Atividade Complementar Interdisciplinar 8

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Olhos que (ainda) condenam Análise de discursos racistas ou xenofóbicos em gêneros virtuais E. M. Clério Boechat de Oliveira Língua Portuguesa e História

Atividade Complementar Interdisciplinar 8 Prof.ª Paula Chagas (Português) Prof.ª Danielle Santos (História)

Turmas: 911, 912 e 913

Apresentação Olá, estudante! Esperamos que você e sua família estejam se cuidando. Por aqui, estamos fazendo a nossa parte ficando em casa, lavando bem as mãos e usando mascara quando precisamos sair para resolver alguma coisa urgente. Desta vez, vamos estudar os gêneros textuais do âmbito virtual. Se você é ativo nas redes sociais, já deve ter visto (ou mesmo sofrido) algum tipo de violência nesses meios. Por outro lado, gêneros virtuais de amplo alcance, como o Twitter e o Facebook, podem ser ferramentas de reflexão sobre problemas sociais, se usadas com responsabilidade. A internet não pode ser “uma terra sem lei”. Neste material, questionaremos a ilusão do anonimato nas redes, desafiando você, estudante, a identificar discursos racistas e xenofóbicos expressos em gêneros virtuais. Atenciosamente, Professoras Danielle e Paula.

IMIGRAÇÃO E XENOFOBIA Condenados por existir

Todo ser humano é um imigrante O Homo sapiens surgiu na África Oriental por volta de 300 mil anos atrás, depois se espalhou para o leste do Mediterrâneo em torno de 100 mil a 60 mil anos atrás e pode ter chegado na China há 80 mil anos. Atualmente os seres humanos estão distribuídos em toda a Terra. Em novembro de 2011, a população humana foi estimada em cerca de 7 bilhões de indivíduos pela Organização das Nações Unidas. Clique aqui para saber mais.

A “Era dos Humanos" "Há 10 000 anos, a maioria dos seres humanos vivia como caçadores-coletores, em pequenos grupos nômades. O advento da agricultura levou à Revolução Neolítica, quando o acesso a grande quantidade de alimentos levou à formação de assentamentos humanos permanentes, a domesticação dos animais e a utilização de instrumentos metálicos. A agricultura incentivou o comércio e a cooperação, resultando em sociedades complexas. Devido à importância desta época para o surgimento das civilizações humanas, essa era ficou conhecida como "Era dos Humanos"". Do surgimento das primeiras civilizações, na Mesopotâmia, no Egito, na Índia, na China, entre outros lugares, vieram a criação de Impérios e guerras de expansão e conquista, que escravizavam povos ou faziam com que fugissem e se dispersassem em busca de lugares mais acessíveis para viver. Durante estes deslocamentos, as populações que migravam em busca de melhores condições de vida e segurança, ou se integravam a outras populações ou se estabeleciam em terras livres e criavam novos núcleos humanos. Isso acontecia enquanto a terra era deserta de humanos. O crescimento populacional e o desenvolvimento da desigualdade social fez com que logo não tivesse terra para todos. Fez com que os habitantes locais, aos poucos, fossem criando barreiras para a entrada de estrangeiros que concorriam com eles em busca de terra e trabalho. Os gregos e romanos, por exemplo, tratavam como "bárbaros" qualquer pessoa que não compartilhasse com eles a língua e a cultura de nascença. O estrangeiro sempre foi visto com desconfiança.

As migrações Existem diferentes tipos de migrações. Algumas, como a migracão de europeus para a América no século XVI, na época da conquista do continente, foram feitas pelo espírito de aventura e busca de oportunidades de enriquecimento. Outras, como a dispersão dos judeus pelo mundo aconteceram como consequências de derrotas em guerras. Milhões de pessoas dos povos africanos foram trazidos para o continente americano através da escravização, numa migração forçada. A migração de europeus para o Brasil, no século XIX, é um dos maiores exemplos de pessoas e famílias inteiras que migravam buscando melhores condições de vida.

Tipos de Migração • As migrações humanas tiveram lugar em todos os tempos e numa variedade de circunstâncias. Têm sido, tribais, nacionais, internacionais, de classes ou individuais. As suas causas têm sido políticas, econômicas, religiosas, étnicas ou por mero amor à aventura. • Migração pendular: é um fenômeno que não se trata propriamente de uma migração, pois é uma transferência momentânea, diária. É caracterizada pelo deslocamento diário de pessoas para estudar ou trabalhar em outra cidade, estado ou país. Ocorre comumente nas regiões metropolitanas. • Transumância: nesse tipo de migração, um grupo de pessoas muda de cidade, estado ou país por um determinado período, geralmente alguns meses, e continua tendo como referência de moradia o local de origem. É o caso de trabalhadores rurais que vão todos os anos para outros estados trabalhar no corte de cana-de-açúcar, por exemplo, e, encerrado o período de colheita, retornam para seus estados de origem.

• Êxodo rural: é o deslocamento de pessoas do campo para as cidades. Essa mudança é permanente e, geralmente, ocorre porque os habitantes do campo buscam na cidade melhores condições de vida. Entretanto, essa migração pode ser involuntária, quando acontece, por exemplo, em decorrência da mecanização do trabalho no campo. • Êxodo urbano: é mais raro de acontecer, mas é o oposto do êxodo rural. Acontece quando pessoas que vivem na zona urbana (cidades) mudam para a zona rural (campo). • Nomadismo: apesar de ser muito rara na atualidade, essa modalidade de migração é caracterizada pela ausência de fixação permanente. As pessoas nômades mudam de lugar periodicamente e não estabelecem moradia fixa em nenhum lugar. • Diáspora: é a rápida dispersão de um grupo populacional de um território. Em geral, essa migração é involuntária ou forçada. Temos como exemplos mais expressivos a diáspora africana (ocorrida por força da escravidão colonial) e a diáspora judaica (expulsão dos judeus da Palestina pelo Império Romano).

A imigração europeia para o Brasil O governo brasileiro na metade do século XIX, sabendo que a escravidão não se sustentaria por muito tempo e preocupados com a oferta de mão de obra, trataram de atrair imigrantes para a região sul do país, oferecendo-lhes lotes de terra para que se estabelecessem como pequenos proprietários agrícolas. Vieram primeiro os alemães e, a partir de 1870, os italianos, duas etnias que se tornaram majoritárias nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entretanto, a grande leva imigratória começou em meados de 1880, com características bem diversas das acima apontadas. A principal região de atração passou a ser o estado de São Paulo e os objetivos básicos da política imigratória mudaram. Já não se cogitava de atrair famílias que se convertessem em pequenos proprietários, mas de obter braços para a lavoura de café, em plena expansão em São Paulo. A opção pela imigração em massa foi a forma de se substituir o trabalhador negro escravo, diante da crise do sistema escravista e da abolição da escravatura (1888). Ao mesmo tempo, essa opção se inseria no quadro de um enorme deslocamento trans-oceânico de populações que ocorreu em toda a Europa, a partir de meados do século XIX, mantendo-se até o início da Primeira Guerra Mundial. A vaga imigratória foi impulsionada, de um lado, pelas transformações sócio-econômicas que estavam ocorrendo em alguns países da Europa e, de outro, pela maior facilidade dos transportes, devido a generalização da navegação a vapor e do barateamento das passagens. A partir das primeiras levas, a imigração em cadeia, ou seja, a atração exercida por pessoas estabelecidas nas novas terras, chamando familiares ou amigos, desempenhou papel relevante. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Migra%C3%A7%C3%A3o_humana

O que é Diáspora: Diáspora é um substantivo feminino com origem no termo grego "diasporá", que significa dispersão de povos, por motivos políticos ou religiosos. Este conceito surgiu pela primeira vez graças à dispersão dos judeus no mundo antigo, primeiramente após o exílio babilônico, e num segundo momento após a grande dispersão após a derrota da rebelião judaica pelos romanos, no ano de 70 d. C.. Apesar da sua origem, o termo diáspora não é usado exclusivamente no caso dos judeus e serve para descrever qualquer comunidade étnica ou religiosa que vive dispersa ou fora do seu lugar de origem, como por exemplo os africanos que foram escravizados e trazidos à força da África para o Brasil. Fonte: https://www.significados.com.br/diaspora/

Na perspectiva de Stuart Hall, dentro dos estudos culturais, o termo se presta a dar conta especialmente dos fenômenos relativos a migrações humanas dos ex-países coloniais para as antigas metrópoles. Para o teórico, "o conceito fechado de diáspora se apoia sobre uma concepção binária de diferença. Está fundado sobre a construção de uma fronteira de exclusão e depende da construção de um 'outro' e de uma oposição rígida entre o de dentro e o de fora. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1spora

O que é Xenofobia? substantivo feminino

1. desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daquele que as ajuíza, ou pelo que é incomum ou vem de fora do país; xenofobismo.

Xenofobia é uma palavra que soa forte. É um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros, que pode estar fundamentado em fatores históricos, culturais, religiosos, dentre outros. Quando é falado na mídia, faz referência a casos “extremos” de grupos mais ou menos organizados que cometeram um crime contra uma pessoa de outro grupo étnico ou país.

A ideia central é a exclusão social de outra pessoa por sua origem, normalmente diferente daquele que executa os atos de xenofobia. Essa exclusão pode ser realizada através de comportamentos diretos, como não alugar uma casa ou apartamento para uma pessoa por causa da sua nacionalidade ou cor da pele. Também inclui atitudes e crenças sobre essas pessoas, como considerá-las mesquinhas ou “intrigantes”: é aqui que os estereótipos entram em jogo. A realidade é que, embora não realizemos comportamentos violentos, podemos estar sendo xenófobos por causa do que pensamos sobre eles, já que o termo também se refere a atitudes de medo e rejeição.

Xenofobia no Brasil existe? LEIA: https://www.politize.com.br/xenofobia-no-brasil-existe/?https://www.politize.com.br/&gclid=Cj0KCQjwO35BRDVARIsAJU5mQWVfIojSbOLcfFWGwtvd6IzrnEb4JKolLEHrJ79lwuVe5jiSbMEJrsaAnjKEALw_wcB

A xenofobia no Brasil existe e já é divulgada há tempos. Por volta de 2014, quando o fluxo migratório de haitianos era intenso, várias denúncias vieram à tona. Em entrevista ao portal Terra, dois imigrantes relataram casos específicos em que foram vítima de preconceitos. Os jovens haitianos, que não quiseram se identificar, afirmaram que era comum pessoas os chamarem de “gays”, a fim de ofendê-los. Outros termos também são comumente usados, como “macaco”. Um deles mencionou uma situação em que um grupo de crianças, por conta de sua pele escura, perguntou se ele não tinha sabonete. Além dos haitianos, as hostilidades muitas vezes são direcionadas aos bolivianos e venezuelanos que vieram em busca de melhores condições de vida. Deve-se observar ainda que nem sempre a xenofobia se direciona a um estrangeiro. Por vezes, ela pode ocorrer em relação a pessoas de determinada etnia dentro de um mesmo país, mas que não corresponde àquela predominante dentro do território, tendo costumes e cultura diferentes dos demais. Ao falar de xenofobia no Brasil, é impossível não mencionar as intolerâncias que acontecem entre nacionais de regiões diferentes. O maior exemplo é o tratamento destinado aos nordestinos, frequentemente taxados por inúmeros estereótipos, como “cabeças chatas” para se referir a cearenses, ou por serem motivo de piadas, como a que relaciona os baianos à preguiça constante. Em alguns casos, a xenofobia no Brasil e a noção de superioridade chegam ao extremo, como o movimento separatista “Sul é Meu País”.

Por que os brasileiros são xenófobos? Várias são as causas da xenofobia. Sentimentos de superioridade e orgulho extremo sobre a identidade nacional são os principais motivos de ódio a estrangeiros na Europa. Mas o que motiva a xenofobia no Brasil? Três razões devem ser destacadas para compreender, principalmente, a forma diferenciada com que estrangeiros brancos vindos de países desenvolvidos são tratados em relação aos imigrantes não-brancos vindo de países “pobres”. 1.

2.

3.

Complexo de vira-lata: O termo “complexo de vira-lata” foi criado pelo escritor Nelson Rodrigues para se referir à falta de autoestima dos brasileiros. Trata-se de um sentimento de inferioridade em relação a outros países, perpetuado nas ideias de que problemas como pobreza e corrupção acontecem apenas em países como o Brasil, nunca em nações desenvolvidas. Racismo Estrutural: Uma pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, concluiu que o racismo no Brasil é “estrutural e institucionalizado”. A Organização chegou a tal conclusão tendo como base diversos dados levantados na época. Ameaça econômica. Um último ponto, também essencial para o entendimento da xenofobia no Brasil, refere-se ao sentimento de que imigrantes apresentam uma ameaça ao sucesso econômico do cidadão, como na ideia de que os migrantes tomariam vagas de trabalho. Tal visão tende a ser amplificada em períodos de crise econômica, quando o desemprego aumenta e há uma maior concorrência pelos postos de trabalho oferecidos. Em geral, se a atividade realizada pelos imigrantes se limita àquela que a população local não quer realizar, sua presença é mais aceita.

Os principais fluxos migratórios nos últimos anos Os anos 2000 foram cenário de movimentos maciços de população que fogem dos conflitos, da pobreza e de perseguições. Abaixo, alguns casos: - Desde 2011: Síria -

O conflito na Síria, que começou com a repressão das manifestações pródemocracia, deixou mais de 360.000 mortos desde março de 2011. Neste país de aproximadamente 23 milhões de habitantes antes da guerra, mais da metade da população se viu obrigada a fugir de seus lares por causa dos combates. No interior do país há cerca de 6,6 milhões de sírios deslocados. O restante, mais de 5,6 milhões, fugiram para o exterior, a maioria a países vizinhos, segundo os últimos dados da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur). - 2013-2018: Sudão do Sul O Sudão do Sul, que conquistou sua independência em 2011, foi cenário de uma guerra civil durante quase cinco anos, é caracterizado pelas atrocidades de caráter étnico. O conflito entre dezembro de 2013 e setembro de 2018 deixou mais de 380.000 mortos e obrigou cerca de 4,2 milhões de pessoas, um terço da população, a fugir. Segundo o Acnur, quase 2,2 milhões de pessoas deixaram o país para ir a Uganda (785.000), Sudão (764.000) e Etiópia (422.000). Trata-se de uma das piores crises humanitárias do mundo.

- 2015: um recorde na Europa A chegada maciça e continuada de migrantes por vários anos provocou uma grave crise migratória e política na Europa, onde os governos endureceram suas condições de acolhida e, em alguns casos, restabeleceram os controles fronteiriços. Depois do recorde de mais de 1 milhão de migrantes em 2015, o número de chegadas pelo mar Mediterrâneo (de origem síria, iraquiana, afegã e da África subsaariana) tende a cair. Em 2016 foram mais de 362.000, e em 2017, 172.000. Desde o início de 2018, 132.500 migrantes chegaram à Europa, 108.400 deles pelo mar, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Cerca de 2.130 pessoas morreram nessa tentativa. - A partir de 2015: Venezuela Segundo as Nações Unidas, cerca de três milhões de venezuelanos vivem no exterior, dos 2,3 milhões emigraram desde 2015, fugindo da grave crise econômica, política e social que atravessa o país. A Colômbia, que compartilha 2.200 km de fronteira com a Venezuela, acolhe mais de 1 milhão; o Peru, pelo menos 550.000; e o Equador, cerca de 300.000. Em agosto deste ano, uma estimativa divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que cerca de 30,8 mil venezuelanos vivem no Brasil atualmente. O Acnur acredita que esse êxodo de venezuelanos que escapam da hiperinflação e da escassez é o mais expressivo fluxo migratório da história recente da América Latina.

- 2018: Honduras Uma caravana de milhares de migrantes, principalmente hondurenhos que saíram de seu país escapando da violência e da pobreza, alcançou em meados de novembro deste ano à fronteira com os Estados Unidos.

Outras caravanas procedentes de América Central se juntaram e os migrantes percorreram milhares de quilômetros a pé, de ônibus ou em veículos que os ajudavam, na esperança de obter o status de refugiados nos Estados Unidos. LEIA a matéria completa: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/12/07/interna_internacional,101140 9/os-principais-fluxos-migratorios-nos-ultimos-anos.shtml

Imagem: Getty Images

O muro de Trump O tema do Muro EUA – México ganhou grande destaque na última eleição presidencial dos Estados Unidos, na qual o candidato Donald Trump o transformou em uma das principais plataformas de campanha. Através do slogan “Build a wall and make México pay for it”, ou seja “construir um muro e fazer o México pagar por ele”, Trump defendeu o fortalecimento das barreiras com o país ao sul para diminuir o volume de imigrantes que por ali trafegam. Por mais que seja extremamente forte no discurso de Donald Trump, não é de hoje que a ideia de um Muro EUA – México está em pauta no governo dos Estados Unidos. Os cerca 3145 km – distância equivalente ao trajeto entre as cidades de Porto Alegre (RS) e Aracaju (SE) – pelos quais atravessam milhares de pessoas ano a ano já são marcados por uma série de barreiras naturais e artificiais. Durante toda a sua campanha e depois de eleito, o atual presidente dos Estados Unidos repetiu que iria construir um Muro EUA – México “impenetrável, físico, alto, poderoso e bonito” com o objetivo de evitar a imigração ilegal através da fronteira sul dos Estados Unidos, e problemas decorrentes dela. Fonte: https://www.politize.com.br/muro-eua-mexico-trump/ Veja o Vídeo para entender: https://www.youtube.com/watch?v=GVb068GwWQA

Os brasileiros no exterior Muitos brasileiros vão para o exterior todos os anos. Alguns vão para estudar. Outros em busca de empregos e melhores condições de vida. Muitos foram fugindo da violência das grandes cidades brasileiras. Alguns poucos têm o direito à cidadania dos países para onde imigram, por serem filhos e netos de cidadãos destes países. Alguns grupos de migrantes ficaram conhecidos, como os mineiros de Governador Valadares que foram para os Estados Unidos nos anos 1990. As migrações geralmente acontecem em períodos de grave crise política e econômica, e quando a situação melhora no país de origem, muitas vezes se tem um fluxo de pessoas que retornam aos seus países. Saiba mais aqui e aqui.

Os BRs também sofrem Casos de preconceito contra imigrantes brasileiros

Xenofobia na Universidade "No fim de abril, estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa se revoltaram ao se depararem, na entrada da instituição, com uma caixa de pedras contendo uma placa explicativa: ‘grátis para atirar em um zuca’ [termo normalmente pejorativo para designar brasileiro]”. Embora os responsáveis pela instalação da caixa tenham afirmado que se tratava de uma sátira em relação à quantidade de brasileiros na faculdade, a universidade condenou a ação e abriu um processo disciplinar para investigar o caso." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/05/queixas-de-discriminacao-contrabrasileiros-em-portugal-disparam-em-2018.shtml

Discriminação no trabalho "Vivendo em Portugal há três meses, o carioca Jhon Batalha diz ter sido vítima de racismo e xenofobia no ambiente de trabalho, um restaurante na cidade do Porto, no Norte do país.

“Acontecia todos os dias. Me chamavam de tudo: brasileiro burro, macaco, cabrão. Era um inferno”, conta. “Eu aguentei firme durante um tempo porque eu realmente estava precisando do documento [contrato de trabalho] e do dinheiro, porque eu tenho uma filha no Brasil”, afirma. Na última quinta (23), o brasileiro denunciou o caso à polícia portuguesa. “Quero ir até o fim com o processo, mas por enquanto não tenho dinheiro”, diz.”

Preconceito na escola "Em Portugal desde setembro de 2016, a empresária carioca Kelly Serra enumera com facilidade várias ocasiões em que diz ter sofrido preconceito por ser brasileira. “No ano passado, minha filha [que é brasileira] veio me dizer que um professor havia passado um trabalho para casa, mas avisou que não iria aceitar fontes de pesquisas de origem brasileira. Segundo ele, ‘porque os brasileiros eram burros, não sabiam escrever direito e não conheciam a própria história”, relata. “Apesar de ser um professor que sempre tratou a minha filha e outros brasileiros que lá estudam superbem, fiquei apavorada. Na reunião escolar que se seguiu, encontrei com esse professor e perguntei sobre isso. A resposta foi basicamente a mesma, mas de forma mais camuflada”, completa."

Como seriam refugiados brasileiros? Se os sírios são associados equivocadamente ao terrorismo, brasileiros no exterior seriam vistos como traficantes, estupradores e corruptos em caso de guerra civil. Muitos acham impossível haver guerra civil no Brasil. Também acho. Há, sim, violência urbana, com número de mortos similar ao do conflito na Síria. Mas não é guerra. Se estourasse uma guerra, muitos teriam de fugir para uma outra nação. Algo que nunca imaginamos e para que não nos preparamos. Tentarei fazer um exercício e mostrar como seria para um leitor do GLOBO do Rio ser refugiado.

Se o Brasil estivesse em guerra civil e houvesse milhões de refugiados, não interessaria para ninguém nas fronteiras europeias ou dos EUA que você tem um diploma de Direito ou de Medicina da UFRJ e seu marido ou mulher, um de Economia da PUC-Rio. Não interessaria que você nunca tenha cometido um crime. Você e um bandido seriam a mesma coisa — refugiados. Com o agravante de que tenderiam a generalizá-lo pelo bandido, não pelo médico honesto. Se os sírios são equivocadamente associados ao terrorismo, tenha certeza de que brasileiros seriam associados, na Europa e nos EUA, a assassinos, traficantes de drogas, estupradores e corruptos em caso de guerra civil. Foto: ACNUR/Roger Arnold

“Brasileirofóbicos”, como seriam conhecidos os membros de movimentos contrários aos refugiados da suposta guerra civil brasileira, diriam que no Brasil morrem cerca de 60 mil pessoas assassinadas todos os anos. Mais do que em todo o Oriente Médio somado, tirando a Síria. Mais do que dez vezes o total de homicídios na União Europeia. Acrescentariam que a cada dia ocorrem dez estupros coletivos no Brasil. Falariam que partes das cidades brasileiras são controladas por organizações de narcotraficantes que queimam pessoas vivas. Diriam que crianças andam com fuzis em favelas. Contariam casos de decapitações em conflitos de gangues. Lembrariam que mais policiais foram mortos no Rio de Janeiro em seis meses do que o total de pessoas assassinadas em Londres ao longo de todo um ano. Descreveriam histórias de estrangeiros esfaqueados quando andavam de bicicleta na Lagoa Rodrigo de Freitas. Relatariam os arrastões no Leblon. Citariam os escândalos bilionários de corrupção. Não se importariam que você estaria fugindo exatamente de assassinos, de traficantes e de estupradores. Sequer ouviriam que talvez você tenha tido um irmão assassinado ou uma filha estuprada. Os “brasileirofóbicos teriam medo de que você assassinasse os irmãos deles ou estuprasse as filhas. Como refugiado, você teria, ao conseguir refúgio em algum país da Europa, de ouvir gritos de “brasileiro assassino, traficante e estuprador, volte para a sua terra, nós não te queremos aqui!”. Saberia do risco de ser agredido por vender pão de queijo e coxinha como ambulante e ter o nome de José. Afinal, “são comidas brasileiras vendidas por um homem com nome brasileiro”. Logo, na visão dos brasileirofóbicos, deve ser “traficante, assassino, estuprador e corrupto”.

Todas as suas memórias não valeriam nada. Um europeu brasileirofóbico não estaria nem um pouco interessado em ouvir as músicas do Tom Jobim, em saber como era bom o banho de mar em Ipanema, de como foi o título brasileiro do Flamengo de 1992 no Maracanã lotado, de como a Portela merecia ter vencido o último carnaval e de como faz falta comer uma feijoada em um sábado de outono no Leblon. Dane-se que o Neymar é brasileiro. Zidane é muçulmano e ninguém está nem aí. Você não é o Neymar. O brasileirofóbico o xingaria em sueco, húngaro e grego caso você pedisse informação sobre onde se vende leite para o seu filho de 2 anos. Insisto, para ele, você seria apenas alguém que levaria a violência do Brasil para o país dele. Você, seus pais, seus filhos, seus irmãos e todos seus amigos de infância seriam potenciais criminosos. E, lógico, quando um bandido brasileiro assaltasse e matasse uma idosa em Paris, você seria o culpado. Afinal, assassinato é da “cultura brasileira”. Por que você não condenou? O assassino é brasileiro, como você. Se não tivesse “refugiados brasileiros” na Europa, diriam os brasileirofóbicos, “muitas meninas não seriam estupradas em Berlim ou Turim”. A camisa amarela da seleção brasileira, o arroz com feijão, o hino do Botafogo, a pulseira do Bonfim e a sunga na praia seriam associados a uma cultura de “assassinos”. Você teria de falar português baixo para não assustar a mesa ao lado no restaurante em Amsterdã. E, se você abrisse O GLOBO no iPad no metrô de Paris, ao ver que o jornal era brasileiro, o francês ao seu lado no metrô em Londres se levantaria com medo de ser assaltado. Guga Chakra – 24/08/17 Leia mais: https://oglobo.globo.com/mundo/como-seriam-refugiados-brasileiros-21740441#ixzz4qii7haIt Foto: Noo

Atividade de História Formulário de questões.

AS QUESTÕES DOS DISCURSOS DE ÓDIO Atualmente existe um grande debate acerca da linha tênue entre liberdade de expressão e discurso de ódio. O primeiro é fundamental para uma democracia existir, o outro, por sua vez, representa uma fala intolerante e sem empatia. Sendo assim, existe a necessidade de se compreender o que caracteriza um discurso de ódio e quão prejudicial ele pode ser para uma sociedade democrática. Não existe uma única definição para discurso de ódio, entretanto, todas elas se assemelham. Segundo Samanta Ribeiro Meyer-Pflug, doutora em Direito, o discurso de ódio é a manifestação de “ideias que incitem a discriminação racial,

social ou religiosa em determinados grupos, na maioria das vezes, as minorias”.

Entretanto, podemos ver que nesta definição são abordados apenas os pontos de discriminação racial, social ou religiosa, sem considerar, por exemplo, gênero, orientação sexual, peso, algum tipo de deficiência, classe, dentre outros. Já Daniel Sarmento, doutor em Direito Constitucional, afirma que discurso de ódio pode ser caracterizado por “manifestações de ódio, desprezo ou intolerância contra determinados grupos, motivadas por preconceitos”. Sendo assim, com base nessas duas conceituações e no senso comum que existe sobre o termo, podemos chegar a conclusão que discurso de ódio é um conjunto de ações com teor intolerante direcionadas a grupos, na maioria das vezes, minorias sociais (mulheres, LGBTs, gordos(as), pessoas com deficiência, imigrantes, dentre outros). O discurso de ódio é considerado um tipo de violência verbal, e a sua base é a não-aceitação das diferenças, ou seja, a intolerância. Fonte: https://www.politize.com.br/discurso-de-odio-o-que-e/

Discurso de ódio é crime! Na Constituição de 1988, o artigo que legisla sobre preconceitos é o artigo 5º, que defende a igualdade de todos bem como os direitos e deveres do cidadão brasileiro e concorda com os Direitos Humanos. A Lei 7.716/89 é a lei brasileira que criminaliza os diferentes tipos de preconceitos na nossa sociedade. O discurso de ódio, por se basear em preconceitos e incitar a violência contra diferentes grupos sociais e minorias, é compreendido por esta lei como crime. Além de atacar a uma pessoa em específico, o discurso de ódio, procurando atacar todo um grupo social, fere os direitos difusos, que se referem aos direitos que se relacionam aos grupos sociais sem definição específica de pessoas. Portanto, o discurso de ódio é um tipo de violência exercida por meio do discurso verbal ou escrito e tem por intenção discriminar, ofender, diminuir, agredir outras pessoas devido a suas condições sociais ou características étnicas, raciais, religiosas, culturais, de gênero e orientação sexual etc. Por violar o respeito à diversidade humana, à pluralidade e às liberdades civis e os direitos difusos é considerado crime no Brasil e em diversos outros países. Fonte: https://www.infoescola.com/sociologia/discurso-de-odio/

“A nossa verdadeira nacionalidade é a humanidade”. – H.G. Wells – “Ninguém nasce odiando a outra pessoa por causa da cor da sua pele, da sua origem ou religião”. – Nelson Mandela –

Gêneros Virtuais em foco Os gêneros textuais da esfera digital

O que são gêneros virtuais? Gêneros virtuais é o nome dado às novas modalidades de gêneros textuais que surgiram com o advento da internet, ou seja, são gêneros da esfera digital.

Na esfera digital Em nossas atividades anteriores, exploramos gêneros textuais mais tradicionais, como a carta e o diário pessoal. Vimos também que, com o surgimento e a popularização da internet, novos gêneros da esfera digital ganharam cada vez mais espaço na vida das pessoas. Quando você quer se comunicar com alguém que está em outra cidade, Estado, ou mesmo outro país, dificilmente escreve uma carta, não é verdade? Você tem outras opções, mais dinâmicas, como o e-mail, a mensagem de texto ou áudio, a chamada de vídeo, dentre outros recursos. Na esfera digital, as redes sociais oferecem diferentes suportes que facilitam a comunicação em tempo real. Por outro lado, os gêneros textuais da esfera virtual também representam um certo perigo, pois possibilitam a divulgação instantânea e massiva de informações que nem sempre são verdadeiras. Além disso, provocam no internauta a falsa sensação de impunidade. Por isso vemos tantos casos de usuários “anônimos” utilizando as redes sociais como espaço de livre propagação de discursos de ódio.

Os gêneros virtuais Agora que já sabemos o que são gêneros virtuais, leia este texto e reflita: quais gêneros textuais da esfera digital você mais utiliza em seu dia-a-dia? Para saber mais sobre os gêneros virtuais (ou digitais), leia também este artigo.

Redes sociais As redes sociais são ferramentas poderosas de divulgação de ideias e serviços. Muitas empresas utilizam redes como Facebook e Instagram como espaço de propaganda. Outras, monitoram as atividades de seus funcionários nas redes sociais, verificando se não foi feita alguma postagem ou algum comentário que possa prejudicar a imagem da empresa.

Clique aqui para saber mais sobre redes sociais e marketing.

Seguir e ser seguido Há ainda pessoas que trabalham primordialmente nas redes sociais, criando conteúdos em plataformas como o Youtube, por exemplo. Conquistar seguidores é a principal meta desses profissionais, conhecidos como influenciadores digitais.

Já sentiu vontade de ler um livro, ver um filme, comprar um novo jogo ou usar uma determinada roupa após ver um vídeo de seu youtuber favorito? Sim, você foi influenciado. O trabalho de um digital influencer não se limita a acumular seguidores: é preciso ter a habilidade de provocar um padrão de comportamento nas pessoas. Por isso, os criadores de conteúdo mais influentes conseguem melhores contratos com grandes empresas. Clique aqui para saber mais sobre mídia e influenciadores digitais. Veja também este clipe da canção Carmen, do cantor belga Stromae, que critica a supervalorização das redes sociais em nossa geração. Você pode ler a tradução de Carmen aqui.

Redes Perigosas Racismo e xenofobia nas redes sociais

Humilhação Nas últimas semanas, você deve ter visto algum comentário nas redes sociais sobre o caso do motoboy Matheus Pires Barbosa, que foi humilhado em um condomínio de luxo em Valinhos, interior de São Paulo. Uma moradora registrou o acontecimento e o vídeo viralizou rapidamente nas redes sociais. Leia esta notícia sobre o assunto.

Como você leu no link acima, Matheus sofreu injúria racial e foi chamado de semianalfabeto. Com a divulgação do vídeo, muitas pessoas se manifestaram no Twitter e no Instagram, demonstrando apoio ao entregador, que se tornou um símbolo de humildade pela forma como lidou com a situação. Neste caso, a divulgação do vídeo nas redes sociais possibilitou uma reflexão positiva sobre o racismo estrutural.

O caso Maju A jornalista Maju Coutinho tem sido vítima de comentários racistas em redes sociais desde que passou a ocupar posições de destaque em noticiários de amplitude nacional. Atualmente apresentadora do Jornal Hoje, Maju tem uma trajetória de sucesso na TV. O caso foi tratado como crime de racismo e injúria racial. Saiba mais aqui e aqui.

Xenofobia no cenário gamer Os jogadores profissionais de League of Legends Ranger e Yoda foram punidos por comportamento tóxico nas redes sociais. Ambos teriam feito comentários xenofóbicos contra jogadores coreanos que atuam no Campeonato Brasileiro de LOL, motivo pelo qual foram multados. Yoda foi suspenso da Twitch e Ranger, do CBLOL. Saiba mais aqui e aqui.

Atividade de Português A linguagem nos gêneros virtuais Os gêneros textuais da esfera digital possuem uma linguagem própria que geralmente se caracteriza pela informalidade. O uso de gírias, abreviações, símbolos e imagens torna a comunicação mais rápida e fluida para quem está “teclando”. Você já parou para pensar sobre a linguagem que usa nos gêneros virtuais, principalmente nas redes sociais? Leia este texto e responda ao formulário de Língua Portuguesa.

Atividade Bônus Rede do bem Nesta apostila, vimos alguns exemplos de como as redes sociais podem ser mal utilizadas por pessoas que, numa ilusão de anonimato e impunidade, nelas proferem discursos de ódio. Agora que você entende o que é discurso de ódio, pode usar seus perfis virtuais para combater o racismo e a xenofobia. Entre em sua rede social favorita, poste uma mensagem positiva, de cunho antirracista ou antixenofóbico. Depois, faça um print dessa mensagem e mande para a sua professora de Português. Lembre-se: o objetivo não é criticar ninguém. Muito pelo contrário. Use suas palavras e imagens para fazer o bem.
Atividade Complementar Interdisciplinar 8

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