Diálise, Modalidades de Diálise

95 Pages • 3,845 Words • PDF • 1.2 MB
Uploaded at 2021-09-24 09:01

This document was submitted by our user and they confirm that they have the consent to share it. Assuming that you are writer or own the copyright of this document, report to us by using this DMCA report button.


MODALIDADES DE DIÁLISE

DIÁLISE - É um processo físico utilizado pelos rins para remover substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo; - As reações bioquímicas que normalmente ocorrem no corpo humano produzem substâncias chamadas metabólitos, como ureia, creatinina , ácido úrico, etc; - Os rins são responsáveis pela filtração destas substâncias.

DIÁLISE Os rins ajudam a manter o delicado balanço do sangue, pelo processo de DIÁLISE, evitando que líquidos e metabólitos se acumulem em níveis prejudiciais.

DIÁLISE “Quando os rins perdem a função natural de filtragem, é necessário utilizar outros métodos de diálise”.

MODALIDADES DE DIÁLISE DIÁLISE PERITONEAL

HEMODIÁLISE

HEMODIÁLISE - A hemodiálise é um processo de filtração do sangue por um circuito extracorpóreo, utilizando uma membrana artificial; - O sangue passa por um filtro capilar/dialisador e em contato com soluções de diálise e água tratada/ dialisato, acontece as trocas/ filtragem.

HEMODIÁLISE

PRINCÍPIOS DE REMOÇÃO DO LÍQUIDO E SOLUTOS NA HEMODIÁLISE

- ULTRAFILTRAÇÃO - DIFUSÃO - CONVECÇÃO

ULTRAFILTRAÇÃO: Remoção dos líquidos - A ultrafiltração ocorre por meio de um gradiente de pressão através da membrana do dialisador, chamada de Pressão Transmembrana – PTM; - No compartimento de fibras do dialisador onde passa o sangue é criada uma Pressão Positiva; - No compartimento do Dialisato onde passa o líquido dialisante é criado uma Pressão Negativa. A ULTRAFILTRAÇÃO é igual ao gradiente de pressão total da PTM e a característica de permeabilidade à água (permeabilidade da membrana)

DIFUSÃO: Remoção dos Solutos - A força motriz é o gradiente de concentração entre o sangue e o líquido dialisante = fluxo de contracorrente; - Débito de sangue; - Débito de dialisante; - Diferença do Gradiente de concentração entre o sangue e o dialisante ( peso e tamanho molecular); Características que influenciam numa melhor difusão: espessura do dialisador e área superficial da membrana

CONVECÇÃO Remoção de Solutos na Ultrafiltração Os solutos são transportados para fora da membrana junto com a ultrafiltração. A remoção de solutos por convecção é controlada por: - Débito de ultrafiltração; - Propriedade de permeabilidade da membrana do dialisador.

COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO DE DIÁLISE - Concentração de bicarbonato: 35 mm - Potássio: 2,0 mM - Sódio: 135- 145 mM - Cálcio: 1,25 – 1.75 mM - Magnésio: 0,25- 0,50 mM - Dextrose( glicose) 200 mg/dd - Lactato: 28 a 49 mM. Para paciente crônico geralmente elas são utilizadas sem alterações nas suas composições. Para pacientes agudos em HD contínuas lentas, na maioria das vezes, há alteração nas composições .

SOLUÇÕES PARA HEMODIÁLISE CONVENCIONAL Solução Básica

Solução Ácida

SOLUÇÕES DE REPOSIÇÃO PARA HEMODIÁLISE AGUDA “Líquidos estéreis, comercialmente preparados em bolsas de 2,5L ou 5L”. - Prismasato: fornecedor Gambro Composição de diferentes concentrações de cálcio, magnésio, potássio e bicarbonato. - Normocarb: fornecedor B. Braun. Concentrado de bicarbonato em frascos de 240 ml. Quando injetado numa bolsa de água estéril de 3 L, produzirá solução de diálise à base de bicarbonato, sem cálcio.

MODALIDADES DE HEMODIÁLISE TERAPIAS CONTÍNUAS LENTAS( TRRC) HD-C: Hemodiálise Contínua lenta HF-C: Hemofiltração Contínua Lenta HDF-C: Hemodiafiltração Contínua Lenta UFCL: Ultrafiltração Contínua Lenta DBEC: Diálise de Baixa Eficiência Contínua HEMODIÁLISE CONVENCIONAL Intermitentes com programação de 3 a 4 hs , três vezes por semana.

PRINCIPAIS VANTAGENS DAS TERAPIAS CONTÍNUAS LENTAS 1- Hemodinamicamente bem toleradas: menor alteração na osmolalidade plasmática; 2- Melhor controle da Azotenia e do equilíbrio eletrolítico e ácido-básico; 3- Altamente efetiva na remoção de líquidos (pós cirurgia, edema agudo de pulmão e SARA).

PRINCIPAIS VANTAGENS DAS TERAPIAS CONTÍNUAS LENTAS 4- Facilitam a administração de nutrição parenteral e as medicações intravenosas; 5- Menor efeito na pressão intracraniana; 6- Máquinas atuais, mais fáceis de utilizar, com melhor eficiência na terapia e controle dos parâmetros.

CARACTERÍSTICAS DAS MODALIDADES DE HEMODIÁLISES LENTAS - Tempo prolongado de hemodiálise (12/ 24/36hs ); - Fluxo de sangue lento ( 100 a 150 ml/min); - Permite Alta taxa de ultrafiltração ( 25 50 L) com reposição destas perdas; - Utilizam, na sua maioria, líquido de reposição ao invés de solução concentrada de diálise; - A heparinização é contínua e diluída.

HEMODIÁLISE CONTÍNUA LENTA HD-C - A solução de diálise passa através do compartimento do dialisato, do filtro, continuamente e de forma lenta ( fluxo de 100 a 150ml/min);

- Na HD-C a Difusão é o método principal de remoção dos solutos (solução de diálise parecida com a do paciente crônico); - O volume de líquido ultrafiltrado é pequeno ( 3-6 L/dia).

HEMOFILTRAÇÃO CONTÍNUA HF-C - Utiliza dialisador de alto fluxo – membrana bastante permeável; - Utiliza grande volume de líquido de reposição ( solução isotônica / soro fisiológico 0,9% ou ringue ).( cerca de 25-50 L/dia); - O Liquido de reposição é infundido na linha de influxo ou efluxo de sangue ( do dialisador); - O volume de ultrafiltração através da membrana, incluem o volume de reposição e o de excesso do paciente.

HEMODIAFILTRAÇÃO CONTÍNUA HDF-C - É a combinação da HD-C e a HF-C - Utiliza líquido de reposição como solução de diálise; - Utiliza dialisador de alto fluxo – membrana bastante permeável; - A diferença entre a HF-C e a HDF-C é o volume de líquido de reposição. Ele é alto mas não tão alto como na HF-C.

ULTRAFILTRAÇÃO CONTÍNUA LENTA UFCL - A estrutura é semelhante a HD-C e a HF-C;

- Mas não é utilizado solução de diálise e nem líquido de reposição; - O volume de líquido ultrafiltrado diariamente através da membrana é baixo ( 3-6 L/dia ).

DIÁLISE DE BAIXA EFICIÊNCIA CONTÍNUA DBEC - É uma forma de diálise intermitente com duração de sessão prolongada ( 6 a 10 hs/dia); - Utiliza solução de diálise e pode usar concomitante líquido de reposição, podendo haver meta de UF elevada; - Redução do fluxo sanguíneo para 200mL/min e do fluxo do dialisato para 100-300 mL/min; - Pode ser utilizado máquina de hemodiálise convencional ( paciente crônico) desde que a mesma suporte baixo fluxo de sangue.

MÁQUINAS PARA HEMODIÁLISE AGUDA

OSMOSE PORTÁTIL

HEMODIÁLISE CONVENCIONAL - Utiliza solução de diálise estável; - Utiliza água Ultrafiltrada ( osmose reversa); - Permite fluxo de sangue alto ( 300 a 800 mL/min; - Permite fluxo do dialisato elevado ( acima de 500 mL/min); - Indicada para paciente crônico; - Intermitente, até 3 x por semana.

Linha Arterial “sangue sujo” Saída Dialisato + escórias Capilar Máquina de Hemodiálise

Entrada Dialisato Linha Venosa “sangue limpo”

Fluxo de sangue para o capilar

OSMOSE REVERSA ÁGUA ULTRAPURA

ANTICOAGULAÇÃO NA HD

ANTICOAGULAÇÃO NA HD Fatores que favorecem a coagulação do circuito extracorpóreo: - Fluxo sanguíneo baixo; - Hematócrito alto; - Taxa de ultrafiltração alta; - Recirculação no acesso da diálise; - Transfusão de hemoderivados; - Infusão intradialítica de lipídios.

ANTICOAGULAÇÃO NA HD HEPARINA SÓDICA ( Anticoagulação plena) - A dose recomendada é 8 a 10 ud/kg peso/hr em infusão contínua ( IRA); - A mesma dose pode ser utilizada em infusão não contínua , em bolus ou horária (IRC); O Controle da anticoagulação - Tempo de Tromboplastina ativado ( de 1,5 a 2 x do normal); - Risco de “ Trombocitopenia”.

ANTICOAGULAÇÃO NA HD CITRATO DE SÓDIO - Método mais seguro para paciente crítico; - Anticoagulação regional do capilar e do sistema; - Infundido na linha arterial de modo contínuo; - Causa menos risco de hemorragias; O CITRATO se liga ao cálcio livre do plasma, com queda dos níveis plasmáticos do cálcio, evitando a progressão da cascata de coagulação. Ele é removido pela membrana do dialisador; - Risco de hipocalcemia,( iatrogênia) para evitar, deve-se administrar uma solução de cálcio no paciente, e controlar os níveis séricos de cálcio.

ANTICOAGULAÇÃO NA HD DIÁLISE SEM HEPARINA - Infusão de soro fisiológico 0,9% de 15/15 minutos, em bolus; - Quantidade de 50 a 100 ml; - Fluxo da bomba de sangue maior possível; - Utilizar controle de horário de infusão e do volume de soro fisiológico administrado (Balanço hídrico).

PRESCRIÇÃO DE HD - Superfície do dialisador; - Material da membrana do dialisador; - Solução de diálise/ velocidade; - Dose de heparina; - Tempo de Hemodiálise; - Meta de ultrafiltração; - Fluxo da bomba de sangue; - Escolha das agulhas; Perfil de sódio. Temperatura do dialisato.

PRESCRIÇÃO DE HD Superfície de troca do dialisador: PESO DO PACIENTE

SUPERFÍCIE DO DIALISADOR

40 – 50 kg 51 – 60 kg 61 – 70 kg Acima 71 kg Cálculo: 0,024 x peso = 2.1 m² Ex: 0,024 x 50 kg = 1,2 m²

1.0 a 1.4 m² 1.5 a 1.6 m² 1.7 a 1.9 m²

PRESCRIÇÃO DE HD Material da membrana do dialisador: - Triacetato de celulose; - Polissulfona; - Polieterssulfona; - Combinação de poliamida. Capacidade de fluxo: - Baixo fluxo; - Médio fluxo; - Alto fluxo. Avalia-se a permeabilidade da membrana aos solutos e

água e biocompatibilidade.

PRESCRIÇÃO DE HD Solução de diálise/ velocidade: - O cliarence de uréia também depende do fluxo da solução de diálise. O fluxo habitual do dialisato é de 500ml/min: - Se aumentado para 800 ml/min o cliarence de uréia aumentará em 12%; - Para diálise em pacientes agudos de UTI geralmente o fluxo do dialisato é menor.

PRESCRIÇÃO DE HD Dose de heparina Método com apenas uma dose: entre 2000 a 5000 ud em bolus, sem diluição. Método com heparina horária: 4000 ou 5000 ud na ligada e mais uma ou duas doses de 1000 ou 2000 ud, nas duas horas seguintes, sem diluição. Método de infusão contínua na bomba de heparina: dose plena, indicada pelo médico, diluída em água para injeção, numa seringa de 10 ou 20 ml. Interromper a administração uma hora antes do término da terapia. Cálculo: 120 ud / kg de peso.

PRESCRIÇÃO DE HD Tempo de Hemodiálise O paciente deve atingir um Kt/v maior ou igual a 1.2 (medida da cinética da ureia) KDOQI 2006 - Indica tempo mínimo de 3 hs 3 x por semana; - Tempo ideal, 4 hs 3 x por semana; - Para pacientes com IMC elevada é indicada diálise 4 x por semana.

PRESCRIÇÃO DE HD Meta de ultrafiltração A ultrafiltração durante a diálise tem o propósito de remover a água em excesso no organismo. Avaliação pré diálise: pesagem/ peso seco x peso em excesso, turgência jugular, pressão arterial, ausculta pulmonar. Média de cálculo de retirada: até 8 % do peso corpóreo, dependendo do bio tipo do paciente, ou 0,5 a 1,5 L por hora.

É importante reavaliar com frequência o peso seco do paciente.

PRESCRIÇÃO DE HD Fluxo da bomba de sangue/ fluxo sanguíneo: - Na diálise dos adultos o fluxo de sangue, geralmente, é estabelecido entre 200 a 600 ml/min; - A velocidade do fluxo da bomba de sangue, dependerá das condições do fluxo que o acesso venoso permitir; - Cateteres não costumam apresentar fluxos elevados. Baixo fluxo resulta em subdiálise/ diálise ineficiente; - Para a primeira diálise o fluxo deve ser lento não mais que 200ml/min.

PRESCRIÇÃO DE HD ESCOLHA DAS AGULHAS O tamanho das agulhas influenciam no volume do fluxo de sangue. - Para fístulas novas recomenda-se o uso de agulhas de calibre menor tipo 17G e fluxo da bomba de sangue baixo; - Para fístulas maduras recomenda-se agulhas de calibres maiores, tipo 16G; - Para diálise de alta eficiência o ideal é usar agulha calibre 15G se a FAV permitir;

PRESCRIÇÃO DE HD Perfil de sódio Níveis habituais de sódio na solução de diálise estão entre 135 a 145mM: - Em pacientes com meta de UF elevada, pode-se utilizar o método de sódio variável, durante uma sessão de diálise; - Este método consiste em programar um perfil de sódio, na máquina, para as 3 primeiras horas da diálise. Ex: 1ª hora 148; 2ª hora 145; 3ª hora 138.

PRESCRIÇÃO DE HD Perfil de sódio - O uso de sódio variável beneficia pacientes com meta elevada de UF, permitindo a retirada dos líquidos, diminuindo aos sintomas; - Porém níveis de sódio acima de 140 mM estão associados à aumento da sede e ganho ponderal entre as diálises; - Níveis de sódio inferiores à 135mM predispõem à Hipotensão e câimbras.

PRESCRIÇÃO DE HD Temperatura da máquina - Módulo que monitora a temperatura do sangue que entra e do sangue que sai, bem como da solução de diálise; - Permite o controle do equilíbrio térmico durante o tratamento; - Temperatura de conforto: 36 a 36,5 Cº; - Atenção para temperatura alta: pode ocasionar hemólise das células.

Linha Arterial “sangue sujo” Saída Dialisato + escórias Capilar Máquina de Hemodiálise

Entrada Dialisato Linha Venosa “sangue limpo”

Fluxo de sangue para o capilar

ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS NA HD

DROGAS QUE PIORAM A FUNÇÃO RENAL - Inibidores da da Enzima conversora da angiotensina (ECA): captopril, enalapril; - Lozartana; valsartana; - Antibióticos: gentamicina, amicacina, anfotericina vancomicina; - Antiinflamatórios; - Todos os tipos de contrastes.

DROGAS REMOVIDAS NA HD - Inibidores da ECA: enalapril, captopril, ramipril; - Beta Bloqueadores: Atenolol, carvediol, metroprolol, propranolol; - Vasodilatadores: minoxidil.

DROGAS NÃO REMOVIDAS NA HD - Antagonistas do canal de cálcio: anlodipina, diltiazen, Verapamil, felodipina; - Moduladores adrenérgicos: Clonidina, prasolin, terasolin, guanfacina; - Antagonistas da Angiotensina II: lozartana, cardesartan; - Vasopressores: hydrazalina.

ANTIBIÓTICOS Antibióticos removidos na HD - Gentamicina, amicacina, ampicilina, cefepina, ceftriaxone, cefalexina, cefuroxina, clavulanato, penicilina, meropenem, ertapenem, levofloxacina. Antibióticos não removidos na HD - Piperacilina + tazobactam, oxacilina, vancomicina, clindamicina, daptomicina.

doxacilina,

ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS NA HD ERITROPOETINA Agente estimulante da eritropoese Dose: ampolas de 4000 a 6000 ud. De 1 a 3 x por semana. Via de administração: subcutânea, melhora a eficiência da terapia. Pode ser administrada endovenosa, no equipo de diálise, set venoso.

ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS NA HD SACARATO DE HIDRÓXIDO DE FERRO Suplemento de ferro Dose: 20 mg/ml /ampolas de 100 mg, diluída em soro fisiológico 0,9% de 100 ml. Via de administração: endovenosa, no final da terapia. Sulfato ferroso: via oral / prescrito para os pacientes da Diálise Peritoneal.

ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS NA HD CALCITRIOL INJETÁVEL/ CALCIGEX Vitamina D Dose: ampolas de 1mcg/ml Comprimidos de 0,25 ug Via de administração: endovenosa, no equipo de diálise, set venoso. Via oral, comprimidos.

ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS NA HD QUELANTES DO FÓSFORO. Carbonato de cálcio Dose: comprimidos de 500mg Deve ser tomado junto das refeições. Cloridrato de sevelamer/ Renagel: é um quelante do fósforo sem cálcio Dose: comprimidos de 400 e de 800 mg. Deve ser tomado junto das refeições.

DIÁLISE PERITONEAL

O QUE É A DIÁLISE PERITONEAL Diálise peritoneal envolve o transporte de solutos e de água através de uma membrana ( peritoneal) que separa dois compartimentos contendo líquido; Compartimento (a) o sangue nos capilares peritoneais, contendo excesso de uréia, creatinina e outros solutos; Compartimento (b) a solução de diálise na cavidade peritoneal, contendo sódio, cloreto e lactato ou bicarbonato, e se torna hiperosmolar, pela inclusão de concentração alta de Glicose.

Anatomia da cavidade peritoneal O peritônio é a membrana serosa que reveste a cavidade peritoneal; Sua área de superfície é aproximadamente igual à área de superfície corporal, que varia de 1 a 2m² ,no adulto; Peritônio visceral, reveste o intestino e outras vísceras. Representa cerca de 80% da área de superfície peritoneal. Recebe aporte sanguíneo da artéria mesentérica; Peritônio parietal, que reveste as paredes da cavidade abdominal. Recebe aporte sanguíneo das artérias lombar, intercostal e epigástrica.

ANATOMIA DA CAVIDADE PERITONEAL

MODELO DE TRANSPORTE PERIOTNEAL Camadas da membrana peritoneal a) Película de líquido capilar estagnada sobre o endotélio dos capilares peritoneais; b) O próprio endotélio capilar; c) Membrana basal endotelial; d) O interstício; e) O mesotélio; f) Película de líquido estagnado sobreposta ao mesotélio.

FISIOLOGIA DO TRANSPORTE PERITONEAL O transporte peritoneal abrange processos que ocorrem simultaneamente

DIFUSÃO: retirada de solutos

OSMOSE: ULTRAFILTRAÇÃO

FISIOLOGIA DO TRANSPORTE PERITONEAL DIFUSÃO A difusão peritoneal depende dos seguintes fatores: - Gradiente de concentração entre os solutos e a solução de diálise peritoneal; - Área de superfície efetiva da membrana; - Peso molecular dos solutos.

FISIOLOGIA DO TRANSPORTE PERITONEAL OSMOSE / ULTRAFILTRAÇÃO: A ultrafiltração é consequência do gradiente osmótico entre a solução de diálise hipertônica e o sangue capilar peritoneal, relativamente hipotônico; A Ultrafiltração é impulsionada pela presença de altas concentrações de Glicose na solução de diálise; A área de superfície peritoneal efetiva também influência na ultrafiltração.

COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO PERITONEAL Cada 100 ml contém: - Glicose monoidratada - lactato de sódio (solução tampão) - Cloreto de sódio - Cloreto de cálcio - Cloreto de magnésio hexaidratado - Água para injeção

2,5g 448mg 538 mg 25,7 mg 5.08 mg 100 ml

INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO DP INDICAÇÕES: - Em caso de instabilidade hemodinâmica; - Insuficiência cardíaca grave; - Idade avançada; - Dificuldade de acesso venoso para FAV; - Crianças e adolescentes. CONTRAINDICAÇÕES: - Tumor abdominal; - Fístulas peritoneopleurais; - Presença de hérnias de grande porte; - Grandes cirurgias abdominal

TIPOS DE MODALIDADES DP Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua- CAPD - Indicada para pacientes com perfil de troca lenta de solutos. Diálise Peritoneal Automatizada – DPA - Indicada para pacientes com perfil de troca rápida de solutos; - Crianças; - Adolescentes; - Adulto com déficit visual .

CAPD

DPA

DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA Características da DPAC - A infusão do líquido e a drenagem são realizados manualmente; - O movimento de entrada e de saída do líquido é por gravidade; - Volume da infusão varia conforme o tamanho do paciente; - Tempo da terapia, pode ser entre 4 a 5 horas, dependendo do perfil de troca do paciente; - Quantidade de líquido das bolsas, varia de 1 a 3Litros; - A concentração de glicose: 1,5%/ 2,5% /4,25%.

DIÁLISE PERITONEAL AUTOMATIZADA Características da DPA - Utiliza uma máquina cicladora, para infundir e drenar o líquido na cavidade abdominal; - A cicladora é programada pela enfermagem conforme a prescrição médica; - Volume da infusão varia conforme o tamanho do paciente; - As bolsas de diálise são de 5 a 6 litros com concentração de glicose: 1,5%/2,5%/4,25%; - Pacientes e familiares são treinados, para a instalação do material de diálise na cicladora e sua conexão e desconexão na máquina.

ACESSO PARA DIÁLISE PERITONEAL - Cateter Tipo Tenckhoff: dois cuffs e linha radiopaca;

- É um tubo flexível de material biocompatível; - Implantado na cavidade abdominal próximo a fossa ilíaca.

POSIÇÃO DO CATETER DE DIÁLISE PERITONEAL

COMPLICAÇÕES NA DIÁLISE PERITONEAL COMPLICAÇÕES - Peritonite; - Infecção de Ósteo Cateter; - Infecção de Túnel do cateter; - Obstrução do cateter.

SINAIS E SINTOMAS - Líquido turvo; febre; dor abdominal; diarreia; - Hiperemia ou secreção no local; - Dor no local e secreção; - Dificuldade na Infusão e drenagem do líquido.

ANTIBIOTICOTERAPIA NA PERITONITE Peritonite bacteriana: - Gentamicina; - Cefalotina; - Ciprofloxacina; - Vancominina.

Peritonite por fungos: - Combinação de anfotericinaB e flucitosina; - Retirada do cateter.

TRANSPLANTE RENAL

TRANSPLANTE RENAL O Transplante Renal é uma opção de tratamento para os pacientes que sofrem de doença renal crônica. O Transplante Renal consiste implantar um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida em um paciente com rins doentes. Segundo Datasus, em 2014 foram realizados 5.288 transplantes de rim e 121 de rim e pâncreas.

TRANSPLANTE RENAL VANTAGENS: - Menos restrições; - Melhora da anemia; - Melhora da atividade sexual; - Melhor controle do mecanismo cálcio e fósforo; - Retorno a vida sócio econômica; - Melhor sobrevida e qualidade de vida.

TRANSPLANTE RENAL DESVANTAGENS: - Imunossupressores; - Infecções; - Aderência ao tratamento; - Sobrevida; - Estética; - Outros.

TRANSPLANTE RENAL TIPOS DE DOADORES: - Doador vivo - Doador cadáver

TRANSPLANTE RENAL DOADOR VIVO: - Desejo espontâneo de doar; - Ser maior de idade; - Compatibilidade ABO; - Compatibilidade Imunológica/HLA; - Ter boa saúde.

TRANSPLANTE RENAL DOADOR CADAVER: - Pessoa com morte encefálica; - Órgãos e tecidos e demais partes do corpo em condições de doação; - Consentimento da família.

TRANSPLANTE RENAL SOBREVIDA DO PACIENTE TRANSPLANTADO

Tempo de Txr 1 ano

Doador vivo 97%

Doador cadáver 90%

3 anos

86,5%

76%

5 anos

75%

60%

( OMS/ SBN- 2011)

TRANSPLANTE RENAL SOBREVIDA DO ENXERTO

Tempo de Txr 1 ano

Doador vivo 87%

3 anos

69,5%

61,5%

5 anos

60 %

56 %

( OMS/ SBN- 2011)

Doador cadáver 77%

TRANSPLANTE RENAL Causas para um baixo número de transplante no Brasil

- Falta de Notificação da Morte encefálica pelos Hospitais; - Política de captação e preservação do órgão, ainda sem muito incentivo; - Remuneração inadequada dos profissionais; - Situação sócio/econômica; - Pouco investimento em campanhas de esclarecimento à população.

TRANSPLANTE RENAL CONTRAINDICAÇÃO PARA O TRANSPLANTE RENAL: - Idade avançada; - Doenças hepática- cirrose hepática; - Doenças cardiovasculares graves; - Doença pulmonar crônica avançada; - Neoplasias malígnas.

TRANSPLANTE RENAL CONTRAINDICAÇÃO PARA O TRANSPLANTE RENAL

- Doenças infecciosas não controladas - (HIV, hepatites); - Abuso de álcool ou drogas; - Obesidade mórbida; - Ausência de suporte familiar; - Doença neuro-psiquiátrica.

TRANSPLANTE RENAL FÁRMACOS UTILIZADOS NO TX RENAL - Ciclosporina; - Tacrolimo; - Azatriopina; - Prednisona/ Metilprednisolona; - Micofenolato; - Sirolimo; - Evorolimo; - Imunoglobulina humana.

TRANSPLANTE RENAL Tempo de tratamento: “ Inexiste tempo pré-definido”

- A imunossupressão deve ser mantida para toda a vida do transplantado; - As doses dos medicamentos são ajustadas, conforme a necessidade de cada paciente; - O funcionamento do enxerto deve ser monitorizado, por testes bioquímicos, para avaliação da função renal.

TRANSPLANTE RENAL Benefícios esperados do tratamento: - Redução das taxas de rejeição aguda e crônica; - Aumento da sobrevida do enxerto: manter paciente sem necessidade de diálise; - Aumento da sobrevida do paciente

TRANSPLANTE RENAL CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM PACIENTES EM LISTA DE ESPERA TX RENAL

- Manter o paciente clinicamente compensado: dieta

adequada para IRC, DM, HAS, controle da PA, glicose, peso; - Solicitar acompanhamento com Nutricionista e psicologia. - Manter o paciente com boa qualidade de diálise; - Evitar transfusões sanguíneas. (Caso seja necessário a transfusão, deve-se avisar o centro de transplante onde o paciente está listado).

TRANSPLANTE RENAL CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM PACIENTES EM LISTA DE ESPERA TX RENAL - Coleta de soro para atualização do painel de células imunológicas/ HLA e outras; - Ser avaliado pela enfermeira mensalmente; - Marcar a consulta no centro de transplante para revisão periódica; - Manter os telefones de contato do paciente e familiares, atualizados.

PROTÓTIPO RIM ARTIFICIAL – 2010 Pesquisa sendo feita na Universidade da Califórnia- São Francisco o desafio é diminuir o aparelho para que seja implantado na cavidade abdominal. ( utilizando nano-técnologia e bio-técnologia)

Protótipo de Rim Artificial implantável 2015 Pesquisa de Shuvo Roy na UC San Francisco

PESQUISA COM CÉLULAS TRONCO ➔ 2010 na USP: aplicado Células tronco em ratos com IRCrônica com 20% função renal e no final de 120 dias apresentaram função renal de 50%. ➔ 2013 na Austrália: criaram um rim a partir de células tronco ➔ Células tronco retiradas da Medula Óssea podem recuperar função renal aguda.

ACCUVEIN APARELHO A LASER – LOCALIZADOR DE VEIAS

REFERÊNCIAS - RDC 11, de 13 de março de 2014. - BRASIL, Ministério da Saúde. DATASUS: sistema de informações hospitalares do SUS. 2014. - DAUGIRDAS, John T. Blak. Manual de Diálise. 4ª edição, Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2013 - BARROS, Elvino. Nefrologia: Rotinas, Diagnóstico e tratamento, 3ª edição, Artmed, Porto Alegre. - GUYTON, Arthur C e Hall, John E: Tratado de Fisiologia Médica, Rio de Janeiro, Elsevier, 2006. - BRUNNER & SUDARTH: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, 12ª edição, 2011. - SCHETTINO, Ghilherme at ell,: Paciente Crítico: diagnóstico e tratamento Hospital Sírio Libanês, editora Manbelle, 2006. - CRUZ, Jenner at ell, Atualidades em Nefrologia, editora Sarvier, 2002.
Diálise, Modalidades de Diálise

Related documents

95 Pages • 3,845 Words • PDF • 1.2 MB

36 Pages • 13,269 Words • PDF • 673.3 KB

5 Pages • 1,239 Words • PDF • 205.2 KB

5 Pages • 1,633 Words • PDF • 276.1 KB

17 Pages • 2,726 Words • PDF • 3.8 MB

27 Pages • 5,210 Words • PDF • 1.9 MB

12 Pages • 5,438 Words • PDF • 264.2 KB

18 Pages • 3,322 Words • PDF • 171.7 KB

192 Pages • 57,216 Words • PDF • 34.7 MB

1 Pages • 94 Words • PDF • 82.2 KB