baltazar, e ela o puxa para perto dela, chupando-o com delicadeza. A boca suga seu pau cada vez mais rápido, e Salem geme ao ser chupada com a mesma intensidade. O pau do mago

lateja na boca que o suga e deixa rastros dos seus dentes por onde passa. Ela solta o pau e rebola mais para o menino. Seus dedos se erguem, dando uma estralada, e um garçom nu para ao lado dela com uma bebida e a entrega. Salem desliza os dedos pelas costas do garoto e olha para ele com doçura. O homem para atrás do menino e puxa sua cintura para cima, apertando a

bunda branca em seus dedos. Salem o olha com luxúria ao vê-lo entrando lentamente no rabo apertado. O garoto tenta erguer a cabeça, mas ela o segura no lugar, sussurrando algo e voltando a gemer enquanto ele a chupa e é fodido. — Bom menino… — diz e volta seus olhos para Baltazar. Abaixa a cabeça novamente e engole o pau do mago outra vez. O

cheiro de porra que invade o ambiente se espalha junto ao calor dos corpos, que queimam como o fogo do inferno da mais pura luxúria. Aos

poucos,

Salem

explode

chupando o pau de Baltazar com mais força, com seu corpo se tremendo, soltando seu gozo na boca do jovem, que geme mais alto com as estocadas fortes que recebe no rabo.

Ela solta suas pernas e se abaixa, assistindo-os trepando entre suas pernas. A mão desliza sobre o corpo do jovem e aperta o pau ereto em sua mão, masturbando-o enquanto ele goza em seus dedos, recebendo os trancos fortes em seu cu pelas batidas dos corpos. Salem ergue sua mão até a boca do jovem e o faz lamber sua própria porra. Ele sorri feliz ao sentir seu próprio

gosto nos dedos dela. — Vá brincar, bebê, pois depois irei comer você forte e duro. O homem atrás do jovem se retira e o espera se levantar, enquanto puxa a coleira e o leva para a mesa de jogos, estendendo-o para mais três homens que o esperam. Eles começam a revezar, fodendo-o um a um. — Por que nunca me deixa ficar

com alguém para mim? — Ela se encosta na cadeira e olha o jovem gemer alto, com seu rabo sendo tomado por um grande homem com um pau grosso e a boca sendo fodida por outro. — Eu podia ficar com ele. Olha como ele geme gostoso. Quero comê-lo também. Baltazar se vira e pega outro copo, enchendo no bar e entregando a ela.



Porque

vai

quebrar

seu

brinquedo se ficar com ele. Eu te conheço, Salem. — Seu mentiroso! Jamais faria isso. Eles apenas não dão conta de me saciar a noite toda. O que posso fazer? Olha aquelas tetas! — Ela se volta para as mulheres que riem e leva a bebida à boca. — Vai me deixar ficar com ele, Baltazar?

O mago solta uma gargalhada com sua persistência e se vira para pegar um charuto, acendendo-o e soltando uma tragada. Ela se levanta, para ao lado dele no balcão e retira o charuto dos seus dedos, levando-os aos lábios enquanto o encara. — Faremos um trato… Se eu chupar alguém primeiro que você, fazendo-o

gozar

na

minha

boca,

independentemente se for homem ou mulher, então me deixará ficar com ele. — A bruxa devolve o charuto para ele e sorri, estendendo a mão para fechar o acordo. — Temos um trato? Ele leva a bebida à boca e aperta a mão, voltando os olhos para o salão, encarando um a um, procurando por uma mulher que valerá a pena para entrar na brincadeira.

— Gosto dela, é tão exótica, não acha? Eu gostaria de chupá-la. Salem se afasta do balcão, e os olhos de Baltazar acompanham seus movimentos.

Ela

anda

como

um

predador indo direto para sua presa, mas o pau do mago que pulsa assim que prende os olhos no alvo. — Filha da puta, Salem! Ela entrega a bebida para a

pequena mulher curiosa, que olha para tudo como se fosse a primeira vez que visse tantas pessoas nuas se comendo. A mulher o surpreende com um sorriso de orelha a orelha e pega o copo da mão de Salem. A maldita bruxa sussurra em seu ouvido, fazendo-a rir mais alto. É como se todo o lugar nojento tivesse ganhado vida para Baltazar. Salem se vira para ele com um

sorriso diabólico no rosto e alisa os cabelos negros e cacheados. Pega a mulher delicadamente pela mão e a puxa, levando-a para perto do mago. O seu pau lateja mais forte, aumentando de tamanho, e o homem tenta arrumá-lo na calça, ajeitando-o disfarçadamente. — Baltazar, te apresento a doce Lia. Veja, me diga se não é uma bela surpresa que achei! — Seu sorriso

malicioso aumenta ao olhar para os seios fartos. — Na verdade, não é surpresa, sabe? — Lia sorri e olha em volta. — Eu estava só procurando o banheiro. — Sua cabeça tomba ao olhar para o casal que se come deliberadamente com movimentos brutos. — Aqui realmente não é o banheiro. Seus

olhos

se

voltam

para

Baltazar e o sugam para o mar negro e vasto que tem lá. — Amei seu vestido… — Salem desliza os dedos pelo pano, contornando seus seios lentamente. O pequeno gesto deixa os bicos eretos, e Lia se encolhe. O pau do homem lateja forte outra vez ao imaginá-la esparramada em uma cama enquanto ele a fode. — Bom, ele estava no quarto

quando cheguei — fala timidamente. — Simplesmente amei! Não é belo, Baltazar? Salem a vira e a coloca de frente para ele, colocando-se atrás dela. Corre seus dedos por toda a pele sedosa e puxa os cabelos cacheados para trás, deixando o pescoço liso de Lia exposto. A pequena mulher encara Baltazar com curiosidade ao ter o corpo aquecido

com o toque de Salem. — Acho que eu poderia ficar com ela… — Salem sussurra próximo ao ouvido de Lia, fazendo-a fechar os olhos. — O que acha, Baltazar? — Olha, eu… acho que vou indo, sabe? — Ela se afasta de Salem, dando um passo para trás. — Te achei linda! Sério, uma mulher realmente linda, mas sabe… Na minha idade, esse negócio

não fica legal. Salem cai na gargalhada, porque a pequena mulher mal sabe que Salem é treze séculos mais velha que ela. — Por Merlin! Você é perfeita! A mulher se assusta quando Salem caminha para ela, chocando-se contra o corpo de Baltazar. Seus olhos se viram para o mago com curiosidade quando sente o pau roçando sua bunda redonda.

Lia não tem tempo de se mover, pois Salem segura seu rosto e leva seus lábios até ela. As mãos pequenas ficam paradas no ar em choque, mas logo cai na magia de Salem. Seus dedos se abaixam ao som de um doce gemido, e Salem a cola mais a Baltazar, deixando a bunda de Lia presa ao pau. A bruxa a beija com luxúria. Os humanos são fracos diante

de Salem, e ela sabe usar isso ao seu favor. O som doce do seu gemido se espalha pela sala, e todos os outros param para observar a forma como ela se entrega às mãos de Salem, que desce a frente do vestido e aperta os seios fartos. Baltazar olha para as pessoas que a encaram como canibais, desejando serem as responsáveis pelos gemidos

que Lia solta pela saleta. Baltazar leva o copo aos lábios uma última vez antes de batê-lo na mesa e deslizar o rosto para os peitos. Ele observa os olhos fechados da mulher, que delira de prazer pelo que Salem faz com ela. O mago volta os olhos com frieza para os outros imortais dentro da sala, mostrando que nenhum deles tem permissão para tocar nela além de

Salem. Os humanos são proibidos nas festas, mas Baltazar não consegue resistir a ela. Está possessivo diante dela, ainda mais quando a mulher entrou de bom grado ali. Eles erguem seus narizes no ar, sentindo o cheiro dela. O aroma da sua boceta molhada e convidativa é como uma droga. Ela geme mais alto quando Salem cai entre suas pernas de joelhos e

levanta seu vestido. Baltazar desliza os dedos por seu ombro, vislumbrando os seios grandes, e desce para acariciá-los. Eles são pesados e macios como ele imaginou. Os olhos negros de Lia se abrem e há desejo e medo neles. Ela o olha com carinho, e ele vê um paraíso que há muitos séculos não via. Lia faz o que ninguém jamais fez ao mago: tira o seu controle.

Baltazar a beija com luxúria, sentindo

seu

corpo

pequeno

se

derretendo e se escorando a ele. Lia choraminga, e ele desliza a língua na sua boca. As mãos pequenas apertam seu braço com força, e a mulher solta um gemido doce junto ao seu peito que bate acelerado. Os dedos dele apertam as tetas gostosas e forçam o quadril do homem em seu rabo.

Há eras que Baltazar não sentia mais seu sangue correr com tanta força. É como se Lia injetasse toda a eletricidade dentro dele com seu cheiro doce de uma flor perdida no jardim. Aperta

os

dedos

em

sua

pele,

percorrendo os cantos macios e quentes. Os gemidos baixos invadem a saleta inteira, roubando o ar de todos. Ela aperta mais seus braços, e seu

quadril se move junto à boca de Salem, que a chupa com mais fervor, lambendoa com luxúria até seu corpo inteiro se tremer nos meus braços de Baltazar. Salem se

levanta

com sua

boca

brilhando e com os olhos cheios de desejo. — Sinta esse sabor, Baltazar, veja como é mel puro. — Ela sorri para ele, e a pequena mulher mole respira com

dificuldade. Salem abaixa seus dedos e alisa a doce boceta, levando sua boca até Baltazar. Os lábios dela contêm o gosto doce do orgasmo da pequena humana que se aperta entre eles dois. Os dedos de Baltazar param em seu quadril e o aperta em seu pau, balançando-o com força. Salem separa a boca de Lia da de

Baltazar e puxa os olhos para ela, que abrem lentamente. Seus dedos vão ao vestido preso na cintura e o puxam lentamente, arrastando-o para o chão, enquanto ela tenta sair dos braços do mago com vergonha. — Oh não. Eu… Eu não devia nem estar aqui, por favor, não tire minha roupa. Vai me deixar com vergonha — fala com a voz baixa, tímida.

Salem a olha de cima a baixo e termina de arrastar o tecido, deixando seu corpo cheio de curvas suculentas completamente à mostra. Ela puxa a pequena e cola suas costas a ela, virando-a de frente para Baltazar. — Oh, pequena tola, você não sabe como é perfeita. Veja o que fez a Baltazar — sussurra em seu ouvido, fazendo os olhos negros da pequena

pararem na calça dele. — Por que não sente o que fez? Seus

braços

se

erguem por

debaixo dela e levam as mãos até o homem, que continua a olhar seu corpo nu, que em breve estará esparramado enquanto a fode tão fundo, ouvindo seus gemidos. O pau implora por mais assim que Salem o liberta e a faz tocá-lo com seus

dedos. A bruxa beija o pescoço da humana e alisa seus seios, abaixando-a lentamente para que fique de joelhos diante de Baltazar. A boca carnuda de Lia o toma aos poucos, e ela tenta abrila mais para que ele entre. O pau grosso está até na metade da sua boca. — Merda… — Baltazar aperta seus cabelos ao sentir a boca sugando-o cada vez mais.

— Bom, acho que vou atrás do meu brinquedo agora. Volto daqui a pouco para brincar mais com ela. Salem se afasta, e Lia continua a chupar lindamente. O corpo dele se move dentro da sua boca, enquanto aperta

seus

cabelos

nos

dedos,

obrigando-a a tomar mais dele. Seus olhos se abrem, e ela o olha com carinho, deixando-o foder sua boca

deliciosa. Baltazar solta os cabelos dela e desabotoa sua camisa, deixando seus olhos acompanhando cada movimento. O doce cheiro dela aumenta no ar, e ele ainda consegue sentir o seu sabor, que recebeu por Salem, nos lábios. Ele se sente como um deus com os pequenos olhos negros olhando-o com medo de estar fazendo algo errado. O

mago quer que ela saiba como está amando tudo isso. Puxa sua cabeça para trás com força. — Segura essas tetas gostosas para mim. Vê seus dedos se apertando junto aos seios, que colam um ao outro. Ele abaixa um pouco e enterra seu pau lá dentro. Baltazar adora a sensação da sua pele roçando seu membro, que pulsa

ainda mais quando Lia o olha. Os braços dele se abaixam e passam pelos delas, erguendo-a para ele até sentir o corpo colado ao seu. As mãos se enterram em sua bunda, alavancando seu quadril, e ele sente os braços moles que se prendem em volta dele. Baltazar caminha com ela com seus olhos presos aos dele, sem desviar um momento sequer. Deita-a sobre o

grande sofá, e os outros respiram seu cheiro. O pequeno corpo negro se destaca no sofá claro, deixando a mulher ainda mais perfeita. Retira o resto da calça e joga para o lado, abrindo suas pernas. Os olhos dela estão presos aos dele, perdidos em luxúria. A híbrida ruiva deitada ao lado dele leva uma taça de vinho aos lábios de Lia, acariciando seu

rosto e beijando seu ombro. Os olhos amarelos se viram para Baltazar, pedindo permissão para tocála. Ela solta a taça da mão da humana, que vira tudo de uma única vez nos lábios. O imortal ao lado de Baltazar se senta e derrama o vinho sobre ela, que abre seus olhos surpresos para o mago. Ela sorri ao ver o vinho que escorre pelo seu corpo, deslizando para

o sofá. Baltazar aperta o pau nos dedos e esfrega em seus lábios molhados e inchados. A pequena cabeça tomba, e Lia o deixa entrar no corpo úmido e quente. — Oh, meu Deus. — As palavras saem engasgadas assim que ele entra mais, sentindo-a o tomando como se fosse o único lugar que o pau desejasse estar.

A híbrida lambe a ponta do seu seio onde o vinho escorre, fazendo-a gemer mais alto. Baltazar segura seus joelhos separados e os apoia no sofá, começando a se mover, entrando e saindo do seu corpo, ouvindo os sons que saem da sua boca. Ela é quente e molhada e o faz desejar mais do seu corpo. O imortal a olha com desejo,

implorando para o mago deixar que a toque. Ele abaixa sua cabeça e suga o outro seio, enquanto Baltazar estoca dentro dela, fodendo-a forte, ouvindo os gritos e gemidos aumentando a cada estocada. — Porra! — Solta mais pressão e sai, voltando para a boceta quente que o aperta. Ao vê-la ali, largada no meio da

luxúria, tendo ele fodendo-a e os seios sugados por outras bocas, nota que seu lugar é estar ali, com todos rodeando-a como uma abelha rainha. Baltazar a fode mais rápido, sentindo a pressão que a boceta faz quando está prestes a gozar. Seu corpo sobe, e ela geme para todos que assistem, mostrando como seu rosto fica perfeito tomado pelo prazer. O homem

abaixa os dedos e circula seu clitóris apenas para sentir as paredes se apertando em volta do seu pau outra vez. É lindo assistir o seu abandono. Lia grita mais e balança sua cabeça. O homem desliza os dedos pelas costas dos dois que mamam seus seios fartos. Ela geme alto e morde os lábios. Dá para perceber que ela gozará outra vez.

Baltazar queria dar a Lia todo o prazer que havia sido negado a ela, uma mulher quente e cheia de desejos que se liberta com tamanha beleza. Ele sai dela assim que ela goza, deixando seu pau cheio com seu líquido. Afasta os dois de cima dela e a puxa para ele. Lia o abraça e entrega seus lábios. Baltazar arruma o pau na sua entrada outra vez e a

sente

quente,

alargando-se

para

recebê-lo. Seus gemidos são roucos, e as unhas o arranham, em um misto de desejo e dor. Ele se senta no sofá e arruma o corpo dele em volta do seu. Deita-se

lentamente

e

a

deixa

o

cavalgar. Lia rebola no pau, deslizando os dedos no peitoral de Baltazar, beijando-o com o cheiro do seu sexo tomando-o mais e mais.

Os lábios são afastados dos dele e, antes que solte sua raiva em alguém, vê Salem nua, parada ao lado dela, tomando seus lábios e estimulando Lia a esfregar a boceta, que sobe e desce rapidamente no pau. A mão de Baltazar se ergue para os seios que balançam no ar e o hipnotizam. Aquela era a sua segunda visão preferida, depois da de ver seus olhos enquanto o chupava.

— Tão quente e molhada — Salem diz e se afasta, trazendo o jovem rapaz na coleira, que massageia o seio da humana. É neste momento que Baltazar se vê preso a ela, tão liberta. Ali, Lia o pede permissão para dar vida para todos seus

desejos

presos

dentro

dela.

Baltazar sorri e balança a cabeça positivamente,

vendo

seus

olhos

brilharem enquanto o rapaz beija sua boca e acaricia seus seios. — Já brincou de trenzinho, Lia? — Salem pergunta baixinho em seu ouvido e morde sua orelha, fazendo a pequena humana se arrepiar. — Não. — Então, hoje irá brincar. Salem olha

para

seu jovem

brinquedo e ri para ele, que se afasta de

Lia. Ela cai sobre Baltazar, esmagando seus seios nele, e o mago move seu quadril no seu pau. Seu rosto se vira para ele e o beija. É doce a forma como ela o rouba. Ergue as mãos até suas costas e a abraça com força. Os joelhos são arrumados ao seu lado enquanto o quadril se arqueia. Lia se assusta assim que sente a língua do jovem passando por sua pequena

entrada, fazendo sua boceta se apertar mais em volta do pau. Baltazar continua beijando-a e alisando as suas costas. Em seguida, beija o pescoço e os ombros, fazendo-a relaxar seu corpo que tremia e ficava

rígido

ao

sentir

o

jovem

brinquedo entrando dentro do seu pequeno rabo. O pau fino se acomoda dentro dela, e Baltazar consegue senti-lo pelas paredes que separam a boceta do

cu. Ela geme mais alto assim que ele começa a se mover e aperta os braços de Baltazar, que puxa seus cabelos para os lados e a coloca deitada sobre ele. Morde seu ombro e a fode, enquanto Salem beija seu jovem menino com paixão, que ele retribui com adoração, apertando seus seios. Ela se afasta dele e pega seu cinto de prótese, com um pau

grande e grosso de borracha. Desliza seus dedos entre eles até tocar a boceta da humana e os volta ao pau de borracha, lambuzando-o com os sucos de Lia. A pequena geme mais, recebendo os dois paus dentro dela, com o coração batendo forte. O jovem rapaz se deita sobre suas costas e beija seu pescoço, enfiando uma mão entre Baltazar e Lia

para apertar os seios da humana. Baltazar para o movimento, e Lia ergue a cabeça, prendendo os olhos aos dele. Mas logo eles se fecham quando sente o jovem se afunda por completo no fundo do seu rabo assim que ele recebe o grande pau de borracha no cu. Salem o fode e alisa a bunda de Lia ao mesmo tempo, movendo-se lentamente junto com o rapaz.

O mago solta as costas de Lia, indo para seu quadril, prendendo-o no lugar enquanto o levanta um pouco para cima para que se mova, estocando sua boceta forte e rápido, sentindo o suco quente que escorria entre eles. Seus gemidos aumentam, e Salem bate mais forte no rabo do jovem, fazendo-o foder Lia no mesmo ritmo que ela o fode. Baltazar

foca

em seu rosto,

enquanto ela esfola seu pau, apertandose em volta dele, sugando os dois ao mesmo tempo com o gozo forte que vem de dentro dela. O jato que cai sobre o homem faz com que aumente ritmo, entrando e saindo, fodendo-a bruto. Ela grita e libera o gozo quente sobre ele, abrindo os olhos cheios de delírio e nirvana do êxtase. Não demora para o jovem gozar

rápido assim que Salem o fode com mais força, tendo seu pau sendo engolido pelo rabo de Lia. Seu rosto suado se cola ao dele, com a respiração acelerada. Baltazar beija sua boca e morde seus lábios com força, fodendo-a mais forte, ouvindo seu próprio gemido. Solta toda sua porra dentro dela em jatos rápidos e quentes para libertar todo seu desejo por ela. Os braços

passam por seu pescoço e o aperta, beijando-a com loucura enquanto o gozo sai quente. Baltazar

sente

seu

corpo

acelerado e trêmulo como há séculos não sentia. A cabeça de Lia se deita em seu peito, com os dedos dela ainda presos aos seus braços. — Deus, o que foi isso? — Lia pergunta em um sussurro no meio de

emaranhado de cabelos que esconde seu rosto. Salem alisa o jovem rapaz e o tira do corpo de Lia, deitando-se com ele ao lado do outro casal. Ela para seus olhos nos

de

Baltazar

e

arqueia

uma

sobrancelha. O homem fica em silêncio olhando para a bruxa, sem perceber como seus braços estão presos à pequena. A doce humana cai em um

longo sono, e ele sente seu coração bater em um ritmo lento. — Você deixou seu cheiro nela. — Salem olha para a mulher deitada com os lençóis sobre o corpo e caminha ao seu redor, cheirando-a outra vez. — Nunca marcou ninguém, Baltazar. Por que marcou esta humana? Ele também não sabia, foi apenas um instinto. Nenhum bruxo abandona seu

rastro. Deixar o cheiro nela era marcá-la como dele para que nenhum outro imortal pudesse se aproximar. Talvez, o fato de saber que ele poderia estar perto dela tenha o agradado. — Achei que não queria seu cheiro em ninguém. A não ser que seja ela… Baltazar arruma o chapéu na cabeça e estrala os dedos, fazendo a

cortina se fechar. — Vem, Salem, temos que partir antes de o sol nascer. Caminha para porta e espera Salem passar. Para os olhos na cama, olhando para a doce humana. Quando os fecha e estrala os dedos, uma pequena rosa negra aparece ao lado de Lia. — Até mais, minha humana. Estrala

os

dedos

novamente,

apagando as luzes do quarto, e sai de lá. Salem move sua mão e a porta se fecha, enquanto

a

bruxa

o

olha

com

curiosidade. — Onde está seu brinquedo? — Baltazar passa por ela e caminha pelos corredores silenciosos. — Está me esperando no carro. — Ela sorri e dá uma piscada. — Por que Dorian não apareceu na sua própria

festa? Também não vi os dois irmãos lá. — Claus e Lion devem estar longe essas horas. — Acha que eles conseguiram achar as escolhidas? — Não sei, só no próximo Dia das Bruxas que vamos saber se a maldição daquela vadia rancorosa se quebrou. Salem ri e volta a olhar para ele. — Ela deve ter amado muito

rebolar

nesse

seu

pau

para

ter

amaldiçoado você e os irmãos dela, não é, Baltazar? —

Morgana

era

uma

vadia

ninfomaníaca. Nunca amou nada na vida a não ser sua magia. — Olha, eu não sei, mas ainda bem que ela está longe, porque senão sua doce humana estaria encrencada nas mãos dela!

Ele para e olha para o corredor, voltando seu rosto para o final dele, olhando para a porta que havia deixado a pequena humana. Aquela vadia nunca iria se libertar da prisão que ele, Lion e Claus a jogaram.

O

único

que

sabia

o

verdadeiro paradeiro de sua prisão era Dorian e Frank, mas eles jamais a tirariam de lá. Sabia que sua doce Lia

estava segura.

LIA

Lembro-me de andar sem rumo, sem saber o que fazer antes de entrar no hotel. Aos quarenta e três anos, tinha um casamento empurrado pela barriga pelo marido machista, que fazia de tudo para me diminuir, uma família cristã que dizia

que meu dever era ao lado dele mesmo quando era insuportável conviver com ele. Eu aguentava as bebidas e as surras calada. O que poderia fazer? Para onde poderia ir sozinha? Então, aquela carta negra chegou, dizendo que ganhei uma noite no hotel. Eu não iria, já tinha até esquecido, mas depois que Charson partiu para cima do meu filho, juntei a força que tinha dentro

de mim. Estava sem rumo, sem saber como lidar quando meu filho me contou que era gay. Via coisas sobre aquilo, mas nunca achei que passaria por isso em toda minha vida. Mas amo meu menino e sei que meu amor por ele jamais mudará. Eu, como mãe, tentei ajudá-lo, pois se escondia do pai machista e homofóbico. Matava-me dia após dia

ver Tom ter que interpretar o que não era. Ele se empolgou e dançava pela sala quando o pai entrou em casa e o viu rebolando como uma mulher. Partiu para cima do meu filho, e foi ali que, pela primeira vez na vida, senti uma raiva maior do que eu mesma. — Não! Não no meu filho! — Entrei no meio dos dois, deixando

Charson longe do garoto, que chorava com medo. — Isso é culpa sua! Você o deixou virar essa aberração! Senti o peso da mão quando o primeiro tapa estralou no meu rosto, e a única coisa que pude fazer foi me dobrar sobre meu filho para protegê-lo nos braços, sentindo as cintadas em seu lugar. No dia seguinte, eu mandei Tom

para a casa de uma amiga, pensando no que faria agora da vida. A única coisa que sabia era que não podia mais ficar ali. — Aonde pensa que vai? — gritou Charson ao me ver sair pela rua, sem rumo. Nem tinha ideia de para onde estava indo, só queria ficar longe dele. Foi quando meus dedos entraram no

bolso da blusa velha e pegaram a carta esquecida. Observei o envelope negro e caminhei pelas ruas enfeitadas para o halloween. Fui para o único lugar que consegui pensar.

Pulo da cama e quase entro em pânico, apertando o lençol, assustada.

Sinto meu corpo dolorido e uma felicidade que nunca senti em minha vida. A verdade é que, fora do porre, eu não me lembro de muita coisa, mas fico curiosa ao olhar para a delicada flor no travesseiro do lado da cama. — Merda! Mulher, o que você fez? Assim que saio do hotel, volto para casa com apenas uma decisão em

mente, carregando a flor negra em minha mão. Não tenho tanta certeza do que fiz na noite passada, mas sei que uma selvageria tinha se libertado de mim. Entrando em casa, abro todas as janelas e as portas e vou para a sala. Conecto o celular ao rádio e não escolho a música por acaso. É um recado que dou. Aumento o volume no máximo, ouvindo I Will Survive, até o

som explodir pela casa. Pego a vassoura e caminho para o quarto. Abro o guarda-roupa e jogo toda a roupa do meu marido para fora, sorrindo alegremente. De repente, a porta do banheiro é aberta por um homem bravo, que me encara de cima a baixo. — O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, MULHER? — grita com raiva, e aperto meus dedos na vassoura,

olhando-o com raiva. — Fazendo o que devia ter feito há vinte e dois anos quando me bateu pela primeira vez: pondo o lixo para fora da minha casa! — Ergo a vassoura para ele e o acerto na cabeça, enquanto grita com raiva. — E se um dia voltar a bater em mim ou no meu filho, juro por Deus, você não acorda no outro dia, seu grande saco de bosta de pau pequeno!

Solto o ar com força e sorrio para a cara de espanto do homem que me olha indignado. — Você… — Você vai sair da minha casa e ir morar com a vadia da sua amante que sei que tem há anos, seu porco nojento! AGORA, SAI DA MINHA CASA! Parto para cima dele e o vejo gritando e correndo para fora comigo

batendo-o com a vassoura. Ele entra no carro e sai em disparada. — E NÃO VOLTA NUNCA MAIS, SEU LIXO! Meus olhos se focam nas vizinhas paradas do outro lado da rua, olhando para mim. — Bom dia! Hoje é o dia do lixo! Viro-me rapidamente e entro na casa, que ainda é preenchida pela

música alta. Jogo meu corpo na cadeira da cozinha e olho para tudo, sem ter ideia do que irei fazer a partir de agora. Meus olhos param na rosa negra em cima da mesa, e a pego, alisando as delicadas pétalas. Por

que

mulheres

merecem travessuras?

UM ANO DEPOIS

malcriadas

— Doces ou travessuras? As crianças riem e brincam do lado de fora da lanchonete, enquanto as quatro mulheres brindam e conversam. — Poxa! Ainda não acredito que conseguimos nos reunirmos apenas hoje! — Sam sorri e ergue o copo, fazendo outro brinde. — Nem fala, menina! Dá para

acreditar? — Gior estica seu corpo, soltando os ombros, e pega um cigarro na bolsa. — Gente, vocês têm ideia de como quase saí no tapa para conseguir uma folga do balé para estar aqui hoje? Andem! Me contem o que fizeram nesse tempo todo. Começando por você, dona Sam. — Nada de mais. Continuo a mesma coisa. Na verdade, agora que sou

minha própria patroa, consegui quitar as dívidas e até trocar de carro, acreditam? Tenho mais tempo para meus filhos também. Era tudo o que precisava. — Ela leva o copo à boca e ergue a mão para a garçonete. — Bess, traz outra rodada! — Eu saí da casa do meu pai — Maybe fala, rindo. — E tive algumas surpresas.

— Menina, dá para ver! Olha você está um mulherão, viu? Confiante e sem se esconder atrás daquelas roupas gigantes. O que está fazendo? Maybe ri com a forma alegre com que Lia fala e se lembra da mulher acanhada que era, usando roupas de avó, que não se parecia em nada com a mulher que é agora. —

Bom,

estou

trabalhando

bastante. Voltei para a galeria que meu pai me deu para cuidar, pois está cansado. Vou do trabalho para casa, e da casa para o trabalho. É isso. Agora me conta, Lia, o que você fez? — Bom… — Ela joga os cabelos para trás, deixando os olhos selvagens e sedutores se tornarem misteriosos. — Abri um brechó que vai de vento em poupa. Também perdi uns quilos. Acho

que perdi uns noventa e oito quilos de lixo. Seus

dedos

erguem

ao

ar,

mostrando que ali não tem mais nenhuma aliança. As mulheres gritam e batem na mesa, e Lia sorri ainda mais. — BEM-VINDA AO CLUBE, DEUSA! — Sam ergue a mão e bate na de Lia, que quase chora de rir com a reação delas.

A garçonete se aproxima, deixa os copos de chopp na mesa e se afasta. — E você, dona Gior? — As três se voltam para a magrela que fuma distraída, dando de ombros. — Entrei para um grupo de balé. Entrarei de turnê daqui cinco meses com eles. Meu pai faleceu — ela sussurra a última frase. — Mas minha mãe está feliz agora que está mais calma. Minha

irmã está ajudando mais em casa, e meu irmão realmente sumiu no mundo por conta das drogas. Minha mãe ainda assim tem esperanças de conseguir o salvar. Estou querendo a levar comigo para a turnê, talvez ela goste. — Mas… — Maybe a olha, intrigada. — Depois, estou pensando em voltar para cá e abrir uma escola de

dança para crianças carentes. — Isso seria mágico! Bom, as duas escolhas seriam ótimas, Gior. Elas

conversam

tomando

a

saideira, enquanto cada uma conta como foi o ano inteiro. Todas se sentem felizes por terem se reencontrado e prometem sempre fazer isso. — Vocês notaram uma coisa? — Sam pergunta baixo e puxa seu copo,

voltando seus olhos para elas. — Nenhuma

de

nós

arrumou nenhum

companheiro depois daquela noite no hotel. Uma coisa está clara… Nossas vidas mudaram drasticamente. Criamos força para realizar tudo o que queríamos mesmo sem nunca falar, mas… — Mesmo assim é como se uma parte nossa tivesse ficado lá — Lia completa por todas, olhando para suas

amigas. — Sim. — As três concordam, balançando a cabeça. — Tenho que contar uma coisa. Olha… — Gior ergue as mãos e olha para cada uma. — Sei que bebi muito naquela noite e que talvez estivesse muito doida ou drogada, mas eu fiz amor com um homem que podia jurar que era o corvo que ficou por dias na minha

janela. — Ela balança sua cabeça e ri do que falou. — Sei é loucura, mas… — Transei com um gato gigante, que foi meu ginecologista. — Sam solta de uma vez só, fazendo todas olharem para ela. — Aquele médico me atendeu no consultório do ginecologista. Não sei o que houve naquele hotel, só sei que transei com ele e, por algum momento, graças ao vinho, pude jurar que ele era

um homem-felino. Isso é loucura, Gior, então te entendo. Tenho que estar muito bêbada para falar isso em voz alta. Maybe olha para elas em silêncio, e sua mão vai à bolsa para retirar o celular. Ela aperta o aparelho e volta seus olhos para mulheres. —

Perdi

minha

virgindade

naquela noite — diz baixo, arranhando sua garganta em seguida. — Com um

homem que estava em uma tela do quadro. — É o quê? As três voltam seus olhos para ela, sem entender. — Ei, você acabou de dizer que deu para um pombo — Maybe ri, tirando sarro de Gior. — E a outra trepou com um gato! Por que estão me olhando assim? — exclama, e a risada explode

de todas elas. A loucura está presente na mesa do bar. — OK! É só que… Um quadro! Caralho, conta isso direito, May. — Gior se arruma na cadeira e a olha. Os dedos mexem no celular, e a moça coloca o aparelho em cima da mesa. — Essa é Eloá. Ela tem três

meses. — Maybe sorri e olha para a imagem da pequena bolotinha, rindo para câmera, vestindo uma fantasia de morceguinha. — MEU DEUS! — As três puxam o celular, olhando a foto uma por uma, fazendo expressões de surpresa e dengo ao ver a pequenina risonha. —

AI,

CARALHO!

TRÊS

MESES? ELA NASCEU EM JULHO! O

QUE

QUER

DIZER

QUE

VOCÊ

ENGRAVIDOU EM OUTUBRO? — Sam olha espantada para tudo ao seu redor, parecendo perdida. — Então, transei com um homem gato de verdade. — Preciso de outra bebida — Gio fala. — Gata, aqui! Traz outra rodada porque essa não vai ser a saideira. — Maybe, como contou isso para as pessoas?

— Disse que conheci um cara e ele foi embora. Meu pai meio que não deu bola, apenas disse que me ajudaria a cuidar dela, mas agora não me sinto mais sozinha, entende? É como se ela fosse um presente que ele me deixou. Bess passa por elas e deposita uma cerveja na mesa do canto, sorrindo e conversando com o homem de cabeça baixa. Ela volta para elas suspirando ao

passar pela mesa. — Bess, por que não pega logo aquele cara, mulher? — Sam a olha sem entender, pois nunca viu a amiga suspirar daquela forma. — Ele é diferente, Sam, mas gosto dele. Acho que vem a passeio todo ano no Dia das Bruxas. Sempre vem aqui e fica a noite toda falando comigo. — Então dá para ele! — Lia fala

séria, olhando-a. A pequena garçonete fica com vergonha e olha novamente para mesa, onde o homem alto de cabelos cor de mel está sentado. — Já trago a cerveja de vocês, OK? Os três pares de olhos se viram para Lia, que está bem alegre segurando sua cerveja na mão, parando o copo no

ar assim que vê os olhos encarando-a com expectativa. — Desembucha, Lia! — Gior é a primeira a falar, séria. — Você deu para quem? Foi para aquele mordomo estranho? — Que horror! Claro que não! — Ela leva a cerveja aos lábios após rir do que Maybe diz. — Não tive nada anormal como vocês, nenhum felino ou

pássaro, quadro e muito menos aquele mordomo. — Então? — Sam arqueia a sobrancelha, aproximando seu corpo do de Lia, encarando-a. — Talvez eu tenha participado de uma festinha. — Solta rapidamente, limpando a ponta do nariz. — O quê? — Maybe fica parada sem entender e olha para Sam, que

também não entende nada. — Essa safada do caralho fez uma orgia! — Gior bate na mesa e ri, enquanto todas olham chocadas para Lia. — Oh, claro! Por que não grita mais alto? Acho que o cara lá da mesa do fundo não ouviu! — Lia cruza os braços e faz cara feia. — Sem pudor, Lia, quero detalhes

sórdidos! Não me venha com “e fizemos amor a noite inteira” porque que te mato! — Sam fala, rindo. — Nunca na vida de vocês vou contar, OK? Me respeitem que sou a mais velha. — Lia sorri, balançando os cabelos. — Sua velha safadaaa! — Maybe dá um tapa na coxa de Lia, e as três riem sem parar.

Bess se aproxima e deixa os copos na mesa. Em seguida, cada uma pega o seu. — Vamos brindar de novo! — Gior se levanta, erguendo seu copo. — A quê? — pergunta Lia, levantando-se. Os olhos de Gior passam por cada uma, e ela sorri por fim. —

Um

brinde

às

mulheres

malcriadas! —

ÀS

MULHERES

MALCRIADAS! — As três brindam e levam o copo aos lábios. Um acordo foi selado: elas nunca mais iriam se separar. Eram mais do que amigas, eram família. Cada uma com sua história, com seus rolos. Cada uma com um sonho e com um amor.

SAMARA

Volto para casa, que fica a cinco quadras do bar. Estou feliz demais enquanto ando de volta para meu lar. Foi bom rever as meninas e sentir a alegria daquela noite, mesmo ainda sentindo que falta algo desde a saída daquele hotel. Meus filhos foram para a casa do

pai para passar o feriado, então será mais um Dia das Bruxas igual a todos. Sempre solitária. Meus olhos vão para o céu, e sorrio ao ver um pássaro cruzando as nuvens. Só me lembro do que Gior nos contou. Nós estamos realmente loucas. Assim que chego em casa, vou direto para o banho para me limpar. Depois de horas largada na banheira,

saio enrolada na toalha, secando meus cabelos com outra. O barulho do lado de fora da janela me faz perceber o quanto está ventando. As cortinas estão balançando. Caminho lentamente e olho para os lados. Fecho o vidro, termino de me secar e visto uma roupa. Desço as escadas atrás de algo para comer, pois estou morta de fome.

Meus olhos vasculham a geladeira atrás da caixa de leite aberta. Tinha certeza de que tinha deixado ali. Assim que me viro, vejo a caixa em cima da pia. Não me lembrava de ter tirado da geladeira. Foco o olhar no copo sujo no canto e ouço um ronronar baixo se espalhar

pela

cozinha,

fazendo-me

arrepiar. Viro lentamente e olho para o homem parado, que me admira em

silêncio. Eu me recordo desses olhos, do brilho dos seus cabelos e do seu calor. O copo escapa dos meus dedos e cai no chão, explodindo em vários pedaços, assim como meu coração quando ele se move rapidamente em minha direção e me ergue do chão. Ele me olha com ternura, como se esperasse há eras para me ver.

— Lion… — Seu nome escapa da minha boca e sorrio para ele, enlaçando seu pescoço com força.

GIORGIANA

Não tenho ideia de qual rumo tomarei na vida. A verdade é que percebi que a saudade de casa estava grande assim que desci no ponto de ônibus do meu bairro. É um local humilde, mas é meu lar. Nunca tive vergonha disso. A rua que cresci e a

casa no final da rua parecem tão belas quanto me lembrava, mesmo com a pintura gasta. Meus

dedos

vão

ao

rosto,

limpando uma lágrima teimosa que escorre. Caminho devagar pela rua enfeitada com abóboras e bruxas. Olho para o céu assim que uma sombra de pássaro passa por mim. Vasculho o céu negro, achando que estou novamente sob

efeito da bebida. Mas não… O pássaro passa voando outra vez, indo direto para minha casa. Nunca mais tinha

corrido

madrugada.

tanto

Corro

o

como máximo

nessa que

consigo até chegar. Abro a porta e jogo a bolsa no sofá rapidamente. Subo as escadas correndo, voltando para seu antigo quarto. Meu coração bate rápido enquanto

abro a porta. Olho para tudo e vejo, diante da janela, sentado quieto, o estranho homem de cabelos negros que me observa. Amplio meu sorriso e faço o que desejei por todos esses dias: corro para ele e pulo em seus braços abertos. Sinto o gosto dos seus beijos que aplacam a minha saudade, minha alma. Perco-me em meu corvo na janela.

MAYBE

Despeço-me da babá depois de pagá-la e saber que tudo tinha ficado bem com minha pequena princesa. — Ei, dona Maybe, deixaram uma encomenda para a senhora. Era muito grande e mandei que deixassem lá na sala.

Sorrio e agradeço. Provavelmente, é um presente do meu pai para a netinha. A pequena tinha se tornado a menina dos seus olhos. Vou primeiro ao quarto para observar minha pequena alegria dormir tão lindamente. Em seguida, volto para a sala para ver o que meu pai aprontou dessa vez, mas congelo assim que meus olhos observam o grande embrulho que

quase toca o teto da casa. Levo os dedos à boca, tampando-a com pavor, e caminho lentamente para ele. Retiro pedaço por pedaço do papel marrom e caio sentada no sofá, olhando petrificada para a tela. Eu me lembro muito bem desse quadro, mas não me lembrava do sorriso na face do velho homem. Aos poucos, vejo a tela se movendo e o homem focando os olhos

em mim. Seus

cabelos

grisalhos

se

transformam em negros vivos e a pele fica sedosa e jovial, até ele ficar completamente novo outra vez. Vejo o homem belo do quadro sorrindo para mim e caminhando para fora da tela, parando a uma distância de um braço do meu corpo. Seus joelhos tombam lentamente e param diante de

mim. — Tem medo de mim, minha doce Vênus? — ele sussurra, pegando meus dedos nas mãos. Nem sequer penso antes de me jogar em seus braços e o beijar perdidamente. — Meu Deus, você é real…

LIA

Pago o táxi na porta de casa e volto meus olhos para a entrada. Tom provavelmente já está dormindo porque está tarde. Meu filho é meu orgulho. Transformou-se em um homem lindo, de caráter impecável. Amo meu Tom, e nenhuma das suas escolhas mudará meu

amor por ele. Sorrio ao me lembrar do ano de paz que tive, o mais calmo em toda minha vida. Não tenho mais o que pedir, apenas agradecer. Faço isso todos os dias. Seguro a barra para subir os degraus e paro para procurar a chave na bolsa. Escuto um estralo ao longe antes de as luzes da varanda se acenderem. Fico olhando para a lâmpada, achando

que

está

com

problema,

mas

o

pensamento se vai assim que o vento passa por mim, brincando com meus cabelos como se fosse uma carícia há muito tempo desejada. Sinto a força que emana atrás de mim e me viro lentamente, enquanto um homem sério retira o chapéu da cabeça e o joga dentro do carro que está parado atrás dele.

De onde saiu esse carro? De onde saiu esse homem que me olha tão intensamente? Ele faz meu coração acelerar, e sinto meu peito batendo forte. Os olhos de avelã que me consumem todas as noites em sonhos agora estão aqui, parados diante de mim. Ele sorri para mim e dá um passo à frente. Sua mão se fecha e vai para perto da sua boca. Faz alguma coisa ali

e estrala. De repente, aparece um buquê de rosas negras em sua mão, e ele as estendem para mim. — Baltazar… — sussurro o nome que me vem à mente todos os dias desse ano que passou e sorrio. — Olá, humana. Uma cabeça sai do carro, e a mulher ri para mim, encarando-me com os olhos negros.

— Salem! — A voz dele sai baixa e séria ao dizer o nome dela, mas logo ele se volta para mim. — OK! Vai lá logo! Ele está rabugento todo esse tempo desde que ficou sem você — ela fala e volta para dentro do carro. Desço os degraus tão rápido e pulo nos braços abertos de Baltazar, que me recebe me apertando com força.

— Oi de novo, minha doce humana — sussurra em meu ouvido, fazendo meu corpo se arrepiar. Aperto meus dedos em sua face e roubo a boca que tanto desejei para mim.

Em um lugar tão, tão distante

A árvore

seca



milênios,

escondida no canto mais sombrio e perdido da humanidade, estrala, enquanto vai caindo no chão, pedaço por pedaço. O céu cinza traz um trovão, que se quebra em agonia e faz todos os animais correrem para longe. Um grande raio cai sobre a árvore, fazendo tudo ao redor pegar fogo.

O cheiro da vida que volta em suas veias a faz soltar um grito de ódio. É bom estar de volta. Ela olha tudo ao redor,

vendo

com

nojo

o

lugar

agonizante que foi sua morada sendo queimado. Olha para o céu outra vez e sorri amargamente. — A maldição foi quebrada… — Morgana sussurra e abre os braços, sentindo o gosto da liberdade. E nada

lhe é tão desejado, quanto por toda suas malcriações em dia. — Estou de volta!

FIM

AGRADECIMENTO Gostaria imensamente

de a

agradecer

todas

as

pessoas

envolvidas neste projeto, que sempre me apoiam e contribuem para essas histórias que amo. Agradeço

ao

meu

trio

de

malcriadas, Halana Oliveira, Layde

Leonardo e Janina da Silva, por sempre estarem ao meu lado. Meu eterno amor e carinho, um doce de ser humano, minha assessora, amiga e irmã Valdirene Gonçalves, que se tornou o pilar mais forte que trago comigo, sempre refletindo sua luz em meu caminho e me incentivando a buscar o melhor. Obrigada, Val, por sempre puxar minha orelha quando dou

deslizes, por me aconselhar quando nem eu mesma sei mais para onde estou indo. Obrigada por me fazer sorrir e, especialmente, por mostrar que existem pessoas iluminadas com um coração tão bom e generoso como o seu. Sou muito grata de ter você trilhando esse caminho comigo. Muito obrigada por sempre permitir que te arraste para minhas loucuras!

Como não agradecer um grupo especial de amigas que entrou em minha vida e se tornou minha família? Agradeço

de

coração

as

minhas

parcerias que sempre estão comigo.

Às minhas panteras do grupo História da Carolinda. Meu eterno amor

pertence

a

vocês,

suas

maravilhosas! Estamos aí balançando

a bundinha de novo, lindezas. Às minhas malcriadas da Amazon e Wattpad, o meu maior beijo, de coração. Obrigada por estarem sempre abrindo suas mentes para minhas peripécias. Agradeço à Samara, Gior, Maybe e Lia por serem tão maravilhosas com suas dúvidas, erros e problemas. Por se tornarem tão reais em meu coração.

Um beijo para todas as Lia’s que se encontraram neste

livro,

a

todas

Samara’s guerreiras que cuidam dos seus filhos e provêm o seu lar, a todas Gior’s que lutam e correm atrás dos seus sonhos e a todas as Maybe’s. Só digo

uma

coisa:

vocês

são

um

mulherão da porra! Obrigada a você, minha leitora malcriada, que permitiu se perder neste

livro!

BIOGRAFIA Caroline Andrade é paranaense, residente da capital Curitiba. Mãe de dois meninos lindos, Nicolas e Jorge. Uma canceriana de coração gigante como o mar. Começou na adolescência a escrever as histórias em seus cadernos, mas os deixava guardado até conhecer a

plataforma Wattpad em janeiro de 2014, onde postou suas histórias e não parou mais. Seu primeiro livro lançado na Amazon foi Katorze em outubro de 2019. Através da escrita transformou seus sonhos em histórias e, assim, uma parte fundamental em sua vida. Seus livros são do gênero dark romance.

OUTRAS OBRAS KATORZE LIVRO 1 ATENÇÃO:

CONTÉM

CENAS

ERÓTICAS E GATILHOS que podem gerar desconforto. NÃO INDICADO PARA MENORES DE 18 ANOS. Quando um pesadelo deixa marcas. Quando em um dos piores momentos, nasce uma luz para guia-la. Quando ela

se apaixona por seu algoz e finalmente tudo está na mesa, o desejo carnal e selvagem se revelam. Mas a ferida agora, está aberta. Vocês irão odiá-lo, cobiçá-lo e até mesmo deseja-lo. Conheçam Daario Ávila e embarquem em uma aventura na Espanha,

regada

de

erotismo

e

reviravoltas de tirar o fôlego. Será que o príncipe encantado, pode se tornar um

pesadelo? ESSE É O PRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE. PAOLO

A

RENDIÇÃO

DO

MONSTRO - LIVRO 2 PAOLO

O

DESPERTAR

MONSTRO - LIVRO 3

DO

JOE:

BEM-VINDO À SELVA Recomendando para maiores de 18 anos Este livro contém descrição de sexo explícito e palavrões. Historia e conto Irmãos Falcon Doty só queria uma coisa: achar o miserável que engravidou Tifany e chutar seu rabo até Dallas. A única coisa que Joe queria era dobrar o demônio de olhos negros que o

tirou do sério, fazê-la pagar por sua língua afiada e boca suja. Uma proposta! Sete dias! E tudo foi para os ares! BILLI : BEM-VINDO À ARENA Billi tinha traçado seu destino, já não era mais o menino delinquente, tinha se transformado em um homem, foi atrás do seu sonho e criou seu mundo em cada

touro que montou aos 32 anos. Arena Ranger lhe trazia apenas um desejo, o grande touro Asteroide 8 segundo que valeria sua carreira, mas o pequeno

cometa

que

cruzou

seu

caminho. Fez o Cowboy mudar seus planos.

PAOLO: A RENDIÇÃO DO MONSTRO ATENÇÃO: CONTÉM CENAS ERÓTICAS E GATILHOS que podem gerar desconforto. NÃO INDICADO PARA MENORES DE 18 ANOS. Criado

como

um animal

de

estimação desde criança, entre a sarjeta e os abatedouros da fazenda Ávila, Paolo se tornou o cão de ataque perfeito

de Joaquim Ávila, um animal feroz, sem remorso, sem empatia. Moldado pela dor

e

degradação,

é

uma

alma

condenada e vazia, que sente gosto de liberdade quando sua coleira invisível é quebrada. O destino, contudo, o leva, entre a vida e a morte, pelas as águas turbulentas do rio, até os cuidados da pequena Yara. Em um ímpeto de desespero pela

morte que o chama em seu leito, Yara faz de tudo para salvá-lo, até o que não deve. A pequena boneca solitária só não sabia que quem ela salvava não era apenas um forasteiro com faces tristes, mas sim um monstro que traz em seus olhos tanta morte quanto o cano do seu .38. Yara entende de monstros. Teve seu caminho cruzado por um, que a

deixou marcada para sempre. Mas ali, diante da face do mal encarnada entre os olhos marrons daquele forasteiro, que traz uma dor tão antiga, não é medo que sente, mas sim sua luz, que se liga à escuridão dele. ESSE É O SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE. HISTÓRIA

PARA DE

ENTENDER

A

TODOS

OS

PERSONAGENS, SUGIRO QUE LEIA

OS

LIVROS

ANTERIORES

E

PRÓXIMOS. KATORZE LIVRO 1 PAOLO

A

RENDIÇÃO

DO

MONSTRO - LIVRO 2 PAOLO

O

DESPERTAR

MONSTRO - LIVRO 3

DO

PAOLO

2: O DESPERTAR DO MONSTRO ATENÇÃO:

CONTÉM

CENAS

ERÓTICAS E GATILHOS que podem gerar desconforto. NÃO INDICADO PARA MENORES DE 18 ANOS. Tudo nessa vida tem um preço, e Yara sabia disso quando salvou a vida do monstro que entrou em seu caminho. Tendo que escolher entre o homem que amava e os frutos dessa paixão que

cresciam

em

seu

ventre,

partiu,

deixando-o sem olhar para trás. O que ela não sabia é que sua magia deixou rastros, e agora algo muito pior vêm atrás dela. Seu mundo desaba quando suas filhas são levadas por um mal maior, e o destino brinca com a pequena bruxa, colocando-a frente a frente com o homem que

tanto

assombrou suas

lembranças por longos anos. O monstro se perde assim que seus olhos pousam na pequena mulher solitária que vê em seus sonhos, e que agora está em carne e osso na sua frente. Algo dentro de Paolo desperta, puxando-o para ela cada vez mais, sem entender o que os liga. O Cão e a Bruxa estão de volta em mais uma batalha. Yara lutará com toda sua força

para ter suas filhas de volta. No meio da sua jornada, precisará mostrar

ao

monstro o poder e a força da magia do amor, e encarar a ira de cinco anos longe dos olhos tão sombrios quanto o portão do inferno. Poderá o cão de caça perdoar a bruxa que o jogou no limbo por cinco anos, sem despertar o monstro que habita nele?

ESSE É O TERCEIRO LIVRO DA SÉRIE. PARA ENTENDER A HISTÓRIA

DE

TODOS

OS

PERSONAGENS, SUGIRO QUE LEIA OS LIVROS ANTERIORES: KATORZE LIVRO 1 PAOLO

A

RENDIÇÃO

DO

MONSTRO - LIVRO 2 PAOLO

O

DESPERTAR

MONSTRO - LIVRO 3

DO

NO LABIRINTO DOS SEUS SONHOS

ATENÇÃO:

CONTÉM

CENAS

ERÓTICAS E GATILHOS que podem gerar desconforto. NÃO INDICADO PARA MENORES DE 18 ANOS. Se me perguntarem se já era amor desde o início, garanto-lhe com as minhas palavras salgadas pelas lágrimas que sim. Eu já o amava antes do princípio, assim como no meio e fim. Nosso amor mórbido e louco nos unia em nossa

agonia chamada vida. Se existia um inferno, eu iria para lá por ele, pois onde mais dois pecadores poderiam descansar suas almas negras manchadas pelos pecados da carne? E então, eu fui. Joguei-me de cabeça em seu mundo. Conforme trazia Ben para mais perto de mim a cada sonho, a cada parte dele que eu salvava, uma parte minha ficava presa em seu labirinto. Em meu peito,

onde batia um coração de uma menina apaixonada, não importava em quantos pedaços eu teria que destruir minha alma para salvá-lo, pois a loucura que o habitava era a mesma que tinha morada fixa em meu coração. Lizandra, essa sou eu, ou a sombra de quem eu fui um dia.

RABIOSA

ATENÇÃO: CONTÉM CENAS DE SEXO

E

LINGUAJAR

INAPROPRIADO PARA MENORES DE 18 ANOS Zelda estava preparada para tudo em sua vida:

uma

híbrida

latino

Afro-

Americana com sangue quente que desejava apenas ter uma chance para mostrar que não veio ao mundo para

brincar. Queria um lugar ao sol entre as indústrias de construção civil. O que ela não imaginava, no entanto, ao aceitar o estágio na Indústrias Ozbornes, era que, junto com a porta do seus sonhos ao mundo do negócios, também se abriria a porta dos desejos e fantasias quente como o inferno: seus dois chefões em ascensão.
Historietas Assombradas Para Mulheres Malcriadas - Caroline Andrade

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