Fascículo 8 - HQ Ceará - alta

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ico s á b S so r rIa os u Ó c t his inh r d de qua em

BALONAMENTO, TIPOGRAFIA E ONOMATOPEIA Luís Carlos Sousa

1. Introdução o nosso u, do meu, d se o d lo u íc sc mais um fa m-vindo(a) a e . B ! c o T ! c o egar T Quadrinhos m e s a ri é bom você p tó o is tã H n e e , d o h o n ic zi s 100 num balão Curso Bás parece ter un to está no ar, e n u u q ss o a h o in h z ic ve b Dessa ecerá um também conh cê o V ? in e h ligeiro, videoaulas? topeia. ículos nem as não: a onoma sc e fa u q s o só o s d a n a m h rever n pés, . Basta se insc o está acompa ís ã a n p o cê o vo d , to rd a a Por Asg O e aberto rso é GRATUIT cu ncial. O ! ó o d n Vacila a magia seque d s re Especial é: la cu se s gredo . Nosso Canal o se s ss o ce r ri su b é o e sc u e q para d na gente MMMMMM Se liga TRIIIIIM

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114

eara

: s a r t e L e s e õ l a B 2.

! m e g a m i é o tud

e está basOutro elemento qu s ia ór st quahi s s da ado às histórias em lig e Populares símbolo nt ta la fa uadrio balão de é o texto dos q s ho in em quadrinhos, dr de ecido como ele traz dentro hos, também conh e o texto que n s bi gi s do ering. Mais deiras” ografia ou lett p si são quase “ban ti r ha e ac de alguém ado de palavras am ar um e (HQs), a ponto qu ríodos innha balões e texões formando pe aç que tudo que te or aqu de o considerad balões, os textos em os rid tos internos seja se ! ro m uma qualium grande er drinhos, o que é quadrinhos possue em iu rg su eles têm balão visual, ou seja, de Oficialmente, o da aon rs tullow Kid, pe os como litera d li r se 1896 com The Ye de aimagens. Outcalt, mas m e vistos como gem de Richard ra e sd de em mostram res exist variações e estilos as nifestações simila Su de s ta o as etique das visuais. o século XIII, com mais coisas além s ho in am rg pe em diálogo utilizadas linhas. s na e sem quebras e escolher um A origem do por qu tar a fala, por sua balão para represen tempo. Teóricos vez, se perdeu no 1 Nesse sugerem que o como Will Eisner fascículo, r você, tunização do vapo balão é uma “car le it ”. o os r m la (e/ou futu fa do an qu ro quadrin ista), que sai da boca vai conhec bjeto”, em “o l ta a, rm er fo m er a is so b De qualqu r e esses dois elementos, ar com uma “per bem como seu formato circul s en ai m c ontrar su ce), é um dos gestões de como ut ninha” (o apêndi ilizá-los em na s Q H s do s su to en a s em h el istórias, maleáveis ampliando e texto, gerando sua narra em ag im e tr en o t iva e uniã enriquecen rfeito entre estétido seu tra um casamento pe balho. cia comunicativa. ca visual e eficiên (1917-2005), 1. Will Eisner ados

m um dos mais reno iador cr s, no ica er quadrinistas am pirit”, autor do personagem “S c novels de de diversas graphi rtamente um sucesso, sendo ce gênero, dos reinventores do s profissionais seguido por diverso entes. de todos os contin

115

Quadrinhês:

a rinisttto o quaod Ne do un o glossáriopod ym r Daniel Brandã e Ra

É a tipologia (ciência que estuda os tipos) aplic ada às letras, ou 1.grafismos, muit as vezes chamada de tipologia gráf ica. o em inglês costumeiramente traduzido com o “letramento”, 2.que é o “desTerm enhar” ou ¨criar¨ letras. ser de fala, de pensamento, de grito, eletrôni co, uníssono. Sua 3.origem pode pode ser uma representação gráfica do ar que se desloca quando Tipografia: Lettering:

Balão:

falamos e que parece uma fumaça gerada pela

condensação em lugares frios. são os efeitos sonoros dos quadrinhos. A repr esentação gráfica de suas letras também influenciam a inte rpretação do som pelo leitor. Título: nem toda história precisa de títu lo. Mas se tiver, a fonte (letra, caractere) utilizada pode ajudar a dar o “clim a” da HQ. Gibi: era o títu lo de uma revista em quadrinhos lançada no Brasil em 1939. O termo, popular na época, designava “molequ e”, “negrinho”, que era o símbolo da revista. Fez tanto sucesso, que desde então as revistas em quadrinhos, em geral, passaram a ser chamadas de “gibis”.

4. 5. 6.

Onomatopeia:

conjunto de elementos, reais ou imaginár ios, que, por meio 7.de palavras e/ou de imagens, mais ou menos encadeadas, apre sentam um Narrativa:

os Balõesa 2.1. Raio Xrecd urso extremo. Ele tent

“O balão é um elemento etéreo: o captar e tornar visível um som.” (Will Eisner) oduzir balões de Antes de começar a pr nhecer de perto esse falas, é importante co obrir suas qualidades: elemento a fim de desc

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Nathália Garcia

acontecimento, caso ou história.

Nathália Garcia

Daniel Brandão

a)junto ao texto, mais lhe dá inteBorda:

porção do balão que,

gridade e identidade. A borda de um balão serve tanto como área de contenção do texto de fala, como expressão do tom de voz e volume do falante.

b)

Texto:

o texto é o “centro” do balão de fala. Texto e balão mantêm uma relação de verdadeira dependência, na qual um influencia e é influenciado pelo outro. Se um personagem grita, chora ou gargalha, texto e balão de fala costumam expressar isso juntos. Você já havia percebido isso, não é?

c)ço entre o texto e a borda do balão) Respiro:

a área de respiro (espa-

permite uma leitura visualmente mais agradável e ajuda a manter um senso de estética mais simpático ao leitor.

d)

Apêndice:

é a “perninha” do balão, que serve para indicar quem está falando. O apêndice costuma estar apontado para o personagem que fala, pois é da boca dele que “aquelas” palavras estão saindo. Apesar de tudo, nem sempre todos esses elementos estão presentes juntos. Dependendo da necessidade da história e da estética (visual) escolhida pelo autor, uma ou duas dessas partes podem ser retiradas.

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2.2. As Formas do Balão

ia Nathália Garc

ia Nathália Garc

Antes de tudo, é preciso dizer que não há uma “regra” que nos orienta como o balão ou a sua tipografia deve ser. A escolha do tipo de balões de falas e letras vem essencialmente das funções comunicativas e estéticas para aquela história. No entanto, há formatos bem recebidos e melhor divulgados e, por isso, mais utilizados, devido à sua funcionalidade e tradição. Vamos conhecer alguns deles:

o lar: utilizad Balão Regu ual-

aer)pperarsoa anagfalaemco, mmasumemdetoqm

b)

rito: Balão de G

utilier s, b ros e zado para grito . Nele, tom alto outros sons em sxto interno co as letras do te s re bém maio e tumam ser tam destacadas.

c) 118

Balão de P

: ensamento

ostra o recurso que m e um persona pensamento d dia é comum gem. Hoje em bstituído pelo ele vir sendo su ”. “recordatório

Nathália Garc

ia

Nathália Garc

ia

qu to, nem baixo) natural (nem al

rio (caixa Recordató u caption): de texto o ou

d)rso utilizado para textos

recu s, ou seja, que falas subjetiva rtinsamentos, pa expressem pe oíntimo do pers o d s e d a d ri la cu de demarcações nagem, como dor. tempo e narra

rico: Balão Elét

utilis/vozes de zado para son eletrônicos ou equipamentos maquinários.

ia Nathália Garc

e)

ssurro: Balão de Su

ia Nathália Garc

fm)aercssae ubmalãpoerspoonntialhgeamdofa-

Nathália Garc

ia

de e mais baixo qu lando em tom e dos balões qu m u É l. a rm o n o alos utilizado atu tem sido men lo e substituído p mente, sendo aunsparente ou ra it m se o d n fu iro. mento do resp

acado ou Balão Dest upla: um de Borda D de

gu)co esquecido pelo gran

po r substituído po mercado, ou es, como o uso outras soluçõ as cores (facilitad se símbolos e al it ig do mundo d pela inserção rda dupla tem em HQs), a bo mostrar que como objetivo stá personagem e determinado na língua estra m u m e o d n fala ou, distinta a de geira, ou seja o quadro. tros falantes d

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ando 2.3. Organiz ares o em uma os Lug balões e text

Inserir quer uedo, não: re q n ri b é o ã n HQ tenção! am cuidado e a e imagens form Balões, textos o junto, ao mesm ça n a d e u q io um tr gando” m sempre “pe tempo, com u do ao quadro e levan m u m e o tr u or oo o olhar do leit o d n ia u g , te seguin to para imagens quan tanto para as pode a leitura você su a N s. o xt te ros justamente po , so is r e b e rc e nem p é bem o dessa dança ss a p a d ca e mu q uído. Parece co ib tr is d e o d sa pen forem alguns passos plicado, mas se se consegue um os, bem planejad legal. Vejamos: resultado bem itura: Ordem de le

No lemos as HQs Ocidente, nós reesquerda (da da direita para oé para baixo, nã a m ci e d e ) a es vist rdem dos balõ o a , so is r o P assim? smo tomar esse me sa ci re p la fa e d fala Assim, quem . to n e m a n o ci dire e/ou estar à direita primeiro deve aso fala a seguir. C m e u q e d a m e ci a de possibilidad n ra g á h , o ri á contr leitura. de confundir a

Nathália Garcia

a)

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É sempre imposição, xto esteja em te o e u q te n ente, a port legíveis. Geralm r ra u ss e sp e m ção superio tamanho e e de fala na posi o lã a b o e -s e o olhar coloca lugar para ond o é is o p s, ro dos quad na. eiro se direcio m ri p lê m e u q de em ar: A imag em seu lug a is o c s a Q d Ca portante das H im o tã to n e m é um ele antes de plane m ca lo co a s tore assim, o que muitos au tanto, agindo n e o N . o xt te se jar balões e e refazer texto u q r te e d o sc ri aautor corre o espaço adequ o e u rq o p te en balões simplesm i devidamente planejado. fo o ã n do para eles es ar textos e balõ ix ca n e r ra cu e inUma dica é pro sso, antes d ce ro p o d ço e o se ainda no com agem, quand im a tr u o r e serir qualqu áginas. o leiaute de p o d n ta n o m á st e

b)

e:

legibilidad Destaque e

c)

o Daniel Brandã

hisração para a a p re p a é de pen! O leiaute SUPERDICA uadrinista po q o , le e N s. ria e drinho ntar sua histó co e d tória em qua s te n e s neiras efici balões) ante e o xt te , sar sobre ma m e g ute bem mentos (ima zi-la. Um leia u d dispor os ele ro p e d o zer o trabalh terá que refa o ã n de ter todo o r to u a nte que o na leitura e pensado gara ue o leitor não se perca tural e eq de forma na s n e seu trabalho g a im s a lões, apreciar ha muitos ba n te ro ainda possa d a u q smo que o eficiente, me : mplo ao lado como no exe

o

Daniel Brandã

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! ABRA A SUA MENTE Além de todas as funções que apresentamo s, os balões podem ser também marcadores de tempo. O período de leitura de uma fala é uma indicação temporal em si, pois, quanto maior for essa fala , maior será o tempo do quadro. Em um quadrinho pode haver mais de um balão. Eles não serão lidos ao mesmo tempo, claro, criando uma passagem de tempo entre um balão e outro. Como balões são imagens e estão dispostos lado a lado, isso por si só justifica chamarmos de histórias em quadrinhos.

se ia e p o t a m o n O , ia f 3. Tipogra

m e g a m I a r v a l a P Em quadrinhos, tudo é elemento narrativo. Com as letras nas HQs não poderia ser diferente. Dentro de balões de fala ou fora deles, acompanhando as linhas de ação dos personagens ou se integrando às imagens nos quadros como objetos de cena ou se tornando elementos interativos entre os personagens ou sendo um requadro, as letras possuem tantas opções de uso quanto são possíveis. Aliás, em quadrinhos, como nas artes em geral, a experimentação e a criatividade têm que ser exercitadas. O seu texto pode provocar uma série de sentimentos, sensações e experiências que apenas utilizando imagens você poderia não conseguir. Em quadrinhos, no entanto, a união do texto e da imagem apresenta um universo dramático mais completo, talvez mais provocante até, conforme a habilidade de seu(s) autor(es).

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Daniel Brandão

Nathália Garcia Daniel Brandão

Texto como requadro

3.1. O Título

O título é muito importante para dar o “tom” da história que vai ser contada, pois ele já convida e prepara o leitor para o clima da trama. Por isso é preciso dar um senso estético a ele de forma que case com as imagens e o roteiro da história que está por vir. Geralmente, as letras do título são desenhadas, assim como outros elementos textuais, para integrar-se às imagens nos quadros ou mesmo servir como requadro. Nesse caso, que apresentamos a seguir, o quadrinista Daniel Brandão utilizou o título para apresentar sua história. O título é arredondado, dando a impressão de que podemos “escorregar” por ele, assim como a personagem faz na história, passando de forma leve pelos cômodos da casa. Veja nas revistas em quadrinhos que tem em casa como são desenhados os seus títulos. Entendeu, agora?

Texto interagindo com as imagens.

Daniel Brandã o

Texto como elemento de cena.

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! ABRA A SUA MENTE Assinatura ou crédito?

Às vezes há certa conf usão entre essas duas palavras, porque ambas comportam o mesmo significado: o nome de quem faz os quadrinhos. No entanto, elas são usadas de forma diferente. A assinatura é um elemento de arte individual. É o nome, símbolo ou “selo” que mostra o autor de determinada imagem. Nem sempre as assinaturas aparecem nas histórias, mas elas devem sempre estar nas artes originais. O crédito, por sua vez, é o nom e do autor (ou autores) da HQ, em lugar de fáci l identificação, seja no começo ou no final da história. Muitas vezes, vem logo depois/abaixo do título. Lembre-s e: é importante que conste os créditos de quem trabalhou na sua HQ.

3.2. Onomatopeia

A onomatopeia é simplesmente a formação de uma palavra, utilizando os recursos da língua, a partir da imitação aproximada de um som natural. Em outras palavras, é a grafia dos sons: tique-taque (imitando o som do relógio), crás (imitando som de quebra), pow (imitando o som de pancada), tchibum (imitando som de cair nágua), chuá (imitando som de água corrente), zuum (imitando som de velocidade) etc. Nas HQs, o uso da onomatopeia se torna um recurso imagético-textual de grande impacto, focada no enriquecimento da narrativa dentro do campo sensorial. Nos quadrinhos, podemos dizer que há um interesse maior na sinestesia2 que o texto pode gerar do que na sua mera interpretação sonora. Assim, quando uma onomatopeia surge, além de demonstrar um som, sua aparência, cor, efeitos e composição, ela pretende despertar o maior número de sentidos possíveis do leitor, atraindo sua leitura. Por isso as onomatopeias são integradas com a imagem. 2. Sinestesia: o poder que tem

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a imagem (no caso) de trazer de dentro de nós as sensações, imagens, cheiros e/ou cores reconhecidas.

o Daniel Brandã Daniel Bra nd

ão

, o colchão tirinha ao lado a n e, u q a eb s, mas a Perc vez nos quadro a m u h en n e a, da não aparec tão de sua form ees g su á d s o n o dos mat onomatopeia fado ou mesm to es u se e d e ar ainda qualidad leitor mergulh o Se . o it fe é oa riais de que derá ver-se com o p e el , ra ti a d a ular em um mais na históri o como seria p d n ti n se , em ir dele... personag esmo como ca m u o , se es o colchão com ue tentam omatopeias q n o as , ia d uídas Hoje em zes são substit ve as m u g al s às descrever son ue dão nome q s vo ti an st b su nomatopor verbos ou de ter uma o s vé in ao , por im ações. Ass mo um “PÁ”, co , a” id at b “ e tos peia do som d ” com os efei EF B TA “ ra av pal m, não exemplo, há a que ali é um so em er g su e u q imagéticos o. alguém faland

! ABRA A SUA MENTE Manual ou digital?

“letras feitas a mão” parecem ser um luxo Com o avanço das ferramentas digitais, as artísticos mais “nobres”... na verdade não! de artistas com prazos longos e desejos d de uma família de fontes gratuitas (ou Apesar de ser muito fáci l fazer um downloa to, nada dá mais identidade a um quapagas) pela internet e utilizá-las no letramen essa seja complementada por ferradrinho que a produção artesanal, mesmo que m fontes. O importante é que as letras mentas digitais, como programas que faze é o autor de determinado gibi, e, para sejam únicas e digam, logo de cara, quem isso, o “desenhar” das letras é essencial.

4. E é Só Isso? baustes e usos dos aj de s de da ili ib As poss do apenas itadas, dependen m ili o sã as tr le e les delões rinista. Muitos de ad qu do e ad id bada criativ diferentes a seus o til es e o at rm , além ram cara, fo com que tivessem o nd ze fa , as tr le icular lões e a identidade part um o, iv at rr na o do aspect agem. Bordas ou de um person ta tis ar rio óp pr ros em do s digitais, requad to ei ef r, co de s em lápi

s podem funcioce di ên ap te en m fias inobjetos ou so loridos ou tipogra co os nd fu a o nt do o nar ju genas) expandin ní ie al o m es m u comuns (o te, tente do ução. Experimen od pr de so er iv ou que un “pegar”, já pens e ar st go Se . lha seu jeito da decisão e esco te en m te en nd pe legal? Inde elhor saída rtante é usar a m po im o r, to au do a história! para contar a su

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HQ? No Ceará tem disso sim!

por Raymundo Netto

126

ssol - Div

ulgação

na TV brasileira. Assim, João Ramos e Guilherme Neto o conduziram a participar do quadro competitivo “Fora de Série” do Programa Flávio Cavalcanti (1923-1986), da TV Tupi, no qual Mino desenharia, com sua rapidez habitual, todo o júri, em cadeia nacional, sendo o vencedor do quadro. Alguns integrantes da “patota d’O Pasquim”, como Ziraldo, Millôr e Jaguar viriam a Fortaleza em 1972 para participar da Feira da Comunicação (no Clube Líbano), uma invenção do Mino, Ricardo Bezerra, Marcondes Viana e Pedro Gurjão, ação que envolveu todos os meios de comunicação da cidade, com apresentações musicais, desfile de

Acervo Pe

Hermínio Macêdo Castelo Branco, o Mino, nasceu em Fortaleza aos 3 dias de maio de 1944. Desenhou desde os 4 anos, sendo adiante influenciado por quadrinhos como O Corvo e a Raposa (publicados na década de 1950 na revista Calunga e depois em revista própria), da Disney e dos cartuns animados do Pica-Pau, de Walter Lantz. Aos 10 anos ganhou concurso de desenho promovido pelo Náutico Atlético Cearense. Cursou o colegial no Christus (entre os professores, Luiza de Teodoro e Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes) e graduou-se em direito pela UFC, onde ingressou em 1965, em plena efervescência cultural, período de grande aglutinação de artistas locais contra o regime ditatorial, o que fez que Mino participasse do movimento estudantil, de diretórios e passeatas, produzindo cartazes e charges que eram distribuídas pelos colegas. Iniciou-se profissionalmente ilustrando a coluna esportiva “Chuteira, Trave e Canela”, de Lavor Campos, no jornal O POVO, a sua primeira publicação em jornal. Estava ainda na faculdade quando foi convidado a criar um símbolo para a nova emissora de TV de Edson Queiroz. Foi assim que nasceu a sereia da Verdes Mares, uma homenagem à, então, namorada Ignês. Mais tarde, passaria a publicar no Diário do Nordeste, com períodos de frequência regular, a sua página The Mino Times. Em 1967, decidiu ir ao Rio de Janeiro, quando conheceu o cartunista Ziraldo que logo o aconselhou a assinar seus trabalhos como “Mino”, apelido de casa, pois “Hermínio não era nome de cartunista!”. Deixou trabalhos n’O Cruzeiro, Fatos e Fotos, Status, e, retornando a Fortaleza, chegou a colaborar algumas vezes com O Pasquim, um “hebdomadário” alternativo, editado entre 1969 a 1991, cujo símbolo era o Sig, criação do Jaguar, logo transformando-se em fenômeno do mercado editorial brasileiro. Convidado por Ary Sherlock, trabalhou na TV Ceará Canal 2, o que o levou ao programa “Repórter Cruzeiro”, em que ilustrava notícias ao vivo, a partir da locução do narrador, ação inédita

moda, salão do automóvel, estandes de empresas locais, exposição de arte e entrega do prêmio “Papagaio de Ouro”, sendo um dos maiores sucessos de público da história dos eventos no Ceará. Em 1973, no Almanaque do Mino, “o almanaque do leitor inteligente”, nasceria o seu primeiro grande personagem: o Capitão Rapadura,, “o herói que tudo atura”, inspirado nos super-heróis, em linguagem regional, com bom humor e nunca com violência. Mas seria apenas em 1997 que o Capitão voltaria com uma revista própria, começando do número zero, assim como aconteceu com ..., “para não o seu Almanaque..., perder a noção de que você tem que começar pequeno.” A revista chegou a ter 15 edições. E, em 30 de novembro de 2013, na Livraria Cultura, o Fórum de Quadrinhos do Ceará,, por meio da editora Armazém da Cultura,, lançou o álbum comemorativo dos 40 Anos do Capitão Rapadura. Versátil, Mino também é escritor. Lançou livros e poesia (seu avô era poeta e repentista, e o pai, Castelo de Almeida, publicou Zeros,, livreto de poemas) e infantis, entre eles: O Menino Iluminado, A Missão das Cores e A Luz de Cada Um (este, pelas Edições Demócrito Rocha). Ao final da década de 1990, foi um dos convidados a produzir vinhetas do plim-plim da Globo,, geralmente com temas voltados à cidadania. Participou de diversos salões de humor e exposições no Brasil e no exterior, onde também é publicado em antologias. É autor de diversos quadros e obras de artes visuais,

entre as quais as telas “Canudos” e “Caldeirão” e o mural “Terra da Luz” do Aeroporto Internacional Pinto Martins de Fortaleza. Atualmente, mantém a Rivista, publicação mensal, desde 2002, pela sua Editora Riso. Múltiplo, Mino desejava ter um suporte em que pudesse acolher suas diversas atividades, como pintura, cartuns, desenhos, pensamentos, contos, fábulas, além de informação, e daí surgiu a Rivista. Nela, uma fila de personagens: o gênio nacional, poeta Raimundo, Dr. Braz, Zildete, Virgulino e Maria Pirrita, ETúlio e ETília, Madame Mina, entre outros mais.

Contato com a Rivista (Mino):

[email protected] Para adquirir o Álbum

“Capitão Rapadura: 40 anos”:

armazemcultura.com.br/produto/ capitao-rapadura-40-anos/ Para adquirir

“A Luz de Cada Um”:

edicoesdemocritorocha.com. br/a-luz-de-cada-um/

127

Qs H e r b o s is a M a ib Leia e Sa 1000 Palavras - Tiras 100 desenho s, de Marcelo Saravá. Publicação 4º Mun do, 2011. Abridores de Letras de Pernambuc o: um mapeamento da gráfica pop ular, de Fáti

Finizola, Solange Coutinho e Damião Santana.

ma

São Paulo: Blucher, 2013.

A Leitura dos Quadrinhos, de Paulo Ramos. Editora Contexto. São Paulo, 2009. Desenhando Quadrinhos, de Scott

McC loud. Editora Mak ron Books. São Paulo,

Narrativas Gráficas, de Will Eisner. Editora Devir. São Paulo, 2005. Quadrinhos e Arte Sequencial, de Will

2008.

Eisner. Editora WMF Martins Fontes. São Paul o,

2010.

Shazam, de Álvaro de Moya. Editora Perspectiva. São Paulo, 1977. Dicas para quem nunca tentou se arriscar no Lettering, por Janara Lopes. Site Idea Fixa. Disponível em: http

://www.ideafixa.com/dicas-para-se-arriscar-

hand-lettering/

Grupo Blambot: http://www.blambo t.com

Famous Artist Cartoon Course. Disp onível em: http://randomnerds.com/learn-to-d raw

cartoons-with-the-now-public-domain-fam

ous-artist-cartoon-course-textbook/

-

Zine Brasil: quadrinho brasileiro em 1º lugar: https://zineb rasi l.wordpre ss.

com/2011/08/30/1000-palavras-sarava/

Luís Carlos Sousa

Guabiras (Ilustrador)

(Autor)

é professor e roteirista do Estúdio Daniel Brandão. Já trabalhou como revisor e editor independente. Foi coordenador do Fórum de Quadrinhos do Ceará e organizador e roteirista da edição comemorativa de 40 anos do Capitão Rapadura (Armazém da Cultura). Hoje, atua como consultor editorial da Editora Riso, do artista Mino. Contatos: luiscarlososousa.tumblr.com | [email protected]

desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa 18 anos em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e personagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou individuais. Para conhecer mais sobre a produção de Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Presidente João Dummar Neto | Diretor Geral Marcos Tardin | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Coordenação Ana Paula Costa Salmin | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto | Coordenação de Conteúdo Daniel Brandão | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustração Guabiras | Catalogação na Fonte Kelly Pereira ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-723-0 (Volume 8)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271 fdr.org.br | [email protected]

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