C S - Filhos do Sobrevivencialista 03 - O Que Você Vê (TWT)

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista

O Que Você Vê Cherise Sinclair

Filhos do Sobrevivencialista - 03 Traduzido e Revisado do Inglês

Envio do arquivo: Elen Revisão Inicial: Didie Revisão Final: Indy Formatação: Didie e Indy

Imagem: Elica Talionis

** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela vai arriscar tudo para resgatar sua amiga. A melhor amiga de Frankie e o filho de quatro anos estão presos dentro do complexo de uma milícia fanática. No Alasca, nada menos. Resgates em regiões selvagens não fazem parte do conjunto de habilidades da nova-iorquina. Mas ela vai dar um jeito. Ela tem que. A nova atendente do bar do Bull é uma massa de contradições.

As razões da garota da cidade para estar no Alasca não batem. Bull já foi queimado por mentirosos antes. Então, por que ele está caindo nessa merda de novo? Talvez sejam seus grandes olhos castanhos, personalidade exuberante — ou o coração generoso e compassivo dela. Seja qual for o motivo, ele se preocupa. Se ela estiver com problemas, ele fará de tudo para tirá-la disso. O enorme alasquiano é terrivelmente atraente — e extremamente preocupado com ela. Mas Frankie se recusa a envolver Bull na confusão mortal. Seu plano para resgatar sua melhor amiga vai funcionar sem que ninguém se machuque. Enquanto ela tenta ao máximo não se apaixonar, ela adquire obstinadamente todas as habilidades de que precisa. Levar um tiro, entretanto...isso não estava em sua lista de coisas a fazer. Comentário Didie: 5 coisas sobre este livro: 1. Desta vez ela não errou na foto da capa; 2. Simplesmente adorei a Frankie, melhor mocinha da série, sua visão sobre si mesma deveria ser um mantra para todas as mulheres;

3. Ela meio que se redimiu da foto da Caz, Frankie o descreve como um jovem e deslumbrante Antonio Banderas; 4. Bull é um FOFO; 5. Louca pelo livro do Hawk... Comentário Indy: Vou concordar com o comentário da Didie!

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista

NOTA DAS REVISORAS Sobrevivencialismo é um movimento de indivíduos ou grupos (chamados sobrevivencialistas ou preppers) que se preparam ativamente para emergências, incluindo possíveis interrupções na ordem social ou política, em escalas de local para internacional. O Sobrevivencialismo também

abrange a preparação para emergências pessoais, como perda de emprego ou ficar preso na natureza ou sob condições climáticas adversas. A ênfase está na autoconfiança, no estoque de suprimentos e no ganho de conhecimentos e habilidades de sobrevivência. Os sobrevivencialistas frequentemente adquirem treinamento médico de emergência e de autodefesa, armazenam água e alimentos, preparam-se para se tornarem autossuficientes e constroem estruturas como refúgios de sobrevivência ou abrigos subterrâneos que podem ajudá-los a sobreviver a uma catástrofe. O uso do termo sobrevivencialistas data do início dos anos 1960.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista

PRÓLOGO O cheiro doce de abacaxi, coco e óleo quente fez com que Kana Peleki, de nove anos, parasse em frente ao pequeno restaurante com fachada de tijolos. —Pai? Uma mulher esbarrou nele por trás e o contornou com um suspiro irritado.

Ele não se desculpou. Tudo o que ele podia ver era o restaurante. Tudo o que ele podia ouvir era o eco de uma voz profunda: “Meu pequeno subchefe. Olha, segure a faca desta forma...” Kana balançou a cabeça com força. Não, seu pai não estaria naquele restaurante fazendo tortas em meia-lua de Samoa 1 . Não estaria dando aquela risada estrondosa e puxando uma banqueta para que Kana pudesse ajudar. Papi estava morto. Enterrado. Kana se encostou no prédio e fez uma careta para seus pés. Pés grandes. “Eu não posso acreditar o quão rápido você está crescendo.” Papi tinha dito isso também.

Será que ele me reconheceria agora? Ele tinha crescido muito desde que seu pai morreu. Por causa daquela mulher. A raiva cresceu dentro dele. Papi tinha morrido porque a dona do restaurante de Los Angeles o queria, sempre o chamando de “chef bonito” e o tocando. Mas depois que eles fizeram as coisas de sexo, ela mudou e ficou toda maldosa e chamou Papi de nomes e bateu nele, mesmo que ele nunca retrucou aos gritos ou algo assim. No carro naquela noite, ela gritou com papai e deu um tapa forte nele. O carro tinha ido para o lado e... A barriga de Kana virou e ele colocou a mão sobre a boca. Calor correu por sua pele, então

frio, como se ele tivesse caído no riacho gelado perto da cabana de Mako. Não vomite. Ele respirou fundo e lutou contra a náusea. Ele não era mais uma criança, não como quando Papi morreu. Ele tinha estado em um orfanato, nas ruas de Los Angeles. Ele era duro agora, não um covarde.

Ele seguiu em frente. —Ei, Bull. Bull. Ele saltou — porque Gabe estava gritando para ele. Bull é meu nome agora. Bull. Um nome legal para caramba, certo? Ele estufou o peito para parecer maior. Sim, quando crescesse, seria tão grande quanto o alce que Mako alvejado na semana passada. Aquele que deu a Kana — não, Bull — seu novo nome.

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Torta doce de abacaxi, também conhecida como Paifala.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ele levantou a mão para mostrar que tinha ouvido Gabe, mas não se moveu. Ele queria sair para se divertir com seu meio que irmão adotivo — ou com os outros dois? Mako os chamava de equipe. A-huh. Bull não tinha tanta certeza. Ok, talvez os quatro tivessem lutado contra o pervertido do lar adotivo, embora mal se conhecessem. E quando Mako disse que os traria para o Alasca e os criaria, todos concordaram.

Melhor do que ficar sem teto na rua, certo? Isso ainda não os tornava nenhum time ou família. —Vamos lá, Bull! — Gabe de cabelos escuros, um ano mais velho que Bull, apontou para Caz e Hawk que estavam cercados por adolescentes bundões. Os idiotas insistentes não eram uma gangue, no entanto. Não aqui neste fim de mundo de Seward. Bull não se mexeu. Ele queria entrar em uma briga pelos outros meninos na cabana de madeira do sargento? Gabe era legal. Mais mandão do que qualquer coisa, mas inventava bons jogos — e jogava limpo. Se certificando de que todos jogassem limpo.

Caz? Yeah, ele era legal também, mesmo não falando inglês tão bem. Quando o ninho de um pássaro caiu de uma árvore, Caz manteve os bebês vivos, levantando cedo para os alimentar e tudo mais. Hawk? Bem, Hawk era estranho. Se alguém olhasse para ele de forma engraçada, ele batia. Bull tinha alguns bons hematomas desde que o garoto batia forte. Mas ele tinha esgueirado insetos

e vermes para os filhotes de passarinho de Caz... e então fingia que não. Por que ele queria que eles pensassem que ele era um idiota? Imaginando o que eles pensariam dele, Bull esperou para ver o que aconteceria na rua. Falando porcarias, as crianças locais cercaram Caz e Hawk. —Pirralhos da cidade. Voltem para o Lower 482, onde vocês pertencem. — O garoto da cidade com cara cheia de espinhas devia ter cerca de quinze anos, o mesmo que os outros três ao redor de Hawk e Caz. Bull rosnou. Hawk era um idiota às vezes, e Caz apenas um toco de gente, mas eles estavam todos morando juntos. Meio que os torna, tipo, meus, certo? —Cara feia, você não tem nada a dizer? — Outro adolescente cutucou a cicatriz no rosto de

Hawk. Caz deu um tapa no braço do garoto. —Chinga su madre, hijo de puta!3 Os idiotas do Alasca ficaram ainda mais furiosos. Eles provavelmente poderiam dizer que ele os chamou de nomes desagradáveis. Caz tinha alguma coragem. 2

Lower 48: Os Estados Unidos contíguos ou Lower 48 são os 48 estados contíguos dos Estados Unidos, na parte central da América do Norte, e o Distrito de Colúmbia, onde se localiza a capital do país. A definição, portanto, não inclui os estados do Alasca, apesar de ficar no continente americano, e do Havaí, localizado no Pacífico Central. 3 Em espanhol: Foda-se sua mãe, filho da puta!

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Tornando-se vermelho de raiva, Hawk ergueu os punhos. Uh-oh. Quando ele se enfurecia, ninguém estava seguro. Enquanto Bull se dirigia para o grupo, a luta estourou. O garoto de rosto cheio de espinhas deu um soco no rosto de Caz. Hawk chutou a perna do idiota, e então todos os garotos da cidade entraram.

Como se isso fosse justo? Com um grito, Gabe agarrou uma bicicleta da calçada e derrubou um adolescente no chão. —Vai, Gabe! — Bull se lançou para a luta e acertou um ruivo na lateral, derrubando-o de bunda. Ao lado de Bull, Hawk empurrou o idiota que o chamou de cara feia. Empurrando a cabeça no peito do garoto, Hawk o socou no estômago, direita-esquerda-direita-esquerda. Receber o contragolpe não atrasou o falcão4 maluco em nada. Gritando muito alto, o adolescente caiu, se levantou e correu como um cagão. Torcendo, Bull percebeu que estava pulando nas costas do ruivo e acertou o rosto do garoto

na calçada. Oh droga. O banana estava chorando. —Yeah, cai fora. — Bull desceu e o ruivo saiu correndo. Caz estava lutando contra o rosto cheio de espinhas e, merda, usando uma de suas facas! Vindo por trás, Gabe bateu com a bicicleta no adolescente. Já sangrando —Vai, Caz!— o

adolescente cambaleou para trás e correu atrás de sua gangue de aspirantes. Gabe fez uma careta. —Guarde essas facas antes que alguém as veja. Mais liso do que meleca, Caz fez as facas desaparecerem. Bull bufou. Se ele fosse menor, ele iria querer facas também. E Caz com certeza podia trabalhar essas lâminas. —Lutando, hein? — A voz profunda e grave fez Bull pular e girar. Mako estava bem atrás dele. O homem de ombros largos já foi das forças armadas e era duro como aço. Seus olhos azuis viram tudo. Porra.

Ele prometeu que iria mantê-los até que crescessem. Talvez eles não devessem ter brigado na primeira vez que ele os trouxe para a cidade. Tenso, Bull recuou até que seu ombro estivesse contra o de Gabe. Caz estava do outro lado de Gabe, e depois de um segundo, Hawk limpou o sangue de sua boca e ficou ao lado de Bull. Eles tinham se saído bem, Bull decidiu, contra todos aqueles garotos maiores. Pareceu meio que legal.

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A tradução de Hawk é falcão, Bull faz um trocadilho.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Gabe olhou Mako diretamente no rosto. —Eles estavam mexendo com Hawk e Caz. Isso não está certo. —Não, não está. — Mako olhou para a rua. Os adolescentes desapareceram. —Duvido que eles vão tentar de novo. Bull cruzou os braços sobre o peito. — Porque nós ganhamos.

—Vocês ganharam. — O sargento realmente sorriu. —Vocês se sairão ainda melhor quando aprenderem a trabalhar juntos. Todos eles se entreolharam. Juntos? Talvez. —Você tem um lábio inchado, garoto. — Mako deu um tapa no ombro de Hawk. —Uma bolsa de gelo ajudaria —mas vencer uma luta merece sorvete. Todos sorriram — até Hawk, embora isso fizesse seu lábio sangrar mais. Um pouco depois, com uma casquinha de sorvete de morango, Bull se sentou com os outros em uma mesa do lado de fora. Era uma cidade legal. As gaivotas desfilavam aos pés deles,

implorando por comida e agindo como palhaças. Grandes vasos tinham flores azuis escuras e amarelas combinando com as cores da bandeira pendurada em um poste de luz. Enquanto Bull lambia lentamente seu sorvete, Mako disse a eles para adivinharem coisas sobre as pessoas que passavam. O que elas faziam para viver. Se elas eram boas pessoas. Se elas podiam lutar.

Bull apontou o queixo para um cara com roupas cobertas de lama que estava encostado em um poste. —Sem-teto, sem trabalho, babaca, provavelmente ele cairia se tentasse lutar. Mako bufou. —Você está vendo a sujeira e as roupas. Olhe além dessa merda, garoto. Bull fez uma careta. —Ele está usando botas de cowboy chiques. Umas boas. — Gabe inclinou a cabeça. —E a camisa dele não é nova, mas também não é barata. Mako assentiu. —Melhor. Continue. —Tem uma faca na bota — disse Caz. Bull piscou, e sim, havia um punho no topo. Tanto para ser inútil em uma luta.

Uma grande caminhonete parou junto ao meio-fio. A grande estrutura na parte de trás tinha dez portas minúsculas e cachorros choramingavam por trás delas. O cara subiu no lado do passageiro e se inclinou para beijar uma mulher muito gostosa. Mako disse, —Ele é dono da loja de esportes. Ele e sua esposa não são milionários, mas estão bem. É uma caminhonete para transportar cachorros, e ele está enlameado de treinar sua nova equipe de cães de trenó, tentando correr com eles. Provavelmente se fazendo tombar. —Merda — murmurou Bull. Ele não poderia estar mais errado.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Exatamente. Aprenda a ver além da superfície — com homens e mulheres. Isso vai te poupar um mundo de dor. Doeu. Bull se virou, a boca apertada. Se Papi tivesse realmente visto a dona do restaurante que o queria, talvez ele tivesse ficado longe dela. Talvez ele ainda estivesse vivo. E Bull não estaria no Alasca com um bando de estranhos.

CAPÍTULO UM Não é a sua aparência exterior que você deve embelezar, mas a sua alma, adornando-a com boas obras. ~ Clemente de Alexandria —Vou falar com a estilista sobre a agenda dela e ver se ela consegue mais tempo para você — Frankie Bocelli disse à mulher na porta, que temia que as modelos cada vez mais novas estivessem recebendo mais atenção da estilista do que ela estava. Che cavolo. Que merda? Que mesquinha. Digitando um lembrete para falar com a estilista, Frankie controlou a boca. Ela devia ser polida e graciosa. Sempre. Não importa o quê. Além disso, brigas entre as modelos eram de se esperar. Para elas, cabeleireiros e

maquiadores eram tão importantes quanto seu software organizacional era para ela. Portanto, não seja crítica. —Obrigada, Francesca. Francesca. Ugh. —Não tem de quê. — Observando a modelo sair do escritório, Frankie esfregou o rosto. Por que ela estava tão mal-humorada atualmente? Parecia que tudo a irritava ultimamente — embora sua irritação com seu nome fosse de longa data. Fran-chess-kah. Alguma coisa poderia soar mais complicada? E tinha tantas letras. Na préescola, ela ainda estava escrevendo seu interminável nome enquanto colegas de classe como Eve e Ann saíam para brincar.

Na escola primária, ela não tinha simplesmente adorado ser chamada de Frankenstein ou Frankfurter? Não. Mas foi pior quando seus seios apareceram, e os meninos começaram a chamála de Peituda5. Sério, seus seios eram incríveis —obrigada, genes italianos— mas na época, bem... As coisas mudaram quando ela começou a faculdade. Suas novas amigas decidiram que seu nome chato não combinava com ela, e sua colega de quarto, Kirsten —Kit— a apelidou de Frankie.

Quando todos começaram a chamá-la de Frankie, seu mundo se expandiu.

5

O trocadilho se perde com a tradução, Peituda é Chesty em inglês. Vejam como ela zomba do próprio nome.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Os nomes eram importantes, uma espécie de reconhecimento. “Eu vejo você”. Ser chamada pelo nome errado constantemente parecia uma erosão lenta de sua identidade. Mas depois da formatura, ela atendeu às expectativas de seus pais e voltou a trabalhar nos negócios da família. Mama insistiu que sua filha não deveria ser chamada de algo tão masculino quanto Frankie. Não importa o que Frankie quisesse, ela seria conhecida pelo nome em sua certidão

de nascimento. Sorte minha. Precisando de um momento, Frankie se aproximou para regar as plantas que cobriam sua janela. As violetas africanas desabrochavam em brilhantes tons de lilás e rosa, como se para incentivá-la a se alegrar. Ao lado delas estavam duas plantas que sua melhor amiga lhe dera — uma chamada planta de “dinheiro” e uma para limpar o ar. Kit era tudo sobre plantas úteis. De fora vinha o zumbido baixo do tráfego, pontuado por buzinas e apitos. Os taxistas de Nova York amavam suas buzinas. Ela apoiou as mãos no parapeito. Através da chuva forte no vidro, a janela do seu escritório no décimo andar fornecia uma vista sombria dos arranha-céus. A primavera estava atrasada em

Nova York. O céu cinza e nebuloso combinava com seu humor. No entanto, o humor poderia ser melhorado com comida — e ela tinha algo para comer. Ela havia subornado um dos serviçais para comprar um hambúrguer do Shake Shack para ela. De volta à sua mesa, Frankie abriu o saco e pegou uma batata frita crinkle. Yum.

—Francesca, preciso de sua ajuda. — Birgit, sua irmã mais velha, entrou com seu característico passo de passarela que a tornara famosa. Um segundo depois, ela se reclinou em uma cadeira em uma imagem tão perfeita de angústia que deveria haver um violino acompanhando. —O que houve? — Com um suspiro, Frankie colocou seu hambúrguer de lado. Infelizmente, estaria frio quando ela pudesse comê-lo. Sua irmã deu uma olhada horrorizada para a comida. —Você não pode estar planejando seriamente comer essa monstruosidade nojenta. Pense em seus quadris. Você já está muito... —Você não precisa comer. — Meu hambúrguer. Meu, meu, meu. —Venha para minha aula de ginástica esta noite. É levantamento de peso e dança aeróbica.

Isso vai fazer perder os quilos suando. — Birgit deu um tapinha em sua barriga côncava. Honestamente, minha família. Todos obcecados com horários, nutrição e exercícios. —Eu prefiro minhas aulas de Aikido 6, obrigada. — Ainda na escola, ela venceu uma rara batalha com mamãe e foi autorizada a fazer Aikido em vez de seguir suas irmãs mais velhas, tão graciosas, para as aulas de dança. —E eu corro também. Aikido ou aiquidô (em japonês: 合気道, aikidō) é uma arte marcial japonesa desenvolvida pelo mestre Morihei Ueshiba (1883-1969), aproximadamente entre os anos de 1930 e 1960, como um compêndio dos seus estudos marciais e filosóficos. O Aikido é, 6

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Diante da expressão cética de Birgit, Frankie sorriu. —Ontem, na verdade. Os filhos malucos de uma amiga adoravam pilotar drones. Infelizmente, a chamada coisa evitar obstáculos dos drones nem sempre funcionava, e havia muitos acidentes drone-encontraposte-de-luz. Ela tinha feito bastante exercício enquanto perseguia as máquinas idiotas. —Corpos impressionantes exigem dedicação, Francesca — disse Birgit.

Não revire seus olhos; não revire os olhos. As duas irmãs de Frankie abordavam o exercício como uma freira faria com o rosário. Por que Mama não poderia ter sido advogada ou médica? Ou uma fazendeira. Agricultura seria legal. Mas nããão. Norueguesa e linda, Mama tinha sido uma top model, se casou com seu fotógrafo de moda favorito, o Bocelli, e abriu uma agência de modelos. Birgit e Anja se pareciam com Mama e eram modelos. Frankie, o bebê da família, conseguiu o DNA italiano de Papá. Olhos castanhos, cabelos castanhos e seios grandes. Pelo menos ela conseguiu ter um metro e sessenta e oito, ou ela teria se sentido como um Hobbit. A mãe do Papà tinha apenas um metro e cinquenta e cinco.

—De verdade, — sua irmã continuou, —você precisa entrar no HIIT 7 e alternar isso com Pilates e... —Birgit. — Anos de experiência permitiram que Frankie interrompesse o discurso. —O que você precisava? —Oh querida. — Birgit se sentou. —Você tem que me ajudar. Amanhã, tenho uma prova

para uma sessão de fotos de roupas de ginástica, mas há uma recepção à tarde para aquele novo fotógrafo da Vogue, e eu quero ir. Você não pode falar com a estilista de guarda-roupa e fazê-la mudar o horário? Ela é uma idiota egocêntrica, mas todo mundo escuta você. Frankie sufocou um suspiro. Apesar do sofisticado título de “coordenadora de recursos humanos”, seu trabalho consistia basicamente em correr e garantir que tudo corresse bem, embora os problemas devessem realmente ser tratados pelos agentes das modelos. Pior ainda, suas irmãs sempre vinham até ela, ao invés de seus agentes. —Deixe-me ligar para a Alsace e ver se podemos adiantar a prova uma hora. Vou arranjar um motorista, então você não terá que esperar por um táxi.

—Perfeito. Obrigada, mana. —Tudo bem.

frequentemente, traduzido como “o caminho da unificação (com) da energia da vida”, ou “o caminho do espírito harmonioso”. O objetivo de Ueshiba era criar uma arte em que os seus praticantes pudessem defender a si próprios a partir do ataque adversário. O cerne desta arte marcial orbita em torno do uso pragmático da energia num combate, no controle desse fluxo. Os praticantes desta arte respeitosamente chamam seu criador de O-Sensei (“Grande Mestre”), ou “fundador”. 7 O Treino Hiit, também conhecido no Brasil como Treino Intervalado de Alta Intensidade ou treino cardio (em inglês High-intensity interval training) é um tipo de treino usado para condicionamento físico onde o praticante faz exercícios intercalados de alta intensidade (como sprints) e baixa intensidade (como caminhar em ritmo lento).

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Birgit gingou para fora da sala, seu desfile predatório era tão parte dela que ela provavelmente não conseguia andar normalmente neste ponto. Os saltos altos em seus pés traziam sua altura para bem mais de um metro e oitenta e três. Só de olhar para aqueles sapatos doía. Frankie mexeu os dedos dos pés. Não importa o que Mama pensasse sobre se vestir e usar maquiagem para realçar uma imagem, Frankie se atinha ao

profissional, mas confortável. Havia uma vantagem em estar na administração, em vez de estar na passarela. Antes que ela pudesse começar seu almoço, mais duas modelos pararam para se aconselhar sobre como lidar com um agente excessivamente apalpador. Então um modelo masculino foi enviado ao escritório dela para discutir seu temperamento, que estava causando problemas com... oh, quase todo mundo. Depois de uma conversa, ela deu a ele um cartão de um terapeuta que entendia as estranhas tensões da profissão de modelo. Ele fez uma careta. —Isso vai arruinar minha reputação. —Ei, isto é Nova York. — Frankie apontou para os arranha-céus do lado de fora da janela —

provavelmente ainda uma ótima visão para alguém de Nebraska. —Todo mundo faz terapia. Seus lábios se curvaram e ele sorriu com relutância. —Yeah, tudo bem. Obrigado, Francesca. —Tudo bem. Antes que ela pudesse dar uma mordida, uma nova modelo apareceu, uma garota de dezoito anos que estava tendo problemas para lidar com a situação. Tão jovem.

Frankie deu seu conselho usual — ter amigos em outros lugares e cultivar hobbies. Se a única forma de validação de uma pessoa viesse de sua carreira, qualquer aborrecimento no mundo do trabalho poderia ser devastador. Alguém com uma variedade de interesses poderia ignorar um comentário feio sobre sua aparência pensando, talvez eu tenha estragado tudo, mas sou uma boa cozinheira e ótima com as pessoas e posso vencer qualquer um no Monopoly. Assim que a garota se acalmou e começou a pensar com mais clareza, Frankie reorganizou os horários e recrutou uma modelo mais velha que concordou em servir como mentora. O escritório vazio novamente, ela olhou para seu hambúrguer. Frio. Eca. Ah bem. Almoço arruinado ou não, ela gostava de manter as pessoas felizes e fazer as coisas

funcionarem bem. Era nisso que ela era boa. O que sua família precisava dela. —Baby, você é a coisa mais doce que já vi hoje. — A voz suave como seda vindo do fundo do corredor era muito reconhecível — assim como a linha. Seu ex-marido estava tentando enganar outra mulher em sua busca para chegar ao topo. Risos, murmúrios. Querendo vomitar, ela considerou fechar a porta. Tentar avisar o mais novo alvo de Jaxson não funcionaria — Frankie seria simplesmente considerada uma ex vingativa. Então, novamente, se ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista ele não tivesse um contrato blindado com Bocelli’s, ela realmente teria pedido a Mama para mostrar a ele a porta. Então, sim, talvez ela fosse um pouco vingativa. Parando na porta, Jaxson deu a ela um sorriso condescendente. Ele sabia que era lindo de morrer e poderia ter qualquer mulher no mundo. Exceto ela, nesta altura.

Esses dias, machos oh-tão-perfeitos congelavam suas emoções como uma nevasca no meio do inverno. —Você precisa de algo, Jaxson? —Amor, Francesca, eu preciso de amor. — Sua voz foi elevada o suficiente para sua última conquista ouvir. Ela bufou. —Eu acho que você está misturando adoração com amor. Compre um dicionário. Ele franziu o cenho e avistou o almoço dela. —Lamentável. Você sabe, se você embarcar em uma dieta, se arrumar, você pode ter um pouco de amor — ou mesmo adoração. Experimente alguma hora.

—Verdade? — ela murmurou com uma voz ofegante. —Você realmente acha isso? Antes que ele pudesse responder, ela deu a ele um leve sorriso e voltou sua atenção para sua cesta de entrada. —Vou levar isso em consideração. Com um resmungo que soou insultuoso, ele desapareceu. Ela balançou a cabeça. Não o seu melhor momento, Frankie. Ela normalmente não deixava

que os insultos dele ou a obsessão de sua família com a aparência a fizessem se sentir a nanica feia da ninhada. Não, ela não era alta para os padrões de modelo, mas ela não queria ser modelo. Sou saudável, bonita, tenho um corpo lindo e exuberante, cabelos e olhos lindos e, melhor ainda, uma personalidade maravilhosa. Exatamente assim. Agora siga em frente. Exasperada consigo mesma, ela jogou o hambúrguer frio e as batatas fritas na cesta de lixo e voltou a examinar sua correspondência. Anúncios. Material de escritório. Mudanças na programação. Normalmente as fichas de

inscrições e os currículos iam para a Mama, mas, atualmente, Frankie recebia os relacionados aos negócios. Se ela quisesse férias, ela precisaria de uma assistente que pudesse substitui-la, não de uma assistente compartilhada. Agora, sempre que ela mencionava uma folga, todos em sua família insistiam que ela não podia ser dispensada. Que ela era necessária ali, fazendo as coisas funcionarem direito e suavizando as bagunças das divas-mimadas. Franzindo a testa, ela pegou a última correspondência. Dirigida a Francesca Bocelli, aos cuidados da Agência Bocelli.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Frankie, Eu preciso tanto de ajuda. Estou presa. Obadiah se juntou a uma milícia —os Patriotas Zelotes— e nos trouxe para o complexo deles. Ele não me deixa sair. Na verdade, mudamos para um lugar ainda mais isolado — Rescue, Alasca.

Você estava certa, Frankie; ele foi um grande erro. Ele está ficando pior, e permite que os líderes... O resto da frase foi apagado. Se eu não conseguir sair, você pode tentar afastar Aric deles? Aqui estão os papéis que consegui arrumar caso você precise deles. Sei que você vai querer chamar a polícia para mim, mas não deve. Um dos policiais de Rescue é membro dos Patriotas Zelotes. Não ligue para o FBI ou outros. Apenas não faça isso.

Mas... por favor, Frankie. Tire Aric daqui. Kit Frankie percebeu que as palmas das mãos estavam pressionadas juntas na frente do peito. Como se rezar resolvesse isso. Kit, em que você se meteu? Ela abriu os outros papéis. Havia um

formulário, testemunhado por algumas pessoas, dando a tutela de Aric, o afilhado de Frankie, para ela. Fazia sentido. Aric não era o filho biológico de Obadiah; o menino tinha três anos quando Kit caiu vítima do canalha. Havia também uma lista manuscrita das razões pelas quais Frankie fora nomeada tutora e porque ninguém mais, especialmente Obadiah, deveria supervisionar a criança. Fotos de Kit e Aric foram anexadas. Frankie pegou uma. Aric loiro e de olhos azuis se parecia com seu pai biológico — um homem que tinha estado na vida de Kit por menos de uma semana. Ela nem mesmo soube seu sobrenome.

Como a foto de Aric o mostrava com cerca de dois anos de idade, o primeiro marido de Kit provavelmente tinha tirado as fotos. Mesmo que Aric não fosse dele, ele tinha sido bom para o menino, mesmo quando viciado em narcóticos. Ele morreu de overdose antes do casamento completar um ano. A pobre Kit teve uma péssima sorte com os homens. Enquanto ela ainda se recuperava da morte do marido, Obadiah a pegou e se casou com ela. Frankie folheou as fotos e não encontrou nenhuma deste ano. O cônjuge fanático religioso provavelmente não acreditava em câmeras. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Aric faria quatro anos neste verão. “Tire Aric daqui”. O garotinho estava em perigo. Oh, Kit. Quando as palavras nos papéis ficaram borradas, Frankie percebeu que suas mãos tremiam. Cazzo. Porra! Ela não sabia o que fazer.... mas ela tinha que fazer algo. Colegas de quarto durante grande parte da faculdade e alguns anos depois, ela e Kit eram

irmãs por opção. Frankie foi a parceira de parto de Kit e ajudou a criar o pequeno Aric até que Kit se casou pela primeira vez. Quando os recém-casados se mudaram para o Texas, Frankie chorou desconsoladamente por muito tempo. Claro, ela tinha muitas amigas, mas nenhuma como Kit. Não importa quanto tempo ou distância, e o Texas certamente era distante, elas sempre continuavam de onde pararam. —Amica mia, você deveria ter voltado para Nova York quando seu marido morreu. — Em vez disso, Obadiah iludiu Kit até que ela desaparecesse na “a pequena mulher”. A esposa perfeita. Frankie tinha encontrado o bastardo apenas uma vez por alguns segundos no casamento. O

conservador maluco já havia decidido que ela era uma má influência para Kit. Ele pressionou Kit até que ela parasse de ligar, escrever ou visitar. Não querendo causar problemas, Frankie honrou a retirada de Kit. Obviamente, isso foi um erro. Antes de Obadiah, elas sempre estiveram lá uma para a outra. Por oportunidades de trabalho

perdidas e celebrações e desastres de relacionamento. Depois que Kit se mudou, elas passaram horas ao telefone. Quando o marido de Kit morreu, Frankie voou para o Texas, cuidou de Aric e manteve as coisas enquanto Kit chorava. Quando o casamento de Frankie acabou, Kit foi para Nova York. Depois de muito segurar as mãos e aguentar lamentos e choro —porque Frankie não era uma sofredora silenciosa— Kit a empurrou para fora de casa e de volta a vida. Embora não tenha voltado a namorar. Kit sempre fora a mais otimista ali, o que parecia estranho, já que ela tinha péssimo gosto para homens. Os caras dominantes pelos quais ela se apaixonou, inevitavelmente, acabaram sendo canalhas ou controladores ou idiotas básicos. A

infância miserável de Kit deixou uma falha em seu radar de cara legal. Mas Obadiah? —Você realmente escolheu um ruim, desta vez. Frankie leu a carta novamente. Alasca — sério? Mas não havia nenhuma maneira que ela deixaria sua melhor amiga ou afilhado com algum idiota abusivo. Com sorte, tudo que Kit precisava era de alguém puxando os pauzinhos para tirar ela e Aric de lá. Sou boa em fazer as coisas acontecerem. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Se Kit precisasse de mais do que isso, bem... Frankie apertou os lábios, a determinação crescendo dentro dela. Ela faria o que tivesse que fazer. Ela apertou o botão do interfone do escritório e esperou até que a assistente administrativa compartilhada atendesse. —Ei, Nyla. Você gostaria de segurar a cadeira quente por um tempo? Sua família simplesmente teria que lidar com isso.

CAPÍTULO DOIS Ao falhar em se preparar, você está se preparando para falhar. ~ Benjamin Franklin Sem táxis, sem arranha-céus, sem pessoas. E agora que ela tinha saído da Sterling Highway, não havia nem mesmo estradas pavimentadas. Bem-vindo à Rescue, Alasca, hein? Reconhecidamente, a árida paisagem no trajeto de Anchorage tinha sido espetacular com montanhas e sopés cobertos de neve, vales de rios profundos e quilômetros de florestas exuberantes. Cada vez que a estrada fazia uma curva, outra visão a deixava sem fôlego. Quando Frankie saiu da Dall Road e entrou em uma estrada de terra lamacenta, galhos da densa floresta de cada lado arranharam seu sedã alugado. Ela estremeceu com os ruídos ásperos de raspagem. Desculpe, carro. A propriedade dos Patriotas Zelotes era por aqui? O frentista adolescente do posto de gasolina de Rescue lhe dera as instruções, mas havia uma grande quantidade de pequenas estradas que bifurcavam em Dall. Ela dobrou outra esquina e lá estava. A casa dos Patriotas Zelotes. Uma cerca de um metro e oitenta coberta com arame farpado... sério? Fale sobre hostil. Um portão bloqueava o caminho e, do lado de dentro da cerca, uma pequena cabana ficava próxima da estrada. De alguma forma, ela duvidava que fosse um ponto de ônibus, mais como uma cabana de guarda. Encosta acima, a floresta desmatada ainda estava coberta de neve. Estufas em altos arcos pontilhavam os campos. Mais longe, casas de toras misturadas a pré-fabricadas em uma bagunça feia. Os edifícios estavam muito distantes para ver as pessoas. Você está aí, Kit? Aric está? No portão, Frankie desligou o carro e saiu, evitando um pedaço de gelo. Brrr. O ar frio e úmido cheirava a sempre-vivas e neve com um toque de fumaça de lenha — e estava tão limpo que seus pulmões da cidade poderiam entrar em choque.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Quando ela se aproximou do portão, ela ouviu latidos. Dois cães pularam da cabana, seguidos por um homem que segurava um rifle. Frankie sabia que Obadiah era um fanático fundamentalista cristão, mas aquele lugar parecia um campo de prisioneiros do terceiro mundo. Seu plano de exigir em voz alta ver Kit foi um fracasso. O isolamento aqui e o rifle do guarda acabaram com essa estratégia. Na verdade, contar a essas pessoas que ela conhecia Kit seria um erro. Ela precisava de mais informações primeiro. Vestindo uma jaqueta de inverno preta, jeans e botas pretas, o guarda de barba desalinhada fez uma careta para os grandes cães pretos. —Calem a boca. Sentem. — Depois que os cães obedeceram, ele voltou sua atenção para Frankie em um estudo longo e malicioso. Quando seu olhar permaneceu em sua boca, ela ficou feliz que seu casaco cobrisse suas curvas. Para seu alívio, ele posicionou o rifle de forma que não apontasse diretamente para ela. — Você está perdida? —Acho que não. — Frankie deu a ele um sorriso largo — algo que ela raramente tinha que forçar, mas tudo sobre este lugar era assustador. —É aqui que vivem os Patriotas Zelotes? O rosto dele ficou frio. —Sim, quem quer saber? —Uh, eu quero. — Duh. Não estou parada bem aqui na sua frente? —Ouvi dizer que minha tia entrou e estava aqui, e achei melhor dar uma olhada. Ela está ficando velha e... —Visitantes não são permitidos. — Ele moveu o rifle para a incluir novamente. Cavolo, essa era uma grande arma. Eles não tinham nenhuma lei neste estado? Ela arregalou os olhos, toda garota chocada. —Sem visitantes? Tipo, absolutamente? Como vou dizer oi? Ele balançou a cabeça. —Se sua tia quisesse conviver com o mundo moderno, ela estaria por aí. Ela quer ficar aqui sem contato com o exterior. Sem contaminação, apenas paz. —Hã. Mas e se ela ficar doente? Ela não é mais jovem. —Cuidamos dos nossos. —Posso deixar uma mensa... —Você pode ir embora. — Ele gesticulou com o rifle — um movimento tão inseguro. —Ok, certo. — Ela bufou e ergueu os lábios em outro sorriso sem cérebro. —Desculpe ter incomodado você. Tenha um bom dia. Seguido pelos cães, ele andou de forma arrogante de volta para a guarita. Virando o carro, ela dirigiu de volta pela estrada, suprimindo a vontade de acelerar e respingar lama e pedras sobre a cabana e o guarda estúpido. Tanto para a ideia de que ela poderia apenas fazer barulho e tirar Kit e Aric. Uma vez na curva da estrada e fora de vista, ela bateu com o punho no volante com força suficiente para machucar a mão. —Cazzo, cazzo, cazzo!

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sua avó italiana teria tido um ataque com tais palavrões. As mulheres não usam a palavra com P — não importa o idioma. Por outro lado, houve aquele verão em que o desagradável galo esporeou Nonna, e Frankie aprendera um monte de novos palavrões em italiano. O galo havia dado uma excelente sopa de escarola, e a experiência ensinou a Frankie uma lição valiosa — uma personalidade doce pode existir lado a lado com um núcleo de aço. Com um grunhido, Frankie se recostou. Xingar pode aliviar o estresse, mas não oferece nenhuma solução. Ela entrou na Dall Road e voltou para Rescue. Entrar em contato com Kit seria difícil com essa regra de não visitantes e nenhuma maneira de fazer uma mensagem entrar no local. Por tudo que Frankie sabia, Kit poderia nem mesmo estar naquele — naquele complexo. O complexo do culto. No entanto, esses membros Zelotes deviam visitar a cidade, mais cedo ou mais tarde. Para mantimentos, correio, gasolina. Ou... talvez para ir a um bar? Ela bateu os dedos no volante. Ser discreta seria essencial ao fazer perguntas sobre o culto. A obtenção de informações e a elaboração de um plano mais seguro poderia demorar um pouco. Então... como evitar se destacar como um dedo machucado na pequena cidade? O dono do posto havia dito que este era o mês morto para o turismo. A temporada de esqui havia acabado e a pesca estava começando a incrementar. Não que eu me pareça com uma pescadora, de qualquer maneira. Cozinhando peixes? Ela era uma profissional. Pegando? Não. Absolutamente não. Fingir ser turista seria seu último recurso. Ela poderia precisar encontrar um emprego para se misturar. Se a temporada de verão estivesse começando, eles estariam contratando, certo? Mesmo tipos estranhos de seitas tinham que comprar comida. Eles conversariam com balconistas e vendedores. Sendo todos autossuficientes e outras coisas, eles provavelmente não iam a restaurantes. Os conservadores religiosos frequentavam os bares? Kit disse a ela que Obadiah não bebia. É melhor ela tentar empregos de balconista. Hmm. E se ela topasse com Obadiah? Ele a reconheceria? Ela puxou o lábio. Nah, provavelmente não. A única vez que ela o encontrou foi um momento na fila da recepção, após a cerimônia de casamento dele e de Kit. Ele já tinha sido inundado com apresentações a todos os colegas de trabalho de Kit no viveiro do jardim. Honestamente, por que Kit não viu isso como uma grande bandeira vermelha — que o cara não tinha se esforçado para conhecer nenhum dos amigos dela? De jeito nenhum Obadiah se lembraria de seu rosto. Então, primeiro passo, encontrar um lugar para ficar. Amanhã, arrumar um emprego. Ela revirou os olhos. Mannaggia. Droga, com certeza. Isso não iria cair bem com Mama, que teve um ataque sobre Frankie tirando férias. “Você precisava ser o contato com o desfile na próxima semana. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Algumas de nossas garotas precisam do seu suporte. E quem vai lidar com a luta nos bastidores? E aquele novo fotógrafo deixa todo mundo em lágrimas. Como você pode simplesmente ir embora e me deixar sobrecarregada com todos esses problemas?” A mandíbula de Frankie se firmou. Todos esses problemas poderiam ser tratados por uma equipe perfeitamente capacitada. Ninguém era indispensável. E eu não tive férias... bem, nunca. Doeu que sua mãe pensasse que ela estava sendo egoísta. Claro, ela não sabia que Frankie estava aqui para ajudar Kit. Que Kit estava com problemas. Ela não entenderia. Com o passar dos anos, Mama tinha ferido profundamente Kit com comentários válidos, mas sem tato, sobre seu mau gosto para homens. Kit era sensível a críticas — e quando isso acabasse, ela não precisaria dos comentários “prestativos” de Mama para lembrá-la de outro erro. Pelo menos Papà havia apoiado a folga de Frankie e repreendido Mama por tratar Frankie mais como uma empregada do que como uma filha. Mas esse era Papà; ele tinha um coração mole. Quando ela era pequena, ela desejou que ele estivesse mais em casa. Mas fotógrafos famosos viajavam. E tiravam fotos de lindas modelos norueguesas e se apaixonavam. O pensamento ainda fazia Frankie rir. Duas pessoas mais inadequadas nunca puderam ser encontradas, mas, de alguma forma, eles ainda eram casados. Frankie suspirou. Seria bom ter alguém com quem ela pudesse conversar sobre essa bagunça. Alguém para abraçar à noite. Alguém que poderia até tranquilizá-la de que tudo ficaria bem. Porque agora, ela estava se sentindo realmente sozinha — e se afogando em dúvidas. O que essas pessoas fariam com Kit se Frankie causasse muitos problemas?

CAPÍTULO TRÊS Seja a pessoa que seu cachorro pensa que você é. ~ JW Stephens Sangue cantando em suas veias, Bull estava na fase de esfriamento de sua corrida. Este era seu lugar favorito para correr — de seu bar até a margem do lago, através do parque da cidade até as cabanas de Dante e retornando. Era baixa temporada com o número de turistas começando a aumentar.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista A picape de Dante e um sedã haviam estado estacionados perto das quatro cabanas, então o velho Okie8 poderia ter um novo locatário. Sexta-feira linda. Sob um céu azul vívido, o sol brilhou na linha íngreme das Kenai Mountain. Bear Mountain e Russian Mountain ao sul eram espetaculares e tão brancas que ele teve que apertar os olhos. A temperatura estava por volta do 1,5 °C com o ar fresco o suficiente para crepitar — exatamente o que ele precisava para limpar os resquícios dos pesadelos de batalha da noite anterior. Desviando sua atenção da vista, ele verificou os arredores novamente, já que os ursos deixando a hibernação tendiam a ser irritáveis, assim como os alces magros do inverno. Ele começou a usar seu cinto de spray para urso. Vozes perto da trilha chamaram sua atenção. —Yeah, acabei de comprar o maldito cachorro. Mistura de Bernese e Pastor Alemão. Seu dono morreu e o filho não queria o vira-lata, então era barato. Ele disse que o bruto luta como um demônio, mas, Jesus, olhe só para isso. Fui roubado. Outro homem falou. —Que bom que você o trouxe aqui para testá-lo primeiro, ou você teria ficado envergonhado nas rinhas. Duas outras vozes se juntaram, concordando. —Vamos tentar de novo — disse um deles. —Talvez seja melhor desta vez. Bull desacelerou, uma sensação horrível subindo por sua espinha. Rinhas? —E vai! — Rosnados e grunhidos misturados com gritos. —Pega ele, seu vira-lata de merda. Ataque! Nem a pau. Não no meu parque. Não na minha cidade. Em uma clareira lamacenta, dois cães circulavam um ao outro enquanto vários homens observavam. Um cachorro atacou, o outro ganiu, então os dois estavam lutando de verdade. Apenas quatro caras. Ele provavelmente poderia levá-los, embora fosse bom ter um de seus irmãos como apoio. Chegando mais perto, Bull olhou para uma pilha de baldes velhos que alguém havia esquecido no outono passado. A neve derretida os havia revelado — e os deixou cheios de água. Isso vai funcionar. Ele pegou um balde e jogou a água gelada nos cachorros. Chocados, os vira-latas se separaram. Ainda irritado, Bull atirou o segundo balde de água nos homens.

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Uma pessoa de Oklahoma.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Que porra é essa! — Os gritos foram satisfatórios. E então todos os quatro atacaram Bull. Bem. Ele estava aquecido e pronto para lutar. Ele evitou o homem na liderança. Um soco forte no estômago do cara o derrubou e ele começou a vomitar. Jesus. Recuando para evitar respingos, Bull deu uma rasteira no segundo, para que pudesse se concentrar no terceiro. Girando para receber o soco do terceiro no ombro, Bull bateu com força no queixo dele. Deixando-o inconsciente no chão. O segundo homem ficou de pé bem a tempo de receber a bota de Bull no estômago, deixando-o enrolado como um tatu. Bom o bastante. O último era o idiota que comprou um cachorro com o único propósito de brigar. Aquele que nem mesmo entrou na briga. Os olhos do homem se arregalaram como se de repente percebesse que era o único que estava de pé, e ele recuou rapidamente. —Você queria uma luta — Bull rosnou enquanto avançava. —Tente lutar você mesmo, seu bastardo covarde. Ao mesmo tempo que Bull afastava o soco fraco do homem, os companheiros dele abandonavam o barco, cambaleando para longe. Um cachorro os seguiu. O outro ficou parado, a pata no ar. Vendo seus amigos fugindo, o dono covarde gritou um protesto. Bull ergueu o punho e sorriu. —Acontece que gostamos de cães aqui. Idiotas, nem tanto. —Foda-se. — O cara deu um passo para trás e correu atrás dos amigos. Deixando seu cachorro para trás. Em vez de segui-lo, o cão choramingou, se deitou e observou Bull com cautela. Obviamente, não havia vínculo entre o cão e o dono. Droga, não tenho tempo para cães, muito menos para cães de briga. O pelo coberto de lama parecia ser longo — uma mistura de marrom avermelhado e preto. Sangrando por causa de algumas mordidas, o cachorro ganiu para Bull, parecendo mais confuso do que cruel. Droga. Bull se ajoelhou e estendeu a mão, falando devagar e baixo. —Não sei muito sobre a parte de Bernese, mas os pastores são bons cães de trabalho. Você quer vir para uma entrevista para um emprego no Hermitage? Temos galinhas e uma criança que você pode proteger. Você teria que estabelecer uma trégua com o gato. Com as palavras calmas de Bull, as orelhas do cachorro se animaram e sua cauda desgrenhada se moveu para frente e para trás, hesitante.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Então, novamente, da forma em que você está, o gato pode ganhar uma luta — Bull murmurou enquanto o cachorro se levantava e dava alguns passos para frente. O pelo preto sobre suas costas e flancos não escondia os flancos afundados. Bull avistou um pau. Sem bolas. O dono idiota tinha pensado em um cachorro castrado para rinha? —Você ficará melhor conosco — ele disse. —Acho que um nome para você pode ajudar. O cachorro se aproximou. —Minha sobrinha, ela gosta dessas histórias de Harry Potter. Chamou seu gato de Sirius. — Bull estendeu a mão lentamente. O pelo espesso do cachorro tinha o padrão de um pastor. Preto nas costas e na cauda, focinho e orelhas escuros, castanho-avermelhado ao redor dos olhos, bochechas, ao redor do pescoço e pernas. Uma mancha de pelo branco marcava o centro de seu peito. Depois de um segundo, o cão abanou o rabo, abaixando a cabeça para que Bull pudesse arrepiar as orelhas caídas. —Que tal nomearmos você com algo ligado ao Potter para ter Regan do nosso lado. Talvez Gryffindor — e chamá-lo de Gryff para resumir. Se Regan pressiona para que você fique, Caz e JJ não vão discutir — não que Caz vá de qualquer maneira. Audrey tem um coração mole, então Gabe estará dentro. Era incrível como o Hermitage deixara de ser apenas dos filhos de Mako e passara a incluir mulheres e até mesmo uma criança. —Agora Hawk, ele pode ser mais complicado de convencer na superfície, mas se você ganir e mostrar a ele seus ferimentos, ele já era. Ele sabe o que é levar uma surra. Um nariz preto se ergueu para cheirar o pescoço de Bull. Uma rápida lambida disse que ele tinha um cachorro. Não o que ele precisava de modo algum. Ah bem. Pelo menos ele deu um soco em alguns idiotas. *** Parada no estacionamento coberto de neve derretida na sexta-feira, Frankie tristemente estudou o bar-restaurante à sua frente. Era um prédio enorme feito de toras com uma placa na frente: Bull's Moose Roadhouse. Felizmente, havia um sinal de PRECISA-SE DE EMPREGADOS na janela da frente. Esta era sua última chance de conseguir um emprego. Ao longo do último dia, ela trabalhou nos itens de sua lista de tarefas: coletar informações, garantir um lugar para ficar e encontrar trabalho. A coleta de informações seria um processo contínuo e longo. Com sua primeira tentativa, a agente do correio e outros donos de lojas foram facilmente levados a fofocar sobre os Patriotas Zelotes, comumente chamados de PZs. Parecia que os homens do complexo apareciam em Rescue ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista com bastante frequência. As mulheres não saíam muito, exceto para fazer compras no mercadinho — com acompanhantes masculinos. As mulheres não podiam dirigir e as crianças não frequentavam a escola pública. A raiva ardeu no estômago de Frankie ao pensar no pequeno Aric sendo submetido aos fanáticos. Dane-se se ela ia deixar isso continuar. O item dois da lista foi facilmente alcançado. Dante, o dono do mercadinho, tinha várias cabanas à beira do lago que alugava para pescadores, mas a temporada ainda não havia começado. Ela questionou sua sanidade sobre viver em uma cabana de madeira rústica, mas Dante a assegurou que a mulher de Chicago para quem ele alugou no ano passado tinha amado o lugar. Frankie balançou a cabeça. Sempre que um dos moradores olhava para ela, ela sabia que eles estavam pensando em uma garota da cidade. Pelo menos ela tinha conseguido evitar um forte sotaque de Nova York. Crescer com uma mãe norueguesa e pai italiano, estar perto de modelos de todos os lugares ajudou. Se qualquer coisa, ela parecia italiana, graças a passar os verões na Itália com sua avó — e imitando Nonna. Tendo descartado sua própria língua norueguesa como as roupas do ano passado, Mama não aprovou. Papà riu e lhe ensinou novos palavrões. Sua mãe ficaria ainda mais chocada com Frankie se candidatando a um emprego em um bar. No entanto, ser garçonete era algo que Frankie sabia fazer. Obrigada, Kit. Quando Kit chegou à faculdade e começou a trabalhar em um restaurante, a quieta e tímida garota de dezoito anos ficou oprimida. Então, Frankie conseguiu um emprego no mesmo lugar, pensando que ela trabalharia lá por tempo suficiente para Kit relaxar. Mesmo depois que Kit ficou confortável com o restaurante, Frankie permaneceu — porque ela adorou. Adorou tudo, desde lavar pratos, cuidar das mesas, ser garçonete e ser recepcionista, até trabalhar na linha da cozinha. Ela até se graduou para ser um dos chefs, de vez em quando. Um restaurante era uma atmosfera totalmente diferente da imagem de feliz empresa de modelos de sua mãe. Frankie balançou a cabeça, ansiando por um retorno àqueles anos e à maravilha de aprender e explorar novas ideias. As noites de bebedeira em que se sentavam nos corredores do dormitório e debatiam política. A camaradagem de trabalhar em um restaurante. A alegria de ter amigos que gostavam das mesmas coisas que ela, que viam quem ela realmente era — e gostavam dela assim. Esses anos estavam longe no passado. Ela olhou para o bar e estava certa de que trabalhar em um restaurante agora não seria tão divertido como quando era uma estudante universitária. Mas ela não estava aqui para se divertir agora, estava? Este lugar serviria para seu propósito, já que a agente do correio disse que os PZs costumavam ir ao bar.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista É hora de ir para a passarela e mandar ver. Respirando fundo, ela atravessou o estacionamento, abriu a porta e entrou. O lugar era melhor do que parecia do lado de fora, e ela estava feliz por estar usando calça preta bonita e seu suéter azul royal favorito. O restaurante e o bar eram impecáveis e o ar tinha o aroma tentador de carne grelhada. Com paredes de troncos dourados e lustres de roda de carroça, as salas tinham um ambiente de chalé de caça do Alasca. A boate ocupava cerca de metade do lado direito do prédio, com um bar de madeira brilhante na parte de trás e mesas e cadeiras de madeira velha no centro. Instalados nas paredes de troncos estavam enormes chifres intercalados com fotos de animais selvagens. Embora fosse apenas no meio da tarde, havia alguns caras no bar e algumas pessoas sentadas no restaurante. Frankie parou no balcão da recepção e esperou que alguém notasse sua chegada. —Oh, ei. — Um jovem magro com uma camisa de botões rosa se aproximou. Seu crachá dizia Felix. —Bar ou restaurante? —Na verdade, eu vi o sinal de precisa-se na janela. O rosto dele se iluminou. —Maravilha. Já estamos com poucos funcionários. A temporada de esqui pode estar terminando, mas a temporada de turismo de verão chegará em breve. Precisamos de ajuda. Ela sorriu. —Perfeito. Você tem um aplicativo ou... —Wylie pode falar com você agora. — Felix acenou para ela entrar na sala. —Ele é um cara legal. Talvez um pouco mal-humorado hoje. Os noctívagos odeiam trabalhar nos turnos do almoço. Se tivesse escolha, não acho que ele se levantaria até o meio da tarde. Ótimo. Uma entrevista com um cara mal-humorado. Ah, bem, esse Wylie não poderia ser pior do que modelos diva, fotógrafos gritando e organizadores de eventos irritados. Poucos minutos depois, ela se sentou em frente ao chef de meia-idade sendo entrevistada. Felizmente, ela já havia elaborado suas evasivas sobre porque estava em Rescue e poderia responder à pergunta que ele fez. —É uma daquelas coisas. Só morei em cidades— verdade, exceto pelos verões na Itália rural —e quero tentar algo diferente por um tempo. — Se ela estivesse aqui por outras razões além de resgatar Kit, ela teria ficado muito feliz em visitar o Alasca. E conhecer novas pessoas sempre foi maravilhoso. No entanto, mesmo que ela tivesse que esconder sua razão completa para estar neste estado, um empregador merecia tanta honestidade quanto ela pudesse lhe dar. —Eu duvido que vá ficar permanentemente. Você contrata trabalhadores sazonais? —Sim, contratamos. Com certeza. — Wylie estava barbeado, tinha um pouco de barriga, típica de chefs, mas fora isso estava em boa forma. —No momento, mal começamos a contratar ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista para as horas mais longas de verão e teremos mais vagas abertas no restaurante em algumas semanas. Se você não quiser esperar até lá, atualmente tenho uma vaga para garçons no bar, de quarta a sábado à noite. Exatamente onde ela queria estar. Frankie sorriu. —Fechado. Quando eu começo? —Que tal amanhã à noite?

CAPÍTULO QUATRO Às vezes não são as pessoas que mudam, é a máscara que cai. ~ Haruki Murakami Na manhã de sábado, a família de Bull estava trabalhando duro. O inverno na Península Kenai, no Alasca, estava perdendo a força com a primavera chegando. Parecia que a mudança acontecia mais cedo todos os anos, e os lagos e rios estavam quase sem gelo. Hora de avaliar os danos causados pela neve e consertar as coisas. Também era hora de fazer o inventário do freezer e da despensa para que ele pudesse terminar a carne e o peixe do ano anterior antes da nova temporada de armazenar. Todos eles lidaram com seus próprios freezers, mas Bull se ofereceu para examinar o que estava na cabana de Mako. Parando no deque, Bull tirou as botas de borracha Xtratuf enlameadas. —Ei, Gryff. Entre, amigo. Você pode se familiarizar com este lugar também. Ainda protegendo sua pata dolorida, Gryff subiu os degraus da grande cabana de dois andares. Luminosa, aberta e com um único cômodo, a casa era muito diferente da pequena cabana de toras onde o sargento se escondera após sua dispensa do serviço militar. Boina Verde condecorado, veterano do Vietnã e sargento instrutor, Mako investiu vinte anos de sua vida nisso e depois desapareceu na região selvagem para lidar sozinho com seu TEPT e paranoia. Bull balançou a cabeça. Ninguém em sã consciência teria aprovado um sobrevivencialista maluco para adoção — não que Mako quisesse filhos. No entanto, quase vinte e cinco anos atrás, quando o sargento estava em Los Angeles para o funeral de um colega, ele ouviu gritos do lar adotivo vizinho e entrou para encontrar um homem inconsciente com as calças nos tornozelos e quatro meninos apavorados. Caz ainda estava segurando o taco de beisebol. Imaginando que ninguém aceitaria a palavra deles contra a de seu pai adotivo, os quatro planejaram fugir e viver nas ruas — onde a maioria deles tinha estado antes. Mako se ofereceu para levar os meninos para o Alasca e criá-los ele mesmo.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Bull balançou a cabeça com a memória. Isso basicamente resumia a crença central de Mako — um homem protegia os fracos. O sargento manteve sua palavra e os criou para serem independentes. Para serem fortes e honrados. Para lutarem juntos como uma equipe e depois como irmãos. Depois que seus “filhos” partiram para se alistar, o TEPT e a paranoia de Mako pioraram e, eventualmente, eles o convenceram a se mudar para Rescue, onde ele tinha um velho amigo militar. Sua paranoia não o deixava morar na cidade, então eles juntaram seus recursos e compraram uma boa parte do lago. Suas cinco casas formavam um semicírculo em torno de um espaço comum voltado para o lago. Mako construiu sua casa, planejando morar no andar de cima e usar o andar de baixo para a família. Ele queria espaço para todos se reunirem para as refeições e noites. O equipamento da sala de musculação e do dojo rivalizava com alguns ginásios. Ele bagunçou o pelo de Gryff. —Sinto falta daquele velho durão. Gryff gemeu em solidariedade e lambeu a mão de Bull. Um ano e meio atrás, Mako escolheu uma morte rápida ao invés da lenta para o câncer, mas caramba, Bull gostaria de ter dito adeus. Ter dito ao sargento o quanto ele significava para ele. Para todos eles. Mas, droga, Mako sabia. Ele pode ter sido um sobrevivencialista louco, mas também conseguia ler as pessoas. Sinto sua falta, Sargento. Hora de trabalhar — a resposta de Mako para todos os males. Duas horas depois, Bull tinha uma lista do que precisava ser comido em breve e o que deveria ser reabastecido. Estranho como todos os pacotes de filé de salmão e frango foram embora, deixando itens menos populares como ossos para sopa — o que, pensando bem... Ele puxou um pacote e sorriu para Gryff. —Adivinha o que você ganha depois que ele descongelar um pouco. —Ei, Bull. Você está aqui? — Essa era a voz de Gabe. —Na despensa — gritou Bull. Os passos de Gabe se aproximaram da cozinha. —As galinhas estão pondo ovos como loucas. Talvez você possa fazer ovos recheados? Audrey e eu temos ovos mais velhos na geladeira. Porque ovos bem cozidos de ovos frescos eram fodidamente impossíveis de descascar. —Claro, eu posso fazer isso. — Bull saiu da despensa, seguido por Gryff. Gryff parou de repente ao ver Gabe. Mesmo sem estar de uniforme, Gabe tinha a aparência da lei — cabelo castanho curto, barba bem feita, mandíbula rígida e severa. E o cinismo cauteloso de um policial nos penetrantes olhos azuis que encaram o cachorro. —Acho que você tem algo a compartilhar, mano. Bull sorriu com o pedido de informações. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O mais velho dos filhos de Mako por um ano, Gabe sempre foi o líder deles. Mesmo quando crianças, Gabe daria as ordens, então Bull reuniria as tropas —os outros meninos— e recursos. Caz furtivo e de coração terno cuidaria do reconhecimento e das lesões. Sempre mais solitário, Hawk era seu piloto especializado em locais ermos e remotos — e sniper. Os anos em várias forças militares apenas fortaleceram esses papéis. E falando nos demônios, lá vinham seus outros dois irmãos, pelo deque e para dentro da casa. Quando Hawk e Caz entraram, Gryff chamou a atenção deles — e recuou até que seu traseiro estivesse contra as pernas de Bull. Um ano mais novo que Bull, mais baixo e esguio que os outros, Caz sorriu para Gryff, seus olhos castanhos eram gentis. —Aí está um menino bonito. Bull olhou para seu último irmão. Por baixo das cicatrizes, tatuagens e barba loira, Hawk estava carrancudo, é claro, já que ele reagia a mudança da maneira como faria com um bando de insurgentes invadindo sua casa. Não um problema. Havia maneiras de escalar o castelo guardado de Hawk. Capturando os olhos do cachorro, Bull soltou um ganido agudo, quase inaudível ooo-oooooo. Erguendo o focinho, Gryff imitou o som com um uivo comovente e pesaroso. —Ah, pobrecito. — Caz se ajoelhou e estendeu a mão. Treinado como médico pelas Forças Especiais, agora enfermeiro, Caz tinha um coração especialmente mole para animais de estimação. Ainda pressionado contra Bull, Gryff começou a abanar o rabo. —Vá dizer oi, amigo. — Bull fez um gesto em direção a Caz, e Gryff avançou... com cuidado. Uma cheirada, uma carícia e Caz tinha um novo amigo peludo. —De onde ele veio? — Gabe também se ajoelhou e estendeu a mão para ser avaliado. —Do parque. Alguns idiotas estavam tentando fazê-lo lutar com outro cachorro — e Gryff não estava no clima. Aquele que o comprou foi informado que ele era um grande cão de rinha. —Ele foi castrado. — Caz apontou. —Yep. Quando eu terminei a luta e arrebentei com os humanos um pouco— seus irmãos sorriram —o dono deixou Gryff para trás. Eu não poderia deixar o filhote lá — e nós precisamos de um cachorro. Hawk bufou seu desacordo. Esfregando o queixo, Gabe fez uma careta. —Vou dar uma olhada. Me certificar de que não vamos ter rinhas de cães por aqui. Bull tinha contado com isso. O chefe de polícia de Rescue levava seu trabalho a sério. —Ele está um pouco machucado. — Caz já estava verificando os ferimentos do cão enquanto Gryff empurrava a mão de Gabe com o focinho para mais carícias. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Yeah. O outro cachorro rasgou a pata de Gryff, pegando-o algumas vezes no pescoço e no ombro. Ele está sofrendo, doutor. —Sí. Vou te dar um pouco de unguento para ele. — disse Caz. —Droga. Deixe-me saber se você ver os bastardos novamente. — Os olhos azuis de Hawk se suavizaram e ele se ajoelhou para se apresentar. Encostado na ilha da cozinha, Bull sorriu para seus irmãos mortais. Gabe — um SEAL aposentado como Bull e mestre em todas as armas. Hawk cínico e danificado — sniper do exército e piloto de qualquer coisa que voasse. Cazador — Médico das Forças Especiais, silencioso e mortal com lâminas. E todos os três durões viraram massa de modelar nas patas peludas de um cachorro. —Aquele ganido-sob-comando é bastante eficaz, — disse Gabe, ao perceber que Bull instigou o som de eu-sou-um-pobre-cachorrinho. —Ele é muito inteligente. — disse Bull. —Quem quer que o tinha antes do idiota o treinou um pouco. Não vai demorar muito para ensiná-lo a latir sob comando. Caz gemeu. —Não diga a Regan como... Como se convocada, a filha de Caz trotou pelo deque em um turbilhão de passos leves. Agora com dez anos de idade, ela tinha longos cabelos castanhos escuros, olhos castanhos e a pele castanha clara — como uma mini-me Cazador. A mãe dela morreu no outono passado. Descobrindo que ele era pai, Caz a trouxe para o Hermitage — e agora ela possuía o coração de todos eles. —Isso é um cachorro. — Ela parou na porta. —Sí, mija. — Caz se levantou e estendeu a mão para ela. —Bull o resgatou. Ele tem alguns pontos doloridos, então tome cuidado ao acariciá-lo. —Oh, ele é todo peludo e bonito. — Regan caminhou para frente com cautela — e droga, Bull não tinha percebido o quão grande Gryff era. O cachorro provavelmente superava o peso da menina entre cinco a dez quilos. —Olhe para um lado, não diretamente para ele, e estenda sua mão — Caz murmurou. Quando ela o fez, Gryff se aproximou, o rabo já balançando porque... yeah, ele poderia dizer que ela era apenas um filhote. Regan sorriu quando o cachorro cheirou sua mão e ela guinchou com a lambida da língua, depois começou a acariciar o feliz vira-lata. —Qual o nome dele? —Gryff — abreviação de Gryffindor. Quando a fã de Harry Potter gritou de alegria, Bull não perdeu os olhos estreitos do pai dela, que reconheceu a manipulação. Ha. Sorrindo, Bull observou enquanto Regan e Gryff criavam laços. O sorriso dela era enorme. Havia dias em que ele realmente invejava seu irmão. Caz não só tinha Regan, mas tinha achado para si mesmo uma mulher incrivelmente forte com um grande coração. Falando de… ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Onde está a JJ? — Bull perguntou a Caz, então olhou para Gabe. —E Audrey? —JJ está iniciando o processo de fazer as malas. — Caz estava divertido. —Duas semanas longe, aparentemente, requer muita reflexão sobre o que levar. —Ah, esqueci que ela ia viajar na segunda-feira. — A oficial estava indo para Sitka para aprender todas as nuances da aplicação da lei do Alasca. —Lillian ofereceu a Audrey um suborno de sua mistura de fertilizante especial para obter ajuda para o transplante de mudas para vasos maiores — disse Gabe. —Ela só vai voltar daqui a algumas horas. —Não se ela tiver mudinhas para brincar. — Bull sorriu. A mulher de Gabe, Audrey, tinha se apaixonado perdidamente por jardinagem. Lillian —cujos joelhos artríticos não gostavam de se ajoelhar no chão frio— adorava a ajuda da jovem e colocou a garota da cidade sob sua proteção. —Já que vocês estão todos aqui, e já que encontrei um excedente de bife de alce no congelador, e temos ovos demais, que tal chicken-fried steak9 com ovos? — Perguntou Bull. —Tô dentro — murmurou Hawk. Ele amava tudo que fosse country, da comida à música. —Posso ajudar? — Regan perguntou esperançosamente. O coração de Bull ficou com a consistência de um pudim. Como se alguém pudesse dizer não para aqueles grandes olhos castanhos. —Eu não sonharia em cozinhar para um grupo sem minha subchefe júnior. — Ele apontou para a cozinha. —Deixe-me te apresentar as maravilhas do molho cremoso. Antes que Regan pudesse se levantar, Gabe se curvou e sussurrou em seu ouvido, —Veja se você consegue convencê-lo a fazer biscoitos. Bull sorriu porque... nenhuma persuasão necessária. Não havia nada tão satisfatório quanto alimentar as pessoas — especialmente sua família. *** Naquela noite, Bull parou no estacionamento traseiro de seu bar, saltou e fez seu rápido exame geral dos arredores. Ele sentiu uma comichão em seu cérebro de macaco 10 —alguém o estava observando— mas quem quer que fosse, não parecia perigoso. Então, novamente, talvez ele estivesse paranoico simplesmente por falta de sono. Fodido TEPT. Ele havia deixado as forças

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Chicken fried steak é um prato típico da culinária do sul dos Estados Unidos que consiste num bife de carne frito na frigideira, depois de temperado e passado por ovos e farinha, geralmente servido com um molho castanho (“gravy”). Apesar do nome, o prato não contém frango, sendo chamado assim pelo modo de preparo, que é parecido com o preparo comum de frango frito. 10 O termo Mente de Macaco é usado no budismo e se refere àquele estado mental repleto de pensamentos ruminantes que nos distraem do presente, da concentração total, essencial para focar em uma tarefa específica.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista armadas há uns bons sete anos. Se livrar de pesadelos não deveria acompanhar os papéis DD-214 11 de baixa? Pelo menos Gryff o acordou antes que ele descesse muito no abismo. Bom cachorro. Com os olhos estreitos, Bull verificou se havia movimento na área. Parecia bastante quieto. Junto ao bar, o pátio com vista para o lago ainda não estava aberto para jantares. O movimento chamou sua atenção. Perto do caminho pela floresta para o parque da cidade, duas pessoas estavam de mãos dadas, observando a água. A música do bar escoou noite adentro junto com o clamor de vozes lá dentro. Parecia que ele estava ficando cheio. Hora de acelerar para cuidar do bar. Ser dono do bar e restaurante lhe convinha, já que podia alternar o trabalho de bartender com o de chef, ou não nos dias em que precisava estar no escritório. Maldita papelada. Ter dois outros restaurantes e uma cervejaria, além de administrar o fundo de investimento de Mako, estava começando a ser demais. Talvez ele pudesse se alistar novamente? À direita, a porta de um carro se abriu com um rangido. —Bull! Seus músculos se contraíram. Oh, droga. Acho que ele sabia quem o estava observando. Sua ex-mulher Paisley correu pelo terreno de cascalho lamacento. Seus olhos azuis estavam acesos, seu sorriso grande. Ela juntou as mãos. —Querido, é tão bom ver você. Claro que era. A boca dele ficou plana. Antigamente, ele não tinha sido um bastardo cínico, mas sua primeira esposa e várias namoradas o introduziram à desilusão. Sua segunda esposa, Paisley, colocou a cereja no topo do bolo. Incapaz de evitar seu abraço sem afastá-la, ele virou a cabeça para escapar de sua tentativa de beijo. Mesmo o vento do lago alimentado-com-neve não conseguia diminuir seu aborrecimento. —O que você quer, Paisley? —Oh, querido, não fique com raiva de mim. — Ignorando seu passo para trás, ela deu um tapinha no braço dele, então no peito dele. A irritação afetou seu autocontrole. —Pelo amor de Deus, mulher, quando uma pessoa se afasta de você, é uma forma educada de dizer não toque. Que parte disso você não entende? Ela olhou para ele com mágoa no rosto. —Você ama meu toque e sempre quer meus beijos e fazer amor. —Não. Mais. — Ele deu mais um passo para trás e cruzou os braços sobre o peito. Puta merda, eles estavam divorciados há mais de dois anos. —Mas… O DD Form 214, Certificado de Liberação ou Dispensa do Serviço Ativo, geralmente referido como “DD 214”, é um documento do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, emitido após a aposentadoria, afastamento ou dispensa de um militar do serviço nas Forças Armadas dos Estados Unidos, por exemplo, Exército dos EUA, Marinha dos EUA, Marines dos EUA, Força Aérea dos EUA, Força Espacial dos EUA e Guarda Costeira dos EUA. 11

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Por que você está aqui? — A luta pela paciência parecia como se ele estivesse se arrastando pelas areias intermináveis do Afeganistão com uma mochila cheia. Ela enrolou uma mecha de cabelo em volta do dedo e olhou para cima por entre os cílios. — Eu sinto sua falta, Bull. Eu gostaria que voltássemos. — Sua voz caiu para um mero sussurro. —Acho que cometemos um erro. Nós cometemos um erro? Ele olhou em descrença. Ela tinha esquecido tão facilmente? Ele com certeza não tinha. Ele estava tão apaixonado por ela. Tão cego. Ele deixou passar as vezes que ela disse que tinha que mostrar uma casa e ficou fora até tarde. Ele explicou o cheiro ocasional de loção pósbarba desconhecida quando ele beijou seu pescoço, dizendo a si mesmo que ela tocou seu pescoço depois de apertar a mão de alguém. Apesar de saber que ela era obsessiva em checar o celular, ele desculpou as vezes que ela não respondia suas mensagens. Até um dia. Até que ele teve problemas para urinar, foi verificar e foi informado de que tinha uma DST. Seguindo-a por alguns dias, ele aprendeu que lealdade e fidelidade eram meras palavras para ela, vestidas pelo bem da aparência e descartadas tão facilmente quanto sua bolsa do mês anterior. Agora ela estava aqui, dizendo que eles cometeram um erro? Não houve nenhum engano, exceto casar com ela em primeiro lugar. Ele cerrou os dentes para não a esfolar com sarcasmo. Qual seria o ponto? Depois de uma respiração calma, ele disse calmamente, —Paisley, nunca mais ficaremos juntos. Tivemos esta conversa. — Aquela em que ele disse a ela que nunca estaria com alguém em quem não pudesse confiar — e ela tinha quebrado essa confiança. Irreparavelmente. —Mas... mas eu sinto sua falta. Eu preciso de você. — Ela se aferroou ao seu braço e se agarrou. —Você me ama. Você disse que sim. —Acabou. Eu não te amo. — Ele arrancou os dedos dela. —Vá para casa — e não volte. Quando ela começou a chorar, ele endureceu o coração e foi embora. Quando ele alcançou a porta dos fundos da estalagem, alguém pigarreou. Ah, porra, alguém tinha testemunhado aquela cena fodida? Droga. —Meu garoto, você está bem? — A voz nítida de Lillian com sotaque britânico era tão clara como se ela ainda estivesse interpretando Shakespeare no West End de Londres. —Ei, vocês. — Descartando a confusão de seu passado, Bull endireitou os ombros e abriu um sorriso para ela e para o homem magro de cabelos brancos ao lado dela. —Estou bem, sim. Lillian fez uma careta cética para ele. Tempo de distração. —Você está ótima, Lillian. — Ela voltou para Londres para fazer uma cirurgia no joelho e se recuperar lá. Os invernos do Alasca e os andadores não combinavam bem. — Vou te dizer uma coisa — se Dante não estiver te tratando bem, me avise e eu tomarei o lugar dele. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O sorriso de Lillian limpou a preocupação de seu rosto. —Em seus sonhos, garoto. — Dante, o velho amigo de Mako, estava descendo a colina para os setenta, mas tão resistente quanto couro de sapato velho. Puxando distraidamente a barba, ele observou Paisley dirigir seu carro para fora do estacionamento, lançando cascalho por toda parte. —Essa seria sua ex-mulher? Tanto para uma distração. —Sim, era ela. — Bull passou a mão pelo crânio raspado. —Tenho que admitir, eu fui um idiota. Sua beleza desligou meu cérebro completamente; demorei um pouco para cair na real. —Acontece com o melhor de nós. — Dante deu um tapa em seu ombro. —Eventualmente, você aprende que o que você quer de um cônjuge é exatamente o que você deseja de um companheiro de equipe — alguém para lutar ao seu lado. Um parceiro que vai te apoiar e em quem você pode confiar. O velho soldado sorriu para Lillian. —O senso de humor também não machuca. —Seu velho imbecil de cabeça encalombada12,— murmurou a britânica, mas a maneira como ela encostou a cabeça no braço dele contradisse o insulto. A inveja percorreu Bull. Esse afeto fácil era o que ele esperava encontrar com Paisley. E não tinha. —Aproveitem sua noite, vocês dois. — Bull esboçou um sorriso e apontou o dedo para Dante. —Vocês, crianças, não deixem camisinhas usadas no meu estacionamento. Ele entrou pela porta ao som da gaguejada de Dante e da risada de Lillian. Enquanto vestia o colete jeans que servia como uniforme, ele olhou ao redor do bar. Muito agradável. Os lustres de roda do vagão, os chifres e a madeira desgastada criavam uma atmosfera amigável. A serragem no chão para criar um ambiente nostálgico não tinha durado além dos primeiros meses. Muita dor para varrer. Como ele só contratava uma banda nos fins de semana, a pequena pista de dança costumava ser um espaço desperdiçado. No entanto, o palco elevado e o equipamento de som foram úteis para as atividades que ele tentou durante o longo inverno com neve, quando as pessoas precisavam de diversão. Karaokê, poesia e leitura de ficção, microfone aberto para música, tinham todos provado serem populares. Uma vez atrás do bar, Bull gritou para o outro bartender —Eu fico com esta metade, Raymond. O canadense Raymond Yang estava trabalhando para economizar para a pós-graduação no próximo ano. Ele deu a Bull um olhar esgotado. Seu cabelo preto na altura dos ombros, que sua mãe

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Henrique IV: Parte I. Ato II, Cena IV – William Shakespeare

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista taiwanesa sempre dizia para ele cortar, tinha se soltado do cordão de couro. Sua camisa de mangas compridas tinha manchas de umidade no punho. —Está uma loucura esta noite. Bom. Exatamente o que eu preciso. Bull esfregou as mãos. —Momentos de diversão. Um dos servidores, Felix, se colocou entre os corrimões curvos do balcão dos garçons. O jovem loiro —hoje em uma camisa de estampa metálica extravagante que foi ofuscada apenas ligeiramente pelo colete— sorriu e deslizou seu bloco de pedidos para Bull. —Você está atrasado, chefe. —Desculpa aí. — Bull costumava se preocupar com Felix, que brincava abertamente com os estereótipos gays, dizendo que preferia que as pessoas soubessem exatamente onde ele estava. Ele havia causado mais do que algumas brigas, mas dane-se se não houvesse mais homens do que Bull percebeu que viraram naquela direção. Felix nunca careceu de parceiros. Bull ficou de olho nele. O sargento lhe ensinou que um homem cuida das pessoas de sua equipe. Com a energia na sala fervilhando como champanhe, esta noite seria uma boa noite. Enquanto Bull atendia os pedidos de bebidas, ele trocava brincadeiras com alguns clientes, distribuía elogios a outros e fazia uma pausa para simplesmente... verificar... com os mais calados. Melhor trabalho no mundo. Além de cozinhar. E administrar negócios e... —Bull, meu bartender favorito! — Uma massagista do McNally's Resort deu a ele um largo sorriso e uma sacudidela de cabelo. Seu humor azedou ligeiramente. A amiga da mulher, também funcionária de McNally's, se inclinou para a frente, pressionando os seios fartos contra o balcão. —Agora que a temporada de esqui acabou, você nos verá aqui com mais frequência. —É bom ouvir. — ele respondeu. —É bom ter uma pausa entre as temporadas de turismo. A massagista estendeu a mão pelo bar para tentar acariciar seu braço. Fingindo não notar, ele saiu do alcance, grato pela barreira entre eles. Eu gosto de pessoas. Realmente gosto. É certo que às vezes ele desejava que as pessoas não incluíssem as do gênero feminino que tocavam sem permissão. Na verdade, o espaço de uma pessoa devia ser respeitado, não importando os gêneros envolvidos. —Posso te servir em algo mais? —Não, estamos apenas esperando por alguns nachos do — oh, aqui estão eles agora,— disse a mulher. —Ma’am, aqui está o seu pedido. — A garçonete morena colocou uma travessa de nachos em cima do balcão, toda sua atenção voltada para as clientes. Ela nem mesmo olhou para Bull. Inclinando a cabeça, ele a estudou enquanto ela lidava com o pagamento. Wylie mencionou que ele tinha contratado uma nova garçonete.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Mulher de aparência intrigante. Altura mediana e cheinha, em vez de esguia. Ela usava o colete jeans do bar sobre uma camisa de um azul forte. Um cinto de couro trabalhado enrolado em sua calça jeans preta. Brincos de ouro brilhavam contra o cabelo castanho escuro que caía até o meio das costas em uma longa trança. Ela não usava maquiagem, pelo que ele poderia dizer, mas seus lindos olhos castanhos, com cílios pretos incrivelmente longos, eram da cor de chocolate escuro derretido. Ela tinha um rosto forte com um queixo assertivo... e sua boca perfeitamente curva foi feita para sorrir. Ele queria ver o sorriso dela. Infelizmente, quando ela olhou para ele, ele não conseguiu nada. Na verdade, seus grandes olhos eram frios. Parecia que aqui estava uma beleza que não estaria flertando com ele. Depois de dar a ele um olhar ilegível, ela foi embora. Ele esfregou o polegar e o indicador nas laterais do cavanhaque enquanto a observava. Interessante. Ela não gostava de homens com cabeças raspadas? Ou a cor de sua pele era muito escura? Ou talvez os bartenders estivessem em sua lista de merda? Nesse caso, ela certamente escolheu a profissão errada. Ela parou em uma mesa para anotar pedidos e conversar com os clientes. Ele estava certo — o sorriso dela era lindo. Aquele homem estava aqui. Aquele que foi tão cruel com a mulher no estacionamento. E ele era um bartender. Mais cedo, em seu intervalo, Frankie estava do lado de fora e caminhou ao redor do prédio a tempo de testemunhar o bastardo enorme e mais quente do que o inferno friamente esmagando o coração de sua amante e jogando-a de lado. Como se ela não fosse nada. Como Jaxson fez comigo. A boca de Frankie se apertou com a semelhança do drama do estacionamento com a partida de Jaxson. Quantas noites ela chorou até dormir com a memória das palavras maldosas de seu marido —ex-marido— quando ele disse que estava indo embora. —Ei, nós tivemos alguns bons momentos, e inferno, eu sei que você gostou do sexo. Você não pensou seriamente que iria durar, não é? Quer dizer, eu gosto de você —casei com você, certo?— mas isto de morar juntos não está funcionando para mim. É hora de seguir em frente. Seguir em frente? Ele a deixaria? —M-mas você me ama, Jax. Você disse que amava. — Ela avançou... de alguma forma. Suas pernas não pareciam mais pertencer a ela. Pegando seu braço, ela olhou para ele.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Com um som irritado, ele arrancou suas mãos. —Você é legal. Linda e tudo isso. Verdade. Eu só, meio que percebi que não te amo. Yeah, você merece alguém melhor, certo? Ele não a amava. Mas eles fizeram amor ontem à noite. Ela colocou os braços em volta de si mesma, contra o frio no ar. Em seu coração. Ele se forçou a fazer sexo com ela? Suas mãos se fecharam. —Você já me amou? Ele enrubesceu, e o vermelho escuro em suas maçãs do rosto cinzeladas apenas o tornou mais impressionante. Quando eles se conheceram, ela se perguntou o que ele tinha visto nela. Afinal, ele era tão bonito, um homem que podia ser... Podia ser uma estrela entre os modelos masculinos. Oh. Ela olhou para ele enquanto o futuro que tinha imaginado com ele se despedaçava. Mama havia assinado o contrato dele com a agência no mês passado, dizendo que ele agora era família e merecia uma chance. Agora ele iria entrar na passarela no próximo desfile de moda. Ele já estava recebendo toneladas de exposição. Seus lábios estavam dormentes. —Você conseguiu o que queria de mim —um contrato com a Agência Bocelli— e agora está me largando. —Jesus, não fique todo magoadinha. Nós nos divertimos. Agora, é hora de encerrar. — E ele foi embora. Porta afora. Fora do casamento deles. Quando a risada aguda de uma mulher veio de uma mesa perto do bar, Frankie balançou a cabeça, tentando escapar das memórias. Cavolo13, aquela cena feia no estacionamento trouxe tudo de volta, como se tivesse sido ontem quando Jax a cortou em pedaços com suas palavras e indiferença. Exatamente como o bartender havia feito com sua amante. Frankie esperava que ele fosse um turista. Alguém que ela nunca mais teria que ver. Em vez disso, ele trabalhava aqui no bar. Isso era uma merda ou o quê? Anotando pedidos de bebidas, ela sussurrou insultos entre as mesas. —Brutto pezzo di merda, bastardo. O bastardo era definitivamente um pedaço de merda. —Vai a farti fottere14. Sim, ele deveria ir foder sozinho. Ela podia ver por que sua pobre amante tinha se apaixonado por ele porque o cara era muito sexo-em-pessoa. Começando com aquela voz ressonante e profunda. Adicione na aparência: maciço e extremamente musculoso. A pele dele era um pouco mais escura do que a herança italiana dela.

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Em italiano: Puta merda. Em italiano: Vai se foder.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Seus hipnotizantes olhos negros, couro cabeludo raspado e cavanhaque preto com uma pitada de prata reforçava que ele era todo homem. Ninguém que o visse perceberia que ele era um tal idiota. No entanto, cinco minutos depois de estripar emocionalmente uma mulher que o amava, ele estava flertando com todas as mulheres no bar. Era o comportamento típico de ímãs superficiais e sem coração como seu ex. Na outra seção do bar, Felix chamou sua atenção. —Tudo bem, Frankie. Ela sorriu de volta. O efervescente garçom era tão querido. Ele ajudou a orientá-la sobre seu trabalho mais cedo. Depois de trabalhar um pouco, ela percebeu que os pedidos de bebidas estavam sendo atendidos mais rapidamente. O novo bartender era muito eficiente. E, mesmo que ela odiasse admitir, sua chegada mudara o clima no lugar. Todos pareciam mais amigáveis. Mais feliz. Enquanto ela caminhava até o balcão dos garçons, duas pessoas deslizaram para os banquinhos vazios — uma mulher loira curvilínea e um homem de cabelo preto que a lembrava de um jovem e deslumbrante Antonio Banderas. —Boa noite. — ela os cumprimentou. —Vejo que o bar tem uma nova garçonete. Bem-vinda à Rescue. Há quanto tempo você está na cidade? — O homem tinha uma voz suave com sotaque hispânico. Ele estava flertando? Não, ele apenas parecia amigável. —Este é o meu terceiro dia aqui. —Oh, aposto que você é a mulher que alugou uma cabana de Dante. — Quando Frankie assentiu, a loira estendeu a mão. —Eu sou Audrey. Eu administro a biblioteca — e às vezes ajudo a servir mesas aqui também. —Frankie. — Frankie apertou a mão dela. —É um prazer conhecê-la. Audrey acenou para o homem ao lado dela. —Caz, comumente conhecido como Doc, dirige a clínica de saúde. —Chica, eu não sou médico. — Ele franziu a testa para Audrey. —Como você conseguiu convencer Gabe de que é tão doce? Ela sorriu. —Amor. É cego. Rindo, Frankie se virou para verificar os bartenders. Ainda ocupados. Ela sorriu para Caz e Audrey. —Você tem uma cidade muito amigável. A surpreendeu o quanto ela gostava de estar aqui — e até mesmo de trabalhar em um bar. Distribuir bebidas era muito melhor do que lidar com modelos, fotógrafos e agentes tão qualificados. —É amigável, especialmente agora. Depois de um longo inverno no Alasca, todos ficam felizes em ver rostos novos. — disse Caz. —Eu aposto. — Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, o grande bartender idiota tirou os pedidos de bebida de sua mão e sorriu para os novos clientes. —Onde está Gabe? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ele está chegando. — disse Audrey. —Ele estava brincando com a papelada e os orçamentos. —Agora, isso é simplesmente triste. — O bartender folheou os pedidos de Frankie. —Ei, Caz está aqui. — alguém mais adiante no balcão gritou, então deu um tapa no topo do bar. —Canção, canção, canção. —No mames, güey. — Caz ergueu as mãos em exasperação. O canto se espalhou pelo bar para todos na sala. —Canção, canção, canção. Apesar das palavras que Frankie tinha traduzido como algo tipo sério, cara, Caz balançou a cabeça em resignação e perguntou a Audrey, —Você está dentro? Rindo, ela balançou a cabeça negativamente. —Minha garganta está doendo. Lillian me fez ajudar a encenar um livro para crianças em idade pré-escolar. Frankie se apoiou no bar. O que diabos estava acontecendo? Com uma mão, o bartender estava tirando uma cerveja, com a outra, ele deslizou um microfone sem fio pelo balcão. —Sua vez, Doc. Vamos com “Hakuna Matata”1516. Caz suspirou e pegou o microfone. —Você me deve, ’mano. É melhor que a cerveja esteja gelada. —Sempre. Com o sorriso deslumbrante do bartender, o coração de Frankie pulou uma batida completamente. Cribbio — caramba. Toda aquela masculinidade confiante e intensa era intimidante. Ela forçou seu olhar para longe e viu Caz ligar o microfone... e começar a melodia animada de O Rei Leão. Quando o bartender pegou um microfone e se juntou a ele, o queixo de Frankie caiu. O homem tinha uma linda voz baixo. Os dois eram espetaculares. Eles cantaram em harmonia, adicionaram seus próprios efeitos sonoros e, quando chegaram ao refrão, o bartender acenou para a sala e gritou, —Seus desgraçados, vocês têm bebido muito. Juntem seus traseiros — ou vou cortar todos vocês. Risos percorreram a sala e todos no local começaram a cantar. Boca aberta, Frankie olhou. Foi incrível. Quando ela voltou a servir as bebidas, Caz e o bartender cantaram outra música, e desta vez os clientes não esperaram para se juntar. Quando ela voltou ao bar na próxima vez, a música ainda estava borbulhando em suas veias. Ela cantou junto também. Todos no local estavam sorrindo. —Isso foi incrível. — ela disse a Audrey enquanto baixava seus pedidos de bebida. 15 16

Em português: https://www.youtube.com/watch?v=_qDGeDjVz_8 Em inglês: https://www.youtube.com/watch?v=0MxulhivCvI

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Audrey sorriu. —É divertido, não é? —Isso acontece muito? Ele— Frankie acenou para o bartender gigante —ele continuou trabalhando enquanto cantava e parecia não achar que era nada demais. —Ele não acha. — Audrey tomou um gole de sua bebida. —Ele e seus irmãos cresceram cantando juntos. Ainda mais do que o resto, Bull acha que a música foi feita para ser compartilhada. —Bull? Ele se chama Bull? — Frankie avaliou o bartender. Pelo menos um-e-noventa-e-seis com músculos empilhados sobre músculos. Havia um lutador-ator chamado Rock, e Bull era como o irmão maior e mais mortal de Dwayne Johnson. Muito mais mortal. Apesar do sorriso fácil do homem, aqueles olhos escuros eram vigilantes, sempre atentos a tudo e a todos na sala. Sua postura e sua linguagem corporal estavam sempre em um estado de prontidão. Sim, ela diria que ele viveu algumas coisas horríveis. —Bull parece um bom nome para ele. —Aparentemente, ele teve um encontro com um alce quando era criança — e quis crescer com esse nome. —Um encontro? É assim que estamos chamando isso? — Um homem colocou o braço em volta de Audrey, beijou sua bochecha e sorriu para Frankie. —O alce perseguiu Bull por entre as árvores e o teria pisoteado bem se Mako —nosso pai— não o tivesse derrubado. —Espere o quê? Ele foi perseguido por um alce quando criança? — Os olhos de Frankie provavelmente estavam saltando para fora de sua cabeça. —Viejo, você está assustando a cheechako17,— Caz repreendeu. —Desculpe. — O cara de Audrey riu. —Não o pegou. Ele riu pra caramba depois. —Claro que ele fez. — Audrey revirou os olhos. —Vocês, idiotas, não têm bom senso sobre o perigo. Absolutamente nenhum. —Tão dura, campeã. — disse Bull a Audrey antes de colocar a última bebida na bandeja de Frankie. —É Frankie, certo? Ela assentiu, mantendo sua expressão fria. Ele pode ser um bartender cantor incrível, com uma formação interessante, mas ele também era um bastardo destruidor-de-coração. —Você está bem? Algum problema aí? — Seus olhos escuros mostravam preocupação. Como se ele fosse acabar com qualquer cliente problemático para ela. O que era adorável, mas ela não queria sua preocupação ou atenção e ficou tentada a lhe dizer exatamente por quê. Não, Frankie. Ela precisava desse trabalho e soltar seu temperamento forte seria um caminho rápido para a porta. Ela poderia ser educada e trabalhar com este homem. Mas... por que ele tinha que ser tão sexy?

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Gíria US - um recém-chegado ao estado do Alasca.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Sem problemas. Todo mundo tem sido ótimo. — Ela acrescentou um relutante, — Obrigada. Pegando a indiferença, ele enrijeceu ligeiramente, acenou com a cabeça e voltou ao trabalho. —Uau, eu não sabia que havia alguém na terra que não gostasse de Bull, — Audrey tapou a boca com as mãos. —Desculpe. —É...— Não havia como explicar. Frankie encolheu os ombros. Diversão em seus olhos azuis escuros, o cara de Audrey estendeu a mão. —Sou Gabe MacNair, chefe da polícia aqui — e não vou te prender por não gostar do bartender. Frankie enrijeceu. A carta de Kit dizia que um policial de Rescue estava no PZs. —Bem, estou feliz por não ser trancada. É um prazer conhecê-lo, chefe. — Ela conseguiu sorrir e apertar sua mão. —Agora, é melhor eu entregar essas bebidas. Ela pegou sua bandeja e se dirigiu para sua seção, ouvindo os Cavaleiros de Monty Python cantando em coro, —Fuja. Fuja! — Em sua cabeça. Depois de entregar as bebidas, ela verificou sua seção, limpou as mesas e pegou os vazios. Não havia muitos copos sujos desde que a seção do restaurante havia fechado, e seu commis 18 foi ajudar no bar. Vendo três homens ocupando uma mesa de canto, Frankie foi naquela direção. Um homem era um ruivo alto e magro, com uma longa barba. Um era baixo e magro, com cabelos castanhos curtos e barba aparada. O terceiro tinha um corte curto e preto e estava bem barbeado. Todos os três usavam botas, jeans e camisas work shirt. Enquanto ela sorria para os homens, ela notou que Felix havia se mudado para sua seção. — Bem-vindos ao Roadhouse, senhores. O que posso pegar para vocês beberem? O cara de barba ruiva olhou para ela. —Você está no menu? Mannaggia, as garçonetes tinham que aturar esse tipo de cantada todas as noites? —Não. — Ela não se preocupou em suavizar sua resposta. Erguendo as sobrancelhas, ela esperou, a caneta pairando sobre o bloco. Embora o ruivo fizesse uma careta para ela, eles deram seus pedidos sem mais comentários impertinentes. Ao sair, ela os ouviu falando sobre as mulheres saindo da linha. Como as mulheres foram criadas para servir aos homens. Ela parou bruscamente. Merda. Sim, merda, exatamente. Essa foi a mesma baboseira que Obadiah usou em Kit. Esses homens poderiam ser Patriotas Zelotes? Em vez de tratá-los como idiotas sexistas assustadores, ela deveria ter sido educada e trocado gracejos. Ela poderia ter feito algumas perguntas e entendido como eles são.

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Commis: auxilia o garçom, servindo água e refrigerantes, além de limpar as mesas depois que os clientes se retiram.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Frankie, meu doce. — Parecendo um menino surfista da Califórnia, Felix se juntou a ela e começou a tirar os pedidos de bebida de sua bandeja. —Ei. — Ela bateu com a mão no bloco. —O que você está fazendo? —O chefe não quer que nossa equipe feminina tenha que lidar com Patriotas Zelotes — PZs. Eles são... hmm. Vamos apenas dizer que eles são completos Neandertais. —Felix, isso é um insulto aos neandertais por todos os lados. Rindo, ele deu um tapinha em seu ombro. —Exatamente certo. Então... Ela não largou os pedidos de bebida. —Eu posso lidar com homens das cavernas. —Mas... Felix não tinha um osso tímido em seu corpo, e sua preferência pelo mesmo sexo era óbvia. —Querido, se eles são assim com as mulheres, provavelmente são igualmente rudes com você. Por que ele deveria suportar o comportamento deles? Ele enrubesceu. —Yeah, mas estou mais perto da classe de peso deles do que você. Esses bastardos. —Eu sabia que o Alasca era uma região selvagem, mas estou surpresa que o proprietário aguente... —Eh, ele não aguenta. — Felix se encostou a uma mesa vazia. —Eu deveria ter discutido isso com você. Se alguém tocar em você de forma inadequada, você pode chutar a bunda dele ou dizer aos bartenders e eles cuidarão disso. Toleramos comentários levemente rudes. Afinal, os clientes estão bebendo e ei, Alasquianos, certo? Ela riu. —Pelo que vi, os clientes aqui são mais legais do que os nova-iorquinos. —Por isso, não vou de férias para Nova York. —Oh, não, não. Você ficaria bem. Nova York é tudo sobre oportunidades iguais de grosseria. Com quantidades iguais de legal, realmente. —Bom saber. — Felix olhou de volta para a mesa PZ. —Depois que o chefe baniu, ah, meia dúzia de PZs, eles aprenderam a manter as mãos e insultos grosseiros para si mesmos. Mas seu comportamento misógino e preconceituoso deixa as garçonetes desconfortáveis, e estou bem com... —Não, Felix. Vamos ver o que acontece comigo os atendendo. Se eu estiver incomodada, vou pedir que você assuma. — Ela precisava falar com eles, ver se Kit ainda estava dentro do complexo — e como tirar ela e Aric de lá. —Amiga. — Felix balançou a cabeça em reprovação. Frankie deu um sorriso lento. —Eu cresci em Nova York, meu amigo, e aprendi meus insultos com taxistas e vendedores ambulantes. Eu me garanto. —Hã. Nesse caso, são todos seus. Ela cronometrou sua chegada ao bar para que o simpático bartender chamado Raymond atendesse seus pedidos. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Então ela levou aos PZs suas bebidas. —Aqui está. Mais olhares maliciosos. Ela sorriu alegremente. —Ouvi dizer que vocês são Patriotas Zelotes, mas não sei o que isso significa. O cara de barba ruiva começou: —Isso significa que pegamos mulheres como você e... Ele grunhiu quando alguém chutou sua perna. O mais velho, bem barbeado, assumiu. —O Profeta nos instruiu a retornar às tradições de nossos antepassados. Para seguir a Bíblia e a Constituição. Nosso povo encontra paz abandonando os hábitos modernos. Ele parecia tão sincero. Ela apostou que ele fazia um bom trabalho recrutando as pessoas. —Hmm. Isso soa diferente. Interessante. — Não pareça muito entusiasmada, Frankie. Os cultistas malucos suspeitariam de outra forma. Ela precisava deixá-los persegui-la. Mesmo que tudo nela a incitasse a tirar Kit e Aric agora. Ela pegou o dinheiro deles para as bebidas —nenhum cartão de crédito para esses meninos— e devolveu o troco. Usando como exemplo uma prima mais jovem, ela assumiu um sorriso lamentável e vacilante. —Depois do mês que tive, a paz seria muito boa. Ela saiu sem esperar pela resposta deles. Eles estariam de volta. Parecia que os PZs eram clientes frequentes. Parando perto do centro da sala, ela respirou fundo para liberar sua raiva e frustração. Cara, ela precisava de uma bebida para apagar o gosto ruim dos fanáticos. Espere, Kit. Vou te encontrar e ver se você está segura. Mais uma respiração e ela foi capaz de se mover novamente. Enquanto ela se dirigia para a próxima mesa de clientes, ela notou o bartender —Bull— olhando para ela com uma expressão preocupada, como se estivesse se certificando de que ela estava bem. A percepção enviou um pequeno florescer de calor através dela. Porque, apesar de suas palavras corajosas para Felix, neste momento, parecia que sua casa estava terrivelmente longe.

CAPÍTULO CINCO A verdade é que você sempre sabe a coisa certa a fazer. A parte difícil é fazer. ~ TenenteGeneral Norman Schwarzkopf, Exército dos EUA, aposentado

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista A cidade ficou bem limpa, não foi? Com Gryff ao seu lado, Bull caminhou pela rua principal de Rescue. Verificar os negócios era outra de suas responsabilidades. Quando Mako se mudou para a cidade decadente de Rescue, ele comprou um monte de propriedades para ajudar os donos dos negócios a escapar. Então, o McNally's Resort foi inaugurado, trazendo turistas de volta à área. Quando Mako morreu, ele deixou tudo para Bull, Gabe, Caz e Hawk, junto com as ordens: Revivam a cidade. Foi por isso que todos os quatro se mudaram para Rescue. Bull abriu o Roadhouse; Gabe, a delegacia de polícia; Caz, a clínica de saúde. Hawk havia voltado no outono passado e estava conseguindo trabalhos como piloto especializado em locais ermos e remotos. Como Bull tinha um MBA, seus irmãos jogaram a administração do fundo de investimento de Mako e o gerenciamento das propriedades para ele. Bull considerou a rua. Em cada lado havia pilhas de neve suja que ainda demorariam um pouco para derreter. Os donos do negócio começaram sua renovação de primavera. A loja de ferragens de dois andares agora era verde floresta. Obviamente inspirado, o proprietário dos artigos esportivos usou a mesma cor para pintar o acabamento de seu prédio branco. A galeria de arte era amarelo-claro, a cafeteria verde e branca. Prédios de ripa de madeira pintados de cores vivas se misturavam à réplica da arquitetura vitoriana, criando um centro pitoresco, especialmente contra o pano de fundo de picos cobertos de neve ao sul. Levou um ano de trabalho duro, mas a cidade também era mais amigável para os turistas. As calçadas e as luzes da rua foram reparadas. Gabe havia convencido o conselho municipal a contratar os faz-tudo locais, Chevy e Knox, para construir bancos de madeira. Bull tinha comprado um lote de barris de uísque, os cortou ao meio e entregou à prefeita Lillian para os jardineiros da cidade usarem como jardineiras ao longo da rua principal. Agora, eles estavam cheios de snapdragons prestes a florescer. Com a neve começando a derreter, os moradores que haviam se escondido para o inverno estavam surgindo para se misturar com os primeiros pescadores e alguns turistas. A temporada de verão logo estaria em pleno andamento. Era bom que o Roadhouse estivesse contratando novos garçons. E uma atendente, em particular, era intrigante pra caralho. Bull tinha checado a papelada de Frankie antes de enviá-la para seu assistente administrativo em Anchorage. A Sra. Bocelli era uma nova-iorquina nascida e criada. Depois do colégio, ela trabalhou em um restaurante, depois em um escritório em uma agência de modelos. Gabe, sendo um policial paranoico, fez uma verificação de antecedentes e Frankie não tinha nenhum registro.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Bull acenou com a cabeça para um homem que saía da agência dos correios e ergueu a mão em agradecimento à saudação da agente do correio. Ele deveria visitar Irene; ela conhecia quase tantas fofocas quanto Lillian. Negócio por negócio, ele desceu a Main Street perguntando sobre vendas, vandalismo, furtos em lojas e quaisquer outros problemas. Ele anotou sugestões e reclamações. Como precisava de suprimentos, ele visitou o Dante’s Grocery. Em Anchorage, ele comprava a granel para seus três restaurantes, mas comprava localmente suas próprias coisas. Ninguém em Rescue queria que o Dante's fechasse. —Desculpe, Gryff. — Bull amarrou a coleira do cachorro a um poste de rua. —Você tem que esperar aqui. Comida e pelo fazem uma péssima combinação. Gryff deu um ganido ansioso. Foi a primeira vez que Bull o deixou quando estava na cidade. Bull se agachou para falar no mesmo nível do cachorro. —Ouça, amigo. Você está em nossa equipe agora e nunca deixamos ninguém para trás. Vou pegar as compras e voltar. Há um biscoito de cachorro em seu futuro se você for paciente, yeah? Ele ganhou uma longa lambida na mão e riu. —Bom o bastante. Entrando na loja, ele fez uma pesquisa rápida. Graças ao treinamento de Mako e aos anos em operações especiais, ele duvidava que algum dia perderia a consciência nervosa de seu entorno. Atrás do balcão, a mulher de Gabe, Audrey, estava registrando mantimentos para Lillian. Audrey passava no mercadinho todos os dias para dar a Dante uma pausa. Ela era um amor — como toda Rescue percebeu. Em um corredor, dois homens Patriotas Zelotes faziam compras. Os espelhos mostravam suas mulheres em outro corredor. Bull foi até o balcão. —Audrey. Lillian. —Oi, Bull. — Pequena e curvilínea, Audrey usava uma camiseta cinza que combinava com seus olhos cinza-fumaça. A escrita nela o fez sorrir— “Vejo que você pesquisa sem a ajuda da bibliotecária. Eu também gosto de viver perigosamente.” —Bom dia, meu rapaz. — Lillian inclinou a cabeça para aceitar um beijo na bochecha. Seu sorriso desbotou para uma pequena carranca. —Sua pele é marrom o suficiente para que as olheiras não sejam tão óbvias quanto as minhas — ela deu um tapinha na pele branca como creme —mas posso ver que você não dormiu o suficiente. Ela era uma mulher observadora. Seus sonhos foram atormentados por explosões de IEDs 19, sacudidos por tiros e manchados de sangue. Ele havia acordado, coberto de suor, e ainda sentindo a areia em suas roupas e entre os dentes. Os pesadelos tinham sido culpa dele desta vez. Ele não

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Improvised Explosive Device - Artefato Explosivo Improvisado.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista tinha apagado o fogo do fogão a lenha antes de ir para a cama, e a casa estava muito quente. O calor trouxe de volta... tudo. —Embora eu seja um deus entre os homens — ele acariciou seu cavanhaque —mesmo eu ocasionalmente tenho problemas para dormir à noite. —O quê? — Audrey balançou a cabeça. —Uh-uh. Eu odeio dizer isso, mas Gabe é nosso deus local. —De jeito nenhum. — Ele deu a ela um olhar indignado. —E pensar que você costumava ser minha favorita. A risada dela parou abruptamente. —Só um minuto... perder o status de favorita significa que você não vai mais me preparar sopa de salmão defumado? Cruzando os braços sobre o peito, ele esperou. Ela bufou. —Tudo bem, você é um deus entre os homens. Até Gabe concordaria — contanto que ele receba aquela sopa. —Bem jogado, meu rapaz. — Rindo, Lillian deu um tapinha em seu braço. —Te vejo na noite de pôquer. Durma um pouco antes disso. —Sim, ma’am. — Pegando uma cesta, Bull se dirigiu ao corredor dos produtos agrícolas. A estufa de Hermitage fornecia a maioria dos ingredientes para salada, mas ele ansiava por frutas frescas — mesmo que custassem um braço e uma perna. Perto das batatas estavam três mulheres Patriotas Zelotes, duas mais velhas e uma na casa dos vinte anos, todas as três nos típicos trajes monótonos PZ. Ele sempre se perguntou por que o cabelo comprido estava sempre preso em um coque. E as saias na altura do tornozelo eram tão pouco práticas, provavelmente ordenadas simplesmente para prejudicar suas mulheres. A nova empregada do Roadhouse, Frankie, estava conversando com as mulheres. Agora, o que uma nova-iorquina e membros de uma milícia religiosa podiam ter em comum? Interessado, ele começou a mexer nas maçãs, fingindo não ouvir. —Eu amo suas roupas. — Frankie gesticulou para suas blusas e saias de mangas compridas. —Às vezes eu sinto como se estivesse... oh, me exibindo... no que eu visto. Vocês se sentem mais seguras quando estão mais cobertas? Bull piscou. Na noite anterior, ela parecia completamente confortável em sua pele. Mais do que a maioria das mulheres. Então, novamente, ele era um homem. O que ele sabia? Ele olhou para ela com o canto do olho. Ela tinha um corpo fantástico, todo curvas exuberantes e olhos castanhos atraentes emoldurados por longos cílios escuros. Ela era muito feminina, embora nem um pouco delicada ou frágil. Assistindo seu trabalho, ele teve a impressão de resiliência. Firmeza, até. Ela não era alguém que cederia sob pressão. Esse era um traço de caráter que os SEALs valorizavam. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Mas... ela parecia cansada e seus olhos estavam vermelhos, como se ela tivesse chorado. O pensamento era preocupante. —O Profeta nos diz o que uma boa mulher deve vestir, e nossa segurança vem de seguir sua orientação em todas as coisas, — disse a Frankie a mulher com mechas grisalhas no cabelo. Enquanto a jovem PZ permanecia em silêncio, as outras duas falaram em voz baixa sobre sua satisfação de que Deus, o Profeta e seus maridos cuidariam de tudo. A alegria delas estava na obediência. Bull não reagiu. Cada um na sua, e elas pareciam contentes. Ele e seus irmãos — especialmente Gabe— se preocupavam com as mulheres por trás das altas cercas PZ, mas este grupo não agia como se estivessem presas ou infelizes. —Suas vidas parecem maravilhosas. — Frankie sorriu para elas. —Você acha que eu poderia visitar algum dia? Talvez até falar com algumas pessoas sobre... eu não sei... ingressar ou algo assim? — Sua voz soava mais alta do que o normal, seu rosto era sincero e ela parecia anos mais jovem. Mais inocente. Ela queria visitar os fanáticos? Pelo amor de Deus. Ainda protelando, Bull jogou algumas laranjas em sua cesta. A nova iorquina não parecia alguém suscetível a uma porra de um culto. Seus músculos se contraíram com o desejo de puxá-la para longe das PZs. Ela podia não aceitar muito bem. No entanto, o pessoal do restaurante era sua responsabilidade, quase como uma família estendida. Dane-se se ele queria pensar que Frankie se aprisionaria dentro de cercas altas onde algum idiota ditaria todas as suas escolhas, desde roupas até o que pensar. O que a levaria a sequer considerar essa merda? Bem, ele ficaria de olho nela. No entanto, como ela não gostava dele, talvez ele pudesse fazer com que Felix falasse com ela. O que quer que estivesse errado, Bull ajudaria se pudesse. Kit. O choque de ver sua melhor amiga ainda reverberava em Frankie. Ela entrou no mercadinho e lá estava Kit. Infelizmente, sua amiga estava acompanhada não apenas pelas mulheres, mas também pelos homens PZs. As emoções atingiram Frankie como uma tempestade de granizo. Da mesma altura de Frankie, Kit sempre foi mais esguia. Agora ela estava emaciada, com as bochechas fundas. Sua pele clara estava amarelada, seu cabelo castanho dourado preso com força em um coque. Ela usava uma saia preta pesada até o tornozelo e uma camisa branca abotoada até o pescoço. Seus olhos âmbar estavam preocupados e exaustos. Um hematoma amarelado cobria sua mandíbula esquerda, e ela se movia... com cuidado. Como se ela estivesse machucada. Cazzo, Kit. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Frankie continuou sorrindo e falando, tentando parecer que estava comendo o que as mulheres Patriotas Zelotes de meia-idade diziam. Kit ainda não tinha falado. Talvez os PZs mais jovens não pudessem falar em público? Ou as mulheres mais velhas não a deixariam. A palma da mão de Frankie formigou porque... Não, você não deve dar um tapa em ninguém. Se concentre. Ela acenou com a cabeça nos momentos apropriados. —Isso faz sentido. — Não, não, não fazia. Como alguém poderia receber ordens de um maluco sobre como se vestir e com quem ela poderia falar? Não conte comigo. Quando uma das mulheres enrijeceu, Frankie seguiu seu olhar. O bartender gigante se afastou e dobrou a esquina para um corredor diferente. Há quanto tempo ele estava na seção de hortifrutigranjeiros? Ele tinha ouvido a conversa delas? O que ele devia pensar dela? Então, novamente, por que ela deveria se importar? Ela voltou sua atenção para as mulheres. Para Kit. Elas precisavam conversar. Mas como? Obviamente, nada seria dito na frente das babás de Kit. Está bem então. O quão inventiva Kit poderia ser? —Oh, oh, droga. — Frankie interrompeu uma das mulheres mais velhas. —Posso ter deixado meu carro destrancado. — A quase falsidade a incomodava, mas não era... exatamente... uma mentira. Ela não tinha deixado o carro destrancado, mas poderia ter deixado. —Há muitos turistas na cidade. —Os moradores da cidade são todos ladrões. — disse uma mulher. —É melhor você verificar. Uma ladrã, eu? Frankie sorriu. —Foi um prazer conhecer todas vocês. Na frente, ela passou pelo bartender que estava conversando com Audrey. —Audrey, preciso verificar algo no meu carro. Eu voltarei para minhas compras. — Ela colocou sua cesta perto do balcão e saiu. Ela podia sentir o olhar de Bull em suas costas. Do lado de fora e longe de um grande cachorro marrom que estava amarrado a um poste de luz, ela ficou perto da parede. Kit seria capaz de inventar uma desculpa e escapar das suas vigias para que elas pudessem conversar? Sua respiração acelerou com o pensamento de Kit presa naquele lugar. Sendo ferida. Incapaz de pedir ajuda. A porta se abriu e Kit saiu e olhou em volta. No mercadinho, alguém gritou, —Fique aí fora, mulher. Ficando fora da vista de qualquer pessoa dentro, Frankie chamou baixinho, —Aqui. —Frankie, Oh, doce Jesus, Frankie! — Kit começou a correr, mas parou quando Frankie ergueu a mão. Pare.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Encoste-se ao prédio perto da porta, para que os seus PZs idiotas possam ver suas costas, mas não seu rosto. — Frankie permaneceu perto da parede. No minuto em que alguém saísse, ela se afastaria e não pareceria estar falando com Kit. Quando Kit se virou e ficou à vista da janela, Frankie franziu a testa ao ver o hematoma. — Obadiah bateu em você? Kit assentiu, os ombros curvados como se o dano facial fosse o menor do que ela sofreu. —Amica mia, você não deve voltar para lá. Venha comigo agora, e eu terei você dentro... —Eles têm Aric. Eu não posso sair sem ele. — A voz de Kit, normalmente brilhante e clara, era um sussurro rouco e cheio de dor. —Eles só me deixaram sair hoje porque querem meu conselho sobre como comprar arbustos de frutas silvestres de Soldotna. Todas as plantas cresciam melhor com a ajuda de Kit. Sob suas mãos, até mesmo o pior solo criava maravilhas. —Então devemos ir à polícia para tirar Aric. — Frankie ergueu a mão. —Certo, eu me lembro. Alguém da polícia é um PZ, então ligaremos para o FBI ou... Kit balançou a cabeça freneticamente. —Os guardas matariam Aric antes que os policiais pudessem passar pelo portão. Eventualmente, talvez, alguém encontrasse seu corpo na floresta, e eles diriam que ele fugiu e foi morto por um urso ou algo assim. O horror angustiante empurrou Frankie para a frente. Seu afilhado não tinha nem cinco anos ainda. —Ninguém faria isso. —Eles fariam. — Kit engoliu em seco. —Eles têm. Pelo menos duas vezes no complexo do Texas antes de me juntar a eles. Por quanto tempo alguém pode viver com tanto medo? —Apenas pegue Aric e corra. —É... impossível. Primeiro, todos as crianças ficam no alojamento das crianças, dia e noite, com uma matrona. As mulheres dormem em um prédio ao lado, a menos que o marido queira...— Kit passou os braços ao redor de si mesma. A menos que um marido deseje seus direitos conjugais? Uma onda de raiva percorreu Frankie. Não, concentre-se. —Então, você não consegue vê-lo? —Bem...— Kit hesitou. —Aric foge para ficar comigo. Muito. —Mas você não pode simplesmente... escapar? — Frankie franziu a testa. —Eu vi a cerca e o portão em frente. Quão longe isso... —Ao redor de todo o complexo. Com guardas e torres de vigia e armas. — Kit balançou a cabeça, os ombros caídos. —Talvez pudéssemos nos esconder dos guardas... à noite... mas com certeza não poderia escalar aquela cerca, especialmente com Aric. Todo aquele arame farpado por cima. Ninguém poderia. Frankie fez uma careta. —Por que as outras mulheres não fazem nada? Se todas vocês se revoltassem...

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Algumas mulheres iriam embora se pudessem pegar seus filhos. Mas algumas estão lá porque querem. Como elas. — Kit fez um gesto em direção ao mercadinho. —Elas acreditam de todo o coração no Profeta, Reverendo Parrish. Elas contam ao capitão Nabera se alguém fala em sair ou critica alguma coisa. Antes que Frankie pudesse perguntar, Kit acrescentou: —Nabera gosta de machucar as pessoas — especialmente as mulheres. Madonna, como ela tiraria Kit e Aric? —Vou dizer ao FBI, e eles cercarão o lugar para que ninguém... —Não. Acabaria sendo outro tiroteio com Waco ou Ruby Ridge, onde crianças foram mortas junto com os adultos. Não. —Então — as mãos de Frankie se fecharam em punhos —como posso ajudar? O olhar de Kit estava desesperado. —Você não pode. Sinto muito; eu não deveria ter arrastado você para isso. Não vou aceitar essa resposta. —E se eu cortar um buraco na cerca? À noite? Kit piscou. —Um buraco. Para nos deixar sair pela cerca. Talvez ... talvez. Nossos dois prédios são próximos à cerca. Se pudéssemos rastejar pela cerca atrás dos prédios, só teríamos que desviar de uma sentinela fazendo patrulhamento. —Ok então. Um buraco chegando. Quando? — Frankie hesitou. —Preciso de tempo para descobrir como chegar ao lugar certo. — Sua coragem vacilou. Essa área era toda floresta. —Frankie, isso não é seguro para você. Você poderia... —Quando, Kit? —Ahhh, precisa ser um sábado — é quando Obadiah traz o capitão e outros tenentes à cidade para beber. Haverá menos guardas e, com a partida do capitão, eles ficam relaxados em suas rondas. Hoje é quinta. Portanto, não neste sábado. —Ok. A expressão irônica de Kit continha um pouco de seu antigo espírito. —Receio que a floresta não tenha placas de trânsito. Você precisará descobrir como chegar ao complexo... à noite. Talvez uma semana a partir deste sábado? Assim que estiver totalmente escuro? —Sim. — Frankie pegou seu telefone. —Sábado, 11 de maio. Totalmente escuro. — A escuridão total não ocorria até tarde da noite. Ela teria que levar isso em seus cálculos. —Se algo acontecer, seja da minha parte ou da sua, há uma maneira de fazer contato? —Não. Apenas o Profeta e Nabera têm telefones. —Stronzi20,— Frankie assobiou. —Tudo bem, se algo acontecer, vamos adiar até o próximo sábado... até o momento em que tudo se ajusta.

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Em italiano: Idiotas.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O alívio encheu o rosto de Kit enquanto suas sobrancelhas se juntaram. —Não é seguro para você. Frankie, nem sei por quanto tempo vou ficar aqui. Obadiah planeja nos levar de volta ao Texas em algum momento deste verão. Neste momento a porta do mercadinho se abriu. No momento em que Kit se virou, Frankie lançou a ela um olhar —Temos um plano— e saiu andando pela rua como se fosse isso o que ela vinha fazendo o tempo todo. Tudo o que ela queria era confrontar aquelas PZs. Bater nelas e mostrar como é a sensação de ser espancada. Amaldiçoando baixinho, ela deu a volta no quarteirão e voltou para o Dante’s Grocery. Os PZs se foram. Ainda amarrado, o lindo cachorro marrom se levantou e balançou o rabo. —Você não é um docinho. — Frankie estendeu a mão. Ela nunca teve um animal de estimação, mas alguns de seus amigos tinham animais de estimação — geralmente aqueles dimensionados para um apartamento. —Sou Frankie e, também, sou amigável. Depois de uma boa cheirada, o cachorro enfiou a cabeça sob a mão dela. Ela riu. —Tudo bem então. Vendo alguns cortes nas orelhas, patas e focinho, ela o acariciou com cuidado, evitando qualquer coisa que pudesse estar dolorida. —O que quer que você esteja fazendo, você precisa ser mais cuidadoso, ok? Agora, preciso pegar minhas compras antes que tudo derreta. Foi bom conhecê-lo. Ela recebeu um sorriso de cachorro em troca. Dentro do mercadinho, o bartender — não, ela precisava parar de pensar nele assim. Ele era Bull. Ela era tão lenta que levou um dia inteiro para colocar Bull, o bartender, junto com Bull's Moose Roadhouse e perguntar a Felix se Bull, o bartender, era o dono do lugar. O homem era seu patrão e todos gostavam dele, exceto ela. Então, novamente, as pessoas mostraram um lado diferente de si mesmas para os colegas de trabalho. Ela apenas teve sorte — azar— o suficiente para vê-lo com sua amante. Afinal de contas, todo mundo na agência de modelos gostava de Jaxson — exceto pelas mulheres que ele ferrou que pensavam que ele era a maior verruga da face do planeta. —Seu carro estava bem? — Audrey perguntou, se virando para Frankie. O que exatamente ela disse a Audrey e Bull sobre seu carro? Isso parecia há muito tempo. —Hum, tudo bem. Tudo bem. Depois de um olhar penetrante, Bull pegou a cesta dela de mantimentos e a colocou no balcão para ela. —Então, como você está se acomodando? Oh, não, nenhuma conversa. Era a última coisa que ela queria agora, quando todos os seus pensamentos estavam focados em Kit.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Recomponha-se. Você é uma turista que arrumou um emprego para se divertir. Concentrese, Frankie. Ela esvaziou a cesta sobre o balcão. —Bem o suficiente, obrigada. Tenho que admitir que é desconcertante acordar com pássaros cantando em vez de tráfego e buzinas e sirenes. — Onde estava o barulho do metrô sob seus pés, o uivo das sirenes, o repicar dos sinos das igrejas e os rádios dos carros explodindo? Onde estavam os músicos de rua e metrô? A saudade de casa cavou um lugar abaixo de seu esterno. Ela chorou ontem à noite como uma criança de cinco anos em sua primeira festa do pijama. Cavolo. Definitivamente, puta merda. Seus olhos ainda estavam vermelhos. Felizmente, eles não perceberam. O bartender não parecia perder muito. Ela colocou um pão francês no balcão. —Nunca pensei que sentiria falta do som do trânsito. Ou pombos arrulhando ou até mesmo uma gaivota gritando. —Eu entendo muito bem. — Audrey começou a registrar as compras. —Só estou aqui há cerca de um ano — de Chicago. Você acredita que eu aluguei sua cabana no lago antes de me mudar com Gabe? —Verdade? — Outra pessoa da cidade. —Então você entende — sobre a falta de ruído. E sons estranhos ao redor da cabana? Uma carranca enrugou a testa de Bull. —Que sons? —Como se alguém ou algo estivesse se movendo lá fora. E há pios estranhos e às vezes um grito. Um leve sorriso aprofundou as linhas de sol ao lado de seus olhos. —Você está em um lago. Muitos animais irão vagar para beber ou para caçar. O alce e o urso não se importam com o barulho que façam. Os pios são... —Desculpe. Ursos? Ursos... do lado de fora da minha cabana? —Receio que sim. — A diversão em seus olhos aumentou. —Eu vi alguns quando estava lá. Uma noite, saí da cabana e um alce parou ao lado do meu carro. — Audrey balançou a cabeça. —Eu aprendi que você não deve tentar fazer um se mover. Você só vai deixá-lo tão louco que vai atacar. —Meia tonelada pisoteando você pode causar sérios danos, — Bull concordou. —Você realmente foi perseguido por um alce quando era pequeno? — Frankie perguntou a ele. —Yep. Comemos ensopado de alce o ano todo. — Os lábios de Bull se contraíram, chamando sua atenção. Não era engraçado como um cavanhaque conseguia fazer a boca de um homem parecer... beijável? Uh-oh, nem pense nisso, Frankie Bocelli.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —É melhor eu começar a trabalhar. — ele disse a Audrey, então seu olhar pousou em Frankie. Como os olhos negros podem ficar ainda mais escuros? —Você vai trabalhar na Roadhouse amanhã à noite. Venha alguns minutos mais cedo. Eu gostaria de falar com você. A boca dela abriu. Talvez ele fosse o chefe, mas era preocupante que ele soubesse sua programação de antemão, sem verificar. Por que ele iria querer que ela viesse mais cedo? Talvez para dar em cima dela agora que sua amante se foi? Sua mandíbula se apertou. O que quer que ele quisesse, ele poderia dizer a ela durante seu horário de trabalho — quando havia muitas pessoas por perto. Ela chegaria exatamente na hora certa e nem um segundo antes. Dando a ambas um aceno de cabeça, Bull saiu, carregando suas compras e um saco gigante de comida de cachorro. Enquanto todos os músculos dos braços e ombros dele se retesavam em rochas, Frankie olhou fixamente e então puxou o olhar para longe. —Santo cielo. Os olhos risonhos de Audrey encontraram os dela. Pega. Frankie encolheu os ombros com pesar. —Todos aqueles músculos. Quem não babaria? Sorrindo em concordância, Audrey começou a empacotar as compras. Uma voz alta veio de fora: —Tio Bull, queremos cozinhar! Frankie verificou a janela da frente. Uma garota, de talvez dez anos, atacou Bull. Ele colocou suas sacolas na calçada, pegou a criança e a girou. Enquanto ela acariciava sua cabeça raspada, suas risadinhas de menina se misturavam com sua risada masculina profunda. —Madonna — murmurou Frankie. —Acho que meus ovários simplesmente explodiram. Audrey começou a rir. Frankie balançou a cabeça. —Não uma expressão comum para bibliotecas? Audrey enxugou os olhos. —Nem mesmo perto. Frankie se voltou para a janela novamente. Um menino e outra menina apareceram e obviamente pediam alguma coisa a Bull. —Ele está ensinando Regan a cozinhar. — Audrey continuou registrando as compras. —Ele sabe cozinhar? Como algo além de shakes de proteína para levantadores de peso? Audrey deu a ela um olhar assustado. —Ele é um cozinheiro soberbo. Isso fazia sentido, considerando que ele era o dono do Roadhouse. Lá fora, ele soltou o cachorro do poste de luz e ajudou as crianças a subirem na picape vermelha. Então o cachorro saltou para dentro, conseguindo um rápido arrepio em seu pelo antes de Bull fechar a porta. Ele agia como

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista se gostasse do cachorro, embora ele estivesse tão magro e maltratado. Por que ele não cuidou melhor dele? Frankie balançou a cabeça e percebeu que Audrey havia terminado de registrar as compras. —A propósito, você lê? — Audrey perguntou. —Temos um clube do livro —vários, na verdade— e... —Estou dentro. — Frankie estremeceu. —Bem, contanto que você esteja lendo algo além de coisas literárias. Eu leio para escapar da realidade, não chafurdar nela. Os olhos de Audrey estavam dançando. —Eu me sinto da mesma forma. Temos um grupo de romance, um para mistérios e outro para thrillers. Ah, e Tina e Lillian querem começar um que seja apenas para mulheres subversivas. —Desisti do romance. — Depois de Jaxson, ela perdeu a esperança de que houvesse algum cara legal no universo. —Mas eu adoro thrillers, e o grupo de mulheres subversivas parece divertido. Livros — e uma maneira de conhecer pessoas, fofocar e obter informações. Perfeito. —Legal. — Audrey deu detalhes das reuniões e dos próximos livros, e Frankie digitou tudo em seu telefone. Onde ela estaria sem suas listas de tarefas para smartphones? Audrey entregou a nota do mercadinho. —Seu total chega a US$ 105,83. —Aaah, certo. — Ela acenou com o telefone sobre o leitor de cartão. —Esqueci que o preço das coisas aqui era mais alto. —Claro que é. Ter tudo vindo por avião ou navio acarreta altos custos. — Audrey olhou para Frankie com preocupação. —Trabalhar no Roadhouse não paga muito bem. —Estou bem. — Sua poupança era bastante saudável, especialmente em comparação com suas irmãs, que gastavam seus ganhos em roupas, móveis, carros, férias e álcool caro. Loucura. Ela preferia qualidade a tendências — e ações e títulos a gastos. Mesmo se ela não tivesse conseguido o emprego no Roadhouse, ela estaria bem. Mas não era isso que uma garçonete de verdade diria. Para diminuir as preocupações de Audrey, Frankie disse, —As gorjetas têm sido boas e vão melhorar se a temporada de turismo for tão agitada quanto as pessoas pensam. —Com certeza parecia assim no ano passado. —Agora que você está aqui há um ano, você gosta de morar no Alasca? Tem que ser diferente de Chicago. — Frankie bufou. —A cidade inteira de Rescue tem menos pessoas do que no meu prédio. Os olhos de Audrey se iluminaram. —Adoro viver aqui, principalmente porque é muito pequeno. Sinto que pertenço e posso ajudar a decidir o que acontece com a cidade. Em Chicago, eu era... ah, apenas mais uma formiga em uma colônia. Uma das massas. Aqui, as pessoas me conhecem. Elas percebem se estou doente. Elas se preocupam comigo.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Hmm. — Quem notaria se eu estivesse doente? Hmm. As pessoas no trabalho — afinal de contas, sua família estava lá. Então, novamente, suas irmãs geralmente não percebiam se ela não estava se sentindo bem. Além delas —e elas a amavam, mesmo que às vezes parecesse que o amor vinha em segundo lugar, depois de suas carreiras— ela tinha alguns bons amigos. Só não alguém que ela via todos os dias. —Acho que invejo você. —Não há necessidade. — Audrey sorriu. —Você está aqui agora. Dê uma chance à Rescue e veja se você não vai ficar para sempre. —Você tem clubes do livro, bares e pessoas amigáveis. Como eu poderia não amar isso aqui? — Com um sorriso, Frankie pegou suas compras e se dirigiu para o carro. Mesmo quando a inquietação se apoderou dela. Não voltar para Nova York? Deixar o emprego dela? Nunca. Uh-uh, nunca.

CAPÍTULO SEIS O trabalho em equipe é essencial; dá ao inimigo outras pessoas para atirar. ~ Leis de combate de Murphy Na noite seguinte, no Roadhouse, Bull percebeu que Frankie não tinha chegado mais cedo. Na verdade, ela não apenas apareceu exatamente na hora, mas persistiu em evitá-lo. Todos os seus pedidos de bebida foram entregues ao outro bartender. Divertido, Raymond sorriu para Bull quando ela saiu com uma bandeja cheia. —Ela odeia você e me ama. Eu gosto disso. Ele não poderia socar um funcionário como faria se fosse Gabe o cutucando. —Talvez ela só goste de homens baixos e feios. Raymond fez um som sibilante em pseudo aborrecimento. Longe de ser feio, ele era adorado pelos clientes. Bull começou a montar um black and tan21, seu olhar meio em Frankie. Além de ficar longe dele, ela era uma excelente garçonete. Eficiente, não confundia os pedidos, mantinha as mesas

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Uma das receitas mais tradicionais de drinks com cerveja é o Black and Tan, típico dos pubs irlandeses e ingleses. É perfeito para ser consumido durante as comemorações de St. Patrick’s Day, a data mais irlandesa do mundo! Mas como é feito? De maneira muito simples! Você precisa de uma Guinness Draught e Bass Pale Ale. Essa é a receita original, mas se quiser pode usar outra Dry Stout e Pale Ale. Até mesmo Pale Lager ou uma Cidra como cerveja clara. Se servido adequadamente, as cervejas não se misturam no copo, ficando a parte de baixo clara e a de cima escura. É uma das receitas de drinks com cerveja mais atrativas visualmente.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista organizadas. Ela era alegre e amigável sem flertar... e se esquivava de mãos errantes ocasionais sem fazer grande coisa disso. Não que ela devesse aturar esse tipo de merda, caramba. Caso em questão, os quatro garotos em idade universitária do McNally's Resort que estavam sentados em uma mesa central. Eles tinham mais dinheiro do que bom senso, e até mesmo sua pouca inteligência havia desaparecido com o álcool. —Você é tão bonita, — disse um deles em voz alta. —Quer fazer algo depois de sair do trabalho? Frankie balançou a cabeça, o suficiente para que os brincos de argola de ouro dançassem em seu pescoço. —Desculpe, mas eu não saio com clientes. Você gostaria de uma recarga dessa cerveja? Em um típico movimento de se mostrar melhor, o amigo do cara disse em voz alta: —Ei, não precisa ser um encontro. Que tal ficarmos juntos e você sentar na minha cara. Mesmo quando o temperamento de Bull subia, Frankie deu uma risada alegre. —Sério? O seu nariz é muito maior do que o seu pau? Quando todos os ouvintes caíram na gargalhada, o jovem ficou vermelho e afundou em sua cadeira. Bull assentiu em aprovação de como ela afastou o garoto com humor, não agressão. Esse era um cara que seria mais cuidadoso com seus comentários desagradáveis. Quando ela voltou ao bar e entregou seus pedidos de bebida a Raymond, Bull se aproximou. —Isso poderia ter ficado difícil. Bom trabalho em lidar com a situação. Seu rosto se iluminou, então sua expressão ficou fria. —Obrigada. — ela disse educadamente. Pedidos atendidos, ela se afastou. Raymond olhou para Bull. —O que você fez, chefe, mijou na cerveja dela ou algo assim? —Dane-se se eu sei. — É certo que seu tamanho incomodava algumas pessoas, mas ela não parecia intimidada. Bull a observou, irritado porque o sorriso que ela dava tão livremente para todos os outros nunca era virado em sua direção. Ela tinha um sorriso lindo, mais quente do que uma lareira em um dia de neve. Raymond a estudou. —Ela deve ser a única mulher no mundo que não pensa que você é um deus do sexo. Bull bufou e voltou a trabalhar no bar. Ainda irritado. Foi uma reação tão humana que ele teve que rir. Ele reclamou das mulheres se jogando nele. E quando uma não fez? Ele ficou de mau humor como aquele estudante universitário.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista A música no bar era a trilha sonora do filme Footloose original. Sorrindo, Frankie girou um pouco enquanto entregava as bebidas e se dirigia para uma mesa recém-ocupada. Bull cantaria esta noite? Mesmo quando ele não estava se apresentando para a multidão, ela notou como ele cantarolava ou cantava junto com o que estava na lista de reprodução. Ele tinha uma voz tão profunda —um baixo— o som retumbava direto nos ossos dela. Como ele deve soar na cama? —Mais, doçura. — As palavras eram imaginárias; o calor correndo por suas veias com certeza não era. Frankie má. Ela afastou o som da voz dele e colocou sua atenção onde pertencia — nas pessoas esperando para fazer o pedido. —O que seria... Um grito de dor veio dos fundos do bar onde ficava a cozinha. Alguém gritou. Mas que raios foi isso? Abandonando o bar, Bull se dirigiu para lá, caminhando... mas se movendo incrivelmente rápido. Espero que quem quer que seja esteja bem. Precisando ajudar, ela deu um passo naquela direção e balançou a cabeça. Eles não precisavam dela, mas que estranho parecia não ser a única consertando tudo. —Vamos tentar de novo. — Ela sorriu para o casal mais velho. —O que posso pegar para vocês beberem? Depois de coletar uma série de pedidos, ela voltou para o bar. —Frankie. — O chef Wylie correu até ela, chapéu branco ainda na cabeça, pele avermelhada da cozinha. —Você mencionou que cozinhou na linha no passado. Alguma chance de você preencher essa posição? É principalmente grelhar e fritar. Nosso habitual cozinheiro se queimou e precisa ver o Doc. Pequenas queimaduras eram comuns na linha, mas o barulho implicava mais. —Tão ruim assim? —Que estúpido. — A boca de Wylie se torceu. —Ele estava agitando uma panela de óleo — e seu telefone tocou. Ela sabia o resultado, oh yeah. —Girou o óleo bem na mão dele? —Bingo. Ele já havia sido avisado duas vezes que telefones não são permitidos na cozinha. Suponho que ele achou que as regras não se aplicavam a ele. — O chef olhou para a cozinha. —Eu preciso voltar. Você pode ajudar? —Mas... meu trabalho aqui? — Ela gesticulou em direção ao bar. —Vamos mover um dos funcionários do restaurante para tomar o seu lugar. Além de Bull, você é a única aqui que trabalhou na linha antes. Não posso tirá-lo — o bar está louco esta noite.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista É verdade. Raymond não seria capaz de preparar bebidas sozinho. —Claro, vou ajudar na cozinha. —Obrigado, Frankie. Nós realmente apreciamos isso. — Ele acenou para um jovem esguio que esperava ao lado do posto da recepcionista. —Dê a Easton seus pedidos de bebida e vamos lá para trás. *** Duas horas depois, Frankie ouviu Wylie anunciar que o restaurante estava fechando e os cozinheiros deveriam terminar os últimos pedidos, fechar e limpar. Madonna, obrigada. Wylie sorriu para Frankie. —Você foi ótima. Quer trocar de emprego e se juntar a nós aqui? Ela estava superaquecida; sua cabeça coçava sob o chapéu e o óleo impregnava sua pele. Havia uma dolorosa linha vermelha em seu braço —porta do forno— e bolhas nas costas de sua mão — pato encontra óleo quente. Cozinhar não era para maricas. No entanto, ela tinha se divertido. Alimentar as pessoas a deixava feliz. O mesmo acontecia servindo, e ela precisava estar fora, onde pudesse encontrar qualquer Patriota Zelote. —Vou continuar sendo uma garçonete. Mas para emergências como esta? Eu sou sua garota. —Entendi. Não abusaremos da sua boa índole, mas é bom saber a quem ligar em caso de problemas. Obrigado. —Claro. — Ela começou a desligar a churrasqueira. —Sabe, aposto que comida italiana seria popular aqui, ou até mesmo uma noite temática italiana. —Italiana? Deus, eu amo lasanha .— Ele coçou a bochecha. —Sou totalmente a favor de mudar as coisas. Você deve conversar com o chefe sobre isso. Espere o quê? —Ah... não. Foi só um pensamento. — Ela torceu o nariz para ele. —Sabe, demorei um ou dois dias para perceber que você não era o chefe. —Deus me livre. — Ele deu uma gargalhada. —Eu só ajudo na contratação até que Bull se mexa e encontre um gerente para nós. —Ah, mas você manda na cozinha. Acho que os chefs provavelmente estão muito acima dos chefes. —Eu concordo. — O sorriso de Wylie era perverso. Sorrindo, Frankie se virou para pegar material de limpeza e deu de cara com Bull. Seus seios, então sua cabeça ricocheteou em seu corpo muito sólido. — Oomph! Ela cambaleou para trás. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Cuidado. — Suas mãos gigantes se enrolaram em torno de seus braços para segurá-la. — Você está bem? — Sua voz profunda retumbou em seu peito. Ele cheirava a sândalo e cedro, como noites escuras carnais e beijos acalorados. Oh, honestamente. Como ela poderia pensar em fazer sexo com um homem que ela nem gostava? —Hum, estou bem, obrigado. — Ela puxou seu aperto, e ele a soltou instantaneamente. Mesmo enquanto ela tentava esfregar o formigamento de seu toque, ele falou com Wylie acima de sua cabeça. —Devíamos contratar um gerente. Concordo. Mas precisamos falar sobre a hierarquia do chef acima do chefe. — Sua risada baixa indicava que ele não estava nem um pouco ameaçado pelo comentário dela. O homem tinha muita autoconfiança. Veja como ele ocupou todo o espaço livre da cozinha. A maneira como sua camisa se esticava sobre os músculos esculpidos de seu peito era simplesmente hipnotizante. Ela deu mais um passo para trás. Ele olhou para ela. —Agradeço sua ajuda aqui na cozinha. Você tem uma escolha agora — você pode encerrar a noite ou voltar a servir. —Ficaria feliz em terminar meu turno no bar. — Talvez os PZs tivessem vindo. —Muito bem. Easton esperava que ele não tivesse que desmarcar seu encontro. — Bull deu a ela um sorriso fraco, não seu sorriso largo de costume. Pensando bem, depois da primeira noite, esse foi o único tipo de sorriso que ela recebeu dele. Além do elogio, ele manteve distância. Ele percebeu sua animosidade e honrou seu desejo de evitá-lo? A compreensão foi perturbadora. Enquanto Bull voltava para o bar, o chef franziu a testa. —Problema entre vocês dois? Ela não falaria sobre o comportamento insensível de Bull com sua amante no estacionamento. Wylie obviamente gostava de seu chefe. —Não. Quase não falei com ele. — Ela encolheu os ombros. —Eu apenas prefiro evitar— mulherengos, jogadores idiotas —caras gostosos. O chef soltou uma risada. —Ele com certeza é isso. — A carranca voltou. —Mas o grande 22

bull é mais respeitoso com as mulheres do que... do que droga, qualquer um de nós. —Claro, — ela disse educadamente. Para ser justa, o que ela considerou flertar com clientes do sexo feminino acabou sendo o jeito de Bull com todo mundo, não importando o sexo, idade ou aparência. Ele era simplesmente extrovertido.

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O trocadilho se perde com a tradução. A expressão bull é usada para identificar o macho adulto de animais grandes, pode ser traduzido como touro, macho. A autora vai utilizar este jogo de palavras muitas vezes. Então tenham em mente que todas as vezes que lerem “bull” quando Bull esta presente, é porque um dos irmãos está zoando, e não que nós erramos

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Frankie tirou o avental e a boina de chef que eles haviam fornecido para seu cabelo. Seu couro cabeludo pareceu se alegrar ao ser libertado do confinamento pesado e sufocante. Ela pegou o colete de garçonete. —Vou me limpar o banheiro feminino e ir para o bar. E chefe ou não, ela continuaria a evitar “o bull”. Porque o que ela disse a Wylie era a verdade absoluta — ela evitava totalmente homem gostosos. Chocolate era muito melhor para uma garota.

CAPÍTULO SETE Se o inimigo está dentro do alcance, você também está. ~ Leis de combate de Murphy Isto deve ser divertido. Não. De joelhos na vegetação rasteira densa, Frankie estudou seu drone novo, aquele que ela chamou de Menino de Ferro. O drone não era o modelo mais barato, mas também não era muito caro — porque ela sabia que provavelmente o jogaria contra uma árvore. Estava tudo conectado ao controle e ao celular, calibrado e pronto para funcionar. O corpo branco aerodinâmico, os rotores, o dispositivo de alta tecnologia na frente a fazia se sentir como se estivesse em um filme de ficção científica. Não seria legal? Bem, contanto que ela pudesse ser uma heroína como a sempre competente Ripley de Aliens. Não me sinto como Ripley. Essa não era quem ela era. Ela não era uma mulher corajosa fodona. Ela era uma garota da cidade. Ela gostava de ser uma garota da cidade. Ainda assim, não importa o que custasse, ela tiraria Kit e Aric daquele complexo PZ. Porque ajudar a amiga também era quem ela era. Por que, oh, por que não podia ter funcionado que ela pudesse chamar a polícia, FBI ou DEA. Mas Kit foi muito veemente em não fazer isso. Depois de ler sobre os desastrosos tiroteios de Waco e Ruby Ridge, Frankie entendeu por quê. Em Ruby Ridge, o líder da supremacia branca havia sobrevivido à batalha, mas sua pobre esposa e um menino de quatorze anos foram baleados e mortos. Em Waco, o cerco causou cerca de setenta mortes, incluindo vinte e cinco crianças. Os PZs tinham aquela grande cerca e portão. Se eles negassem a entrada na polícia, poderia haver um pesadelo de armas e combates. As balas atravessariam aquelas casas frágeis — e matariam crianças e mulheres. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Portanto, cortar a cerca era o plano do dia, o que significava descobrir onde ficavam os alojamentos das mulheres e das crianças. Um drone sobrevoando chegando. Felizmente, ela encontrou um bom local de lançamento. Dall Road ia de Rescue à estação de esqui de McNally no alto da montanha e tinha uma miríade de pequenas estradas de terra que se ramificavam para várias casas e cabanas. O complexo PZ ficava a um terço do caminho, em um vale entre dois sopés. Na quinta e na sexta, ela dirigiu por todas as estradas minúsculas de cada lado do complexo, fazendo um embaraçoso ato de sou-uma-estúpida-mulher-turista sempre que acabava no jardim da frente de alguém. Finalmente, ela encontrou uma estrada mal conservada que passava por várias propriedades e terminava em uma cabana abandonada. Uma caminhada extenuante através de odiosos arbustos a trouxe a este local onde ela podia... mal... ver um canto do complexo lá embaixo. Não vamos pensar em todas as regras que vou quebrar. Seu drone não era registrado. Nem sempre estaria em sua linha de visão. Voaria diretamente sobre as pessoas. Estaria bisbilhotando uma área onde os residentes tinham expectativa de privacidade. Ela fez uma careta. Já que Kit disse que um PZ era um dos policiais de Rescue, se Frankie fosse pega, ela provavelmente ficaria presa para sempre. Se os PZs a pegassem, seria pior do que isso. Com o coração batendo forte, ela ligou o drone, o fez pairar, e o envio penhasco abaixou até a zona-alvo. Uma verificação rápida garantiu que tudo estava sendo gravado em seu telefone. Eu não posso acreditar que estou fazendo isto. Ela olhou para a tela e manteve o drone bem alto. Não era bom que os PZs tivessem todo aquele terreno limpo e aquelas grandes estufas de plástico? Era fácil encontrar o complexo na floresta. O Garoto de Ferro voou além da cerca ao sul em direção aos telhados. Agora, em qual prédio ficarão as crianças? —Calma, garoto. — Ela trabalhou os controles para diminuir a elevação. O Garoto de Ferro abaixou o suficiente para que ela pudesse ver as pessoas. Homens com rifles. Mulheres. Dois cachorros grandes. Certo, não devemos esquecer os cães de guarda ao planejar. Lá — lá estavam as crianças. As crianças brincavam entre duas casas perto da cerca leste. Um prédio tinha dois arbustos feios na frente, o outro um mastro de bandeira. Ponto! O alojamento das crianças deve ser uma dessas duas casas. As crianças começaram a apontar para o céu. Para o drone. Oh-oh. Os adultos notaram. De repente, fogos de artifício soaram. O estalo e o chiado ecoaram nas montanhas. Sua tela ficou em branco. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela olhou para o telefone e o sacudiu. O visor do drone havia sumido. Não foram fogos de artifício. Merda, foram tiros. Eles tinham atirado no Garoto de Ferro. Matado seu pequeno drone. Suas mãos ficaram frias. Dormente. Eles viriam em busca da operadora do drone — por ela. Corra. Ela enfiou seu equipamento na bolsa e correu através da vegetação. Um galho raspou em seu rosto em uma explosão de dor. Com os olhos lacrimejando, ela ricocheteou em uma árvore. Mais rápido. Ela saltou sobre um tronco morto e tropeçou no terreno irregular. Uma pedra rasgou sua palma e seu tornozelo torceu com uma explosão de dor. Ela escalou para cima e para frente, abrindo caminho através da vegetação densa, acumulando mais arranhões dolorosos e raspões. Seu braço esbarrou no caule coberto de espinhos de uma planta alta e feia. Ai, ai, ai. Ofegante, o coração tentando estourar no peito, ela cambaleou para a área aberta ao redor da cabana. Ninguém estava lá. Ainda não. Mova-se. Ela saltou para dentro do carro e acelerou pela estreita estrada de terra. Galhos açoitaram as laterais do veículo. A parte inferior do carro raspou quando as rodas afundaram nos sulcos. Não fique presa, não fique presa. Em Dall Road, ela começou a virar para o norte em direção à cidade. Para ir para casa. Para se esconder. Não, não, ela não podia. Ela teria que dirigir além do desvio para o complexo PZ para voltar à Rescue e sua cabana. E se alguém estivesse vigiando a estrada? Ela virou à direita e subiu a montanha. Havia um bar na estação de esqui... com álcool. Talvez ela até comprasse uma garrafa para levar para casa com ela. No espelho retrovisor, ela viu um carro saindo da estrada PZ para a Dall. Outro carro saiu, e outro e mais outro. Indo para os dois lados. Ela pisou no acelerador. No estacionamento do resort, seu pequeno carro seria apenas um entre muitos. Ela seria uma de muitas. Eles não a encontrariam. A raiva era uma queimadura soturna em seu peito. O bastardi havia aprisionado Kit e Aric. E eles mataram o Garoto de Ferro. *** No complexo do Patriota Zelote, o capitão Grigor Nabera saiu. Seus tenentes esperavam por ele em uma linha rigidamente reta. —Relatório. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Senhor. — Cabelo recém-cortado, Luka se endireitou — e Nabera quase sorriu, sabendo que os ombros do idiota doíam com as chicotadas que recebera ontem por questionar as escrituras do Profeta. —As peças do drone foram recuperadas. O dispositivo não é militar ou policial. É aquele que pode ser comprado em qualquer loja. Nabera acenou com a cabeça e o viu relaxar. —Obadiah, e o perímetro? O obediente soldado do Profeta tinha uma barba desgrenhada castanho-amarelado, cabelo castanho curto, grande e forte, como um bisão do Texas, e se movia igualmente devagar. —O perímetro foi revistado sem rastros encontrados. —Bom. E mais longe? Alto e magro Conrad tinha uma barba avermelhada que chegava à fivela do cinto. —Senhor, minha equipe subiu a Dall Road. Três estradas de terra tinham trilhas frescas, então nós as verificamos. A última... tinha uma merda de uma cabana vazia. Alguém abriu caminho através da vegetação rasteira até um local que dá vista para nós. Eles não poderiam ter visto mais que um canto do complexo. —Exceto que a pessoa estava usando um drone. — disse o reverendo Parrish ao se juntar a eles. O Profeta parecia cansado com rugas ao redor da boca e olhos fundos. Nabera lhe lançou um olhar preocupado. Se o líder deles fraquejasse, todos eles também iriam. Seus planos para sacudir o país, trazer de volta as formas tradicionais estavam apenas começando a se concretizar. Com um sorriso reconfortante, Parrish colocou a mão no ombro de Nabera, aquecendo-o até sua alma. —Neste mundo sem Deus, tecnologias como os drones serão um problema crescente para os fiéis. —Vamos pegar o bastardo. — Os lábios de Nabera se curvaram. —Ele vai acabar em tantos pedaços quanto seu objeto-espião infernal. Todos os seus tenentes assentiram rapidamente. Conrad se mexeu. —Fale, — Nabera ordenou. —Quando entramos na Dall Road, vimos uma caminhonete quase em Rescue. Um SUV descendo a montanha, e um pequeno carro subindo até o resort. Alguns de nossos fiéis foram atrás deles e reportaram. — Ele ergueu os relatórios. Nabera pegou os papéis e olhou para eles. Ambos os veículos pertenciam a residentes de Rescue, alguns com famílias. Não o tipo de espioná-los com um drone. Conrad esperou pelo aceno de Nabera e continuou, —Na cabana deserta, as marcas dos pneus eram pequenas — e o veículo devia estar baixo. Raspou o fundo uma ou duas vezes. Nabera olhou para ele. —Você acha que pode ter sido o carro pequeno?

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Yeah, talvez. — Conrad fez uma careta. —Encontramos pegadas. Pequenas. — Ele ergueu as mãos para ilustrar o tamanho. —O espião pode ser um adolescente ou uma mulher. Obadiah balançou a cabeça. —As mulheres não fazem essas coisas. —A sua poderia ter antes de você quebrá-la. — Conrad zombou dele. Obadiah olhou para Nabera inquieto. Nabera sentiu uma agitação em sua masculinidade... porque a mulher de Obadiah, Kirsten, não estava quebrada. Ainda não. Uma faísca de desafio ainda brilhava dentro dela. Ele queria ser o único a exterminá-la. Mas não era hora de pensar nessas questões. O Profeta franziu a testa. —Uma mulher. Nos espionando. —Ela pode ser uma repórter como aquelas que nos atormentaram no Texas. — disse Nabera. Junto com a raiva por alguém ter invadido sua privacidade, veio uma sensação de antecipação. Quando uma de suas mulheres escapou e alegou que tinha sofrido abusos, repórteres tinham se aglomerado no complexo do Texas. Não que eles pudessem entrar. Naturalmente, depois que a fugitiva desapareceu, as notícias secaram. A polícia concluiu que a mulher ficou assustada e deixou a área. Nabera coçou o peito e sorriu. Ela tinha ficado assustada... depois que ele a pegou. Ele teve uma noite muito agradável. E ela certamente havia deixado a área. Seu corpo agora estava apodrecendo em um dos pântanos de águas profundas do leste do Texas. Os jacarés eram a equipe de limpeza de Deus. *** Maio no Alasca... uma ótima época do ano. De pé na grelha, Bull respirou o cheiro de fumaça de nogueira e carne fritando. Junto com a conversa de sua família veio o cacarejar satisfeito das galinhas e o barulho silencioso da água contra o pequeno cais deles. Foi um dia absolutamente lindo. Sob um céu azul claro, as montanhas cobertas de branco se espelhavam no calmo lago turquesa. Nas margens, a grama e os juncos estavam adquirindo um verde intenso. Os verões eram curtos aqui e deveriam ser saboreados — razão pela qual sua família estava reunida no pátio de Hermitage para o jantar. Embora a temperatura estivesse na casa dos 10ºC, o calor da grelha e o calor do sol mantinham todos confortáveis. Claro que vencia o inverno quando um dia quente mal passava de zero. —Sirva-os, Regan. — Ele colocou o último hambúrguer da pilha. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Sim, senhor. — Sua sobrinha de dez anos levantou cuidadosamente a bandeja. Como de costume, ela tinha sido sua chef assistente. Hoje, porque ela estava sentindo falta de JJ, que estava fora da cidade por um tempo em algum seminário de policiais, ele graduou Regan para realmente ajudá-lo na churrasqueira. Ela pode seguir Caz no campo da medicina, mas a habilidade de cozinhar nunca fez mal a ninguém. Ela estava tão orgulhosa da comida que grelhara quanto ele estava dela. Com JJ fora, Caz ajudou sua filha a trançar seus longos cabelos castanhos para cima e fora de perigo. A garota tinha arranhões nas mãos, onde ela caiu no mato em uma expedição de pesca esta manhã. Seu nariz estava queimado de sol. Seu moletom vermelho tinha uma foto de Leia com um blaster, dizendo: Não mexa com uma princesa. Bull sorriu. A sobrinha mais serelepe de todos os tempos. O resto da família fez ruídos apreciativos quando ela colocou o prato de hambúrgueres e salsichas na longa mesa de piquenique. Não que estivessem morrendo de fome, já que Hawk trouxera vegetais crus e molho de caranguejo para mastigar enquanto Bull e Regan grelhavam. Acreditando firmemente na importância dos vegetais, Caz tinha feito uma incursão a estufa para fazer uma salada de folhas verdes. Gabe e Audrey contribuíram com batatas recheadas com queijo e um bolo de chocolate. Pelas manchas de glacê na bochecha de Regan, ela ajudou a assar. —Ataquem, pessoal. — Bull disse — e sorriu conforme eles fizeram. Yeah, não havia nada tão bom quanto alimentar as pessoas. Ele observou Audrey experimentar uma mordidela de salsicha de caribu — também conhecida como rena. A surpresa encheu seu rosto, então ela entregou um pequeno pedaço para Regan. —É realmente bom. Prove. Regan experimentou. —Huh. Como um cachorro-quente muito picante. — Fazendo um som de fome, ela pegou uma salsicha para si e a embrulhou em um pão. Rindo, Bull passou o ketchup para ela antes de pegar alguns hambúrgueres para si. Sentindo algo esfregar sua canela, ele tirou um pedaço de carne e o jogou no chão. As orelhas em tufo de Sirius se projetaram para frente, e o gato bateu no petisco experimentalmente com uma grande pata, antes de decidir que a oferta era adequada. O vira-lata de pelos longos tinha ficado bem gordo depois de alguns meses de refeições regulares. A besta descendia de gatos-monstro —Caz achava que tinha genes de gato da Floresta Siberiana— e era grande o suficiente para que os falcões não o incomodassem. Ter Gryff por perto também ajudaria. O canino havia assumido as funções de cão de guarda com todo o entusiasmo de um novo membro da equipe SEAL. Se virando e vendo os grandes olhos castanhos, Bull jogou um pedaço de hambúrguer, e o cachorro o agarrou no ar. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista A introdução de gato e cachorro havia corrido bem e uma paz provisória já havia sido estabelecida. Ao avistar Sirius pela primeira vez, o cachorro avançou... e Regan começou a chorar. Gryff tinha deitado no chão com óbvia preocupação por ter feito asneira. Cara sensível, era Gryff. Bull se virou e acariciou as orelhas macias. —Você é um bom cachorro. Durante a hora seguinte, a conversa correu ao redor da mesa, aderindo ao protocolo do sargento para refeições onde cada pessoa compartilhava os altos e baixos do seu dia. Hawk tinha levado um cara estourado para o Soldotna hospital. O homem desviou de um alce na estrada, derrapou no gelo e bateu em uma árvore. O Doc tratou uma mulher devido a uma concussão. Ela estava fazendo dipnet23 no início da temporada do hooligan24, escorregou e bateu com a cabeça em uma pedra. —Fazendo dipnet? Isso é como pescar? — Perguntou Regan. —É mais como pegar pequenos peixes com uma grande rede. — Bull mentalmente abriu espaço para pescar. —Os hooligans estão mais gordos em maio. Tiraremos seu papai da clínica e iremos então. A garota tinha o melhor sorriso. —Ei, tio Bull, essa é sua nova garçonete? — Regan apontou para o outro lado do lago. De jeans e uma jaqueta vermelha, Frankie estava sentada na pequena mesa de piquenique atrás de sua cabana. Algo estava ao lado dela — uma garrafa e um copo? Seus ombros estavam caídos tristemente. Ela estava bebendo sozinha. Ela estava muito longe para ele ver sua expressão, mas sua postura era uma imagem de solidão. Uma pena que ela não gostasse dele, ou ele a traria aqui. A alimentaria. —Sim, é Frankie. — ele disse a Regan. —Dante alugou uma cabana para ela. —Ela é legal? — As sobrancelhas de Regan se juntaram. Embora ela tivesse percorrido um longo caminho desde sua atitude defensiva no outono passado, quando Caz a trouxe para o Alasca, ela ainda era lenta para ser amigável com estranhos. O lembrava de Hawk, às vezes. —Legal, bem...— Bull hesitou. Sua nova funcionária era amigável com todos, menos com ele. —Frankie parece muito legal. — disse Audrey. —Pode ser assustador ficar sozinha em um lugar como este — tão diferente da cidade. Ela é de Nova York. —Oh. Yeah, entendi. — A criança de Los Angeles lançou um olhar simpático para Frankie. Caz sorriu para Bull. —A sua garçonete ainda não gosta de você? —Nope. Dane-se se eu sei por quê. O rosto pequeno de Regan se contraiu. —Se ela não gosta de você, então não vou gostar dela.

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Dipnet é um tipo de pesca, que se faz com um passaguá com1 metro de diâmetro. O eulachon (Thaleichthys pacificus; também conhecido como oolichan, ooligan, hooligan), também chamado de peixe-vela, é um pequeno peixe anádromo do oceano Pacífico encontrado ao longo da costa do Pacífico do norte da Califórnia ao Alasca. 24

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Pelo amor de Deus. Bull fez uma careta para Caz que tinha começado essa bagunça, e seu irmão deu uma encolhida de ombros muito hispânica, abdicando de qualquer responsabilidade em consertar isso. —Talvez você devesse perguntar a ela por que ela não gosta de você. — Gabe jogou um pedaço de salsicha para Gryff. —O quê? — Bull olhou para Gabe. De todos eles, Gabe era o melhor estrategista — mas não era exatamente conhecido por ter conversas francas sobre questões emocionais. —Você está dizendo isso? —É uma sugestão egoísta. — Gabe riu. —Dante estirou as costas ao entregar lenha nas cabanas. Ele perguntou se poderíamos deixar um pouco de lenha para Frankie, já que ele não conseguiu chegar à casa dela. Depois que um locatário idiota usou uma árvore ornamental para lenha, o velho Okie começou a estocar lenha nas cabanas. —Você quer que eu faça a entrega para você, hein? — Bull fez uma careta para o irmão. —Bem, yeah. Porra. Porém, não era uma sugestão ruim. —OK, tudo bem. — Ele queria discutir a ideia dela para noites temáticas no Roadhouse, de qualquer maneira. —A primeira coisa amanhã de manhã. —Vamos adiar não gostar dela até que Bull relate ao retornar, yeah? — Gabe sorriu para Regan. A boca de Regan formou uma linha firme. Alguém já havia se decidido. Sua sobrinha era extremamente leal. Hawk bufou, sem falar, mas a diversão apareceu em seus olhos azuis aço. Se não fosse o alvo, Hawk gostava das manobras de Gabe. Bull o estudou, então Gabe. Hawk, que tinha sofrido mais quando criança do que a maioria dos humanos já suportou, tinha emergido com um coração carinhoso, embora o mantivesse protegido e escondido. Ele e Gabe tinham sido próximos quando cresceram. Mas quando eles estavam no mesmo time em um grupo de mercenário, algo aconteceu. Gabe não sabia por que Hawk havia deixado o time e se afastado, e Hawk com certeza não estava falando sobre isso, o bastardo taciturno. Bull olhou para Gabe. Pode ser que a infelicidade de Gabe com o silêncio de Hawk fosse a razão pela qual ele armou para Bull falar com Frankie. Audrey obviamente chegara à mesma conclusão. Ela piscou para Bull, antes de se inclinar para Gabe, que automaticamente colocou o braço em volta dela. Fodidamente doce. JJ e Caz também. Bull se virou, tentando ignorar a sensação de vazio em seu peito. Por que diabos ele estava se arrependendo de não ter um relacionamento também? Ele tentou, não foi? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Casado duas vezes, queimado duas vezes. Feito com essa merda.

CAPÍTULO OITO Você comete erros. Erros não fazem você. ~ Maxwell Maltz O som profundo de um grande veículo acordou Frankie do sono — que não começou até o amanhecer. A ansiedade podia manter uma pessoa acordada ainda melhor do que a cafeína. Ela não conseguia esquecer o som de armas estalando e a morte do Garoto de Ferro. Claro, ela sabia que o pequeno drone não era uma pessoa, mas ele parecia vivo. Ele zumbiu e voou e respondeu às ordens dela. Pelo menos até que aqueles stronzi o matassem. O que teria acontecido se eles a pegassem? Ela estremeceu. Isto não é coisa minha — não sou uma guerreira. Talvez ela praticasse Aikido, mas ela escolheu a arte marcial porque não se deleitava com a violência. Eu também não sou a Sra. Nature Girl. Ela era uma profissional em descobrir os horários do metrô, em captar esculturas adoráveis na Bleecker Street, em rir dos golpes de rua “você quebrou meus óculos” e em encontrar áreas verdes escondidas para refrescar seu espírito. Um ninja da selva selvagem? Tão não ela. Eu fiz um pequeno progresso, no entanto. Ela restringiu a localização do alojamento das crianças. O próximo passo seria descobrir como entrar lá. Como tirar o pequeno Aric. O medo deslizou por seu peito porque ela não tinha ideia de como faria isso. E eles tinham armas. Oh, por favor, Kit. Consiga escapar. Por favor. Lá fora, o motor da caminhonete parou. A porta de um carro bateu. Bem. Do. Lado. De. Fora. Da. Cabana. Dela Ela se sentou com pressa e sua cabeça girou. Frankie má, muito vinho. Músculos tensos e hematomas e arranhões de sua fuga criaram um clamor doloroso por todo o corpo. Ela choramingou, querendo apenas se enterrar sob as cobertas. Alguém estava aqui. Quem? Levante, levante, levante. O quarto ainda estava escuro — só devido às cortinas blackout que cobriam as janelas. Porque o sol nascia loucamente cedo por volta das 5h30 da manhã e só se punha depois das 22.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O piso de madeira estava frio contra seus pés. Ela parou. Nua. Certo. Talvez dormir pelada nesta região selvagem não fosse uma boa ideia, mas camisolas e pijamas a odiavam. Tentavam estrangulá-la ou enrolavam em sua cintura ou seios. Ela vestiu uma calça jeans, depois vestiu uma camisa de flanela enquanto calçava chinelos felpudos. Pronto, ela estava vestida. Mais ou menos. Sua camisa estava abotoada torta; ela estava sem calcinha e sem sutiã. Quem quer que fosse, deveria ter ligado primeiro se quisesse uma aparição produzida dela. Ela abriu a porta da frente uma fresta. Ninguém estava à vista. Uma grande picape vermelha estava encostada em seu caminho de cascalho longe o suficiente para que a caçamba da caminhonete estivesse fora de vista ao lado de sua cabana. Thunk. Thunk. Thunk. Oh, era Dante. O senhorio dela disse que iria encher o alpendre com lenha. Ele era tão fofo. Ela começou a contornar o lado, então parou. Sua camisa de flanela não escondia seu estado sem sutiã. Talvez ela devesse mudar. Mas Dante havia mencionado que suas costas estavam doendo — e ele estava movendo um monte de madeira? Realmente má ideia. Ela poderia lidar com o descarregamento das coisas. Ela correu ao redor da cabana. —Dante, você não deveria levantar... Não era Dante. Vestido com uma camiseta preta justa, Bull estava empilhando lenha ordenadamente no galpão — e a respiração dela ficou presa na garganta. Uau. Ombros não deveriam ser tão largos, e seus bíceps e tríceps eram tão bombados que o homem poderia ser um modelo para uma aula de anatomia. Ela com certeza teria gostado muito mais do assunto. Eeeee, ele percebeu que ela estava olhando. Cazzo, ela provavelmente estava babando. Emoldurados por seu cavanhaque preto, seus lábios se curvaram. —Ainda não tomou seu café? Adorável. Seu cabelo provavelmente parecia um ninho de rato. Com sorte, ela não tinha marcas de baba na bochecha. —Nem mesmo perto. Sua caminhonete me acordou. Mesmo para seus próprios ouvidos, ela parecia mal-humorada. Seu olhar deslizou sobre ela, e não havia como ele perceber que ela estava sem sutiã — e que o frio fazia seus mamilos se projetarem contra a camisa de flanela. Quando ela cruzou os braços sobre o seio, uma covinha apareceu em sua bochecha. —É bom quando você pode dormir até tarde. — ele disse suavemente.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Seu olhar permaneceu em seu rosto, lembrando-a dos arranhões vermelhos vívidos em sua bochecha e queixo. O hematoma à esquerda, onde ela ricocheteou em um tronco de árvore, provavelmente apareceu também. —Meu trabalho exige trabalhar até tarde. — Ela acrescentou uma carranca para impedi-lo de perguntar sobre seu rosto. Ele bufou uma risada. —Você poderia reclamar com seu chefe — exceto que ele sabe que você estava de folga na noite passada. — Apesar dos resmungos dela, ele falou com sua boa natureza de sempre. —Acho que essa desculpa não funcionará então. — Afastando seu humor —qualquer que fosse o humor estranho em que ela estava— ela riu. —Desculpe por resmungar. E obrigada por trazer lenha. Quanto te devo? —Sem custo. Temos muita e devemos um favor a Dante. — Quando ele passou por ela em direção à caminhonete para outra braçada, seu cachorro grande saltou. Nós. Isso significava que Bull tinha uma namorada? E por que ela estava se perguntando sobre isso? Ela se abaixou para acariciar o cachorro peludo e ele se apoiou em suas pernas com tanta força que ela quase tombou. —Bom dia, cachorro. — Gryff — esse é o nome dele. — Gryff. — Tão doce. —Diga oi, amigo. — Bull disse para o cachorro. —Latido. Gryff soltou um alto woof, então trotou até Bull, obviamente esperando um elogio. —Bom trabalho, garoto. — Bull se curvou e acariciou o cachorro até que Gryff girou em círculos felizes. Droga, ela não queria gostar do homem. —Bem, obrigada pela lenha. Eu agradeço. — Ela poderia desfrutar de sua primeira xícara de café perto do fogão a lenha. —Eu nunca percebi como um fogo é reconfortante. O calor é... não sei... mais quente? —Parece assim para mim também. — Seu sorriso a puxou. Mas uma rajada de vento soprou seu cabelo em seu rosto, tornando-a mais uma vez consciente de sua cabeceira, rosto sujo, roupas desleixadas e falta de calcinha. Cazzo. Ela deu um passo para trás. —Obrigada novamente. Tenha um bom... —Frankie. — Ele encostou um ombro no poste do galpão e a prendeu com um os olhos negros. —Você não gosta de mim. Essa é sua prerrogativa, mas se estou fazendo algo que está incomodando você, seria um alívio saber o que é. Sua boca abriu. —O quê? — Ela jogou as mãos para o ar, elevando a voz. —Você foi criado em um celeiro? Se alguém não gosta de você, você não deve comentar sobre isso. Ou questionar.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Aquela covinha apareceu de novo, tão incongruente em um rosto tão duro. —Não um celeiro — uma cabana de toras. Por um veterano Boina Verde. As lições sobre boas maneiras eram poucas e espaçadas. Uma cabana de madeira. Isso explicava muuuito. Ele cruzou os braços sobre o peito largo. —Ouvi dizer que responder a uma pergunta é considerado educado. O queixo dela se ergueu. Se ele queria a verdade, tudo bem. Isso é exatamente o que ele conseguiria. Ela tentou ser educada — ok, não, ela não tentou, mas ela não o chamou de stronzo na cara dele. Ela hesitou e mentalmente percorreu os últimos dias. Não, não, ela não tinha. Ufa. — Tudo bem então. Mas como ela deveria começar a explicar? Depois de alguns segundos, ele fez um ruído baixo em sua garganta. —Fale logo, Frankie. — Stronzo. — ela murmurou. Idiota, bem na sua cara. Ele não reagiu. Bom. —Minha primeira noite no seu Roadhouse, eu saí no meu intervalo, e lá estava você no estacionamento. Você e sua amante. E, Sr. Homem do Alasca, vi você destruir os sentimentos dela como faria com um cervo. Então, você entrou como se não tivesse deixado uma mulher chorando atrás de você. Ele olhou para ela, então passou a mão sobre a cabeça raspado. —Porra. Aí estava uma explicação impressionante. A linha afiada de sua mandíbula ficou mais dura do que as montanhas atrás dele. —Se eu tiver que explicar essa merda, eu poderia tomar uma xícara de café. Ele estava se convidando para um café? Che palle. Que chatice. Ela respirou fundo para recusar, mas... ela queria essa explicação. —Tudo bem. — Seu treino de Aikido poderia esperar até mais tarde. Ela inclinou a cabeça. —Acenda um fogo para mim e farei café. Ele assentiu, o sorriso desapareceu totalmente. Aparentemente, ele tinha um temperamento afinal. Agachando-se ao lado do pequeno fogão a lenha, Bull ouviu o chiado da cafeteira no canto da cozinha. Gryff se juntou a Frankie, tendo descoberto que comida frequentemente caía do céu nas cozinhas. Quando o fogo pegou, Bull se sentou na poltrona e fez uma careta. Falar sobre seu casamento. Certo. Ele preferia rolar por uma encosta irregular e rasgar sua pele. Mesmo agora, ele não conseguia acreditar o quão completamente Paisley o havia enganado.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Anos atrás, o sargento havia dito que a maioria das pessoas escondia seu verdadeiro eu tão completamente quanto uma mamãe raposa esconderia sua toca. —Mas, com você, garoto, o que você vê é o que você consegue. — Talvez fosse por isso que ele conseguia ler as pessoas bem o suficiente, mas não estava inclinado a suspeitar —especialmente de uma amante. Vivendo e aprendendo. Com um suspiro, ele olhou ao redor da cabana de um cômodo. Dante tinha reformado no inverno passado, suavizando as paredes de toras e o piso de madeira em uma pátina acetinada. A metade de trás do cômodo acomodava o canto da cozinha com novos aparelhos. Uma divisória móvel separava canto do quarto. Na metade da frente da cabana, um tapete colorido verde e marrom, duas cadeiras estofadas marrons e um sofá combinando compunham a área de estar. Com o fogo crepitando no fogão a lenha, o cômodo era agradável e aconchegante. A nova iorquina se sentia em casa. Um suéter brilhante pendurado sobre uma cadeira da cozinha. Havia livros e um eReader na mesa de centro. A mesa da cozinha tinha flores silvestres brilhantes em uma jarra de vidro... e uma garrafa de vinho vazia. —Como você toma o seu café? — Frankie perguntou. —Preto, por favor Ela se aproximou e entregou a ele uma caneca pesada. Um gole disse a ele que ela sabia fazer café. —Obrigado. Ela inclinou a cabeça em reconhecimento, então estudou o fogo. —Você fez diferente do que Dante me mostrou. Garota da cidade. —Todos nós temos nossas próprias técnicas para começar fogo, e cada fogão a lenha tem suas peculiaridades. —Hã. Quem saberia? — Quando ela se enrolou em um canto do sofá da maneira desossada compartilhada apenas por mulheres e gatos, seus seios lindos balançaram sedutoramente. Porra, ele realmente estava tentando não os notar. Ou que seu cabelo parecia que ela acabara de fazer sexo bate-a-cabeceira. Mas, inferno, ele era apenas humano. Humano ou não, ele não agiria de acordo com seus desejos. Não era por isso que ele estava aqui — e mesmo que as coisas fossem diferentes, ele era o chefe dela. Ele não se envolvia com suas funcionárias. Ela tomou um gole de café e ergueu uma sobrancelha para ele. Sua voz rouca segurava uma leve provocação enquanto ela repetia sua ordem, —Fale logo, Bull. Ele realmente gostava de seu senso de humor. Ainda não era fácil falar sobre Paisley. O que ele disse no estacionamento naquela noite? Ele se lembrava principalmente de ter ficado irritado pra cacete. —Você a chamou de minha amante.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Bem, sim. Ela falou sobre você adorar o toque dela, beijar, fazer amor...— O rosto de Frankie ficou vermelho. Uma modesta nova-iorquina? Oh, ele gostou disso. Mas agora ele se lembrava do que havia dito. —Eu posso ver como você pode pensar que éramos amantes. — Bull observou o fogo aumentar à medida que as chamas passavam dos gravetos para os ramos mais grossos. —O que você está perdendo é isto: ela não é uma amante atual. Ela era minha esposa. Nós nos divorciamos há dois anos. A expressão de Frankie mudou de surpresa para horrorizada. Ela baixou a xícara. —Dois anos? Mas com certeza... Ela agiu como...—Ela corou. Ele sabia o que ela não tinha perguntado. —Não ficamos juntos desde o divórcio. Eu a vi de passagem um ano atrás no concerto sinfônico. Nós dois estávamos lá com outras pessoas. —Oh, che stupida che sono25.— Frankie bateu em sua testa com a palma da mão. Um homem tinha que gostar de como as emoções dela se manifestavam em suas expressões, mostradas em seus grandes olhos castanhos, apareciam em seus gestos muito italianos. —Ela jogou com você, e fui eu quem caiu nessa. —Assim parece. — Enquanto seus músculos tensos relaxavam, Bull estendeu as pernas. — Ela queria voltar e eu perdi a cabeça. —Hum, não é da minha conta dizer nada, mas talvez ela sinta sua falta? As pessoas às vezes se reconciliam. —Eu não a aceitaria nem em uma aposta. — Bull rosnou. Frankie piscou, obviamente assustada com o rosnado em sua voz. —Antes de nos casarmos e enquanto éramos casados, ela me disse que se preocupava com lealdade e fidelidade. Que as pessoas que trapaceavam eram a escória. Eu acreditei nela até que ela me deu uma DST. A boca de Frankie caiu aberta. —Ela estava fodendo seus clientes ao mostrar casas. — Ele se sentiu um idiota. Por que diabos ele compartilhou isso com... —Mostrando casas? —Ela é uma corretora de imóveis. —Eu odeio mentirosos. — Frankie fez uma careta, então seu nariz enrugou. —Acho que é uma maneira de garantir uma venda. Um bufo partiu dele, e então ele estava rindo, rugindo, porque... sim. Parecia que o compartilhamento —e o humor— haviam desfeito um nó que existia há muito tempo. —Desculpe, isso foi rude, — disse Frankie para sua xícara.

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Em italiano: Como sou estúpida.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —A verdade pode ser.— Ainda sorrindo, Bull ergueu sua caneca para ela. —Agora você sabe por que reagi mal quando ela apareceu. —Eu diria que você mostrou muita contenção. — Frankie se levantou e foi buscar a cafeteira para encher as xícaras. —Aqui, eu pensei que meus rompimentos foram ruins. Bull notou um lampejo de dor em seus olhos escuros. Ela tinha se machucado... e ele tinha uma ideia rebelde de encontrar os bastardos e ensiná-los o erro de seus modos. —Rompimentos. Mais de um? Quando ela voltou a se sentar, Frankie estudou Bull. Ele era todo homem — seus ombros mais largos do que as costas da grande cadeira. Era fácil ver que ele era o tipo de pessoa que preferia manter a bagagem emocional para si, mas ele compartilhou sobre sua esposa e seu divórcio. Foi um presente, de certa forma. Um que talvez devia ser correspondido. Ela se levantou. —Sou meio italiana — e minha avó sempre cozinhava quando ficava chateada ou infeliz. Posso fazer seu café da manhã? —Se você me deixar ajudar. — Ele se levantou, a fazendo parecer menor. Quando alguns caras se aproximavam dela, ela queria socá-los. Bull, em vez disso, fez com que ela tivesse vontade de se mover... para mais perto. Ela deu um passo para trás. —Claro. Na casa da Nonna, todos contribuíam. — Até os homens. Compartilhar a comida e a limpeza era a única diretriz feminista que sua avó italiana adotava. Na área da cozinha, ela pegou cogumelos, cebolas e pimentões. —Você pode cortar. Ela começou a fritar o bacon. Ele lavou as mãos e depois cortou as cebolas em cubos de uma forma que dizia que ele sabia se virar bem na cozinha. Não admira que Audrey tenha ficado surpresa quando Frankie duvidou que ele pudesse cozinhar qualquer coisa além de shakes de proteína. Uma mulher pode aprender muito sobre um homem observando-o cozinhar. Bull era habilidoso. Preciso. Tudo foi colocado em pilhas organizadas. Quando ela disse a ele o que fazer, ele simplesmente concordou. Ele era um jogador de equipe. Pegando-a observando, ele perguntou: —Por quantos rompimentos você já passou? Ele também era muito bom em multitarefas. —Alguns, eu acho. Dois eram sérios. Um casamento. Ele lhe lançou um olhar penetrante. —Ainda dói? Depois de verificar suas emoções por um momento, ela poderia dizer a ele, —Não tanto quanto durante o período do divórcio. Seu sorriso concordou. —Seu ex traiu? —Na verdade não. — Ela podia sentir seu peito apertar com a dor e a humilhação. Foi assim que Bull se sentiu quando contou a ela sobre sua esposa? —É complicado. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Me conte,— ele disse suavemente e empurrou as cebolas para ela refogar enquanto começava os pimentões. —Minha mãe tem uma empresa de modelo. Meu pai é fotógrafo de moda. A expressão dele não mudou. Ele obviamente nunca ouviu falar de o Bocelli. Isso foi incrivelmente libertador. —A vida de modelo é extremamente competitiva. Eles lutam para conseguir o fotógrafo certo, para serem escolhidos para as grandes sessões de fotos da moda. Entrar em uma agência de ponta é... importante. Bull fez uma pausa para observar seu rosto. Quando voltou a cortar, ele franziu a testa e balançou a cabeça. —Eu esqueci — existem modelos masculinos, não existem? Seu ex jogou com você para entrar no negócio? —Você entendeu. —Que fodido bastardo. — Carrancudo, Bull colocou a mão em seu ombro. —Eu sinto muito. Isso deve ter doído. —Obrigada. — Seus olhos começaram a queimar de lágrimas. Cebolas. Na verdade, eram apenas as cebolas, e não o gesto de compreensão ou simpatia na voz profunda. Mais do que ela teve de sua família. Quando ela se enfureceu com o que ele tinha feito, sua mãe disse que ela não deveria xingar ou falar em italiano, mas não disse uma palavra sobre o engano de Jaxson. Não havia tentado quebrar o contrato e se livrar dele. Precisando se mexer, ela despejou os pimentões na gordura do bacon e riu do chiado. — Minhas irmãs estariam me repreendendo sobre como isso é prejudicial à saúde. Em vez de reclamar de gorduras ruins, Bull deu uma risadinha. —Eu não. Adoro bacon. Ela sorriu de volta e então piscou. Não, Frankie. Má, má, má. Não importa o quão simpático ele fosse. Ou lambível — pare com isso. Primeiro, ela estava aqui por Kit, não por mais nada. Especialmente não um homem lindo que poderia ser uma complicação real. Ela voltou sua atenção para refogar. Muito mais seguro. Cozinhar sempre foi. Bull olhou para ela. —Queria falar com você sobre sua ideia de uma noite temática italiana. Como você pensou nisso? Espere, ela tinha apenas lançado isso para Wylie. —Foi apenas um pensamento, nada para realmente... —Frankie. Essa não foi a minha pergunta. — Ele apoiou o quadril contra o balcão e esperou. Toda essa autoconfiança deveria ser proibida. Então, como explicar. Ela com certeza não iria mencionar que parte de seu trabalho na agência era ter ideias criativas de maneiras dos modelos se apresentarem, transformar seus portfólios, criar marcas exclusivas. Aparentemente, essa parte de seu cérebro não parou, mesmo no Alasca. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Tudo bem, é assim… Em uma cidade, as noites temáticas de restaurantes não são tão comuns, pois há muitos restaurantes de especialidades. Mas aqui, há apenas o seu lugar e o restaurante do McNally's. Ah, e a pizzaria. —Obrigado pela pizzaria, porra. — Bull empurrou o monte de cogumelos e começou a ralar o queijo Pepper Jack. —Verdade. Eu ficaria desolada sem pizza. — Ela sorriu para ele, acrescentou os cogumelos e começou a quebrar os ovos em uma tigela. —Especialidades temáticas. — Bull considerou. —Talvez uma noite por semana? —Isso seria bom. Então, alguém que deseja italiano sabe que deve visitá-lo, digamos, às quintas-feiras. —Hmm. — Ele considerou por um momento. —Eu gosto disso. Seu aceno de aprovação acendeu um brilho dentro dela, muito parecido com quando ela tinha dez anos, serviu sua primeira lasanha e foi aplaudida por todos na mesa. Ela sorriu de volta, arrependida de não poder simplesmente desfrutar de se sentir... valorizada. Fazendo seu lugar no Roadhouse. Mas ela não estava aqui para ficar ou fazer qualquer coisa a não ser tirar Kit e Aric. Quando ela fechou a caixa de ovos, ele riu e colocou a mão sobre a dela. —Mais três ovos, por favor, querida. Eu sou um grande comedor. Sua palma calosa e quente era tão larga que cobria a mão dela completamente. Uma necessidade desconcertante irrompeu dentro dela enquanto seus hormônios borbulhavam para vida. Não, não, não. —Mais três, então. — Ela tentou levantar a mão, mas ele a segurou, então deslizou a manga de sua camisa de flanela para cima. Expondo todos os arranhões e raspões vermelhos de ontem. Com a outra mão, ele colocou o cabelo dela atrás da orelha e estudou seu rosto. —Parece que você foi jogada em um liquidificador na configuração picar.— Ele correu um dedo pela bochecha dela ao lado de um longo arranhão. Um toque tão gentil, mas seu aperto em sua mão era tão inflexível quanto seu olhar. Ela engoliu em seco e considerou mentir, mas simplesmente não conseguiu. Evasão, então. —Eu estava explorando a natureza selvagem do Alasca e acabei saindo da trilha. — Seu sorriso fez o arranhão em seu queixo puxar dolorosamente. —Alguns desses arbustos são mais agressivos do que os usuários do metrô na hora do rush. Um deles tinha espinhos por toda parte — o caule, as folhas, tudo. — Graças a Deus ela tirou com uma pinça, já que muitos daqueles espinhos tinham acabado em seu braço.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Aposto que você encontrou algum devil’s club 26 .— Uma linha se formou entre suas sobrancelhas pretas. —A menos que você seja uma caminhante experiente, não é aconselhável deixar a trilha. Seria um prazer te mostrar os arredores. Ela não conseguia pensar no que dizer. Ele era forte, competente e conhecia bem a região selvagem. Como ela queria simplesmente implorar a ele para ajudá-la a pegar Kit e Aric, mas... isso seria uma tolice. Eles mal se conheciam. Ela pensou em como o Menino de Ferro havia morrido e se encolheu por dentro. Ajudá-la significaria arriscar a vida dele. E sempre havia o risco de que ele fizesse a coisa lógica — como chamar a polícia. Então... Puxá-lo para os problemas dela não seria inteligente. Nem passar tempo com ele. Por mais atraente que fosse — um homem que tinha senso de humor, fora magoado pela ex, era um bom ouvinte e sabia cozinhar. No entanto, apesar de todos os seus argumentos e lógica, ela o queria. Ela podia sentir o calor crescendo entre eles e como sua excitação borbulhava com o mais leve toque de sua pele, com o som profundo da voz dele. Ela balançou a cabeça. —Decidi que vagar por uma floresta onde a folhagem é mais agressiva do que eu sou não é minha praia. — Bem verdade, mesmo que ela iria estar fazendo exatamente isso em um ou dois dias. Um arrepio percorreu seu corpo. As áreas selvagens do Alasca eram fantasticamente lindas... e muito assustadoras. E então havia os PZs... O olhar dele se estreitou lentamente como se ele pudesse ver o tremor profundo em seus ossos. Como se ele soubesse o quanto ela estava assustada. Por que ele tinha que ser tão bom em ler as pessoas? Ela balançou a cabeça. —Agradeço a oferta, mas não. Ambos sabiam que ela estava recusando mais do que sua oferta de fazer uma caminhada. Infelizmente, ela tinha a sensação de que ele ficaria de olho nela. O que seria muito reconfortante — exceto que ela não podia se permitir isso. —Tudo bem. — A expressão dele não mudou, então por que parecia que ele estava desapontado?

CAPÍTULO NOVE

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O Devil's club ou devil's walking stick (Oplopanax horridus, Araliaceae; syn. Echinopanax horridus, Fatsia horrida) é um grande arbusto de sub-bosque nativo das florestas tropicais arbóreas do noroeste do Pacífico, mas também isoladas nas ilhas do Lago Superior. É conhecido por suas folhas grandes de palmas e hastes eretas e lenhosas cobertas por espinhos nocivos e irritantes. Também é conhecido como ginseng do Alasca e nomes semelhantes, embora não seja um ginseng verdadeiro.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Tente parecer insignificante; o inimigo pode estar com pouca munição e não querer desperdiçar uma bala com você. ~ Leis de combate de Murphy Bull liderou o caminho por uma trilha de animais, seguido por um feliz Gryff. Hawk fechava a retaguarda. A trilha ainda úmida era um pouco irregular, mas os levaria ao complexo PZ eventualmente, e ele não estava com pressa. Uma floresta do Alasca em maio era a melhor época. A neve recuou até que apenas os restos permaneceram na sombra. O tempo estava mais seco. As novas folhas de bétula verdes brilhavam contra o abeto negro. A vegetação rasteira de bearberry e groselha ainda era esparsa, tornando mais fácil ver a vida selvagem — como um urso preto magro emergindo da hibernação com seu pelo de inverno fétido e sujo. As árvores estavam barulhentas com os pássaros migratórios e, sobre a copa frondosa, um trio de corvos grasnando mergulhavam atacando uma águia careca para expulsá-la do território deles. Rindo da visão, Bull fez uma pausa e olhou para seu irmão. —O trabalho em equipe vence a guerra novamente, certo? —Yeah. — Hawk observou a batalha com um leve sorriso. Bull decidiu tentar conversar. —Você acha que Gabe está certo? Os números dos PZs estão aumentando? Hawk passou por cima de um tronco caído, escorregadio com casca podre. —Por quê? Houve mais tiroteios aqui? —Não recentemente. Os moradores descobriram que qualquer pessoa perto do complexo pode ser perfurada. Deixa Gabe maluco. — Bull começou a andar novamente. —As vítimas nunca veem o atirador. Eles sempre têm quase certeza de que os tiros vêm do complexo, mas os PZs insistem que os tiros não podem ter vindo de sua área. —Sem uma testemunha, ele não pode prender ninguém. — Hawk parecia enojado. —Yep. — Bull sorriu e advertiu o ex-atirador que era quase tão silencioso quanto Caz, o exassassino, —Me faça um favor e não seja barulhento. Um grunhido irritado respondeu a ele. —O número deles pode estar aumentando. Há mais rostos novos na cidade. A trilha se ramificou e Bull parou para calcular a distância e a direção. —Não o que eu queria ouvir. — Havia apenas um novo rosto que o interessava atualmente. Uma mulher com grandes olhos castanhos, um queixo teimoso e uma boca inteligente. Alguém que trabalhava duro, gostava dos clientes, ria com gosto e não aceitava merda de ninguém. Ele riu, e ao lado dele, Hawk levantou uma sobrancelha. —Ah, eu estava pensando em outro rosto novo.... uma contratação recente no bar... ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —A nova-iorquina que não gosta de você? Certo. Audrey a mencionou durante uma de suas refeições no pátio. —É essa mesma. Ela é uma delícia de assistir em ação. Na outra noite, quando ela se inclinou para colocar uma bebida na mesa, um turista idiota empurrou o rosto contra seus seios. —Você o matou? —Eu não precisei. — Bull demorou um segundo para saltar o bar para fazê-lo. —Ela despejou toda a bandeja de bebidas em seu colo, então docemente disse a ele e seus amigos que o único serviço que eles receberiam daquele momento em diante seria do bartender gigante no próprio bar. E ela apontou para mim. —Bom. — Hawk deu um aceno de aprovação. —Yeah, ela fez bem. — Frankie controlou seu temperamento apenas o suficiente para fazer seu ponto de vista sem que se transformasse em uma briga. E, inferno, agora ele tinha desejo de vê-la quando ela soltasse suas emoções. Não importa a emoção. Na verdade, ele tinha uma emoção em mente. Porque ele era um idiota. Funcionária, lembra? Sem mãos. Depois de dar um tapinha em Gryff, Bull desceu a trilha à direita. Hawk o seguiu. Bull ficou surpreso quando Hawk se ofereceu para vir hoje. Ele parecia determinado a irritar Gabe sempre que possível — e Gabe era o único que pedia revisões periódicas do complexo Patriota Zelote. —É uma pena não fazermos mais caminhadas com todos. Caz. E Gabe. Um olhar para trás mostrou que a expressão de Hawk tinha ficado fria. —Quer me dizer o que aconteceu entre você e Gabe? —Não. —Que diabos? Quer dizer que não haverá confidências fraternas em nossa caminhada? —Idiota. — A boca de Hawk se contraiu. Ele pode ser um cabeça dura retraído com uma porrada de gatilhos para o acionar, mas um de seus traços redentores era sua habilidade de rir de si mesmo. —Bem. — Bull se abaixou sob um galho baixo. —Agora que o inverno acabou, você tem algum plano sobre o que vai fazer? Posso te usar no restaurante ou no bar. Ou com o gerenciamento da fundação de Mako. —Pelo amor de Deus, caia na real. Não uma resposta inesperada. Hawk não odiava as pessoas, mas não era exatamente sociável, principalmente porque odiava falar. —Estou começando a trabalhar como piloto especializado em locais ermos e remotos.— Hawk contornou um pedaço de neve. —Entregas, principalmente. Algumas coisas de táxi, desde que não seja aquela porcaria de turismo onde eu teria que dar um discurso turístico ensaiado idiota. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Parece bom. — O alívio fez a voz de Bull soar rouca. Se Hawk tivesse empregos como aviador, não voltaria a ser um mercenário. Todos eles estavam preocupados. Um pouco depois, Bull diminuiu a velocidade e ergueu a mão em sinal de “fique quieto”. Eles estavam ao alcance da audição do complexo. É hora de ficar em silêncio. A cerca demarcava a propriedade do PZ, para que Bull e Hawk não invadissem. Mas isso nunca impediu os fanáticos de agirem como jaquetas amarelas27 irritadas. Exceto que essas vespas tinham balas em vez de ferrões. *** No final da tarde, Frankie deixou seu carro escondido em segurança atrás de alguns arbustos, se sentou em um tronco e usou uma bússola para marcar sua localização inicial no mapa. Muito bem, não tinha levado muito tempo. Ela estava melhorando. Fazendo outra leitura, ela partiu em direção aonde o complexo Patriota Zelote deveria estar. Com certeza seria mais fácil se houvesse algumas trilhas de caminhada de verdade nesta área — ou serviço de celular para que ela pudesse usar um GPS. Mas nããão, era tudo região selvagem. Entre rápidos olhares de alegrar-o-coração para a linda montanha ao sul e ao leste, ela se concentrou em sua navegação. A vegetação era irritantemente espessa até que ela tropeçou em uma trilha estreita criada por animais. Com um suspiro de alívio, ela verificou a bússola e marcou o mapa, depois a seguiu. Era muito melhor para caminhar, só o que era isso? Eca. No centro do caminho havia uma enorme pilha fumegante de cocô. Nariz enrugado, ela passou por cima. Por favor, que qualquer besta que tenha feito isso fique muito, muito longe. Algo estalou à sua direita e ela saltou. Mas... ok... estava se afastando. Um som farfalhante veio de sua esquerda. Ela estremeceu — e um pássaro saiu de um arbusto. Frankie colocou a mão sobre o coração acelerado. Apenas um pássaro. Oh, eu quero ir para casa. Pelo menos em Nova York, ela sabia o que estava fazendo. Ela tentou calcular toda esta caminhada na região selvagem pesquisando para valer desde que conversou com Kit quase uma semana atrás. Na pequena cafeteria Rescue, ela assistiu a vídeos em seu telefone sobre como navegar em uma floresta, depois comprou uma bússola e um mapa topográfico na loja de esportes. Seu objetivo hoje era chegar ao complexo... sem se perder. E, então, ver o que seria necessário para se esgueirar até a cerca atrás do prédio das crianças.

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Tipo de vespa.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista As manchas lamacentas da trilha mostravam pegadas. Cascos fendidos. Talvez um cervo ou algo assim? Mas isso... isso foi uma pegada de bota. Seu estômago ficou tenso. Esses fanáticos caminhavam fora de sua propriedade? Ela ainda não tinha pensado em como navegar pelos caminhos corretos ao resgatar Kit e Aric. No escuro. Havia muitas trilhas de pequenos animais. Seria muito fácil se perder. Mas, obviamente, se os PZs estivam por aqui a qualquer momento, ela não poderia amarrar fitas brilhantes ou algo nas árvores para marcar seu caminho. Isso seria como agitar uma bandeira dizendo que alguém estava se esgueirando em torno do complexo deles. Deixa pra lá. Os planos de navegação noturna teriam que esperar. Ela descobriria algo. Os bolsos da calça cargo verde-escuro estavam cheios de itens básicos de sobrevivência para caminhadas —obrigado, Google— como fósforos, um cobertor térmico e spray para ursos. O spray provavelmente funcionaria contra os PZs também, certo? Vozes soaram ao longe, e quando a trilha se ramificou, ela deixou para si uma pequena e discreta marcação de gravetos e continuou se movendo. Ela desviou de um grande canteiro da porra do devil’s club coberto de espinhos. Ah, eu conheço você agora, planta demônio. Finalmente, algo cintilou à sua esquerda. Ela empurrou alguns galhos para o lado para ver. Sim, era uma cerca de arame brilhando à luz do sol. O triunfo borbulhava dentro dela, mas irromper em uma canção de vitória podia ser... imprudente. Havia um espaço amplo e aberto entre a cerca e a linha das árvores. Provavelmente para que ninguém pudesse se aproximar da cerca durante o dia sem ser visto. Merda, era uma cerca muito alta e espessa. Uma desanimadora. Não havia como ela —ou Kit— escalar aquela coisa, especialmente com os rolos de arame farpado amarrados no topo. Talvez o cortador de fio funcionasse? Esta era a cerca oeste, a mais próxima de Dall Road, mas os prédios onde as crianças tinham estado brincando ficavam no lado leste. Ela teria que caminhar todo o caminho para decidir sobre o melhor lugar para entrar —ou sair— furtivamente. Ela foi para o sul. A frustração cresceu dentro dela. As trilhas dos animais nem sempre seguiam a linha da cerca. E se ela não observasse com cuidado, ela poderia acabar perdida. Apenas o pensamento secou todo a saliva em sua boca. Dentro do complexo, ela viu campos e longas estufas. Uma torre de madeira elevada sobre palafitas ficava no canto da cerca oeste e sul. Ela a examinou com cautela, tentando ficar fora de vista. Depois de um minuto, ela recuou de volta para a floresta e seguiu a cerca sul em direção ao leste. Este lugar era muito grande.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Felizmente, ela estava de folga esta noite e amanhã. O Aikido a mantinha em boa forma, mas caminhar nesse terreno acidentado exigia músculos diferentes. E aqueles músculos estavam começando a reclamar. Bull provavelmente poderia percorrer essa trilha sem suar a camisa. Frankie má. Não vamos pensar naquele homem. Mas pensar nele era muito fácil de fazer. Sexo com ele seria como o momento digno de grito em que uma montanha-russa desce depois do pico mais alto. Mas um relacionamento? Mais como a subida lenta e barulhenta pelas trilhas da montanharussa até o topo, dando a uma pessoa muito tempo para se perguntar como as coisas poderiam ficar ruins. E, inevitavelmente, o passeio terminaria com os carros parando bruscamente. Ela evitava homens bonitos por boas razões, começando com eles sendo superficiais e egocêntricos — como seu ex. Bull... não parecia ser assim. Ele certamente era inteligente. Encantador. Amigável. Divertido. Carinhoso. No entanto, não importa o quão atraente ele fosse, ela não estava aqui por um homem; ela estava aqui por Kit e Aric. Lá — lá estava outra torre de madeira — o canto sudeste. Sim! Ficando escondida, ela se virou para seguir pelo lado leste. São esses os edifícios para mulheres e crianças? Muitos arbustos estavam no caminho. Contornando um pedaço de neve, ela abriu caminho até onde a vegetação rasteira era mais rala, e ela podia ver através da área nua entre a floresta e a cerca os edifícios do lado de dentro. Ela podia ouvir homens conversando e, ocasionalmente, ver uma criança entre os prédios. As crianças quase não faziam barulho. Espere, esse era Aric? Sem pensar, ela separou os arbustos para que pudesse espiar. Houve um horrível e alto bang. Então outro. Algo bateu à sua frente e a casca se estilhaçou no tronco de uma árvore. Cazzo, alguém estava atirando nela. Outro estalo. Algo puxou sua manga, arranhando seu deltoide. Ela mergulhou de volta na floresta, correndo diretamente para longe de... O chão desapareceu debaixo dela. Ela caiu, para baixo e para baixo, tentando agarrar galhos, terra, e nada a retardou. Ela aterrissou com força, quase em um pequeno leito de riacho e cerrou os dentes para impedir que gritos escapassem. Ouvindo homens gritando, ela se arrastou mais para dentro da vegetação rasteira. Eles viriam atrás dela? Ofegante, ela freneticamente verificou os arredores. Mesmo se os arbustos estivessem voltando ao lugar, ela podia ver o rastro de sua queda. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Tudo doía, especialmente seu braço que queimava como fogo. Eles atiraram nela. Não havia tempo para verificar. Saia daqui, Frankie. Ela ficou de pé e correu rio acima na margem. Suas botas escorregavam e deslizavam na lama e nos pedaços de neve. Olhando para trás, ela viu suas pegadas que apontariam o caminho direto para ela. Não, não, não. Ela tinha lido thrillers sobre fugitivos andando na água para esconder seus rastros. Aqui estava um riacho. Funcionaria? Pode ser. Ela tinha que se livrar de quem estava atrás dela. Isso vinha antes de qualquer coisa. Ela saltou no riacho na altura das panturrilhas. Enquanto a água gelada alagava suas botas e gotejava para dentro, ela respirou fundo e começou uma corrida cambaleante rio abaixo — a direção oposta de onde estava indo. Os minutos se passaram, uma eternidade de minutos, e os sons das pessoas atrás dela ficaram mais altos, diminuíram e então desapareceram. O alívio a invadiu. Ela havia se livrado de seus perseguidores. Ela também perdeu a noção de onde a estrada poderia estar. Cazzo, cazzo, cazzo. Um novo medo subiu por sua espinha. A floresta escureceu ao seu redor. Não poderia ser o pôr do sol já. Não, não era o pôr do sol. Nuvens negras encheram o céu. Ia chover; ela simplesmente sabia disso. Ela tropeçou subindo na margem e a água gelada foi drenada de suas botas. Seus pés estavam dormentes. Sua manga estava molhada —e vermelha— porque seu braço ainda sangrava. Um sulco profundo cortou seu deltoide e ardia como fogo. Parar o sangramento era uma regra básica de primeiros socorros. E ela com certeza não queria atrair ursos nem nada. Mas com o quê? Suas meias estavam molhadas e enlameadas. Ela não estava usando nada que pudesse — ok, talvez ela estivesse. Ninguém estava por perto para ver seus seios, certo? Ela tirou a camisa e o sutiã e colocou o sutiã em volta do braço, então desajeitadamente usou os dentes e a mão livre para dar o nó. Um vento gelado açoitou sua pele nua. Quando ela colocou a camisa de volta, ela estremeceu. Essa bala poderia facilmente ter atingido seu peito. Ou sua cabeça. Continue andando. Mais abaixo na margem do riacho, uma pequena trilha desaparecia na floresta. Uma trilha de hobbits — porque hobbits eram muito menos assustadores do que ursos. Finalmente abriu caminho para uma trilha maior. Hum, isso significava que tinha animais maiores? Talvez eventualmente chegasse a uma estrada. Ela continuou caminhando, suas botas rangendo a cada passo, seus pés frios e formando bolhas dentro das meias molhadas. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Uma sensação estranha percorreu sua espinha e arrepiou os cabelos de sua nuca. Ela parou. Que sensação assustadora, como... como se alguém estivesse olhando para ela. Um rosnado baixo veio do lado, e ela girou. Lobos! Com terror, ela olhou para a vegetação rasteira. —Frankie? — A voz profunda e retumbante era o som mais maravilhoso que ela já tinha ouvido. —Bull! Quando ele saiu da floresta para a trilha, ela correu direto para ele — e ele a puxou para seus braços. Para a segurança. A pequena nova-iorquina estava enrolada em torno dele mais forte do que uma videira glória-da-manhã... e tremendo tanto que seus ossos deveriam estar sacudindo. A seus pés, Gryff ganiu, a cauda chicoteando furiosamente. Jesus, o que aconteceu com Frankie? A mandíbula de Bull se cerrou. Eles tinham ouvido tiros um tempo atrás... —Calma, Frankie. Você está bem. — Mas ela estava? —Hawk, ela está machucada? —Yeah, mano. Manga ensanguentada. Garota inteligente enrolou um sutiã em volta do ferimento. As roupas estão rasgadas. Bull enrijeceu. Hawk disse apressadamente —Rasgadas pelo mato, não uma pessoa. Frankie recuou, agarrou os braços de Bull e o sacudiu. —Quieto. Eles vão ouvir. Eles têm armas. Suas suspeitas se confirmaram, a fúria cresceu dentro dele. Alguém atirou nela. —Querida. — Ele inclinou o queixo dela para que pudesse encontrar seus olhos. Ele manteve a voz baixa e calma, apesar da fervura em seu sangue. —Ninguém está perto de nós agora. Confie em mim. —Você tem certeza? — Ela verificou sua expressão, então a de Hawk. Quando os dois assentiram, ela começou a ceder em seus braços. —Espere um minuto. — Ele moveu o sutiã dela o suficiente para verificar a ferida em seu braço. Um sulco sangrento em seu deltoide. A bala não atingiu a articulação do ombro por meros centímetros. A boca de Hawk se apertou e ele sacou sua pistola. Reagindo à raiva deles, Gryff rosnou, e a pele de sua espinha se ergueu. Gentilmente, Bull colocou o curativo de volta no lugar. Serviria até que Caz pudesse fazer um trabalho melhor. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Envolvendo um braço em volta da cintura de Frankie para mantê-la em pé e em movimento, ele desceu a trilha em direção a sua caminhonete. —Quem atirou em você? — Perguntou Bull. Hawk veio atrás, protegendo a retaguarda. Ela hesitou e disse lentamente: —Não vi quem foi. Só ouvi tiros e corri. Bull se virou e considerou a direção que ela tinha vindo e viu Hawk fazendo o mesmo. Seus olhares se encontraram. As únicas pessoas lá seriam os PZs. Não foi a primeira vez que alguém foi atacado por chegar muito perto da área deles. A mandíbula de Bull se cerrou. Ele mataria os bastardos e arrasaria seus edifícios. Ela não era local; ela não saberia evitar os idiotas. Mas... não era época de caça e não havia nada por perto para atrair uma turista. Ela disse que não planejava fazer mais caminhadas, então por que ela estava aqui? Ele engoliu a pergunta. Esta não era a hora. —Correr foi inteligente. Você não viu o atirador? —Não. — Ela balançou a cabeça. —Eu caí de uma saliência. Foi assim que me machuquei. Mas como eu não tinha certeza de quem estava perambulando pela floresta atirando, não voltei para aquela trilha. —Outra decisão sábia. — Bull estudou seu rosto pálido e arranhado. Um hematoma vívido marcava uma bochecha. Ele podia sentir os tremores sacudindo-a em intervalos. —Eu estava, talvez, um pouco perdida, então estou feliz que nos encontramos. —Só um pouco, hein? A boca dela se curvou, e ela ergueu a mão, polegar e indicador a uma polegada de distância. —Quase não vale a pena mencionar, na verdade. Uma personalidade resiliente. Um senso de humor. Mesmo quando apavorada, ela lidou com sua ferida e ser perseguida. Ele conhecia soldados que teriam corrido, sangrando até morrer. Incapaz de resistir, ele se curvou e beijou seus lábios lindamente cheios e a sentiu se encostar nele. Sentiu a resposta dela. —Estou feliz por termos encontrado você, então. Vamos cuidar do seu braço. *** Com o corpo peludo de Gryff descansando em seus pés descalços, Frankie se sentou, quente e seca, em uma cadeira da cozinha na casa de Bull enquanto Doc Caz trabalhava em seu braço. Cerrando os dentes contra a dor, ela olhou para fora pelas enormes janelas da frente. A chuva dançava sobre as águas do lago, transformando o turquesa em cinza.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Tinha começado a garoa um tempo atrás, logo depois que Bull e Hawk a encontraram na floresta. Embora ela tenha ficado encharcada, a caminhada para o sul —por uma trilha diferente— tinha sido mais fácil. Apesar de estar exausta, ela fez anotações mentais dos pontos de referência distintivos — um enorme abeto caído, um riacho. Da próxima vez —e haveria uma próxima vez— ela usaria essa trilha para chegar ao complexo PZ. O caminho terminava em duas cabanas de propriedade de Knox e Chevy, os faz-tudo da cidade. A picape vermelha de Bull estava lá — e ele jogou as chaves do carro dela para seu amigo bastante ameaçador, Hawk, que disse que ele recuperaria o carro dela. Bull a teria levado ao posto de saúde, mas o médico já havia partido para cá. Parecia que Bull, Cazador e Hawk eram irmãos, e cada um tinha uma casa neste lugar —o Hermitage— onde cinco cabanas de dois andares formavam um semicírculo ao redor de um pátio comum à beira do lago. Agora, recém banhada, com o cabelo molhado e caindo pelas costas, ela se sentou na cozinha com sua calcinha boxer e uma camiseta de Bull que era mais comprida do que um vestido. Ela estava sem sutiã, também, já que seu sutiã estava encharcado de sangue — seu sangue, que realmente deveria ser mantido em segurança dentro de seu corpo, não estragando sua roupa. Não vamos repetir essa experiência. —Tudo feito. — Caz terminou o curativo do ferimento à bala e se recostou. —Tem certeza de que não quer algo mais forte para a dor? —Não. O ibuprofeno está bem. — Ela torceu o nariz. —Os analgésicos bagunçam minha mente — e fico mais ansiosa do que sem eles. A dor não é tão ruim, e prefiro ficar com a cabeça lúcida. — Especialmente agora. Para mudar de assunto, ela estudou a bandagem branca em torno de seu braço. —Eu nunca tive um médico fazendo uma visita domiciliar antes. Você faz isso com frequência? —Não frequentemente, mas eu não gostaria que o bull malvado batesse em mim. Ele dá um soco muito forte. — Seus olhos castanhos calorosos dançaram de tanto rir. Ao lado de Frankie, supervisionando, Bull deu um tapinha no ombro dela. —O Doc já me informou que sua conta para a visita domiciliar será de três potes de geleia de cranberry. Frankie franziu a testa. —Mas eu tenho dinheiro. Você não deveria ter que pagar a ele. —Não é um problema. — Uma covinha apareceu com o sorriso de Bull. —Fiz potes extras no outono passado para usar como suborno. Caz fez uma careta. —Não há generosidade em sua alma. —Não para vocês idiotas. — Bull balançou a cabeça e disse a ela: —Meus irmãos são piores do que gafanhotos. Se tivessem uma chance, eles comeriam minha casa e o entorno.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —É verdade. — Caz assentiu solenemente. —Quando bull era pequeno, roubávamos a comida dele. Deixando-o faminto. É por isso que ele é tão pequeno agora. Frankie começou a rir enquanto olhava para cima... e para cima... e para cima para Bull. Ele estava sorrindo. Ela amava a maneira como os dois brincavam um com o outro. No entanto, ela nunca tinha visto irmãos que se pareciam menos. —Você deveria ter um pouco da geleia dele, chica. — Caz disse a ela. —E se você ainda estiver aqui em setembro, vamos te chamar para colher cranberries para o lote do próximo ano. O celular de Caz fez um som mudo e ele verificou a mensagem. —Ah, eu devo voltar para a clínica. Os pés de um caminhante ficaram próximos e íntimos com uma panela de água fervente. —Oh, ai. —Estou feliz que você esteja aqui, onde Bull pode ficar de olho em você. — Ele deu a ela um sorriso rápido e ofuscante. —Obrigada novamente, Doc. —De nada. — Caz pegou sua bolsa e saiu pela porta de vidro deslizante, passando por um homem alto e musculoso com um distintivo no peito. Um policial. Quando o homem entrou na área da cozinha, Bull colocou a mão em seu ombro. —Frankie, este é outro dos meus irmãos. Chefe MacNair. Francesca Bocelli. Outro irmão? Sorrindo, ela apertou a mão do chefe. —Nós nos conhecemos no bar na minha primeira noite lá. —Sim, nos conhecemos. — Ele puxou uma cadeira e se sentou de frente para ela. Bloco de notas na mão, ele inclinou a cabeça. —Se você não se importar, Sra. Bocelli, gostaria de ouvir o que aconteceu. Ela deu a ele a mesma informação que dera a Bull e Hawk. Caminhando. Não viu quem atirou nela. A última coisa que ela queria era chamar a atenção para o complexo PZ. Não até que Kit e Aric estivessem fora — e então ela cairia sobre eles como um trem de metrô desgovernado. Porque o bastardi atirou nela, e ela nem estava em suas terras. —Apenas vagando por aí, hein? — Os olhos azuis do chefe se aguçaram. —Não tinha ideia de onde você estava? —Isso é cer... Bull colocou a mão em seu ombro, sua expressão ilegível. —Hawk rastreou sua trilha. Ele disse que você deu meia volta na cerca PZ. Por quê? Ela desviou o olhar, ouvindo novamente o som de tiros, sentiu a linha de fogo que uma bala esculpiu em seu braço. Não, não pense nisso agora. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Frankie? — Bull perguntou. Ela era tudo sobre honestidade, mas... como quando cozinhava, um pouco de tempero tornava qualquer coisa mais fácil de engolir. —Isto é um pouco embaraçoso. — Ela torceu o nariz. —Gosto de saber o que motiva as pessoas. Eu até gosto de ouvir fofoca— totalmente a verdade —e há muita conversa sobre os fanáticos malucos de vocês. Afinal, Bull a vira conversando com as mulheres PZ no supermercado. —Já que eu queria aprender a fazer trilha... Bull franziu a testa, sem dúvida lembrando que ela disse que não iria para a floresta. Oops. Ela acrescentou apressadamente, —Cansei de ser vista como a garota da cidade e assisti a alguns vídeos no YouTube sobre caminhadas. De qualquer forma, dei meu passeio na direção do tão secreto complexo dos Patriotas Zelotes. Só para ver o que havia lá. O queixo do chefe de polícia endureceu —assim como o de Bull— e agora ela tinha dois homens franzido o cenho para ela. Não importa o quão desconfortável, ela preferia que eles acreditassem que ela era uma idiota ao invés de pensar que ela estava pesquisando a terra PZ por um motivo real. —Você poderia dizer se o tiroteio veio de dentro da cerca? — perguntou o chefe. —Não sei dizer. Não foi por trás de mim, mas... —Ela deu de ombros e fez uma careta quando o movimento puxou seu braço ferido. O policial olhou para Bull. —Hawk não tinha certeza. — disse Bull. —As pegadas dela naquele ponto estavam enterradas sob um monte de outras pegadas. Daqueles que a perseguiram. A expressão do chefe ficou azeda. —Vou falar com o reverendo Parrish... e vou receber a usual evasiva. Que eles não sabem de nada. Que eles ouviram tiros e saíram para ver se alguém precisava de ajuda. Oh, claro que sim... pela bondade de seus pequenos corações. Ela apenas verificou o policial para ver se ele tinha mais perguntas. —Eu gostaria de poder dizer que prenderia o atirador, mas é improvável. Outros caminhantes e caçadores foram alvejados quando estavam nas proximidades. Os Zelotes têm experiência em garantir que ninguém veja exatamente quem atirou. Tenho certeza absoluta de que são eles, mas não posso provar. — O chefe MacNair parecia querer destruir o complexo com as próprias mãos. Huh. Este policial certamente não gostava dos Patriotas Zelotes. Ele não podia ser aquele sobre quem Kit havia escrito em sua carta. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Com os olhos fervendo de fúria, Bull tinha a mesma expressão frustrada do policial. O chefe se levantou. —Obrigado, Sra. Bocelli. Vou deixar você descansar um pouco. — Sua voz assumiu um tom de comando. —Agora que você viu o complexo, por favor, fique longe dele. Não ia acontecer. Ela assumiu o forte sotaque sulista de uma amiga. —Mas, chefe, é uma cerca tão bonita, e as pessoas são tão hospitaleiras, abençoado seus corações. — Ela colocou a mão no peito e afundou na cadeira. —Embora, eu devo dizer, levar um tiro reduziu bastante meu senso de aventura. A risada profunda de Bull enviou um arrepio de prazer por sua espinha. O chefe MacNair sorriu abertamente para ela, depois saiu por onde havia entrado — pelo deque para o pátio. Frankie se virou para Bull. —Não me diga, ele tem uma casa aqui também? —Receio que sim. —Quantos irmãos você tem? — Se lembrando de como eles simplesmente entraram, ela olhou para a porta do deque. Sua paranoia da cidade estava ultrajada. —Você não tranca nada? —Só nós quatro. — Ele sorriu e puxou uma mecha de seu cabelo enquanto respondia a sua segunda pergunta. —Qualquer coisa que esteja voltada para o lado externo é protegida. Portas para o pátio, nem tanto. Normalmente, apenas à noite. Ela notou como a alta cerca de arame conectava as casas e continuava descendo até o lago dos dois lados, fechando totalmente o semicírculo, deixando-o aberto apenas para a água. —Por que a cerca ao redor do complexo PZ parece uma prisão, mas a de vocês passa uma sensação de segurança? Bull colocou a mão sob seu braço intacto e a colocou de pé. —Porque nossa cerca é para impedir a entrada de alces, ursos e intrusos, mas não para manter ninguém dentro. Se alguém quiser ir embora, pode. A cerca dos Patriota Zelotes era realmente uma prisão, mantendo Kit dentro. Frankie franziu a testa. Hoje com certeza foi um grande revés. Como o bastardi ousou atirar nela. Mas ela localizou o complexo e sabia mais do que ela estava enfrentando agora. Como os guardas daquelas torres de vigia. Sua incursão não foi um fracasso completo. Para a surpresa de Frankie, Bull não a conduziu em direção à garagem e a picape dele, mas a levou entre as duas ilhas da cozinha até a sala de estar. Ele tinha uma casa interessante. A metade dos fundos da grande casa de dois andares tinha um corredor para a garagem. Uma escada conduzia ao segundo andar. Toda a frente da casa, aberta até as vigas do teto, tinha janelas de frente para o lago. Ela podia até ver sua cabana do outro lado da água.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista No interior, as cores quentes de marrom e creme da sala ecoavam no canto forrado de pedra do rio que continha um fogão a lenha preto. Em vez de um sofá e cadeiras tradicionais, um sofá seccional em forma de U, de couro e camurça, curvado em torno de uma televisão gigante. Convidativo demais. —Hum. Eu deveria ir para casa. —Não, você deveria se sentar e relaxar um pouco. — Ele sorriu, mas seu braço em volta da cintura dela era inflexível enquanto a colocava onde ela pudesse ver pelas enormes janelas. No deque, as jardineiras continham amores-perfeitos alegres que iluminavam o dia cinzento. —Bull, eu realmente aprecio toda a sua ajuda, mas... —Caz queria que você ficasse aqui por um tempo para ter certeza de que está recuperada. E eu quero você aqui. — Bull se sentou ao lado dela e pegou sua mão. —Caz e eu estivemos em combate. Mesmo se você lidar bem no momento, o choque de levar um tiro vai te alcançar. Seus olhos negros prenderam os dela. —Se você tiver problemas, quero você aqui comigo. —Ouça, estou perfeitamente... —A yorkie está tagarelando com você? — A voz áspera como uma lixa a fez pular. Hawk entrou vindo do deque. —Ela é tagarela, sim. — Bull sorriu. Hawk tinha olhos azuis acinzentados reservados em um rosto cheio de cicatrizes. Cabelo loiro espesso estava preso em um elástico. Sua barba era curta. Tatuagens full sleeve e mais cicatrizes decoravam seus braços. Este irmão de pele clara certamente não se parecia com Bull ou Caz. Nem Gabe. —É bom conhecê-lo oficialmente, Hawk. Ele deu a ela um rápido olhar avaliador, assentiu em aprovação para o curativo em seu braço, então entregou as chaves do carro. —Está na entrada de Bull. —Obrigado. Eu realmente aprecio isso. — Ela percebeu um meio sorriso em seu rosto antes que ele olhasse para Bull e sacudisse a cabeça em direção ao deque. Bull se levantou e o seguiu para uma conversa lá fora. Quando ele voltou, Frankie perguntou: —Como Hawk me chamou quando ele entrou? Bull deu um sorriso. —Ah, ele é um pouco esparso nas palavras. Ele encurtou nova iorquina para yorkie28.— Tirando as chaves da mão dela, Bull as jogou em uma cesta na mesa de centro que continha a carteira e as chaves dele. —Yorkie? Como os cachorros fofinhos que latem o tempo todo? — Cachorros Yappy29. Os olhos dela se estreitaram enquanto ela olhava para a porta.

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Nova Iorquina em inglês é New Yorker. Não tem tradução para português, é usado para descrever um cãozinho de latido estridente.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Mmmhmm, cachorros macios e fofinhos com grandes olhos escuros. Conhecido por ser ousado e corajoso, apesar de seu tamanho. — Os dedos dele dançaram sobre seu cabelo, afofandoo. Ela olhou para cima para objetar, e ele tomou sua boca, beijando-a tão suavemente, tão cuidadosamente, tão... completamente, que ela derreteu no sofá. Ooooh, que beijo, ainda melhor do que o que ela conseguiu na trilha. Ao mesmo tempo que ela levantava a mão, com a intenção de puxá-lo para mais perto, ele se endireitou com um suspiro relutante. —Desculpe, querida. Eu não queria tirar vantagem. —Você não fez isso. — Ela deu a ele um sorriso irônico. —Eu acho que você sabe isso.— Porque ela o queria tanto ou mais do que ele a desejava — e ele era muito astuto para interpretar mal os sinais. Mesmo agora, a sensação do braço dele contra o dela estava fazendo sua pele arrepiar. Ele havia tomado um banho e cada respiração trazia a ela o cheiro fresco e limpo do sabonete dele. Ela sempre foi atraída por ele, mas essa coisa de quase morrer? De alguma forma, tudo o que ela queria agora era que ele a tomasse. Duro. Martelasse e a deixasse saber que ela sobreviveu. A necessidade era quase primordial. Biologia era uma merda, não era? —Ainda assim.— Ele balançou sua cabeça. —Saia um pouco. Leia um livro; tire um cochilo. Você está segura aqui — e pode relaxar. —Mas eu não posso simplesmente me intrometer na sua noite e... —Certamente você pode. — Ele sorriu facilmente. —Tudo que eu estaria fazendo hoje à noite seria a papelada de qualquer maneira. Estarei na mesa da sala de jantar. —Oh. — Apesar do sorriso, sua expressão era inflexível. Ela podia muito bem desistir. —Bem. Obrigada. —Muito boa resposta. — Ele puxou um cobertor Sherpa-fleece dourado da parte de trás do sofá. A sensação das mãos dele envolvendo-o ao redor dela, sendo tão gentis, enviou outro arrepio de desejo sobre a pele dela. Não, não o agarre, Frankie. De uma estante contra a parede, ele trouxe uma mistura de livros. —Não tenho uma grande seleção de gêneros. Deixando de lado seus pensamentos travessos, ela olhou para os títulos. Livros infantis, thrillers e... —Terror? —Os livros infantis são para quando eu recebo minha sobrinha. O resto é meu. Também tenho livros de jardinagem ou de receitas, se preferir. —Por mais que eu goste de livros de jardinagem, minhas únicas plantas estão na varanda do meu apartamento. — A dor apunhalou seu coração. Como ela sentia falta dos verões fazendo ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista jardinagem com a Nonna, onde colhiam produtos e cozinhavam juntas. Suas irmãs nunca quiseram passar um tempo na fazenda; tinha sido apenas Frankie e Nonna — e o resto do clã italiano. Os olhos de Bull suavizaram. —Frankie... —Mas eu amo thrillers e terror, e você tem um dos meus preferidos. — Ela pegou The Watchers por Koontz, se mexeu para uma posição confortável no canto, e sorriu para ele. — Obrigada. Pelo seu resgate — e seu cuidado. —O prazer foi meu. — Ele passou a mão pelo cabelo dela em uma carícia tão suave quanto o cobertor ao redor dela. Quando ela se inclinou ao seu toque, os olhos dele se aqueceram, mas então ele recuou com um suspiro quase inaudível. — Gryff, quer fazer companhia a ela? Com o convite, o cachorro deu um pulo e se enrolou como uma bola com a cabeça nos pés dela. —Você é apenas um grande dengo, não é? — ela murmurou, acariciando seu pelo macio. E seu dono também. Bull desapareceu por um minuto e voltou para deixar um copo de viagem de chá no console do sofá, depois se afastou novamente. Ele se sentou à mesa da sala de jantar e abriu um laptop. Inclinando a cabeça para trás nas almofadas, ela respirou lentamente, sentindo o zumbido baixo de desejo em suas veias. Ela não deveria deixá-lo beijá-la, tocá-la e, de alguma forma, depois de quase ser morta, ela não queria mais ser prudente. Ela queria comemorar por estar viva... com o único homem que confundia suas emoções e despertava sua luxúria de uma forma que ninguém tinha feito, talvez, nunca. Não. Comporte-se, Frankie. Ela não deveria começar nada. Não aqui. Não agora. Resmungando baixinho, ela acariciou Gryff, deixou o desejo fervente desaparecer e ouviu os sons ao seu redor. Tão quieto, ela podia ouvir o clique leve do teclado do laptop dele. Através da porta aberta do deque veio o suave bater das ondas contra a margem do lago e pássaros cantando uns para os outros. Sem tráfego, sem sirenes, sem vizinhos falando, gritando ou tocando música alta. Lentamente, seus músculos relaxaram enquanto ela tomava um gole de chá. Depois de um minuto, ela abriu o livro e começou a ler sobre um cachorro.

CAPÍTULO DEZ As palavras são mais escorregadias que graxa, garoto. Não dê ouvidos; observe. O que o cara faz? São as ações que mostram quem ele realmente é. ~ Primeiro Sargento Michael “Mako” Tyne

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Terminado o trabalho, Bull fez um sinal para Gryff sair do sofá e se acomodou no lugar dele ao lado de Frankie. Uma visão tão bonita. Ela adormeceu não muito depois de começar a ler. Gradualmente, a tensão desapareceu de seu rosto. Malditos PZs. Ao mesmo tempo, podia ser que os idiotas não tivessem percebido que estavam atirando em uma mulher — ou mesmo em uma pessoa. Guardas entediados eram conhecidos por atirar em qualquer coisa que se movesse na floresta ao redor. A frustração fervilhava dentro dele porque simplesmente destruir o lugar não era possível — não com mulheres e crianças inocentes ali. Podiam até haver novos recrutas que não perceberam no que haviam entrado. Talvez. Ele duvidava que uma pessoa permaneceria ignorando o propósito deles por muito tempo. Como se tivesse ouvido seus pensamentos violentos, ela enrijeceu em seu sono, suas mãos se contraindo, sua respiração acelerada. Uma ruga entre suas sobrancelhas e seus gemidos indicavam que ela não estava tendo um bom sonho. Deus sabia, ele tinha o tipo ruim com muita frequência. —Frankie, — ele murmurou. Ele colocou a mão na perna dela sobre o cobertor, deixando o calor penetrar. Lentamente, ele deslizou a palma da mão sobre sua coxa, para cima e para baixo. — Estou aqui. Você está segura. Sua respiração parou por um segundo, antes dela acordar. Seu olhar se concentrou nele — Bull— e o desejo surgiu nos olhos dela. Desejo tentador e sedutor. Foda-se. —Yeah. Você está em minha casa — e segura. Você teve um pesadelo. —Sim, mas não foi tudo um sonho. — Sua voz se elevou com divertida indignação. —Eu levei um tiro. —Sim, você levou. — Ele continuou acariciando lentamente. Desejando —como não deveria— que o cobertor não cobrisse sua perna nua. —Dia infernal , hein? —Aí está um eufemismo. — Ela se virou para as janelas da frente que davam para o lago e seus olhos se arregalaram. —Está escuro. —É depois das 11:00. — A noite caiu enquanto ela dormia. Apreciando o pôr do sol no lago, depois o brilho da lua nas montanhas nevadas, ele não acendeu as luzes internas. Apenas os vários aparelhos eletrônicos da cozinha forneciam alguma luz para a casa. Quando Frankie lutou para se sentar, Bull puxou-a para uma posição sentada. E apreciou o balanço de seus seios fartos sob sua camiseta. A boca dela se curvou... porque ela notou a direção de seu olhar. Ele encolheu os ombros. —Eu diria que sinto muito, mas não seria verdade. Você tem seios lindos. A risada dela foi baixa e rouca. —Ok, sim. Eu tenho. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Yeah, ele realmente gostava dela. —Obrigada por insistir que eu ficasse. — Ela respirou fundo que o fez verificar aqueles seios novamente. —Sabendo que eu poderia ter morrido... Estar aqui, em algum lugar seguro, me ajudou a superar isso. —Esse era o plano. — Isso o ajudou também, saber que nada a machucaria aqui. Não com ele por perto. Ele precisava dessa garantia tanto quanto ela. Ela se inclinou para frente, passando a mão pelo ombro dele, atrás da cabeça, e deu a ele um olhar direto e aquecido. —Obrigada. Pelo resgate. Por lidar com tudo e me dar um espaço tranquilo para me recuperar. Seus lábios pressionaram contra os dele, quentes e suaves, abrindo-se para ele. Quando ele colocou o braço em volta dela e a puxou para perto, o corpo dela ficou mole, permitindo que ele tivesse todo o controle. Ela tinha gosto de chá de maçã com canela quando ele aprofundou o beijo, explorando e provocando, antes de recuar. Na penumbra, ele podia ver que seus olhos estavam cheios de desejo, e maldição, mas ele queria mais. Balançando a cabeça, ele se afastou. —O quê? — Sua carranca era deliciosa, sobrancelhas escuras juntas, boca torcida em um beicinho adorável. —Sexo de gratidão... não vamos lá. — Se e quando eles ficassem, ele queria emoções honestas. Seus olhos se arregalaram, então ela sorriu para ele. —Aquele beijo foi o seu agradecimento. Nada mais. —Um beijo é bom. Melhor do que receber um cartão pelo correio. — Cartões foram enviados a ele uma ou duas vezes após o resgate de reféns. A língua dela correu pelo lábio superior. —Hum, mais beijos seria bom. —Eu só salvei você uma vez. —Superando isso...— Sua pele escureceu com um rubor. —Talvez, como dois adultos anuentes, pudéssemos possivelmente desfrutar de algum sexo simples com... hum, nenhuma expectativa de nada depois. Com a ressalva de que nada se intromete no trabalho. —Sexo simples. — Nada sobre esta mulher era simples. Ele estudou o olhar sensual em seus olhos escuros e admitiu que a atração entre eles existia desde que se conheceram. Ele esfregou os lábios levemente sobre os dela e murmurou: —Eu gostaria de um pouco de desfrute. Os lábios dela se curvaram num sorriso. Enquadrando o rosto dela com as mãos, ele a beijou. Invadindo. Exigindo. Ela tinha uma boca deliciosa. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Mais. Se levantando, ele estalou os dedos para Gryff e deixou o cachorro sair para o gramado compartilhado. —Vá aproveitar a noite, amigo. — Fechando a porta, ele trancou a porta e olhou em direção ao sofá. Com as luzes apagadas, nada seria visível de fora. Quando Bull se juntou a ela, Frankie riu. —Não quer corromper seu bebê? —Ele é um pequeno cachorrinho inocente, todos os quarenta e cinco quilos dele. —Eu percebi que faltava algum... equipamento. — disse Frankie. —Talvez eu deva ter certeza de que você não sofreu o mesmo destino. —Nós tivemos pessoas atirando na floresta, — disse ele em um tom judicial. —Seria melhor se realizássemos uma inspeção para verificar se há peças ausentes ou danificadas. — Ele tirou a blusa dela, se sentou ao lado dela com uma mão nas costas dela e a outra em seu seio. Ele a beijou. Sobrecarga sensorial. Os lábios dela eram cheios e macios. Seu seio era cheio e macio. Ambos igualmente atraentes. Jesus. —Mmm. Esta parte parece funcional. Deixe-me verificar o outro. — Ele envolveu seu outro seio, apreciando o peso em sua palma enquanto beijava seu pescoço, tomando cuidado para não acertar os pontos arranhados. —Yeah, este parece estar bem. Quando ele passou o polegar ao redor de seu mamilo aveludado, ela respirou fundo. Muito sensível. Yeah, sua boca precisava estar lá. Deslizando para fora do sofá de joelhos, ele a deitou nas almofadas, a mão em seu cabelo. Abaixando a cabeça, ele lambeu ao redor de um mamilo macio, soprou uma lufada de ar e lambeu o pico inebriante. Ohhhh. Quando Bull a estendeu no sofá, ela se sentiu como uma virgem a ser sacrificada em um altar. E como em resposta, seus seios nus latejaram e formigaram. Ele fechou a boca sobre um mamilo dolorido, e o florescer da luxúria a fez arquear as costas. Ele mudou para o outro seio, esfregando seu cavanhaque ligeiramente áspero contra a parte inferior sensível antes de puxar o mamilo em sua boca. A boca dele era habilidosa demais. Seu corpo estava derretendo em uma piscina carnal. Se isso fosse o que acontecia durante os rituais pagãos, ela se oferecia para ser um tributo. Mesmo que ela não fosse virgem. Ela correu as mãos pela cabeça dele, apreciando a sensação do couro cabeludo raspado. Não com restolho, mas uma pele muito macia, como couro amanteigado aquecido pelo sol. Deslocando-se para cima, ele a beijou novamente, enquanto brincava com seus mamilos com os dedos. —Posso informar que o equipamento acima do solo parece estar em boas condições — ele murmurou. Quando ele rolou um mamilo entre o polegar e o indicador, a mente dela nublou de prazer. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Bem. — Ela piscou, então agarrou as costas da camiseta dele. —Fique quieto. Não devo ser negligente no trabalho. Ele abaixou a cabeça, deixando-a puxar a blusa sobre a cabeça dele e a tirar. Oh, santo cielo. Meu Deus, ela podia não sobreviver a isso. Seu corpo era a perfeição masculina, desde o pescoço forte e cheio de tendões, a lisa vastidão bronze de seu peito largo, até seu duro abdômen tanquinho. Um ombro tinha uma tatuagem com uma águia empoleirada em uma âncora, segurando um rifle e um tridente. O outro ombro tinha um esqueleto de sapo. O marido de uma amiga que tinha estado nos SEALs também tinha uma daquelas tatuagens misteriosas. Uma longa cicatriz percorria a parte superior do tórax, uma circular branca na parte inferior do abdômen. Ele era um guerreiro. Incapaz de evitar tocar, ela espalmou a mão contra os músculos peitorais de aço, começou a se sentar — e estremeceu quando suas costas puxaram. Suas sobrancelhas escuras se juntaram. —Você está sentido dor. —Não, na verdade não. —Frankie. — Sua voz era um estrondo baixo de advertência. —Tudo bem, minhas costas estão um pouco doloridas. As ruas de Nova York não são uma boa preparação para caminhadas e queda dos penhascos do Alasca. Mesmo sua risada baixa era sexy? —Eu ouso dizer que não. Role, querida, de barriga. Ignorando seu gemido de reclamação, ele a moveu. As almofadas eram felpudas contra seus seios nus e abdômen, deixando-a muito ciente de que tudo que ela usava era sua pequena calcinha boxer. —Fique aí mesmo. — Ele se levantou. Quando ele voltou, a almofada afundou quando ele se sentou ao lado de seu quadril. Um segundo depois, suas mãos calejadas acariciaram cada lado de sua coluna. Um perfume doce como fruta tropical flutuou no ar, e um segundo depois, o calor se espalhou por sua pele. —Isso é maravilhoso. —Mmm, a coisa tem um agente de aquecimento. — Ele pressionou suavemente, a princípio, aliviando seus músculos, então suas mãos poderosas apertaram os nós, apertando até o ponto de dor, então liberando. Ela gemeu quando cada ponto dolorido relaxou. Lentamente, ele desceu pelas costas dela, evitando os hematomas. —Você é ótimo nisto. — ela murmurou. Sua risada foi um som estrondoso profundo. —Quando eu era um jovem impulsionado pelo sexo, Caz disse que dar uma massagem era uma maneira maravilhosa de tirar a roupa de uma mulher e agradá-la também, e ele me deu aulas para que eu não quebrasse ninguém.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela bufou porque ele facilmente podia. No entanto, sua força e gentileza combinadas eram incrivelmente excitantes. Sua generosidade também. Apesar de já estar a caminho de fazer sexo, ele colocou seus próprios desejos em espera para fazê-la se sentir melhor. Seria mais fácil se ele fosse feio. —Perdão? —Oh, che palle, eu disse isso em voz alta? —Receio que sim. — Ele estava rindo enquanto suas mãos deslizavam sobre sua pele. —Você normalmente faz sexo com homens feios? Não havia como responder a isso. Quando ela ficou em silêncio, ele a rolou de costas e massageou a frente de seus ombros. Seu escuro olhar encontrou o dela enquanto esperava sua resposta. —Bull, eu não...— Ela suspirou. —Eu realmente não confio em homens bonitos. Ele piscou, então seus olhos se aguçaram. —Por causa do seu ex que é modelo e sem dúvida bonito? —Ele é um. Houve mais. — Só o pensamento deles a deixou tensa. —Um me traiu. Outro roubou dinheiro. Outro homem —além do meu ex— queria que minha influência para progredir nos negócios. Eu sei que você não é eles, mas é difícil lutar contra a sensação de que os homens bonitos só pensam neles mesmos e em mais ninguém. Ela virou a cabeça. Quando as memórias das traições voltaram à superfície, doeram ainda mais. Suas emoções já estavam desgastadas pelo dia. Eu não deveria estar aqui. Emoções feias não justificavam seu comportamento. Bull a tinha resgatado, e agora, ela basicamente disse que ele não era confiável e era superficial. Quão rude e ingrata ela poderia ser? —Me desculpe, eu não queria...— Ela tentou se sentar. Suas mãos apertaram seus ombros, segurando-a no lugar... e ele voltou a esfregar suavemente seus ombros. —Frankie, — disse ele suavemente. —Sinto muito — ela repetiu, olhando para as costas do sofá. Como ela poderia se desculpar graciosamente de falar mais que a boca? Ele riu e segurou seu rosto, virando sua cabeça em direção a ele com tanta facilidade. Todos aqueles músculos. Tão incrivelmente lindo. —Querida, olhe para mim. — ele disse com firmeza. Ela não teve escolha. Uma linha se aprofundou entre suas sobrancelhas, mas ele não demonstrou raiva. Seus olhos escuros a estudaram. —Se você cresceu no negócio, é daí que vem o seu pool de namoro, aposto. Aqueles homens lindos e superficiais eram todos modelos ou aspirantes a modelos? Seu ex, sim. O resto, principalmente sim. —Eu namorei estudantes na faculdade. Foi assim que descobri que quanto menos... gostosos... os homens, mais legais eram. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ah, entendi. — Ele sorriu para ela. —Posso apontar uma pequena falha em sua hipótese sobre o caráter de homens bonitos. Não era justo que o homem fosse tão inteligente quanto atraente. —Tudo bem. —Sua amostra veio de um subconjunto de homens bonitos. Você namorou modelos masculinos, pessoas cujas carreiras dependem da aparência. Por causa disso, uma alta porcentagem de modelos —provavelmente homens e mulheres— potencialmente possuem um certo tipo de personalidade egocêntrica. Espere um minuto agora. —Você quer dizer... O que você está dizendo é que modelos masculinos são possivelmente superficiais e não confiáveis, mas isso pode não se aplicar a homens lindos que não são modelos? —Pode ser que sim; pode ser que não. Pessoas são... pessoas. — Ele correu a ponta dos dedos levemente sobre sua bochecha. —Aprendi desde muito cedo a não julgar uma pessoa pela aparência. E realmente, Frankie, as mulheres ficam irritadas quando os caras as julgam pela aparência delas. Suas palavras calmas pareceram um golpe por causa da precisão. Ela fez exatamente o que achava tão terrível dos homens. Ou mesmo mulheres. Se alguém dissesse, eu não saio com homens feios, Frankie a teria chamado de mesquinha. Estúpida, até. Ela era a estúpida. —Eu odeio quando alguém —além de mim— está certo. Você sabe disso, não é? Ele tinha uma risada tão boa. Ela resmungou baixinho e levou um momento para considerar sua história de namoro, vendo os relacionamentos, os homens, através de uma nova lente. —Outra coisa. — ele murmurou. Ele deslizou suavemente o polegar sobre seus lábios, fazendo-a perceber que estava esfregando a bochecha contra sua palma larga e dura. —Seu passado está dizendo a sua cabeça para não confiar em mim. Mas você já confia, não é? Maldito seja. Ela confiava. Como isso aconteceu? Talvez porque ele a salvou da floresta, cuidou dela e era maravilhoso com seu cachorro, sua sobrinha e as pessoas do trabalho. Ela passou a conhecê-lo melhor do que ela percebeu. Ele não optava pelas escolhas fáceis e elegantes, não dependia de seu charme, mas... fazia o trabalho. Ele era sincero... e cuidadoso com as pessoas. —Talvez, — disse ela, a contragosto. —Sim, tudo bem. Eu confio em você. Ele a recompensou por sua honestidade com um beijo. Que beijo ótimo. Lábios firmes e sedutores tornando-se tão famintos e exigentes que seus sentidos giraram. Ela enrolou o braço ileso em torno de seu ombro e sentiu os músculos das costas flexionar enquanto ele se apoiava em uma mão e cobria seu seio com a outra. A palma da mão dele ainda estava lisa com o óleo de massagem... e enquanto ele brincava com seu mamilo, sua pele começou a formigar e aquecer. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —O quê? — Ela se mexeu. —O que há nessas coisas? —Apenas algo para se divertir. — Ele esfregou o nariz contra o dela e a beijou novamente. —É bom para os músculos doloridos — e, também, para outras áreas. Como partes femininas. Ele correu os dedos em torno de seu outro mamilo, puxando-o até uma ponta. Quando ele se curvou e soprou os picos salientes, a sensação de calor e o ar frio fizeram os dedos dos pés dela se curvarem. Ele segurou um seio em cada mão, então apertou, apertando a pele, então quando ele circulou um mamilo com sua língua e sugou, o prazer a atingiu. —Bull… Nunca abrandando, ele se moveu de um lado para o outro entre seus seios, sugando, provocando, puxando. Madonna, ela pode morrer de prazer. Gemendo, ela correu os dedos pelas costas dele, pelos músculos ondulantes sob a pele lisa aveludada, descendo pelo sulco profundo de sua coluna, até suas nádegas firmes. Mmm. Torcendo ligeiramente, ela deslizou a mão entre eles e sob o cós da calça jeans. Ele estava tão duro, tão grosso que não havia espaço ali. —Isso deve ser muito desconfortável. Ele começou a rir. —Mulher, você não tem ideia. — Ele se sentou e enfiou os dedos sob o cós da calcinha dela e fez uma pausa para lhe dar uma chance de objetar. Objetar? Dificilmente. Todo seu corpo queria aquelas mãos habilidosas em sua boceta. Ela ergueu os quadris. O sorriso dele brilhou, e então a calcinha dela foi tirada e jogada na mesa de centro. Ele se recostou, estudando seu corpo com uma apreciação aberta que enviou um rubor sobre sua pele. —Você parece deliciosa nessa posição. — Ele correu um dedo de seu seio, desceu por seu estômago e... desceu por sua coxa direita. Ela olhou feio. Stronzo. O que aconteceu com um homem indo direto para o alvo? Para variar, era o que ela realmente queria e... ele iria jogar? Ela agarrou seu pulso de ossos grandes —seus dedos não podiam nem fechar em torno dele— e moveu sua mão para sua boceta. —Aí. Oh, Frankie má. Alguns homens se sentiram ameaçados por... —Aí, hmm? — A boca dele se curvou. A inabalável autoconfiança dele era ainda mais sexy do que seu corpo. Ele agarrou seu tornozelo, levantou a perna direita sobre a cabeça dele e a colocou em seu colo, então ele se sentou de lado entre suas coxas. Alcançando a garrafa na mesa de café, ele colocou mais loção na palma da mão. —Eu esqueci. Estamos no meio de uma massagem. O queixo dela caiu. Ela queria sexo, não uma massagem. Sorrindo levemente, ele correu aquelas mãos grandes para cima e para baixo em suas coxas, através de seu estômago, para baixo de novo — errando totalmente sua boceta. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela gemeu, e seus quadris se ergueram em demanda. —Sério? — Um canto de sua boca se curvou. Seus dedos ainda estavam escorregadios enquanto ele se movia de sua barriga para baixo sobre seu monte — e ela não estava feliz por ter raspado os pelos naquela manhã? Ele deslizou os dedos para cima e para baixo nas dobras externas, e a pele começou a formigar, lembrando-a da estranha loção que ele estava usando. Lentamente, ele a abriu, a expôs e deslizou aqueles dedos grossos revestidos de loção sobre seu clitóris latejante. —Aaaah! — Seus quadris corcovearam e com uma mão sobre a pélvis, ele a segurou. Suas pernas foram mantidas abertas com seu corpo enorme entre elas, e ele circulou um dedo ao redor de seu clitóris. Quando a loção aqueceu os tecidos inchados, e sua protuberância sensível começou a formigar, ela começou a se contorcer. A sensação era... intensa. —Olhe para mim, querida. Seu olhar foi capturado por seus olhos negros, mantidos da mesma maneira que ele segurava seus quadris. Seus dedos não paravam de se mover. Embora sua mão fosse tão poderosa, seu toque era leve. Provocadoramente mais firme, então apenas um roçar enquanto ele atraía todo o sangue, todo o foco dela para aquele ponto. Espere, não, fazer amor deve ter a mesma proporção de dar e receber. Ela correu as mãos pelos braços dele, sobre o peito e para baixo. Ele se afastou ainda mais. —Próxima vez. Eu quero você tanto que vou esperar. — Ele sorriu. —É coisa de homem. Sem esperar por sua resposta, ele se abaixou e seus lábios se fecharam ao redor dela. Entre a loção formigante e sua boca, todo o clitóris dela pareceu explodir em chamas gloriosas. Ela gritou, sabia que estava fazendo barulho e não conseguia parar. Rindo, ele correu a mandíbula sobre o vinco entre sua coxa e boceta, o cavanhaque um áspero arranhão na pele macia, então voltou a atormentá-la. As lambidas de sua língua alternavam com a sucção dura. —Mais. Mais, agora. — Ela passou de excitada para a necessidade urgente de gozar e agarrar seu cabelo para puxá-lo para mais perto. Para fazê-lo fazer o que... Seus dedos encontraram apenas pele quente. Sem rédeas. Em seu rosnado frustrado, a cabeça dele levantou. Seu olhar varreu sobre ela e se encheu de diversão. Se ele não a tocasse, ela morreria. E ele se divertia? —Você, seu bastardo. —Não de acordo com minha mãe, querida. — Observando seu rosto, ele lentamente deslizou um dedo dentro dela, enviando-a à beira do orgasmo. Ela engasgou com a sensação avassaladora. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Oh, yeah — ele murmurou, então abaixou sua cabeça e a tomou em sua boca, chupando e lambendo enquanto seu dedo deslizava para dentro e para fora. —Oooooh. — A explosão de prazer foi tão intensa que tirou todo o ar de seus pulmões. Ela ofegou por ar e gritou enquanto convulsionava em um clímax ofuscante. Seu dedo empurrou mais fundo, fazendo-a gozar, de novo e de novo e de novo, até que ela foi reduzida a geleia trêmula. Conforme ela respirou fundo, ele sorriu para ela. —Jesus, adoro a maneira como você soa quando goza. Como você parece. — Ele beijou seu monte levemente e moveu sua perna ao redor dele para que pudesse se levantar e tirar a calça jeans. Mmmm. Seu pau era totalmente proporcional ao seu tamanho — grosso, longo e muito ereto. Suas bolas penduradas entre as pernas, potentemente cheias. Sua carteira estava na cesta da mesinha de centro, ele tirou um preservativo e se embainhou. Se abaixando, ele se ajoelhou entre suas coxas, ela ergueu a mão e enrolou os dedos ao redor de seu pau. Cazzo, ele era grande. Ele fez um som baixo e retumbante de prazer quando ela aumentou seu aperto e deu uma bombeada experimental. Seu olhar avaliou sua expressão. —Você está bem em continuar, Sra. Bocelli? Podemos parar agora, se quiser. Ela bufou e respondeu puxando seu pau em sua direção. Sua risada ecoou pela sala. —Tudo bem então. — Colocando uma mão ao lado de seu ombro para apoiar seu peso, ele usou a outra mão para colocar seu pau em sua entrada e deslizar a cabeça. —Eu adoro como você está molhada para mim. Sua voz profunda, seu cuidado com o conforto dela adicionaram camadas de excitação. A excitação dela aumentou sob seu toque, sua voz. Lentamente, ele abriu caminho, esticando-a inexoravelmente, enchendo-a até que toda a sua metade inferior latejasse de excitação. —Você se sente incrível, garota da cidade. — Bull manteve um firme aperto sobre seu controle, apreciando os pequenos sons que ela fazia — a pequena inalação enquanto ele empurrava mais fundo, o gemido quase inaudível quando ele se retirava. Yeah, seria muito fácil gozar antes que ele estivesse pronto — e ele pretendia ir devagar e saborear este momento. Droga, ele gostava dela — sua coragem, claro, mas também seu senso de humor, sua habilidade de rir de si mesma, sua bondade para com Gryff. Como ela conversou com Hawk sem agir com medo. A maneira como ela se perdeu em seu orgasmo com um grito. Porra, ele quase gozou como um adolescente com tesão. Ele pressionou, lento e firme, indo até as bolas, até que ela era um punho quente e apertado ao redor dele. E ele a sentiu apertar os músculos pélvicos para tornar isso ainda melhor para ele,

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista porque esse era o tipo de mulher que ela era — tão generosa em dar quanto era entusiasmada em receber. Apoiado em um braço, ele envolveu um seio exuberante com a mão livre, acariciando-o, amassando-o, sorrindo enquanto os músculos dela se apertavam ao redor de seu pau. Seios sensíveis eram seus favoritos. —A maneira como você se sente ao meu redor é fodidamente maravilhosa. Os cantos de sua boca se ergueram e ele pôde ver o prazer em seus grandes olhos castanhos. Lentamente, ele começou a entrar e sair, apreciando a sensação escorregadia de sua vagina ao redor dele. Seu mamilo se projetou em um pico em sua mão. Ele se moveu mais rápido, com mais força, mantendo um olhar cuidadoso sobre ela. Ele era grande —sim, não havia como negar— e valia a pena dedicar um pouco mais de tempo para garantir que uma mulher estivesse pronta. Mas os quadris dela estavam subindo, encontrando-o com cada impulso. O som de sexo, molhado e batendo, encheu a sala. O rosto dela estava vermelho, as pálpebras semicerradas, enquanto ela passava as mãos em seu peito. Perto, mas não exatamente lá, e ele daria seu próximo fôlego para vê-la gozar novamente. Porra, ele nunca tinha visto nada mais sexy, e ele com certeza queria estar dentro dela desta vez. Vamos tirar um pouco do controle dela. Liberando seu seio, ele ergueu a perna esquerda dela, colocando-a em seu ombro e segurando-a lá — eliminando sua capacidade de se mover ou levantar os quadris. Forçando-a a tomar o que ele tinha para dar. Enquanto ele se impulsionava mais forte, ele a observou engolir, viu sua cor se aprofundar, seus mamilos enrijecerem. Os olhos dela se fecharam conforme os músculos de seu torso ficaram tensos. Uma estocada, outra e então seu pescoço arqueou quando ela gozou. Sua vagina apertou seu pau, liberou, apertou quando ela gozava em ondas e —ohh, ohh, ohh, porra, ohhhhh,— encheram a sala com sua voz linda. A fantástica palpitação em torno de seu pau o empurrou direto para o orgasmo. Com um rugido baixo, ele bateu nela, profundamente, mais fundo, enquanto o calor envolvia suas bolas, então seu pau, e ele gozou com jatos fortes de prazer. Jesus, porra. Ele puxou um pouco de ar e, em seguida, baixou suavemente a perna dela para envolver sua cintura. Ela fez o mesmo com a outra perna e o puxou para mais perto, segurando-o dentro dela com a mesma generosidade com que fazia amor. Apoiando-se em um cotovelo, ele afastou o cabelo de seu rosto úmido e passou o dedo pela boca inchada. —Querida. Isso foi incrível.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sob seu toque, seus lábios se curvaram. —Hmm. Foi... muito bom. Talvez devêssemos fazer de novo, para que eu possa ter certeza. Ele começou a rir e a abraçou. —Definitivamente teremos que fazer de novo e ver. *** Já passava muito do amanhecer. Frankie estava enroscada ao lado de Bull em sua cama, cochilando e acordando após a última sessão de sexo. Quando eles subiram para seu quarto, ele não tinha fechado as portas largas que davam para a sala de estar abaixo e tinha uma vista dos dois andares de janelas voltadas para o lago. Quando o sol nascente transformou a neve nas montanhas distantes em dourado e rosa, ele a acordou, lembrando-a de que ela havia pedido uma repetição. As mãos dele já estavam ocupadas, e ela estava muito excitada para protestar. A lenta, doce e sensual segunda vez tinha sido ainda melhor que a primeira, deixando-a com a sensação de que seu corpo havia derretido em xarope. Sonolenta, ela patinou a palma da mão sobre o cetim quente de seu peito, sentindo a rigidez dos músculos abaixo. Seu braço apertou ao redor dela em um aperto afetuoso. No canto, Gryff estava deitado em uma grande e confortável cama de cachorro, o rabo macio sobre o nariz. —Bom dia, querida — Bull murmurou. —É, não é? E você tem uma vista tão bonita e tranquila. Eu não posso acreditar que a margem do lago não está cheia de casas. —Isso é porque nós possuímos a maior parte dele. Queríamos terrenos suficientes para que o sargento não se sentisse cercado de uma multidão. —O sargento? —Ah, ele era basicamente nosso pai adotivo — e um recluso e paranoico ao último grau. — Bull sorriu ligeiramente. —Ele nos criou em uma cabana isolada, mas quando todos nós partimos, nós o convencemos a se mudar para cá, onde ele estaria mais perto de seu amigo Dante. Se descobriu que Dante havia comprado muitas propriedades à beira do lago quando a terra era barata e ele estava ansioso para nos vender deste lado. Meus irmãos e eu contribuímos para comprar e construir aqui, para que pudéssemos estar perto do sargento quando o tempo permitisse. —Você o perdeu. Depois de um longo momento, Bull suspirou. —Yeah. Somos veteranos de combate e sabemos como a vida pode ser curta, mas nunca esperamos que ele morresse. Ele sempre pareceu indestrutível.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Luto. Por que o som disso em sua voz profunda puxou as cordas de seu coração? —Sinto muito, querido. Ele sorriu, então seus olhos pareceram escurecer. —Falando em morrer, você quer me contar mais sobre sua viagem até os PZs ontem? —Não, acho que minha curiosidade sobre eles foi satisfeita. — E isso era tudo que ela ia dizer sobre isso. Ela não podia mentir para ele e não queria. Além disso, ela era apenas alguém com quem ele teve uma boa sessão de sexo. Sem complicações, lembra? Ela dificilmente poderia dizer a ele a verdade e pedir ajuda. Não havia como prever como ele reagiria. Ele poderia muito bem ignorar as objeções de Kit e chamar o FBI e a polícia. Ela poderia lidar com isso. Seu desejo de ter alguém segurando sua mão enquanto cortava uma cerca podia fazer com que Kit e Aric fossem mortos. Bull não fez o comentário óbvio — que a curiosidade quase matou o gato. Quando ela verificou seu rosto, seu olhar estava muito mais pensativo do que ela gostaria. Nenhuma surpresa, realmente. Sob aquela fachada bem-humorada e sociável estava um homem assustadoramente inteligente. Com a ponta do dedo, ele traçou um arranhão tão levemente que quase não doeu, como se para lembrá-la do perigo que ela corria. —Eu acho que há mais nisso do que curiosidade... mas você não me conhece tão bem, não é? Um assunto muito melhor para prosseguir. —Não exatamente. Pelo que eu sei, você poderia ser um assassino em série que está deixando cadáveres por todas as encostas das montanhas. — Ela deu a ele um meio sorriso. —Talvez eu estivesse lá fora procurando por todos aqueles cadáveres. A covinha dele apareceu por um segundo, mas então ele passou os dedos pelos cabelos dela, movendo os fios pesados para cair em suas costas. —Quando você estiver pronta para compartilhar o resto, estarei aqui. Pronto para ouvir. Ela queria compartilhar. Contar tudo a ele. E não podia. Com a queimadura de lágrimas em seus olhos, ela rapidamente deslizou para fora da cama. —É manhã. Eu deveria me mexer. Meu turno começa cedo hoje. —Frankie. — Ele ergueu aquelas sobrancelhas pretas, seu olhar firme. —Você vai ficar dolorida demais para carregar bandejas. Você terá as próximas duas noites de folga do trabalho. Fique. Mas se ela não fosse embora agora, eles provavelmente fariam... coisas sexy... naquela cama. E esse era o problema. Cazzo, ela sabia que isso iria acontecer — que ela começaria a se sentir emocionalmente vulnerável e a se apegar. Só por causa de alguns orgasmos. E a maneira como ele se sentia dentro dela. Aquela voz profunda a chamando de querida. Sua mão em seu rosto. Aqueles olhos negros e... ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Não, não, não. Sexo casual. Nada mais. Ela precisava se concentrar em tirar Kit daquele lugar. Ele era uma distração que ela não podia pagar. —Tenho muitas outras coisas que precisam ser feitas. — Ela vestiu a roupa, ainda surpresa por ele não só ter lavado tudo para ela ontem, mas também ter conseguido tirar todo o sangue. Ele se levantou da cama, intimidante em tamanho, mas muito tentador. Porque ela conhecia a sensação dos dedos dele em sua pele, o gosto de sua boca, sua pele, seu... —Deixe-me fazer seu café da manhã. — Ele ajustou a manga da camisa dela, colocando-a sobre a bandagem em seu braço. —Não, não, obrigada. Eu preciso ir para casa. — Ela queria acalmar seus sentimentos, superar a tristeza de que isso era tudo que poderia haver. Ela forçou um sorriso. —Isto foi uma coisa única, lembra? Sem complicações ou envolvimentos. Sem expectativas para nada depois. — Ela se abaixou para acariciar Gryff, confortando-se com o pelo macio e o rabo abanando. Os cães eram tão sem rodeios. Quando ela se endireitou, Bull vestiu uma calça jeans e ficou olhando para ela. Ela não tinha notado antes, mas quando ele não sorria, parecia perigoso — como o soldado que tinha sido. Ela respirou fundo. —Obrigada pelo resgate e por uma noite maravilhosa longe da realidade. Quando ele acenou com a cabeça, ela sabia que ele entendeu o que ela quis dizer — que eles estavam de volta ao mundo real. Ela tinha Kit e Aric para resgatar. Depois disso, bem, sua casa era em Nova York, assim como seu trabalho e suas responsabilidades. Esta noite... tinha sido apenas um sonho.

CAPÍTULO ONZE O sucesso não é definitivo, o fracasso não é fatal: é a coragem de continuar que conta. ~ Winston Churchill Na manhã seguinte, Frankie desceu a Main Street, precisando mais de café do que da próxima respiração. Ela ficou sem café para a pequena cafeteira na cabana. Não que fosse uma mescla particularmente boa. Ela franziu o cenho para o céu azul, os alegres snapdragons nos barris-jardineiras e as vitrines de madeira brilhantes. Como tudo ousa ser tão feliz.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Apesar de uma dose de ibuprofeno, seus músculos ainda doíam um pouco por causa da caminhada não familiar e seu braço latejava. No entanto, ela estava mais do que pronta para voltar ao trabalho no bar, mas nããão. O chefe disse que não até amanhã. Eu preciso de café. E pessoas. E fazer algo além de falhar. Talvez ela apenas se deitasse na calçada e tivesse um acesso de raiva. —Bom dia, Frankie. — disse a agente do correio, conduzindo os netos para o armazém. —Bom dia. — Bem, merda. Acho que não seria apropriado dar aos pequeninos de Irene o exemplo de uma birra aos gritos. Além de... seios grandes, braço dolorido. Doía muito. Com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta de lã, Frankie continuou pela calçada. Nada estava dando certo. Como o fracasso de sua visita ao complexo PZ. O chefe provavelmente estava grato que os PZs não estavam localizados em uma via pública. Imagine se os visitantes do Alasca decidissem que o lugar era uma atração turística. Uma emoção por minuto. Visite o famoso complexo Patriota Zelote. Veja se você é rápido o suficiente para desviar de balas em alta velocidade. O terror atingirá nosso passeio pelo penhasco quando você cair da trilha. Cuidado: somente adultos. Possibilidade de morte. Não recomendado para os fracos de coração. Apesar de chegar ao complexo, ela não tinha descoberto em qual prédio as crianças estavam. Então, novamente, ela ganhou informações essenciais. Como se ela quisesse cortar a cerca, seria melhor isso ser feito fora da vista das torres de guarda e à noite, porque havia um grande espaço entre a cerca e a linha das árvores. Ela sabia —muito bem— que os guardas tinham armas e as usariam. Ela encontrou a trilha certa para usar — aquela que começava em duas cabanas próximas. Quais eram seus nomes? Chevy e Knox. Bull os chamava de faz-tudo da cidade. Se ela pudesse encontrá-los, eles lhe dariam permissão para estacionar lá? Então... ela teria que andar por aquela trilha à noite. O pensamento enviou um arrepio por sua espinha. Ela acabaria perdida para sempre ou se matando na escuridão. Mas usar uma lanterna seria como pintar um alvo em si mesma. Onde estavam seus superpoderes de ver no escuro? Espere... Uma de suas amigas tinha ido numa caminhada de morcego no Central Park, e os organizadores deram a ela óculos de visão noturna para usar. Ela disse que era incrível o quanto ela podia ver. Sim, sim, sim. Na cafeteria —seu lugar favorito para usar a internet— Frankie fez sua pesquisa. Muita pesquisa. Finalmente, ela decidiu que um monocular de visão noturna funcionaria melhor junto com o equipamento de colocar na cabeça para que ela pudesse usá-lo com as mãos livres. Amanhã, ela

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista visitaria lojas de esportes e caça em Soldotna para obter o equipamento. Ela só queria ter mais tempo para aprender a usar as coisas. Com um suspiro, ela se recostou na cabine e fez a ligação que temia. —Anja, recebi sua mensagem de voz. —Francesca, finalmente. Estou tão farta do meu agente que estou pensando em despedi-lo. Em vez de consertar as coisas, ele parece pensar que preciso me desculpar com um fotógrafo, e ele realmente me encomendou um despertador e disse para começar a usá-lo. Você pode imaginar? Você precisa voltar aqui e lidar com ele. Fechando os olhos, Frankie procurou uma resposta diplomática. Porque parecia que —sem a presença de Frankie— o agente finalmente estava fazendo o trabalho que deveria. Pior, Frankie tinha estado permitindo o comportamento pouco profissional de Anja. Isso não era uma surpresa. Era uma das razões pelas quais sua família insistia que ela ficasse. Embora ela preferisse pensar em seu trabalho em parte como uma consultoria de crise, sua família a usava mais como um solucionador da máfia. Quando o discurso da irmã desacelerou, Frankie conseguiu interromper, —Lamento que você esteja passando por um momento difícil, Anja, mas você terá que lidar com isso. Aprenda a usar o despertador e chegue na hora certa. Isso provocou uma nova onda de gritos e Frankie baixou o volume. Por que, ah, por que ela se sentia culpada por não estar ali para ajudar Anja a sair da confusão que seu comportamento miserável havia causado? Bem, se Frankie tirasse Kit e Aric do complexo neste sábado, era possível que ela estivesse de volta a Nova York na próxima semana. Ela poderia fazer tudo voltar ao normal. Ela abriu a boca para dizer isso, então balançou a cabeça. Fazer promessas que poderiam falhar não seria sábio. Em vez disso, ela fez ruídos suaves e finalmente conseguiu encerrar a ligação. No entanto, a reclamação de Anja a lembrou de checar com sua amiga que estava indo ao seu apartamento uma vez por semana para regar as plantas. As amigas eram realmente os melhores presentes do mundo. Feito isso, ela tentou beber mais café, mas não tinha mais nada. Che cavolo! Ela mal teve a chance de apreciar isso. Do lado de fora, ela se dirigiu para o carro e notou alguns homens no quarteirão seguinte pintando o lado de fora da farmácia. Pintando... como os faz-tudo podem fazer. Ela caminhou naquela direção. Os homens provavelmente estavam na casa dos trinta. O de cabelos castanhos era baixo e incrivelmente musculoso. O outro era alto e magro, com uma espessa barba ruiva e bigode estilo morsa. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela pegou um olhar interessado do cara ruivo e sorriu. —Oi. Eu amo essa cor de azul esverdeado. —Yeah, é bonito, não é? — Ele inclinou a cabeça. —Você é a nova garçonete do lugar do Bull, certo? Uma cidade tão pequena. —Está certo. Hum, por acaso vocês são Knox e Chevy? Ele se iluminou. —Bom palpite. Eu sou Knox. —Chevy, aqui. — O homem mais baixo largou o pincel. —Você estava precisando de algum trabalho? —Oh. Não. Na verdade, tenho um favor a pedir. — Isto parecia tão estranho. —Eu sei que Bull estaciona a caminhonete dele na sua casa para que ele possa usar a trilha lá. Posso fazer o mesmo de vez em quando? Eu vi alguns pássaros —e morcegos— que queria fotografar. Foi a melhor desculpa que ela conseguiu inventar em um curto espaço de tempo. —Hã. — Knox pareceu desapontado por ela não ter ido flertar ou algo assim. Então ele encolheu os ombros. —Morcegos, hein. Isso é diferente, mas com certeza não é um problema. Você viu onde bull para? —Mmmhmm. Vi. —Use esse lugar, — disse Chevy, sua voz um som profundo como da rã-touro. —Está fora do caminho. Cuidado com crianças e cães. —Eu vou. Obrigada. — Se virando, ela voltou para o carro. —Ei, Nova York! Reconhecendo o tenor, Frankie girou em um círculo. Nada de Felix. —Aqui em cima. Frankie avistou seu colega garçom parado em uma janela do andar de cima da loja de ferragens. —Bom dia. — Ela franziu o cenho. Felix parecia positivamente desgrenhado, o cabelo em pé, uma sombra de barba. —Noite difícil? Sua risada foi mais mal-humorada do que divertida. —Dois dias difíceis. Na segunda-feira, um amigo e eu voamos até a geleira Godwin para ajudar a montar o acampamento de trenós puxados por cães. Torci meu tornozelo no gelo. —Oh, isso é péssimo. —Yeah, muito bonito. — Ele fez uma careta enquanto se afastava da janela. Ele estava sofrendo. E... ele não tinha mencionado que amava trabalhar no Roadhouse porque odiava cozinhar. Nem mesmo o incomodou que seu aluguel tivesse apenas um micro-ondas e um mini geladeira. Uma mini geladeira. Hoje era quarta. Ele ainda tinha comida em casa? Um minuto depois, na cafeteria, o homem atrás do balcão sorriu. —De volta? A sua cafeína já sumiu? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela riu. —Sempre posso usufruir de mais. Você conhece Felix? — Quando o homem assentiu, ela acrescentou: —O que ele costuma pedir — bebida e bolo? —Um latte e qualquer que seja o scone do dia. —Perfeito. — Frankie olhou para a vitrine do balcão. —Então um latte grande, meia dúzia de scones e um sticky bun de nozes. E, como eu realmente mereço, que tal um grande cappuccino com uma dose de avelã, por favor. Você pode fazer tudo isso para levar, por favor? —O prazer é todo meu. Já está chegando. Quando ela voltou para a loja de ferragens carregando todas aquelas guloseimas, ela estava feliz por Bull ter lhe dado a noite de folga. O ferimento à bala fazia seu braço doer — e isso não soou durona? Na lateral do prédio, ela subiu as escadas para o patamar do segundo andar e bateu na porta à esquerda. —Felix? É Frankie. —Está aberta. Equilibrando a caixa de comida, ela entrou no velho apartamento de um quarto, com teto alto, paredes brancas e tapete marrom felpudo. Provavelmente estava pré-mobilado, pois ela duvidava que Felix tivesse escolhido o azul suave dos móveis estofados e pinturas de paisagens. Ela olhou para ele e sorriu para sua calça de corrida roxa e camiseta verde pálida. No sofá, ele se sentou. —Garota, o que houve? —Eu trouxe um pouco de café da manhã. E café. Obstáculos não podem ser vencidos adequadamente sem café. Seu rosto ficou vermelho, um brilho de lágrimas apareceu em seus olhos, então ele sorriu. —Você é um anjo do céu. —Não, minha criança, de Nova York, que é um local completamente diferente. — Aliviada por ele ter escolhido rir, ela abriu a caixa e entregou seu latte. No canto da cozinha —que precisava de limpeza— ela pegou pratos e guardanapos e arrumou os doces. —Os scones são para você. — Depois de jogar sua jaqueta em uma cadeira, ela o encarou com um olhar severo. —Não toque no meu sticky bun, garoto. Ele deu uma risadinha. —Isso exige uma resposta suja, mas não estou no meu melhor. Não, ele realmente não estava. Franzindo a testa, ela tomou um gole de sua bebida, mordiscou seu doce e estudou os arredores. O resto do apartamento não estava realmente sujo, apenas bagunçado. Primeiras coisas primeiro. Ela pegou um travesseiro de uma das cadeiras. —Se encoste no apoio de braço e coloque o pé no sofá. Quando ele o fez, ela enfiou o travesseiro sob o que estava todo amarrado. —Você viu o médico? —Doc Caz? Claro. — Felix sorriu. —Ele é tão gostoso. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Eu teria que concordar com você nisso — embora Bull fosse muito mais sexy —mas estou surpresa que ele não tenha arranjado alguém para ajudá-lo. Felix enrubesceu. —Eu disse que tinha tudo sob controle e... ele começou a perguntar como, mas alguém trouxe um cara que errara a árvore com uma serra elétrica. Sangue por toda parte. —Eca. Felix apontou para ela. —Viu? Exatamente como me senti. Eu dei o fora daquele lugar. —Sem obter a ajuda de que precisava. Felix mau. — Frankie preparou um saco de gelo com o minúsculo estoque de gelo da mini geladeira. Depois de colocá-lo em seu tornozelo, ela foi para a cozinha. —Vou arrumar um pouco aqui. — A maior parte da bagunça consistia em recipientes de comida que ele colocou no micro-ondas e copos e xícaras sujos. —Amiga, você não precisa fazer isso. —Eu sei. E você não tinha que me ajudar a aprender as funções do Roadhouse. — Ela sorriu para ele por cima do ombro. —Retorno de gratidão é um inferno, não é? Ele riu e relaxou, parecendo menos perdido. Aqui no Alasca, ela aprendeu como é ficar sozinha sem ninguém para chamar. Nenhum de seus colegas de trabalho deveria se sentir assim. Não se ela tivesse algo a dizer sobre isso. Quando ela terminou na cozinha, houve uma batida na porta. Felix balançou a cabeça. —Essa escada não teve tanta ação desde 1900. — Ele ergueu a voz. —Está aberta. Frankie franziu a testa. —Não é seguro deixar sua porta destrancada. Audrey, a bibliotecária loira curvilínea, entrou com sacolas de supermercado cheias. —Felix, você deve trancar a porta. Ele caiu na gargalhada. —Estou cercado por garotas da cidade. Audrey sorriu pela sala. —Oi, Frankie. Uma pequena mulher mais velha com cabelos brancos na altura do queixo entrou. —Meu garoto, o que você fez a si mesmo? — O elegante sotaque britânico fez Frankie piscar. —Lillian, minha querida, você acredita que eu me enredei com uma geleira e perdi? — Felix gesticulou para seu tornozelo. —Alguém te contou? Audrey assentiu. —Caz perguntou a Bull se ele precisava escrever um atestado médico para você, mas Bull disse que você já estava programado para estar de folga a maior parte dos dias úteis desta semana. Ele estava muito infeliz por você não ter ligado para dizer a ele que estava acamado. Apenas a menção do nome de Bull fez o coração de Frankie disparar. Audrey continuou, —Ele foi chamado para Anchorage para alguma coisa financeira, ou estaria aqui repreendendo você. —Uh, oops? — Felix balançou a cabeça. —Ele teria. Ele é um chefe tão bom.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ele era. Frankie suspirou. Quase era mais fácil quando ela acreditava que o rosto bonito e a simpatia eram apenas camuflagem para uma pessoa desagradável por baixo. Em vez disso, ele era exatamente o que mostrava ao mundo — extrovertido, inteligente e preocupado com os outros. Incluindo seus funcionários. Felix deveria ter ligado para Bull. Carrancuda, ela pegou o telefone brilhante na mesa de café, empurrou o dedo de Felix contra o leitor para desbloquear o dispositivo e adicionou seu número de telefone à lista de contatos dele. —Da próxima vez, me ligue. —Eu...— Ele piscou quando Audrey pegou o telefone de Frankie, acrescentou seu próprio número e o entregou a Lillian, que digitou o dela. Felix mordeu o lábio. —Obrigado. —Trouxemos alguns alimentos fáceis de aquecer e gêneros de primeira necessidade. — Audrey pegou os sacos e foi para a cozinha. Enquanto Lillian se sentava no sofá para verificar e enrolar novamente o tornozelo de Felix, Frankie terminou de arrumar o apartamento. —Ainda inchado. — Lillian balançou a cabeça. Frankie se aproximou. Também estava roxo. —Ai. Ele encolheu os ombros. —Está muito melhor hoje. Eu poderei fazer meu turno regular amanhã à noite. —Mantenha o tornozelo enfaixado por mais alguns dias — aconselhou Frankie. Seus anos no Aikido a levaram a muitas torções e distensões. —Vai torcer de novo, caso contrário. —Eu vou. Tornozelo estúpido. — Fazendo beicinho, ele tomou um gole de café. Quando Lillian puxou uma nova faixa ACE, ela franziu a testa para sua bebida. —A cafeteria é mais longe do que você deveria andar hoje. —Eu não fui lá. — Felix sorriu. —Frankie teve pena de mim e me trouxe o café da manhã. —Sério? — A mulher se virou para Frankie. —Eu sinto muito. Nós simplesmente invadimos aqui sem apresentações. Sou Lillian Gainsborough. É um prazer te conhecer. —Ela também é conhecida como prefeita Lillian pelos cidadãos do Rescue. — disse Audrey. Felix sorriu. —Ela também é, ah... amiga do seu senhorio, se é assim que chamamos isso atualmente. Lillian olhou por cima do nariz para ele. —Uma palavra tão sem brilho, mas suponho que será suficiente. Felix simplesmente riu. Frankie ficou olhando. O velho okie dono do mercadinho tinha uma inglesa sofisticada como namorada? —Eu sou Frankie Bocelli, também conhecida como uma das garçonetes do Roadhouse. —Ah, é onde eu vi você. — disse Lillian.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Audrey riu e disse a Frankie: —Um cara agarrou sua bunda quando você estava limpando uma mesa, e você bateu com a toalha na mão dele com força suficiente para que nós ouvíssemos o grito dele do outro lado do bar. —Muito bem feito. — Lillian acenou com a aprovação. —Você foi perfeitamente digna quando perguntou a ele se havia algo errado. Audrey estava rindo. —Sério, o que ele poderia dizer? —Foram os Patriotas Zelotes que lhe causaram problema? — Felix perguntou com uma carranca. —Não, apenas um turista que ultrapassou os limites. — Ela temeu que Bull ficasse chateado, mas ele apenas a parabenizou por cuidar disso sozinha — e a lembrou de chamar por ele sempre que quisesse que ele resolvesse um problema. Sua confiança nela e sua proteção eram uma combinação devastadora. —Na verdade, o pessoal da PZ não vai incomodar seu estabelecimento por algumas semanas. — disse Lillian. —Verdade? — Audrey parou de guardar as compras. —Eles foram embora? — Infelizmente não. — Lillian cruzou as mãos no colo. —Falei com o reverendo Parrish para agendar uma reunião do conselho da cidade, e ele disse que todo o complexo está sendo fechado para exercícios de treinamento. Manobras. —Eles certamente se levam a sério — como um exército. — Audrey bateu na porta do armário como se quisesse expressar sua opinião. Um bloqueio por duas semanas? Frankie fez uma careta para o chão. Certamente, eles não estavam em alerta elevado por causa dela? Por causa do drone, e depois avistando-a perto da cerca. Eles poderiam pensar que agentes federais suspeitavam deles e os estavam vigiando? Ela tinha causado isso? —Isso é normal para eles? — ela perguntou a Lillian. —Oh, de vez em quando. É uma espécie de avaliação de prontidão. Chevy disse uma vez que há muitos tiroteios acontecendo durante seus cenários. Os membros ficam restritos ao complexo enquanto testam sua capacidade de responder aos ataques. — A sobrancelha de Lillian se enrugou. —Há uma área cinzenta entre a preparação prática para problemas ou exageros. —Eu posso adivinhar de que lado os PZs caem. — disse Frankie, com o estômago embrulhado. Kit escolhera os sábados porque os policiais do PZ estariam bebendo. Mas eles não iriam sair se estivessem restritos ao local. E os guardas estariam em alerta extra durante uma avaliação de prontidão. Com certeza seria o momento errado para tentar escapar — ou cortar uma cerca. Não havia escolha. O resgate de Kit e Aric teria que esperar até depois do bloqueio. Foi bom elas terem mencionado adiantar a data em caso de problemas. Passos rápidos na escada chamaram sua atenção. Alguém bateu na porta. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Felix revirou os olhos. —Entre. A garotinha que Frankie tinha visto dançar com Bull. Ela era baixa, esguia e tinha talvez nove ou dez anos de idade, cabelos castanhos compridos e olhos castanhos grandes. Ela abraçou Felix. —Lamento que você esteja ferido, F-man. —Sim, eu também, baby. — Felix beijou o topo de sua cabeça. —Pegue um scone — eu sei que você gosta deles. Lillian fungou. —O patife tem seus favoritos. Ele não ofereceu nenhum para nós. — Porque ele gosta mais de mim. — Rindo, a garota agarrou um scone, se acomodou no chão ao lado de Felix, então voltou um olhar curioso para Frankie. —Vocês duas ainda não se conheceram, não é? — Com os mantimentos guardados, Audrey se sentou em uma poltrona. —Frankie, esta é Regan, filha de Caz. —Você é Frankie? — Regan fez uma careta antes de seu rosto se fechar. O que eu fiz? Perdida, Frankie olhou para os outros. Audrey ficou com uma expressão de merda, enquanto Felix e Lillian pareciam confusos. —Então, Regan, o que Frankie fez para te deixar louca? — Felix perguntou, lembrando Frankie de como Bull tinha feito quase a mesma pergunta. O que havia com esses caras? Regan olhou feio para Frankie. —Ela não gosta de Bull. Ele disse isso. Oh, merda. —Hum, na verdade, eu não gostei dele no começo. Mais tarde, descobri que estava errada e agora somos amigos. — Ela podia sentir o calor subindo em suas bochechas. —Amigos? De novo com o descritor insípido? — Ignorando o riso de Felix, Lillian franziu os lábios. —Estou certo de que nosso Bull preferiria ser conhecido como admirador, namorado, amante, pretendente ou um innamorato. Não havia palavras. Frankie tomou um gole de seu café. Felix sorriu. —Veja, Audrey, você deveria ter a cor de pele da Frankie. Ela não fica tão rosa quanto você. Depois de um momento, Regan se concentrou em Frankie. —Você está saindo com o tio Bull? Frankie engasgou com a bebida. —Não. Não, eu não estou. Não. —Por que não? Ele é muito legal — e um gato. As mulheres estão sempre em cima dele.— Disse Regan. —Oh, sério. — Frankie teve que afrouxar a mandíbula. —Bem. Tenho certeza de que ele é extremamente popular entre as mulheres, mas estou muito ocupada para namorar alguém — e voltarei para Nova York assim que o verão acabar. —Agora, isso não tem um som familiar? — Lillian apontou o dedo para Audrey. —No entanto, temo que Bull não tenha encontrado ninguém para capturar seu interesse, o que é uma pena. Ele seria muito mais feliz com uma boa mulher, não concorda, Regan? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Oh, espere um minuto aqui. Arrastar crianças para demonstrar um ponto era trapaça. Frankie fez uma careta para Lillian para mostrar que havia quebrado as regras não ditas. Regan estudou a mulher que acabara de lançar um olhar feio para Lillian. Só que, sua boca tinha virado para cima, meio que como ela estava quase rindo também. Frankie ficou envergonhada quando falou sobre o tio Bull. Quase tipo como Niko tinha ficado todo vermelho quando ele se sentou ao lado Delaney na hora do almoço, e Shelby Idiota fez ruídos de beijos. Mas Shelby estava certa, porque Niko gostava mesmo de Delaney. Frankie tinha um crush pelo tio Bull? Talllvez. O tio Bull não costumava se interessar por mulheres, mas com certeza continuava observando-a do outro lado do lago na semana passada. Talvez ele estivesse... solitário. Papá tinha JJ agora, e tio Gabe tinha Audrey. Tio Hawk não agia como se quisesse uma namorada, mas tio Bull poderia. Vovó Lillian disse que ele seria mais feliz com uma boa mulher, e ela sabia, tipo, tudo sobre coisas de amor. Mas esta Frankie seria boa para o tio Bull? Papá disse que o tio Bull foi casado duas vezes, mas às vezes as pessoas não ficavam juntas porque descobriam que não gostavam das mesmas coisas. E isso fazia sentido, decidiu Regan. Talvez ela devesse verificar...? Ok, então, tio Bull gostava de cozinhar e lutar. —Você gosta de cozinhar? — Regan perguntou a Frankie. Ela piscou e então sorriu. —Adoro cozinhar. Minha avó me ensinou muito, e então, trabalhei em um restaurante quando estava na faculdade e aprendi muito sobre as especialidades deles. E quanto a você? Você gosta de estar na cozinha? —Sim. — Regan sorriu. —Fiz donuts na semana passada. Foi muito legal. Audrey deu uma risadinha. —Os caras descobriram e os donuts acabaram antes do almoço. —Quatro homens — aposto. — A maneira como Frankie revirou os olhos fez Regan rir. —Eu compartilhei. — disse Regan. —Eu poderia ter guardado meus donuts se quisesse, porque Papá está me ensinando a lutar — e tio Bull o está ajudando. Quando Frankie torceu o nariz, o coração de Regan afundou. Acho que ela não gostava de... —Seu pai provavelmente é um bom professor para você, mas Bull é enorme, e a forma como ele luta não seria a certa para você. Ele está acostumado a ser muito maior e mais forte do que qualquer pessoa. Vovó Lillian bateu um dedo na bochecha. —Soa como se você tivesse tido alguma experiência em luta? —Alguma. Eu tenho aulas de Aikido desde que tinha a idade de Regan. — Frankie sorriu para Regan. —Eu gosto de Aikido porque me permite jogar as pessoas por aí sem ter que dar um soco no rosto delas. Mas isso sou eu.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Que divertido! Talvez Papá a deixasse aprender Aikido. Regan sorriu de volta e franziu a testa. —Ninguém ensina essas coisas de Aikido aqui. —Não, mas eu ainda pratico. Há algumas áreas gramadas no parque da cidade, onde pratico de manhã. Você vai ter que se juntar a mim, e eu vou te ensinar alguns movimentos. — Frankie sorriu. —Se eu tentasse praticar chutes na minha cabana, quebraria uma janela e Dante me jogaria para fora. Regan riu. Dante era orgulhoso de suas cabanas de aluguel. Quando Audrey perguntou a Frankie quão ela gostou da cabana, Regan se recostou e considerou. Frankie era muito bonita quando sorria e não estava usando um monte de coisas no rosto ou anéis e colares, apenas usava jeans e um suéter azul. Não toda extravagante. Tio Bull não gostava de coisas chiques. E ela gostava de lutar e cozinhar. Regan assentiu. Se o tio Bull estava solitário, esta Frankie poderia servir.

CAPÍTULO DOZE Observe as mãos deles. As mãos matam. (Em Deus nós confiamos. Todos os outros, mantenham suas mãos onde eu possa vê-las.) ~ Regras para um tiroteio Um caminho de cascalho começando na cabana de Frankie corria ao longo do lago, entrando e saindo das árvores, direto para o parque da cidade. Carregando seu aiki -jo, o bastão de Aikido de um metro e vinte, ela correu lentamente, resmungando a cada passo. Suas pernas pareciam mais galhos quebradiços do que carne, e seu corpo com certeza não era o que uma pessoa chamaria de disposto. Ela ainda estava dolorida de sua... aventura, aquela em que o bastardi atirou nela. Mas a ferida estava bem. Ela não devia deixar seu corpo ficar fora de forma, não quando as vidas de Kit e Aric podiam depender dela. Ela queria malhar de qualquer maneira. Na faculdade, ela parou de fazer seus exercícios de Aikido, parou de correr — e não apenas ganhou bastante peso, mas também ficou sem fôlego só por subir um lance de escadas. Isso a fez fazer um longo e árduo estudo do que ela queria da vida — fazer coisas e comer coisas. Ela queria ser capaz de ocasionalmente jogar futebol ou beisebol com os amigos. Ou pilotar drones com crianças. Então, como disse Nonna, comer era um dos prazeres da vida. Bacon. Lasanha.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Vinho. Sticky buns. Ela queria saborear sua comida, o que significava queimar algumas dessas calorias. Então, ela voltou ao Aikido e à corrida. A corrida não estava ajudando com seus sentimentos deprimidos hoje. Ela estava aqui no Alasca há pouco mais de duas semanas. Kit ainda não estava livre e tudo estava paralisado agora, com o bloqueio PZ. Então, novamente, o atraso lhe daria tempo para descobrir como usar aquele equipamento de visão noturna. Sua viagem a Soldotna ontem foi bem-sucedida e, na noite anterior, ela trabalhou para conseguir que o suporte para cabeça se encaixasse e prendesse o monocular. Ela sorriu, lembrando de quando ela e Kit tentaram montar um carrinho para Aric. Esta alça vai... não, não aqui, deve ir... não, não lá também. Com muita lubrificação de palavrões, o equipamento de visão noturna foi montado. Próximo passo, sair e aprender a andar sem se matar. Ela precisaria de muita prática. Mesmo com a visão noturna aprimorada, ela não tinha certeza se poderia seguir aquele caminho estreito e açoitado por ventos à noite. Então... à noite, ela praticaria com o NVM30. Durante o dia, ela precisava caminhar na trilha para o complexo do PZ o suficiente para que pudesse se virar mesmo depois de escurecer. Certamente havia uma maneira discreta de marcar a trilha, uma que os PZs não perceberiam. Ela fez uma careta. Bem, ela descobriria. Era apenas mais uma pequena frustração em um pacote delas. Como a frustração muito pessoal de que hoje era sexta-feira e ela não tinha visto Bull desde a manhã de quarta-feira. Como ela podia sentir tanto a falta dele? Ok, claro, desde o primeiro dia no bar, ela ouviu sua voz profunda e roubou espiadas dele. Vamos, quem não iria? O homem era um anúncio ambulante de masculinidade. E às vezes, ele sustentava seu olhar — um longo olhar através do bar que era tão palpável quanto uma carícia. Mas, depois de passar a noite com ele, pele nua com pele nua, tê-lo dentro dela, a mão dele movendo-se sobre sua pele, seus lábios habilidosos deixando-a louca... A necessidade de vê-lo, de estar com ele, se tornou um vício. Com um grunhido de exasperação, ela aumentou o ritmo. As faixas de sombra eram quase frias, fazendo-a agradecer pelas calças de corrida. Ao sol, a temperatura subia uns bons seis graus. Perto do lago estava um enorme urso marrom, muito parecido com um filme de terror Grizzly. Mas sua atenção estava na água e nos reflexos dos peixes. Afastando-se com cuidado, ela colocou uma boa distância entre eles antes de conseguir respirar.

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Night Vision Monocular - Monocular de visão noturna.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista De volta à corrida, ela passou por uma área de Frisbee golfe31 e depois por uma pista para jogo de ferradura. À sua direita, um mergulhão voou lentamente para fora da água, uma trilha de gotículas iluminadas pelo sol em seu rastro. Conforme o pássaro se ergueu no céu, o mesmo aconteceu com o humor de Frankie. A meio caminho do parque, ela desviou para fora da trilha, por um caminho curto que se abria para um amplo campo gramado com mesas de piquenique espalhadas pelo perímetro. Marcas antigas de giz indicavam que o espaço era usado para jogos de futebol. Solo nivelado. Agradavelmente privado. Perfeito para sua prática de Aikido, especialmente quando ela usava seu jo. Com cuidado, ela fez seus alongamentos. Sua ferida puxou um pouco, mas ficaria bem. Iniciando o kata, ela agarrou o jo levemente, sentindo-o se tornar parte de seu corpo. Enquanto ela passava pelos vinte suburi de estocadas, golpes, contra-ataque e figura-oitos, a energia subia e fluía de seu centro para fora e para o bastão. Equilíbrio e graça —o coração do Aikido— eram o que transformaria o ataque do oponente em derrota. A sensação de estar sendo observada interferiu em sua paz, e ela girou suavemente para examinar os arredores. Gryff ao lado dele, Bull estava encostado em uma árvore, estudando-a, os braços com cicatrizes sobre o peito. Sua camiseta regata se agarrava a seus músculos peitorais espessos, úmida de suor. Ele obviamente estava correndo com Gryff. Como uma onda gigante, seu sangue disparou em suas veias, rugiu em seus ouvidos e atrapalhou seus sentidos. Bull. Santo cielo, o próprio ar parecia brilhar. O cachorro trotou e ela sorriu de alívio. Ela sabia como falar com ele. —Olá, Gryff. Ele aceitou seu carinho entusiasmado com um rabo abanando e uma lambida rápida em seu pulso. —Você é um bom cachorro. Um ótimo cachorro. — Quando seu cérebro reiniciou e voltou a ficar online, ela se endireitou e sorriu para Bull. —Bom dia. Você gostou do show? Há quanto tempo ele a estava observando? —Ora, sim, gostei, obrigada. — Aquela covinha sexy demais para palavras apareceu quando ele sorriu. —Você é excepcionalmente boa, mas presumo que saiba disso. Há quanto tempo você pratica?

O Disc golf é um esporte originário da América do Norte e conhecido internacionalmente como “Disc Golf” ou “Frisbee Golf”. É uma nova modalidade esportiva quer mistura o golfe com o frisbee, ou “disco”. A dinâmica do jogo é a mesma do golfe tradicional, mas, ao invés de colocar uma bolinha no buraco, no Golf Disc os caras têm que acertar um poste com correntes que “capturam” o disco. 31

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Comecei na escola primária. — Ela sorriu. —Minha mãe queria que eu fizesse dança como minhas irmãs, mas havia pessoas que faziam bully na minha classe, então meu pai disse que eu poderia aprender autodefesa. Mama escolheu o Aikido porque é tão “bonito”. Mais tarde, Frankie persistiu porque a filosofia combinava com a dela. —O Aikido é realmente lindo. — As sobrancelhas de Bull se juntaram. —Mas não é o estilo de luta mais eficaz. Quantas vezes ela tinha ouvido essa crítica? Infelizmente, era verdade, de várias maneiras. Não que ela admitisse. Uma garota tinha seu orgulho. —É uma maneira de dizer que você quer lutar? Os olhos dele se iluminaram. —Bem. Claro. Eu nunca recuso uma chance de lutar. Sem olhar malicioso, sem piadas sobre por as mãos em uma mulher. Pelo sorriso satisfeito em seu rosto, ele quis dizer isso sinceramente. Talvez ele não conseguisse treinar com muita frequência. Quem em sã consciência assumiria alguém do tamanho dele? Se ele realmente pudesse lutar —e pelo jeito que ele se movia, ela percebeu que ele poderia— ela estava seriamente inferiorizada. Ele era incrivelmente musculoso, mais alto por dezoito ou vinte centímetros e a superava em cerca de quarenta e cinco quilos. Isto ia ser divertido. —Tudo bem. As regras são você puxa seus socos e chutes, sem golpes no rosto ou virilha. —Boas regras. — Bull foi até o cachorro, desatando seu cinto de corrida. Ela viu que havia uma lata de aerossol contra suas costas. Vendo o interesse dela, ele disse: —Minha carteira — e spray para ursos. Duh, ela deveria carregar spray. —Acho que se o spray não funcionar, eles serão capazes de identificar os restos mortais. Ele sorriu. —É isso aí, yeah. Ela colocou o jo ao lado do cachorro. —Diga a Gryff que não estou atacando você, ok? —Ele mostrou que sabe a diferença entre diversão e raiva. Oh-oh. Esse comentário implicava que as habilidades de Bull não estavam enferrujadas. Ele provavelmente lutava com os outros caras em Hermitage. Ela estava condenada. Eles começaram devagar, socos, chutes, formas fáceis um-dois, e então, ele acelerou. Seus movimentos ficaram mais rápidos, mais agressivos. Ela bloqueou, dançou ao redor dele, sua velocidade principalmente compensando a força esmagadora dele. Ela recebeu alguns golpes que seriam incapacitantes se fossem reais. O Aikido sem armas era excelente em virar um ataque, mas não tão bom em realmente golpear um oponente. No entanto, ela tinha uma arma. Ela se esquivou de um chute, pegou o jo do chão e continuou lutando. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela se lançou com a ponta do bastão. Se não fosse puxado, o golpe teria extirpado o fígado dele — e ele deu uma risada de aprovação. Agora, a luta era igual, e se qualquer coisa, o leve sorriso que ele tinha no início ficou maior. Ele a pegou algumas vezes —e sorriu quando ela cuspiu maldições para ele— e ela dispensou umas poucas para si mesma. Ela nunca se divertiu tanto em uma luta. Fazendo-o perder o equilíbrio, ela balançou e parou o bastão a alguns centímetros de sua garganta. —Bravo. — Seu sorriso continha apenas respeito e aprovação. —Os movimentos com o bastão são muito mais agressivos. — Depois de um rápido olhar pedindo permissão, ele examinou seu jo. —Eu tenho alguns outros, mas este é o meu “bastão de rua”. — Ele foi pintado em desenhos celtas com borracha em uma das extremidades. —Quando eu o uso como bastão de caminhada, ninguém dá uma segunda olhada. —Inteligente. E se você não tiver, você pode usar qualquer outra coisa com o comprimento certo. Bengalas, guarda-chuvas, galhos. O mundo estava cheio de armas em potencial. —Essa é a ideia. — Enxugando o rosto com a barra da blusa, ela percebeu tardiamente que tinha mostrado a ele sua barriga nua. Pelo que ele a recompensou com um olhar muito masculino de apreciação. Oops. Ela ajeitou a camisa e sentiu seu rosto esquentar. Sorrindo, ele devolveu o jo. —Tanta coisa para tentar te mostrar que o Aikido não é suficiente para te manter segura. Hã. Não admira que ele concordou em lutar com ela. O grandalhão era muito protetor. Rindo, ela se sentou de pernas cruzadas ao lado de Gryff, que colocou a cabeça em seu joelho para que ela pudesse acariciá-lo apropriadamente. —Aprendi as inadequações do Aikido na primeira vez que tive que lutar contra alguém na vida real. O rosto de Bull ficou imóvel, e ele ficou de cócoras na frente dela. —Me conte sobre isso. —Está tudo bem, orsacchiotto. — ela murmurou. Ele realmente era um ursinho de pelúcia, todo preocupado e afetuoso — e mortal. —Nós sobrevivemos. —Nós? O ursinho de pelúcia era persistente. —Na faculdade, minha colega de quarto rompeu com um cara — um tipo de cara vingativo. — Kit, droga, você nunca aprendeu. —Ele veio pegar suas coisas em nosso apartamento e começou a bater em Ki — nela. Me meti, aprendi que o Aikido é bom em evitar que eu seja atingida, mas menos útil em realmente incapacitar um atacante. —Não tem movimentos predatórios. — Bull concordou. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —E me falta um instinto predatório. — Ela deu de ombros e acariciou o pelo macio de Gryff. —Eu considerei Krav Maga32. Bull assentiu. —Boa escolha. Naturalmente, o cara pensaria assim. Krav Maga tinha tudo a ver com aniquilar o oponente. Ela balançou a cabeça. —Não é quem eu sou. Eu sou uma pacifista de coração. Então, meu instrutor me convenceu a aceitar o jo como um meio-termo. —Ah. — Ele a estudou por um segundo. —Na verdade, eu entendo. Gosto de lutar para me divertir, mas prefiro que ninguém se machuque. Ela tinha visto isso. Mesmo quando ela desferiu um golpe, ele nunca parou de sorrir. —Eu esperava que você fosse um cara grande típico e dependesse apenas do seu tamanho para vencer, mas suas habilidades são ainda melhores do que as minhas. Bull balançou a mão para frente e para trás. —Eu venceria no ataque puro, mas não sou tão bom quanto você na defesa. —Onde você aprendeu? Se você foi criado por aqui, isso significa que há uma academia e aulas? —Dificilmente. — Ele se sentou ao lado dela. Com um pequeno gemido, Gryff se moveu para ficar entre eles e deu um suspiro de felicidade quando Bull bagunçou seu pelo. Frankie teve que suprimir seu próprio gemido. Porque ela sabia muito bem que Bull tinha mãos incríveis, gentis e fortes, muito hábeis no toque. —Tivemos nosso próprio instrutor pessoal quando crescemos. O sargento —nosso pai adotivo— nos iniciou no TF33 matutino, um dia depois de chegarmos ao Alasca. — Bull bufou uma risada. —Eu tinha nove anos e achava que estava em grande forma. Depois que Mako acabou conosco, eu não tinha certeza se seria capaz de andar novamente. —TF matutino? — Frankie franziu a testa. —Vocês eram apenas crianças. —Ele foi militar de carreira e passou anos como sargento instrutor. — Bull sorriu. — Honestamente, mesmo o curso de BUD/s 34 do SEAL não foi tão ruim depois do sargento. Depois de nos colocar em forma, ele nos ensinou a lutar. Um gaio pousou em uma árvore próxima, obviamente esperando por piquenique. Quando nenhum alimento apareceu, ele os repreendeu e voou para longe.

Krav Maga (em hebraico: ‫קרב מגע‬, “combate de contato” é um sistema de combate corpo a corpo, desenvolvido em Israel, que envolve técnicas de luta, torções, defesa contra armas, bastões, facas e golpeamentos. Criada por Imi Lichtenfeld, já adotada por forças de segurança e civis no mundo inteiro. Tem o objetivo de dar a qualquer pessoa, independente de sexo, idade ou porte físico, a capacidade de se defender contra qualquer tipo de agressão: armada ou desarmada, contra um ou vários agressores, em pé ou no chão. 33 Trreinamento Físico. 34 BUD/S (Basic Underwater Demolition/SEAL) - é um curso de formação de SEAL de 6 meses, realizado no Centro de Treinamento Especial de Guerra Naval em Coronado, Califórnia. Começar com cinco semanas Doutrinação e Pré-Treinamento como parte de uma Classe de SEAL, então passar pelas três fases de BUD/S. Fase 1 - Condicionamento Físico (8 semanas); Fase 2 - Mergulho (8 semanas) e Fase 3 - Guerra Terrestre (9 semanas). 32

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Você não competiu em torneios ou algo assim? — Frankie perguntou, sorrindo quando Gryff colocou a pata na perna de Bull. Mais carinho, menos conversa. —Não, raramente íamos à cidade. Mas com nós quatro, tínhamos nosso próprio tipo de torneio — também conhecido como briga. Boas lembranças, Bull pensou enquanto acariciava o pelo sedoso de Gryff . Os quatro foram endurecidos por lares adotivos difíceis, tentando sobreviver nas piores regiões de Los Angeles, frequentando escolas com supervisão inadequada. Todos eles estavam danificados de maneiras diferentes. —Caz mal falava inglês e puxaria uma faca se um chapéu caísse. — Na verdade, ele ainda perfuraria qualquer um que o irritasse o suficiente. —Gabe tinha uma boca esperta e mandava em nós, o que em sua maioria gostávamos, já que ele é um líder nato, mas... nem sempre. —E quando você não gostava, você ia brigar? — Frankie estava olhando para ele com olhos arregalados. —Oh yeah. Depois, havia Hawk que tinha uma baixa tolerância para qualquer um que infringisse seu espaço. — Isso também não mudou. —Sendo jovens idiotas, empurraríamos apenas para enfurecê-lo. Frankie revirou os olhos. — Claro que vocês fariam. Atazanar Hawk para obter uma reação terminou com Hawk perdendo o controle e espancando Caz. Dois dias depois, Zachary Grayson, amigo de Mako, veio nos visitar por um tempo. O médico os levou em longas caminhadas — especialmente Hawk. Fazia tarefas com eles — especialmente Hawk. Hawk saía furtivamente do loft para observar o fogo tarde da noite, e Grayson ocasionalmente se juntava a ele. Sendo pirralhos bisbilhoteiros, Bull, Gabe e Caz ouviram escondidos — e aprenderam porque um toque casual ou muita proximidade incomodava Hawk tanto. Porra, alguns pais não mereciam nada além do mais profundo dos infernos. Jesus, eles se sentiram culpados pra caralho. Depois disso, eles fizeram o possível para torná-lo parte da equipe — quer ele quisesse ou não. Hawk tinha aprendido o que era ter alguém a seu lado contra todos os adversários. Agora não havia ninguém em quem Bull confiasse mais para cobrir suas costas. —Como Mako acabou ficando com vocês quatro? Ele... uh... não parece um pai adotivo típico. —Na verdade, ele nos resgatou de um lar adotivo abusivo na Califórnia e nos trouxe para o Alasca. Não exatamente legalmente. A maneira como seus olhos se arregalaram foi adorável. —Demorou um pouco, mas nos transformamos em uma equipe, depois em uma família. — Bull suspirou. —Foi há cerca de um ano e meio quando perdemos o sargento. Aquilo foi… ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Não havia palavras. A expressão de Frankie ficou suave. Ficando de joelhos, ela o beijou suavemente. A simpatia dela afastou as arestas ásperas de sua tristeza. Ele ficou com um sentimento suave de perda e gratidão que ele tinha tido o rude velho sobrevivencialista em sua vida por tanto tempo. Bull passou os braços em volta da cintura de Frankie e a puxou para mais perto. —Obrigado, querida. Quando ela começou a recuar, ele sorriu ligeiramente. Mako sempre disse que um guerreiro deve tirar vantagem do terreno, da posição e da fraqueza. Talvez ele não tivesse pretendido que as lições se aplicassem ao sexo, mas... Bull sorriu, pensando em sua pequena sobrinha, que insistiu que Frankie estava “a fim dele” e que ele deveria dar em cima dela. Vamos ver se Regan está certa. Segurando a cabeça de Frankie com a palma da mão, Bull caiu de lado, rolando para colocála embaixo dele, e beijou-a novamente. Lábios suaves, corpo suave. Coração suave. Yeah, ela o atraía em todos os níveis. Ele roçou sua boca contra a dela e mordiscou da sua bochecha até o pescoço. Toda mulher, com gosto de sal. —Mmm. —Homem louco. — Sua voz tinha ficado rouca, mesmo quando ela empurrou seus ombros. —Estamos em um parque. —Mulher, você escolheu este lugar porque é privado. — Se Regan não tivesse contado a ele que ela malhava no parque, se ele não estivesse aguardando por ela, e se Gryff não tivesse sentido seu cheiro, Bull teria passado correndo. Teria perdido de ver sua prática. Ela tinha sido uma bela visão com o bastão curto reluzindo ao seu redor com tanta eficácia que ele quase podia ver seus agressores imaginários e ouvir seus ossos quebrando. Ela era linda, graciosa e sexy como o inferno. Quando ele colocou seu peso em cima dela, suas pernas se abriram. Ela podia, sem dúvida, sentir seu membro abaulado contra sua pélvis. Ela engoliu em seco, olhando para ele. —Guarda, Gryff. — Bull ordenou. O cachorro foi até a única trilha que levava à pequena clareira e ficou ali deitado, as orelhas para frente. Quem quer que tenha treinado o cachorro antes que o idiota o pegasse, havia feito um bom trabalho. Quando Bull voltou sua atenção para Frankie, o rosto dela ficou vermelho-escuro. —Hum. Achei que tínhamos concordado em não...

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Foder? — ele perguntou gentilmente. —Não, concordamos em não nos envolver e que nada se intrometeria no trabalho. Na saída, você pode ter mencionado algo sobre uma coisa de uma vez, mas não concordei com isso. —Oh. — Suas pequenas mãos acariciaram seus ombros de uma maneira que ele se lembrava... e gostava. Ele mordiscou seu queixo. —Acho que podemos manter uma dinâmica patrão-empregado no bar e ainda ter uma conexão mais amigável fora do trabalho. —Uma conexão? — Os lábios dela se curvaram. —Precisamente. — Maldito seja se ele pudesse resistir a ela. Mesmo que ela só tivesse ficado uma noite, ele sentiu sua falta em sua cama. —Você é louco. Você sabe que não vou ficar em Rescue. —Eu ouvi isso, sim. — Eles veriam onde estavam quando a temporada de verão terminasse. Afinal, os planos mudam. —Bem. Tudo certo. — Seus grandes olhos castanhos procuraram os dele por um momento, então sua boca se curvou em um sorriso sensual. —Sim, vamos nos conectar. Ele a beijou novamente, lento e firme, tomando posse enquanto deslizava a mão por baixo de sua blusa preta e sutiã esportivo preto para saborear seus seios perfeitos. Mais. Ele se sentou sobre os calcanhares para que pudesse puxar a blusa e o sutiã para cima e para fora. —Porra. Você é incrivelmente bonita, mulher. — A luz do sol brilhava em sua pele oliva úmida. Seus seios exuberantes, um tom mais claro, tinham grandes mamilos marrom-rosados que praticamente imploravam por seu toque. Palavras eram inadequadas. Ele se curvou para homenagear com a boca, lambendo entre os montes macios, beijando os mamilos, sugando cada um até que formassem um pico... e ela se contorceu precisando de mais. Perfeito. Mas deixá-la completamente nua em um parque, mesmo com o cachorro de guarda, não era sensato. Ele olhou a área, sorriu e se levantou. Parcialmente nu funcionaria. —Bull? — Frankie olhou para ele e, caramba, mas ele parecia ainda maior do que o normal, de pé sobre ela. Ele fechou as mãos em volta da cintura dela, levantou-a facilmente e a colocou de pé. Ele mudou de ideia? Ele notou a expressão dela e uma covinha apareceu em sua bochecha. —Nós não terminamos, Sra. Bocelli. —Oh. Bom. — Envolvendo as mãos atrás do pescoço dele, ela o puxou para baixo. O beijo longo e exploratório levou sua mente a outras coisas que ela queria fazer, tocar, lamber. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Passo a passo, sua boca na dela, ele a moveu para trás até que a bunda dela esbarrou em uma mesa de piquenique. —Fique aí por um minuto. — Ele tirou a camiseta e cobriu a superfície. Seus braços roçaram seus seios nus enquanto ele se abaixava para desamarrar a calça de corrida dela. Oh, isso era tão imprudente. E de alguma forma, ela não se importou. Ela correu as mãos sobre seu peito nu, inclinando-se para lamber a pele tensa, salgada e úmida, para girar a língua ao redor de um dos mamilos masculinos planos. Seu grunhido enviou fome girando por toda ela. Mãos envolvendo seu rosto, ele a beijou longa e fortemente, então a girou. Com a mão entre suas omoplatas, ele a abaixou até que seus seios se achataram contra a mesa de piquenique. Na camiseta dele. Porque, sendo Bull, ele se certificou de que ela ficasse protegida de sujeira e farpas. Ele puxou sua calça para baixo e rugiu de satisfação. —Eu amo sua bunda. Ela só pôde sorrir porque... tão típico de cara. Houve o som da calça de moletom dele sendo desamarrada. O amassado de uma embalagem de preservativo. Então ele pressionou contra sua entrada e fez um ronronar apreciativo. Ela estava muito, muito molhada. —Agora. — ela ordenou. —Oh, será agora, garota da cidade. — Seu impulso dentro dela foi longo e duro. A sensação plena e escorregadia enviou ondas de prazer ao longo de cada via nervosa em seu corpo. —Cazzo!— Ela estendeu os braços e agarrou as laterais da mesa. —Eu conheço muito de italiano. — Ele riu e apertou seus quadris. —Na verdade, eu pretendo cazzo você muito, muito completamente. —Tente este. Di più35. — Ela empurrou a bunda para cima para fazê-lo se mover. —Oh, ainda não, querida. Com uma mão poderosa, ele agarrou seu quadril direito, mantendo-a imóvel. Alcançando ao redor com a esquerda, ele deslizou um dedo entre suas dobras, então com precisão infalível, ele acariciou seu clitóris. Uma gloriosa onda de calor varreu sobre ela, e ela estremeceu com a sensação requintada de ser mantida no lugar e forçada a ter o prazer que ele estava concedendo. — Di più, Bull, por favor, — ela engasgou. —Ainda não. Eu quero você mais alto. — Seus lábios roçaram seu ouvido enquanto ele sussurrava: —Quando você gozar desta vez, minha linda gritadora, faça isso sem fazer nenhum som. Entendido?

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Em italiano: Mais.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O tom de comando em sua voz a sacudiu, mas ela assentiu. Sem gritos no parque. Mas, mas, mas... Seu dedo continuou o lento círculo de sua protuberância cada vez mais inchada, mesmo quando seu membro a encheu a ponto de transbordar. Enquanto tudo dentro dela apertava, enquanto as sensações se tornavam avassaladoras, ela começou a tremer. Um grito ameaçou, e ele cobriu sua boca, mesmo enquanto seu dedo pressionava mais forte em seu clitóris. A mão controladora em sua boca e a maneira como ele a prendeu à mesa com seu peso aumentaram de alguma forma todas as sensações, jogando-a no precipício. Uma bola de fogo de prazer estourou e rugiu por ela com tanta força que o mundo ficou branco ao seu redor. —Muito bom, — ele rugiu em seu ouvido, tirando a mão de sua boca. Ofegante, ela cavalgou as últimas ondas de sensação — e então ele agarrou seus quadris com as duas mãos e começou a empurrar, forte, rápido e profundo. Mergulhando, puxando para fora, seu domínio sobre ela inquebrável, inflexível. Ela só podia agarrar as bordas da mesa e segurar enquanto outro orgasmo rolava sobre ela, devastando-a com um prazer alucinante. Durou e durou enquanto ele trabalhava nela com um martelar glorioso. No momento em que ele ergueu seus quadris para uma penetração ainda mais profunda conforme ele gozava dentro dela, ela era um corpo flácido e saciado. —Mmm. — Em vez de puxar para fora e se afastar, ele se deitou com o peito sobre as costas dela. Seu queixo esfregou contra o topo de sua cabeça enquanto ele... a abraçava. —Você me arruinou para qualquer sessão de sparring. Vou pensar em como essa terminou, vou ficar de pau duro e não seria capaz de lutar de jeito nenhum. Quando suas palavras foram registradas, ela explodiu em risos. —Tente taekwondo36 com uma postura ampla. Isso vai deixar espaço para o seu equipamento enorme. Ela podia sentir seu peito tremer com sua risada. —Equipamento enorme, hmm? Encha o meu ego assim, e vamos acabar com mais uma ou duas rodadas nesta mesa de piquenique. Isso seria incrível. Também a lembrou de onde eles estavam. —Devemos nos mover, na verdade, antes que alguém nos encontre. — Gryff nos avisaria. Mas você está certa. — Bull se levantou e saiu dela, a sensação fazendoa espasmar por dentro. Como ela poderia ter gozado com tanta força e ainda querer mais? Ele se afastou para o contêiner de lixo para lidar com o preservativo. Com um suspiro, ela começou a se levantar da mesa. 36

Taekwondo, Tae Kwon Do ou Taekwon-Do é uma arte marcial coreana que desde 1988 passou a ser um esporte olímpico. A palavra “Taekwondo” é formado por três termos: Tae (lutar com os pés), Kwon (lutar com as mãos) e Do (caminho espiritual). Dessa forma, essa arte marcial significa “caminho dos pés e mãos através da mente”, sendo uma prática que exige disciplina e autocontrole dos participantes.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Deixe-me, querida. — Ele se abaixou, apertou suas nádegas com um hum apreciativo e puxou a calça para ela. —Obrigada. — Conforme ela se levantou, sua cabeça girou. Ele a firmou com um braço em volta de sua cintura. —OK? — Sua carranca criou uma linha profunda entre as sobrancelhas escuras. —Eu estou bem. Aqueles foram orgasmos realmente bons. — Com sua risada, ela sorriu para ele, então deu um tapinha em seu peito nu. Era realmente hipnotizante como sua pele bronzeada se esticava tão fortemente sobre os peitorais duros como pedra. Ela poderia até passar um dedo entre cada linha horizontal do músculo abdominal. Com um grunhido gutural, ele pegou a mão dela. —Podemos continuar isso em sua cabana, se quiser. —Nós não deveríamos...— O desapontamento roubou seu fôlego quando ele vestiu sua camisa. Ele nunca deveria usar roupas. Nunca. Infelizmente, ela tinha suas próprias roupas para lidar. Ela pegou o sutiã. Antes que ela pudesse puxar, ele a virou para que pudesse verificar seu braço ferido. —Parece estar curando bem. Eu percebi que você não deixou isso te atrapalhar. —Está bem. Só um pouco dolorido. — A preocupação dele a fez se sentir... engraçada, e ela rapidamente puxou o sutiã esportivo úmido pela cabeça. Naturalmente, o elástico apertado rolou e o tecido espremeu seus seios fartos em posições estranhas. Em algum lugar, um demônio riu e esfregou as mãos em sádico deleite. Ela sibilou exasperada. —Precisa de ajuda? — Rindo, Bull desenrolou a bagunça nas costas. Colocando-a de volta contra seu peito, ele deslizou a mão pela frente do sutiã e ergueu seu seio esquerdo, então o direito para acomodá-los confortavelmente. Enquanto ele corria provocadoramente um dedo ao redor de um mamilo, sua pele corou. — Bull, comporte-se. —Você acha que eu deveria? — Seu braço apertou ao redor de sua cintura... e seu dedo continuou circulando. —Não fiz uma tour pela sua cabana da última vez que estive lá. —Ah. — Ela engoliu a promessa gutural em sua voz profunda. —Você sabe... eu tenho uma cama muito boa. — Suas palavras saíram soando como se ela tivesse acabado de acordar naquela maldita cama. —Eu adoraria ver esta bela cama. — Soltando-a, ele sorriu e puxou a regata pela cabeça. Enquanto ela pegava seu jo, ele chamou Gryff. —Bom trabalho, amigo. Você fez um bom trabalho nos protegendo. — Se curvando, ele deu ao feliz cão coçadas e afagos. Na parte mais profunda de seu peito, o coração de Frankie deu uma longa e lenta deslizada. Oh, não, não, não. Ela estava se apaixonando por este grande homem do Alasca.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista

CAPÍTULO TREZE Se a princípio você não conseguir, recarregue e tente novamente. ~ Desconhecido Na segunda-feira à noite, antes da reunião do clube do livro, Frankie desligou o carro. Cribbio, ela estava cansada. Hoje cedo, ela estacionou seu carro na casa de Chevy e tentou a trilha que Bull havia usado depois que ela foi baleada. Acontece que ela pode ter sido apenas... um pouco... excessivamente otimista sobre como essa trilha seria fácil. Foi uma boa coisa ela ter sua bússola, ou estaria totalmente perdida. E isso foi durante o dia. Fazer isso à noite, mesmo com o NVM? De jeito nenhum. Ela precisava descobrir como marcar essa trilha. Com um suspiro, ela deitou a cabeça no volante e respirou fundo. A chuva batia em seu carro, transformando o interior em um cinza lúgubre... assim como seu humor. Se passaram apenas alguns dias do bloqueio do PZ, e ela já estava tão frustrada que sua cabeça poderia explodir. Quem sabia o que Kit e Aric poderiam estar sofrendo naquele lugar horrível? Então havia Bull. Ela colocou a mão no peito porque apenas pensar nele fazia seu coração feliz. Então triste. Desde as sessões de sparring da última sexta-feira, Bull tinha se juntado a ela no parque para os treinos matinais —ele chamava de T.F.— e depois sexo incrível e suado na cabana dela. Dane-se ela por ser uma tola, mas seus tempos na cama estavam se tornando mais do que apenas sessões de foda amigáveis. Pelo menos da parte dela. Mas e se ele começasse a realmente se importar com ela? Talvez, se os estúpidos PZs não tivessem feito seus cenários de guerra, ela estaria muito ocupada para deixar Bull se esgueirar por baixo de suas defesas e entrar em sua cama. Em seu coração. Mas nããão, ela estava tão ansiosa, tão solitária, tão infeliz que o conforto de sua mera presença tinha sido esmagador, mesmo sem adicionar sexo. Agora, aqui estava ela, totalmente apaixonada por ele. Um homem que ela não machucaria por nada no mundo... e isso era o que parecia estar nas cartas. Um balde cheio de dor para os dois. Se endireitando, ela enxugou os olhos. Pelo menos, ela se manteve firme em não passar os entardeceres ou noites com ele, e ela foi clara sobre o porquê — que ela estaria indo embora, e eles não tinham um relacionamento. Ela se recusava a ter um relacionamento. Ele continuou dizendo a ela que entendia, então a beijava, tocava, até que todas as suas preocupações desapareciam. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Balançando a cabeça, ela deslizou para fora do carro. Gordas gotas de chuva respingaram em seu rosto e cabelo, e ela puxou o capuz para cima. Um minúsculo raio de sol escapou por uma fenda fina nas nuvens escuras. O sol não estava nem perto de se pôr. Correndo para o prédio municipal, Frankie viu que a recepção no centro do saguão estava vazia. As portas da delegacia à esquerda e do posto de saúde à direita tinham placas de FECHADO. Delegacia de polícia e posto de saúde. Os irmãos de Bull tinham os dois lados cobertos, não é? Ela balançou a cabeça. Honestamente, era uma coisa boa que o “Sargento” deles tivesse conseguido incutir tanta... honra... neles, ou esta cidade estaria em apuros. Gabe era um chefe de polícia incrível. Ela ainda deveria descobrir se seus oficiais eram membros do PZ como Kit pensava, só para garantir. Ela não os chamaria, mesmo que fossem todos mocinhos, já que a última coisa que ela queria era uma situação de cerco, mas se algo de ruim acontecesse durante o resgate, poderia ser bom ter algum tipo de... planos secundários. No andar de cima, a biblioteca era minúscula e aconchegante, com paredes cinza-azuladas e acabamento off-white. Havia estantes de livros, áreas para crianças, computadores e revistas. Em um canto, um grupo de pessoas em poltronas confortáveis formava um círculo. Alguns traziam copos de viagem e, também, seus livros. Ela deveria ter trazido café também. Da próxima vez, ela estaria mais preparada. —Frankie, estou feliz por você ter vindo. — Audrey se levantou e acenou para que ela avançasse. —Pessoal, aqui é Frankie do Roudhouse. —Bem-vinda, Frankie. É bom ver você novamente. — Lillian de cabelos prateados se levantou e estendeu as duas mãos. —Sente-se ao meu lado. Quando Frankie se sentou, as pessoas se apresentaram. —Sou Guzman. — O homem de barba grisalha riu, mostrando obturações de prata. —Bemvinda ao melhor dos clubes do livro. —Glenda Johannsen. Sou dona da loja de artesanato. — A morena robusta de meia-idade sorriu. —É bom ter outra leitora. EmmaJean estava na casa dos trinta, era esguia e saltitante. —Oi, Frankie! — Frankie conhecia EmmaJean e seu marido que administravam um dos B&Bs 37. —Eu sou Cecil. É bom ver outra garota da cidade se estabelecendo. — Cabelo branco, barba branca, rosto envelhecido pelo tempo. Ele bateu com a bengala preta no chão para dar ênfase. Frankie gostou dele imediatamente. Com cabelos longos e grisalhos e uma camiseta adoravelmente berrante e tingida, Zappa não havia deixado seus dias de hippie. Ela o conheceu em seu posto de gasolina alguns dias atrás. Ele

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Bed and Breakfast – Cama e Café da manhã.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista deu a ela um sorriso brilhante com falhas. —Você está aqui bem a tempo para a temporada de pesca. Então, vem a temporada de caça depois disso. Todo tipo de coisa para mostrar a você. —Isso aí, — disse Guzman. Caçadores. Ela olhou para eles. Aposto que eles sabem muito sobre trilhas. —Bem-vinda, Frankie. É bom ver você novamente. — Tina, esposa de Chevy, era uma ruiva enérgica. Elas se conheceram hoje cedo, quando Frankie estacionou perto de sua casa para caminhar pela trilha. E seria melhor evitar qualquer comentário sobre isso. —Esta é a sua fuga dos pequenos? —É como uma fuga. — A pequena mulher riu. —Cada minuto com eles, há algum colapso cataclísmico. Ler sobre desastres que acabaram com o mundo me ajuda a colocar tudo de volta em perspectiva. Frankie não conseguiu evitar o riso. À medida que as pessoas se acomodavam, a discussão começou. Tão divertido. Havia incursões ocasionais na fofoca até que Audrey os traria de volta. Frankie correu para terminar o livro atual e pôde contribuir. Antes de se separarem, Audrey pediu-lhes que escolhessem o próximo livro — o que deu início a um novo conjunto de discussões. —Eu gosto daquele com a praga engendrada, — disse Tina. —É muito diferente e... Frankie franziu a testa, vendo Audrey se encolher um pouco. Depois de olhar para Audrey, Lillian falou. —Eu adoro thrillers psicológicos, e não temos um deles há algum tempo. Cecil puxou a barba. —Pode ser, pode ser. Tem aquele que Guzman gosta com reféns. —Yeah. Uma bomba e reféns no sistema de metrô de Nova York. — Guzman piscou para ela. —Nossa garota da cidade aqui pode nos dizer como isso é realista. —Você está me dando pesadelos só de pensar, seu homem mau, — Frankie disse a ele para deleite dele. —Não parece tão ruim. É centrado em torno de um grupo de mercenários, então será só tiroteio e outras coisas. — EmmaJean se mexeu. —Uma equipe de caras. Eu amo bromance38, você não? —O que há para não amar? — O comentário de Frankie causou risada e a discussão continuou. Seus pensamentos foram descarrilados.

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Bromance é uma expressão em língua inglesa (brother + romance = amor de irmãos) utilizada para designar um relacionamento íntimo, não-sexual e romântico, entre dois (ou mais) homens, uma forma de intimidade homossocial. Criado na década de 1990, o termo geralmente se refere a uma relação entre heterossexuais influenciada pelo efeito da segunda onda do feminismo nos Estados Unidos ou por movimentos relacionados em outras partes do mundo.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Mercenários. Soldados de aluguel. Ela poderia alugar alguns —uma organização ou o que quer que eles sejam chamados— para resgatar Kit e Aric? Se Kit não conseguisse chegar até a cerca, essa podia ser uma maneira de ajudá-la a sair. No entanto, os riscos aumentariam. Como ela sabia, os PZs atirariam nos invasores e os mercenários provavelmente atirariam de volta. Era assim que mulheres e crianças inocentes podiam ser feridas ou mortas. Melhor eles... provavelmente... do que chamar os federais e instigar uma situação do tipo cerco, mas nenhum dos cenários parecia seguro. Ok, ela manteria isso como um plano de backup. Quando todos se levantaram, ela se moveu para onde pudesse caminhar entre Guzman e Zappa. —Ei pessoal. — Agora, como expressar isto? —Parece que vocês dois são caçadores, e já que eu os tenho aqui, tenho uma pergunta. Ouvi dizer que a melhor caçada é à noite, mas você não se perde? Quero dizer, existem óculos de visão noturna, mas ainda assim, você não pode ficar perdido se estiver seguindo uma trilha? Zappa sorriu para ela enquanto desciam as escadas. —Essa é uma pergunta genuinamente boa. Eu me perdi algumas vezes ao chegar à minha tenda. —Você pode se perder no caminho para a casinha, — afirmou Guzman, segurando a porta para ela. Zappa se endireitou em um insulto. —Cara. Ao ver a chuva, todos eles ficaram sob o abrigo da saliência. —Existem maneiras de marcar uma trilha — ou... o caminho para uma morte, então é fácil encontrar o caminho de volta, — disse Guzman. Uma morte. Eca. Pessoalmente, ela preferia pensar que sua carne ia para o supermercado já embalada. —Achei que devia haver um jeito, mas parecia que sair por aí e pintar as árvores com tinta fluorescente não era uma coisa boa, especialmente se você estava caçando na terra de outra pessoa. Zappa tinha a risada mais fofa, um som heheheheh. —Você estaria certa. Mas existem maneiras. —Há giz — até mesmo giz reflexivo que vai embora em um ou dois dias, — Guzman puxou sua barba. —Eu gosto de tachas reflexivas. Ou... se for em algum lugar que prefere manter escondido, usa um spray reflexivo claro para marcação de trilhas. Não pode ser visto durante o dia. Claro? Agora isso tinha possibilidades. Ela sorriu para eles. —Eu sabia que devia haver uma maneira. Obrigada. — Ela sorriu para eles. —Posso ter que usar um para encontrar minha mesa de piquenique no escuro, hein? Enquanto eles riam, ela acenou e correu para o carro. Uma ida à loja de artigos esportivos chegando pela manhã.

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CAPÍTULO QUATORZE Seu inimigo nunca é um vilão aos próprios olhos. Mantenha isso em mente; pode oferecer uma maneira de torná-lo seu amigo. Do contrário, você pode matá-lo sem ódio — e rapidamente. ~

Robert A. Heinlein Bull podia ouvir o zumbido das unidades de refrigeração enquanto dava às superfícies do balcão o antigo tratamento de “luva branca”. Nenhum vestígio de graxa ou sujeira. Bom trabalho, equipe de limpeza. Pode ser hora de distribuir alguns bônus. O som de cascalho sendo esmagado e o motor de um carro veio do estacionamento traseiro. A pequena nova-iorquina estava aqui. A expectativa de vê-la fez sua temperatura subir e os músculos ficarem tensos, como se ouvisse um chamado às armas. Porra, ele estava mal. Quando encontrou Paisley pela primeira vez, ele se sentiu assim? Ele pensou que a amava, mas ele amava uma pessoa que não existia. As pessoas dão o melhor de si quando namoram — essa era a natureza humana. Mas, no caso de Paisley, a fachada escondia alguém totalmente diferente. Ele tinha que se perguntar se seus irmãos a teriam visto mais claramente. Só Hawk a tinha conhecido, apenas por alguns minutos. Ele estava voltando para os mercenários. Gabe, na mesma unidade de mercenários, tinha estado no exterior, e Caz tinha estado prestando serviços de saúde voluntários na América do Sul. Paisley se apresentou como sendo honesta e leal, uma pessoa que acreditava em serviço aos outros. Dificilmente. Ela havia insinuado que era voluntária em um hospital. Acontece que a única vez que ela passou no hospital foi para remover o apêndice. Agora, muito mais sábio, ele podia ver as bandeiras vermelhas que ele havia perdido. Incluindo aquela em que ela insistiu em se casar tão precipitadamente. Agora, aqui estava Frankie. Seu passado, e a razão de estar em Rescue, era um mistério. No entanto... ao contrário de Paisley, ele viu Frankie quando ela estava estressada e com dor. Depois de ser baleada. Assediada no bar. Ela se comportou de uma maneira que ele poderia respeitar. Ela tinha um temperamento, oh, yeah. Ela também deu a ele alguns olhares frios no início — porque ela pensou que ele esmagou os sentimentos de alguém. Isso falava de um coração compassivo. Seu senso de humor e capacidade de rir de si mesma combinavam com os dele. Ela tinha a determinação de treinar duro e por tempo suficiente para ser muito boa no Aikido. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sempre que Gryff estava por perto, ela o acariciava — e o cachorro a adorava. Talvez ele não tivesse toda a história, mas tinha certeza de seu caráter. Nos últimos dias, eles estiveram muito juntos. Eles se encontrariam no parque, malhariam, voltariam para a cabana dela para um tipo diferente de treino e então preparariam o café da manhã —ou às vezes o almoço— juntos. Infelizmente, ele não conseguia convencê-la a passar as noites juntos. Ela estava se mantendo firme na postura casual, de não-um-relacionamento. Mulher teimosa. Ela iria descobrir que ele era um homem igualmente teimoso. Quando ele saiu pela porta dos fundos, ela estava abrindo o porta-malas de seu pequeno Toyota alugado. Ele balançou sua cabeça. —Seu carro é muito baixo para nossas estradas de cascalho. —Eu não dirijo muito. Aqui, você pode carregar isso? — Ela entregou a ele dois sacos de compras, pegou dois para ela e bateu o porta-malas. Não dirigia muito? Ela não tinha falado sobre visitar alguma armadilha para turistas, não é? Ele a seguiu para dentro, apreciando o balanço hipnotizante de sua bunda. Que corpo incrível. Inferno de mente. E ele ainda tinha dúvidas sobre por que ela estava no Alasca sozinha. Ela não era um exemplo típico daqueles intrigados com a vida na fronteira. Não tinha chegado com um namorado. Não era um dos jovens que viajava só porque era divertido. Esse tipo geralmente conseguia um emprego no resort ou em Anchorage. Não, ela escolheu uma pequena cidade chamada Rescue. Na cozinha, ela começou a ferver a água e pegou uma frigideira. Ele planejou ajudar quando necessário e, também, avaliar os pratos que ela faria para a primeira noite “italiana”, bem como ver o que pedir em relação a comida, temperos e equipamentos. Por falar nisso, —Você tem o recibo da loja para que eu possa te reembolsar? Você prefere um cheque ou um depósito direto para onde seu salário vai? —Sim, obrigada. — Ao entregar o recibo, ela mordeu o lábio inferior. —O preço de tudo era muito alto. —Bem-vinda ao Alasca. — Ele puxou uma mecha de seu cabelo. —Não se preocupe. Quando compro a granel, o preço cai e, se funcionar, meu restaurante Homer também terá noites temáticas. —Seu restaurante Homer. — Segurando uma grande panela, ela olhou por cima do ombro para ele. —Sabe, eu ouvi você dizer restaurantes —como no plural— antes, mas pensei que era apenas um lapso da língua. Você possui mais de um? —Um em Homer, este Roadhouse e um restaurante-cervejaria em Anchorage. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Se curvando, ela puxou uma caçarola comprida, dizendo em um tom mal-humorado, — Houve um tempo em que pensei que você fosse apenas um velho bartender. Ele riu. Eles trabalhavam bem juntos, como ele já descobrira quando faziam o café da manhã. Ela assumiu como chef, dirigindo e organizando tudo enquanto ele fazia parte do trabalho de preparação entre as anotações. Ela estava preparando um cardápio completo para ser adicionado a um cardápio reduzido do Roadhouse. Um prato de antepasto, aperitivos de crostini e sopa. Uma salada caprese, pão de alho e grissini. Depois, os três pratos principais — lasanha, um prato de peixe com ervas e uma variação de frango com parmesão. Também haveria alguns acompanhamentos como couve de Bruxelas com alho e presunto, que ele mal podia esperar para provar. O cardápio de sobremesas teria tiramisu e sorvete de pistache. —O que você vai fazer sobre a noite mexicana? — Ela estava sobrepondo o macarrão de lasanha, a ricota e o molho de carne. —Você tem um chef para isso? —Eu cuido dessa noite. Cazador traz receitas sempre que visita o México. Podemos adicionar uma noite temática russa — ou mesmo asiática, já que Hawk aprendeu algumas receitas boas quando estava lá. Um barulho chamou sua atenção. Alguém bateu na porta dos fundos. Frankie abriu a porta e saiu para falar com quem quer que fosse. Depois de um segundo, Bull reconheceu a voz — Amka, de dezenove anos, uma das garçonetes do restaurante. —Eu vi os carros e pensei que Wylie estava aqui,— Amka estava dizendo a Frankie. —Eu queria dar a ele minha demissão... você sabe, discretamente. Você pode pegar e dar ao chefe? —Claro, — disse Frankie. —Mas por que você está se demitindo? Você disse que realmente gostava de ser uma garçonete e que era mais divertido trabalhar no Roadhouse do que em locais de fast food. —Eu disse. É. Com a infelicidade em sua voz, Bull se moveu em direção à porta. O que quer que estivesse errado, ele consertaria. —Hmm. — Frankie disse lentamente, —Você mora com uma amiga de longa data, sua família está em Barrow, sem namorado. Isso me faz pensar que o problema está aqui no trabalho? Oh inferno. Bull parou antes de chegar à porta aberta. Amka começou a chorar. —Ele... ele está sempre fazendo piadas que me assustam e não para de me tocar, embora eu tenha pedido a ele para não fazer isso.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Pelo amor de Deus. “Ele” era obviamente alguém aqui no Roadhouse. Quem diabos estava assediando a garota? A raiva cresceu em Bull tão rápido que parecia que seu sangue havia se transformado em lava. Mas se ele saísse, ele apenas assustaria a jovem ainda mais. —Ah, eu posso ver como isso faria você querer parar. — As palavras de Frankie foram calmas, cheias de empatia. —Sabe, se o stronzo está te tratando assim, ele provavelmente está assediando as outras mulheres também. Diga-me o nome dele para que eu possa protegê-las. Bull quase sorriu. Nova iorquina sorrateira. Por si mesma, Amka podia não ter entregado o nome, mas para ajudar as outras? Como ela não poderia? —É Harvey. — Amka disse apressada, —Ele não está agarrando meus seios nem nada, mas meio que desliza a mão no meu braço, ou dá um tapinha na minha bunda, ou passa o braço em volta da minha cintura. Não consigo chegar perto dele sem que ele faça algo assim. —Homens. — O murmúrio de Frankie foi alto o suficiente para que Bull pudesse ouvir. Ele estremeceu. Muitos do seu gênero eram idiotas. Ele não teria pensado que Harvey seria um. Porra, ele odiava demitir pessoas. —Escute, eu sei que desistir deste emprego vai te afetar financeiramente, — disse Frankie. —Por que você não me deixa falar com o chefe — e talvez com Harvey? Às vezes, os caras não entendem o quão ofensivo é o comportamento deles, e eu tenho um método que usei antes para chegar até eles. Dê a mim — e a ele — mais uma semana e, se ele não melhorar, acho que Bull mostrará a ele a porta. Você pode me —nos— dar uma chance de ver se isso vai funcionar? —Eu... eu não quero sair, não realmente. — As fungadas de Amka quebraram o coração de Bull. Dane-se ele que isto tivesse acontecido em seu lugar. Ele queria transformar Harvey numa pasta na porrada, mas conhecia o cara. Ele não era um cara mau. O idiota não percebeu o que diabos ele estava fazendo? Pelo amor de Deus, ele era realmente tão estúpido? Com esforço, ele deixou as mulheres conversarem. Para se distrair, ele puxou a salsicha italiana e a rasgou em pedaços. Alguns minutos depois, Frankie voltou e parou quando viu seu rosto. —Uh-oh. Acho que você ouviu algo disso? —O suficiente, sim. — Bull equilibrou a voz. —Você se saiu bem com ela, Frankie. Obrigado. Frankie encolheu os ombros. —O assédio sexual acontece com muita frequência. Tive de lidar com isso no meu trabalho em Nova York. —Você foi... —Não, não. Minha mãe ensinou a mim e minhas irmãs como lidar com predadores de escritório. — Ela balançou a cabeça. —Ao contrário de Amka, nunca precisei tanto de dinheiro que fui forçada a ser educada com o bastardi.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Bull tinha visto como ela lidava com os clientes com mãos errantes. Colegas de trabalho excessivamente familiares provavelmente foram humilhados com a mesma facilidade. Ele se apoiou no balcão. —Você disse que tinha um método para lidar com o assédio. Quer fazer uma pausa e fazer uma visita ao Harvey? — Não havia nada na cozinha que não pudesse ser colocado em espera por um tempo. E ele estava com raiva demais para querer cozinhar. —Claro, vamos lá. — Frankie começou a colocar comida na geladeira. —Você vai me deixar ajudar? A necessidade de lidar com tudo sozinho estava lá, mas... —Nossa cultura — especialmente no Alasca — ensina este comportamento, inferno, até o incentiva. Mesmo sabendo disso, ainda quero dar um soco nele. Então, se você conseguir resolver isso sem uma demissão ou rostos quebrados, isso seria bom. —Violência e sexismo — vocês, homens, estão todos ferrados. — A risada borbulhante dela iluminou sua raiva. Ela pegou sua bolsa. —Se Harvey tiver imaginação, talvez possamos ensinar-lhe algo e mudar seu comportamento. Vou te dar suas falas de dramatização na viagem. Dramatização? Que porra é essa? Frankie se acomodou no assento da picape de Bull. O veículo era do tamanho de um tanque, mas sentar ao lado dele parecia quase íntimo. A cabine cheirava a couro limpo e ao maravilhoso sândalo e cedro da loção pós-barba da Bull. Quando ele fechou a porta e se dirigiu para o lado do motorista, ela suspirou. De alguma forma, ele conseguia tratá-la como se ela fosse igual e ainda alguém a ser protegida. Mais uma coisa para gostar dele. Ligando a picape, ele desceu a Dall Road. Ele dirigia rápido, mas com cuidado, no controle o tempo todo. Suas mangas estavam arregaçadas e a pele marrom-clara de seus musculosos antebraços exibia amplas cicatrizes. Sua mandíbula estava tensa e linhas profundas se formaram entre suas sobrancelhas pretas. Ele não apenas parecia preocupado; ele parecia mortal. Cavolo, é melhor que Harvey esteja pronto para ver a razão. Ele entrou em uma estrada de terra esburacada e parou na frente de uma velha casa préfabricada. Uma velha picape estava estacionada ao lado. —Harvey está em casa. Ele mora sozinho — divorciado há um tempo — e ela tem seus dois filhos adolescentes. Felizmente, os meninos não foram infectados com a atitude do pai em relação às mulheres. Quando Bull e Frankie chegaram à casa, Harvey abriu a porta. Na casa dos quarenta, o homem corpulento tinha uma barriga de cerveja, a pele áspera de um homem que vivia ao ar livre e cabelos castanhos caídos na altura do colarinho. Ele se abaixou para agarrar a coleira de um cachorro preto de pelo grosso. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ei, o que os traz aqui? — Harvey perguntou, e ela se lembrou de por que gostava dele. Ele sempre foi amigável, ficava em dia com o trabalho e ajudava com tudo o que precisava ser feito. —Temos um problema, Harvey, e gostaríamos de falar com você sobre isso, — disse Bull. —Claro, qualquer coisa que eu puder fazer. — Harvey franziu a testa, obviamente percebendo a infelicidade de Bull... de uma forma que ele não tinha com Amka. Porque Amka era mulher. Não, não ceda à raiva. —Sentem-se, pessoal, — disse Harvey. A sala de estar arrumada era agradável, com móveis surrados em tons de marrom e verde. Enquanto eles se sentavam, o cachorro cheirou as botas de Bull. —Este é um bom cachorro, — murmurou Bull e acariciou sua cabeça, conseguindo um abanar do rabo. —Ele é um bom vira-lata, — Harvey concordou. —Encontrei-o com uma perna estourada na estrada alguns anos atrás. E o manteve. Frankie suspirou. Por que as pessoas não podiam ser totalmente más ou totalmente boas? Uma mistura de características tornava as coisas muito mais difíceis. —Então qual é o problema? — Harvey perguntou. Bull inclinou a cabeça para Frankie em um convite tácito para ela lidar com isso. Ok, ela poderia administrar. —Harvey, gosto de trabalhar com você. Você está sempre em dia no trabalho, dá cem por cento e é amigável com todos — clientes e funcionários. No entanto, sua simpatia está deixando alguns funcionários desconfortáveis. Ele enrijeceu. —Como assim? —Algumas de suas piadas e comentários são de natureza sexual. Além disso, temo que tocar outra pessoa, homem ou mulher, no local de trabalho não seja apropriado. —Pelo amor de Deus. Alguém está dizendo que estou... como se chama... assediando-os sexualmente? Eu nunca... —Ele se virou para Bull. —Eu nunca agarrei a bunda de ninguém nem nada. Bull não respondeu. Ele realmente estava deixando isso para ela. Melhor chefe de todos. Frankie se inclinou para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos, recuperando a atenção de Harvey. —Você toca nas jovens, Harvey. Ombros, braços. Você vai colocar seu braço em volta da cintura de uma mulher e dizer a ela como ela é bonita. —Estou apenas sendo amigável! —Para você, isso é amigável. — E ela... principalmente... acreditava que era isso que ele queria dizer. —Para elas, você é um homem grande, forte e mais velho que as toca sem permissão. Ele balançou a cabeça, sem ver o que ela queria dizer... e foi por isso que ela veio com esta dramatização.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Você concorda que é maior e mais forte do que as jovens que temos trabalhando no Roadhouse? — Quando ele deu de ombros, concordando, ela acenou com a cabeça na direção de Bull. —Mais ou menos como Bull é maior e mais forte do que você? Harvey bufou. —O Bull é maior do que qualquer pessoa. —Isso é verdade, — ela murmurou. Um canto da boca de Bull se ergueu. —Então, Harvey. Eu quero que você imagine... oh, digamos que você está na prisão.— Frankie sorriu com sua expressão de surpresa. —Ei, o pessoal acha que às vezes a cozinha parece uma prisão, certo? Apenas tenha paciência comigo, aqui. Isso o fez rir. —Ok, estou na prisão. —Você acabou de ser despejado lá e, naturalmente, está preocupado com os criminosos realmente endurecidos. Como Skull. — Ela apontou para Bull. —Um assassino em massa de uma das piores gangues de LA. Bull se levantou sem que ela pedisse, e ela piscou porque ele parecia... diferente. Olhos frios e inexpressivos. Sua expressão era cruel, sua linguagem corporal predatória, como se ele realmente torturasse suas vítimas. Ele caminhou até Harvey e colocou a mão em seu ombro. —Oh, olhe, carne fresca. — Sua voz profunda continha uma antecipação brutal. Harvey congelou. —Porra, você não é bonito. — A boca dura de Bull se curvou e de alguma forma ficou ainda mais cruel. —Ainda melhor do que aquele cara novo na semana passada. Tive um bom tempo com ele. Harvey lançou a ele um olhar assustado, pigarreou e se inclinou para o lado no sofá. —Ouça, eu... Bull passou a mão enorme para cima e para baixo no braço de Harvey. —Bela camisa. Suave. Eu gosto disso. Harvey afastou a mão. —Jesus, pare. Isto não é... —Aposto que todas as garotas pensam que você é uma merda, hein, — disse Bull. —Você tem uma boca ótima, sabia disso? A implicação, totalmente tácita, era que a boca podia ser usada para sexo — o mesmo tipo de comentário sugestivo que as mulheres costumam receber dos homens. Aparentemente, Harvey nunca recebera esse tipo de insinuação. —Sempre gosto de quem tem cabelo macio. — Bull puxou o cabelo ondulado de Harvey, algo que Frankie percebeu que vira Harvey fazer com as garçonetes na cozinha. Harvey ficou pálido. Bull olhou interrogativamente para Frankie. Feito? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela assentiu e apontou para a cadeira dele. Enquanto ele se sentava, ela esperou um momento para que Harvey processasse seus sentimentos. —Se eu perguntasse a Bull o que ele estava fazendo, ele diria que estava apenas sendo amigável. —Yeah, amigável. — Harvey esfregou as mãos no rosto. —Parecia que eu estava sendo preparado para um estupro coletivo no chuveiro —Porque você não tem atração sexual por ele, e ele é muito maior e mais forte. Quando há uma discrepância como essa entre duas pessoas, o que parece amigável para a pessoa poderosa passa a ser intimidante — até mesmo assustador — para alguém menor. Harvey encarou Bull, depois Frankie, antes de voltar o olhar para a janela. Com sorte, ele estava se lembrando da maneira como se comportou com as funcionárias e percebendo que elas não haviam considerado suas ações como amigáveis. —Santo inferno. — Ele encontrou o olhar dela. —Entendi seu ponto. —Você não é o primeiro ou o último homem a descobrir que ele... —Tropeçou no próprio pau, — Bull contribuiu. Sim. Isso. Frankie balançou a cabeça. —Não acho que você as assustou deliberadamente... embora provavelmente tenha pensado que o desconforto delas era um pouco engraçado. Porque a maioria dos caras pensava assim. —Nunca me considerei um idiota abusivo. — Harvey fez uma careta. —Meu velho era um. Batia na minha mãe. Eu nunca quis agir como ele. Nunca. E eu tenho. Progresso. —Se Bull concordar, vamos ver no que vai dar. — Frankie fez uma pausa. —O que você deve lembrar ao interagir com outros funcionários, especialmente mulheres, é simples. Não faça ou diga nada que você não gostaria de receber de um condenado gigante chamado Skull. —Essa é uma maneira diferente de ver as coisas, mas, yeah, tudo bem. o— Harvey olhou para Bull. —Eu sinto muito. Vou pedir desculpas às garçonetes. Você está bem com isso? Bull assentiu. —Eu também aprendi algo. Acerte as coisas com a equipe, trate-as com respeito e estamos bem. —Obrigado, chefe. Frankie sorriu. Bull realmente era um bom chefe. —Yeah, só não comece a me chamar de Skull.— Bull se levantou e depois se curvou para dar ao cachorro uma coçada de costela que o fez se contorcer alegremente. O que havia sobre um homem que se preocupava em fazer um cachorro feliz? —É hora de começar a cozinhar, Frankie. Tente me impressionar com seu menu italiano. Frankie se levantou, piscou para Harvey e disse, —Claro, Skull. Vamos. Quando Harvey riu, ela teve a sensação de que as coisas ficariam bem.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista *** Quando Bull entrou em uma garagem, Frankie estacionou seu pequeno Toyota na entrada. E suspirou. No complexo PZ, Kit provavelmente estava passando por um inferno, e aqui estava Frankie, planejando alimentar as pessoas. Cazzo, odeio esperar. O clube do livro deu a ela a última peça do quebra-cabeça —como marcar uma trilha à noite— assim como a ideia sobre mercenários. Ela checaria as coisas dos mercenários com seus amigos em Nova York. Para o caso de ela ter que pedir ajuda. Se tudo desse errado, ela pediria ajuda a Bull. Ela lutou com ele, e ele era assustadoramente competente. Um veterano militar. Ele ajudaria; ela sabia disso até o fundo de sua alma. No entanto, ela ainda tinha mais dez dias para praticar tudo, e caminhar e cortar a cerca — apenas ela sozinha— era o melhor plano com o menor risco para os outros. Jogar com sua própria vida era sua escolha. Ela atrairia outros apenas se não conseguisse se virar sozinha. Deslizando para fora de seu carro, ela caminhou até a picape dele. —Para que você saiba, meu Toyota tinha algumas coisas desagradáveis a dizer sobre sua estrada. —Desculpe. Para desencorajar as pessoas de usar nossa estrada particular para chegar ao lago, mantemos o trecho próximo à rodovia em más condições. —Isso quase faz sentido. — O “Hermitage” foi bem nomeado. Ela franziu o cenho. A cabana de Bull não ficava perto da outra extremidade do semicírculo de cinco casas? —Este não é o seu lugar, é? —Nope. Esta casa pertencia ao sargento. — A dor encheu seus olhos escuros por um segundo. —O andar de cima era seus aposentos privados e o de baixo é a área comum para todos nós. Frankie colocou a mão em seu braço para consolar. —Quantos somos todos nós, então? Antes que ele pudesse responder, a porta interna da casa se abriu. —Yay, você está aqui. Eu estou com fome. — Regan, a filha de Caz, desceu os três degraus, seus olhos castanhos brilhando. —Oi, Frankie e tio Bull. Eu posso carregar coisas. —Parece bom para mim. — Bull bagunçou o cabelo da garota, então pegou a caixa mais pesada e se dirigiu para a porta. Ele gritou por cima do ombro: —Você pode dar à criança todas as coisas pesadas para carregar — ela é forte. —Ei! — Mas a expressão da garota dizia que ela adorou o elogio. Rindo, Frankie olhou para as caixas de comida e puxou uma delas. —Porque você não leva o antipasto. —O quê?

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —É um aperitivo italiano. Se você colocar o prato na mesa, todos nós podemos mordiscá-lo enquanto descarregamos o resto. E você será a primeira a ter uma prova. O rosto da garota se iluminou. —Maravilha. Deixa comigo. Regan desapareceu dentro de casa. Enquanto Frankie puxava a próxima caixa, alguém se esticou para pegá-la. —Peguei esta. — Era o chefe de polícia alto e de rosto duro. —Bem-vinda, Frankie. Gabe sorriu para ela e se afastou, abrindo espaço para Audrey. —Audrey. — Frankie sorriu. —Eu esperava que você estivesse aqui. —É bom te ver novamente. — Audrey estendeu as mãos para o recipiente isolado de lasanha. —Caso ninguém tenha te contado, todo mundo está feliz por ter algo novo para comer, tanto no restaurante como aqui hoje. —Que bom ouvir isso. — Frankie hesitou. —Bull disse para contar com cerca de oito pessoas para o teste de sabor, mas ele não mencionou exatamente quem seriam. —Homens. — Audrey revirou os olhos. —São os quatro irmãos, JJ e eu, Regan e você. Que tal isso? —Perfeito. Eu conheço quase todo mundo. — Satisfeita, Frankie arrastou a caixa do freezer enquanto Audrey se afastava com sua carga. —Peguei. — Hawk, o cara loiro de aparência perigosa de quando ela foi baleada, ergueu o contêiner e foi embora. Hã. Ainda tão falador quanto antes. Com um bufo, ela se inclinou na caçamba da caminhonete para puxar outra caixa. Regan correu de volta para a garagem. Caz a seguiu. —Frankie, é bom ver você. Ela sorriu, se lembrando de como sua voz suave com sotaque espanhol tinha sido tão calmante quando ele estava fazendo curativos em seu ferimento à bala. —Oi, Doc. Ele colocou a mão no ombro da filha. —Mija, Bull disse que havia outro tipo de aperitivo. Por que você não fala com a chef sobre isso? Regan lançou a Frankie um olhar suplicante com olhos do mesmo castanho escuro que os de seu pai. —O ant-ant-pasta é ótimo, mas o tio Bull disse que eu também vou gostar do outro. —Aposto que ele está certo. — Frankie pegou a caixa com o crostini. —Seu papa precisa carregar este prato, pois é pesado. — E as coberturas de pão não sobreviveriam sendo inclinadas. Caz pegou a caixa e sorriu quando Frankie entregou a Regan a cesta cheia de pão de alho. Enquanto eles desapareciam, uma mulher de aparência atlética com cabelos castanhos curtos e cacheados e olhos turquesa desceu os degraus. —Oi, Frankie. Sou JJ e moro com Caz e Regan. Eu amo comida italiana, então você é minha nova melhor amiga.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Prazer em te conhecer. — Frankie sorriu e ofereceu uma caixa. JJ seria uma pessoa fácil de gostar. Com um sorriso, JJ a pegou e desapareceu de volta para dentro de casa. Bull cruzou a garagem e se juntou a Frankie. —Eu coloquei o pão de alho no forno — há um cronômetro para isso. —Perfeito. — Todos os cozinheiros do mundo sabiam que o segredo da boa comida era usar cronômetros. Bull se inclinou na picape para puxar a última caixa. Enquanto seu braço esfregava contra seu ombro, a consciência do corpo dele chiava em seus nervos como um incêndio. Ela suspirou. Muito alto. Abandonando a caixa, ele se endireitou. Quando ele olhou para ela, o calor se agitou em seus olhos escuros como a meia-noite. —Eu senti falta de malhar com você esta manhã, mulher, — ele murmurou. —E perdi tudo o que geralmente se segue. Oh, ela também. Os dedos dele se enredaram em seu cabelo, seu polegar roçando sua bochecha. Sua respiração parou, e ela se inclinou, cada célula da pele formigando e antecipando seu toque. Ele se curvou uma quantidade infinitesimal, então fez uma pausa. —Não, este não é o momento. Eu não vou querer parar. — Ele fez um som de frustração masculina. —Você tem ideia de quantas vezes eu tive que dar um passo para trás enquanto você cozinhava hoje? Você é difícil para o controle de um homem, mulher. Ela riu. —Eu também. Fiquei chateada por você ser tão profissional na cozinha. —Vou compensar você... mais tarde. — Ele bateu em seu queixo e deu um passo para trás. —Venha, minha chef. Vamos alimentar as massas famintas antes que comecem a uivar. Ele entregou a ela o recipiente menor, pegou a última caixa grande e liderou o caminho para a casa. Eles desceram um corredor e saíram em uma enorme sala aberta sob um teto alto abobadado. O design era semelhante à casa de Bull. A área da cozinha ficava à direita. Depois dela, uma longa mesa de jantar ficava em frente à parede de janelas de dois andares voltada para o lago. À esquerda ficava a ampla área de estar com um longo sofá seccional em forma de U, ainda maior que o de Bull — assim como a televisão que ocupava grande parte da parede. Hawk estava pondo a mesa. O resto estava abrindo o vinho e desembalando a comida em um trabalho de equipe tão coordenado quanto nas melhores cozinhas. E... ela se sentia terrivelmente como uma estranha. Um whuff baixo chamou sua atenção um segundo antes de Gryff sair de trás da ilha. Ele deslizou até parar na frente dela. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ei você! Senti sua falta esta manhã. — Sua saudação entusiástica a fez se sentir em casa e ela se abaixou. Quando ele cheirou sua bochecha, ela lhe deu uma boa coçada nas costas. Houve um momento de silêncio em torno dela, e ela percebeu que várias pessoas estavam dando a Bull... e a ela... olhares especulativos. Talvez ele não tenha mencionado que estava comendo sua nova garçonete. Ela quase riu quando Bull piscou para ela. —Frankie, temos vinho, refrigerante, chá gelado, leite e água. — Caz estava perto da geladeira. —O que você gostaria? A maioria dos adultos parecia ter vinho — totalmente sua preferência. —Vinho seria ótimo. — Ela colocou sua caixa no balcão. —O que aconteceu que fez você atrasar o jantar em uma hora? — Gabe perguntou a Bull. —Nada digno de nota. — disse Bull. Frankie gostou ainda mais dele por não falar sobre Harvey e Amka. Não importava o quanto ela gostava de fofoca —ela culpava Nonna por esse traço— alguns tipos não deveriam ser compartilhados. —Não que estejamos reclamando do atraso. Na verdade, funcionou melhor. — JJ deu a Gabe um olhar divertido. —O chefe é apenas bisbilhoteiro. Audrey riu e deu uma cotovelada em JJ, antes de dizer a Frankie: —JJ e Gabe são bisbilhoteiros. Deve ser um traço policial. Frankie congelou. —Desculpe... policial? Eu sei que Gabe é o chefe, mas...? —Acho que você não teve muito tempo para apresentações, disse Bull. —JJ é a única policial de patrulha de Gabe até que ele contrate um LEO39 temporário adicional para a temporada turística. JJ esteve ausente nas últimas semanas em uma aula de aplicação da lei em Sitka. JJ era um policial. A única outra policial. O aviso na carta de Kit soou na cabeça de Frankie: Um dos policiais de Rescue é um membro dos Patriotas Zelotes. Bull colocou a mão em seu ombro com preocupação. Tanto o chefe quanto sua oficial a observavam, seus instintos de policial obviamente em alerta. Eu sou uma idiota. —Desculpe, eu estava tentando parecer inocente na esperança de que vocês não tivessem notado minha péssima forma de dirigir. Gabe piscou e olhou para JJ. —Não, não posso dizer que notamos. Perdemos um acidente? Uau, ele comprou. Frankie balançou a cabeça. —Não, eu escapei desse destino. Até agora. —Os motoristas de Nova York são quase tão agressivos quanto os de Boston, mas não têm experiência para lidar com isso. — Audrey sorriu para Frankie. —Você ao menos tem um carro? —De jeito nenhum. O metrô e os táxis, até mesmo os ônibus, são muito menos estressantes. 39

LEO: Law Enforcement Officer; traduzindo Oficial de Polícia. Como não temos no Brasil uma a sigla que se encaixe perfeitamente aqui, vamos deixar a sigla em inglês.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Olhares tão horrorizados. Ela começou a rir, parcialmente aliviada por não ter recebido mais perguntas. JJ parecia muito legal e não como uma fanática de olhos arregalados. Kit poderia estar errada? Frankie teria que ter cuidado com o que ela dizia. —Aqui, chiquita. — Caz entregou a ela uma taça de vinho. Ela tomou um gole. Era um chianti tradicional, rico e frutado com um toque de tanino. — Perfeito. —Estou feliz que você gostou. — Sua voz se suavizou. —A família é um pouco opressora, sí? Oh céus, ela deixou sua angústia aparecer. Bull também estava olhando para ela com preocupação. Para baixo, emoções, para baixo. Este deveria ser um jantar divertido. Ela conseguiu sorrir. —Vocês estão todos me deixando com um pouco de saudade da casa da minha Nonna na Itália. Só que ela era uma italiana muito tradicional e suas reuniões eram ainda maiores. Tenho primos no enésimo grau e tias e tios... e haveria muitas vozes elevadas. —Os caras não gritam muito. — Audrey acenou com o copo em direção à porta. —Eles simplesmente vão lá fora e batem uns nos outros. —Sério? — Ela olhou para Bull. Sua covinha apareceu. —Derrubar alguém é mais eficaz do que gritar. Madonna. Instados por uma Regan faminta, eles logo se sentaram ao redor da grande mesa. Mesmo sabendo que ela era uma excelente cozinheira, Frankie ainda se preocupava. Mesmo os melhores chefs podiam pisar na bola, e de alguma forma, hoje, isso importava mais do que o normal. Esta era a família de Bull. Movendo a comida em seu prato, ela fingiu comer enquanto observava. Bull provou cada prato lentamente, fazendo um som que era quase um ronronar, antes de cavar com prazer aberto. Caz comeu com um sorriso, incentivando sua filha e JJ a experimentar isso e aquilo. Regan voltou para a lasanha por alguns segundos antes de terminar qualquer outra coisa em seu prato. Gabe roubou um pedaço extra de lasanha do prato de Audrey com um sorriso malicioso, então a alimentou com um pedaço de sua truta com ervas, depois do que ela se serviu de uma porção de peixe. Hawk não mostrou nenhuma expressão e não fez nenhum som de apreciação — ou de desgosto. Por ter sido a filha menos atraente, Frankie se perguntou como teria sido crescer com três “irmãos” que eram gostosos de maneiras diferentes.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Gabe era quase bonito com uma presença dominante. Se ele desse uma ordem, provavelmente todas as pessoas na cidade obedeceriam. Caz era tão lindo quanto qualquer estrela de cinema latino que ela já tinha visto — com um charme igualmente mortal. Bull era... mais. Totalmente quente no sentido de um cara durão exagerado. Enorme e poderoso. Voz profunda. Talvez ele não tivesse o charme de Caz, mas ele era um extrovertido magnético com uma personalidade fácil de lidar. Ele gostava das pessoas — e elas gostavam dele também. Hawk tinha cicatrizes, tatuagem, e era taciturno. Como o cara poderia competir com seus irmãos? Depois de observar seus primos, Frankie aprendera que irmãos podiam ser incrivelmente competitivos. Então, novamente, ela aprendeu que as aparências enganavam. Seus irmãos o amavam e respeitavam — isso estava muito claro. Ele deve ter sentido o olhar dela. Capturando seu olhar, Hawk olhou para seu prato —que agora estava vazio— e deu a ela um aceno de cabeça. Aprovação. Quando ela sorriu de volta, sua expressão mudou para uma de interesse masculino. Oops. Quão estranho era isto? Ela desviou o olhar. —Frankie, tudo está incrível, — disse JJ. —E agora eu tenho que perguntar, se você pode cozinhar assim, o que você está fazendo neste pequeno lugar — Rescue? —Tesoro, não. — Caz balançou a cabeça para sua mulher. —Por que você está franzindo a testa para ela? — Frankie percebeu que os outros tinham as mesmas expressões de desaprovação. —No Alasca, é desaprovado perguntar sobre o passado de uma pessoa. Em alguns aspectos, nosso estado é como o velho oeste que Hawk ama. — Bull sorriu para o irmão. —Muitas pessoas estão aqui para escapar de algo no Lower 48. —Interessante. Em Nova York, as pessoas vêm pelo tamanho, ou querem a Broadway ou os empregos. — Porque eles estavam procurando por algo. Foi um alívio que ela não fizesse mais perguntas sobre o que a trouxe à Rescue. No entanto, ela poderia tranquilizar os tipos da polícia. —Não estou fugindo de nada. — Ela sorriu para JJ, então o chefe de polícia. —Eu não tenho nenhum crime ou conexões com a Máfia ou qualquer coisa no meu passado, também. Diversão iluminou os olhos azuis de Gabe. —Eu sei. —O quê? Você fez uma verificação de antecedentes em mim? Ele sorriu. —Vou usar a Quinta Emenda. Esse stronzo. Ela olhou para Bull. Emoldurado pelo cavanhaque preto, sua boca levantada nos cantos. Ele sabia o que seu irmão tinha feito. Não que houvesse algo para encontrar, mas ainda assim. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela franziu o cenho para ele também. —Não foi difícil deixar Nova York? E vir aqui? Rescue é tão pequeno. — O nariz de Regan enrugou. Uma garota tão inteligente. Bull disse que a criança perdeu a mãe no ano passado, e Caz a trouxe para o Alasca. Para alguém que chega atrasado ao jogo da paternidade, o Doc parecia um pai incrível. Frankie sorriu para a garota. —Além da Itália, não tenho passado muito tempo fora da cidade. — Vendo a preocupação nos olhos de Caz, ela perguntou por ele, —Você não gosta de viver em Rescue? —Oh, yeah, eu gosto. É muito mais legal do que LA. Mas eu sou uma criança. Caz deu a Frankie um aceno agradecido. —Eu estava pronta para explorar um lugar diferente, — disse Frankie, —então tirei alguns meses do meu trabalho e vim para o Alasca. —Para o verão, como fazemos na escola. — Regan assentiu. —Qual é o teu trabalho? Oh, merda. Uma executiva provavelmente não pegaria um emprego de salário-mínimo. Bem, uma resposta vaga nunca fez mal a ninguém. —Trabalho numa agência de modelos, mas não como modelo. Eu sou uma espécie de ajudante, não um booker ou agente, mas eu suavizo o caminho entre as modelos e seus agentes e fotógrafos e estilistas. Bull a estava estudando. —Isso soa como uma ocupação bastante poderosa. Ele não estava acreditando em seu papo furado de ajudante. —É divertido? — Perguntou Regan. Frankie procurou uma verdade que pudesse usar. —De certa forma. Gosto de ter certeza de que tudo flui bem, mas não gosto da indústria de publicidade. Tudo o que eles fazem — usando modelos incrivelmente bonitos e truques de fotografia — é fazer com que as pessoas comuns se sintam inadequadas, para que comprem mais roupas, acessórios, maquiagem ou produtos para o cabelo. —Oh. Huh. — Regan se recostou, obviamente precisando pensar no que Frankie havia dito. Talvez Frankie precisasse fazer o mesmo. Suas palavras vieram de uma verdade que vinha fervendo por um tempo. Uma que parecia terrivelmente válida. Um trabalho bem remunerado não era necessariamente gratificante. Mas também era o que sua família esperava dela. Um Bocelli trabalhava para a empresa. —O que quer que tenha trazido você aqui, estamos felizes e amamos a refeição que você nos fez hoje. — Audrey ergueu o copo. —Para Frankie. O coro de comentários apreciativos criou um brilho dentro de Frankie. —Obrigada. E... parece que este é o momento certo para a sobremesa. O —yay— encantado de Regan a fez rir. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista

Na cozinha, algum tempo depois, Bull estava agradavelmente farto, terminando a excelente refeição com uma porção de tiramisu. A noite temática italiana seria um sucesso no Roadhouse. —Ela é uma mulher interessante, — disse Caz. Bull colocou outro prato na grande máquina de lavar louça. Foi bom eles terem prevalecido sobre Mako e instalado quando o edifício foi construído. —Frankie, você quer dizer? —Sí. — Depois de entregar a Bull mais pratos, Caz olhou para o gigante sofá em forma de U onde as mulheres estavam. —Fiquei tentado a deixar JJ cavar para descobrir a história do que a trouxe para o Alasca. Bull também. Ele fechou a porta da máquina de lavar louça e começou o ciclo. —Ela tem permissão de ter seus segredos, mano. Caz sorriu. —Estou surpreso que você ainda não saiba tudo. —Eu não sou o velho. — Como seu líder, Gabe tinha sido rotulado de “velho” antes mesmo de chegarem à adolescência — e o policial ia atrás de segredos como um cão em uma trilha de sangue. —Eu não preciso saber tudo. —Talvez você deva. Você a quer para o seu Roadhouse, o que pode significar ajudar com o que quer que a esteja incomodando no passado. Você é um consertador, ’mano. — Caz se serviu de um copo de chá gelado. Bull franziu a testa. Ele queria Frankie para o Roadhouse... e para si mesmo. —Você pode ter razão. Ao ouvir a risada aberta de Frankie, Bull sorriu. Ela tinha uma bela risada. —A propósito, mano. Por acaso você sabe o que orso-key-AH-toe significa? Caz riu. —Urso é oso em espanhol, e eu acho que orso em italiano. Suponho que ela o chamou de ursinho de pelúcia. —Ela chamou? — Seu coração se iluminou. Ursos de pelúcia eram abraçados para chorar se alguém precisava de consolo. —Posso trabalhar com isso. Com Caz ao lado dele, Bull se inclinou na ilha para observar o grupo. Todos estavam no confortável e maciço sofá. Mako montou o andar de baixo pensando em reunir todos eles. Uma TV de tela plana de grandes dimensões para filmes e esportes. Uma cozinha espaçosa com uma despensa igualmente grande. Uma academia com uma sala de musculação sofisticada. O sargento os conhecia bem. Houve momentos em que Bull se perguntou o que o sobrevivencialista paranoico teria pensado de Audrey e JJ... e Frankie. Do doce som das vozes femininas em sua casa. Você perdeu muito, Sargento.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Em uma das pontas do sofá, o mais longe possível das mulheres, Hawk estava com seu violino e ensinava Regan. Com o violino embaixo do queixo, a garota estava ficando frustrada. A música — “The Impossible Dream”40 —era mais velha. Era uma das canções favoritas de Mako, uma que ele tocava quando estava se sentindo melancólico — uma canção de soldado, ele a chamou. Regan já tinha ouvido isso antes? Hawk com certeza não cantaria a melodia para ela, não com sua voz arruinada. Bull encolheu os ombros. Não era como se eles não tivessem pessoas para demonstrar a melodia. Ele ergueu a voz. —Comece do início, Hawk. Hawk o fulminou com o olhar por interromper, depois deu um de seus raros sorrisos ao entender. Ele ergueu seu violino. —Você o ouviu, garota. Comece comigo. Os dois violinos iniciaram a introdução. Bull se sentia como um pai orgulhoso. Regan estava ficando muito boa. —Vá, Caz. Eu vou entrar. Caz sorriu, e quando os violinos alcançaram a parte vocal, ele cantou, —Para sonhar o sonho impossível... Bull entrou, atingindo as notas baixas. Depois de um minuto, Gabe entregou um violão para Audrey, pegou o seu e eles dedilharam um acompanhamento. Durante o inverno, Audrey descobriu que adorava tocar violão. Seu soprano claro, então o contralto de JJ se misturaram à melodia. Quando Bull deu a Frankie um gesto de se junte, ela hesitou por um segundo e se uniu com um belo e rico contralto. Ao contrário de Audrey, ela não era tímida — e ele adorava isso. Depois de alguns compassos, Gabe sorriu para Bull em aprovação. A pequena italiana tinha uma voz adorável. Eles cantaram essa música e mais algumas antes de Hawk declarar que a aula de Regan havia acabado e entrar na cozinha para tomar um copo d'água. Nenhum dos filhos de Mako bebia muito; o álcool lubrificava o caminho para os flashbacks. —A yorkie é uma mulher bonita. — Hawk se inclinou na ilha ao lado de Bull, observando Frankie de uma forma que Bull reconheceu. Um jeito homem-mulher. Ah, droga. Enquanto estava aqui, Bull se conteve de muitos toques — em parte por causa da merda com Harvey antes. Mas sua contenção pode ter levado Hawk a pensar que Frankie era apenas uma empregada de Bull. —Ela é linda, yeah. — E ele deveria ter deixado seu interesse óbvio. —Eu pretendo atraí-la de volta para a minha cama depois que isto acabar. Um músculo ficou tenso na bochecha de Hawk. —Volta para a cama?

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https://www.youtube.com/watch?v=Zi1cOdE_waI

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Frankie riu de algo que JJ disse, o som ondulante percorrendo a pele de Bull como a luz do sol. Bull balançou a cabeça para Hawk. —Desculpe, mano. Estou reivindicando. —Eu devia saber. — Hawk ergueu as mãos, com as palmas para fora, reconhecendo a afirmação de Bull, o gesto trazendo de volta seus dias de juventude, quando haviam elaborado seus protocolos de código de irmão. Em sua família, até o sexo acontecer, competir estava bem. Uma vez que um cara se envolvia fisicamente, a mulher estava fora dos limites para seus irmãos. Quando se tratava de Frankie, precisava ficar claro que ele estava extremamente envolvido. *** Como diabos eu acabei na cama de Bull? Não apenas em sua cama, mas por cima, com ele latejante, quente e enorme, dentro dela. Enquanto outra onda de excitação açoitava seu corpo, Frankie afastou o cabelo úmido do rosto e olhou feio para o rosto duro e esculpido. —Ou eu me movo ou você se move. Ele estava meio sentado, encostado na cabeceira da cama, e suas mãos musculosas estavam curvadas ao redor de seus quadris, mantendo-a imóvel. —Não. Ela não... gritou... muito. Uma covinha apareceu em sua bochecha e suas mãos giraram para dentro. Algo tocou sua boceta —em cada lado de seu clitóris exposto— vibrando rápido. Zumbido. Ela olhou para baixo. Os anéis vibradores sobre os polegares dele mal roçavam sua protuberância sensível. —Oh, ohhhhh. — As sensações se intensificaram e a necessidade de gozar cresceu e cresceu. Ela tentou rebolar, se mover. Mesmo com seus polegares contra ela ali, suas mãos podiam se estender pelo topo de suas coxas e segurá-la no lugar. — Buuuuullll. — Sua frequência cardíaca acelerou, seus músculos ficaram tensos. Ela pairou no precipício, cada nervo gritando. Ele pressionou as vibrações contra ela com mais força, ao mesmo tempo que seu controle impiedoso apertou suas coxas. —Eu quero ver você gozar. Sentir você tremendo em volta do meu pau. Seus olhos negros seguraram os dela quando o orgasmo caiu sobre ela, consumindo-a, e ela estremeceu com um prazer alucinante em torno do membro grosso imóvel dentro dela. Descartando os anéis vibradores, ele colocou as mãos em seus seios, beliscando e rolando seus mamilos, sobrecarregando seus nervos com as sensações devastadoras. Antes que as ondas do clímax diminuíssem, ele agarrou sua bunda e a levantou, então a puxou para baixo em seu pau. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Um gemido explodiu dela com o prazer deslumbrante. Madonna, ele era tão grande. Seu orgasmo continuou e continuou enquanto ela descia sobre ele repetidamente, sentindo cada impacto através de seu corpo inteiro. O olhar dele estava em seus seios saltitantes, e o sorriso dele era puramente carnal. —Minha vez, mulher. — Agarrando seus quadris, ele ergueu sua bunda para empurrar dentro dela, enviando um prazer abrasador por seu clitóris inchado. Então ele assumiu o controle, levantando-a como uma boneca, puxando-a para baixo, martelando dentro dela, profundamente e com força, obtendo seu próprio prazer com uma necessidade feroz que satisfazia algo dentro dela. Os tendões em seu pescoço se destacaram, e ela se deleitou ao ouvir seu grunhido baixo de satisfação quando ele gozou dentro dela. Depois de um minuto, ele a puxou para cima dele. Com um suspiro, ela deitou a cabeça em seu peito largo. Seu coração ainda estava acelerado e seus músculos pareciam mais fracos do que macarrão cozido demais. —Mmm. — O ronronar dele de satisfação era algo que ela nunca se cansaria de ouvir. Antes que ela adormecesse completamente, ele gentilmente puxou para fora, saiu de debaixo dela para se livrar do preservativo, então limpou os dois. Ela deveria se levantar também. Ela precisava voltar para seu próprio lugar. De alguma forma, ela ficou mais tempo no jantar do que planejava. Caz continuou enchendo sua taça de vinho, e Audrey trouxe um jogo de tabuleiro que ela achou que Regan gostaria. Parecia tanto estar na casa da Nonna que Frankie não conseguiu ir embora. —Você está pensando muito, querida. — Puxando as cobertas, Bull a deslizou para baixo e a apertou contra seu lado, seu corpo diminuindo o dela. —Eu deveria ir, — ela sussurrou. —Eu quero que você fique. — Bull deu um beijo no topo de sua cabeça. — Nós queremos que você fique. Ela ergueu a cabeça para olhá-lo fixamente. —Nós? Sua família te diz que mulheres levar para a cama? Isso é simplesmente errado. Ele estava rindo demais para falar por um momento. Então ele estalou os dedos e Gryff plantou duas patas no colchão. —Gryff, diga a Frankie que você quer que ela fique. Uive, amigo. Com o nariz empinado, Gryff soltou um longo uivo de lobo, então esperou pelo elogio. —Bom trabalho, Gryff. Perfeito. — Bull coçou atrás de uma orelha fofa e sorriu para Frankie. —Ele tem praticado. Rindo, Frankie deu um tapinha no pelo fofo. —Isso foi incrível, Gryff. Você é um ótimo cachorro. —Nós queremos que você fique, — disse Bull com uma voz presunçosa. —Você não gostaria de ferir os sentimentos de Gryff , não é? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ouvindo seu nome, Gryff balançou o rabo e lambeu a mão dela. Ele tinha convertido os suplicantes-olhos-castanhos em uma arte. Ela fez uma careta. —Usar um cachorro é uma técnica desleal, Skull. Com um gemido, Gryff decidiu que a cama não deveria ser apenas para humanos e pulou, se enrolando em um círculo aos pés. Frankie olhou para ele. Que expressão presunçosa no rosto peludo. —Ah... ter Gryff na cama te incomoda? — Bull perguntou — e ela teve que reprimir um sorriso. O homem era tão autoconfiante que um pouco de preocupação ficava bem nele. Agora, como Mama diria isto? Frankie assumiu a expressão e a voz da rainha do gelo. —Você sabe que os animais não pertencem à mobília. —Certo. — Bull suspirou. —Gryff , amigo, você... Ela começou a rir. —Porra, mulher, você brincou comigo? — Os olhos de Bull enrugaram. Ainda rindo, Frankie se sentou por tempo suficiente para despentear o pelo de Gryff e beijar sua cabeça peluda antes de se aninhar ao lado de Bull. —Eu adoro que ele durma na sua cama. —Não acredito. Ela suspirou. —Eu costumava implorar por um cachorro ou gato; havia tantos que precisavam de casas. No que dizia respeito à Mama, a única pele em uma casa deveria ser do tipo usado como capa. —Estou te vendo arrastando para casa alguns perdidos e pedindo para mantê-los. — Bull segurou sua bochecha com a palma da mão, passando o polegar sobre sua pele, e a simpatia em sua voz foi quase sua ruína. Ela engoliu em seco. —De qualquer forma, estou feliz que você tenha Gryff e que ele esteja na cama. —É um alívio. — Bull relaxou, puxando-a para mais perto. —No entanto, eu realmente não deveria passar a noite. — Ela esfregou o rosto em seu ombro. —Você sabe como eu me sinto. Sexo matinal é como amigos com benefícios. Passar noites, dormir juntos leva a relacionamentos e... —Querida. — A diversão em sua voz a paralisou. Ela olhou para ele. —Você está muito atrasada. Já temos um relacionamento, não importa como você o rotule. Fazer amor é apenas isso — quer o sol esteja alto ou não. — Ele acariciou suas costas. Sua respiração parou quando ela ouviu a certeza nas palavras dele. Ele estava certo. Eles não transavam; eles faziam amor. —Eu sei que você planeja partir no final do verão, — ele disse gentilmente. —Vamos ficar juntos enquanto podemos. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Sim. — A palavra escapou dela, porque não havia nenhum outro lugar que ela preferisse estar do que com ele. Em sua cama com os braços em volta dela, com a cabeça de Gryff apoiada em seu pé. Parecia um momento perfeito de puro contentamento e felicidade. Como se houvesse céus estrelados e violinos pungentes e... Ela piscou. —Eu pensei que estava meio sonhando, mas isso é um violino. De verdade. Bull deu uma risadinha. —De verdade. Hawk se senta em seu deque e toca quando está tendo problemas para dormir ou um dia ruim. Nós todos… Com uma carranca, Frankie apoiou um braço sobre o peito para que ela pudesse se levantar e observar Bull na penumbra. Devia ser extremamente tarde se o sol finalmente se pôs. —Vocês todos... o quê? Ele suspirou. —Todos nós servimos. Vimos ação no exterior. Merda feia, Frankie. E todos nós temos pesadelos ou dias ruins por causa do que vimos. E fizemos. Enquanto seu coração se derretia de ternura, ela acariciou seu rosto em uma tentativa inútil de acalmá-lo. —Não é justo que ser corajoso e arriscar a vida signifique sofrer por isso depois. Devia ser um único-momento de confusão, então assunto encerrado. Ele bufou. —Concordo. Se ao menos ela pudesse acenar com uma varinha mágica e tornar tudo melhor. Deve ser assim que as mães se sentem quando seus bebês se machucam. No entanto, ficou toda terna e confusa que seu cara durão admitiu não ser um super-homem. Ela suavizou seu tom para meio provocador e meio sério. —Vocês todos tocam violino? —Jesus, isso seria um pesadelo. Não. Mas todos nós passamos horas sob as estrelas, no deque ou no gazebo. Esperando que as memórias desapareçam, absorvendo a paz. — Ele correu um dedo ao longo da curva de sua orelha. —Se eu acordar à noite, é por isso. —Ok. Mas, esteja avisado, meu orsacchiotto. Já que isso agora é um relacionamento, se você ficar fora muito tempo, vou sair e encontrar você. —Você vai? — Sua voz tinha o ronronar estrondoso que ele usava quando estava satisfeito. E ele a puxou para um beijo carinhoso.

CAPÍTULO QUINZE Manter a aparência de ter todas as suas bolas de gude é um trabalho árduo, mas importante. ~ Sara Gruen

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Em uma tarde ensolarada, dois dias depois, Hawk se sentou com os pés apoiados na grade do deque. Gryff estava deitado ao lado de sua cadeira. Se Bull não estivesse em casa, o cão se agarraria a quem quer que estivesse do lado de fora — até mesmo Hawk. Hawk estudou o vira-lata. —Eu não mencionei que não gosto de cachorros? Grandes olhos castanhos encontraram os dele, chamando-o de mentiroso e Hawk baixou a mão ao lado de sua cadeira para acariciar o pelo macio. Gryff bateu com o rabo nas tábuas e então deitou a cabeça com um suspiro de contentamento. Hawk balançou com a cabeça. Ele tinha companhia enquanto tocava. Huh. Ele enfiou o violino de volta sob o queixo. Ele tinha estado tocando na última hora. Fazendo serenata para a senhora do lago. Anos atrás, um co-piloto pagão disse que tudo na terra tinha seu próprio espírito — árvores, lagos e montanhas — e Hawk zombou. Então vieram anos de chafurdar no sangue, rodeado pela morte... e a crença silenciosa do homem na... vida ... cresceu em Hawk. Quem diria? Era um conforto pensar que o espírito do lago gostava de sua música. Ele até compôs algumas músicas para ela. O silêncio foi perturbado pelo som de um veículo na estrada particular deles e pela abertura e fechamento de uma porta de garagem. Gryff deu um latido baixo e correu pela grama até o deque de Bull. Com o nariz encostado no vidro, o cachorro estremeceu de ansiedade. Acho que Bull estava de volta. Provavelmente para se preparar para o trabalho. Ele estava sozinho ou com a yorkie? Ela passou a noite após a refeição italiana e ontem à noite, também. A boca de Hawk se torceu. Seus irmãos tinham encontrado namoradas. Nenhuma surpresa. Eles eram muito bonitos. Se davam bem com as pessoas. As mulheres perseguiram os três com a tenacidade de uma matilha de coiotes atrás de coelhos. Deve ser bom ser o foco desse tipo de atenção. Não que Bull gostasse disso. Nem um pouco, porra. Hawk olhou para Gryff, ainda esperando na porta. Bull estava completamente confortável com um cachorro dando patadas nele, exigindo atenção, encostado nele. Ele não gostava disso numa mulher. Não, isso estava errado. Bull tinha sido abertamente afetuoso com aquela ex-mulher dele. Hawk negou com a cabeça. Ele só encontrou Paisley uma vez, mas ela parecia ser toda uma beleza superficial, sem nada por baixo. Pelo silêncio de Bull sobre seu casamento, a mulher provavelmente o havia ferrado. A simpatia fez Hawk se sentir, talvez, menos aborrecido porque Bull tinha tomado a mulher que Hawk havia considerado brevemente dar em cima. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ideia estúpida, realmente. Ele não podia competir com seus irmãos. Como o que aconteceu quando... Bull apareceu no deque e Gryff começou a girar em espirais de felicidade. Se curvando, Bull deu ao vira-lata uma coçada áspera ao longo das costelas e da bunda, depois pegou sua cesta de ovos. Eles alternavam os dias de coleta de ovos, dando a cada um deles a chance de reabastecer suas próprias despensas. Enquanto Bull cruzava o gramado, ele avistou Hawk. —Ei, mano. Está tendo um dia tranquilo? —Yeah. — Hawk franziu o cenho ao ver a expressão tensa de seu irmão — a mesma que costumava ver em seu próprio espelho. Mas... Bull? —Você está bem? —Claro, claro. — Bull começou a andar, parou e balançou a cabeça. —Não, isso é um encobrimento de merda. Essa bobagem de machões é em parte porque Mako era uma bagunça. Gabe também. Inferno, todos nós somos fodidos de maneiras diferentes. Hawk o olhou fixamente em choque. —O quê? Colocando o pé nos degraus de Hawk, Bull apoiou os cotovelos no corrimão e olhou para o lago, onde um hidroavião estava chegando para pousar. —Mako tinha TEPT. Todos nós sabíamos disso, mas ele evitou como o inferno discutir isso conosco. Ele nos ensinou essa besteira — não falar sobre nossos problemas. Quando Gabe voltou com a cabeça ferrada, ele passou o inverno sozinho na velha cabana do Sargento em vez de pedir ajuda a um de nós. A boca de Hawk se apertou. Se esconder era basicamente o que ele tinha feito uma ou duas vezes. Mas... Bull realmente não respondeu sua pergunta. —E quanto a você? —Eu estou quase sempre bem, mas... nem sempre. Tive algumas missões em que tudo deu errado — e yeah, elas voltam e me perseguem. — Bull se virou para encará-lo. —Dois meses atrás, Dante me levou a um camarada conselheiro em Anchorage. O cara é um veterano — e usa uma máquina estranha que ajuda a incorporar as memórias. —Funciona? — Esse seria o dia. Bull assentiu. —Para mim, pelo menos. Não é fácil. Duas vezes, quase vomitei. Mas os flashbacks e pesadelos e a sensação de cair em um buraco negro? Está ficando melhor. —Hã. — Hawk olhou a luz do sol ondulando na água. Bull pigarreou. —Por acaso, Doc Grayson estava perguntando sobre você. Disse que você prometeu a ele no ano passado que veria um terapeuta. Disse que se você não fizesse, ele viria e vocês dois iriam... conversar. —Porra. — O psicólogo nunca fez ameaças que ele não cumpriu. Pior ainda, Hawk havia prometido. Talvez fosse melhor ele agir como homem.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Se recompondo, Hawk se deu conta de que seu irmão se afastou silenciosamente, dirigindose ao galinheiro. Poucos minutos depois, no caminho de volta, Bull diminuiu. —Avise-me quando tiver uma consulta. Vou te levar lá uma ou duas vezes. — Ele não esperou por uma resposta. O bull o conhecia bem. *** Com o laptop à sua frente, Frankie ouvia atentamente a atividade no café. E cheirou apreciativamente o aroma achocolatado de um café mocha. Franzindo o cenho para seus e-mails, ela pensou que poderia necessitar um pouco de chocolate. Duas de suas amigas em Nova York se casaram com militares; duas das modelos Bocelli tinham amantes no ramo de segurança. Outra amiga trabalhava na defesa. Depois da reunião do clube do livro, ela perguntou a todas sobre encontrar uma equipe de mercenários de boa reputação. Suas respostas foram desanimadoras, cheias de avisos sobre os vários grupos de mercenários por vários motivos — reputações ruins, incompetentes, fraudadores, criminosos. Um cara chamado deVries havia deixado o negócio. Ela ainda tinha algumas amigas que não haviam se pronunciado... e realmente, ela estava apenas checando mercenários como o pior cenário. Talvez a próxima tarefa em sua lista de tarefas fosse melhor. Isso era duvidoso, no entanto. Ela pegou o celular, selecionou um contato e tentou criar coragem. Falar com sua família parecia ficar mais difícil quanto mais tempo ela ficava no Alasca. Talvez porque — além das viagens para ver a Nonna — este fosse o mais longo tempo que ela havia passado longe deles. Ela sentia falta deles, mas observar Bull com sua família a fez ver que a dela não era muito amorosa. Ou que apoiava qualquer coisa não relacionada aos seus próprios interesses. Claro, ela sabia disso... de certa forma. A maioria de suas amigas tinha pais maravilhosos. Mas ela nunca se afastou e realmente considerou os dela. Ela bateu no quadrado CALL. —Francesca, era hora de você retornar minha ligação. —Mama, oi. Eu vi que você ligou algumas vezes. Sinto muito, mas a recepção do celular na cabana é péssima. Esperei para ligar para você da cidade. A atmosfera na pequena cafeteria pareceu escurecer com a linguagem irritada vinda do telefone. —Mama... —Apenas me diga quando você volta. Nyla não consegue lidar com seu trabalho. Tivemos duas modelos que saíram e um fotógrafo se recusou a trabalhar com Jaxson. Birgit quer uma nova maquiadora e... ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Enquanto sua mãe continuava, Frankie pensava em como havia lido sobre criminosos mortos por terem pedras empilhadas sobre eles. Até que o peso os sufocou lentamente. Enquanto sua mãe reclamava que a ausência de Frankie havia afetado toda a família e a empresa, ela sentiu seus pulmões lutarem por ar. Ela precisava estar aqui para Kit — e em Nova York para sua família. Ela não poderia estar nos dois lugares. Seu estômago apertou até que a náusea a inundou. Ela nem sabia se Kit ainda estava no complexo. E se Obadiah a tivesse levado de volta ao Texas? —Sinto muito, Mama, mas não vou voar de volta. Não tirei férias desde que saí da faculdade. Nenhuma. Nos últimos dois anos, pedi para contratar uma assistente — alguém que eu pudesse treinar para ocupar meu lugar quando não puder estar aí. —Isso não é razoável, Francesca. Não podemos nos dar ao luxo de ter uma assistente para você. Seu trabalho não é tão essencial e se... Se minha posição não é essencial, por que você está com tanta raiva que eu me ausentei? — Mama, ouça... —Não, você vai voltar. Você teve suas férias e... Enquanto as palavras caíam sobre ela, Frankie podia sentir seus músculos ficando mais tensos. Se virando de lado, ela bateu com o braço ferido na parte de trás da cabine. Uau. Caz acabara de tirar os pontos uma hora atrás. Com muita facilidade, ela podia sentir como a bala cortou seu braço. Se o tiro tivesse sido mais preciso, ela não estaria aqui. E ela estava feita. Apenas feita com todas as reclamações. —Sabe, Mama, se eu morresse, você daria conta de tudo sem mim. Então, já que meu trabalho não é tão essencial, apenas aceite e gerencie. Houve um silêncio chocado no telefone. Frankie era a boa filha, não uma modelo prima donna, mas aquela com quem todos podiam contar. Ela não tinha mau humor, não tinha acessos de raiva. Não tinha necessidades. Para o inferno com isso. —Desculpe, Mama, mas eu preciso ir. Estarei de volta quando minhas férias acabarem. Se você acha que Nyla não pode cuidar do trabalho, então contrate outra pessoa. — Antes que mamãe pudesse responder, Frankie disse com firmeza: —Eu te amo, tchau. Com um longo suspiro, ela bateu a cabeça contra a parte de trás da cabine. —Porca miseria. —Eu sei um pouco de italiano. “Puta merda”, certo? — A dona do café serviu o cappuccino de Frankie, assim como um enroladinho de canela. —Está certo. — Frankie olhou para o prato. —Eu só pedi café. —Por conta da casa. Parece que você precisa de algo doce. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Eu poderia. — Com uma risada meio amarga, Frankie mordiscou o enroladinho. —Mmm, isso é decadente. A propósito, sou Frankie. —Uma das novas garçonetes do Roadhouse, eu sei. Eu sou Sara. Meu marido Uriah e eu possuímos este lugar. — Com cabelo castanho curto e estiloso, a pequena mulher tinha cerca de quarenta anos. Frankie a viu com sua filha pequena e um bebê. Dois filhos, um negócio e morar no Alasca explicariam por que ela era tão magra, apesar de preparar sobremesas deliciosas. —É um prazer te conhecer. Quero dizer com nomes e tudo. Sarah riu. —Depois do que, três semanas, você é quase uma regular. Você gosta de nossa pequena cidade? —Rescue é ótima. — Frankie sorriu. —Por estar tão longe de casa, adoro o som do sotaque de uma colega nova-iorquina. —Você é de Nova York? Eu ouvi esse boato e não acreditei. — Sorrindo, Sarah se sentou em frente a Frankie na cabine. —Como você escapou sem sotaque? —Deu algum trabalho. Ele retorna se eu ficar chateada, embora normalmente o italiano o domine. —Italiano, hmm? — Sarah ergueu as sobrancelhas. —Eu tinha um cara aqui na semana passada pesquisando palavrões em italiano em seu celular. Algo como “tessydee cah-so”? Frankie sentiu seu rosto corar. —Testa di cazzo. É... hum... equivalente a chamar alguém de idiota. —Tive a sensação de que ele ouviu de você. Ele era um encontro ruim? — Sarah sorriu. — Desculpe, mas eu adoro fofoca. —Já que eu também, seria hipócrita reclamar. — Frankie balançou a cabeça. —Ele não era um encontro — pelo menos, não meu. Eu peguei o homem transando com uma mulher no banheiro do Roadhouse, e ele me chamou da palavra com P por interromper antes dele terminar. —Interrompendo uma transa? Que rude da sua parte. — Sarah começou a rir. —Caras não mudam, não importa o tamanho da cidade. — Nem as mulheres, na verdade. Frankie considerou a dona do café... que gostava de fofoca. —Devo dizer que nunca conheci nenhum homem que fosse exatamente como aqueles Patriotas Zelotes. O que há com eles? —Eles. — A palavra continha uma super-porção de desgosto. —Eles acreditam em cada palavra de seu suposto profeta, Parrish, e tratam as mulheres como merda. Não os use como um exemplo de caras normais do Alasca. —Ah, outro exemplo de sistema de navegação bagunçado. Sarah deu a ela um olhar perplexo. —Sistema de navegação. O quê? —É tipo... ideias originadas na cabeça pequena de um homem — Frankie apontou para sua virilha —e passam pela rotatória pélvica antes de chegar à cabeça grande— ela bateu na testa —

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista para que eles possam pensar antes de agir. Infelizmente, os pensamentos de alguns homens nunca saem da rotatória. —Essa é uma análise assustadora e muito verdadeira. — Sarah deu uma bela risada. —Os PZs perdem muita capacidade intelectual nessa rotatória do sexo. —Huh. — Hmm. Se as coisas sexuais os deixassem sem cérebro, seria uma forma de obter mais informações? Ela precisava saber que Kit ainda estava lá. Ela disse que eles poderiam enviar Obadiah, ela e Aric de volta para o Texas. Seria horrível invadir o complexo e descobrir que Kit nem estava no estado. —Eu poderia ter chamado a polícia, em vez de gritar no banheiro libertino, — disse Frankie. —Mas não conheço JJ bem ou como ela reagiria. Sarah sorriu. —A oficial JJ teria arrastado a bunda dele para fora do bar, o jogado no estacionamento e dado uma surra... sem levantar a voz. —Hã. Eu levantei minha voz. Acho que os habitantes do Alasca são menos rudes — ou ela gosta dos tipos de libertinos como os PZs? —JJ? — Sarah começou a rir. —Ela é uma mulher no que os idiotas consideram uma profissão de homem e tem sofrido por isso desde o primeiro dia de sua carreira. Ela só está no Alasca desde o outono passado —ela é de Nevada— mas eu sei que ela adoraria chutar algumas bundas PZ. Isso soou bem. Ainda assim... é melhor ela ter certeza. Frankie balançou a cabeça. —É estranho, mas juro que ouvi que um dos policiais era um Patriota Zelote. —Oh, você está pensando no oficial de patrulha cujo lugar ela ocupou. O oficial Baumer era um PZ... até as barras se fecharem atrás dele. Nem JJ nem Gabe eram Patriotas Zelotes. O alívio varreu Frankie; ela gostava dos dois. E o último oficial estava na prisão. —Tenho certeza de que o oficial Baumer está se sentindo solitário. Devíamos enviar alguns de seus amigos fanáticos para lhe fazer companhia. Sarah deu uma risadinha. —Em prol de JJ, a mulher tem talento para dispersar situações. Ela é incrivelmente controlada. Ela nem fala palavrões... ao contrário de algumas italianas de quem já ouvi falar. — Sarah piscou e Frankie sabia que ela havia encontrado outra possível amiga. Frankie torceu o nariz. —Pelo menos eu xingo em outra língua para não ofender todas as pessoas que falam inglês. —Você vai ter que me dar um guia de tradução, — disse Sarah. —Apenas para... fins educacionais. Frankie riu. Com expressão séria, Sarah traçou um dedo em uma mancha úmida da mesa. —Falei com Harvey outro dia. Sobre você e Bull fazendo essa intervenção de dramatização. Oh-oh. Frankie aguardou, esperando que a conversa não fosse ficar feia.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Harvey tem sido nosso amigo desde que meu marido e eu chegamos em Rescue. — Sarah deu um meio sorriso. —Ele disse que seu comportamento estava totalmente fora de linha, e a maioria dos lugares teria perdoado sua idiotice ou o despedido. Você e Bull o educaram e deram a ele a chance de consertar as coisas. Ele realmente aprecia isso. Frankie relaxou. —Ele está trabalhando duro para fazer as pazes. Melhor ainda, ele se tornou a polícia de assédio sexual. Ninguém ultrapassa a linha na cozinha, e as jovens me disseram que estão muito mais felizes no trabalho. Sarah sorriu. —Ele ficou horrorizado ao pensar que o viam como um velho sujo. Ele disse que vai buscar um título de cavaleiro protetor em vez disso. —Estamos todos gratos por ele se sentir assim.— O pobre Bull ainda estava infeliz por não ter pegado o problema antes. Um cliente entrou na loja e Sarah se levantou. —Foi bom finalmente ter a chance de falar com você. Estamos felizes por você estar aqui. Que coisa doce de se dizer. —Obrigada. Mordiscando a massa, Frankie observou Sarah servir o fluxo constante de clientes. Alguns vieram para tomar café, outros para produtos de padaria. Uma pessoa podia comer um doce e tomar um café, ou levar uma torta ou pão para a família. Ao contrário de Nova York, onde cada loja minúscula tinha uma especialidade, as lojas Rescue muitas vezes mesclavam duas empresas em uma. Havia uma galeria de arte com materiais de artesanato e hobby. A loja de esportes que atendia aos pescadores também alugava equipamentos de esqui e bicicletas. A loja de ferragens vendia madeira serrada. Todo mundo era amigável. Ela não conseguia se lembrar de uma vez em Nova York, alguma vez, quando o dono de uma loja se aproximou para uma sessão de apresentação e fofoca. Se não fosse por se preocupar com Kit, ela estaria mais contente em Rescue do que jamais esteve em sua vida. A cidade em si era ótima. Como com aquela mulher que torceu o tornozelo. Depois de vê-la na clínica de saúde, Caz disse a seus irmãos que ela precisava de ajuda. Bull, naturalmente, se ofereceu para ir comprar comida. Toda a sua família se revezou para visitar a mulher, então a cidade descobriu, e a mulher teve mais ajuda do que ela sabia o que fazer. Frankie sorriu. Ela tinha ido com Bull na compra de comida... porque apenas estar com ele era maravilhoso. Ela com certeza falhou em manter o relacionamento deles casual. A culpa se apoderou dela. No minuto em que ela tivesse Kit e Aric em seu carro, ela estaria fora daqui, provavelmente sem se despedir, e então ela estaria de volta em Nova York. Mas... ele sabia que o tempo deles acabaria. Ela além do ponto sem retorno; qualquer tentativa de proteger seu coração de ser quebrado era inútil. Então, ela simplesmente saborearia cada momento que pudesse passar com ele. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Porque ele valia a pena a dor. *** No Roadhouse, Bull esperou a chegada de Frankie. Ontem, os empreiteiros terminaram de remodelar a sala tão grande que produzia eco, que continha apenas sua mesa e seus arquivos. Agora havia uma área de conferências com uma mesa redonda que acomodava uma dúzia de pessoas. A parte traseira estava dividida em dois escritórios com divisórias de absorção de som. Um era dele. O outro estava equipado com uma mesa, computador, telefone e os habituais equipamentos de escritório. Pronto para um gerente, seja ele quem for. Ele sabia quem ele queria. Frankie seria uma excelente administradora e ele esperava que o cargo lhe desse um incentivo para ficar. Talvez a posição lhe mostrasse como ela poderia se encaixar no Roadhouse. Com a cidade. Com ele. Ele queria que ela soubesse o quanto confiava nela... e precisava dela — yeah, isso também. O trabalho tinha tomado conta de sua vida, e ele não percebeu isso até que não conseguiu encontrar minutos suficientes em seus dias para passar com ela. Ele estava sobrecarregado, sem dúvida. O Grupo de Investimentos do Sargento — todos os negócios e edifícios que Mako lhes legou — exigia restauração, aluguel, venda, gerenciamento. E ele tinha seus próprios negócios. Felizmente, sua cervejaria Bull's Moose em Anchorage e seus restaurantes em Anchorage e Homer tinham gerentes. Mas ele precisava de ajuda com o Roadhouse aqui. Encomendar guardanapos e talheres, montar a programação dos funcionários, organizar o dia-a-dia? Nada de que ele gostasse. Ser bartender, entretanto, era agradável — e possuir um negócio significava que ele deveria fazer as coisas divertidas. Trabalhar todas as horas precisava parar. Ele precisava de tempo para sair com os irmãos, ensinar Regan a cozinhar e ficar com Frankie mais do que o treino de luta e sexo. Embora... o treino de luta e o sexo fossem incomparáveis. Ele sorriu. Bons momentos. O som de pneus triturando o cascalho veio pela janela aberta e Frankie estacionou o carro ao lado de sua picape. Abrindo a porta traseira do escritório, ele acenou para Frankie entrar. Quando ela entrou, ele começou a se abaixar para beijá-la. Não. Eles concordaram em manter negócios e relacionamentos separados. Acho que isso significava nada de sexo na mesa do escritório, caramba, o que era uma pena, porque ela cheirava como se tivesse acabado de sair do chuveiro. O sabonete dela que o fez pensar em florestas escuras e luas cheias — e fazer amor lá fora. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Se concentre. —Obrigado por vir hoje. — Ele gesticulou em direção à área de conferência. —Eu queria essa discussão em um local mais formal. Suas sobrancelhas se juntaram. —Algum problema? Esta é a versão do Alasca de um aviso prévio? —Não, nem perto. — Com a expressão preocupada dela, ele mal conseguiu evitar abraçá-la. Depois que ela se sentou à mesa, ele se sentou. —O único problema que tenho com você é que você é qualificada demais para ser uma garçonete. Desde a semana que você começou, você assumiu cada vez mais responsabilidades — surgindo com ideias inovadoras, trabalhando na decoração, ensinando os novos garçons. Você está atuando como gerente e gostaria que tivesse o título e o salário. Ela olhou para ele. —Você o quê? —Isto não pode ser uma surpresa. Não com o que tenho tido você fazendo. Ela ficou pálida. —Eu pensei que você estava apenas com falta de mão de obra. Queria que eu ajudasse. —Estou com falta de mão de obra. Eu não tenho gerente. Eu quero que você faça isso. Ela balançou a cabeça. —Eu... eu não posso. Eu tenho um trabalho em Nova York. Eu não posso ficar aqui. Droga. —Não pode — ou não quer? Por que você está aqui, afinal? —São férias. — Sua mandíbula estava tensa. —A agência de modelos me contratou um dia depois de deixar a faculdade, e as únicas férias que tirei desde então foram para ir ao casamento de uma amiga no Texas. — Ela olhou para as próprias mãos, cruzadas na mesa. —A maioria das pessoas não arruma um emprego durante as férias. — Ele manteve seu nível de voz. Sem confronto. Ela empurrou o cabelo para trás, seu olhar ainda desviado. —Eu queria conhecer pessoas. Eu gosto de pessoas. Trabalhar é a maneira mais fácil. —Eu vejo. — Se ele não aprendeu nada mais em sua vida, foi que dizer a alguém que eles eram mentirosos encerrava uma conversa bem rápido. Mas... pelo amor de Deus. Estas não eram férias para Frankie. Além da caminhada em que foi baleada do lado de fora do complexo PZ, ela nunca tinha ido passear. —Você tem ideia de quanto tempo vai ficar em Rescue? —Hum...— Ela mordeu o lábio. —Não estou pronta para voltar para Nova York. Ainda não. Mas terei, eventualmente. Ainda não era bom. Nunca seria melhor. Ele mal conseguiu resistir a agarrar a mão dela. — Você disse “terei”, não quero. Talvez você deva buscar o que te faz feliz, em vez do que você acha que é obrigada a fazer? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sua cabeça se inclinou. —Este é um caso de “faça o que eu digo e não o que eu faço”? —Me perdi. — Bull se endireitou. —Eu amo meu trabalho. —Sim, você está feliz no trabalho. Mas você quer mais do que apenas trabalhar. Eu vi sua expressão quando Regan pula no colo de Caz, quando seus irmãos estão abraçando suas namoradas. Você quer ter sua própria família. Por que você não vai atrás disso em vez de trabalhar o tempo todo? Ela estava certa. Ele queria o que Caz e Gabe tinham. E... se ele respondesse honestamente, ele poderia assustá-la direto de volta para a Costa Leste. Em vez disso, ele sorriu. —Farei isso quando chegar a hora certa. Estávamos discutindo sua felicidade e... Digamos que você não parece ansiosa para voltar para Nova York. Sua boca se apertou e a infelicidade passou por seu rosto novamente. Inclinando-se para trás, ele olhou mais a fundo, estudando sua linguagem corporal. Ela não estava com medo do que a esperava em Nova York. Ela não tinha fugido da cidade como Audrey fugiu de Chicago. Mas Frankie também não estava aqui para se divertir. Se qualquer coisa, ela parecia... determinada. Como quando ele e sua equipe SEAL tinham feito o reconhecimento de uma cidade, pegando empregos, assumindo papeis, esperando até que a missão avançasse. Não sabendo quando seria. Ela estava aqui por uma razão, mas pressioná-la por respostas a forçaria a mentir para ele. Era hora de dar um salto de fé. —Frankie. — Ele esperou até que ela finalmente encontrasse seu olhar. —Ainda gostaria de lhe oferecer o cargo de gerente, mesmo sabendo que você vai embora quando chegar a hora. Você já está fazendo a maior parte do trabalho. Eu gostaria de despejar o resto em você. Ela exalou lentamente. —Você está louco, Bull. Você não me conhece. —Mas estou tentando. — Ele colocou a mão sobre a dela. —Algum dia, espero que você confie em mim o suficiente para me dizer o que realmente trouxe você aqui. Ela piscou com força, baixando o olhar. —Não é... eu confio em você. Havia isso, pelo menos. Como se infeliz com o que ela disse, ela se levantou apressadamente. —Eu vou assumir a posição. Me mostre o que preciso saber e quais são as minhas funções. Festejar provavelmente assustaria sua pequena presa para fora da sala. Ela franziu o cenho. —Ainda quero trabalhar como garçonete no bar. Eu não vou desistir. Interessante. Por que tão inflexível? —Você vai fazer a programação. Isso estará sob seu controle. —Oh. Tudo bem então.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Enquanto ele liderava o caminho para o escritório dela, ele sentiu sua própria determinação crescendo dentro dele. Dane-se se ele não descobriria o que estava acontecendo com ela.

CAPÍTULO DEZESSEIS Existem duas maneiras de fazer algo... da maneira certa e, novamente ~ US Navy SEALS Na floresta do parque da cidade, Frankie tropeçou em uma raiz e usou seu cajado para se segurar. Ufa. Cair de cara realmente machucaria, já que ela estava usando algo que parecia um mini telescópio sobre o olho esquerdo. O suporte para cabeça, que consistia em um monte de tiras ao redor de sua cabeça, segurava o dispositivo monocular de visão noturna —o NVM— sobre seu olho esquerdo. Parecia que ela estava olhando para um mundo verde brilhante através de um rolo de papel higiênico. Não admira que ela ainda estivesse tropeçando de vez em quando. Grrr. Era totalmente incrível. Ela podia realmente ver até mesmo nesta floresta densa onde a luz da lua mal penetrava. Depois de alguns dias de prática, ela havia melhorado muito. Seus lábios se firmaram. Ela precisava ser perfeita se ia levar Kit e Aric para fora do complexo em uma semana. Mesmo com os desajeitados alicates e equipamento indo para o complexo e Aric em uma mochila para carregar bebê nas suas costas na saída, ela teria que ser rápida e silenciosa. Mas as coisas estavam se encaixando... e, para sua surpresa, ela passou a amar a quietude da floresta densa, os pequenos farfalhar dos animais, o cheiro das sempre-vivas, os padrões de luz e sombra. Havia uma espécie de paz aqui que ela nunca encontrou em nenhum outro lugar. Teria sido ainda melhor se suas caminhadas não tivessem nada a ver com os fanáticos membros do culto. Ontem, quando ela estacionou perto da cabana de Chevy, ela teve a chance de perguntar a Tina se ela deveria se preocupar em encontrar PZs se ela estivesse lá à noite. Para alívio de Frankie, os Zelotes patrulhavam seus perímetros durante o dia, nunca depois de escurecer. O que significava menos chance de ser pega quando Kit e Aric atravessassem a cerca. Tendo aprendido uma lição dolorosa sobre chegar muito perto do complexo, Frankie foi extremamente cuidadosa para ficar fora de vista. Amanhã, ela faria outra caminhada diurna até o complexo e desta vez marcaria a trilha com a tinta reflexiva transparente. Ela testou alguns pontos aqui no parque — fazia uma mancha branca brilhante quando ela estava usando o NVM — e era invisível durante o dia. Se os PZs não saíssem à noite, eles nunca veriam a tinta. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista No centro da floresta, ela sorriu e fez uma rápida dança feliz. Então congelou. O que é que foi isso? Gritos, vaias... e tiros. Ainda assim, não parecia muito perto, e os gritos soaram como um bando de bêbados se divertindo. Bem, era sábado à noite. Ela fez mais um circuito dentro da floresta, desta vez lutando tanto pela graça — ha! — e pelo silêncio. Bom trabalho, Frankie. Uma olhada em seu telefone — usando o olho sem equipamento — mostrou que ela precisava ir embora. O Roadhouse ia fechar e Bull viria buscá-la em breve. Depois de guardar tudo em sua pequena mochila, ela correu pela larga trilha de cascalho em direção a casa. Quase lá, ela diminuiu a velocidade ao som de gritos. Fora da última cabana, vários homens estavam jogando suas bagagens em dois veículos enquanto alguém gritava com eles. Depois de um segundo, ela reconheceu a voz de Dante. —Não preciso de nenhum idiota drogado atirando na área. O custo de consertar as janelas, portas e mesas de piquenique estará em seus cartões de crédito, e vocês com certeza vão pagar a conta, ou mandarei a polícia cobrar. —Você vai se arrepender de nos expulsar, seu bastardo, — um gritou de volta. —Foda-se velho idiota, — disse um homem para outro. —Mande a porra da polícia, veja se nos importamos. — O aço dos numerosos piercings do homem brilhou nas luzes da cabana. Frankie balançou a cabeça e decidiu ficar dentro do abrigo das árvores até que eles fossem embora. Mesmo daqui, os homens pareciam violentos. Dante aparentemente sentiu o mesmo, já que sua espingarda permaneceu apontada o tempo todo. Ela franziu a testa e esperou que não fossem suas janelas que tivessem sido alvejadas.

CAPÍTULO DEZESSETE É necessário que aprendamos com os erros dos outros. Você não vai viver o suficiente para fazer todos eles você mesmo. ~ Alm. Hyman G. Rickover, Marinha dos EUA Frankie ainda não era gerente há uma semana, mas já adorava. Na terça-feira à noite, ela caminhou pela seção de restaurantes do Roadhouse, verificando se a recepcionista estava acomodando as pessoas de maneira equitativa, de forma que nenhum garçom ficasse sobrecarregado, se o commis era rápido e meticuloso limpando as mesas, se os

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista copos eram mantidos cheios, se a comida era servida prontamente quando liberada. E se os clientes estavam sorrindo. Definitivamente isso. Ela ainda não conseguia acreditar que Bull havia lhe dado o cargo, apesar de saber que ela voltaria para Nova York. E iria deixá-lo. Ela não queria. Apenas... não queria. Não o ver todos os dias? Não ser capaz de se enrolar contra ele durante a noite? Ou ouvir sua voz mais grave do que grave quando ele brincava com ela durante as sessões de sparring? Ela não tinha certeza se poderia suportar. Além disso... a ideia de voltar para a Bocelli’s fez seu estômago embrulhar como se ela tivesse bebido ácido de bateria. A atmosfera aqui era tudo o que a Agência Bocelli não era. Claro, ela tinha que lidar com clientes desagradáveis e bêbados no bar, mas eles não eram nada comparados a clientes de publicidade e sessão de fotos, todos perfumes e sorrisos brancos e animosidade oculta. A equipe do Roadhouse fazia com que as poucas irritações dos clientes parecessem irrelevantes. Os garçons e os chefs não eram da família — ela não iria tão longe — mas eram mais do que meros colegas de trabalho. Eles brigavam, certamente, mas não havia competição acirrada, nem traição. Se ela ficasse atolada, Felix notaria e pegaria algumas de suas mesas. Se um bêbado tentasse incomodá-la, Bull ou Raymond perceberiam. Como quando um pescador insistente agarrou a mão dela. Antes que ela pudesse dar um tapa na cabeça dele com a bandeja, Bull gritou. — Idiota, solte-a, ou vou arrancar seu pau e enfiar na sua garganta. — O pescador viu o olhar feio de Bull. Com um grito, ele a soltou e se desculpou. Bull a estudou por um longo minuto, então sorriu e acenou com a cabeça, deixando para ela decidir se lançaria o cara para fora. Ela amava isso também — que ele confiasse nela para lidar com as coisas. Como ele avisou, ele despejou todos os problemas administrativos sobre ela. Na última semana, ela havia definido o menu noturno italiano, o design e a decoração. Contratou mais funcionários sazonais. Instruiu e avaliou novos garçons e ajudantes de garçons para o bar e o restaurante. Fez listas de compra e reposição. Em vez de se sentir estressada, ela estava se divertindo de uma maneira que não fazia desde que começara na empresa de Mama. Como ela se deixou ficar presa em um trabalho que ela não gostava? Por causa das expectativas e pressões da família. Sua boca se apertou. A palestra de Mama na semana passada foi semelhante a uma que ela deu quando Frankie era pequena e faltou à aula de dança para comprar sorvete com uma amiga. Como ela odiava aulas de dança. Mama disse que a dança ensinava a postura e a graça necessárias para ser modelo, outra coisa que Frankie não queria. Mesmo quando criança, ela considerava um trabalho chato. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sua mãe não tinha ouvido até que dois valentões machucaram o rosto de Frankie. Com o horror de Mama às cicatrizes e a intervenção de seu pai, ela teve permissão para fazer artes marciais em vez de dançar. O que seria necessário para convencer sua mãe a ouvi-la? Afastando os pensamentos infelizes, Frankie sorriu para a próxima mesa de turistas. —Como estava sua refeição hoje? Esta podia ser sua parte favorita do trabalho. Ou talvez tenha sido arranjando o software de programação e conversando com a equipe, para que todos ficassem 90% satisfeitos com seu tempo dentro e fora. Cem por cento não era alcançável — a vida acontecia — mas pelos sorrisos felizes quando as pessoas viam os horários, ela se saíra melhor do que Bull. Ajudou que todos estivessem dispostos a falar com ela e fazer pedidos. Não importa o quão amigável e razoável, Bull realmente era intimidante, mesmo sem acrescentar que ele era o proprietário. Já que ela tinha o controle da programação, ela se atribuiu as horas que queria trabalhar no bar — sua melhor chance de falar com os Patriotas Zelotes. Fazia quase duas semanas desde o início do bloqueio. Certamente seus exercícios de treinamento tinham acabado. Entre suas visitas de garantia de qualidade com os clientes, ela arbitrou uma disputa sobre responsabilidades de cozinhar na linha, providenciou para Wylie um termômetro sonda de cozinha com cabo e se deu ao luxo de pedir castiçais que seriam incríveis para as noites temáticas românticas. Quer Bull percebesse ou não, a noite italiana seria o momento em que os habitantes da cidade trariam seu alguém especial aqui para jantares românticos. Quando o restaurante começou a fechar, seus pés doíam — e ela ainda estava feliz. Tirando seu crachá —aquele que dizia GERENTE— ela parou ao lado de Wylie, que estava desligando o equipamento. —Vou trabalhar no bar por um tempo. Ele franziu a testa. —Ir e voltar entre empregos não é saudável. Bull não deveria pedir que você fizesse isso. —Ele não fez isso. — Frankie sorriu com a onda de som vindo da seção do bar. —Gosto de trabalhar no bar. —Jesus, menina, você é tão louca quanto ele. Primeiro, o dono quer ser bartender, agora a gerente quer servir bebidas? —Meu caro chef, decidi que todos vocês, do Alasca, são loucos e, como moro aqui agora, estou adotando essa mentalidade. O resto do pessoal da cozinha começou a rir. No bar, Felix saudou sua chegada com um sorriso largo e aliviado. —Você é minha heroína, garota. Está uma loucura esta noite. Podemos adicionar outro garçom para os turnos do meio da semana? —Vou ter isso arranjado. — Pegando seu telefone, ela adicionou isso à sua lista de tarefas. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Então, quem estava aqui esta noite? Havia a usual dispersão de moradores e pescadores em botas, jeans e camisetas. Um terço ou mais eram turistas em trajes extravagantes. Alguns funcionários do resort McNally estavam presentes — querendo se divertir e vestidos para atrair. Frankie notou uma loira de salto alto e suspirou de inveja. —Dê uma olhada nessas botas. Felix seguiu seu olhar. —Oooh, legal. É uma pena que os sapatos mais bonitos nunca venham do meu tamanho. Pelo menos não aqui no Alasca. São Francisco, entretanto... —Em vez disso, você faz compras online? —Ah, claro, mas falta toda a vibração de comprar coisas sexy, sabe? — Ele balançou as sobrancelhas. —Os computadores não flertam como os balconistas. Ele era o maior paquerador que ela conhecia, muito parecido aos fotógrafos de moda que elevaram as brincadeiras sexy a uma forma de arte. Enquanto ela acariciava seu braço em simpatia, ela viu os homens que ela esperava ver —os PZs— e seu pulso acelerou. Seus cenários de treinamento devem ter acabado agora. Kit ainda estava lá no complexo? —Felix. — Frankie acenou com a cabeça em direção à parede frontal com os chifres de caribu montados e fotos. —Eu cuido da seção Rudolph. —Os fanáticos estão lá. — Suas sobrancelhas se uniram. —Garota, você escolhe a seção deles toda vez que tem uma escolha. Você não deve se envolver com essas pessoas. —Você acha que eu levaria as besteiras deles a sério? — Ela deu um muxoxo. —Quando eu os vejo, tudo que posso pensar é que em algum lugar um circo está perdendo seus palhaços. Felix bufou. —Ok então. Não vou me preocupar, mesmo se não entender. Ela sorriu. —Como todos os palhaços, eles são divertidos. —Não é a palavra que eu usaria, mas a seção é sua. Frankie entrou em contato com o bartender e começou a trabalhar. Era bom que Bull não estivesse aqui. Ela realmente não queria que ele a visse perto dos PZs. Assim que pôde, Frankie foi até a mesa do PZ. Depois de aceitar seus pedidos de bebida, ela recuou... e deliberadamente tropeçou nas longas pernas do homem mais velho. Ele a pegou pela cintura, suas mãos demorando antes de deixá-la ir. —Eu-eu sinto muito. — Ela fez sua voz soar embargada. —Estou apenas tendo um mês péssimo. —Sem problemas, mocinha, — disse o cara de barba preta. —Não fique tão chateada com você. —É p-porque...— A maneira como ela usou seus olhos de oh-tenha-piedade-de-mim nele teria obtido seus pontos altos de sua irmã. —Meus pais morreram em um acidente de carro no mês passado e... às vezes simplesmente me lembro. Agora, o que eles poderiam fazer a não ser dizer que sentiam muito por sua perda? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Depois que ela os tinha envolvido, episcou com força —vamos lá, lágrimas— e fungou. —Eu provavelmente nem deveria estar trabalhando, não é como se eu precisasse mais. Isso despertou o interesse. —Então por que você está aqui? — Perguntou Barba Negra. —Isso... me impede de ficar em casa e apenas chorar. Eu me sinto tão perdida às vezes, sabe? Tipo, qual é o ponto? Se ela fosse pescadora, diria que o cara engoliu sua isca, anzol, linha e chumbada. Pensando bem, o que era uma chumbada? —Ah, mocinha, isso é uma pena, agora. — Ele pegou a mão dela e a puxou para mais perto. —Parece-me que você precisa encontrar um novo propósito, não é? Alguém para te ajudar a encontrar o caminho. Não pule muito rápido, Frankie. —Eu... eu — ela olhou para baixo, tentando ser modesta — Eu acho. Talvez. —Eu me lembro de você de um tempo atrás. Você perguntou o que eram os Patriotas Zelotes. — O homem que falou estava barbeado e tinha um corte de cabelo curto. Aqui estava sua chance de trazer Kit à tona. —Eu estava curiosa. Ainda estou... talvez. Tipo assim. Algumas de suas mulheres estavam no supermercado e perguntei se elas gostavam de estar com vocês. — Frankie tentou uma expressão tímida. —Elas disseram que sim. Elas eram mais velhas, você sabe, não muito parecidas comigo, mas elas tinham uma mulher mais jovem com elas. E... espere, ela ainda está aí? Cortecurto estreitou os olhos. —Por que você pergunta? Frankie fez uma expressão insegura. —É... quero dizer, as mulheres mais velhas foram muito gentis, mas eu só esperava que houvesse gente mais jovem lá, da minha idade, você sabe. Porque... acho que nunca fiquei muito amiga de pessoas mais velhas. O homem com quem ela estava falando franziu a testa. —Ela tinha um nome? —Não, ela nunca falou, mas...— Por favor, não me deixe colocar Kit em apuros. Frankie bateu nos lábios como se estivesse pensando. —Talvez um pouco mais baixa do que eu, realmente esbelta, pele clara, olhos castanhos, cabelo castanho comprido com mechas. —Parece Kirsten, — disse um homem com uma longa barba ruiva. —Teve aquele dia em que a levamos conosco para comprar árvores de raiz firme e mudas para os jardins. — Cortecurto acenou com a cabeça para Frankie. —Ela ainda está no complexo. Suprimindo um grito de alegria, Frankie saltou na ponta dos pés como uma menina. —Legal. Quando Barba Negra pareceu surpreso com seu entusiasmo, ela confidenciou, —Eu estou realmente, tipo, mais confortável com garotas da minha idade. Mais do que mulheres mais velhas. Seu olhar percorreu seu corpo. —E quanto aos homens mais velhos? —Hum. Eu... —Ela colocou o dedo na boca e lhe lançou um olhar hesitante, não exatamente sedutor. Homens como você me dão vontade de vomitar. —Eles são... Isso é diferente. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ele deu um meio sorriso, pegou a mão dela e passou o polegar pela palma dela. Ela mal conseguiu evitar se afastar. Ele apertou a mão dela. —Acho que devemos conversar. Eu posso apontar uma boa direção. A direção certa. Ela balançou a cabeça. —Não posso falar agora; tenho de trabalhar. —Quando você sai do trabalho? — Ele acariciou seu quadril, de maneira muito familiar, o bastardo, e deslizou a mão para baixo para apertar sua bunda. Não dê um soco nele; não dê um soco nele. Ela deveria encorajá-lo? Pode ser uma maneira de entrar no complexo. Não, não seja estúpida. Ela não seria capaz de esconder seu ódio, especialmente porque apenas deixá-lo tocar sua bunda parecia muito com trair Bull. Havia apenas um par de mãos que ela queria nela. Balançando a cabeça, ela empurrou o braço do Barba Negra. Fracamente. —Oh, por favor, não. Eu sou uma boa garota. Quando o ruivo do outro lado da mesa bufou, Barba Negra lhe lançou uma carranca de repreensão antes de mover a mão de volta para a cintura dela. —Sim, eu posso ver que você é. Fico feliz em saber disso. Eu acho que você vai se encaixar bem conosco. Que tal você... —Oh! — Ela olhou por cima do ombro, como se acabasse de lembrar que tinha um emprego. —Eu preciso voltar ao trabalho. Depois de outro olhar tímido, ela saiu correndo. E tentou suprimir sua raiva. O comportamento de controle e nós-temos-todas-as-respostas teria funcionado como um encanto em Kit, especialmente logo após a morte de seu marido. Foi assim que Obadiah tinha enganado Kit. —Frankie, nachos na cozinha. — Felix chamou do outro lado da sala. Ela fez uma saudação para mostrar que o tinha ouvido e se virou para seguir nessa direção. Ela poderia dar uma corrida rápida para a cozinha para pegar o prato antes que esfriasse, e então... Um homem estava parado na entrada do Roadhouse. Aquele era Obadiah? Ela se virou apressadamente. Não, provavelmente não era ele. Ele não bebia — e Kit disse que ela parou de beber também. Até vinho. Porque o que ele quisesse, Kit faria. Frankie rosnou. Seus dedos se apertaram na bandeja que ela queria quebrar na cabeça dele. Um olhar por cima do ombro mostrou que o homem não tinha entrado no bar. Ela soltou um suspiro. Mesmo se fosse ele, ele não a reconheceria. Não a partir dos poucos segundos em uma fila de recepção de casamento. E mulheres de cabelos escuros e olhos castanhos tinham aos montes no Alasca. Ela acelerou o passo em direção à cozinha. Alguém bloqueou seu caminho.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Bull. — Seu coração deu um pequeno giro feliz, como as patas dançantes de Gryff. —O que você está fazendo aqui? —Vindo te resgatar, mas parece que você não precisava de nenhuma ajuda. Em absoluto. Oh, merda, ele a viu com os Patriotas Zelotes. —Na verdade, os stronzi estavam razoavelmente legais, para variar. Seus olhos eram negros como uma noite sem lua — e muito perspicazes. —Percebi. —Garçonete! — A chamada perfurou o barulho na sala. Frankie se virou para ver uma mesa de turistas impacientes. —Eu preciso me mover. — Ela havia passado muito tempo com os PZs. Com as sobrancelhas franzidas, Bull assentiu. —Se você estiver bem, vou começar a trabalhar. —Eu estou bem, obrigada. — Ela deu a ele o que parecia ser o sorriso mais falso da história da humanidade. A culpa beliscando seus músculos era muito mais fraca do que o desejo de enterrar o rosto em seu pescoço e implorar por ajuda. Em vez disso, ela acenou para os turistas, disse que já estaria lá e foi buscar os nachos. *** Nabera saiu da estalagem de bom humor. Antes de partir, pedira a Luka que perguntasse sobre a doce pequena garçonete, aquela que estava pronta para ser colhida. Ingênua, com dinheiro herdado e sem parentes. Luka soube que seu nome era Frankie e ela morava em uma das cabanas do velho Okie no lago. Nabera zombou ao pensar em Dante, o dono do mercado e das cabanas. O descrente fazia parte do conselho municipal e lambia o traseiro arrogante da prefeita liberal-retardada mais como um cachorro treinado do que como um homem. Nabera olhou ao redor em busca do motorista. Depois que alguns de seus Zelotes bêbados tiveram desentendimentos com o chefe de polícia durão, o Profeta decretou que os membros que viessem ao bar deveriam ser deixados e recolhidos. Mais cedo, Obadiah enfiou a cabeça pela porta para que soubessem que ele havia chegado. No carro, Obadiah abriu a porta para ele e pigarreou. —Capitão, eu não tinha certeza se deveria mencionar isso, mas...— Ele fez uma careta para o Roadhouse. —Desembuche, — ordenou Nabera. —É sobre Kirsten. De certa forma. Veja, ano passado, a amiga de Kirsten veio de Nova York para nosso casamento. Isso foi antes de nos mudarmos para o complexo no Texas.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Nabera suspirou. Isso demoraria muito mais? Ele tinha um bom zumbido e estava impaciente para selecionar uma mulher para foder esta noite. —Vá direto ao ponto, Tenente. Houve um problema quando a amiga visitou? —Nah, eu só a vi por um segundo. Ela é toda sobre os direitos das mulheres e essa besteira. Não é uma pessoa adequada para estar na vida da minha esposa. — Obadiah encolheu os ombros. —Depois que ela voltou para Nova York, exerci minha autoridade e Kirsten a abandonou. —Como deveria ser.— Nabera acenou com a cabeça em aprovação. Os incrédulos eram um desvio inaceitável do caminho do Profeta. —Não vejo qual é o problema. —Eu acabei de vê-la no bar. — Obadiah apontou para o Roadhouse. Seus tenentes se aproximaram e Conrad zombou, —Como se você reconhecesse alguém que conheceu por um segundo? —Kit tinha uma tonelada de fotos dela. Pendurada nas paredes de seu apartamento. Em álbuns de fotos, — disse Obadiah obstinadamente. —Eu reconheceria Frankie, mesmo com aquela roupa de garçonete do Roadhouse. Nabera enrijeceu. —Frankie? —Yeah. Ela até usa o nome de um homem. Ela poderia estar aqui para tentar afastar Kirsten de mim? De nós? Luka e Conrad se aproximaram enquanto Nabera cuspiu, —Descreva-a. —Ela é parte latina, — disse Obadiah lentamente. —Cabelo castanho escuro, olhos castanhos, peituda, tagarela. A descrição correspondia e Frankie não era um nome comum para uma mulher. —Ela mora em Nova York? —Sim senhor. Ela trabalha — trabalhava — em algum emprego chique para sua família rica. Agora ela estava no Alasca trabalhando em um emprego de salário-mínimo? Provavelmente não. Seus dentes se cerraram. —Ela sabe que Kirsten está em Rescue. Ela estava tentando obter informações sobre ela. E sobre nosso complexo. Ele pensou que ela era tentadora — inocente e estúpida. A vadia imunda e mentirosa. O queixo de Luka caiu. —Capitão, será que era ela operando o drone? Estava ficando cada vez pior. —As pegadas do operador eram de sapato de mulher. Ela está bisbilhotando, tudo bem. — A boca de Nabera se estreitou. —Se não tomarmos cuidado, os federais vão aparecer com mandados de busca. Eles pegarão nossas armas. Removerão nossas mulheres. Conrad olhou para Obadiah. —Sua mulher precisa... —Ela não está envolvida. — Obadiah rosnou, seus dentes mal visíveis por trás da barba marrom-amarelada. —Ela sabe que se for estúpida, seu menino chorão vai cair acidentalmente de um penhasco. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Nabera não tinha tanta certeza. A garçonete —Frankie— tinha dito, —Algumas de suas mulheres estavam no armazém, — e falou sobre a mulher mais jovem com elas. Ela tinha visto Kirsten. —A “amiga” bisbilhoteira já sabe muito sobre nós. Se ela não for parada, ela aprenderá mais. Luka enrijeceu. —O chefe de polícia está apenas esperando nós darmos um passo em falso. Nabera rosnou baixinho. Um dia aquele policial iria dirigir pela estrada secundária errada e sua cabeça explodiria. —Deixe-me pensar. Os outros esperaram respeitosamente enquanto ele considerava. Eles não podiam deixar a intrometida viva. Isso era óbvio. Mas se ela desaparecesse, haveria uma busca. Perguntas embaraçosas de porque ela estava aqui. Um acidente de carro pode funcionar, mas... ainda podia haver perguntas. E se parecesse que o alvo era outra pessoa e ela fosse —como era o termo de cidade grande? — dano colateral. Ela estava hospedada em uma das cabanas alugadas do Okie. —Luka, você não me contou sobre Dante brigando com alguém? —Sim, bando de aspirantes a gângsteres de Anchorage. Eles ficaram chapados e atiraram nas coisas. Ele os expulsou da cabana que alugaram. — Luka sorriu. —Eles quase atiraram nele enquanto se afastavam. Conrad cuspiu no chão. —Os idiotas da cidade não sabem atirar merda nenhuma. —Ainda bem. — Ninguém questionaria que os bandidos da cidade quisessem vingança — e iam adorar queimar todas as quatro belas cabanas de madeira. Com algum dinheiro como incentivo, alguns canalhas de Anchorage podiam ser encontrados para fazer uma visita às cabanas. Nabera sorriu. Valeria a pena o dinheiro para foder com o velho Okie que causou tantos problemas ao Profeta. Nabera disse a seus tenentes, —Mudança de planos. Uma viagem rápida para Anchorage agora. Não adianta adiar. — Quem sabia o que a idiota poderia fazer a seguir? —Anchorage, senhor? — Luka perguntou. —Há momentos em que é melhor contratar as coisas. Manter suas próprias mãos limpas. — A aplicação da lei não deve rastrear nada até os Zelotes. Nabera olhou para Obadiah. —Quando voltarmos, precisamos falar com Kirsten. A nova iorquina não poderia ter descoberto que Kirsten está aqui a menos que ela contasse. Matar a nova iorquina teria sido divertido, mas ouvir o grito da esposa desobediente de Obadiah compensaria. ***

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O Roadhouse estava fechado. A noite tinha sido lucrativa, Bull pensou enquanto terminava com o faturamento do bar. Perto do centro da sala vazia, Frankie esperava por ele em uma mesa, fazendo sua própria papelada. A rotina os deixava sair juntos para que ela pudesse passar a noite na casa dele. Mesmo que ele gostasse da pequena cabana dela, não era bom deixar Gryff sozinho por muito tempo. O resgatado traumatizado precisava de mais do que sua confortável casinha de cachorro no deque — ele precisava de pessoas. Depois de guardar a papelada, Bull se inclinou sobre o balcão para observar Frankie trabalhar. Uma mulher tão bonita. Embora quando ele a chamasse assim, ela risse e dissesse que era bonita o suficiente, mas suas irmãs eram as belezas. Não para ganhar elogios, apenas declarar em que acreditava. Ele não concordava. Talvez a sociedade considerasse suas irmãs mais atraentes do que ela, mas como homem, ele tinha sua própria opinião. Francesca Bocelli era linda. Porém... Sua mandíbula se apertou. Ele podia não a conhecer tão bem quanto ele pensava. Ele imaginou que ela fosse honesta e direta. Mas esta noite, o comportamento dela com os PZs o fez questionar sua capacidade de ler as pessoas. Normalmente, quando os homens tentavam tocar Frankie, ela evitava e chamava a atenção deles. Sem esforço. Ainda assim, no início desta noite, Nabera segurou sua mão, colocou o braço em volta de sua cintura, até mesmo apertou sua bunda. Ela não apenas o deixou, mas se inclinou mais perto. O flerte dela despertou sentimentos desagradáveis em Bull. Aqueles que não morreram nas horas desde então. Feito o fechamento, Bull caminhou até sua mesa. Ela se levantou e sorriu. —Pronto para ir? —Em um minuto. O sorriso dela vacilou. —O quê? —Quer me dizer o que estava acontecendo com você e o capitão Nabera? —Aquele era Nabera? Ele piscou. Ela não sabia quem era o cara? Talvez ele tenha interpretado mal a situação. — Foi Nabera quem segurou sua mão. Quem apertou sua bunda. A cor escura subiu nas bochechas dela, e a indecisão dele desapareceu. Isso era culpa em seu rosto.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Droga. Ele já havia passado por isso antes, quando Paisley o ensinou a não ignorar seu instinto. —Oh, Bull, eu estava apenas flertando um tiquinho com o comprador. Todo mundo faz isso. — Só que seu flerte tinha sido um prelúdio para foder seus clientes. Então, novamente, seu passado pode ter distorcido seu julgamento. —Talvez eu seja muito sensível por causa da minha ex.— Suas sobrancelhas se juntaram. —Ambas as ex, na verdade, desde que minha primeira esposa vadiou quando eu fui implantado. —Enquanto você arriscava sua vida, ela...— Frankie balançou a cabeça, seus olhos escuros suavizando com preocupação. —Isso deve ter sido horrível. —Yeah. Foi. Mas agora... —Ele passou a mão pela cabeça, sentindo os primeiros sinais de aspereza. Muito parecido com este relacionamento, hein? —Sei que nunca conversamos sobre como este relacionamento deveria funcionar. — Ele ficou satisfeito por ela ter reconhecido isso como um. —Mas não importa o quão breve seja nosso tempo juntos, tenho certas expectativas de... lealdade. —O quê? —Lealdade para nós dois, — acrescentou Bull. —Por exemplo, que só fazemos sexo um com o outro. Seus olhos se arregalaram, depois se estreitaram. Ela saltou de pé, as mãos erguendo-se no ar. —Eu não fodi o homem. Ele apenas segurou minha mão. —Ele acariciou sua bunda, mulher, e você deixou. Você nunca deixou ninguém tocar em você assim.— Então, por que agora? O que ele estava perdendo aqui? A boca dela se abriu — e ele esperava algum bom xingamento italiano. Mas ela suspirou e seus ombros cederam. Surpreso, Bull se aproximou dela. —O que está acontecendo, querida? Me diga para que eu possa entender. Ela recuou um passo, piscando com força, então balançou a cabeça e o olhou no rosto. E mentiu. —Nada. Não está acontecendo nada. E eu vou para casa. Foi uma longa noite. Sentindo como se tivesse levado um soco no estômago, ele olhou para ela. Sentindo como se estivesse assistindo de novo um casamento se dissolver. Assim como Paisley, ela não ia falar. Explicar. Trabalhar para fazer a coisa certa. Quando ela saiu do bar, ele ficou em silêncio.

CAPÍTULO DEZOITO

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Cada vez que alguém diz, —Espere o inesperado, o melhor curso de ação é testar essa frase dando um soco na cara dele. ~ Desconhecido Frankie ainda estava acordada. Ela socou o travesseiro novamente e se enrolou em uma bola mais apertada. Seus olhos ardiam. De chorar. E chorar. E chorar. Como ela poderia ter estragado tanto? Lidado com as perguntas de Bull de maneira tão desajeitada? Ao ler romances, ela ria da bagunça em que as heroínas se metiam e as chamava de idiotas. Todas aquelas complicações porque o homem e a mulher não falaram sobre o problema. Não é ótimo. Eu caí direto na categoria de você-é-realmente-burra. Ela não podia culpar Bull por estar infeliz por ela ter deixado Nabera apalpá-la. Ela dormia com Bull, fazia amor com ele, passava horas com ele todos os dias. Certamente, ele se sentiria como se fossem exclusivos. Era como ela se sentia também. Foi por isso que quando ela flertou com o PZ e o deixou tocála, ela se sentiu doente — e culpada. E se Bull deixasse alguma mulher segurar sua mão ou acariciá-lo? E se ele flertasse com uma mulher? Eu o matava mortinho da silva. Bull apenas perguntou por quê. Normalmente, ela não teria ficado chateada... mas ela se sentiu encurralada. É claro que ela queria compartilhar tudo com ele, mas não era a sua vida em risco. Como ela poderia viver consigo mesma se pedisse ajuda a Bull e ele fosse à polícia? A seu irmão, o chefe. Uma vez informado, Gabe teria que fazer o que a lei exigia, mesmo que um menino pudesse se machucar. Oh, o oficial da lei de cara dura era um homem gentil. Ela não tinha visto como ele era com Regan? Mas ele teria que pedir ajuda. As coisas seriam tiradas das mãos dele — e completamente fora das dela. Nabera era um fanático. Doido varrido. Ela tinha visto em seus olhos. Seria uma carnificina. —Não posso arriscar, — sussurrou Frankie, —nem mesmo por você, Bull. — Mesmo pelo que eles tinham. Poderiam ter tido. Queriam ter. Lágrimas se acumularam em seus olhos novamente. A maneira como ela se sentia agora não era nenhuma surpresa. Ela sempre soube que seu coração iria se partir. Ela apertou a mão contra o peito dolorido. Já estava quebrado. Esmagado em lascas dolorosas. Porque... ela o amava. Oh, Madonna, ela realmente amava.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela rolou de costas. O que ele estaria fazendo agora? Tentando dormir — e olhando para o teto como ela? Ou sentado com Gryff em seu deque, observando o lago. O vinho dela acabou, mas ainda assim, ela poderia sair para a água escura. Sussurrar um adeus e ver se o som chegava até o Hermitage. Certo, e quão lamentável isso a faria? E talvez... O que é isso? Um farfalhar veio de fora. Bull? Suas esperanças aumentaram tanto que ricochetearam no teto. Não boba. Ele não estaria andando pelos fundos de sua cabana. Sentando-se na cama, ela ouviu mais farfalhar. O triturar do cascalho. Outras noites, ouvindo os mesmos ruídos, ela espiou pela janela e viu um urso. Na próxima vez, foi um alce. Tão incrível. Tão, Alasca. Seu orgulho de Nova York aumentou um pouco. Havia ursos em seu estado — no alto das Adirondacks. Não que ela já tivesse visto algum. Ela se mexeu um pouco e percebeu que tomar uma taça grande de vinho antes de dormir não era inteligente — não se alguém tivesse uma bexiga exatamente do tamanho de uma xícara de chá. Cara, ela precisava fazer xixi. Ela foi direto para o banheiro em frente ao pequeno canto de seu quarto. Seus dedos procuraram o interruptor de luz. Na sala de estar na frente — e atrás dela — o vidro quebrou e coisas bateram no piso de madeira. O quê? Ela girou, metade para dentro, metade para fora do banheiro. PHOOM! PHOOM! PHOOM! As explosões ocorreram na área de estar e no seu quarto. O interior negro da cabana se iluminou como se o sol tivesse nascido. Todo o seu lado esquerdo ardia e queimava. O que estava acontecendo? Ela deu um passo mais longe para fora do banheiro para ver — e sua respiração parou. Sua cabana estava pegando fogo. As chamas subiram pelas paredes, atingindo o sofá e o tapete. E sua cama — sua cama estava queimando. Cazzo! Eu tenho que sair daqui. *** Que porra de hora era mesmo? No gazebo à beira do lago, Bull fez uma careta ao ver como o céu estava clareando para um cinza antes do amanhecer. Significava que era depois das 3:00 ou mais. Ele deveria estar dormindo. Gabe também. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Pelo menos Gryff era mais inteligente. O cachorro estava esparramado, a cabeça nos pés de Bull. Incapaz de se acomodar depois de voltar para casa do Roadhouse, Bull carregou um refrigerador com as novas cervejas sazonais da cervejaria para o gazebo com tela e acendeu a lareira. Não era este o momento perfeito para fazer testes de gosto... seu temperamento era tão ruim que nada teria um gosto bom. Yeah, ele era um idiota. Mais cedo, antes mesmo de Bull terminar uma garrafa, Gabe apareceu, vagando pelo pátio como costumava fazer quando era atormentado por pesadelos. Veteranos de combate — completamente fodidos, todos eles. Se sentando em frente a Bull, o velho aceitou uma cerveja com um grunhido e não perguntou o que havia de errado. Esse não era o jeito deles. Silenciosamente, eles compartilharam a hora mais escura da noite. Bull passou o tempo pensando em Frankie. Ela era uma das pessoas mais francas que ele já conheceu — exceto por algumas coisas. Por exemplo, por que ela estava em Rescue. Por que ela escondeu seu carro e saiu caminhando ao redor do complexo PZ. Por que ela flertou com Nabera. Qual era a conexão entre ela e os fanáticos? Era mais do que curiosidade. Sua boca se apertou. Ele teria que perguntar de novo, quantas vezes fosse necessário para obter uma resposta. Qual era a pior coisa que poderia acontecer? Ela ir embora? Ela pretendia fazer exatamente isso, então ele poderia muito bem derrubar este obstáculo. De que outra forma eles teriam a chance de ver o que tinham juntos? Ela tinha exagerado quando ele a questionou, mas... seus lábios se curvaram. Essa era a Frankie. Seus sentimentos estavam lá, e quando ela estava chateada, suas emoções transbordaram. Ele amava isso nela... e yeah, ele a amava. Porra, ele estava profundamente envolvido e sabia disso. Então, se ela pensava que simplesmente iria embora, não estava acontecendo. Ele franziu a testa. Fugir não era típico dela. Ele teria esperado que ela explodisse ao invés de se fechar e sair. Talvez por causa do que ela estava escondendo. Então. Uma visita amanhã e uma longa conversa. Um bate-papo. A palavra o fez lembrar do amigo psicólogo de Mako que aparecia e levava Bull ou um de seus irmãos para uma caminhada. Passaram-se anos antes que eles percebessem que aquelas conversas ajudaram a endireitar suas cabeças. Mako os salvou. O Dr. Grayson havia endireitado suas cabeças. Bull deu um gole em sua cerveja. Talvez ele levasse Frankie para um longo passeio pela floresta. Tinha funcionado para Grayson, certo? Missão planejada, ele olhou para seu irmão. Cerveja na mão, Gabe observava a névoa flutuando sobre o lago parado. Ao longo da última hora ou assim, as linhas de tensão desapareceram de seu rosto. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Audrey não notará que você não está na cama? — Perguntou Bull. —Ela acordou quando eu estava saindo, o que significa que tenho cerca de mais uma hora antes que ela venha me caçar. — Seu sorriso indicava que gostava que sua mulher viesse atrás dele, mesmo na calada da noite. Bull reprimiu um suspiro. Frankie disse que faria isso. Não, ele não estava desistindo do que eles tinham. —São aquelas novas cervejas experimentais? — Caz entrou no gazebo. —Sim. Por que você não tenta Old Baldy para mim? — Aparentemente, foi uma noite difícil para mais do que apenas Bull. Ele pegou uma garrafa do refrigerador e a entregou. —Você não me ofereceu essa, — comentou Gabe. —Você não gostaria, — disse Bull. —Tem lúpulo e trigo extra. Mais frutada e picante para dar uma sensação de verão. —Cerveja de verão? — Gabe bufou. —Yeah, não. Vou ter minha salada de frutas em um prato, não na minha cerveja. Depois de mover sua cadeira para mais perto da fogueira, Caz tomou um gole e saboreou. — Muito bom, ’mano. Tem gosto de verão. Esta é uma vencedora. A porta de tela do gazebo se abriu e Hawk fez uma careta para eles. —Bastardos barulhentos. — Obviamente, não pretendendo ficar muito tempo, ele vestia apenas jeans e uma camisa de flanela desabotoada. —Noite. — Bull o estudou rapidamente. Nas últimas semanas, eles fizeram tarefas de primavera — limpar o galinheiro, revolver o adubo, lavar janelas, consertar danos causados pela neve. Parecia que Hawk também tinha feito a limpeza pessoal de primavera. Seu cabelo loiro, ainda na altura dos ombros, estava nivelado, e sua barba aparada para abraçar seu queixo. O sargento ficaria satisfeito. —Experimente isso. — Ele entregou a Hawk uma Old Baldy. Hawk provou. —Não é ruim. Mais lúpulo seria melhor— ele zombou de Gabe — mas funcionaria para um churrasco numa tarde ensolarada. —Essa era a ideia. — Bull assentiu. —Vou apresentar quando eu abrir o pátio do Roadhouse. —Quando você fizer isso, então — Gabe se inclinou para frente. —Que diabo é isso? Bull se virou para seguir o olhar de seu irmão. Do outro lado do lago, uma luz vermelha piscou e cresceu. Outra luz na costa ficou brilhante, depois outra. —Isso é fogo, — disse Hawk. —Mais de um. —Foda-se. — Bull saltou de pé. —Essas são as cabanas de Dante. — Frankie. Gabe começou a dar ordens. — Caz, ligue para o corpo de bombeiros — e diga a JJ que ela está em serviço. Bull, se certifique de que a sua nova iorquina está segura. Hawk e eu ficamos com o resto das cabanas. — Ele correu em direção a sua casa. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Hawk, eu dirigirei. — O medo apertando suas entranhas, Bull correu pelo gramado até a casa com Gryff em seus calcanhares. —Amigo, guarde o lugar. Ele recebeu um woof de reconhecimento. Com Hawk no banco do passageiro, Bull dirigiu sua picape estrada abaixo. À frente dele, o jipe de Gabe virou na Avenida Swan. Eles passaram pelo lago e entraram na Lake Road. O veículo derrapou até parar na casa de Frankie enquanto Gabe continuava indo para o último dos quatro edifícios em chamas. Nos poucos minutos que levou para chegar lá, as chamas engolfaram a cabana de Frankie. —Você a vê? — Hawk saltou. Fumaça entope-garganta enchia o ar e Bull tossiu enquanto procurava por sua pequena figura. Ninguém. O medo aumentou ainda mais dentro dele. Sua porta e janelas estavam em chamas, laranja brilhante contra as paredes escuras da cabana. As toras pesadas não deveriam ter pegado fogo tão rapidamente. O padrão era muito deliberado. Este era um incêndio criminoso. Fora da luz lançada pelas chamas, as sombras eram grossas o suficiente para esconder... qualquer um. O pulso de Bull acelerou quando seu cérebro de lagarto acordou, gritando sobre o perigo. Ele silenciou a vozinha e ficou focado no objetivo: encontrar sua mulher. —Continue. Eu tenho essa. Enquanto Hawk corria para a próxima cabana, Bull correu ao redor da de Frankie. Uma lufada de vento lançou brasas pelo ar. —Frankie! —Aqui! Ao som de sua voz, o alívio perfurou seu peito como uma bala. —Onde? —Aqui dentro. — Uma mão apareceu através de uma janela quebrada. —Eu não posso...— A tosse a interrompeu. Chamas atrás da silhueta de Frankie — mas ela estava viva e de pé. Pelo momento. Porra. A janela retangular do banheiro era pequena demais para uma pessoa. Provavelmente porque não tinha sido incendiada. Seu estômago apertou. A porta e outras janelas estavam queimando. Esta era a única saída — ou ela morreria. —Espere, querida. Ele agarrou o peitoril e puxou. Não o bastante. Ele rugiu, —Hawk, preciso de você! —Chegando! — Quando Hawk apareceu na esquina, Bull moveu sua mão para um lado da moldura da janela. —Precisa de uma ajuda. Hawk agarrou o outro lado do peitoril. —Agora. Eles puxaram juntos — e arrancaram o peitoril, bem como a madeira abaixo dele. Obrigado porra. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Você está bem? — Hawk percebeu o aceno de Bull e correu para as outras cabanas. Tossindo enquanto a fumaça formava redemoinhos ao seu redor, Bull socou o que restava do vidro denteado. —Vire de lado, querida. Eu vou te apoiar. Ainda tossindo, ela assentiu. Seria um ajuste apertado. Da direção do Rescue, sirenes estavam se aproximando, quase inaudíveis sobre o crepitar do fogo. Frankie tentou se contorcer para fora da janela estreita, mas de lado; ela não conseguia usar os pés para empurrar. —Aqui vamos nós. — Bull agarrou sua cintura, apoiando-a enquanto a puxava. Sua bunda curvilínea prendeu por um segundo, e então ele teve os braços cheios de mulher. Ela estava vestida apenas com uma das velhas camisas de flanela dele — aquela que ela tinha roubado rindo para usar como roupão. —Orsacchiotto, obrigada. — Com os braços ao redor dele, ela pressionou o rosto contra seu pescoço. —Eu não achei que seria capaz de sair. Se ele e Hawk não estivessem aqui para arrancar a moldura da janela, ela não teria. O conhecimento foi um caco de gelo em suas entranhas. Pegando-a no colo, Bull a levou para longe do calor opressivo que emanava da cabana. As toras mais pesadas que formavam as paredes não tinham incendiado, mas tudo dentro do prédio seria incinerado. Ela poderia ter sido... Bull prendeu a respiração. Ele a tinha em seus braços. Podia ouvir sua voz. Até a tosse dela parecia reconfortante. Ele procurou algo para dizer... além de você quase morreu. —Dante vai ficar puto. — Apesar de seus esforços, sua voz saiu gutural e áspera. Ela enterrou o rosto em seu ombro. —Uh-huh. Colocando-a no banco do passageiro em sua caminhonete, Bull a examinou. Sem sangue jorrando. Nada quebrado. Ele afastou o cabelo do rosto dela. —Porra, eu estava com medo. Por você. As lágrimas encheram seus olhos e ela pressionou a bochecha contra a mão dele. —Eu também. Ele se virou para verificar os outros três edifícios. Quem precisava de ajuda? Caz e JJ tinham chegado e estavam ajudando um homem mais velho que estava cambaleando. Hawk estava entre dois homens na casa dos trinta, ambos tossindo violentamente. Extintor de incêndio na mão, Gabe apareceu com o braço em volta de outro cara. Pelas marcas de queimadura nas roupas do locatário, Gabe precisou pulverizar algumas chamas para tirar o cara de lá. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Todas as quatro cabanas estavam em chamas. —Mais alguém? — Bull gritou. —É isso. — Gabe gritou de volta. —Três horas! — Hawk gritou. Emboscada. Bull agarrou Frankie e mergulhou no chão. Por que diabos ele não veio armado? Ele verificou a floresta descendo a estrada. Os arbustos estavam se movendo. Houve um lampejo de roupa. Se afastando. Não é uma emboscada. Os bastardos estavam fugindo. Dois homens — não, três. Gabe disparou, —Doc, Hawk. Fiquem de guarda. — Mesmo antes dele sair correndo, Bull tinha corrido atrás dos homens. Hawk e o Doc zelariam pelos civis — e Frankie. Bull eliminaria a ameaça. Ele rugiu. Seus alvos entraram em pânico, lutando para passar pela vegetação rasteira na borda da floresta. Deixando de se ocultar, eles fugiram pela estrada em direção ao parque. Provavelmente onde o carro deles estava estacionado. Alcançando o primeiro homem, Bull agarrou seu ombro, então o ergueu e girou, jogando-o para Gabe antes de continuar atrás do resto. Um olhar de relance mostrou a ele que Hawk estava parado na frente de Frankie. Ela estaria segura. Sentada na picape, Frankie olhou enquanto Bull, JJ e Gabe perseguiam quem quer que estivesse no mato. Ela nunca tinha visto ninguém reagir tão rápido quanto Bull. Ele jogou aquele homem para Gabe tão casualmente quanto ela jogaria um lenço para sua irmã. Tenha cuidado, Bull. Ela respirou fundo e começou a tossir mais. Ao lado do jipe de Gabe, seus vizinhos de cabana estavam sentados no chão. Montando guarda sobre eles com uma faca na mão, Caz examinou os arredores. Ao lado da picape de Bull, Hawk estava fazendo o mesmo... só que ele segurava uma pistola. —De onde veio a arma? — ela perguntou. Seus olhos penetrantes pararam nela por um segundo. —Apenas parte de se vestir de manhã. Agora... aí estava um hábito assustador. —Você os viu primeiro. Por que você não os perseguiu ou atirou neles ou algo assim? — Não que ela quisesse que alguém atirasse em alguém. —Sou o corredor mais lento. — Ele olhou para ela. —E eu não atiro a menos que saiba que eles precisam morrer.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Oh. — O medo por Bull havia desligado seu cérebro. E se eles fossem simplesmente bêbados assustados ou algo assim? Ela estremeceu por que... e se eles não fossem? Bull estava quase no segundo homem com JJ logo atrás dele. —Eu não atiro. — disse Hawk. Como ele tinha feito antes. Bull disse que todos viram ação. Merda feia. E Hawk tocava violino à noite. —Não atire em ninguém, Hawk. Eu não quero que você atire em ninguém. —Bom saber. — A diversão em seus olhos morreu quando ele percebeu que ela estava falando sério. Com os braços em volta de si mesma, ela estremeceu e assistiu impotente à perseguição. A luz das chamas iluminava toda a área — e mostrou Bull alcançar o próximo homem tão facilmente como se o cara não estivesse correndo a toda velocidade. Bull balançou o braço e parecia que ele tinha apenas golpeado os ombros do homem, mas o cara deixou o chão como um pombo voando. JJ o pegou e Bull continuou. O último homem girou. Com a faca na mão, ele se lançou sobre Bull. —Morra, idiota! —Não! — Em pânico, Frankie agarrou o braço de Hawk. —Ajude-o! —Eh, Bull ficaria chateado se eu me intrometesse. — Hawk apenas ficou lá. Frankie o empurrou para o lado e correu para frente. Se nada mais, ela poderia distrair o... —Civis. — Hawk agarrou a parte de trás de sua camisa, fazendo-a parar. —Fique aí, yorkie. —Vai all'inferno! Sim, vá para o inferno. — Ela tentou se desvencilhar e não conseguiu. Lágrimas queimaram seus olhos enquanto ela olhava para os homens lutando. Por favor, não o deixe se machucar. Por favor. O homem avançou e Bull desviou da faca, agarrou o pulso do oponente e ergueu seu joelho. O homem gritou e Bull arrancou a faca de sua mão. O cara caiu no chão, berrando palavrões, e segurando seu braço obviamente quebrado. O alívio atingiu Frankie como um tsunami, deixando-a tremendo. —Vamos lá, mulher. — Hawk a puxou de volta para a picape de Bull para que ela pudesse se encostar na porta. Enquanto ela observava, Bull puxou o cara para cima, agarrou seu braço ileso e o levou de volta. Enquanto se aproximavam da picape, ela podia ouvir a voz profunda de Bull com aquela calma impossível-de-abalar. —Uma pena pelo seu braço, mas você me apressou. Por que você queimou a cabana? Depois de uma revista e busca, JJ forçou seu homem algemado a se ajoelhar ao lado do prisioneiro de Bull. Ela olhou para Bull, bufou e balançou a cabeça. —Você quebrou este, Bull. Caz vai ficar chateado. —Yeah, minha culpa. — Olhando para o irmão, Bull gritou, —Desculpe, Doc. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Verificando um dos vizinhos dela, Caz se virou e viu o braço obviamente quebrado. —No mames. — Ele fez uma careta para Bull. —Vales verga41. —Ei, pelo menos eu peguei o bastardo. — Bull resmungou. Che cavolo, o homem estava louco. Ele agiu como se tivesse acabado de sair para tomar um sorvete, não uma briga de faca. Risos histéricos surgiram e Frankie cobriu a boca com as mãos para contê-los. Quando um carro de bombeiros parou e os bombeiros saltaram, Gabe arrastou seu homem algemado. —Para baixo, senhor. —Você acha que isso é uma coisa do PZ? — JJ perguntou a Gabe. —Eu consideraria os idiotas capazes disso, mas incêndio criminoso geralmente não é o MO42 deles. — disse ele. Incêndio criminoso? Frankie se voltou para sua cabana. Os bombeiros estavam borrifando água nos prédios e os incêndios estavam começando a apagar. Incêndio criminoso. Ela levantou. Deu alguns passos para frente. Hawk franziu o cenho. —Yorkie, fique... —Eles jogaram algo na minha cabana para iniciar o incêndio. —Yeah? — Ele se virou para onde Gabe estava falando com um bombeiro. —Ei, velho. Você tem informação aqui. Velho? Gabe era... no máximo... alguns anos mais velho que seus irmãos. Provavelmente nem isso. —Velho? —Significa que ele é um bastardo mandão. — Hawk rosnou. —Que informação? — Gabe se aproximou. Bull também. —Eu estava no banheiro e ouvi as janelas quebrando e algo — várias coisas — caíram dentro, e então tudo estava queimando. —Parece que eles jogaram coquetéis molotov. — Um bombeiro se juntou a eles. —Pelas marcas de queimado e fedor, acho que eles espalharam gás do lado de fora em torno das janelas e portas. Aqueles três homens queriam que ela... queimasse? Seus joelhos se dobraram e Hawk a agarrou. Segurou-a. Bull puxou um cobertor da parte de trás de sua cabine e o envolveu ao redor dela. —Eu fico com ela, mano. Obrigado por cuidar dela para mim. —Yeah. Claro. — Soltando-a, Hawk se afastou.

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Um insulto mexicano. Traduzido seria o nosso: Vale picas. Modus Operandi.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sentindo-se gelada quando o ar frio soprou sobre sua pele queimada, Frankie puxou o cobertor com mais força. Bull a puxou de volta contra seu peito. Seu braço direito cruzou sobre seus seios e o outro em volta de sua cintura. Tão forte, tão quente. Ela se recostou contra ele, e ele nem mesmo balançou enquanto segurava seu peso. Ele se curvou para sussurrar em seu ouvido: —Você está bem? As mãos dela se curvaram sobre seus antebraços com cicatrizes, segurando-o contra ela. Aqui estava a segurança. —Graças a você, sim. —Você acha que o estranho grupo de milícia fez isso? — perguntou o bombeiro. —Eu não acho que eles estão com os Pissers. — JJ se juntou a eles. —O quê? Pissers? — O bombeiro riu. Gabe bufou. —Muitas pessoas se referem aos Patriotas Zelotes como PZs e, de alguma forma — estou culpando minha sobrinha — isso se transformou em Pissers. Não diga a ninguém, mas eu gosto. Enquanto o bombeiro ria, JJ suspirou. —Regan começou. E depois de rir pra caramba quando ela disse isso pela primeira vez, eu não tinha base moral para dizer a ela para parar. Gabe deu a Bull um meio sorriso antes de perguntar a ela, —Alguma ideia de por que as cabanas seriam queimadas? —Eu não sei. — Ela estudou os três caras no chão que pareciam mais membros de gangue do que PZs. —Dante brigou com alguns inquilinos há alguns dias. Ele os expulsou. —Pescadores fizeram isto? — O bombeiro ergueu as sobrancelhas. —Os locatários eram um bando de gângsteres de Anchorage. Eles ficaram chapados e começaram a atirar em tudo, inclusive nas outras cabanas. Alguém chamou Dante — a carranca de JJ mostrou o que ela pensava sobre a polícia não ter sido chamada primeiro —e ele apareceu com uma espingarda e os expulsou. Insultos e ameaças foram trocados. —Gângsteres versus veterano caipira. — O bombeiro sorriu. —Vai, Dante. JJ disse a Gabe: —Os soldados estaduais estão a caminho para pegá-los. Caz terá tempo para imobilizar aquele braço. Gabe estudou Frankie por um momento, depois disse a Bull, —Ela pode ir embora. Vou pegar uma declaração formal mais tarde. —Estou bem com isso. Deixe-nos saber o que você encontrar, chefe. — O bombeiro fez uma careta para as cabanas em chamas. —Ainda bem que choveu ontem, ou estaríamos lutando contra um incêndio na floresta também. —Chiquita. — Caz deu um passo na frente dela. —Onde você está queimada ou ferida? —Eu...— Ela estava machucada? Ela não tinha certeza. —Eu-eu acho que estou bem.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Vamos ter certeza, sí? — Com alguém segurando uma lanterna para ele e Bull bloqueando a visão de qualquer um, o médico foi gentil, mas meticuloso, encontrando queimaduras em seu braço esquerdo e perna. Pelo menos o lado direito não estava tão ruim; ela estava meio dentro do banheiro quando os coquetéis Molotov explodiram. Ser puxada pela janela tinha arranhado seus ombros, costas, braços e até mesmo sua bunda. Ele ouviu seus pulmões, mencionando que os outros locatários passariam a noite no hospital Soldotna. Ela teve sorte aí, tendo fechado a porta do banheiro rápido o suficiente para evitar inalar muita fumaça. —Tudo bem, Frankie. — A simpatia nos olhos escuros e na voz de Caz era incrivelmente reconfortante. —Tome banho e aplique uma pomada antibiótica nos arranhões. Você pode usar um gel de aloe vera nas queimaduras — ou nada. Cubra quaisquer bolhas que possam ficar irritadas. —Eu vou. Obrigada, Doc.— A necessidade de ir embora, de ficar longe de toda a fumaça, ardor e violência a encheu até que ela começou a tremer. Só que onde ela poderia tomar banho? O que ela vestiria? Ela olhou para sua cabana que ainda estava em chamas. Minhas roupas... sumiram. Assim como seu laptop e sua bolsa e seus cartões de crédito e... tudo. Como ela poderia conseguir um quarto de hotel sem identidade ou dinheiro? Era... era demais. Eu não posso fazer isto. Lágrimas queimaram seus olhos. Não, não chore; não chore. —V-você acha que o B&B vai me aceitar a crédito até que eu possa... —Você vai voltar para casa comigo, querida, — Bull interrompeu. —Mas... nós não estamos...— Ele não gostava mais dela. Ele pensou que ela estava... Ele a puxou para perto e beijou o topo de sua cabeça. —Nós vamos resolver isso. — Não lhe dando tempo para protestar, ele gentilmente a ajudou a subir em sua picape e prendeu o cinto, usando o cobertor como acolchoamento extra sob a alça. Ela não deveria ir com ele. Isto era tolo e cruel com ele. Só que... Sua respiração engatou enquanto ela olhava para sua cabana. O que ela faria de outra forma? Bull se voltou para Hawk. —Você está pronto para ir? A expressão de seu irmão era ilegível. —Vou pegar uma carona com Caz. —Foda-se. — disse Bull baixinho. —Claro, mano. Te vejo amanhã. Enquanto a picape balançava ao redor do lago e para o Hermitage, ela lutou para manter a calma. Para não chorar. O pensamento de tudo que ela teria que fazer agora era esmagador. Como ela poderia organizar sua vida e ainda tirar Kit de lá? Esses homens queimaram as cabanas e tentaram se certificar de que ela e os outros locatários morreriam queimados. Só porque eles brigaram com Dante? Isso era simplesmente... incompreensível. Calafrios a sacudiram. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Eu quero ir para casa, para meu próprio apartamento luminoso, minhas plantas nas janelas. Onde as coisas soam bem e cheiram bem. A necessidade cresceu dentro dela tão forte que ela se sentiu como se tivesse cinco anos de novo, perdida nas ruas de Nova York, o barulho, as pessoas e as paisagens eram demais para lidar. Tudo girado sem ter como voltar para casa. Ela chorou naquele dia. Lágrimas encheram seus olhos enquanto o mundo lá fora se transformava em um borrão. Durante os poucos minutos de viagem, ela conseguiu se controlar. Quando Bull deixou Gryff entrar em casa, o cachorro estava abanando o rabo e ganindo baixinho porque ela estava chateada. Enterrando o rosto em seu pelo macio, ela o abraçou. —Venha, Frankie. Você vai se sentir melhor quando estiver limpa. — Bull a ajudou a se levantar e a levou para cima, para seu banheiro gigante. Ele ligou o chuveiro, verificando a temperatura com a mão. Incapaz de sequer pensar, ela simplesmente se levantou. Mas quando ele se virou e a estudou, ela endireitou os ombros. —Eu estou bem. Verdade. —Sim, você está. Você é resistente. — Ele deu um leve beijo em sua boca e saiu, deixando a porta entreaberta atrás dele. O som da água a lembrou de que ela realmente precisava fazer xixi, tipo, para sempre. Um minuto depois, ela se sentiu muito melhor. No chuveiro, a água quente correu sobre ela, expulsando a sujeira. Apesar da ardência de suas queimaduras e arranhões, ela lavou o corpo e o cabelo até que o cheiro limpo e fresco do sabonete de Bull substituiu o fedor de fumaça. E ela se sentiu... melhor, como se estivesse controlando as coisas. Enrolando-se em uma toalha enorme, Frankie saiu do grande chuveiro e encontrou Bull encostado no balcão. Limpo e com roupas limpas, ele deve ter tomado banho lá embaixo. Ela apertou a toalha com mais força. —Não estou vestida. Seus lábios firmes se ergueram. —Odeio dizer isso, Sra. Bocelli, mas tenho certeza de que não apenas vi tudo o que você tem, mas também mordisquei. Ele tinha, claro que sim, mas isso foi antes. As coisas eram diferentes agora. Tão horrivelmente, tristemente diferente. Ela balançou a cabeça para ele. Seus olhos negros suavizaram para noite líquida. —Eu sinto muito. Eu não queria te deixar desconfortável. — Ele passou a mão pelo crânio raspado. —No entanto, precisamos cuidar dessas queimaduras e arranhões, e há alguns que não acho que você possa alcançar. —Não, sou eu quem lamenta. — Ela olhou para baixo. Junto com a sujeira, parecia que sua energia havia sumido no chuveiro. —Agradeço tudo o que você fez. Não quero agir como se você fosse um cara mau. Ela piscou com força quando um nó encheu sua garganta. Cazzo, de novo não. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sua mão calejada segurou seu queixo e ele ergueu sua cabeça. Viu seus olhos nadando em lágrimas. —Inferno. — Muito, muito gentilmente, ele a puxou em seus braços, segurando-a contra seu peito, todo seu poder viril desligado no momento. —Você com certeza teve um dia horrível. A simpatia em sua voz profunda e grave era demais. Seus ombros começaram a tremer enquanto ela lutava contra as lágrimas — e perdia. Ela chorou, em grandes soluços ruidosos, enquanto ele a segurava, acariciava seus cabelos e dizia que ela era corajosa. Que ela ficaria bem. Que ela estava segura. Com ele. Murmúrios baixos e calmos. Força incrivelmente sólida. E braços quentes ao redor dela. Por que ele tinha que ser tão gentil? Ela puxou uma respiração e outra antes de se afastar. Ele a soltou imediatamente. —Eu... te agradeço. Eu precisava disso, eu acho. — Ela tinha. Sua cabeça não parecia mais cheia de melaço. O peso havia sumido de seu peito. Infelizmente, o dano em sua pele não havia desaparecido. O banho irritou todos os arranhões e bolhas até que tudo ardia e pinicava. —Nós podemos…? — Ela apontou para a variedade de suprimentos de primeiros socorros dispostos no balcão tão organizadamente quanto em um pronto-socorro. —Esse é o plano. Depois disso, tenho um Pinot Noir do Oregon de que você pode gostar. Podemos sentar e nos acomodar. — Ele fez um movimento com o dedo — vire-se — e ela olhou para longe dele. Tirando a toalha da parte superior das costas, ele cuidou dos arranhões em seus ombros, parte superior das costas e braços. Abaixando-se em um joelho, ele espalhou a pomada em sua bunda em carne viva, coxas e quadris. Como um homem tão grande tem mãos tão gentis? —Eu pedi a Audrey calça de moletom mais larga.— Ele virou Frankie para encará-lo. —Ela pensou que você provavelmente usaria o mesmo tamanho. Frankie assentiu. Ambas possuíam quadris e bunda amplos. —Calça de moletom parece bom. — Ela sibilou quando ele aplicou um gel para queimadura nas bolhas em seu lado esquerdo. —Use isto também. — Ele puxou uma de suas camisetas sobre a cabeça dela. Era tão velha que o tecido estava gasto até a maciez. —Obrigada. — Ela conseguiu sorrir para ele. —Gosto de ver você com minhas roupas. — Da gaveta do balcão, ele puxou a bolsinha dela com itens para a noite dentro — desodorante, pente, escova de dente. Tocando sua bochecha suavemente, ele sorriu e se retirou. Ela ficou olhando para ele e percebeu que estava bem novamente. Sua preocupação e cuidado aliviaram o vazio em seu centro.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Normalmente, ela era a pessoa em quem todos confiavam para acalmar e resolver problemas. Ela era forte porque se quebrasse, nenhum membro de sua família cheia de divas poderia tomar seu lugar. Não era incrível poder se apoiar em alguém? Ela balançou a cabeça. Não se acostume com isso, Frankie. Mas... apenas por esta noite, ela se permitiu. *** Depois de juntar cobertores, vinho e taças, Bull saiu para o seu deque. Frankie viria quando ela estivesse pronta. Droga, mas era difícil saber quando empurrar e quando recuar. Então, novamente, exceto em momentos como agora, ela era franca sobre o que queria. Era apenas mais uma coisa que ele gostava dela. Alguns homens gostavam de mulheres tímidas. A quieta Audrey era perfeita para Gabe, que achava sua reserva um desafio intrigante. Bull preferia a franqueza de Frankie. Com suas palavras, com sua linguagem corporal, ela... compartilhava. O que ela sentia era o que dizia. Se alguém estragasse tudo no trabalho, ela os informava — embora com muito tato. Se eles fizeram bem, ela diria isso a eles também. Em seus braços, em sua cama, ela disse a ele o que queria. Ele se acomodou em uma cadeira com um grunhido cansado. O lamento triste de um mergulhão flutuou pelo lago. O ar frio mantinha o cheiro úmido das águas rasas do lago. Escondido atrás de uma nuvem de névoa, o sol já estava no topo das montanhas a leste. A porta deslizante de vidro se abriu e Frankie saiu, vestindo sua velha camiseta, a calça de moletom solta e as meias grossas e fofas que ele havia deixado no balcão. Seu cabelo quase seco caia pelas costas. Ela encontrou o secador de cabelo que Audrey havia emprestado a ele. Sentada na única cadeira em frente a ele, ela ignorou o cobertor e colocou as mãos nos joelhos. —Eu gostaria de...— Expressão séria, ela balançou a cabeça. —Isto é difícil. Se inclinando para frente, Bull pegou a mão dela. —Desembucha, querida. —Esta noite, no bar com Nabera, eu não queria flertar com ele. Deixei-o me tocar... —Ela engoliu em seco. —Eu quase vomitei. Eu me senti culpada porque você está certo. Temos algo entre nós, e mesmo sabendo que tem uma data de término, estamos juntos. Vadiar com outras pessoas seria errado — e eu ficaria chateada com você se você fizesse isso. Não foi fácil, mas ele ficou em silêncio. Apenas assentiu. O alívio por ela estar disposta a falar, a compartilhar, foi como se uma bomba tivesse sido desmontada. Ela tirou o cabelo do rosto. —Quando eu estava na cama mais cedo, elaborei toda esta explicação, só que agora não consigo me lembrar. O que estou esquecendo? —Talvez a razão de você deixá-lo tocar em você? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela estremeceu. —Certo. Eu não posso te dizer. Eu quero, mas o que eu estava fazendo era... Acho que posso compartilhar que estava tentando obter informações dos PZs. Para uma amiga. —Uma amiga. — Quando a preocupação explodiu dentro dele, Bull manteve a voz calma. —Eu pareço louca, não é? Estou tentando ajudar uma amiga, não é meu segredo para compartilhar e sei que não é justo com você. Mas... não vou flertar nem nada parecido de novo. Pareceu muito errado. E horrível. Frustração, remorso e infelicidade eram muito evidentes em seu rosto. Enquanto Bull a estudava, qualquer raiva persistente se extinguiu e morreu. —Estou surpreso que Nabera pudesse ser enganado tão facilmente. —Não sou de esconder meus sentimentos, mas sei como desempenhar um papel, pelo menos por um curto período de tempo. Todas as filhas da Mama aprenderam isso. — Ela respirou fundo, se endireitou, ergueu o queixo e se transformou em uma mulher fria, controlada e inacessível. —Este é o rosto de mulher de negócios que uso durante as reuniões. Com outro suspiro, ela perdeu anos para parecer inocente e vulnerável. —Isso é o que mostrei a Nabera. Pelo amor de Deus. —Aposto que a fachada deixou Nabera de pau duro. —Você teria ganho essa aposta. — A repulsa cobria cada palavra. Tirando a máscara, ela era sua Frankie novamente. —Acho que não sou tão honesta. Sua mentira era por causa de uma amiga. Isso mudava as coisas. Quanto às emoções dela... —Quem você está fingindo ser quando está interpretando? Ela assentiu. —Em reuniões hostis no trabalho, finjo ser Mama — que pode ser uma verdadeira rainha do gelo. Para os PZs, agi como uma das minhas primas mais novas que acabou de fazer dezesseis anos Sim, isso chamaria a atenção de Nabera. O nariz dela enrugou. —Nunca mais. Bull sorriu ligeiramente. Ela era tão transparente quanto ele pensava. Quando ela fingia ser outra pessoa, seus olhos mudavam e ficavam distantes. Porque não era ela. Ele apertou os dedos dela. —Você já assumiu um papel comigo? —Não. — Ela franziu o cenho. —Não um papel. Quando nos conhecemos, eu queria dar um tapa na sua cara porque pensei que você era um total bastardo — e odiei ter percebido o quão sexy você era. Eu não queria que você visse que eu estava atraída por você. No entanto, ela não foi capaz de esconder isso completamente. A faísca estava lá, sob a raiva latente em seu olhar. Ele se inclinou para frente e tomou seus lábios em um beijo lento e suave. —Obrigado pela honestidade e a explicação. Seus olhos brilharam com lágrimas e ela engoliu em seco. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ei, ei, ei. O que está errado? Ela balançou a cabeça. —Eu só... Eu odeio que eu não posso te dizer tudo e eu não pensei que você me perdoaria e que iria me odiar, e eu não poderia suportar isso. — Uma lágrima escorreu por seu rosto. Inferno, ela iria quebrar seu coração em pequenos pedaços. Incapaz de se conter, ele a arrancou da cadeira e foi até a cadeira dupla Adirondack para que pudesse tê-la em seu colo e abraçá-la. —Estamos bem. Eu não estou bravo. Ou chateado. A respiração dela continha pequenos soluços enquanto ela tentava não chorar. Aqui estava o lado negativo de uma mulher que não escondia suas emoções. Haveria lágrimas. Muito melhor do que mentiras. Então, ele a segurou, apreciando como ela cabia em seu colo, como ela era pequena o suficiente para que suas cabeças estivessem quase niveladas, e ele poderia esfregar sua bochecha contra a úmida dela. —Eu sinto muito. — ela sussurrou. —Perdoada. — Ele a beijou novamente, tentando transmitir como se sentia. Que ela era cuidada, segura, desejada. Quando ela relaxou, ele a moveu para que ela pudesse se sentar ao lado dele, então enrolou os dedos em torno de uma taça de vinho. Em sua camisa e as meias felpudas, ela era fodidamente adorável. Pegando seu sorriso, ela olhou para si mesma e sorriu tristemente. —Nada como estar sem sutiã e desarrumada. —Eu estava pensando em como você é linda, não importa o que você passe. Ela fez um som zombeteiro. —Estou no ramo de modelos desde que nasci. Minhas irmãs são lindas. Eu não faço bebês chorar, mas há um grande gap antes que os homens caíam aos meus pés. Ela olhou para ele, olhos castanhos derretidos emoldurados por cílios negros, a curva de sua bochecha dolorosamente adorável conforme ela sorria. Ele só podia olhar confuso que ela era tão ignorante sobre o básico. Finalmente, ele tocou seu queixo, descansando o polegar sobre aqueles lábios carnudos e incrivelmente beijáveis. —Em fotos frias e duras, você pode não ter a sedução de suas irmãs e modelos profissionais. Pessoalmente... Frankie, a beleza não se restringe a duas dimensões. Abrange mais do que maçãs do rosto salientes e cabelo perfeito. Quando seus olhos, possivelmente os olhos mais adoráveis que já vi, contêm riso, todos ao seu redor sorriem. Quando eles contêm tristeza, você leva todos com você. Aqueles olhos perfeitos se arregalaram de surpresa.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ele sorriu. —Sua voz me faz pensar em cobertores macios e no calor de uma lareira em uma noite fria e chuvosa. Seus olhos começaram a brilhar com lágrimas. Não, não era isso que ele queria. Ele apertou sua cintura. —Seu corpo me faz pensar em...— Ele passou o polegar sobre seu lábio inferior carnudo e o sentiu estremecer. —Em te despir até deixar nua e descobrir cada coisa suja que eu poderia fazer com você. Como esperava, ela começou a rir. —Você... você é tão homem. Ele sorriu, porque ela era o tipo de mulher que riria de seu amante dizendo coisas assim. E seu amante era exatamente o que ele pretendia permanecer. Um vento leve vindo do lago bagunçou seu cabelo e roupas, e ela sentiu o cheiro de fumaça, perturbando-a. —Hum, Bull. Por que estamos aqui fora? Estava relativamente quente com a temperatura perto dos dez graus. —Depois das batalhas, demora um pouco para se acalmar. — Bull pegou o cobertor macio e felpudo que ele havia trazido antes. Depois de envolvê-la, ele a puxou contra seu lado. —Descobri que sentar do lado de fora ou perto do fogo ajuda. —Você lutou muito. Quer dizer, sim, eu sabia disso, mas não sabia. Aquele cara esta noite tinha uma faca e você não hesitou. — Ela franziu a testa e fez um gesto de arremesso. —A maneira como você simplesmente jogou o outro homem para Gabe foi uma loucura. Bull encolheu os ombros. —Meus irmãos e eu já estávamos lutando como um time antes da nossa adolescência. Aprendi a jogar um ou dois para quem estava entediado. —Entediado, — ela disse baixinho. —Você parece um cara tão fácil de lidar, mas é muito mais assustador do que eu imaginava. Isso soou meio elogioso e meio preocupado. —Sou muito tranquilo. — ele disse com firmeza. —Está claro? —Sim, sem dúvida... Skull. — Ela riu e se mexeu mais perto até que seus seios ultra macios pressionaram contra o lado dele. Seu pau endureceu ao nível do desconforto. —Agora, sente-se aqui — pare de me deixar duro — e apenas respire. Ouça o som do vento. Durante as noites mais calmas, você pode até ouvir as estrelas cantando. Com um suspiro, ela encostou a cabeça em seu ombro. Acima, algumas nuvens flutuavam sobre o céu claro. O cheiro da água do lago e das plantas continha um toque da fumaça acre do fogo. Na floresta ao redor do Hermitage, as folhas farfalharam suavemente, os galhos rangiam com a brisa mais forte.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Mais distante no pátio gramado, um canteiro de cavalinhas suspirou ao vento. Quando acampavam com Mako, eles comiam brotos novos de cavalinhas como aspargos — e usavam as plantas mais velhas e fibrosas para esfregar os pratos de lata. Os pássaros gorjeavam e cantavam. Na água escura do lago, um peixe apareceu com um respingo silencioso. A respiração de Frankie desacelerou. Seu corpo ficou ainda mais macio quando a tensão foi drenada dela. Eventualmente, ela se mexeu. —É melhor eu ir para a cama. Amanhã vai ser uma bagunça. Fazer compras, substituir minha habilitação e cartões, encontrar um lugar para ficar e... —Você vai ficar aqui. Comigo. —Por hoje à noite. —Pelo resto do seu tempo no Alasca. — O que ele esperava seria de mais do que alguns meses. —O quê? Não, eu não posso. —Claro, você pode. — Ele sorriu para sua expressão preocupada. —Não estou sendo tão altruísta, Frankie. Como não tenho certeza de por que você está aqui, não posso saber quando você pode decidir ir embora. Ah, isso a fez ficar tensa novamente. Aparentemente, ela também não sabia a data em que iria embora. Ela estava operando no horário de outra pessoa — a amiga. Pelo amor de Deus, ele precisava saber mais. Mas... a lealdade a uma amiga era algo que ele respeitava. —Vou dormir melhor se você estiver aqui e protegida. — Ele passou os dedos pelos cabelos dela. —E eu não me importaria de passar mais tempo com você. Mais do que tivemos até agora. Lá estava — o mesmo desejo em seus lindos olhos. Ele pegou a mão dela e beijou a palma. —Diga que você vai ficar aqui, Frankie. Sem amarras. Vou te ajudar a encontrar um lugar se não der certo. —Sim. — Ela fechou os olhos por um momento. —Eu também quero ficar. —Vamos encerrar a noite. — Ele se levantou, a levou para dentro — e a levou para cima, para sua cama. Eles nunca fizeram amor tão lentamente antes. Oh, Bull geralmente não se apressava; na verdade, ele adorava fazê-la gozar primeiro, às vezes várias vezes, antes dele gozar. Mas agora, ele se movia em um ritmo incrivelmente lento e comovente e sensual. Mesmo enquanto a beijava, ele pressionou a palma da mão contra sua boceta. Enquanto ele descia para seu pescoço e seus lábios começaram a roçar cada centímetro de sua pele, seus dedos brincaram com seu clitóris. Lentamente. Despertando-a mesmo enquanto lambia e sugava seus mamilos. Ele ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista mordiscou a parte inferior de seus seios, sua barriga, evitando queimaduras e arranhões, então ele desceu por suas pernas e subiu de volta. Seus dedos nunca pararam de circulá-la, e enquanto ela se arqueava e gozava com tanta suavidade, ele nunca parava de beijá-la. Panturrilhas, coxas, barriga, seios, o rosto. Seus dedos encontraram seu núcleo novamente. Começaram a excitá-la. Para conduzi-la gradualmente em direção a outro pico. Seus quadris se esticaram para cima. —Bull...— Ela não tinha certeza se estava protestando ou... —Eu te amo, você sabe. — Ele a beijou suavemente, seus dedos no centro dela. —Caso você não tenha percebido. A alegria a encheu... e então ela balançou a cabeça. Não podia ser verdade. —Foi uma noite assustadora. Você não vai sentir o mesmo aman... Ele deu uma risadinha. —Mulher, já faz um tempo que me sinto assim. Eu te amo. —Você... você...— Como ela poderia pensar? Ela olhou para ele, viu seu sorriso lento enquanto ele se mexia, pressionava seu pau em sua entrada, e muito lentamente a enchia. Todos os nervos dentro dela brilhavam como as estrelas que eles observavam antes. Suas mãos deslizaram sobre seus bíceps duros como pedra, sobre os deltoides estriados e para suas costas musculosas. Seus olhos negros como o pecado seguraram os dela. —Me diga, Frankie. — Sua voz caiu, mais grave, a ordem inescapável. —O que você sente por mim? —Eu te amo. — As palavras saíram, impossíveis de retirar. E ela disse uma verdade que ela não podia negar. —Eu não queria te amar. Eu não quero. — Ela olhou para ele. —Mas você ama. — Ele riu, o som tão incrivelmente cativante que ela teve que sorrir. —Eu amo. — Ela correu as mãos atrás do pescoço dele, subindo pela pele macia do couro cabeludo. —Eu te amo tanto. —Desde que eu preciso ouvir isso mais um pouco — ele sorriu, seus olhos escuros perversos — continue dizendo isso... ou eu paro. Ele se moveu dentro dela, forte e rápido, enchendo-a completamente, deslizando para fora, levando-a para cima e para cima. Contanto que ela continuasse dizendo como se sentia. E quando ela gozou, quando ele gozou, quando ele estava tão profundamente dentro dela, eles eram um, e ele disse isso a ela novamente, a ternura em sua voz a fez chorar.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista

CAPÍTULO DEZENOVE No cookie da vida, os amigos são as gotas de chocolate. ~ Salman Rushdie Desde que Bull tinha baixado as cortinas blackout, eles dormiram até tarde, e então ele a ensinou a andar de caiaque. Era uma maneira tão tranquila de se exercitar e tão bonita com apenas o som dos remos, da água e dos pássaros. Nova York nunca foi silenciosa. Quando eles voltaram e tomaram banho, Bull começou a sair para pegar uma camisinha, mas ela o impediu. —Estou tomando pílula anticoncepcional... e faço exames de DST regularmente. — Quando ele disse que tinha feito o teste e estava limpo, os preservativos foram deixados em uma gaveta — e, ah, a proximidade extra valeu a pena a conversa estranha. Durante o café da manhã tardio, Gabe apareceu para fazer seu relatório policial oficial e deixou uma cópia para Frankie. Foi bom ele ter feito isso, já que ela passou o resto da manhã usando o laptop de Bull para conseguir a substituição de sua carteira de motorista, cartões de crédito e tudo mais. Houve momentos de realização... e momentos de pura auto piedade. As cópias dos papéis da tutela de Kit foram reduzidas a cinzas. Assim como seu celular e laptop. Aquele foi um momento muito ruim. Seu celular. Quando a locadora disse que enviaria um veículo não danificado, ela esvaziou seu pobre carro chamuscado que, mais uma vez, Hawk havia dirigido até o Hermitage para ela. Então ela ficou com os olhos marejados porque seu jo não tinha queimado na cabana. Ela também puxou a mochila novinha em folha que continha o equipamento para resgatar Kit — alicate gigante, faca de caça, corda. O equipamento de navegação, o kit de primeiros socorros, as coisas para viajar à noite. Mais três dias, Kit, e estarei lá no segundo que escurecer. Uma batida na porta de vidro deslizante a fez pular. —Frankie? — Audrey estava do lado de fora. —Sou eu, JJ e Regan. —Entrem. — Da mesa da sala de jantar, Frankie acenou para elas. —Dê-me um segundo para enviar este formulário. O botão ENVIAR apareceu na tela do laptop. Ela clicou nele e se recostou na cadeira com um suspiro de alívio. —Feito. Vocês sabem, em todos os meus anos na chamada cidade de Nova York dominada pelo crime, eu nunca tive minha bolsa roubada. Elas riram. JJ deu um tapinha em seu ombro. —É bom que você tenha começado a substituir seus documentos imediatamente. Algumas dessas agências se movem muito lentamente.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Falando em substituições, — disse Audrey. —Que tal te levar a Soldotna para comprar roupas e coisas pessoais? Ou se você quiser mais variedade, podemos ir para Anchorage. Audrey e JJ estavam sorrindo; Regan estava saltando um pouco. —Verdade? — Frankie respirou fundo. —Vocês são um milagre. Só... eu nem tenho sapatos. Eles não me deixariam entrar... —Você tem sapatos. — JJ ergueu um par de tênis pretos de cano alto surrados.— Bull disse que você é tamanho sete, mas Audrey usa seis e meus sapatos cairiam do seu pé. Nós verificamos por aí. São da Regina, nossa recepcionista do prédio municipal. Na semana passada, quando Bull disse que planejava ensiná-la a pescar, ele perguntou o tamanho do sapato dela para que ele pudesse pegar emprestado as waders para ela. —Ele me conseguiu sapatos. — Frankie engoliu em seco. —Eu sabia que podia pegar suas roupas emprestadas, mas me sentia tão... indefesa... sem sapatos. Audrey deu a ela um olhar simpático. —No ano passado, eu... vamos apenas dizer que eu meio que sei como você se sente. Houve algumas dicas de que Audrey tinha chegado em Rescue quando fugia de alguém. Um dia desses, Frankie precisava de toda a história. Ela se levantou e esfregou as mãos. —Compras. Estou dentro. JJ passou o braço pelos ombros de Regan. —Enquanto estamos em uma loja de sapatos, Regan aqui poderia comprar um par. Ela está superando tudo. Regan balançou a cabeça. —Papá acabou de me comprar sapatos no inverno passado. Eu não preciso... —Você precisa. — JJ beijou o topo de sua cabeça. —Não se preocupe. Toda criança supera o tamanho de roupas e sapatos até... ah, até cerca de dezessete anos. Regan não relaxou. Ah. Bull disse que Regan não tinha conhecido Caz até o outono passado. Quanto tempo levaria até que ela se sentisse como se ele realmente fosse seu pai? Frankie sentiu a dor da empatia. Às vezes, parecia que sua família pesava o amor em uma balança. Seria muito pior não ter crescido lá? JJ deu um aperto em Regan. —Seu pai espera que você precise de roupas novas. No entanto, ele é homem, o que significa que ele é cego quando se trata de roupas femininas, então é meu trabalho mantê-la vestida. Na verdade, acho que é um ótimo trabalho. Você não me privaria de um momento divertido, não é? Agora preocupada em ferir os sentimentos de JJ, Regan começou a garantir a JJ que ela realmente gostava de comprar roupas novas. Frankie olhou para Audrey e disse em voz baixa: —Esse foi um suave trabalho de enganação.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Audrey cobriu a boca, mas uma risada escapou. —JJ é tão boa em resolver problemas quanto você em gerenciar pessoas. A propósito, estamos todos contentes de Bull estar dando um tempo na gestão do Roadhouse. —Vamos andando, — disse JJ. —Frankie, reúna o que você pode precisar. Frankie verificou automaticamente a bolsa e gemeu. —Espere, não tenho dinheiro, nem cartão de crédito, nem celular. —Obviamente, você não teria. Devemos parar em uma loja de telefones, no entanto. — Audrey deu um tapinha em sua bolsa. —Usaremos nossos cartões de crédito, e Bull nos reembolsará e descontará do seu salário. Tudo arranjado. Frankie ficou olhando. —Sério? —Ele sabia que você não o deixaria pagar por tudo, então ele organizou da melhor maneira que pôde. — Audrey bufou. —Por mais feministas que sejam os filhos de Mako, eles têm instintos protetores dignos de homens das cavernas. Você estava em perigo; os instintos protetores de Bull foram acionados. Isto é o que acontece. —Às vezes, fica muito claro que você se formou em biologia, professora. — JJ deu a volta, se certificando de que tudo estava trancado, depois olhou para Frankie. —Ela está certa sobre eles tentarem nos proteger. Caz e eu entramos em discussões muito veementes sobre eu estar em perigo. Regan deu uma risadinha. —Ele gritou com você da última vez. Muito. —Criança encrenqueira. — JJ puxou sua trança. —Você teve o mesmo sermão quando você e Delaney desceram aquela colina íngreme em uma caixa de papelão. Você quase passou suas férias de verão na casinha de cachorro com Gryff. As risadinhas abafadas de Audrey soaram como pequenos bufos. Frankie apenas riu. Enquanto Frankie calçava os tênis emprestados, Audrey sorriu. —Para alguém sem roupas que caibam, você está incrivelmente composta. —Principalmente porque estou tentando esconder a falta de um sutiã. — admitiu Frankie. A camiseta preta lisa de Bull fazia um vestido na altura das coxas. Sobre ela estava sua camisa de flanela cinza-escura e preta com as mangas arregaçadas. Ela trançou suas gravatas pretas e prateadas em um cinto de seda. Com o tênis de cano alto preto da Regina, era uma roupa bastante original. —Minha avó italiana me ensinou que um cinto adiciona classe a qualquer coisa. JJ sorriu. —Concordo. Claro, meu cinto geralmente tem minha arma de fogo, Taser, algemas e... Regan bateu o quadril contra o de JJ. —Você é tão policial. E uma muito boa. Frankie olhou para ela. Talvez durante a ida às compras ela pudesse ter uma ideia melhor do que poderia acontecer se a polícia de Rescue fosse chamada para pedir ajuda. Só por precaução. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Claro, ela pesquisou e praticou caminhadas noturnas, mas sua leitura também mostrou que, mesmo com um lenhador experiente, as coisas davam errado. Além disso, os PZs poderiam perceber, tanto enquanto Kit e Aric estavam tentando alcançar a cerca ou depois, durante a fuga. Se algo acontecesse, Kit e Aric poderiam precisar da polícia. *** Depois de ajudar a resolver o problema de Frankie naquela manhã, Bull passou o resto do dia dando telefonemas e cuidando da papelada. Maldita papelada. Não havia fim. Fale sobre frustrante. Tudo o que ele queria fazer era ir para casa e estar lá para sua mulher. Finalmente, ele desistiu e voltou ao Hermitage apenas para descobrir que tinha sido convocado para grelhar para todos, incluindo Lillian e Dante. Normalmente, ele adorava cozinhar para a família, mas porra, ele estava cansado. Ele esperava passar uma noite tranquila com Frankie. Em vez disso... Eh, talvez não fosse tranquila, mas pelo menos ela estava aqui. Parecia que fazer a comida não exigiria muito esforço. Enquanto ficava sabendo sobre o dia dela — entre beijos — Frankie disse que marinou o frango e fez uma sobremesa. Tudo o que ele precisava fazer era grelhar. Yeah, ele a amava. Uma hora mais tarde, depois de empilhar um prato com frango grelhado com alho e limão, Bull o pôs na mesa. Já sentados, Caz e JJ, Gabe e Audrey, Dante e Lillian trouxeram acompanhamentos e serviram bebidas. Hawk saiu de sua cabana com uma pilha de batatas assadas e acompanhamentos. Gryff e Sirius estavam estrategicamente acomodados entre os humanos mais fáceis de enganar — Regan e Frankie. Quando Bull se sentou ao lado de Frankie, ele percebeu que cozinhar e depois ouvir as histórias das viagens de compras das mulheres diminuíram sua frustração e raiva. Pelo menos até Lillian falar com ele. —Meu garoto, houve um problema no Roadhouse? É por isso que você chegou em casa tão tarde? —Não. — ele rosnou. —Era porque eu estava tentando avançar com as coisas da SIG e... —O que é SIG? — Frankie perguntou. —Significa Sarge's Investment Group. Uma empresa para cuidar de todas as propriedades que Mako comprou em Rescue. Ela franziu o cenho. —Eu pensei que ele era um oficial militar aposentado. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Yeah, mas um que não gastou muito quando serviu, então como um homem que serviu mais de vinte anos, ele tinha uma pensão decente e viveu da terra em uma cabana sem serviços públicos por anos depois. Depois que crescemos, todos nós mandamos dinheiro para ele, pensando que ele estava usando para sobreviver. — Bull percebeu que sua garganta estava ficando apertada. Depois de dar uma olhada para Bull, Caz interveio. —Quando Mako se mudou para Rescue, a cidade estava morrendo e ele comprou propriedades dos residentes que precisavam ir embora. Para ajudá-los. Mas antes de morrer, a estação de esqui de McNally foi aberta, e ele percebeu que a cidade poderia voltar à vida. Gabe pigarreou. —Ele nos deixou instruções em seu testamento. Nos deu uma missão — recuperar a cidade. —Ele... Sério? — Frankie lançou a Bull um olhar incrédulo. —É por isso que vocês estão todos aqui, depois de morar em qualquer outro lugar? —É por isso. É um objetivo que vale a pena. — Foi uma satisfação ver a cidade voltar à vida. Tornar-se uma comunidade. Lillian franziu a testa. —Ele comprou muitas propriedades. Não brinca. —Não consigo acompanhar todo o trabalho: alugar e vender as propriedades, gerenciar os aluguéis, ajustar os edifícios antigos ao código, os impostos, os empreiteiros e tudo mais. — De repente, o humor de Bull piorou novamente. Não, passou do azedo para puto da vida. Ele rosnou baixinho. Os olhos de Regan se arregalaram. —Eu não sabia que você ficava bravo assim. Controle-se, idiota. —Desculpe, pequenina. Frankie colocou a mão sobre a dele. Suas sobrancelhas se ergueram quando ela perguntou a Gabe, —Todos vocês estão sobrecarregados com as coisas da SIG? —Dificilmente. — Bull bufou. —Eles jogaram tudo no meu prato. —Meus ouvidos estão falhando? — Lillian se endireitou. —Quando a prole escolhida por Mako se tornou preguiçosa, deitados na cama sem fazer nada? Os irmãos de Bull estremeceram. —Não é assim, Lillian. — Gabe balançou a cabeça. —Ele é... —Não, não comece com o “ele é isto ou aquilo”. — A expressão de Frankie lembrava a do sargento depois deles fazerem besteira. —Por que vocês estão obrigando Bull a fazer tudo? Caz ergueu as mãos defensivamente antes de franzir a testa para Bull. —Você é o único com o diploma de negócios, ’mano. Estou atolado com o financiamento e a papelada da clínica de saúde. —O mesmo comigo. — Gabe balançou a cabeça. —Não consigo acompanhar os orçamentos e a papelada da delegacia de polícia. Ser o chefe envolveu mais do que eu esperava.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Bull olhou Hawk, que nunca fazia papelada, se pudesse evitar. Ele era um cara prático, podia consertar quase tudo, de prédios quebrados a máquinas quebradas, e fazia toda a manutenção do Hermitage e de seus veículos. Como esperado, Hawk negou com a cabeça. —Você não me quer fazendo contabilidade de merda. Confie em mim. Você gosta dessas coisas e sabe disso. —Eu gosto, mas não quero gastar 24 horas por dia, 7 dias por semana fazendo isso,— disse Bull. Com um som de nojo, Frankie se virou para as outras mulheres. —Talvez eu seja cega, mas não estou vendo o trabalho de equipe de que Bull continua se gabando. —Que trabalho de equipe? — JJ inclinou a cabeça. —Aquele sargento deles obviamente fez desta uma missão de um homem só. As sobrancelhas de Caz se juntaram. —Achei que não houvesse um homem deixado para trás no governo, — disse Audrey. —Ou isso é apenas quando o soldado está morto? Gabe fez uma careta. Bull piscou com a dureza dos comentários feitos em suaves vozes femininas. Mas... quando ele avaliou o que tinha estado fazendo de um ponto de vista externo, bem, sim. Ele estava sendo fodido. Pelos seus irmãos. Dante negou com a cabeça. —Ele ensinou vocês melhor. —P...— Gabe interrompeu o palavrão depois de olhar para Regan. —Você está certa, Frankie. Todas vocês. Sinto muito, Bull. Mako deixou a missão para todos nós e isso inclui as propriedades — e a papelada. Vamos descobrir como dividir o trabalho. Audrey pegou a mão de Gabe e sorriu em aprovação. JJ levantou os olhos para Caz... que deu um suspiro lamentável antes de assentir em resignação. —Sí. Um lampejo de esperança cresceu dentro de Bull. Frankie voltou seu olhar para Hawk, que fez uma careta, então suspirou. —Desculpe, Bull. — Hawk esfregou a cicatriz que puxava seu lábio ligeiramente para cima, então fez um som áspero. —Se você mantiver os malditos locatários e compradores longe de mim, assumirei a manutenção e as atualizações. Posso lidar com empreiteiros e o pessoal do reparo. E Knox e Chevy também. Eles estão bem. Droga, ele nunca esperou que Hawk se oferecesse. —Será um alívio tirar a manutenção das minhas costas, — disse Bull. —Você pode se encarregar de toda a manutenção física. —Locatários e compradores — dê-os para mim e Caz, — disse Gabe. —Vamos descobrir como lidar com compromissos, apresentações e reclamações.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Caz acenou com a cabeça. —Sí, nós podemos fazer isso. Estamos ambos de plantão, de qualquer maneira. Se for um problema de reparo, vamos jogar o problema para Hawk e seu grupo. Hawk grunhiu seu acordo. Audrey bateu nos lábios enquanto pensava. —Você pode me dar a triagem para os aluguéis e verificação de antecedentes. Também posso assumir o site e a publicidade. Bull franziu a testa. —Eu não posso te pedir para fazer... —Na verdade, você pode. — A voz de Audrey tremeu. —Ser parte da família significa contribuir. — Ela ergueu a mão e girou um anel. Um diamante brilhou para eles. O silêncio caiu enquanto todos olhavam para o anel de noivado. Então Regan gritou de alegria e correu para abraçar Audrey. —Agora, vou ter uma tia! —’Mano, já estava na hora. — Com um sorriso largo, Caz deu um tapa na nuca de Gabe, então puxou Audrey para um abraço e disse a ela, —Ele falou conosco há um tempo, mas... ele é lento, o viejo é. Ele sempre tem que pensar primeiro em seu plano de ação. Para surpresa de Bull, Hawk abraçou Audrey também, antes de empurrar o ombro de Gabe. —Demorou o suficiente. Gabe riu. —Eu a pedi alguns dias atrás. No aniversário do nosso primeiro encontro. Parecia... certo. Bull sorriu. —Em seguida, você vai começar a ler romances. —Não difame romance. — O cotovelo afiado de Frankie atingiu as costelas de Bull antes que ela sorrisse para Audrey. —Seu primeiro encontro foi incrível? Audrey começou a rir. —Ele me apavorou e depois me acusou de furto. — Ela deu a Gabe um olhar ardente antes de beijá-lo. —Mas você é meu policial agora. O amor em seus olhos enviou uma pontada de inveja ao coração de Bull. Mas, caramba, ele estava feliz por seu irmão ter se encontrado uma mulher tão boa. Alguém para caminhar ao lado dele, estar com ele por muito tempo e protegê-lo quando necessário. Bull puxou Audrey para um abraço caloroso. —Bem-vinda à família, campeã. Ele sentiu as lágrimas dela em sua camisa — pequena fêmea sentimental — e a devolveu a Gabe. Quando ele se sentou ao lado de Frankie, ela estava enxugando os olhos. Mude para duas mulheres sentimentais. Passando um braço em volta dos ombros de Frankie, ele a puxou contra seu peito. E percebeu o que ela acabara de fazer por ele. De alguma forma, ela o salvou da morte pela papelada, por fazer seus irmãos se sentirem culpados a se voluntariarem. No mês passado, depois do ato de diva de Paisley no estacionamento do Roadhouse, Dante disse que uma amante era como um colega de equipe com esteroides. Ele estava começando a entender o que o Okie queria dizer. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Você está bem? — Frankie perguntou suavemente. Ele a beijou levemente. —Obrigado por me apoiar. Eu poderia ter recuado de outra forma. —Você provavelmente teria, — ela concordou. —As expectativas da família podem confundir uma pessoa. Seu tom não era amargo, mas... resignado. Infeliz. Franzindo a testa, ele apoiou o queixo na cabeça dela e se perguntou quais expectativas a família dela a estava forçando a cumprir. Talvez ele devesse investigar — e ver o que poderia fazer para intervir. Porque dane-se se ele não faria o seu melhor para mantê-la bem aqui, onde ela pertencia. Ele roçou os lábios nos dela e murmurou em uma voz apenas para seus ouvidos, —Eu te amo, Frankie Bocelli. E viu seus olhos se iluminarem.

CAPÍTULO VINTE Se você se encontrar em uma luta justa, não planejou sua missão corretamente. ~ David Hackworth Enquanto Bull ajudava Hawk a consertar um cortador de grama, Frankie se juntou a Lillian e Audrey no jardim. O solo era quente, perfumado e reconfortante, e as pequenas plantas simplesmente adoráveis. Verduras baby eram as melhores. Depois disso, Regan a arrastou para uma rápida aula de Aikido enquanto Sirius, o gato da garota, supervisionava. —Frankie, — Caz chamou de seu deque. —Eu tenho algo para você. Ele a encontrou ao pé da escada e lhe entregou uma tira de papel dobrada. DAR PARA FRANKIE estava escrito do lado de fora. —O que é isso? — ela perguntou. —No sé. Eu estava jogando as roupas que havia usado mais cedo na lavanderia e a encontrei no bolso do meu jaleco. Ele usava um jaleco branco na clínica de saúde. —Talvez um paciente tenha colocado o bilhete no seu bolso? —Esse seria meu palpite. Teria acontecido hoje, já que troco de jaleco diariamente.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Um arrepio percorreu sua espinha. Ela conhecia apenas uma pessoa que poderia precisar passar uma mensagem para ela. —Bem, obrigada. — Ignorando a curiosidade em seu olhar, ela se dirigiu para o centro do gramado e se afastou de todos. Ela abriu o papel dobrado. F, Eles sabem que você está aqui. Saia antes que eles te encontrem. Eu não estarei aqui. O nos leva embora amanhã. Ele não vai me dizer onde. Por favor, vá para casa e fique segura. Obrigada por tentar. Significa tudo. Te amo... e me desculpe, K Frankie olhou para a nota. Leu isso novamente. Fez uma careta para as letras deformadas. Essa não era a letra de Kit. Isso era um truque? Ou… Ela correu para o deque de Caz e bateu na porta até que ele a abriu. —Frankie, o que há de errado? Ela acenou com o bilhete. —Você teve uma Patriota Zelote como paciente hoje? Uma jovem mulher? Sua expressão escureceu. —Sí. —Havia algo errado com a mão direita dela? Uma razão pela qual ela não conseguiria escrever com ela? Ele hesitou. —Por favor, Doc, — ela implorou. —Não é a letra dela, então eu preciso saber. —Ah. — Seu rosto estava sério. —Os Patriotas Zelotes não costumam me procurar, mas seu braço direito estava quebrado. Eles tentaram endireitar sozinhos, mas não conseguiram. Quebrado. Quebrado. Oh, Kit. Aqueles bastardi a machucaram. —Ela estava bem? Ela estava... Caz balançou a cabeça. —Se sua amiga não tivesse me usado para transmitir o bilhete dela — e se você não tivesse uma preocupação válida sobre quem poderia ter escrito isso — eu não poderia ter te contado nem isso, chica. Existem regras de privacidade. Não me pergunte mais. Claro, havia regras. Todas as regras. Nada para proteger Kit e Aric. Ela apertou a mandíbula com as palavras raivosas. Não era culpa dele, e ele disse a ela o que ela precisava saber. —Obrigada. Realmente, obrigado, Doc.— Pelo menos, por um tempo hoje, Kit experimentou algum cuidado amoroso. Caz colocou a mão em seu ombro. —Frankie, fale comigo. Podemos... ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela escapou pelos degraus, seus pensamentos muito frenéticos para sequer pensar em falar mais. Os PZs sabiam que Frankie estava aqui. Como eles descobriram? Foi algo que Kit deixou escapar? Eles perceberam quem operou o drone ou viram Frankie se esgueirando pelo complexo? Talvez Nabera tenha percebido por que ela estava fazendo perguntas a ele. E se Obadiah a tivesse reconhecido? A razão de como realmente não importava, no entanto. A náusea agitou seu estômago. Foi por isso que as cabanas foram queimadas? Ela andava em círculos no gramado. Pense, Frankie, pense. Se eles soubessem que Frankie estava aqui, eles saberiam que Kit a havia chamado aqui. Kit tinha um braço quebrado. Eles bateram em Kit para puni-la. —Oh, amica mia, sinto muito. — A sensação de mal estar em seu estômago ficou mais forte. Se Obadiah planejava levar Kit e Aric para outro lugar, era para matá-la? O medo zumbia nos ouvidos de Frankie, abafando os sons de todo o resto. Mantenha-se firme. Ela não devia entrar em pânico. —Depende de mim. — Mas todos os seus planos alternativos levariam tempo para serem implementados. Ela tinha os originais dos papéis da tutela — em Nova York — mas os mesmos problemas se aplicavam. Mesmo se ela pudesse fazer os policiais aqui se moverem rapidamente, se eles aparecessem no portão, os PZs simplesmente eliminariam Kit e Aric. Se eles atacassem, bem, uma equipe da SWAT, se Anchorage tivesse uma, enfrentaria um bando de caras da milícia armados. Tudo demoraria muito. Kit estava sem tempo. Ela parou de andar e olhou para o lago azul esverdeado. Bull ajudaria. Ela não queria envolvêlo quando tinha outras alternativas, porque ele teria insistido em ajudar. Arriscando sua vida. E seu plano teria arriscado apenas ela. Mas agora… Agora eram as vidas de uma mulher e uma criança, e Frankie não tinha como tirá-los. Ela precisava de sua ajuda. Ela atravessou o gramado e o viu de pé no deque. Esperando. Ele teria visto que ela estava chateada... e ele lhe deu espaço. Ele desceu os degraus para encontrá-la. —Bull. Ele correu as mãos para cima e para baixo em seus braços, firmando-a com apenas seu toque. —Me diga, querida. —Preciso da sua ajuda. Muita ajuda. — Ela tentou desacelerar sua respiração. —Está tudo uma bagunça e acho que vão matar a minha amiga. Por favor nos ajude. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Sempre. O que você precisa? Madonna, não admira que o amasse. —Eu tenho uma amiga que se casou com um cara que está no PZs e... —’Mano, — Caz chamou. Ele e Gabe se aproximaram. —Eu dei a Frankie uma mensagem de uma mulher PZ que tinha hematomas e um braço fraturado. —Você...— Frankie franziu a testa para o Doc. —E a privacidade? A boca dele se curvou. —As mensagens escondidas em meu jaleco não são cobertas pela confidencialidade do paciente, e estou obrigado para relatar suspeitas de abuso às autoridades locais. — Ele inclinou a cabeça para Gabe. —Você quer privacidade — ou assistência, mano? — Gabe perguntou. —Eles poderiam ajudar, querida? — Bull acenou para seus irmãos. —Eles estão oferecendo. Oferecendo ajuda? Sem mais nem menos? Sua família não teria ajudado. —Verdade? — A esperança floresceu dentro dela. Bull olhou para seus irmãos. —Vamos conversar na casa de Mako. —Yeah. — O olhar de Gabe caiu para o papel na mão de Frankie. —Isso cheira muito a uma confusão monumental. Caz, deixe Regan em sua casa, mas traga Hawk e JJ. Vou buscar os demais. Enquanto ela e Bull caminhavam pelo gramado até a casa de Mako, ela tentou pensar — e estava incrivelmente grata pelo braço duro em volta de sua cintura, a força do corpo de Bull contra o dela. Ele a guiou até um assento no sofá e se sentou ao lado dela. Ela se lembrou da última vez que esteve aqui — quando ela serviu a comida italiana para eles. De alguma forma, parecia que a música ainda pairava no ar. Ela passou aquela noite com Bull e todas as noites desde então. Ela estendeu a mão para tocar a mandíbula dele. Seus músculos estavam tensos. Ele estava... Oh, cavolo. —Você está se perguntando o quanto do que houve entre nós é uma mentira? Seus olhos estavam negros quando ele olhou para ela. —Tive um momento de preocupação. — Seu olhar se suavizou. —Mas mesmo que você não tenha confiado em mim com tudo, não acho que você mentiu sobre o que sente por mim. —Eu não menti. Eu não f-faria. Achei que poderia tirá-la de lá sozinha e não correr o risco de você se machucar. — Ela piscou com força porque... ela sabia, ah, ela sabia, o quanto doía saber que o amor era uma mentira. Sua voz saiu um sussurro áspero. —Eu te amo. Eu amo. —Shhh. Eu acredito em você. — Ele a apertou com força contra o seu lado. —Vamos descobrir o que fazer. Nos próximos minutos, o resto se juntou. Gabe com Audrey, Lillian e Dante. Caz trouxe JJ e Hawk. Lillian deu uma olhada em Frankie e se acomodou ao lado dela, pegando sua mão. —Agora, querida, que bagunça estamos aqui para consertar? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista A pergunta rápida foi como um vento forte soprando para longe os medos nebulosos. É hora de ser clara e concisa. Se concentre, Frankie. Ela respirou lentamente e começou. — Eu tenho uma amiga, Kit, minha melhor amiga durante a faculdade e depois, e sou madrinha de seu filho, Aric. Ele tem quatro agora. No Texas, ela se casou com Obadiah, um dos Patriotas Zelotes. Frankie encostou a cabeça no ombro de Bull, muito confortada por tê-lo ao lado dela. — Recebi uma carta de Kit pedindo ajuda...— Ela continuou a explicar como acabou em Rescue e como as crianças foram feitas reféns para garantir a cooperação das mães. —Kit estava com medo de que a polícia ou o FBI tentassem entrar no complexo e entrasse em uma batalha e as crianças se machucassem. Gabe coçou o queixo. —Como o cerco em Waco. —E Ruby Ridge, — Dante acrescentou. —Ela tem razão. —Kit é a pessoa que está em meus registros como Kirsten Traeger? — Quando Frankie assentiu, Caz apontou para o papel que ela ainda segurava. —O que dizia a mensagem? Incapaz de dizer as palavras em voz alta, Frankie o entregou a Bull. Ele leu, sua mandíbula endurecendo, então deu o papel para Caz. —Eu vi Kit no mercadinho quando cheguei aqui. Planejamos cortar a cerca atrás do alojamento das crianças em um sábado à noite. Ela escaparia com Aric e eu os guiaria para fora da floresta. —Foi assim que você levou um tiro. — Hawk bufou e olhou para Bull. —Ela vai te manter ocupado. Bull suspirou. —Yep. —Não é como se eu quisesse levar um tiro, — disse Frankie. —Eu precisava localizar a trilha certa e quais guardas poderiam ser capazes de ver o alojamento e... —O complexo é enorme, querida. Você poderia circular por horas sem aprender o que você precisava saber. — Lillian fez um som de tsk-tsk. —Na verdade, eu já tinha estreitado a localização para alguns edifícios perto da cerca leste. —Você tinha, — Bull murmurou. Ele ergueu o queixo dela. —E como exatamente você fez isso? O rosto dele tinha a mesma expressão de Nonna quando sua avó encontrou Frankie brincando com um escorpião. Na verdade, todos os irmãos de Bull pareciam consternados. Che palle, homens superprotetores. —Eu voei um drone sobre o complexo e mapeei parte dele. Havia crianças brincando entre dois edifícios. Um deles seria o dormitório das crianças. —Um drone. — Audrey sorriu. —Isso foi muito inteligente. —Você tem as fotos? — JJ perguntou. —Eu gostaria de vê-las.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Não tirei fotos de todo o complexo. — Frankie pegou seu novo celular para folhear a galeria de fotos. Graças a Deus ela tinha tudo guardado na nuvem. —Eles mataram meu pobre drone. Atiraram nele... O silêncio foi registrado. Oops. A raiva irradiava do corpo poderoso de Bull como ondas de calor em uma calçada de Nova York no verão. Mais do que suficiente para queimar uma pessoa. Pulando, ela entregou a JJ seu telefone. —Obrigada, — JJ baixou a voz para um sussurro. —Você está em apuros com bull, espero que saiba. Quando Frankie revirou os olhos, a policial bufou uma risada... e sorriu. Talvez a atitude de Bull fosse um pouco insultuosa, mas sua atitude protetora a aqueceu mais do que o cobertor que ele a envolveu na noite anterior. A oficial de patrulha estudou as fotos do telefone e ampliou uma parte de uma. —Eu vejo as crianças fora dos prédios. Você os chamou de alojamento. Isso significa que as mulheres não moram com os filhos? —Kit disse que o alojamento das mulheres é vizinho ao das crianças. As crianças têm uma matrona encarregada do prédio delas. —Isso pode complicar as coisas. — Caz se virou para Gabe. —Então, viejo, como vamos fazer isso? Frankie juntou as mãos no colo, esperança e medo se misturando. Porque, ao contrário de seu plano, os resgatadores teriam que entrar no complexo. —Você sabe, obviamente, que eles têm armas. —Eles têm rifles, mulher. Duvido que eles tenham artilharia. — disse Bull. Dante negou com a cabeça. —Espero que não. Artilharia seria ruim. Eles estavam corrigindo a gramática dela? Frankie olhou para os dois idiotas — que sorriram para ela. Ao lado de JJ, Caz folheou as fotos do celular. —Podemos chegar à cerca sudeste e aos edifícios usando a trilha das terras de Chevy e Knox. Frankie acenou com a cabeça. —Essa é a que eu planejava usar. —Mas passa pelas torres de vigia dos cantos. — Ele entregou o celular para Gabe. As sobrancelhas de Gabe se juntaram. —Isto é muito pequeno para ver... —Exploda-se-tudo, me dê isso. — Audrey arrancou o celular da mão dele. —Vou correr até nossa cabana, baixar as fotos e ampliar as melhores. —Perfeito. — Gabe a puxou para um beijo rápido. —Você é minha deusa da tecnologia favorita. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Eu sou tudo que você mais gosta, chefe. — Audrey saiu correndo de casa. —Em vez de resgatar apenas um menino e uma mulher, parece que devemos tirar todos eles. — disse Bull. —Todos? — Frankie prendeu a respiração. Isso seria maravilhoso. —Hmm. — Gabe se inclinou para trás no sofá e olhou para o teto por um minuto em silêncio. —Tem possibilidades. Remover as crianças — assim como qualquer mulher que queira sair — impediria os PZs de usá-los como reféns. Entregar as vítimas às autoridades minimizaria os problemas legais. JJ franziu a testa. —Vamos quer assistentes sociais, bem como agentes da lei envolvidos. Se uma mãe sofreu lavagem cerebral ou pressão, não queremos uma criança puxada de volta para uma situação abusiva. Pegando sua mão, Caz beijou seus dedos. —Sí. Isso manterá as crianças seguras. Problemas legais? Gabe e JJ eram policiais. Caz era um profissional de saúde licenciado. Frankie mordeu o lábio antes de perguntar, —Podemos fazer isso sem quebrar um milhão de leis e colocar todos vocês em apuros? —Não vamos quebrar mais do que um punhado. — disse Gabe com um meio sorriso. —Você pode testemunhar que temos uma crença razoável de que a vida de uma criança está em risco. Você ainda tem a carta que Kit lhe enviou ou ela queimou com sua cabana? —Está no meu escritório em Nova York. Segura. — Ela relaxou ligeiramente. —Mas sair intacto vai ser um problema. Leva tempo para pastorear mulheres e crianças em uma floresta escura. — disse Bull. Dante assentiu. —Como Frankie apontou, os PZs têm armas. — Apesar das palavras provocadoras, seu tom era sério. Ele estava certo. Frankie considerou e disse, —Uma distração? — exatamente como Bull sugeriu, —Vamos afastar os sentinelas. —Sim. — Gabe se virou para Dante. —Você poderia reunir algumas pessoas barulhentas para criar uma distração perto do portão deles? —Pode apostar. — Dante sorriu para Lillian. —Conhecemos exatamente as pessoas. Correndo para dentro, Audrey colocou um mapa enorme na mesa de centro. —Esta é a melhor visão geral do complexo. Pelo menos, a maior parte. — Ela colocou um menor próximo a ele. —Este mostra os edifícios com as crianças. Vou imprimir mais para vocês, mas isso vai ajudar vocês a começar. —Isso é perfeito. — disse Caz. —Exatamente o que precisamos. Audrey sorriu. —Aprendi como o velho gosta de fazer planos. Gabe lançou a ela um olhar de repreensão, então riu. —Obrigado, Cachinhos Dourados. — Ele puxou o mapa que mostrava a Dall Road e o desvio para o complexo PZ, bem como as estradas ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista e cabanas vizinhas. Seu dedo traçou uma rota do alojamento das crianças, passando pela cerca, depois para o sul, mais à frente para o leste até duas cabanas no final de uma estrada. —Não é uma caminhada fácil até Knox e Chevy, especialmente à noite. Precisaremos de voluntários experientes na floresta para escoltar os resgatados para que possamos efetuar uma luta retardadora. Luta retardadora. Ela deveria ter pensado nisso. Os PZs, sem dúvida, viriam atrás deles. Frankie sentiu sua coluna se endireitar. Eles com certeza não chegariam perto de Kit ou Aric. —Pode ficar feio. — Hawk deu a ela um aceno com a cabeça antes de se inclinar sobre o mapa. —Vou mover o helicóptero para a clareira atrás da cabana de Chevy. Vou chegar sem luzes, então iluminem um ponto de pouso. Madonna, eles estavam todos indo para ajudá-la. Ela olhou ao redor da sala. —Obrigada. — Sua voz falhou. Lillian apertou a mão dela. —Isso é o que as famílias fazem. —Temos o helicóptero para feridos graves. — disse Caz. —Quanto ao resto, vou carregar kits médicos extras no meu carro. Kits médicos. Helicópteros para os feridos. Feridos. Bull podia morrer. A família dele podia morrer. Ela ainda podia sentir o impacto da bala atingindo seu braço, ver o vermelho vertendo sobre sua pele. —Bull. — O nome dele saiu quase inaudível, e ela segurou o braço dele, tentando não tremer. Não havia escolha. Este era o melhor plano para salvar o pequeno Aric. Salvar todas aquelas mulheres e crianças. Mas o risco era... Culpa, medo e determinação se misturaram. Caz estava olhando para ela. —Eu me perguntei quanto tempo levaria para atingi-la,— ele disse aos irmãos. O bufo de Hawk soou como uma risada. Meio sorrindo, Gabe balançou a cabeça. Bull a ergueu em seu colo e esfregou sua bochecha contra a dela. —Ei, tem sido muito chato por aqui. Vai ser divertido. —Deficiente. — Ela puxou sua camisa para fazê-lo ouvir. —Você será cuidadoso e não se arriscará. Todos vocês serão cuidadosos. Bull agarrou seus pulsos e seu olhar ficou sério. —Sempre existe o perigo de se machucar durante uma missão, mas já faz um bom tempo que queremos ir atrás dos Zelotes. Obrigado pelo motivo perfeito. Quando ela piscou em descrença, Hawk moveu seus ombros. —O mesmo aqui. —Exatamente. — Gabe sorriu para ela. —Enquanto estamos organizando, vou falar com a DEA e o FBI. Quando seus agentes chegarem, devemos estar de volta à Rescue com as mulheres e crianças — e os PZs terão os federais com que se preocupar. Agora, vamos terminar de planejar isso. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Caz franziu a testa. —Eles têm cães e sentinelas sem percurso pré definido. Frankie se inclinou para frente e colocou o dedo em um quadrado. —Aqui, esta é a torre de vigia de canto, com vista para a área atrás do alojamento feminino. Hawk esticou as pernas e sorriu ligeiramente. —O vigia é meu. Antes que ela pudesse responder, Bull disse, —Gryff e eu podemos ter uma ideia ou duas sobre os cães. Gryff vai querer brincar. — Seus olhos escuros brilharam com riso. Frankie balançou a cabeça. Mako devia ter um... interessante... senso de humor, porque seus filhos pareciam ter herdado isso. *** Na pequena casa pré-fabricada de Obadiah, Kit tentava arrumar a cama com uma das mãos. Seu braço direito estava em uma tipoia e doía como... como um osso quebrado. Deus, doeu muito mais do que quando ele tinha quebrado dois de seus dedos. Ainda mais do que quando ele quebrou uma de suas costelas. A memória, o som de seu braço quebrando ainda ecoava em seus outros ossos, deixando uma sensação de arrepio por dentro. Seu marido se sentou à pequena mesa e comeu a torta que ela trouxera do refeitório. Ele gostava de fazê-la servi-lo. Especialmente nas noites em que não estava de sentinela e podia transar com ela antes de ir para a cama. Oh, Frankie, você estava tão certa sobre ele. O medo por sua amiga a incomodava. Eles sabiam sobre Frankie, e Obadiah havia perguntado várias vezes por que ela tinha vindo para o Alasca. Kit não parava de repetir que Frankie sempre quis passar férias no Alasca. Obadiah perdeu a paciência e quebrou o braço dela, encerrando as perguntas. Porque ela desmaiou. Eles sabiam, no entanto. Eles sabiam que Frankie estava aqui por causa de Kit. Se Nabera pensasse que Frankie tinha aprendido muito, ele a machucaria, até a mataria. Como pude ser tão egoísta para colocar a vida de Frankie em risco? O tamborilar de passos soaram do lado de fora, então Aric correu pela porta, batendo em suas pernas. Ele é o porquê. Ela se abaixou para abraçar o filho, respirando a fragrância selvagem de menininho. Oh, ela arriscaria a vida de Frankie, sua própria vida, o mundo inteiro por ele. —O que você está fazendo aqui, seu pequeno bastardo? — Obadiah bateu com o punho na mesa, fazendo Aric pular. Se afastando, seu menino cruzou as mãos na cintura e abaixou a cabeça. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ele terminou seu trabalho e veio dizer boa noite. — Kit tentou um tom leve, então se virou para Aric. —Volte para o seu alojamento, querido. — Ela o abraçou com o braço ileso e sussurrou: —Bons sonhos, meu bebê. Fique seguro. Oh, por favor, fique seguro. Sem falar — algo que ele fazia cada vez menos — Aric trotou para fora da porta. Ele podia voltar para o alojamento; ele podia não. Um mês depois de estar aqui, seu filho encontrou todos os esconderijos possíveis. Outras crianças tentaram se esconder; Aric teve sucesso. —Pirralho chorão. — Obadiah voltou sua atenção para a comida, mastigando-a bem. Migalhas emaranhadas em sua barba marrom-amarelada. Na esperança de não atrair sua atenção — seu interesse — ela se concentrou em dobrar os cobertores. Com um arroto alto, Obadiah empurrou o prato vazio para longe. —Limpe-se bem antes de ir para a cama. O Capitão Nabera vai fazer uma visita a você hoje à noite. Quando ele voltar. Seu equilíbrio vacilou, como se o chão tivesse cedido embaixo dela. —Por quê? —Ele diz que você sabe mais do que está dizendo. — O queixo do marido se projetou para a frente. —É melhor você não mentir para ele, ou você aprenderá o que é uma surra de verdade. —Eu te disse a verdade. — ela sussurrou, ficando pegajosa de medo. —Nesse caso, ele provavelmente vai te recompensar com uma limpeza. Ela havia passado por essas “limpezas” antes com Nabera. Com Parrish. Frankie chamaria essas sessões de estupro. Eu também. Conforme a náusea cresceu dentro dela, Kit começou a engasgar. Obadiah a jogou no chão e a dor explodiu em sua cabeça. —Tire esses pensamentos pecaminosos e cheios de ódio da sua cabeça. O capitão está certo. Você precisa ser purificada. Levando a mão ao rosto em chamas, Kit se levantou novamente. Seu braço latejava, mas ela manteve a cabeça baixa. Ela provavelmente não sobreviveria às próximas vinte e quatro horas. O que vai acontecer com meu bebê? *** Droga. Bull sabia que Frankie tinha segredos, alguns que envolviam os PZs. A verdade, porém, era muito mais do que ele imaginava. —Nós vamos descer. — ele disse a ela e abriu a porta da escada para ela. Ele poderia estar mais zangado, exceto que ele entendeu seus motivos. Se ela tivesse contado a ele, ele teria insistido em ir com ela, e ela não queria colocá-lo em risco. Não se ela pudesse cumprir a missão sozinha. Ele teria sentido o mesmo. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Sua lealdade para com sua amiga? Bem, porra, ele tinha que adorar isso nela. Quem não adoraria? Com ela atrás dele, ele liderou o caminho para os túneis que conectavam as cinco casas. O ar frio e úmido continha o forte odor de minerais... e armamento. Porque, naturalmente, o sargento havia construído um abrigo antibombas, bem como um arsenal sob sua casa. Mako, você era um bastardo louco. Seus irmãos e JJ já estavam na sala, retirando o que queriam levar. Alguns passos depois da porta grossa do arsenal, Frankie parou para olhar. Bull sorriu. —Impressionante, não é? Mako fez a maior parte da construção sozinho. Painéis de madeira recortados com suportes de ferro revestiam as paredes. Um lado continha pistolas e revólveres semiautomáticos como as S&W Magnums e Glocks. A parede adjacente exibia espingardas semiautomáticas como Kalashnikovs. Havia AK-47s, AR-15s. Rifles de caça como o Ruger 10/22, bem como as antigas espingardas Mossbergs e Remington. Naturalmente, o sobrevivencialista paranoico também acumulou tudo que um soldado precisava para um apocalipse — de granadas a óculos de visão noturna. Ok, então talvez o Sargento não fosse o único louco. Ao longo dos anos, todos eles contribuíram para a diversão. Os balcões da altura do quadril continham gavetas com munição. O canto mais distante tinha equipamentos de recarga e suprimentos. Uma mesa grande no centro da sala servia para limpar e montar. —Isto é... Estas coisas são mesmo legais? — Depois de largar a mochila que ela pegou na casa dele, Frankie girou em um círculo. JJ olhou para cima. —Quase tudo. Quando se trata de preppers no Alasca, aparentemente é “não pergunte, não diga”. No entanto, a menos que a civilização entre em colapso, usar coisas como explosivos em áreas habitadas é chamado de terrorismo e garante ao usuário muitos anos de refeições gratuitas atrás das grades. —Oh. Ok, —Frankie disse em uma voz fraca. Gabe olhou para cima. —Se equipe, mano. —Yeah. — Bull agarrou um colete de proteção com camuflagem escura. Ao redor dele, seus irmãos e JJ estavam fazendo o mesmo. No curto espaço de tempo antes de se armar, Gabe e Caz fizeram ligações e mexeram os pauzinhos. Eles fizeram tudo que podiam, e agora cabia a Audrey organizar os profissionais de saúde, serviços sociais e policiais que chegariam. Bull não se preocupou; a mulher era excelente em fazer malabarismos com recursos. Lillian e Dante já haviam partido, levando Regan com eles. Sua sobrinha passaria a noite com sua melhor amiga. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Os dois idosos estavam recrutando pessoas de confiança e levando-as ao lugar certo na hora certa. O plano exigia muitos voluntários, alguns para distração, outros para guiar as mulheres e crianças para fora. Ainda mais ajudariam a transportar todos para a cidade. A missão foi organizada com a costumeira atenção de Gabe aos detalhes. Eles penetrariam no complexo durante as horas mais escuras da noite — entre 1h e 3h30. Antes e depois disso, o céu cinza crepuscular seria claro demais para esforços secretos. A estreita janela de oportunidade era preocupante. —Se nós...— A mente de Bull gaguejou até parar. Frankie estava experimentando um pequeno colete à prova de balas — aquele que Caz usava quando era um adolescente magro. Jesus, porra. —O que você está fazendo? — Ele achou que era uma pergunta muito razoável. —Vocês estão todos usando colete. Achei que você gostaria que eu usasse um também. —Eu faria se você fosse nessa operação. Mas você estará na cidade com Audrey e coordenando as agências. — A voz de Bull não se elevou; ele tinha certeza que não, mas Caz se virou apressadamente com uma risada abafada. —Shh. — JJ socou o médico na barriga. —Frankie, você estará na cidade. Segura na cidade. — Bull repetiu, caso ela não entendesse o que ele acabara de dizer. —Não. Eu vou com você para o complexo. — Frankie colocou o colete em seus ombros. O estômago de Bull se apertou como se ele tivesse comido um barril de maçãs verdes. Como se sua mulher tivesse acabado de dizer que planejava entrar no que provavelmente se transformaria em uma porra de um tiroteio. —Não. Não, você não vai. Quando ela revirou os olhos e olhou para as armas, ele se virou para a única pessoa a quem ela poderia ouvir. —Gabe. Você está no comando. Seu irmão cruzou os braços sobre o peito e olhou para Frankie. —Me convença. —Bastante fácil. — Ela colocou as mãos nos quadris como Mama fez quando peitou Papi. O coração de Bull deu uma pancada dolorosa. —Vocês são caras enormes, mesmo antes de adicionar os coletes. Todos de preto. Mortais. — Frankie balançou a cabeça, franziu a testa e começou a trançar o cabelo para trás. —Você está esquecendo que essas mulheres foram abusadas. Por que diabos elas iriam com vocês? Vocês vão parecer ainda mais aterrorizantes do que os fanáticos do culto. Bull abriu a boca, fechou. Pigarreou. —Vamos dizer a Kit que você nos enviou. —Talvez ela acreditasse em você... eventualmente. — Frankie olhou para Gabe. —Nesse seu plano, você incorporou tempo para explicar as coisas? A expressão azeda no rosto de Gabe disse que ela estava certa. Ela iria com eles. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Puta que pariu, filho da puta. — Bull ouviu o eco nas paredes e estremeceu. Inferno, essa era sua voz elevada. Frankie nem mesmo vacilou, apenas riu. —Eu também te amo. E eu sei que não sou um soldado e estou morrendo de medo, mas preciso estar lá para que Kit confie em vocês. Se ela o fizer, talvez o resto também o faça. Ela o amava. Disse isso em voz alta na frente de seus irmãos. Porra, mas ele nunca se cansaria de ouvir isso, não importa quantos anos eles vivessem. Ela estava com medo... e indo junto de qualquer maneira. Sua lealdade a uma amiga o deixou pasmo. Bull agarrou seus braços, e a sensação de seus músculos tensos foi o que o tranquilizou. Ela sabia como lutar. Saberia se defender. Ele encostou a testa na dela. —Jesus, mulher. —Yeah, eu sei. Respirando fundo, ele a encarou com um olhar duro. —Você vai obedecer às ordens. De Gabe, minhas, Caz, Hawk e JJ. Imediatamente. Sem perguntas ou argumentos. Imediatamente.

Ela olhou para o armamento que cobria as paredes do arsenal. Seus lábios se inclinaram ligeiramente. —Não se preocupe, orsacchiotto. Eu sei quando sou a parte inferior das tropas.

CAPÍTULO VINTE E UM Se você está passando pelo inferno, continue. ~ Winston Churchill O mundo de Frankie havia encolhido para a trilha estreita e para Bull que estava na frente dela. Graças a Deus ela se tornou proficiente em caminhadas enquanto usava seu monocular de visão noturna. Usar seu jo como bengala também ajudou. Como ela aprendeu em suas incursões anteriores, a trilha à noite era muito diferente do que durante o dia. Os cheiros de abetos e vegetação rasteira úmida eram mais pungentes. Ouviam-se ruídos — piados de corujas ou pior, o som whap-whap de grandes asas acima. Animais assustados caíam através dos arbustos. Um grande animal pode soar como uma debandada inteira. Acima, a copa das árvores era densa, dando apenas vislumbres da lua três quartos. Todos usavam equipamento de visão noturna. Bull e seus irmãos tinham os seus próprios e distribuíam extras para os voluntários que precisariam deles. Muitos não precisavam. Os caras que caçavam tinham seus próprios, assim como JJ como parte de seu equipamento policial. Quando Bull ofereceu a Frankie um par, ela puxou o seu junto com o suporte para cabeça — e mostrou que estava familiarizada com tudo. Ela foi presenteada com um olhar avaliador. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Perto do início do caminho, ela recebeu outro longo olhar de todos os quatro caras quando viram a linha de pontos brilhantes que marcavam a trilha para o complexo. Essa pintura reflexiva funcionava bem. No entanto, ainda era uma longa caminhada. Suas pernas estavam cansadas. Seu pescoço doía com o peso do NVM que puxava sua cabeça para o lado. Ela ficou aliviada quando Gabe interrompeu a linha. Eles ainda estavam longe o suficiente na floresta para permanecerem escondidos do complexo, mas muito mais perto do que ela ousou desde a primeira vez. Bull veio ficar ao lado dela e lhe deu um aperto quente em volta da cintura. Ele se abaixou para sussurrar, —Descanse e eu voltarei logo. — então desapareceu por outra trilha com Gryff em seus calcanhares. Tempo de esperar. Ser paciente realmente era uma droga. Principalmente sozinha. Só que ela realmente não estava, não com todos os outros ao seu redor. Agora que ela parou, ela podia sentir o leve tremor em suas mãos. Seus pulmões pareciam contraídos; seu coração estava batendo muito rápido. Estamos indo, Kit. Ela apertou seu bastão escurecido com tinta. Sem armas de fogo para ela. Não depois que Hawk mencionou que as pessoas não acostumadas ao combate tendiam a eliminar tudo ao seu redor — incluindo sua equipe. Ela iria ficar com o jo não letal. Eu não quero matar ninguém. Mas ela faria se isso significasse manter seu pessoal vivo. Com o rifle na mão, Hawk se afastou silenciosamente, seu objetivo era uma árvore alta do em frente à torre de vigia. Bull o chamou de sniper e disse que ele era o melhor atirador de todos. Boa sorte, Hawk. O primeiro trabalho dele era atirar no guarda da torre de vigia com um tranquilizante. Seu segundo... Bull havia sugerido que, já que Hawk estaria escalando uma árvore, ele poderia muito bem configurar o dispositivo ativado por controle remoto contendo uma gravação da voz de Gabe. A resposta de Hawk foi rude, mas ele concordou. Um toque em seu ombro a fez pular. Os estranhos óculos de visão noturna que ele usava faziam Caz parecer um alienígena. Ele colocou a mão em seu braço de forma tranquilizadora antes de verificar JJ, que estava agachada sob uma árvore diferente. Frankie olhou por cima do ombro. Todas as pessoas atrás dela também estavam aproveitando a oportunidade para descansar. Chevy e Knox acenaram para ela. O helicóptero e os carros estavam estacionados em suas propriedades. Ela mal podia ver Uriah, que era o dono do café, ou o grupo de caras das áreas remotas como Tucker, Guzman, Harvey e Rasmussen que ela ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista conhecia do bar. O diretor da escola e o velho hippie dono do posto de gasolina estavam na retaguarda da fila. Esses homens, assim como o grupo da distração, haviam se oferecido simplesmente porque os filhos de Mako, Audrey e JJ, haviam pedido ajuda. Frankie balançou a cabeça, pensando nas histórias compartilhadas enquanto esperava na casa de Chevy a chegada de todos. Ela tinha ouvido falar como Gabe e Bull encontraram o filho perdido de Chevy após um ataque de urso. Como JJ salvou a vida de Rasmussen após um terremoto e, em seguida, arriscou sua vida para resgatar os alunos presos. Audrey ensinou Knox a ler. Caz cuidava de suas doenças. Hawk fazia voos de emergência para os hospitais da cidade. A família Hermitage estava... lá... para a comunidade. Alimentando as pessoas, ajudando com reparos para as pessoas em dificuldades, organizando eventos comunitários, melhorando a cidade. Os voluntários ficaram maravilhados porque Bull e seus irmãos lhes pediram ajuda. Frankie sorriu ligeiramente. E todos eles ficaram satisfeitos por frustrar os Patriotas Zelotes. De repente, um longo uivo vindo do sudoeste quebrou o silêncio. Vai, Gryff. Dentro do complexo, os cães enlouqueceram, latindo, uivando e ganindo. Os guardas gritaram irados. Frankie voltou seu olhar para a torre de vigia e percebeu o contorno esverdeado do guarda. Ele estava parado onde poderia monitorar a área onde Gryff uivava. Não importava que tipo de melhoria de visão ele tivesse, não lhe faria nenhum bem se ele desviasse o olhar para a floresta onde Hawk estaria escalando aquela árvore. Durante o planejamento, os caras do Hermitage discutiram o uso de tranquilizantes. Como nenhum tranquilizante funcionava imediatamente, mas levaria alguns minutos, o risco para o guarda, esse que Hawk teria que subir em uma árvore para disparar. Mas eles não tinham muita escolha. Nenhum deles estava disposto a matar o guarda. Mas a torre de vigia do canto dava para a área onde eles estariam cortando a cerca. Os filhos de Mako podiam entrar furtivamente, mas o guarda não podia deixar de ver as mulheres e crianças destreinadas fugindo. Se Hawk não pudesse silenciar o guarda, a missão seria abortada. Frankie cruzou os dedos. Poucos minutos depois, Gryff começou a uivar novamente. Novamente, houve uma cacofonia de latidos dos cães de guarda do PZ. Frankie verificou a torre de vigia. A silhueta do guarda havia desaparecido. Muito bem, Hawk! Ele deve ser um sniper tão bom quanto os caras alegavam. Na frente de Frankie, Gabe se dirigiu para a cerca, cruzando a área aberta entre a linha das árvores e a cerca PZ. Galhos inseridos em sua jaqueta tornava sua silhueta difusa, e os dois enormes ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista alicates que carregava foram pintados de preto e embrulhados em tecido escuro mesclado. O Hermitage tinha um conjunto de alicates. Ela contribuiu com outro. Se movendo lentamente, de alguma forma, ele desapareceu nas sombras. Essa coisa de camuflagem era realmente eficaz. Na cerca, ele se encontrou com Hawk, os dois homens criando um ponto ligeiramente mais escuro contra os arames prateados da cerca. Eles estariam usando os alicates agora, o som encoberto por latidos e gritos. Quando o barulho cessou, os dois se agacharam e ficaram imóveis. Gryff provocou os cachorros mais duas vezes. —Coloque a porra dos animais em seus canis. Eu estou farto dessa merda. — Alguém gritou de dentro do complexo. Um arrepio percorreu Frankie ao som da voz de Nabera. —Sim, Capitão! — um dos guardas gritou. Frankie trocou acenos sombrios com JJ. Objetivo alcançado. Gryff, você é um cachorro tão bom. Não haveria cães soltos no complexo. Perfeito. Poucos minutos depois, Bull e Gryff voltaram como fantasmas, recebendo acenos silenciosos e sorrisos de aprovação enquanto passavam pela fila de homens. Quando Bull colocou o braço em volta dos ombros dela, ela se apoiou nele e um nó em seu estômago relaxou. Ele estava bem. Depois de dar um aperto nela, ele cutucou Caz, então fez um som suave como um dos pássaros que ela tinha ouvido no lago. Deixando Gabe saber que ele estava de volta. Ninguém se moveu. Eles esperaram. Logo, logo. O som de carros se aproximando do outro lado do complexo foi o primeiro aviso da distração principal. Os freios rangeram. O metal rangeu e retiniu. O vidro quebrou. Pessoas gritavam. —Hora da festa. — Bull sussurrou e saiu. Ele já tinha colocado uma balaclava camuflada com os óculos de visão noturna por cima. A menos que encontrassem Kit e tivessem provas de que ela foi detida contra sua vontade, os resgatadores manteriam o rosto coberto. Já que eles estavam, afinal, arrombando e entrando. Devagar e em silêncio, ela lembrou a si mesma, puxando sua própria balaclava e seguindo-o em direção à cerca. Se equilibre em um pé, coloque o outro no chão, adicionando peso enquanto sente qualquer coisa que possa quebrar. Repita a operação. Aperte os olhos para esconder o branco. Pelo menos, a balaclava escondia seus dentes brancos. O guarda na torre de vigia estava apagado, mas poderia —provavelmente haveria— pessoas se movendo dentro do complexo. Provavelmente até mesmo alguns guardas para manter as mulheres dentro, pelo menos.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista A cerca se delineou com Gabe, Hawk e Bull agachados na base, colocando seus óculos de visão noturna e suportes de cabeça dentro de vários bolsos. Ela se acomodou ao lado de Bull e fez o mesmo. O aperto dele em seu ombro, em um óbvio bem feito, aliviou o medo que inundava sua corrente sanguínea. JJ apareceu, se ajoelhando ao lado de Hawk. Alguns segundos depois, outra sombra se juntou a eles e Frankie saltou. Ela não tinha visto ou ouvido a abordagem de Caz. Então, novamente, houve muitos gritos, batidas e buzinas vindos do portão da frente. Os voluntários da distração estavam muito entusiasmados com seu trabalho, especialmente depois que Zappa, o dono do posto de gasolina, doou dois carros batidos para eles baterem. Contra a cerca, os voluntários do transporte se agacharam para esperar até que fossem convocados. Bull entregou a guia de Gryff para Knox e recebeu um olhar traído do cachorro. Se levantando, Gabe deslizou pela aba aberta da cerca. Ele tinha deixado alguns elos superiores para sustentar a seção cortada do tamanho de uma pessoa. A cerca ainda parecia intacta para todos, exceto uma inspeção cuidadosa. Depois de verificar a área, Gabe fez um gesto para a equipe de assalto. Enquanto Hawk mantinha a cerca aberta, Caz, JJ, Bull e Frankie se esquivaram para dentro do complexo. Gabe os conduziu até a parte de trás de duas casas pré-fabricadas decadentes — o alojamento para mulheres e crianças. Luzes nos cantos dos edifícios formavam piscinas brilhantes no chão, deixando o resto na sombra. Pelo menos eles estavam fora da vista das torres de vigia nos cantos da cerca. Frankie tentou engolir, mas sua boca estava muito seca. Vozes baixas das crianças vieram do prédio à esquerda. Batidas e gritos roucos de mulher soaram da direita, que devia ser o alojamento das mulheres. Certamente, eles não faziam sexo lá com outros assistindo. Aric e Kit estariam nesses edifícios. Quase com muito medo de ter esperança, Frankie estendeu a mão e Bull pegou a mão dela, apertando-a para tranquilizar. Um exame mais atento mostrou que as portas traseiras estavam protegidas com grades de ferro pesadas. As janelas também. A raiva afastou o medo de Frankie por um momento. O bastardi obviamente não queria que ninguém saísse dos prédios — mesmo que isso significasse que os ocupantes queimariam se houvesse um incêndio. Depois de verificar a porta e a grade, Gabe balançou a cabeça e sussurrou, —Seria muito barulhento entrar por aqui. Bull, você e Frankie vão para a esquerda. Caz e JJ, direita. Hawk e eu entraremos pela porta da frente e abriremos por dentro. Enquanto Gabe e Hawk iam entre os dois edifícios, Frankie seguiu Bull. Suas pernas pareciam pregos de madeira, como se não pertencessem a ela. Seu coração batia tão forte que parecia que qualquer guarda dentro do complexo iria ouvir.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Felizmente, a distração ainda era barulhenta. Do portão da frente veio a voz distinta de Felix. —Estou dizendo que você bateu no meu carro, seu canalha, lambe de botas de merda, e estou te levando ao tribunal. —Esta não é a porra do tribunal. — gritou outro homem. —Tirem seus traseiros daqui. Esta é uma estrada particular. —Não é privado deste lado do portão. Podemos estar aqui se quisermos. — Essa era uma jovem. Erica, talvez? Ou Amka ? —Que idiota. Frankie quase bufou. Ok, não tímida Amka. Espiando pelo canto direito do prédio, Bull ergueu a mão com dois dedos estendidos. Dois guardas. Frankie se encolheu e depois firmou sua resolução. Ela faria o que tivesse que fazer. Ao virar da esquina, ela ficou na escuridão ao lado do edifício. A camuflagem escura tornava Bull difícil de ver — muito reconfortante, já que ela estava vestida da mesma maneira. A uma curta distância, seus alvos estavam juntos, ouvindo a altercação na estrada. —Talvez devêssemos ir ajudar? — disse um. Nas sombras, Bull passou pelos dois homens e se virou, pronto para atacar daquele lado. Silenciosamente, Frankie agarrou seu jo e estabilizou sua respiração. Ela encontrou o espaço calmo onde sua mente fluía junto com seu corpo e sua energia. Isso era o que deveria ser feito, e ela o faria bem. Em silêncio, Bull atacou. Com a mesma calma, Frankie acelerou os poucos passos para atingir seu alvo por trás. O bastão curto desceu bem no local favorito do Sr. Spock — o ponto de pressão do plexo braquial perto de onde seu pescoço encontrava seu ombro. O homem caiu como uma pedra. Ela tinha apenas alguns segundos antes que ele se recuperasse e gritasse. Ao mesmo tempo que ela puxava seus braços para trás e os colocava nas algemas táticas de plástico, Bull estava fazendo o mesmo com seu oponente caído. Enfiando um pedaço de pano na boca de seu bastardo, ela o prendeu com fita adesiva. De acordo com Hawk, a fita adesiva era fácil de se livrar, mas Chevy cuidaria dos guardas presos durante a missão. Por favor, que tudo isto acabe rapidamente. Dentro do prédio, se ouviram sons de batidas e guinchos de crianças assustadas. Gabe e Hawk deviam ter entrado. No portão da frente, a altercação tinha ficado mais alta. —Você vai ter que pagar por isso! — Era Raymond, o bartender? —Você está bêbado? Vocês, cadelas, não deveriam beber. Ou dirigir. Inferno, ou votar, também. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ele recebeu aplausos entusiasmados do que parecia ser mais caras do que do grupo de distração. Alguns homens PZ devem ter aderido. Frankie quase riu, sabendo que Raymond era mais feminista do que ela. Agarrando a jaqueta de seu oponente, ela o arrastou para as sombras, seguindo Bull até a parte de trás do prédio. O PZ realmente precisava perder algum peso. Suando, ela alcançou a porta traseira agora aberta. Os transportadores já estavam correndo para pegar uma criança e levando o traseiro de volta para a floresta. Seu coração se apertou de esperança — e preocupação. Mantenha-os seguros, pessoal. Na porta, Gabe entregou uma garotinha de olhos arregalados para Rasmussen, que imediatamente se virou e se dirigiu para a abertura na cerca. Tudo em silêncio. Caz entregou a próxima criança para Knox. Frankie balançou a cabeça. Em qualquer outro lugar, as crianças estariam gritando muito alto por serem manipuladas por estranhos. Não aqui neste lugar abusivo. Por mais doloroso que fosse, o abuso trabalhou a favor do salvador. As crianças tinham mais medo de fazer barulho do que dos homens com balaclavas. Com um grunhido, Bull atirou seu homem pela porta. Se exibindo. Frankie tentou arrastar seu homem degrau acima — e ficou travada. Os olhos de Bull se enrugaram, e ele jogou o cara dela dentro também. Se aproximando com outro casal de crianças, Gabe evitou os PZs amarrados. Ele acenou com a cabeça para Bull e Frankie. —Bom trabalho. Nós só tínhamos a matrona e um guarda PZ aqui. Frankie parou ao lado de Caz. —Aric saiu? — Todos eles estudaram a foto de seu afilhado e prometeram cuidar dele. —No, chica. Ainda não o vimos. — Seus olhos escuros estavam preocupados. Mais crianças foram entregues aos socorristas até que, além do PZ amarrado, a sala estava vazia. O medo apertou o coração de Frankie. Ela caminhou até a matrona. —Onde está Aric? A mulher balançou a cabeça freneticamente. —Eu já perguntei. — Gabe colocou a mão no ombro de Frankie. —Ela não sabe, mas ele sempre foge para ficar com a mãe. Ele provavelmente está no prédio das mulheres. Outro homem entrou pela porta dos fundos, a balaclava de camuflagem firmemente no lugar. Frankie reconheceu a estatura baixa de Chevy apenas porque sua musculatura impressionante o tornava quase tão largo quanto alto. Ele acenou com a cabeça para Bull. —Eu sou sua babá de idiota esta noite. —Bom timing. — Bull apontou para a fileira de PZs amarrados no chão. —Fique atento a problemas de respiração ou engasgo. Dê a ele uma faca, mano. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Caz entregou a Chevy uma das miríades de facas que ele carregava. Bull continuou. —Uma faca dá a eles um incentivo para ficarem quietos. Cortar rostos — ou bolas — funciona bem. Um dos homens amarrados empalideceu e juntou as pernas. —Tempos divertidos. — Chevy manuseou a lâmina com cuidado. —Agradável. Ainda melhor que eu não vou ficar preso limpando sangue desta vez. Frankie piscou. Ele com certeza não parecia o trabalhador braçal alegre que ela conhecera na estalagem. Sua atuação funcionou. Pela maneira como os prisioneiros o olhavam, não iriam dar um pio. —Ouça o sinal para sair, — instruiu Bull, recebeu um aceno afirmativo e saiu pela porta dos fundos com Frankie. Do lado de fora, JJ havia se apropriado de uma jaqueta de guarda e mudado a balaclava por uma meia para borrar suas características faciais. Fingindo ser um dos guardas, ela caminhava casualmente pela área. Entre os dois edifícios, Gabe esperou na esquina da frente com Hawk e Caz. Ele olhou e bateu no ouvido. Inclinando a cabeça, Frankie escutou e ouviu vozes masculinas vindas de dentro do prédio. Seu estômago afundou. Eles esperavam que o prédio contivesse apenas mulheres, não homens. As cortinas bloqueavam qualquer visão do interior. E a porta da frente era a única entrada. Não havia como pegar os homens de surpresa, e uma luta barulhenta alertaria o resto do complexo. Bull encolheu os ombros como se quisesse dizer nenhuma escolha. Quando Gabe deu um passo, Frankie agarrou seu braço e sussurrou, —Me deixe ir primeiro. Vai demorar um segundo para eles perceberem minha roupa. Se eu mantiver a atenção deles, você poderá lidar com eles sem muito barulho. Todos os quatro homens franziram a testa para ela. Tão protetores. Bem, ela provavelmente parecia apavorada... porque ela estava. Ela ergueu o queixo e olhou feio. Deixar Bull —qualquer um deles — ser morto não iria acontecer se ela pudesse evitar. Gabe acenou com a cabeça. —Opção mais segura. —Droga. — Bull colocou a mão em seu braço. —Faça. —Eu te amo. — ela sussurrou. Ela arrancou a balaclava e enfiou-a dentro do colete. Depois de puxar o cabelo para fora da trança, ela o bagunçou. Cabelo de quarto. Hawk deu uma risadinha. Um som áspero fraco. —Garota esperta. Caz apertou seu ombro em conforto. —Estaremos logo atrás de você. —Vou chamar a atenção deles para a direita. — Ok, ok, eu posso fazer isto. Usando seu cajado curto como se estivesse ferida, ela entrou mancando no prédio das mulheres. Uma rápida olhada

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista nas mulheres sentadas nos beliches que se alinhavam nas paredes direita e esquerda. Ela foi para a direita. Três homens estavam no centro da sala. Dois olharam para ela. Frankie ergueu a voz. —Mary? Me disseram para pegar você e... —Como se tivesse acabado de notar os homens, ela acenou com a mão livre no ar em um gesto atraente. —Oh, ei, desculpe. E agora, ela viu que o terceiro homem na sala era Obadiah. Nem mesmo percebendo sua entrada, ele fez uma careta para... Coberta de sangue, Kit estava enrolada em uma bola trêmula no chão. —Vadia estúpida. — Obadiah puxou o pé com a bota para trás. —Não! — Frankie o atacou. Muito longe. Ela nunca chegaria lá... Hawk mergulhou pela porta e se chocou contra Obadiah. Os dois voaram para trás, batendo em uma cama de beliche pesada com um estrondo. Bull saltou pela sala. Seu soco derrubou um homem no chão. Gabe tirou o outro. Kit. Oh, Kit. Soltando seu cajado, Frankie se ajoelhou, com medo até de tocar em sua amiga. Muito sangue. —Cazzo, o que eles fizeram com você? Kit estava fazendo pequenos grunhidos de dor, sua respiração muito rápida e superficial. O sangue jorrava de um longo corte em seu rosto e cobria sua roupa. Um gesso em seu braço estava meio quebrado. Seus olhos se abriram. Apertando suavemente a mão dela, Frankie se abaixou. —Estou aqui, amica mia. Vamos tirar você e Aric deste lugar. Kit piscou. —Fran — eu não contei. Não contei. — A consciência desapareceu de seus olhos. Quando Caz se agachou ao lado de Frankie, Bull agarrou seu ombro. —Deixe o Doc trabalhar, querida. Precisamos que você pergunte se alguém está vindo conosco. Mas... Kit. Frankie observou por alguns segundos enquanto as mãos de Caz se moviam sobre o corpo de sua amiga. O Doc era atencioso, competente e gentil. Kit estava segura com ele. Certo. Ela tentou se levantar, mas toda a força havia deixado suas pernas. Ela pegou a mão de Bull. —Me ajuda? —Sempre. — Ele a colocou de pé e manteve uma mão firme sob seu braço. —Temos que encontrar Aric. — ela disse a ele. —Nós vamos. Gabe se juntou a eles. —Os bastardos soldaram a porta dos fundos deste edifício. Não confiavam nas mulheres, eu acho. Vocês terão que sair pela frente. — A voz de Gabe baixou. — Temos muitos homens aqui — vou mandar JJ entrar e ficar de guarda. —Entendi. — Bull puxou Frankie na direção das mulheres nos beliches. Mais à esquerda, Hawk ficou de pé. Obadiah estava deitado no chão, imóvel.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Os dois homens que Bull e Gabe haviam derrubado também estavam no chão, já com a algema de plástico. Ela piscou surpresa, percebendo que um deles era o Capitão Nabera, o homem mais velho de barba negra do bar. Ele estava observando Obadiah chutar Kit? Para fazer dela um exemplo. As mãos de Frankie se fecharam. Seu olhar percorreu o quarto, vendo as mulheres nas camas. As covardes apenas ficaram sentadas lá, deixando os homens machucarem Kit. Frankie estava decidida a simplesmente sair dali e deixá-las apodrecer. Ela começou a encará-las. Mas... elas nem a notaram. Todos elas estavam se encolhendo, tremendo e olhando para Hawk, Caz e Bull. Para a equipe de resgate do sexo masculino. Seus rostos estavam molhados de lágrimas, os olhos avermelhados e inchados. Elas estavam chorando por Kit e... estavam com muito medo para ajudar. A raiva de Frankie se extinguiu. Quanto tempo poderia durar a coragem em face da dor. De ameaças a crianças? A única culpa deveria ir para onde pertencia, para os abusadores. Ok, vou tirar vocês daqui. Se vocês vierem. Ela poderia convencê-las a ir embora? Talvez. Afinal, ela vinha tranquilizando as novas contratações tímidas de Bocelli desde os dezesseis anos. Ela respirou lentamente, encontrou a calma em seu centro e deixou-a fluir em sua voz. —Senhoras, sou amiga de Kit. Ela me pediu para tirar ela e Aric desta prisão, longe de serem espancados e machucados. Estamos saindo com ela agora, mas se vocês quiserem, vamos levá-las conosco. Silêncio. Então uma mulher sussurrou. —Eles estão com minha filha. Frankie esperava que Bull falasse, mas ele inclinou a cabeça na direção de JJ, que estava parada na porta. As feições de JJ estavam borradas pela máscara de meia — mas ela era visivelmente feminina, assim como sua voz forte e rouca. —Todas as crianças do alojamento já estão fora. Eles estão sendo levados para a cidade e para as autoridades, onde estarão seguros. Se vocês querem sair deste lugar, venham agora. Duas mulheres se levantaram. As outras balançaram a cabeça e suas vozes assustadas encheram a sala. —Eles não vão nos deixar ir. —Eles virão atrás de nós. —Nós nunca vamos escapar. Tirando a máscara de meia, JJ colocou a mão no cinto de armas, sua postura militar ereta. — Sou a policial Jayden do Departamento de Polícia de Rescue. Se vocês quiserem sair, nós iremos manter vocês seguras. Mas vocês vêm conosco agora... ou ficam aqui. Escolha de vocês. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Mais três se levantaram e deram um passo à frente. —Como sabemos que não é um truque? — sussurrou uma jovem muito maltratada. O coração de Frankie se partiu. Mas ela ergueu o queixo. —Eu sou amiga de Kit, e eu organizei isto. Não é nenhum truque. Elas poderiam encontrar coragem para partir? Com um gemido de dor, Kit abriu os olhos. Ela engoliu em seco, então olhou meio cegamente para as mulheres. Sua voz era apenas um sussurro. —Vão com Frankie, suas idiotas. Então essa era a amiga de Frankie, Hawk pensou. A mulher não conseguia nem ver direito, mal conseguia falar, mas seus pensamentos eram para as outras mulheres. Ele tinha que respeitar esse tipo de lealdade. Se curvando, Hawk verificou a pulsação do bastardo a seus pés. Nada. Ele tinha abordado o idiota, e eles atingiram a estrutura da cama com tanta força que arrebentou o pescoço do cara. Foi uma morte justa — o idiota tinha tentado chutar a mulher até a morte — mas era mais um corpo para adicionar ao total da alma de Hawk. Com esforço, Hawk se livrou da culpa e verificou a situação. Com seu bastão em mãos, Frankie estava empurrando as mulheres PZ para fora do prédio atrás de JJ, que assumira a liderança. O pequeno rebanho aterrorizado desviou amplamente em torno de Bull e Caz e estavam segurando uma à outra. Algumas ainda estavam em suas camas, sem vontade de partir — verdadeiras crentes que engoliram o Kool-Aid43. Bull saiu para protegê-las até chegarem à cerca onde a equipe de transporte as guiaria pela floresta. Hawk não tentou ajudar. Inferno, ele apavorava mulheres normais com suas cicatrizes e tatuagens. Se ele tentasse ajudar este grupo, elas se espalhariam e se esconderiam como um bando de tetrazes-das-rochas. Mas ele poderia servir como uma mula de carga para a amiga ferida de Frankie. Caz ergueu os olhos. —Precisa encontrar a criança, ’mano. — Ele estava aplicando curativos de campo para estancar o pior do sangramento. Foda-se, eles a espancaram bem. Hawk fez uma careta. Ninguém, especialmente uma mulher, devia ser brutalizada assim. Só de ver seus hematomas trouxe de volta a dor chocante do grande punho de seu pai batendo em seu rosto. A 43

Esta é uma das variações de uma expressão muito usada, seria algo como estar enfeitiçado, seduzido por uma ideia ou conceito (em um sentido negativo), não perceber a realidade. Também pode ser utilizado com um sentido de “aceitar algo sem questionar”. Sua origem, todavia, é terrível, remonta ao que ficou conhecido como o Massacre de Jonestown, onde o Reverendo Jim Jones leva os seguidores a se suicidarem bebendo veneno. A expressão surgiu porque eles ingeriram o veneno misturado com Kool-Aid que é uma marca de refresco, vendido no Brasil como Ki-Suco.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista forma como um chute na barriga o tinha deixado encolhido, incapaz de respirar. A agonia nauseante de um osso quebrado. Com um grunhido baixo, ele se livrou das memórias fodidas. —Vou verificar o quar... Um movimento chamou sua atenção. Um menininho saiu de debaixo da cama e disparou em direção à mulher. Hawk agarrou o menino antes que caísse sobre ela. —Uh-uh. Ela está machucada, camarada. O menino enlouqueceu, se contorcendo, chutando e lutando para chegar até Kit — e yeah, este devia ser o filho dela. —Aric. Com seu nome, o garoto ficou mole, olhando para Hawk com os maiores olhos azuis que ele já tinha visto. Olhos assustados e aterrorizados. Sua voz aguda era um mero sussurro. —Mommy está machucada. Jesus. Hawk se sentiu como se alguém o tivesse apunhalado bem no peito. —Yeah, ela está machucada. Mas vamos levá-la para o hospital. Conseguir ajuda para ela. No chão, Kit abriu os olhos. —Aric. — Sua voz não era mais alta do que a de seu filho. Ela piscou, tentando focar. Viu seu filho nos braços de Hawk. Seu olhar se elevou para encontrar o de Hawk e ela... olhou... para ele. O tipo de olhar que penetrava além da superfície. Sua voz era apenas um sussurro. —Mantenha-o seguro. Antes que ele pudesse responder, dizer a ela que nenhuma criança gostaria de estar perto dele, seu olhar caiu para o filho. —Aric, fique com ele. Um segundo depois, ela estava desmaiada. —Cabrones. — Caz estava murmurando enquanto se levantava. Bull e Frankie apareceram na porta — e Frankie olhou para a criança nos braços de Hawk. — Você o encontrou. Hawk assentiu. Caz se virou para Bull e acenou para a mulher inconsciente. —’Mano, você a carrega. Faremos guarda. —Isso. — Bull ergueu Kit suavemente. —Eu posso levar o menino. — Caz disse a Hawk. Hawk tentou entregá-lo, mas o garoto segurava com força seu colete e sua boquinha estava comprimida com determinação. Ele não fez nenhum som, entretanto — uma lição frequentemente aprendida de receber um tapa com as costas da mão na boca por falar. Foi assim que Hawk aprendeu. —Estamos bem. — murmurou Hawk. Caz piscou surpreso antes de sorrir em acordo. —Então eu protegerei suas costas, ’mano. —Nós. Nós protegeremos. — Frankie ergueu seu bastão e assentiu com firmeza para Hawk.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Quando ele passou por ela com o menino, ela o seguiu, pronta para defendê-los com tudo que tinha. Hawk bufou suavemente. Bull tinha encontrado para si mesmo uma mulher corajosa e resoluta. As mulheres PZ já tinham desaparecido na noite quando Frankie seguiu os outros para fora do prédio com Caz na retaguarda. Tremendo, ela puxou uma longa respiração do ar frio e limpo da noite, livre do fedor de sangue e medo. Em algum lugar mais próximo do centro do complexo, homens conversavam baixinho. Na floresta, uma coruja piou. Seu andar vacilou. O barulho no portão da frente havia parado. A distração deles se foi. Merda. Tudo dentro dela queria correr... correr para fora da cerca para o abrigo da floresta. Ela não devia. Gabe liderou o caminho em um ritmo medido — porque correr instantaneamente chamaria a atenção. A cerca parecia tão distante. A tensão em seus músculos tornava difícil até mesmo se mover. Por favor, não nos deixe ser descobertos agora. Tentando andar devagar, ela seguiu os outros nas sombras entre os dois edifícios. Gabe bateu na lateral do alojamento das crianças e, nos fundos, Chevy saiu pela porta dos fundos. Por fim, eles alcançaram a abertura na cerca onde JJ vigiava. Quase em segurança. Quase. Chevy avançou e segurou a seção de elo cortado da rede aberto para o resto deles. Bull foi o próximo. Kit estava inconsciente em seus braços, sua respiração difícil. As mãos de Frankie se fecharam. Caz disse que suas costelas estavam rachadas e quebradas. Se o chute de Obadiah a tivesse atingido, ela teria morrido. Deus te abençoe, Hawk. Bull passou Kit para Chevy. —Mova-se rápido e com cuidado. — O carpinteiro musculoso se dirigiu para a floresta em um ritmo rápido e suave. Tire ela daqui, Chevy. Por favor. Frankie passou pela cerca e a segurou enquanto Hawk passava com Aric, agarrado como um macaquinho, em seus braços. Ela sentiu uma pontada, querendo tranquilizar a criança, mas não ajudaria. Ele era tão jovem que provavelmente nem se lembrava dela. JJ e Gabe passaram, e Gabe se inclinou para frente para dizer a Hawk, —Saia e alcance Chevy. Carga preciosa. —Yeah. — Hawk decolou, deslizando de sombra em sombra. Enquanto isso, Caz prendeu dois cadeados para unir as bordas cortadas da cerca na altura do joelho. Enquanto todos se dirigiam para a área aberta, Frankie assumiu posição logo atrás de Bull. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Intrusos! — Um grito quebrou o silêncio. —Parte de trás do alojamento das mulheres! O alarme se espalhou. Homens gritaram. Correram em direção à cerca. —Espalhem-se e vão para a floresta! — Gabe empurrou JJ atrás de Frankie. Agarrando seu bastão, Frankie disparou pela área aberta, os braços balançando, os ombros curvados como se ela pudesse se tornar um alvo menor. Os palavrões altos encheram o ar enquanto os PZs eram forçados a se contorcer pela abertura da cerca que tinha sido fechada pelos cadeados. O estampido de tiros soou e o terror fez Frankie quase cair no chão. —Ziguezague. — gritou Bull. Ela virou para a direita e depois para a esquerda. As balas atingiram o chão perto dela e a sujeira se espalhou. Zigue. Uma árvore na floresta se estilhaçou. Zague. Não seja previsível. Ela se lançou para a esquerda novamente. Um som agudo veio de sua direita quando uma bala atingiu uma rocha. De um lado, Gabe praguejou, cambaleou e correu novamente. À frente deles, JJ alcançou a floresta. À esquerda, Caz desapareceu na vegetação rasteira. Ao mesmo tempo que Frankie escolheu uma possível abertura, foi como se um bastão tivesse chicoteado seu flanco traseiro. Cambaleando, ela mergulhou na folhagem, os braços erguidos para proteger os olhos enquanto os galhos batiam em sua roupa. Um segundo depois, alguém a seguiu quase nos calcanhares. Ela girou, jo levantado. —Corra, — Bull falou rispidamente. Oh! Graças a Deus. Ela correu novamente. Da floresta em frente à torre de vigia — onde nenhum dos salvadores estava — a gravação do aviso de Gabe explodiu sobre o tiroteio. Os PZs pararam de atirar para ouvir. —Patriotas Zelotes, invadimos seu complexo para libertar uma mulher que foi mantida contra sua vontade. As mulheres conosco pediram para sair. Estejam avisados, agora vocês estão fora de sua propriedade e em terras públicas. Se vocês atacarem, vamos nos defender — e, em seguida, apresentar queixa à justiça. Frankie olhou para trás por tempo suficiente para ver alguns PZs se separarem e seguirem para o que pensavam ser uma pessoa, em vez de uma gravação. Hah! Mais alguns diminuíram a velocidade, como se não tivessem certeza de continuar. Bom! Infelizmente, o resto continuou a todo vapor. —Virar para a direita— foram as instruções de Bull.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Graças a Deus ele sabia para onde estava indo. Ela angulou naquela direção, tropeçando nas raízes e arbustos atarracados. Ela se esquivou de um galho baixo e... oh, não. Ela realmente tinha visto o galho. Podia distinguir as árvores na escuridão da floresta sombria. O céu estava clareando e o amanhecer chegaria em uma hora ou mais. O resgate demorou mais do que o planejado. Bull se virou, indo em outra direção. Pela miríade de marcas de botas na terra, ela sabia que eles haviam alcançado a trilha usada para entrar. Um minuto depois, Gabe saiu mancando da floresta para a trilha. Duas outras formas escuras se transformaram em Caz com JJ, que tinha sua mão esquerda pressionada sobre o braço direito. —Caz, coloque a linha de tropeço, — Gabe disse silenciosamente. —Todos os outros, continuem. Frankie olhou para trás, vendo Caz em uma árvore, puxando o fio pré-conectado com força. Qualquer um que se movesse rápido acertaria o fio tenso e alto e cairia. Os PZs estavam se aproximando rapidamente. Ela podia ouvir galhos quebrando, gritos raivosos e maldições. Frankie acelerou, correndo bem nos calcanhares de Bull. Atrás deles, alguém gritou de dor, então houve um monte de gritos e maldições. Uma arma disparou. Mais gemidos. Um homem gritou, —Guarde suas armas quando estiver correndo, idiotas! Frankie ouviu Bull bufar uma risada. Ela continuou se movendo. —JJ, quando virarmos a próxima esquina, jogue uma flashbang neles,— Gabe ordenou. Conhecendo a trilha melhor do que qualquer um deles, ele estava na liderança. —Sim senhor. Policiais e seus flashbangs. Os gritos de seus perseguidores ficaram mais altos. Frankie tentou encontrar mais ar, para se mover mais rápido, mas a trilha úmida estava escorregadia. Ela caiu de joelhos. —Merda. — O que ela daria por uma calçada da cidade... Bull a colocou de pé. —OK? —Eu estou bem. Vai. — Ela empurrou o bastão na terra e acenou para que ele continuasse. Era como seguir um tanque imparável. Ofegante, ela começou a correr novamente. Eles aceleraram em uma esquina. Com um piado vindo de trás, Gabe parou, assim como Bull. Pegando Frankie, Bull a puxou para o lado. —Tampe os ouvidos; feche seus olhos. Na penumbra, ela o viu colocar os polegares nas orelhas, os dedos sobre os olhos. Ela enfiou o bastão debaixo do braço e o imitou. Bang! Mesmo com os olhos cobertos e os ouvidos tapados, o mundo ficou branco. E o som era como estar em uma sala com uma bombinha gigante. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Tentando apagar as imagens residuais brilhantes, ela sentiu Bull pegar sua mão. Agarrando seu bastão, ela correu para frente. Atrás deles, gritos e maldições, alguns gritos de dor. Caz e JJ emparelharam rapidamente. À frente, na trilha, havia movimento e Frankie engasgou. Não, não os PZs. Pior. Eles alcançaram a fila de mulheres se movendo lentamente com a equipe de guias. Os sons dos PZs ficaram mais próximos. Gabe ergueu a mão e a equipe de assalto parou. —Bastardos persistentes. — Ele correu um olhar avaliador sobre eles. —Vocês estão prontos para uma emboscada? Oh, Madonna, não. Frankie assentiu com o resto. Gabe apontou para a retaguarda. — Bull, pegue o último inimigo da esquerda. Frankie — fique ali — ele apontou para uma mancha escura de mato à esquerda —e ataque quando a metade chegar até você. —Entendi, — veio o reconhecimento estrondoso de Bull. Ela acrescentou sussurrando: —Sim, senhor. —Caz, retaguarda à direita. JJ, metade à direita. Ataquem eles com tudo. Vou jogar de isca e lidar com a frente. Enquanto Frankie se escondia nas sombras, Bull desceu ainda mais e desapareceu no mato. Luzes piscando apareciam por entre as árvores, se aproximando rapidamente. Os PZs estavam usando lanternas — não é de admirar que eles tivessem alcançado. Ao dobrar a curva, os feixes brilharam em Gabe. Muitos PZs. Uma dúzia, pelo menos. Um gemido surgiu na garganta de Frankie. Muitos. Mas na trilha à frente estava Kit, inconsciente nos braços de Chevy, o pequeno Aric com Hawk e todas as pessoas de Rescue que tinham arriscado suas vidas. A boca se apertando enquanto a determinação a enchia, ela agarrou seu bastão com mais força. Iluminado pelas lanternas, Gabe olhou por cima do ombro para a horda PZ e começou a fugir mancando. Como uma matilha de lobos, o bastardi uivou e perseguiu, cego para todo o resto. À sua esquerda, Frankie viu um brilho de aço no ar. Outro. Dois homens na retaguarda caíram. Caz saiu da vegetação rasteira, segurando outra faca de lançamento. Lute, Frankie. Seu coração estava apertado em sua garganta com tanta força que ela mal conseguia respirar. Ela se agachou. Agora. Seus pés não se moviam. Agora!

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Um homem puxou sua pistola e apontou para Gabe. Com um grito frenético, Frankie saltou do mato e bateu com o bastão em seu antebraço. Ossos racharam. Gritando, ele largou a arma e se curvou sobre o braço. O cara atrás dele investiu contra Frankie e seu corpo assumiu o controle. Girando, ela deu um chute circular na cabeça dele, derrubando-o em outro homem. Ela enfiou o bastão na barriga de um terceiro. Sem tempo para pensar. Era tudo gritando, bloqueando e golpeando, reagindo instintivamente com a memória muscular duramente conquistada. Incline para trás, tire o equilíbrio do oponente e gire para jogá-lo contra outro. Recupere o equilíbrio, gire e a perna se estique em um chute lateral na barriga de outro homem. O pé toca a terra; o peso se desloca para frente, permitindo um chute traseiro no PZ atrás dela. Se afaste de uma faca e acerte o jo na cabeça dele. Mova-se com o rebote para bater em outro. Balance com seu bloqueio e dê um chute frontal em sua barriga. Uma arma de fogo estalou. Um PZ gritou de dor. Atirando neste emaranhado de pessoas? Eles poderiam acertar seus próprios homens. O luar brilhou ao longo de uma pistola... que estava apontada para Bull. —Não! — Ela mergulhou no homem. O ombro dela bateu em seu peito, jogando-o para trás, a queda foi interrompida por uma árvore. Com um estrondo ensurdecedor, a arma disparou. A dor queimou sua panturrilha e ela gritou. O homem a acertou com as costas da mão jogando-a no chão. A bota dele acertou-a na barriga, jogando-a de lado. De pé, ele apontou a pistola para ela. Gryff surgiu do nada e se agarrou a seu braço. Rosnados assassinos encheram o ar quando o cachorro sacudiu o braço do homem como se fosse um roedor. Ofegando por ar, quase chorando, Frankie se afastou engatinhando. —Puta! — Um PZ balançou um bastão em sua cabeça. De joelhos, ela inclinou para o lado e bateu no braço dele, desviando para um lado. Virando a mão, ela agarrou seu antebraço e puxou-o em sua direção. Em seguida, enfiou os nós dos dedos em sua garganta. Ele caiu. Lutando para ficar de pé, ela recebeu um chute nas costelas que a enviou para trás até que ela pudesse recuperar o equilíbrio. Olhos selvagens, o bastardo balançou sua faca em um movimento que teria cortado seu rosto. Evitando a lâmina, ela capturou seu pulso, torceu e o atirou de cabeça contra uma árvore. Outro homem se abaixou para pegar a pistola caída. Ela o chutou no rosto e seu estômago embrulhou com o estalar de um osso. Quando ele caiu, ela chutou a arma para a vegetação rasteira. Uma faca apontou para ela, e ela ergueu o braço para... Bull agarrou o pulso do homem, quebrou-o e deu-lhe uma cotovelada no rosto. O homem caiu de costas, desmaiado. Virando-se, Frankie se preparou para o próximo PZ. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Eles estavam todos caídos. Gemendo. Choramingando. Chorando. Alguns segurando braços e pernas quebrados. Um estava vomitando. Uns poucos deitados imóveis demais, ou desmaiados ou... Sua mente fugiu da alternativa. Segurando o braço dela novamente, JJ se encostou em uma árvore enquanto Gabe, Caz e Bull caminhavam por entre os fanáticos caídos, jogando armas de fogo e facas no mato. Choramingando, Gryff correu para Bull, obviamente preocupado que ele tivesse problemas por lutar. —Você fez bem, amigo. — Bull bagunçou o pelo do cachorro. —Bom cachorro. —Você foi incrível, Gryff. — Frankie se juntou a eles, curvando-se para dar um abraço no cachorro e sussurrar em seu ouvido peludo, —Você me salvou. Quando ela se endireitou, as orelhas do cachorro estavam levantadas e o rabo balançando orgulhosamente. —Você está muito ferida, Frankie? — Bull a varreu com um olhar rápido, então a puxou contra ele e descansou sua bochecha no topo de sua cabeça. —Porra, você me assustou — me salvou de levar um tiro, obrigado — mas foda-se. Você está muito ferida? —Não estou mal. Principalmente minha panturrilha. — Sua voz falhou. Ela nunca sentiu nada tão reconfortante quanto os braços dele ao redor dela. Ela estava começando a tremer. —Vamos ver. Yeah, você está sangrando. — Ele puxou uma bandana de um dos bolsos de seu colete e enrolou a perna dela com força o suficiente para fazê-la chiar. Quando ele se endireitou, ela agarrou seu braço para que pudesse dar uma olhada rápida. Nenhum sangue vertendo, nada obviamente quebrado. Ela ficou na ponta dos pés e beijou sua mandíbula. —Obrigada. —Sempre. — Ele se virou a uma chamada de Gabe. Frankie deu um passo e percebeu que algo estava faltando. Seu jo. Enxugando o suor e o sangue do rosto, ela o viu de lado. Listras escuras e úmidas manchavam a madeira. Respirando pelo nariz, ela o pegou. —Feito, mamita. — Caz havia terminado de amarrar uma bandagem no braço de JJ. Eles se dirigiram em direção a Gabe. —Fodida puta. — Um PZ no chão agarrou o tornozelo de JJ. Arrancando a perna de seu aperto, JJ o chutou no estômago. —Güey 44 .— Caz balançou a cabeça em reprovação para o homem vomitando. —Essas escolhas de vida ruins.

44

Em espanhol: Cara.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Não era engraçado, mas Frankie começou a rir, meio histérica, e teve que cerrar os dentes para parar. —Movam-se. — Gabe sinalizou algo para Bull, então assumiu a liderança em uma caminhada rápida, mancando pior do que antes. Caz e JJ seguiram Gabe. Gryff ao seu lado, Bull observou-os se afastarem e, em seguida, acenou para ela. —Eu assumo a retaguarda. Vá na minha frente, querida. Frankie manteve sua mente em seguir em frente. Sua perna ferida estava pegando fogo, e... cazzo, mais e mais dores continuavam aumentando. Calafrios percorreram seu corpo até que foi difícil segurar seu bastão. Ela nunca quis estar segura e aninhada em seu apartamento em Nova York tanto em toda sua vida. Ainda… Ela ouviu os passos suaves de Bull atrás dela. Protegendo a retaguarda. O homem que arriscou sua vida por Kit e Aric, pelas vítimas do PZ. Por ela. E ela sabia que não havia nenhum lugar que ela preferisse estar a com ele. *** Tinha sido uma fodidamente longa caminhada de volta à casa de Chevy, Bull pensou. Na parte de trás do helicóptero de Hawk, ele ajudou Caz a amarrar a amiga de Frankie na maca acolchoada. A viagem não tinha lhe feito nenhum bem, e ela ainda estava inconsciente, caramba. O que Frankie faria se sua amiga morresse? —Aguente firme, Kit. — murmurou Bull. —Sí, — Caz concordou. Ele se voltou para Hawk na cadeira do piloto. —Leve-a rapidamente. Ela está sangrando por dentro. Já fazendo o pré voo, Hawk simplesmente mostrou um polegar para cima. Depois de uma última olhada no IV que ele colocou, Caz deu um tapa no ombro de Bull. — Até, ’mano. JJ e eu vamos garantir que Gryff volte em segurança. — Ele saltou para lidar com os ferimentos leves ocorridos durante a retirada pela floresta. No banco do passageiro, Frankie tinha Aric afivelado ao lado dela. Nem ela nem Aric iriam deixar Kit. Embora o menino tivesse cooperado o suficiente até que Hawk o pôs no chão. Bull se acomodou no assento ao lado deles e apertou o cinto de segurança. Algumas das balas atingiram seu colete nas costas. Nada penetrou, mas Jesus, ele doía. Por outro lado, o sargento ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista costumava dizer a eles que se você está sofrendo, você sabe que está vivo, e com certeza é melhor do que estar morto. Depois de colocar os fones de ouvido, Bull colocou um jogo em Frankie. Era a única maneira de ouvir algo em um helicóptero barulhento. —Bom voltar aqui, — ele disse a Hawk, que já tinha os rotores girando. Ele obteve uma resposta típica de Hawk — um grunhido. Bull colocou protetores de ouvido em Aric. Meio adormecido, o menino se aninhou o mais perto possível de Frankie, que tinha o braço ao redor dele. Quando o helicóptero decolou, Bull viu Dante combinando os resgatados com o transporte. Com a prancheta na mão, Lillian designava acompanhantes, garantindo que cada mulher e cada criança estivessem acompanhadas até que a autoridade competente se encarregasse delas. Os carros desciam lentamente pela estrada de terra e, sim, mais deles estavam na Dall Road, em direção ao prédio municipal de Rescue. A essa altura, o prédio municipal estaria fervilhando de profissionais de saúde, bem como do FBI e dos policiais estaduais do Alasca. Yeah, os sobreviventes seriam tratados. No momento, Bull poderia se concentrar em Kit, Aric e Frankie. —Você está bem? — Bull passou a mão pelo cabelo de Frankie. Ele teria que se certificar de que alguém checasse a perna dela — toda ela — enquanto eles estivessem no hospital. —Claro. — Ela olhou para ele. —Você está se movendo engraçado. E quanto a você? —Apenas hematomas. — Ele deu um meio sorriso. —Você fez bem, mulher. E você estava certa em insistir em vir conosco. —Eu sei. Mas ajuda ouvir isso de você. — Ela esfregou a cabeça em seu ombro com um suspiro. —Obrigada. Ele beijou o topo de sua cabeça. Ela estava pálida, arranhada, baleada, espancada, mas ainda de pé. Ainda cuidando de seu afilhado e sua amiga. E dele. Gravada em sua memória estava a visão da pistola se voltando para ele, e como Frankie abandonou todo o senso de autopreservação e se chocou contra o PZ. Ele poderia passar uma vida inteira sem ver isso de novo ou ouvir o estampido da pistola quando o bastardo atirou. Jesus. No entanto, vê-la arriscar sua vida por sua amiga. Por ele? Era como se o universo tivesse dado um tapa na cabeça dele, dizendo, —Você acha que as mulheres não têm o gene da lealdade? Aqui, conheça Frankie. Quem teria pensado que ele se apaixonaria por uma garota da cidade? Uma nova-iorquina, pelo amor de Deus. Mas ela era sua garota da cidade, e ele faria o possível para convencê-la a ficar em Rescue. Se não…? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Bem, talvez ele fosse gostar de Nova York. *** Os liberais-retardados anticristo haviam invadido o solo sagrado deles. Roubado suas mulheres e crianças. Matado alguns de seus homens. Colocado suas mãos de pecadores sobre ele. A fúria ferveu dentro de Nabera até que ele sentiu como se sua cabeça fosse explodir. Em torno dele, seus homens carregavam os caminhões. Patriotas, cada um deles. Leais ao Profeta. A ele. Ele já havia passado as instruções para as casas de outros membros, de outras propriedades onde eles poderiam se acomodar e se esconder até que este teste de fé acabasse. Com um rugido, um veículo deu partida e saiu. E pensar que foram reduzidos a fugir no meio da noite. Seus tenentes discutiram com ele, querendo segurar os federais com suas armas e coragem. Tolos. Os federais os tinham mais poder de fogo que eles, superavam em número. E os Patriotas Zelotes não tinham mais mulheres ou crianças. A única razão pela qual os cercos em Waco e Ruby Ridge foram notáveis foi porque os liberais de coração sensível não estavam dispostos a sacrificar o que chamavam de “inocentes”. Como se uma mulher com sua natureza suja e pensamentos carnais pudesse ser considerada inocente. Nabera tinha ordenado a evacuação. Com Parrish no Texas, o complexo estava sob seu comando. Eles sempre estiveram preparados para esta eventualidade. Ele observou enquanto o prédio que continha o armamento era esvaziado. Carregando mochilas, os homens e as poucas mulheres restantes subiram nos caminhões. Luka saiu do prédio. —Vazio, senhor. —Não sobrou ninguém, senhor, — Conrad falou, correndo. Nabera assentiu. —Vocês fizeram bem. Vão agora. Entrarei em contato depois de falar com o Profeta. —Sim, senhor, — seus subordinados responderam em coro. —Mantenham a cabeça baixa, fiquem seguros. — Sua boca se apertou quando uma nova raiva o queimou como o fogo do inferno. Em um caminhão estavam os corpos daqueles que haviam caído na floresta. E Obadiah. Nabera diria orações por eles enquanto eram arremessados do penhasco para as profundezas abaixo. Pó para pó, como deveria ser. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Eles tinham falhado com ele por não recuperar as mulheres e crianças. Obadiah tinha falhado ao escolher uma mulher pecadora. Uma teimosa. Ela não confessou seus crimes, nem mesmo quando Nabera bateu nela. Quando ele disse a Obadiah para matá-la. Seus homens esperaram, e ele pôde ver que a fé deles no Profeta era inabalável. —Estaremos de volta e faremos com que esses incrédulos se arrependam do que fizeram.

Mas faremos em nosso próprio tempo. Na melhor hora. — Nabera olhou para o complexo vazio e seus dentes se cerraram. —E o sangue fluirá.

CAPÍTULO VINTE E DOIS Quando o cérebro reptiliano assume o controle da batalha, não há espaço para a culpa. Depois do combate é quando a escuridão chega. Você tem que se lembrar dos rostos por quem você lutou. Sua equipe, sua mulher e as crianças. Todas as crianças. ~ Primeiro Sargento Michael “Mako”

Tyne Cazzo, ela doía. Na sala silenciosa, Frankie mudou de posição na cadeira, tentando encontrar uma posição que não doesse. Seu rosto estava todo arranhado, seu lábio inferior inchado de um soco. Um ponto arranhado em sua sobrancelha ardia onde um galho a havia acertado. Realmente, ela teve sorte de não ter arrancado seu olho... e isso não soou como algo que a Nonna teria dito? Seu lado doía a cada respiração. O médico do pronto-socorro disse que uma de suas costelas estava rachada, mas o colete manteve seu torso sem perfuração. Uma pena que não houvesse colete para as pernas. Sua panturrilha tinha um buraco na carne. Ai, ai, ai. Não havia nenhum lugar em seu corpo que não estivesse machucado. Mais uma vez, ela olhou através da porta e através do corredor para as portas duplas do departamento de cirurgia. Em algum lugar lá, os cirurgiões estavam fazendo o possível para manter Kit viva e reparar os danos. Kit tinha sido tão... —Sra. Bocelli? Oh, oops. Alguém estava falando com ela... Ela sacudiu sua mente de volta para o momento e aos dois agentes do FBI que estavam sentados na frente dela. Poucos minutos antes, eles a trouxeram da sala de espera da cirurgia para a “silenciosa” sala adjacente. Então, eles poderiam conversar. —Desculpe. Eu continuo perdendo a noção da...— conversa, localização, tudo. Ela suspirou. Era como se alguém tivesse aberto a torneira da sua energia e drenado tudo.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Você acabou de nos dizer por que não nos ligou quando recebeu a carta de sua amiga ou mesmo mais tarde. — Com calça escura e uma camisa branca, o agente especial Langford se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nas coxas. —Você fez sentido. Seu parceiro, o agente especial Acosta, assentiu com a cabeça, seus olhos castanhos simpáticos. Eles foram extremamente gentis com ela, considerando que eles poderiam ter a intimidado pra caramba se eles quisessem. Especialmente porque ela continuou evitando algumas das perguntas deles. Como quem ajudou durante o resgate. Bull a havia avisado que um bando do pessoal do transporte voluntário era doido — do tipo que ficava maluco se federais apareciam em suas portas. Eles mereciam coisa melhor do que ser incomodados. Inclinando a cabeça para trás, ela observou os agentes. Ela tinha a sensação de que eram amigos de Gabe. Se eles queriam mais informações, eles teriam que conseguir com ele. —Ajudaria se— Langford franziu a testa —por acaso você guardou essa carta da sua amiga? —Certamente. Está em Nova York. — Com uma respiração exasperada, ela puxou o celular e folheou pela galeria de fotos. Não sendo idiota, ela tirou fotos de cada documento que Kit enviou antes de trancar tudo no cofre do escritório. —Aqui — esta é a carta — com seu pedido para que eu cuide de Aric, meu afilhado. Os outros documentos também estão lá. Quando recebi a carta, sabia que tinha que fazer algo. Ela encolheu os ombros. —Minha família é italiana e católica. Levamos esse tipo de compromisso a sério. —Entendo. — Ele acenou com a cabeça respeitosamente enquanto Langford virava as telas do telefone dela. Um barulho na porta a fez se levantar antes mesmo de perceber que havia se movido. Ainda no uniforme, a cirurgiã entrou pela porta. A mulher parecia quase tão exausta quanto Frankie se sentia. —Como está Kit? Ela está bem? — Frankie juntou as mãos na frente do peito. Por favor. —Eu acho que ela vai conseguir, embora, foi por muito pouco. Ela teve uma concussão. Quase todas as costelas do lado esquerdo do corpo estão rachadas ou quebradas. O sangramento estava afetando seu coração. Seu baço foi lacerado. O braço quebrado — esse era o menor de seus problemas. —O que acontece agora? —Não vamos deixá-la acordar por um tempo. Depois disso, ela ficará aqui no hospital por pelo menos alguns dias. Com tanto dano, vai demorar um pouco para se curar. — A cirurgiã esfregou o rosto. —Sem visitas até esta tarde, então vá para casa e durma um pouco, hein? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Lágrimas picaram os olhos de Frankie com a decepção. Mas ela encontrou suas maneiras em algum lugar. —Obrigada, doutora. A cirurgiã assentiu, sorriu de volta e desapareceu na sala de cirurgia. Sentindo-se como se estivesse pronta para cair no chão, Frankie se virou para os agentes especiais. —Posso ir agora? —Sim. Por enquanto. — Depois de devolver o celular, Acosta lhe deu um sorriso conciliador. —Podemos ter mais perguntas mais tarde, mas você está meio dormindo. Graças a Deus. Ela forçou seu cérebro a funcionar por tempo suficiente para fazer sua própria pergunta. —O que vocês vão fazer com os Patriotas Zelotes? —Temos agentes e policiais conversando com as mulheres que você trouxe à luz. E as crianças. — A boca de Acosta ficou plana. —Ainda estamos levantando acusações. Aprisionamento ilegal é um dado adquirido. Sequestro foi adicionado. Ataque, agressão. —E a lista continua, — disse Langford. —Os policiais estaduais descobriram que os incendiários que colocaram fogo na sua cabana foram contratados pelos Patriotas Zelotes. O cansaço absoluto embotou a revelação. E realmente, ela não estava tão surpresa. Esses bastardi. —Levará algum tempo para descobrir quem acusar com o quê, — Langford acrescentou com um suspiro. —Se você conseguir pegá-los. — Frankie fez uma careta. —Eles provavelmente vão se esconder em um cerco ou desaparecer como baratas quando as luzes se acenderem. —Eles já adotaram a abordagem das baratas. — Acosta rosnou e sorriu levemente. —No entanto, o infeliz reverendo Parrish com sua esposa e filhos foram interceptados em um aeroporto do Texas há uma hora. Ele está preso. —Verdade? — Frankie percebeu que ela estava sorrindo. Talvez os PZs tenham se espalhado, mas o bastardo que criou o culto fanático estaria orando atrás das grades. *** Hawk tomou banho, vestiu uma calça de moletom e puxou um moletom velho sobre sua camiseta de mangas compridas favorita. Ele precisava da familiaridade das roupas velhas que estavam gastas até ficarem macias. Abrindo a geladeira, ele viu o pacote de seis cervejas e grunhiu. Uh-uh, não é disso que preciso. O esquecimento do álcool era uma fodida armadilha. Além disso, a última coisa que um veterano precisava era perder o controle do ambiente. Ou dele mesmo. Melhor lidar com as memórias horríveis — e yeah, essas ele tinha em abundância. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ele fechou a porta da geladeira e se dirigiu para o deque, pegando seu violino no caminho. Encostando na grade, ele começou a tocar — nenhuma música de verdade, apenas a música que vinha até ele. Uma melodia para se juntar à maneira como a névoa cinza-ouro se erguia das águas escuras, como as montanhas brilhavam ao amanhecer. Lentamente a música mudou, as cordas se transformando em um canto fúnebre pelo homem que ele matou, inútil bastardo que o cara tinha sido. O homem morto era outro peso para carregar até que Hawk respondesse por ele na próxima vida, o que quer que essa porra fosse. A culpa pelo PZ não era tão pesada, no entanto. O bastardo estava chutando uma mulher até a morte. Uma mulher muito corajosa. Seu filho tinha herdado sua coragem. O teimoso rapazinho não queria deixar Kit, não até que Frankie se sentou no chão com ele e explicou como os médicos iriam consertar sua mãe. O toque de Hawk vacilou por um momento. A mulher tinha sofrido muito dano. O que a criança faria se sua mãe não sobrevivesse? A culpa se apoderou dele porque aquela mãe tinha lhe dito para cuidar de seu filho. E Hawk concordou. Eu cuidei dele, caramba. Ele trouxe o garoto para casa e o alimentou com um sanduíche de manteiga de amendoim e tudo. Mas quando Caz voltou com Gryff, Hawk levou Aric até lá. O Doc conhecia crianças, inferno, ele próprio tinha uma, e todos sabiam que JJ era ótima com os pequeninos. Os dois cuidariam de Aric muito melhor do que Hawk jamais poderia. Mas Jesus, quando ele se virou para ir embora, o garoto parecia como se Hawk o tivesse jogado no lago em vez de deixá-lo com alguém que gostava de crianças. Porra, ele continuou prestando atenção, preocupado em ouvir o menino chorando. Com um suspiro, Hawk se voltou para entrar na casa e se deteve. Um pequeno corpo estava encolhido na frente de sua porta de vidro deslizante. Os grandes olhos azuis de Aric observavam cada movimento de Hawk. —Como diabos você saiu da casa de Caz? — Hawk rosnou. E estremeceu. O som de sua voz fodida assustaria qualquer... O garoto não estava com medo. Ele não se moveu nem falou. Apenas observou Hawk. A diversão se inseriu devagar. —Saiu de fininho, não foi? — Isso ensinaria o Doc. Caz sempre achou que ele era o melhor em se esgueirar. —Você sabe, o Doc é melhor com crianças do que eu. —Mama disse. — A boca de Aric se firmou em uma linha teimosa. E sua expressão transmitiu que a mãe de Aric tinha dado ordens a Hawk também. —Yeah, ela disse. Ok. — Hawk abriu a porta e deixou o menino entrar. Ele teria que ligar para Caz e informá-lo sobre sua péssima vigilância de crianças.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Depois que Aric dormisse, seria hora de ligar para Zachary Grayson. Talvez o psicólogo pudesse descobrir o que deveria ser feito com um menino perdido e a ideia insana de uma mãe de entregar seu filho a um idiota fodido como Hawk. *** Uma leve garoa encobriu o sol da manhã conforme Bull abriu a porta da garagem e entrou. —Chegamos, querida. Frankie cochilou no caminho para casa. Ela estava exausta — e ele estava muito orgulhoso de como ela se controlou até que os agentes do FBI terminassem. Enquanto ela lutava para acordar, ele a ajudou a sair, meio que a segurando enquanto eles entravam. Quando chegaram à sala de estar, ele ouviu um barulho. Gryff estava pressionando o nariz contra a porta de vidro deslizante, o rabo abanando ferozmente. Frankie riu quando Bull abriu a porta e Gryff entrou, girando em círculos animados entre seus dois humanos. Demorou um pouco para acalmá-lo. E então o cachorro ajudou Bull a conduzir Frankie escada acima e entrar no chuveiro. Deixando-a ali, ele se ajoelhou na frente do filhote. —Você fez um ótimo trabalho, amigo. Você salvou nossa garota. Cachorro valente, cachorro bom. Apoiando-se em Bull, Gryff curtiu o elogio como se pudesse entender cada palavra. —Seu dono anterior era um idiota. Você não é covarde. Você simplesmente não tinha um bom motivo para lutar antes. — Bull abraçou o cachorro peludo. —Você fez bem, meu amigo. Incrivelmente bem. Gryff lambeu o queixo de Bull, fazendo-o rir. —Ok, vou ajudar Frankie. — Ajudá-la. Abraçá-la. Se tranquilizar de que ela estava bem. Quando ele entrou no chuveiro, ela estava sentada no azulejo sob a água, a cabeça nas mãos. Chorando. Seu coração partiu ao meio. —Frankie. — Ele se ajoelhou ao lado dela, tão pequena. Tão valente. —Você está com dor? —Estou bem. —Besteira. — Bull virou o rosto para ele. —Me diga o que está errado. Ela estava tremendo apesar da água quente caindo sobre ela. —É... eu bati neles com tanta força. Para fazê-los parar. Eu senti ossos... quebrando. E a garganta do homem. Acho que devo têlo matado e... e... naquele momento, eu estava bem com isso. Querendo isso. Então, ele — eles — não iria me machucar, nem a você, nem a ninguém.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista A febre do combate, eventualmente, chegava ao fim e deixava um soldado doente até a alma. —Sim, eu entendo. Faz parte da guerra. —Eu ainda posso ouvir os gritos e berros, e não vai parar, e eu quero vomitar e me esconder. Isso não era eu machucando aqueles homens. Não era. Ele sofria por ela. Inferno, ela escolheu o Aikido porque era a menos agressiva das artes marciais, porque ela não gostava de atacar ninguém. —Eu sei. É como ele se sentia sobre matar. —O resultado ainda me atinge com força, também. Alguns soldados se adaptam; eu nunca fiz. Ela se inclinou contra ele, pegando sua mão, silenciosamente oferecendo simpatia em troca. Depois de um minuto, ela respirou fundo. —Acho que devemos nos lavar antes que a água esfrie. —Vamos fazer isso. — Ele a pôs de pé. Um pacote docemente curvado de competência e coragem com um temperamento digno de seus ancestrais e uma parcela de compaixão mais ampla que o oceano. —Eu te amo, Francesca Bocelli. —Eu também te amo, — ela sussurrou. Virando-se em seus braços, ela o puxou para um beijo. Com cuidado, ele removeu o curativo em sua perna. Foi costurado e não estava mais sangrando. Gentilmente, ele a lavou, catalogando cada escuro hematoma e corte, então percebeu, enquanto ela passava as mãos nas costas dele e fazia sons simpáticos, que ela estava fazendo o mesmo. Seus dedos circularam alguns lugares extremamente dolorosos. —Foi aqui que as balas atingem seu colete, não foi? Ao som estranho em sua voz, ele se virou. Ela puxou os lábios e piscou com força, obviamente tentando não chorar de novo. Porque ele tinha sido atingido. Gentilmente, ele tocou a mancha mais escura sobre suas costelas, onde uma bala havia rachado sua costela. —Ainda bem que colocamos coletes, hein? Sua voz falhou quando ela sussurrou: —Uh-huh. Era hora de deixar o passado. Ele se encostou na parede e sorriu para ela. —Pelo que me lembro, há um exercício póscombate de que você pode gostar. Você sabe... porque você gosta de tradições. Ele correu um dedo por seu ombro liso, traçou sua clavícula e circulou um seio exuberante. Seu mamilo se endureceu. Seus lindos olhos castanhos caíram para onde seu pau estava alongando. —É uma tradição, hein? — A voz dela ficou rouca. —Oh yeah. — Sua frequência cardíaca estava aumentando. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Bem. Eu sou uma garota antiquada. — Ela enrolou a mão em torno de sua ereção e apertou. Seu pau ficou duro o suficiente para quebrar pedras. —Mas eu sou nova na luta. — Ela o bombeou uma vez e depois esfregou o polegar na cabeça. —Talvez você possa me mostrar a... tradição... da qual você fala? Ele deu uma risadinha. —Posso assumir esse dever, suponho. O resto do banho foi um borrão de sensações. Seus seios, pesados em suas mãos. A sensação aveludada de seus mamilos. O gosto dela, quente e úmido em sua língua. A forma como as mãos dela agarraram sua cabeça, segurando-o contra ela enquanto ela gritava e gozava. A doçura de sua boca se fechando sobre ele — e sua maldição quando ele se afastou e a ergueu... alto o suficiente para empalar seu pau. Seu suspiro, e a tensão, então a recepção de seu corpo ao redor dele, dandolhe as boas-vindas. Como ela envolveu braços e pernas ao redor dele, envolvendo-o em calor — e amor — enquanto ele lhe dava tudo o que era.

CAPÍTULO VINTE E TRÊS Em uma floresta, mantenha seu foco amplo. Absorva tudo — os sons dos pássaros e insetos, cada conjunto de trilhas, os cheiros, como a vegetação se move com o vento. Então, se algo estiver errado — se houver uma emboscada armada — você saberá. Faça a mesma merda quando estiver olhando para uma pessoa. ~ Primeiro Sargento Michael “Mako” Tyne Naquela noite, Frankie saiu da picape de Bull e ficou grata por ele tê-la estacionado bem na porta dos fundos do prédio municipal. Sua perna doía como se alguém estivesse esfaqueando sua panturrilha com uma faca. Talvez ela devesse ter trazido seu jo e usado como uma bengala. Ela teria que se lembrar quando ela visitasse o hospital amanhã. Mais cedo, ela ligou, e a enfermeira disse que o inchaço no cérebro de Kit estava diminuindo, e ela provavelmente teria permissão para acordar amanhã em algum momento. Que ela estava bem. Kit iria viver. Frankie se agarrou à porta por um minuto e piscou para afastar o borrão em sua visão. Quando Bull contornou o veículo, ela notou que o policial estadual uniformizado na porta traseira estava franzindo a testa para eles. O prédio estava bem guardado. Quando eles passaram pela rua principal, havia dois policiais estaduais bloqueando o caminho para a porta da frente. O policial desceu um degrau. —Sinto muito, pessoal, mas apenas pessoas autorizadas...

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Eu sei, eu sei. — Bull segurou o braço de Frankie, dando apoio enquanto eles se aproximavam. —Acontece que o Chefe de Polícia nos pediu para trazer comida para todos... inclusive para o pessoal de apoio. O policial piscou, então a esperança encheu seu rosto. —Comida? —Muita comida. Você pode dar a Gabe um toque para trazer sua bunda aqui e nos identificar? —Claro que sim. Estou faminto. — O jovem falou em seu rádio por um momento, riu e disse, —Vou deixá-los passar. Frankie piscou. —Você não vai fazer Gabe vir aqui? O policial balançou a cabeça, seu olhar em Bull. —Ele me deu uma descrição. Gabe provavelmente disse algo como enorme e musculoso, com a cabeça raspada e cavanhaque. Não havia muitos como Bull. —Bom. — Bull sorriu e voltou para a picape. —Se você convocar pessoas para carregar nos refrigeradores e nas caixas, vou providenciar uma área para comida. —Estou nisso. — O policial ergueu o rádio novamente. Depois de baixar a porta traseira, Bull entregou-lhe um saco. —Você pode levar este para dentro. Cheio de pão, não pesava quase nada. Ela torceu o nariz para ele. Tão superprotetor. — Obrigada, Skull. Rindo, ele pegou um cooler, em seguida, deixou o carrinho de mão ao lado da parte de trás para quem levasse para dentro o mais pesado dos coolers e caixas. Uma vez dentro da ampla área de recepção, Bull diminuiu a velocidade. —Provavelmente deveríamos encontrar Gabe ou Caz. Havia pessoas em todos os lugares, principalmente policiais e profissionais de saúde, incluindo assistentes sociais, bem como os sobreviventes dos PZs. Caz havia dito que as mulheres e crianças seriam entrevistadas, então, se não tivessem outra família, iriam para abrigos em Anchorage, onde obteriam aconselhamento e ajuda. Se uma criança parecesse abusada — ou se a mulher quisesse voltar ao PZ, mais avaliações seriam feitas. Que bagunça. Pelo menos, os meios de comunicação ainda não haviam detectado isso. —Bull, Frankie. — No balcão da recepcionista, Audrey sorriu para eles. —Gabe disse que você estava trazendo comida. Abrimos um espaço ali. Ao lado das portas da delegacia de polícia, Chevy e Knox já estavam colocando uma longa mesa contra a parede. —Você conseguiu dormir? — Frankie perguntou, notando as olheiras sob os olhos da amiga.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Um par de horas. — Audrey suspirou tristemente. —Gabe não faria uma pausa a menos que eu fizesse, então deitamos juntos em duas das camas de campanha da delegacia. Ele fez JJ tirar uma soneca também, quando nos levantamos. —Oh, isso é bom. — A delegacia de polícia tinha chuveiros, então Gabe e JJ teriam a chance de limpar. Quando Caz levou Gryff de volta ao Hermitage, ele dormiu um pouco antes de voltar. A boca de Audrey torceu. —Sabe, fui atacada, sequestrada, baleada — e não tenho certeza se não foi pior esperar aqui, sã e salva, e me preocupando com todos vocês. Principalmente Gabe, Frankie sabia. Se eu tivesse que me sentar neste lugar, esperando por notícias sobre Bull? Ela balançou a cabeça. —Você é mais corajosa do que eu, Audrey. Do outro lado da área de recepção, um barulho veio das escadas enquanto várias pessoas desciam. Um policial estadual, uma mulher de cabelos grisalhos e duas crianças magras e apavoradas, seguidos por um homem de terno preto. O policial conduziu a mulher e as crianças para os fundos, enquanto o homem se dirigia ao posto de saúde. Ao lado de Frankie, Bull inalou bruscamente e chamou, —Zachary Grayson, como diabos você chegou aqui tão rápido? — Pegando a mão de Frankie, ele cruzou a sala, puxando-a com ele em um ritmo rápido demais para seu conforto. Cavolo, suas pernas eram muito longas. Normalmente, ele não esquecia que as dela não eram. O homem de terno se voltou para eles. Alto e musculoso, com cabelo preto e prateado e olhos cinza, ele estendeu a mão. —Bull, que bom ver você. — Sua voz era sonora e profunda, quase persuasiva. —E eu a você. Eu não esperava você até amanhã, no mínimo. Linhas de riso enrugaram os cantos dos olhos do homem. —Eu tenho um amigo com um jato. —Por que não estou surpreso? — Bull sorriu. —Obrigado por vir. —Na verdade, como eu poderia recusar quando cada um de vocês telefonou? — O homem inclinou a cabeça para Frankie e ergueu uma sobrancelha para Bull. —Eu também ouvi um boato de que você teve uma parceira em seus empreendimentos na noite passada. —Tão discretamente expressado. — Bull apertou a mão dela. —Frankie, gostaria que conhecesse o Dr. Zachary Grayson, um psicólogo que trabalha com crianças traumatizadas e um velho amigo de Mako. Ele voava da Flórida para se certificar de que o sargento não estava no seu limite com nós quatro. Um canto da boca de Grayson se ergueu. —Mako estava no limite quando conheceu todos vocês. Frankie quase riu, porque os quatro caras eram impossíveis agora. Como crianças…? Esse pobre sargento. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Rindo, Bull puxou-a para mais perto. —Zachary, esta é Frankie Bocelli, que assumiu o gerenciamento do Roadhouse — e do meu coração. O coração de Frankie simplesmente derreteu. Dr. Grayson estendeu a mão. —É um prazer te conhecer, Sra. Bocelli. —É Frankie, por favor. — Frankie pegou a mão dele, surpresa quando ele não apertou e a soltou, mas segurou-a por um momento enquanto a estudava com um olhar desconcertantemente perceptivo. Quando ele se virou para Bull, seu sorriso transformou seu rosto de bonito em letalmente lindo. —Eu não só aprovo — embora você não tenha perguntado — mas estou muito contente por você. —Obrigada, Doc.— O sorriso do próprio Bull era tão devastador quanto, e ainda a fazia se sentir toda pegajosa por dentro. E... ele não contradisse a suposição de Zachary de que eles estavam juntos. Estariam juntos. Uau. Frankie limpou a espessura da garganta. —Hum, Dr. Grayson. Zachary. O filho da minha amiga — Aric — meu afilhado não está aqui. Ele está em Hermitage e... passou por momentos difíceis. Você poderia falar com ele também? Os olhos de Zachary se suavizaram. —Bull e Hawk me chamaram exatamente para esse propósito. Caz e Gabe me pediram para verificar os sobreviventes aqui também, mas irei para o Hermitage em uma hora mais ou menos. Bull sorriu ligeiramente, covinhas aparecendo. —Você deveria verificar Hawk também. Ele está muito assustado — o garoto não vai deixá-lo fora de vista. O psicólogo assentiu. —De fato. Bateremos um papo. A maneira como ele disse isso, como se não tivesse dúvidas de que Hawk iria cooperar, a lembrou de Gabe. Ambos eram comandantes acostumados a dar ordens e serem obedecidos. Bull não era assim e, sem pensar, ela se aproximou dele. Ele não tinha nenhuma necessidade o impulsionando para estar no comando, mas não tinha nenhum problema em pegar as rédeas, se necessário. E ele dizimaria qualquer pessoa e qualquer coisa que ameaçasse as pessoas que ele protegia. Ele era simplesmente incrível. Era de se admirar o quanto ela o amava? *** Hawk estava extremamente agradecido de que o menino tivesse dormido a maior parte do dia. Ele também tinha... se levantado e andando de um lado para o outro de vez em quando. Ele não tinha a mais fodida ideia do que fazer com um pequenino, especialmente um que era... —Quantos anos você tem, afinal? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Aric estava sentado à mesa da cozinha mastigando uma cenoura. Esperançosamente, o lanche o sustentaria, já que Gabe queria que todos estivessem juntos para um jantar tardio na casa de Mako. Aric ergueu quatro dedos. O garoto não falava se os gestos pudessem ser usados, e se falava, era em um sussurro. Yeah, o garoto estava uma bagunça. Quatro anos de idade. Ele estaria no jardim de infância este ano? Ele parecia terrivelmente pequeno. —Vamos lá, vamos alimentar as galinhas e coletar os ovos. — Hawk estendeu a mão, porque caso contrário o menino se agarraria a sua perna. Andar com uma criança enrolada na perna não estava acontecendo. Aric agarrou sua mão e Hawk sentiu uma pontada por dentro ao ver como os dedos eram minúsculos. Por ordem de Caz, ele fez Aric tomar um banho antes de arrumar uma cama para ele no sofá. E novamente seguindo o conselho de Caz, jogou xampu suficiente para fazer bolhas. Enquanto o garoto brincava — com olhadas preocupadas para Hawk entre cada respingo — ele teve a chance de verificar os danos. O corpinho pálido estava coberto de hematomas e cortes. Hawk fez uma careta. Isso trouxe de volta muitas memórias de sua infância. Ele tinha sido um pequenino corajoso, no entanto, pegando o sabonete e esfregando. E ele tinha deixado Hawk lavar seu cabelo. Quem quer que tenha dado uma surra na criança provavelmente não era um pedófilo. Obrigado, porra. Eles alimentaram as galinhas e deixaram uma cesta de ovos do lado de fora da porta de Gabe. Era o dia de Gabe e Audrey para cuidar das galinhas, mas eles estavam na cidade com as mulheres resgatadas. No caminho de volta para casa, Hawk olhou por cima do ombro para ver Gryff os seguindo a uma curta distância. Mais cedo, o cão ficou inconsolável quando Aric se afastou dele. Hawk estava apostando que o vira-lata acabaria conquistando o garoto. Gryff tinha um jeito sobre ele. O som de carros subindo pela estrada deles fez Hawk ficar tenso até que Gryff soltou um latido feliz. Apenas a picape de Bull recebia essa saudação. Olhando para cima, Aric estava estudando o rosto de Hawk de uma maneira muito familiar. Décadas atrás, Hawk tinha observado Pa assim para captar o primeiro sinal de sua boca se contraindo, ou olhos endurecidos, ou músculos tensos. A raiva tinha sinais — e as crianças que queriam permanecer vivas aprendiam a lê-los. —Você é um sobrevivente, garoto. Eu aprovo. — Com um meio sorriso, Hawk lentamente colocou sua mão na cabeça de Aric e bagunçou seu cabelo. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O menino não se esquivou. Quando duas portas de garagem soaram, Hawk automaticamente observou os lugares. Bull e Frankie. Mas quem abriu a garagem do sargento? Certamente, eles não iriam deixar as mulheres PZ virem aqui. Fale sobre um desastre de segurança. Luzes se acenderam na casa de Mako. Sim, alguém estava lá. —Filho da...— Merda, o garoto. Pare de praguejar, idiota. Isso significava que ele teria que expulsar quem quer que estivesse na casa de Mako sem qualquer linguagem colorida. O rosto de Aric se contraiu ansiosamente e Hawk estremeceu. Maneira de assustar o menino. —Desculpe, garoto. —Hawk. Que porra é essa? Hawk congelou quando o som da voz profunda e suave trouxe de volta as memórias de longas caminhadas na floresta. Da única pessoa que ele já deixou vê-lo chorar — e aquela que o ensinou como controlar sua raiva... pelo menos na maior parte do tempo. A tensão foi drenada para fora dele rapidamente. Claro, Gabe tinha oferecido a cabana de Mako para Doc Grayson. Mako não aceitaria de outra maneira. Apesar da diferença de idades, ele considerava Grayson um bom amigo. Hawk se voltou. —Doc. O psicólogo não mudou muito ao longo dos anos. Ele ainda parecia que poderia fazer o treinamento básico sem suar a camisa. Ele tinha mais cabelos grisalhos e mais algumas rugas no rosto. Nenhuma surpresa. As pessoas descarregavam um monte de merda em um psicólogo. Inferno, limpar latrinas seria mais fácil. Grayson desceu os degraus do deque, e então um sorriso cintilou em seu rosto quando seu olhar caiu para... as pernas de Hawk? Que diabos? Hawk olhou para baixo e bufou. Aric estava escondido atrás dele com um aperto firme em sua calça jeans. —Ei, garoto. Esse é o Doc Grayson. Ele é legal. — Hawk apoiou a mão no ombro de Aric, sentindo apenas o osso. Nada de carne no garoto. —Eu gostava de falar com ele quando era pequeno. Isso era esticar a verdade. Sob o pretexto de procurar ervas, Grayson levou Hawk para a floresta para longas caminhadas. Em uma visita posterior, o psiquiatra queria fotos das águias americanas — porque ele aprendeu que Hawk amava os grandes predadores. Mais longas caminhadas. Bastardo dissimulado. —É bom ver você, Hawk, — Grayson disse. —Você parece bem. Hawk apertou as mãos e ignorou a forma como o doutor estudou seu rosto. —E eu a você. Este é o Aric. Afilhado de Frankie. —Ah. — Zachary acenou com a cabeça para Aric... e não pressionou mais. —Junte-se a mim no deque de Mako? Eu poderia beber algo frio. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Claro. — Hawk não havia considerado, quando fez a ligação cedo pela manhã, que talvez as conversas de Grayson o incluíssem assim como a Aric. Porra. Ainda assim, ele queria a opinião de Grayson. Certamente, o doutor diria que o garoto ficaria melhor com mulheres. Com alguém legal. Com qualquer um, menos com um veterano antissocial fodido. Com Aric não se aventurando mais do que alguns centímetros de seu lado, Hawk foi até a cozinha de Mako e trouxe refrigerantes para os três. Ele se sentou ao lado de Grayson. Qualquer outra criança se arrastaria para cima em uma cadeira. Aric permaneceu de pé. Yeah, era muito mais fácil fugir dessa forma. Com um bufo, Hawk ergueu o menino sobre seu colo, abriu uma lata e entregou a ele. —Use as duas mãos. Observando Grayson com olhos cautelosos, Aric tomou um gole. Sua expressão chocada fez o doutor rir. —Duvido que sua milícia religiosa permitisse bebidas com gás. —Parece que não. — A diversão aumentou quando Aric tomou outro gole, com muito cuidado, e piscou. —Gosta das bolhas, garoto? Aric olhou para cima com olhos azuis claro de um céu de outono. Seus lábios se inclinaram ligeiramente para cima enquanto ele assentia. Grayson se recostou na cadeira com um suspiro cansado — e Hawk sentiu uma pontada de culpa. O homem deve ter saltado de um avião imediatamente para chegar aqui tão rápido. Ajudavam que Rescue estivesse quatro horas atrás de Tampa. Mesmo assim, porra de voo longo, dia longo de merda. —Falei com os médicos do hospital Kirsten e... —Kirsten? — Hawk franziu o cenho. —Kirsten Traeger — a mãe de Aric. Acho que Frankie a chama de Kit. — Grayson não gostava de apelidos. Ele poderia ser quase tão teimoso quanto o sargento. —Entendi. O que os médicos disseram? —O inchaço do cérebro está diminuindo adequadamente e eles vão deixá-la acordar. No entanto, mesmo que não haja nenhum dano neurológico, ela vai ficar no hospital por um tempo, então precisa ficar na reabilitação depois disso. Simplesmente, ela sofreu muitos danos e vai precisar de tratamentos que ela não pode obter em casa. — O olhar de Grayson escureceu. Hawk grunhiu. Ele voltou seu olhar para Aric e ergueu as sobrancelhas. —Essa é a questão, sim, — Grayson concordou. Por um minuto, houve silêncio.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Grayson sorriu para ele. —Sabe, quando eu tinha a idade de Aric, minha mãe lia para mim todas as noites. — O psicólogo estava observando o lago enquanto continuava, —Lembro-me de Boa Noite, Lua. E Sapato Vermelho, Sapato Azul e... Hawk sentiu um leve salto e a expressão cautelosa de Aric desapareceu. Grayson olhou e acenou com a cabeça. —Ah, sua mãe também gosta de ler para você. — E ele continuou com uma discussão fácil e desconexa das coisas que sua mãe tinha feito com ele. O médico nunca fez uma pergunta, apenas... falou. Com Aric em seu colo, Hawk podia sentir a tensão ir e vir no pequeno corpo. O garoto reagia muito ao que Grayson dizia. Mas... se Hawk estava lendo as coisas direito, parecia que Kit era uma ótima mãe. Ou ela tinha sido antes de ser sugada para os PZs. E então, Grayson? Antes que Hawk pudesse pensar em uma maneira de perguntar isso, o doutor olhou para ele, depois para Aric. —Agora Hawk, os pais dele podiam ser maus. Seu pai bateu nele. Sua mãe também. Os olhos de Aric se arregalaram e ele deu a Hawk um olhar horrorizado e deu um tapinha em seu peito. Grayson se inclinou para frente e colocou a mão no ombro de Aric, capturando sua atenção. —Eu sei que o homem mau bateu em você, Aric. Sua mãe alguma vez te machucou? Aric balançou a cabeça com veemência e fez uma careta para o psicólogo. Então ele se encolheu, obviamente se lembrando de que os adultos batiam nas crianças que olhavam feio para eles. Liberando Aric, Grayson se recostou. Hawk assentiu. Essa era a questão com a qual ele se preocupava. Parecia que Aric poderia voltar para sua mãe quando ela pudesse cuidar dele. Bom. Teria partido o coração de Frankie se sua amiga tivesse se tornado abusiva. Mas... o que diabos Aric iria fazer até que Kit estivesse pronta para cuidar de seu filho? O som de portas de garagem subindo veio da casa de Caz neste momento. E da de Gabe. Hawk olhou para Grayson. —Parece que todos estão em casa. Alguns minutos depois, Regan saiu da casa de Caz. A menina tinha crescido desde que veio morar com Caz no outono passado. Crescido de outras maneiras também. Durante o primeiro mês ou mais, ela foi tão tímida quanto Aric era agora. Ela com certeza não era mais tímida. Avistando Hawk, ela veio correndo. — Olá, tio Hawk! Subindo os degraus, Regan olhou para Grayson e sorriu para ele antes de se virar para estudar Aric, que ainda estava sentado no colo de Hawk. —Quem é você? Depois de um momento, ele sussurrou, —Aric. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Aric, esta é Regan. Ela mora naquela casa. — Hawk apontou para a casa de Caz. —Então onde você mora? — Regan perguntou ao menino. Não houve pausa desta vez. Aric apontou diretamente para a casa de Hawk. Oh, foda-se. *** Durante toda a noite, Frankie observou como o psicólogo conseguia deixar quase todos à vontade. Até Regan. Aric, entretanto... Não importava a tentação — jogos, comida ou até mesmo o gato — o menino nunca se afastou mais do que um metro de Hawk. Quando Hawk usava o banheiro, o garoto esperava do lado de fora da porta. Se Hawk ia à cozinha para algo, tinha uma pequena escolta. O medo de Aric simplesmente partiu o coração de Frankie. E, por mais difícil que fosse admitir, ela talvez tivesse um pouco de ciúme de Hawk. Ela pensou que ela seria o apoio de Aric. No entanto, era um milagre que a criança pudesse confiar em qualquer pessoa que não fosse Kit, e Frankie estava profundamente grata por ele ter Hawk. Hawk podia não se sentir da mesma maneira. Seguindo o olhar de Frankie, JJ estudou Aric. Dormindo, ele estava enrolado no enorme sofá de Mako. Metade no colo de Hawk, o menino não largou a camiseta de Hawk. —Eu não o ouvi falar mais do que um sussurro. —Ele fez uma vez. — Hawk colocou a mão no ombro de Aric de uma maneira que derreteu o coração de Frankie. —Então ele se escondeu embaixo da cama. —Aposto que esse bando acreditava que as crianças deviam ser vistas e não ouvidas. — Bull soou como se quisesse dar um soco em alguém. —Ele provavelmente era punido se fizesse algum barulho. —Todas as crianças pareciam ter sofrido abusos. Alguns mais do que outros. — Caz se voltou para o psicólogo. —O que você acha, Zachary? —Ele foi abusado por adultos, especialmente homens. Não importa o quanto sua mãe tentasse, ela não conseguia protegê-lo... ou a si mesma também. Cazzo, Frankie queria voltar e bater em cada um desses fanáticos. As sobrancelhas cor de areia de Hawk se uniram. —Eu sou um adulto. Um homem. Mas ele se agarrou. —Claro que ele fez. — Os olhos cinzentos de Zachary suavizaram enquanto ele estudava Aric. —Você derrubou seu pior agressor e salvou sua mãe. Então ela disse a Aric para ficar com você. Hawk sacudiu a cabeça como se tratasse de negar isso. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ainda mais, Hawk, — disse Zachary. —Os instintos dele concordam com as ordens da mãe. Porque você é forte o suficiente para protegê-lo. O pobre ex-mercenário parecia preso, e Frankie quase riu. —Antes mesmo de eu mencionar seus pais, acho que Aric já percebeu que vocês são almas gêmeas. Você, mais do que qualquer pessoa aqui, entende o que ele passou. O que ele precisa. — Zachary cruzou os dedos na frente do peito e falou com todos eles. —O menino está frágil agora. Deixe que ele se ajuste em seu próprio ritmo. À medida que ele conhece vocês e descobre que está seguro aqui, seu agarre sobre Hawk vai relaxar. —Faz sentido, — disse Gabe. Hawk protestou. —A mãe dele vai se recuperar e... Zachary balançou a cabeça. —Mesmo quando ela estiver pronta para pegá-lo de volta, ela não pode dar a ele a mesma sensação de segurança que ele tem com Hawk. Não imediatamente. —Mas...— Frankie mordeu o lábio. O que ela fez? Como ela poderia consertar isso? Respirando fundo, ela enfrentou o único homem que ela nunca teria combinado com um menininho. —Sinto muito, Hawk. Já é ruim eu ter pedido a todos vocês para arriscarem suas vidas, mas agora, eu baguncei sua vida completamente. —Besteira. — Olhos azul-acinzentados, duros como o pavimento de Nova York, encontraram seu olhar. —Se você não tivesse pedido, nós teríamos insistido. — O olhar de Hawk estava em Aric, e um canto de sua boca se curvou. —E você não está bagunçando minha vida, yorkie. Ele está. —Mas... —Kit é sua. Você é do Bull. Torna a criança família. — Hawk encolheu os ombros. —Eu posso lidar. E finalmente, ela entendeu por que — embora Hawk fosse tão inflexivelmente solitário e taciturno — seus irmãos nunca duvidaram que ele estaria lá para eles. —O resto das mulheres e crianças estão acomodadas? — Frankie perguntou. Ainda havia algumas no prédio municipal quando ela e Bull partiram. —Todas foram levadas para Anchorage e Soldotna. — Caz tinha um braço ao redor de JJ, o outro ao redor de Regan. —O que vai acontecer com elas? — Audrey perguntou a Zachary. —Eu vi você conversando com as assistentes sociais. Fazendo recomendações. Elas ficarão bem? —Manteiga-derretida, — Gabe murmurou e a abraçou. —Algumas têm famílias para abrigá-las. O resto ficará em abrigos para mulheres, recebendo ajuda para descobrir como seguir em frente e construir novas vidas. — A expressão de Zachary estava triste. —Muitas estavam em busca de soluções e respostas fáceis, o que as deixou vulneráveis ao culto. Levará tempo para encontrar o equilíbrio novamente. Frankie franziu a testa. —E as mulheres que ficaram no complexo e não vieram conosco. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Ah, você provavelmente não ouviu, — disse Gabe. —Quando o FBI e as tropas estaduais chegaram lá — talvez algumas horas depois de nós — o complexo estava vazio. Frankie olhou para ele. Isso foi o que os federais quiseram dizer sobre a dispersão das baratas. —Eu perdi isso? — Bull olhou para Hawk. —Foi tudo embora? Ele quis dizer corpos, não é? Frankie se lembrou da expressão de Hawk quando percebeu que Obadiah estava morto. Gabe entendeu a pergunta. —Sim. Tudo o que deixamos para trás e na trilha. Havia alguns pertences pessoais, mas suas armas haviam sumido. Os bastardos paranoicos provavelmente planejaram para quando tivessem que abandonar o lugar. —Mas isso significa que eles estão soltos e podem... vir atrás de nós. Atrás de Kit. — Frankie sentiu a mão de Bull cobrir a dela e percebeu que seus dedos tinham fechado em punhos. —Eles não ficarão livres por muito tempo. — Gabe deu a ela um sorriso tranquilizador. —Há mandados sendo redigidos para os líderes, incluindo Nabera e seus tenentes. —Não gosto de saber que Nabera não está trancado, — disse JJ. —Ele não é exatamente estável. Hawk franziu o cenho e colocou a mão no ombro de Aric. —Reforçar a segurança? —Sim. Manteremos o Hermitage bloqueado. Só para prevenir. — Gabe balançou a cabeça. —Fanáticos são imprevisíveis. —Os federais me disseram que pegaram Parrish. — Frankie disse para Bull. —Eu esqueci de te dizer ontem à noite. —Há boas notícias. — Bull apertou a mão dela. —Sem o líder, tudo o mais provavelmente entrará em colapso. Nabera estava solto. —Talvez seja bom que Kit fique em um hospital e segura até que o resto deles sejam presos. —Eu esperava encontrar sua amiga, mas meu voo parte amanhã de manhã. — Zachary olhou longamente para Frankie. —Quando você a estiver ajudando a se curar de tudo isto, lembre-a sempre que necessário que ela não estava totalmente indefesa. Que a coragem e engenhosidade dela em contatar você foi o que salvou ela e Aric — e as outras mulheres também. As ações dela — e as suas, Frankie — quebraram os Patriotas Zelotes. Ele a chamava de Frankie. Porque essa era quem ela era. Ela captou o olhar do psicólogo e os olhos dele se enrugaram. Porque quando ele perguntou a ela qual era seu nome completo, ela fez uma careta ao dizer “Francesca”. Ele riu e disse que preferia dizer o nome completo de uma pessoa, mas, no caso dela, “Frankie” era menos um apelido e mais uma declaração de identidade. E ele gostava de quem ela era. Ela realmente gostou deste psicólogo. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Neste momento, ele se levantou. —Eu preciso esticar minhas pernas, especialmente porque estarei em um avião por horas amanhã. Regan, ouvi dizer que você tem um gato. Posso ser apresentado a ele? Estou precisando ouvir alguns ronronados. Regan deu um pulo. —Claro. Sirius gosta de ser acariciado. Enquanto os dois saíam pela porta, Frankie viu os filhos de Mako trocando sorrisos. —O quê? Bull deu uma risadinha. —Todos nós nos lembramos das conversas de Grayson. Por causa dele, provavelmente estamos menos fodidos do que poderíamos estar. — Enquanto os outros concordavam, Bull lhe deu um leve beijo e acrescentou: —Agora, parece que ele está planejando guiar a próxima geração.

CAPÍTULO VINTE E QUATRO Quando tudo vai para o inferno, as pessoas que ficam ao seu lado sem vacilar — elas são sua

família. ~ Jim Butcher As rajadas de vento jogavam a chuva contra a janela do quarto de hospital de Kit, quase abafando os bipes de vários dispositivos médicos da unidade, carrinhos passando e vozes no corredor. Talvez fosse um pouco barulhento, mas para ela, todos os sons significavam segurança. Kit esfregou o rosto e estremeceu quando seus dedos correram pelos pontos ásperos em uma bochecha. Eles doíam. Oh, admita, tudo doía. Seu braço quebrado que eles tiveram que endireitar novamente. Sua barriga onde eles tiveram que lidar com coisas que uma costela quebrada perfurou. E, mais do que tudo, seu lado com as costelas rachadas e quebradas. A cirurgiã disse que ela teve sorte dos ossos fraturados não terem perfurado um pulmão. Ela não se sentia particularmente sortuda. Mais como estúpida. Sua idiotice quase matou Frankie — e muitas outras pessoas — tentando resgatá-la de seus erros. Se ela fosse mais inteligente, talvez... —Ei. — Trazendo o cheiro de chuva e floresta, Frankie entrou mancando no quarto do hospital e revirou os olhos. —Tudo o que você está pensando, você deve parar. Kit tentou sorrir, sentiu os pontos puxarem e suspirou. —Eu sou uma bagunça. Inclinando a cabeça para um lado, Frankie puxou o queixo em uma imitação de do professor de história delas da faculdade, idoso e perspicaz. —Sra. Traeger, acredito que você tenha razão. Kit deu uma risadinha, então agarrou seu lado. —Oh, misericórdia, não me faça rir. Por favor.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Desculpe, desculpe. — Frankie ergueu as mãos. —Eu juro solenemente ser entediante e chata. Tentar não rir quase doeu mais. Ai, ai, ai. —Você é tão cruel. —Essa sou eu. — Com o braço pressionado ao lado do corpo de uma maneira que Kit reconheceu, Frankie se acomodou cautelosamente na cadeira ao lado da cama. Porque ela também se machucou. Frankie não tinha dado importância, mas os agentes do FBI disseram a Kit que todos os que entraram no complexo foram feridos de alguma forma. Mesmo assim, Frankie não deixou que isso a impedisse de visitar. Ela não faria isso, porque Kit estava sozinha aqui. E com medo. Meu Deus, ela ficava assustada às vezes. Ter Frankie por perto era como uma tábua de salvação... e à qual ela não deveria se apegar. Em vez disso, concentre-se na gratidão. —Os federais disseram que muitas pessoas estavam envolvidas no resgate. Já que estou presa aqui, você poderia dizer a eles — um nó na garganta sufocou as palavras por um momento —co-como estou muito agradecida pela ajuda deles? Sinto muito por eles terem se machucado? Quando ela tivesse saído do hospital, ela encontraria uma maneira de retribuir aqueles salvadores incríveis que arriscaram suas vidas por estranhos. —Claro. Você não precisa se sentir culpada. Na equipe de transporte, os ferimentos foram principalmente arranhões e alguns tornozelos torcidos. — Os olhos de Frankie brilharam de tanto rir. —A equipe da distração, no entanto, teve uma ressaca tão forte no dia seguinte que a choradeira nunca parou. —Eles estavam bêbados quando fingiram o acidente no portão? —Não, então. Mais tarde. Felix disse que eles se divertiram tanto brincando com os guardas que eles festejaram o resto da noite na casa dele.— Frankie deu uma risadinha. —Depois de deixar as mulheres e crianças na cidade, metade da equipe de transporte juntou-se à festa. Muitas histórias de coragem foram contadas naquela noite. Kit relaxou de volta em seus travesseiros com um sorriso. —Bem. Está bem então. — Era uma imagem estranhamente satisfatória, uma celebração de bravura. E vida. —Hawk trouxe Aric esta manhã? — Frankie perguntou, descarrilhando seus pensamentos. —Ele trouxe. — Seu pobre bebê quase começou a chorar ao ver seus pontos. Quantas vezes ele a viu depois de uma surra? Ela balançou a cabeça. —Estou preocupada... ele ainda está sussurrando. —Naturalmente. —O quê? — Como Frankie pode parecer tão indiferente? —Vai levar tempo para acreditar que ele está seguro e ainda mais tempo para abandonar os hábitos que aprendeu. — O olhar de Frankie estava nivelado, seu tom uniforme. Ela sempre foi honesta com seus amigos, não importa o quão intragável fosse a verdade. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Kit engoliu em seco. Aric sussurrou porque as crianças que faziam barulho seriam açoitadas. —Eu odeio que você esteja certa. Aric acabaria superando seus medos. Ela alguma vez superaria sua culpa? Veja o dano que ela fez à infância de seu filho. Tudo porque ela pensou que seria bom para ele — e para ela — ter um homem forte em suas vidas. Estúpida. Sim, ela realmente era. Pensando no dano causado a outras pessoas, Kit considerou Frankie. A carta pedindo ajuda fez Frankie agir. Deixando seu trabalho, sua casa, seus amigos. Arriscando sua vida. E, sem dúvida, perturbando sua família. —Quão chateada está sua família por você estar aqui? Frankie desviou o olhar. —Um pouco. Mas, ei, eu estou de férias. —Muito atrasadas, — disse Kit levemente. Como se essa bagunça tivesse sido muito férias. Que maneira de bagunçar a vida da sua melhor amiga, Kit. Ela respirou com cuidado — porque as profundas davam a sensação de que alguém a estava apunhalando bem no lado. Era hora de colocar seu boné de adulta para que Frankie soubesse que ela podia voltar para sua vida real. A ideia de se arranjar sem Frankie aqui era... assustadora. Mesmo assim, ela devia a Frankie deixá-la ir. —Você soube que as duas mulheres que moram ao lado de Hawk passaram por aqui. Elas disseram que ficariam de olho em Aric. Então Hawk realmente entrou em meu quarto por um minuto inteiro hoje. Esse foi um minuto a mais do que ele já tinha antes. Nos dois dias anteriores, ela só o viu quando ele deixou Aric entrar no quarto, então ele esperou do lado de fora no corredor. —Hã. Progresso. Kit bufou, o que não doeu tanto quanto rir. —Ele veio me dizer que Aric ainda não vai deixar ninguém mais cuidar dele, mas estava tudo bem, já que seus empregos atuais significam que Aric pode ficar com ele. O que ele faz, afinal? —Ele gerencia os reparos para os negócios da família e aceita trabalhos de piloto especializado em zonas remotas. — Os olhos de Frankie suavizaram. —Aric adora voar e fica todo inchado quando alguém o chama de co-piloto de Hawk. Um co-piloto. Seu menininho. Ela piscou para conter as lágrimas. —Ele está ficando tão grande. Ele deveria começar o jardim de infância neste outono — e não era maravilhoso que ele não fosse submetido à propaganda Patriota Zelote durante sua versão de ensino doméstico. Ele iria para uma escola de verdade. O bebê dela. —Eu...— Ela estremeceu com a expressão paciente no rosto de Frankie. —Sobre o que estávamos falando?

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Cérebro-esvoaçante. — Frankie sorriu. —Eu culpo a concussão, só que você era assim antes. —E você é uma pirralha total. — O insulto escapou antes que Kit pensasse, e ela congelou na expectativa de um golpe. Querido Deus, como ela relaxou tanto a ponto de... Não, espere... esta era Frankie, que adora um bom insulto. Kit costumava irritá-la deliberadamente — especialmente quando as duas estavam embriagadas — só para ver as faíscas voarem e o agito de mão começar. Céus, quando Frankie começava a praguejar em italiano, todo mundo adorava. Os olhos escuros de Frankie demonstraram simpatia, mas ela simplesmente retomou a conversa. —Você estava me dizendo que Hawk veio dizer que você não deveria se preocupar com Aric. —Oh, certo. — Era para lá que ela estava indo. —O médico disse que eu teria alta em breve, mas teria que ir para uma clínica de reabilitação para os tratamentos respiratórios e toda a fisioterapia e outras coisas. Eles não confiam em mim para não pegar pneumonia. Frankie fez uma careta. —Garota. Tossir com costelas quebradas doeria muito. Ia mesmo. —De qualquer forma, as coisas estão bem arranjadas. — Ela prendeu a respiração e disse as palavras que ela não queria dizer. —Frankie, significa... tudo... que você veio aqui, que você me tirou e a Aric. Devo muito a você e...— Ela percebeu o aborrecimento de Frankie. —Eu sei, eu sei, amigas não tem a coisa do dever, mas não tenho como dizer o quanto isso significa. —Você faria o mesmo por mim. Eu gostaria. Kit assentiu. —Mas, depois que Hawk entrou, comecei a pensar. Já perturbei sua vida por muito tempo. Com JJ e Audrey ajudando Hawk com Aric, ele ficará bem. Sua garganta se apertou. Elas não eram Frankie e ela não podia confiar nelas como confiava em sua amiga. Mas... seu conforto era irrelevante. O chefe de polícia e o médico moravam lá, onde quer que Hawk estivesse. Aric estaria seguro. —De qualquer forma, estarei naquele lugar de reabilitação. Ela estudou o lençol, amarrotando em sua mão fechada. —Eu não quero te causar muitos problemas com sua família. A mãe e as irmãs de Frankie fizeram Kit querer dar um tapa nelas. Todas as três eram ricas, famosas, bonitas... e mimadas. Elas trabalharam duro; ela tinha que dar isso a elas. Mas com Frankie, elas distribuíam afeto apenas em troca do que ela fazia por elas... como um empregador distribuiria bônus. O amor deve fluir como o Mississippi para o Golfo, não abrir e fechar como uma torneira defeituosa. —Eu sei que tenho que voltar mais cedo ou mais tarde. — Frankie foi até a janela e passou o dedo pelo vidro, seguindo as gotas de chuva. —Eu não tenho certeza... Mas provavelmente mais cedo seria melhor. Ou não. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Kit colocou a mão sobre as costelas doloridas, que começaram a latejar e queimar. —Isso não soa como você. — Frankie era a pessoa menos indecisa que ela conhecia. —O que está acontecendo? —Estou apenas tendo...— Frankie franziu a testa. —Você está sofrendo. Você precisa de seus analgésicos? —A coisa me faz dormir. Eu queria estar acordada para falar com você. —Vou te dizer uma coisa — Frankie deu um sorriso irônico — tome seus remédios e eu prometo estar de volta amanhã e te contar sobre minha triste, triste vida. —Hora da história. — Kit começou a rir e com a facada em seu lado e barriga, parou imediatamente. —Eu amo histórias. Promete? —Você é tão ruim quanto Aric. — Frankie sorriu. —Ele exigiu uma história — e Hawk exigiu que eu fizesse a leitura, então ele se sentou no colo de Hawk enquanto eu lia uma história. E então ele insistiu em outra. —Que você leu. — Com a concordância de Frankie, os olhos de Kit se encheram de lágrimas. —Você é a melhor madrinha de todas. —Eu sou. —Mas, bestie45, lembre-se, nós nos arranjamos. Se você precisa ir para casa, está tudo bem. — E se ela fosse, Kit se sentiria incrivelmente perdida e sozinha. Ela se obrigou a sorrir com confiança quando Frankie assentia e saia. A porta se fechou atrás dela abafando os sons de enfermeiras e visitantes, de carrinhos passando. Kit fechou os olhos. Com toda a agitação do hospital, como ela poderia se sentir tão perdida e sozinha? *** Naquela noite, Frankie estava sentada ao lado de Bull no grande gazebo à beira do lago. Ela se inclinou em direção ao fogo na lareira externa, tentando aquecer seus dedos frios. Ao redor dela, a família dele conversava, mas ela não conseguia acompanhar a conversa. Não, ela ainda estava tentando resolver as coisas em sua cabeça. Kit e Aric foram resgatados. Era difícil superar isso, já que o medo pela segurança deles fazia parte dos dias de Frankie. Agora... agora, o que ela iria fazer? Eu quero ficar. Três palavras curtas. Adicione mais duas. Eu quero ficar com Bull. Sem dúvida, sem indecisão. Pura verdade. E sobre Mama, Papà, as irmãs dela? O trabalho dela na Bocelli's?

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Gíria/abreviação em inglês para best friend – melhor amiga.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Como se sua mãe pudesse ouvi-la pensando — algo de que Frankie fora convencida quando criança — seu celular tocou. Ela piscou, então lembrou que o Hermitage tinha serviço de internet, e ela tinha conectado seu telefone. Sim, era Mama. Todos no gazebo estavam olhando para ela. Provavelmente se perguntando por que ela não atendia. Com um sorriso de desculpas, ela pegou o celular. —Oi, Mama. Como está a empresa? Como de costume, sua mãe contou como tinha sido seu dia, quais novos modelos haviam sido adquiridos, o sucesso que ela teve ao colocar seus modelos — especialmente Birgit e Anja — em comerciais e eventos escolhidos. O monólogo deu a Frankie tempo para mancar até o cais de madeira e talvez fora de alcance. O Hermitage estava terrivelmente silencioso. —Soa maravilhoso. — Frankie fez uma pausa. Se ela estivesse conversando com uma amiga, agora era quando ela recebia perguntas sobre como seu dia tinha sido. Seu mês. Como era o Alasca. Frankie franziu a testa, uma sensação desconfortável crescendo dentro dela. Ninguém em sua família jamais perguntou sobre sua viagem. Ou como ela estava. Na verdade, eles alguma vez... fizeram? A voz de sua mãe ficou mais alta. —Francesca, você me ouviu? Eu perguntei em que dia você vai voltar. Quando posso esperar vê-la em sua mesa? Essa foi a única pergunta que sua mãe fez nessas ligações. Frankie suspirou. —Fico feliz em saber que tudo está indo tão bem. —Até que não esteja. Precisamos de você de volta aqui, Francesca. Birgit perdeu dois bookings e a cabeleireira favorita de Anja disse que ela não trabalhará mais com ela. Eu quero você de volta aqui amanhã. Que grande incentivo para voltar. Não. —Na verdade, acho que posso ficar no Alasca. Eu gosto daqui. O arfar de Mama foi horrorizado. —Você não pode. Absolutamente não. Seu trabalho está aqui. —Eu tenho um trabalho aqui. Um que eu gosto mais. Em vez de perguntar qual era o trabalho, sua mãe deu um claro —Não. — Em seguida, um berro veio pelo telefone seguido de gritos. Frankie reprimiu uma risada. Mama ainda devia estar trabalhando e, pelo barulho, um modelo está tendo um chilique. A gritaria era de Jaxson e uma mulher indignada. Frankie quase riu. —É melhor você lidar com isso. O celular ficou mudo.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Frankie considerou seu celular. Apesar do tamanho pequeno, o aparelho parecia pesado, sobrecarregado por conversas desconfortáveis, expectativas. A água escura do lago parecia estar fazendo um convite: jogue-o dentro e quebre a conexão. Um pensamento tão atraente, mas essa conexão era com sua família. Ela olhou para o gazebo e suspirou. Teria ela a coragem de lutar com toda a sua família para construir uma vida aqui? Uma vida com Bull? Ele estava olhando para ela, então desceu a encosta para se juntar a ela no cais. Colocando a jaqueta em seus ombros, ele se acomodou ao lado dela. Enquanto seus pés esbarravam, balançando sobre a água, ele colocou um braço em volta dela. No gazebo, a conversa continuou em um murmúrio baixo. Gabe e JJ estavam discutindo onde os PZs poderiam ter se escondido e com o que a cidade poderia se preocupar. Apoiando a cabeça no braço de Bull, Frankie observou Aric. O menino estava profundamente adormecido no colo de Hawk. Seu rostinho ainda tinha a sombra de um hematoma de um lado, mas a tensão havia sumido de sua expressão. Ele se sentia seguro. —Qual é o problema, querida? — Bull afastou o cabelo de seu rosto. Sua mão era tão grande, tão poderosa. Tão gentil. —Foi uma má notícia? —Não, na verdade não. Minha mãe me quer de volta a Nova York. —Nenhuma surpresa. Você quer voltar? —Não. Não, eu não quero. Depois de uma pausa, Bull disse baixinho, —Fique. Fique comigo. A felicidade cresceu por dentro. Ele pegou a mão dela. —Sei que seu trabalho na agência de modelos é mais emocionante e gratificante... O bufo dela o interrompeu. —Não é isso. Gosto de trabalhar com pessoas, mas não na indústria da moda ou da publicidade. É tão sexista. Se as roupas dos homens mudassem como as das mulheres, suas calças ficariam acima dos joelhos alguns anos. A risada de Bull ecoou e Frankie sorriu com relutância. —Toda a indústria é projetada para manipular as mulheres para que gastem mais dinheiro — fazendo-as pensar que não são atraentes o suficiente como são. Acho que tenho um problema ético em impulsionar essa agenda. —Então por que você não mudou de emprego? — Perguntou Bull. —Minha família precisa de mim. — Ela encolheu os ombros. —Eu sou boa no que faço. As coisas funcionam melhor quando estou lá. Bull a estudou. —Você está em Rescue há um bom tempo. Sua família tem ligado e colocado pressão?

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Oh, eles têm. Acabei de dizer a Mama que queria ficar aqui. Ela e o resto, eles não vão entender não voltar para eles e meu trabalho... Eles vão ver isso como uma traição. — Sua voz falhou com a última palavra. —Eu não quero perdê-los. Eu não quero perder você. O braço dele apertou ao seu redor. —Bull, eu não sei o que fazer. Não, isso era uma mentira, não era? Ela sabia o que queria fazer. Com um suspiro, ela encostou a cabeça em seu peito largo. Nas águas rasas do lago, uma mãe pata ensinava seus bebês cobertos de delicadas penugens a nadar. Minha mãe nunca foi tão atenciosa. No entanto... eles eram sua família. O que eles fariam se ela saísse? Ela seria cortada completamente?

CAPÍTULO VINTE E CINCO Diplomacia — a arte de dizer “cachorrinho bonzinho” até encontrar um pedaço de pau. ~ Wynn Catlin Alguns dias depois, Bull se jogou no sofá. Que mundo fodido, caramba. —Dios, ’mano. — Caz entrou, seguido por... Jesus, todos exceto Hawk que levou Aric ao hospital para ver sua mãe. —Nós vimos você enfiar o punho na grade. O Doc se sentou, fez tsc tsc, e começou a arrancar farpas dos nós dos dedos de Bull. —O que te irritou? —Frankie. — O calor da raiva não podia competir com o frio arrepiante da perda. —Ela ligou para dizer que sua família está aqui, hospedada no Swan B&B. Eles querem levá-la para casa com eles amanhã. —Mas ela quer ficar aqui. — Gabe sorriu para as sobrancelhas levantadas de Bull. —Eu não sou cego, mano. Ela te ama. —Jogada típica, — disse JJ. —Se os telefonemas não bastam, é hora de pressão pessoal. Eles vieram todos para que a superassem em número. Audrey franziu a testa para a oficial. —Sua mãe era manipuladora? Achei que você disse que ela era maravilhosa. —Ela era. — JJ balançou a cabeça. —Na polícia de Weiler, fiquei presa a problemas de disputa familiar. Aprendi a reconhecer as táticas usadas para intimidar um rebelde a entrar na linha. —Intimidar? — A mandíbula de Bull se apertou. Sobre o meu cadáver. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Mano. — Gabe se sentou na lareira a lenha. —O quão sério você está sobre ela? —Muito sério. — Bull esfregou as mãos no rosto. Droga, ele pensou que eles teriam um pouco mais de tempo para resolver as coisas. —Isto é um aviso. Se ela voltar para Nova York, eu a seguirei. Gabe e Caz acenaram com a cabeça em compreensão completa. —Acho que JJ e eu estamos vendo um lado diferente disto. — Audrey se inclinou para frente. —Frankie realmente ficará contente em Nova York? Ou ela está se sentido culpada por não retornar — e ela seria mais feliz aqui. Ele sabia a resposta para isso — ou era apenas seus próprios desejos? Porque seus pensamentos estavam em um círculo há dias. E o que ele decidiu foi... —Se ela perder a família ficando, duvido que seja feliz. —Sí, sua Frankie é do tipo que se sacrifica pela família. — Caz inclinou a cabeça. —Mas ’mano, aquela família sabe o que eles estão pedindo que ela desista? Um trabalho que ela ama, um homem que ela ama, uma vida que ela ama? Deixando seus medos de lado, Bull considerou. Quando Frankie falou de sua família, eles não soaram particularmente amorosos. Mais como se eles estivessem alheios a qualquer coisa não relacionada à modelos. Visto que Frankie não se encaixava em sua visão de mundo, eles consideravam suas opiniões sem importância. Fazendo o mesmo com ela também, pensou ele. Então... se eles realmente a amavam, talvez se vissem o que Frankie estaria perdendo, eles poderiam parar a pressão. Se eles não a amavam, então mostrar a eles que eles teriam uma luta em suas mãos também poderia funcionar. Gabe estava observando Bull, e agora ele sorriu lentamente. —Vamos fazer algum planejamento. Caz e JJ, vocês estão no comando da guerra psicológica. Audrey, identifique o pessoal e os recursos disponíveis. Hawk provavelmente permanecerá aqui com Aric e Regan, então não os inclua na missão. Bull, escolha o campo de batalha. —Frankie disse que eles comeriam no Roadhouse, — disse Bull, sentindo que sua decisão estava certa. —Vamos nos organizar em nosso próprio território. Gabe assentiu em aprovação. —Felix vai querer ajudar, — ofereceu Audrey. —Perfeito. — Bull sorriu para ela. —Ele pode espreitar e espiar. —Bom. — Gabe tinha um bloco de papel na mão. —Isso é reconhecimento avançado definido. O que sabemos sobre a família de Frankie? —Vou pegar meu laptop, — falou Audrey, já saindo pela porta. O sangue começou a correr mais rápido nas veias de Bull. A família de Frankie não a entendia. Não a valorizava. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ele sim. E assim fazia a sua família. *** No Roadhouse, Frankie sorriu para o pai. —Enquanto vocês esperam a recepcionista arrumar a mesa, vou sair e correr para pegar meu casaco. Está mais frio aqui do que eu pensava. Antes que ele pudesse responder, ela saiu pela porta para a noite tranquila. Cavolo, mas seus ouvidos precisavam de descanso. Birgit alguma vez parava de falar? Mesmo assim, foi maravilhoso ver todos eles. Ela realmente os amava. Atravessando o estacionamento, ela tirou o casaco do carro. Depois de seu tempo no Alasca, Frankie podia ver sua família com mais clareza... sua família obcecada pelo trabalho. Papà a amava, mas não conseguia pensar em nada além de sua fotografia por mais de alguns minutos. A vida de suas irmãs girava em torno de suas carreiras de modelo. Isso era um dado. Ainda assim, elas podiam ser irmãs amorosas às vezes. Birgit sempre ficava feliz em reparar a maquiagem de Frankie antes de um evento. Anja adorava que pedissem ajuda para decidir o que vestir. Vestindo o casaco, Frankie se encostou no alce gigante entalhado com serra elétrica no canto do prédio. Seu coração doeu ao considerar o quarto membro de sua família. Mama tinha uma personalidade reservada e fria. Se queixar disso era inútil. A prioridade de sua mãe era — e sempre seria — o negócio que ela construiu do zero. Com todos eles, os relacionamentos vinham em segundo lugar. Frankie precisava aceitar que o que ela queria deles era algo que não aconteceria. Algo que ela precisava parar de tentar obter. Estar aqui com a família de Bull a deixou ver que a falta não era dela. Ela era quem ela era, e ela realmente era muito amável. Havia apenas algumas pessoas que mediam o amor em porções menores. Ao contrário de Bull, que derramava amor como um rio largo. Ela sorriu quando apenas pensar nele renovou sua resolução. A noite não estava indo bem. A dedicação de Mama era para sua empresa, e isso significava que ela estava pressionando Frankie a voltar com todas as suas forças... porque isso era o melhor para seu negócio. Pouco antes de partirem para o Roadhouse, Mama mencionou como eles apoiaram Frankie na faculdade... e com a expectativa de que ela os retribuiria trabalhando na empresa. Outra onda de culpa varreu Frankie. Até agora, ela conseguiu se manter firme, mas... era realmente difícil. Ela estava sendo tão ingrata quanto Mama disse? ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Ela disse a eles que tinha um trabalho aqui, uma vida... e um homem que amava. Eles ignoraram ou desconsideraram tudo o que ela disse. No final das contas, Birgit havia dito em uma voz depreciativa, Frankie não tinha bom gosto para homens. Veja o que aconteceu com Jaxson. —Francesca, estamos sentando, — Anja chamou da porta. —Chegando. — Frankie deu um tapinha na enorme cabeça do alce e entrou no Roadhouse. Em instantes, Amka, a anfitriã da noite, os levou para a mesa. —Aproveite sua refeição, Frankie e família. Enquanto Amka se afastava, Frankie franziu a testa para a grande mesa redonda que receberam. Sim, era em um canto sossegado, mas… a mesa acomodava doze pessoas e era reservada para pessoas que queriam fazer uma reunião e comer ao mesmo tempo. Sua família não ocuparia nem metade da mesa. Mas não adiantava perguntar a Amka o que ela estava pensando. Papà já havia se sentado com Mama à sua direita. —Olá a todos. Bem-vindo ao Alasca. — Felix deu ao grupo seu sorriso mais charmoso. —Eu sou Felix e serei seu garçom esta noite. —Felix? — Frankie ergueu as sobrancelhas. —Desde quando você é garçom no restaurante? —Garota, eu perdi minha virgindade de garçom aqui na seção de restaurantes. — Ele colocou um braço ao redor dela e beijou sua bochecha, então a acomodou firmemente onde ela tinha uma cadeira vazia de cada lado dela. Ele continuou falando enquanto distribuía os menus. —Bull — o dono do restaurante — soube que a família de nossa Frankie estava aqui. Ele planeja vir e dizer oi. Quando você vir um cara enorme com a cabeça raspada, não entre em pânico. Ele é nosso. —É muito gentil da parte dele.— A expressão de Papá estava satisfeita. —Tenho certeza de que ele é um homem ocupado. —Oh, muito. Ele tem outro restaurante em Homer e um em Anchorage. Estamos gratos por ele preferir morar em Rescue. — Felix sorriu para todos eles. —Quem quer uma bebida antes do jantar? Sua mãe e as irmãs pediram vinho, mas o Papà adorava cerveja. —Vou querer um Beartooth da Cervejaria Bull's Moose. Existe alguma conexão com este bar? —Excelente escolha, — disse Felix. —E sim, Bull é dono da cervejaria. Enquanto suas irmãs e pais abriam seus cardápios, Frankie olhou ao redor do bar. Tão familiar, tão querido. Não, ela não queria sair. Como ela iria transmitir isso a todos? Eles a odiariam para sempre se ela mantivesse sua determinação?

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Mas... só a ideia de dizer adeus a Bull a fez sentir como se seu coração e seus pulmões tivessem sido esvaziados. Sua mandíbula se apertou. Eu vou ficar aqui. *** Operação planejada. Contingências contabilizadas. Reconhecimento avançado feito. Uma hora depois, tendo interrogado Felix sobre suas impressões sobre a família de Frankie, Bull estudou o grupo do outro lado da sala. Provavelmente na casa dos cinquenta anos, a mãe ainda era uma loira espetacularmente linda. Suas duas filhas, também loiras, haviam herdado suas maçãs do rosto salientes, queixo pontudo e grandes olhos azuis. A herança de Frankie obviamente veio de seu pai de cabelos escuros e olhos castanhos. Todos estavam conversando enquanto Frankie ficava sentada em silêncio. Vê-la tão subjugada o irritou pra caralho. Ignorando o desejo momentâneo por seu velho rifle de assalto, Bull caminhou pela sala. Cheia de boa comida, a força adversária estava sentada, presa a uma mesa, na mira dele. —Querida. — Se inclinando, Bull beijou o topo da cabeça de Frankie —um tiro de advertência dado na proa— e ignorou as expressões assustadas de seus pais. —Bem-vindos ao Alasca, família Bocelli. Sou Bull Peleki, o dono deste estabelecimento. Como está a comida? Depois de ouvir seus elogios —sinceros, para sua surpresa— ele sorriu e iniciou o ataque. — Você deve ser a mãe de Frankie. Quando ele olhou para Frankie e ergueu uma sobrancelha, a cor dela aumentou. —Oh, me desculpe. Bull, gostaria que conhecesse minha mãe e meu pai, Sigrid e Giorgio Bocelli. Antes que ela pudesse apresentar suas irmãs, Bull interrompeu. —É bom finalmente conhecê-los. Frankie falou um pouco sobre todos vocês. Tenho certeza de que ela disse a vocês que está hospedada com minha família em nossa propriedade — que chamamos de Hermitage. Giorgio pareceu surpreso. Sigrid não. Então, a mãe sabia que Frankie estava com ele e o pai não? Quanto Frankie contou a eles sobre os filhos de Mako e o Hermitage? —Quando soubemos que vocês estavam aqui, — continuou Bull, —minha família esperava conhecê-los. Sua mãe estava franzindo testa para Frankie, mas seu pai, que, segundo todos os relatos, tinha uma personalidade como a de Frankie, disse: —Ficaríamos encantados. Eles provavelmente estavam pensando que uma reunião aconteceria em algum momento no futuro, mas não. Bull levantou a mão e fez um gesto. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

258

O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista É hora da guerra psicológica. Do bar onde estavam esperando, sua família caminhou até ele. Eles não iam conhecer apenas Hawk e as crianças; Aric ainda se sentia desconfortável longe de Hermitage, e Hawk já tinha muitas cicatrizes internas de conflito familiar. Gabe e Audrey se sentaram em frente aos pais; Caz e JJ se sentaram em frente às irmãs. Bull sentou-se na cadeira vazia ao lado de Frankie. Felix era um excelente conspirador. Alcançando debaixo da mesa, Bull se apropriou da mãozinha fria de Frankie. Depois de estudar a família dele, ela estreitou os olhos para ele. Sim, querida. Os filhos do sargento estão conduzindo um resgate, usando palavras em vez de balas. Se levantando, Bull começou as apresentações. —Do lado de Nova York, temos Sigrid Bocelli — dona da Bocelli Modeling Agency. Giorgio Bocelli, renomado fotografo de moda. Anja— ele acenou com a cabeça para a irmã mais velha —e Birgit, modelos mundialmente famosas. Ele conseguiu suprimir seu sorriso quando as irmãs de Frankie perceberam que ele sabia quem elas eram sem qualquer apresentação. Audrey era realmente excelente em pesquisa. Ele continuou. —No lado da família do Alasca, temos Audrey Hamilton, que administra nossa biblioteca. Gabe MacNair, Chefe de Polícia. Oficial Jayden Jenner. E Caz Ramirez, que dirige o posto de saúde da cidade. Todos nós moramos no Hermitage. —Vocês moram juntos em uma casa? — Birgit perguntou confusa. —Não, nós possuímos uma boa extensão de área no Lago Lynx e construímos nossas casas lá com um pátio compartilhado, — explicou Gabe. —Frankie veio morar conosco depois que sua cabana alugada foi incendiada. —Incendiada. — Seu pai quase se levantou. —Merda, a casa da minha filha foi queimada? Não, ela não tinha contado a eles sobre o incêndio criminoso. E foi dali que o temperamento e as emoções de Frankie vieram. Ele se inclinou para Frankie. —Eu gosto do seu pai. Seus olhos lançaram faíscas para ele. —Deficiente, o que você fez? — A voz dela caiu. —Eles não precisavam saber disso. Seu sorriso se alargou. Yep, um temperamento italiano. Do outro lado da mesa, JJ perguntou a Caz: —Ela acabou de chamá-lo de idiota? —Francesca, você vai explicar este incêndio. Agora. — Seu pai apontou para Frankie. Ela chutou a canela de Bull com força suficiente para fazê-lo estremecer. —Papà, o marido de Kit era abusivo e estava envolvido com um culto horrível, e ele a arrastou para dentro dele. Eu vim aqui para ajudar a libertá-la, e o culto queimou minha cabana para me fazer partir. O pai voltou os olhos zangados para Gabe. —A polícia não deveria estar lidando com tal culto?

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Gabe deu a ele um olhar simpático. —Embora o culto tenha sido um problema, eles estão fora dos limites da minha cidade e são muito bons em não serem pegos infringindo a lei. Os que queimaram a cabana dela foram contratados por meio de um terceiro. No entanto, na semana passada, tudo mudou. —O que aconteceu semana passada? — Os olhos azuis penetrantes de Anja brilhavam de curiosidade. —As mulheres do culto foram libertadas e os fanáticos fugiram da área. — Gabe passou a explicar mais, incluindo que Kit estava no hospital em Anchorage. As irmãs estavam de olhos arregalados, a mãe obviamente infeliz. —Francesca, isto foi muito irresponsável de sua parte. O que você estava pensando? Frankie enrijeceu. —Kit precisava de ajuda. —E ajudar é o que os amigos fazem, — disse JJ. —Sua Frankie é uma filha para se orgulhar. A boca de Sigrid franziu como se estivesse chupando um limão. —O nome dela é Francesca. Por que todos vocês insistem em chamá-la de Frankie? Perfeito, a mãe estava ficando irritada. Isso era o que Caz disse a eles para se esforçarem. É hora de lançar a primeira granada. —Nosso pai era um tradicionalista que nos ensinou a chamar as pessoas pelo nome que elas preferem usar. É uma forma de respeito. — Bull disse educadamente. —E sua filha é muito digna de respeito. Os músculos do rosto e do pescoço de Sigrid se contraíram, expondo as finas linhas brancas de um lifting. Giorgio olhou para Bull. —É difícil para uma família que chamou uma criança por um nome mudar para outro. —É verdade, — Caz disse com seu sorriso branco. —É preciso pensar. No entanto, como Frankie tem um coração generoso, tenho certeza de que ela esqueceria alguns erros. Uma ligeira cor rosa no... droga, rostos de todos. Ninguém a chamou pelo nome que ela preferia? A raiva cresceu dentro de Bull. Eles achavam que os desejos dela não valiam a pena considerar porque ela era o bebê da família? Ou era porque ela não era loira e classicamente bonita? Mas esta escaramuça foi vencida. Bull se recostou. Uma batalha, como um rio, aumentaria fortemente, então desaceleraria em redemoinhos enquanto os combatentes se recuperavam. Isso acontecia frequentemente quando oponentes desavisados baixavam a guarda. Então, com um sorriso doce, JJ perguntou às duas irmãs como elas desenvolveram estilos de passarela tão únicos. Birgit e Anja entraram na discussão. Apesar de soarem bem-humoradas, suas brigas continham a aresta de artistas competindo entre si. Não admira que Frankie tivesse excelentes habilidades de negociação e pacificação.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Viver em um mundo de prima donnas devia irritar sua alma. Bull passou a mão pelo ombro de Frankie em uma carícia que era tanto para ela quanto para ele. Ela se encaixava muito melhor com sua família... e ela sabia disso. O truque seria fazer seus pais e irmãs verem também. Quando sentiu a mão de Bull em seu ombro, Frankie começou a se inclinar para ele, como fazia com naturalidade agora. Ele gostava de ser seu apoio e protetor, quase tanto quanto ela gostava de lhe dar o carinho aberto de que ele precisava... mesmo que ele não admitisse para ela. Assim como ele não mencionou que estaria aqui esta noite. Apesar da sensação de inquietação em seu estômago, ela teve que admirar sua facilidade com a guerra verbal. E pela luz em seu olhar, era isso que ele estava conduzindo. Com esforço, ela se concentrou na conversa à mesa, então percebeu que Papà a estava estudando. —Apesar da tensão de libertar Kit, você está particularmente adorável hoje. — Seu pai esfregou um dedo no queixo. —Eu deveria fazer uma série de fotografias, talvez com um tema de... —Não. — Ela balançou a cabeça. —Não mudei de ideia sobre como me sinto a respeito de fotos minhas penduradas na parede. Desculpe, Papà. —A beleza dela não é superficial; vai direto ao coração e à alma dela, — Bull retumbou. — Mesmo suas fotos, Giorgio, não conseguem captar essa essência. Cazzo, ela o amava e sabia que provavelmente estava corando. Em seguida, ele acrescentou: —Sem dúvida, a felicidade dela por estar aqui no Alasca —e comigo— adiciona um brilho. Ela teve que suprimir uma risada. Que presunção. Birgit fungou. —Ou talvez ela esteja brilhando porque finalmente transou. Ai. Frankie estremeceu e Bull enrijeceu. —Sabe, uma vez pensei que queria uma irmã. — JJ lançou a Birgit seu olhar zangado de policial. —Acho que tive sorte de ser filha única. Birgit ficou muito vermelha. —Eu não... — Seu olhar caiu. —Eu disse isso e foi muito mesquinho. Ela olhou para Frankie. —Sinto muito, Francesca. Não consigo encontrar um homem que quero ver por mais de um encontro ou dois, e você tem— ela gesticulou em direção a Bull —e ele está tão a fim de você. A boca de Birgit muitas vezes corria à frente de seu cérebro. Era por isso que ela causava tantos problemas no trabalho. A compreensão derreteu a raiva de Frankie porque... Qualquer um teria inveja de eu ter Bull. —Está bem. Eu...

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Merda, eu chamei você de Francesca e você sempre nos pediu para te chamar de Frankie. — Birgit fez uma careta. —Quando minha melhor amiga achou que era fofo me chamar de Bibi, dei um tapa nela para fazê-la parar. Por que fazemos isso com você? —Porque Mama disse que precisávamos, pois é o nome de batismo dela. — Anja franziu o cenho para Mama. —Quando eu tinha, oh, talvez doze anos, e meus amigos chamavam suas mães de mami, e eu queria chamar você assim, você disse absolutamente não. Você até me mandou para o meu quarto quando eu continuei tentando. Foi uma semana e tanto. Papà havia chamado de batalha dos gigantes do gelo. Os olhos azuis de Mama continham raiva. Ela abriu a boca. Fechou. Se recostou na cadeira e olhou para o nada. Então ela se virou para Frankie. —Eles estão corretos. Eu sinto muito. Frankie. O nome de alguém é uma escolha pessoal. Cribbio, Bull havia realizado em uma noite o que ela não conseguia em anos. —Obrigada, Mama. —Então, se Kit está fora do culto, você alcançou seu objetivo. Estou feliz que você esteja voltando ao trabalho. — Obviamente, Anja ignorou tudo que Frankie dissera no B&B sobre estar apaixonada e planejar ficar no Alasca. —Oh, eu também. — Birgit jogou o cabelo para trás com um olhar sedutor para Bull antes de dizer a Frankie, —O pessoal da maquiagem fica bagunçando meu delineador antes de uma sessão de fotos. E meu agente está sendo um idiota total. Você precisa falar com ele e... —É isso que você faz o dia todo? — Bull deu um leve puxão no cabelo de Frankie. —Lidar com querelas? Ela suspirou, porque parecia horrível, não é? —Essa é a descrição do trabalho, sim. Sou essencialmente uma diplomata em uma zona de guerra cheia de modelos e publicitários. —Chiquita. — A voz de Caz era suave e preocupada. —Você adora estar com as pessoas, eu sei disso. Eu vi o quanto você gosta de administrar o Roadhouse e fazer os clientes e funcionários felizes. Você tem uma personalidade doce e bem-humorada. Suportar horas de pessoas irritadas e frustradas deve parecer como se você tivesse sido jogada em um arbusto de amora. Você realmente gosta de fazer isso? Papà franziu a testa... e Mama agiu como se ela fosse a jogada em um arbusto de amora. Se sentindo como se os tivesse decepcionado e ferido seus sentimentos, Frankie olhou para a mesa. O que Caz disse era verdade, mas não era o que eles precisavam ou queriam ouvir. Bull ergueu as mãos entrelaçadas, colocando-as sobre a mesa. —Querida? Por que ela poderia lidar com todos os outros no mundo, mas não com sua família? Ela não mudou de ideia, ainda queria ficar, mas sua família tinha decidido diferente. E estava deixando clara sua reivindicação sobre ela. Ela queria começar essa briga aqui, no restaurante? —Bull, não é... ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Seus olhos negros capturaram os dela. —Então, quando tivermos filhos, você vai dizer que eles precisam trabalhar na Bocelli's, queiram ou não. Mesmo que isso os deixe infelizes. —Claro que não. — Sua resposta veio um segundo antes de seu cérebro lhe dizer que ela acabara de abrir a caixa de pandora que queria tratar em particular. —Temo que você não entenda, — Mama disse, sua voz gelada. —Ah, a rainha do gelo, — Frankie ouviu Caz dizer baixinho. —Apoiamos nossa filha na faculdade com o entendimento de que ela voltaria para trabalhar na empresa. Na verdade, isso nunca foi declarado. Apenas entendido. —Ah, muitos dos meus amigos da área médica fizeram o mesmo que Frankie — aceitaram ajuda, depois trabalharam em um ambiente de trabalho menos... agradável... por dois anos. — Caz sorriu para Frankie. —Seus dois anos ainda não acabaram, chica? Se ela não estivesse totalmente apaixonada por Bull —e se JJ não estivesse normalmente carregando uma arma— Frankie beijaria o Doc direto na boca. —Não tenho certeza de quando devo começar a contar. — Ela bateu os dedos nos lábios. — Deveria ser aos doze quando comecei a ajudar depois da escola. Ou quando trabalhei lá todo fim de semana na faculdade? Ou apenas os quatro anos que trabalhei lá depois que fiz meu MBA? Houve silêncio em torno da mesa. E, ok, ela estava feita com isso. —No entanto, se você acha que ainda devo a você, me envie uma conta e eu pagarei. Vamos fingir que foi um empréstimo. —Espere... isso significa que eu terei que devolver o dinheiro que você me deu? — Birgit perguntou, horrorizada. —Não. Não, você não precisa. Nenhuma de vocês precisa. — Seu pai esfregou o rosto. —Esta é uma noite para percepções desconfortáveis, não é? —Desconfortável? — Disse Anja. —Você quer dizer ouvir que todos nós estivemos cagando para a F — para a Frankie. Porque nós podíamos. —Anja! A linguagem,— Mama disparou. —A palavra te incomoda, mas fazer sua filha comer isso não? — Anja lançou um olhar severo para Mama. —Mama, eu sei que você a ama tanto quanto a mim e a Birgit, mas você a trata de maneira diferente. Provavelmente porque ela não quer ser modelo. Ela tolera ser tratada como uma... serva porque, como o lado da família do Papà, ela é muito mais legal do que o seu. O ar deixou os pulmões de Frankie. Isso era honestidade demais para Mama. Ela abriu a boca para dizer... algo. —Shhh, — Bull advertiu baixinho. Os olhos da Mama se encheram de lágrimas. —Francesca. Frankie. Eu... não. Eu não quero...

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Cavolo, mamãe ia chorar, e ela nunca chorou. Horrorizada, Frankie começou a se levantar. —Mama... —Minha querida, que bom que você está aqui, — disse Regina, a recepcionista do prédio municipal, ao entrar com o marido no restaurante. —Muito obrigada pela outra noite. Você tornou nosso aniversário incrivelmente especial. Um que nunca esqueceremos. Depois de dar um abraço caloroso em Frankie, Regina se juntou ao marido radiante e eles se dirigiram para o bar. —Frankie está aqui? — De uma mesa próxima, Tina, esposa de Chevy, se levantou parcialmente. —Garota, não se esqueça que estamos lendo O Conto da Aia esta semana. Pequenas cidades. Frankie olhou de relance para a mãe, que estava recuperando a compostura. Tudo bem, então. Se levantando, Frankie respondeu. —Estou na metade, Tina. É um ótimo livro. — Quando ela se sentou, ela se sentiu mais centrada. Quando Bull pegou sua mão novamente, ela sorriu para a mãe. —Mama. Está tudo bem. —Não. Não, não está. — Com os olhos agora secos, a mãe apertou a mandíbula. —Eu preciso pensar sobre isso, mas você não é menos. Diferente, sim. Não menos. E nunca uma serva. Não minha filha. — Seus dedos tamborilavam na mesa. Seu olhar foi para Bull e onde ele segurava a mão de Frankie. Um descarado aperto muito possessivo, percebeu Frankie. Antes que ela pudesse se mover, Lillian atacou. —Querida, eu esperava encontrar você esta noite. Não se esqueça de que a noite de pôquer é na próxima semana. Além disso, para a leitura de Harry Potter, você poderia usar vestes pretas? —Ei, espere, essa leitura é para a biblioteca? Minha biblioteca? — Audrey perguntou, franzindo a testa. —Mas, certamente, minha criança. Frankie e eu pretendemos adicionar alguns adereços de palco, — disse Lillian. Dante chegou atrás dela. Frankie olhou para a mulher pequena. Era muito diferente da atriz britânica invadir um jantar como aquele. Lillian lançou um sorriso cortês sobre a mesa. —Por favor, desculpe a interrupção. Frankie e eu temos lido para as crianças do ensino fundamental e mostrado como a literatura se transforma em teatro. Dante riu. —Lillian deixou os palcos da Broadway, mas atuar está no sangue dela. —Lillian Gainsborough? — Os olhos de Papà se arregalaram. —Eu vi você em Macbeth. Ninguém representou a Lady melhor, antes ou depois. Radiante, Lillian fez uma leve reverência. —Obrigada, meu bom senhor. Frankie reprimiu um sorriso diante dos olhos arregalados de suas irmãs. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Agora, Frankie. — Lillian deu um tapinha em seu ombro. —Eu tenho mantos para você. Venha cedo e vamos nos vestir. Nós vamos nos divertir muito. —Eu estarei lá. — Mas... elas haviam discutido sobre mantos e horários ontem. Não havia como Lillian ter esquecido. Cazzo, Bull havia recrutado mais do que apenas sua família para este encontro com a família dela. Felix, Regina, Tina, Lillian ...? Ohhh, isto foi uma armação. Lillian sorriu para a família de Frankie. —Que bom que vocês vieram visitá-la. Eu sei que ela sentiu falta de todos vocês. Enquanto Lillian e Dante se afastavam, Anja bufou. —Sentiu nossa falta? Quando você teria tido tempo? Birgit fungou. —Ela não passa horas na academia como nós. Este lugar provavelmente nem tem uma academia. —Temos uma academia em casa, — Gabe disse brandamente. —Notei que Bull e Frankie parecem preferir correr e treinar luta em nosso parque. Bull encolheu os ombros. —Não há nada como correr à beira do lago ao nascer do sol. —Oh. — Anja suspirou. —Isso soa bem. —A propósito, Frankie, você pode me dar algumas aulas com aquele seu bastão? Alguns de seus bloqueios e ataques funcionariam muito bem com o cassetete, — disse JJ. —Certo. Eu adoraria. Papà não parecia chateado, mas Birgit e Mama estavam carrancudas. Porque nenhum dos planos de Frankie incluía voltar para Nova York. —Só que você terá que dizer a Gryff para não me morder — que somos amigas, certo? — JJ acrescentou com um sorriso. —Morder você? — Birgit ficou olhando. —O quê? —Nosso cachorro, — disse Bull. —Ele tem quarenta quilos de pelo que tenta rastejar para o colo de Frankie sempre que pode — e vai protegê-la com sua vida. Mama ficou chocada, então seus olhos se suavizaram. —Você sempre quis um cachorro. —Um como o da Nonna, — disse Papà. —Na época em que você a ajudava em seus jardins. —Temos um jardim enorme. — Audrey sorriu para Papà. —Frankie estava cantando enquanto colhia verduras baby. Frankie sorriu com a memória. Ela estava cantando “Yesterday”, a velha música dos Beatles quando todos se juntaram para criar uma adorável harmonia em quatro vozes. —Você é parte da família dele — e desta cidade, não é? — Disse Anja, e Frankie pôde ouvir uma nota de inveja. —Combina com você também. Não admira que você esteja tão feliz aqui. —Agora, — Frankie ouviu Caz sussurrar para JJ, —agora, eles finalmente a veem claramente.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Birgit apertou os lábios. —Você realmente encontrou um cara que não tem intenção de fazer parte da Bocelli’s. Mama fez um som horrorizado e suspirou. Um suspiro de aceitação. Bull apenas riu. —Gosto de pensar que eu a encontrei e estou fazendo o possível para convencê-la a ficar aqui. — Sua voz caiu, e ele envolveu sua bochecha, trazendo seu olhar para seus olhos escuros. —Sra. Bocelli, vou segui-la até Nova York se for preciso, mas estou bastante convencido de que você seria mais feliz aqui no Alasca. Ele se mudaria para Nova York para ficar com ela? Ela olhou para ele, vendo a linha firme de sua boca, a posição de sua mandíbula. A honestidade. Ele iria com ela, embora pertencesse ao Alasca. Ela pertencia aqui também. Este era o seu lugar. Com os olhos cheios de lágrimas, ela viu Gabe começando a sorrir, Audrey radiante. Caz acenou com a cabeça para ela, e JJ sorriu porque eles sabiam sua decisão sem que ela falasse. Porque eles a conheciam. Eles a viam. Eles eram sua família. E Bull era seu homem. Ela olhou para ele, em olhos da cor do céu mais escuro. —Eu te amo. E eu pertenço aqui. —Yeah, você pertence. — Ele se inclinou, a testa contra a dela, e sussurrou. —Aqui, comigo.

EPÍLOGO Onde você está, essa é sua casa. ~ Emily Dickinson Na cozinha do Roadhouse, Frankie tomou um gole de refrigerante. Refrigerante com cafeína, porque ela precisava totalmente. Que dia. Esta manhã, Kit se mudou para o hospital de reabilitação. Progresso. Frankie havia pegado roupas, livros e qualquer coisa que ela pudesse pensar que sua amiga pudesse precisar. Kit estava exausta e com dor, mas a mulher teimosa se recusava a tomar analgésicos, a menos que estivesse em agonia. De alguma forma, Hawk havia antecipado o problema e disse que levaria Aric para uma visita amanhã, quando Kit não estivesse estressada. Pobre Aric. Ele ainda estava sussurrando e se escondendo sempre que fazia qualquer barulho. Ou a qualquer hora que houvesse a menor chateação — como quando Bull deixou cair uma panela, levou uma hora para encontrar Aric, que estava escondido debaixo da cama. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Hawk planejou levá-lo passear com mais frequência. Na verdade, os dois planejavam dar um pulo no Roadhouse esta noite e levar uma sobremesa de volta ao Hermitage. Ela os observaria para que Aric tivesse alguém conhecido. Terminado o refrigerante, Frankie pousou o copo e verificou o cabelo. Sua tiara-trança antiquada era mais adequada para um encontro noturno do que para o trabalho, mas sua gangue de garotas do Hermitage queria aprender o estilo que Nonna lhe ensinara. Regan estava indo para uma festa de aniversário e dormindo na casa de sua melhor amiga. JJ e Audrey tinham encontros planejados com seus homens. Então, elas tiveram uma hora de meninas antes de Frankie vir para o trabalho. Frankie sorriu. Regan era uma mistura atraente de inteligência, inocência e vigorosamente prática. Audrey era brilhante e doce. JJ era a voz da razão e quem equilibrava todas ela. Elas estavam se tornando boas amigas. No caminho para o trabalho, Frankie correu para a casa de Bull —a casa dela também— enquanto atendia a uma ligação de Birgit. Foi a primeira vez que ela ouviu falar de sua irmã desde que sua família voltou para Nova York. Honestamente, naquela noite no restaurante, eles ficaram quase tão chocados quanto os PZs depois que os filhos de Mako lidaram com eles. Ainda assim, no aeroporto, eles pareciam satisfeitos por ela ter encontrado Bull e estava feliz. Ela chorou quando os mandou embora. Hoje, porém, Birgit lamentou que a substituta de Frankie não era boa o suficiente e nunca seria. Então, Frankie disse que como a substituta não estava à altura do trabalho, alguém da família deveria assumir. Já que Birgit era a mais nova... Foi o final mais rápido para um telefonema já registrado. —Do que você está rindo, Sra. Chefe? — Felix falou de onde estava esperando por um prato de nachos. —Eu estava... Gritos vieram de fora da cozinha, depois um estrondo. Os estrondos eram ruins, muito ruins. Frankie saiu correndo e entrou no bar. —Não, não, não. Uma luta, em seu bar. Uma cadeira quebrada estava sobre um banco de bar amassado, com um homem baixo e atarracado esparramado ao lado da bagunça. Gabe deu um soco em um homem loiro barbudo que fedia a peixe morto, depois empurrou um magro com nariz de rato para JJ. Tantas pessoas — eles trouxeram um acampamento de peixes inteiro aqui para brigar? Gritando, um homem careca e de peito largo levantou uma cadeira, planejando acertar JJ por trás, então cambaleou para trás com uma faca em seu ombro. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista Caz, sério? Quando um homem atarracado com o queixo recuado se lançou sobre Gabe, uma caneca pesada ricocheteou na testa do cara. O Sr. Sem Queixo caiu de bunda. A caneca de vidro se espatifou no chão. Che palle! Frankie fez uma careta enquanto olhava ao redor. Bull estava de um lado, dois homens a seus pés. Ele provavelmente bateu suas cabeças juntas. Pelo menos, ele tinha sido organizado sobre isso. Ele sorriu docemente para ela. Ela avançou pisando duro pelos campos de batalha, vendo como os frequentadores simplesmente mudavam suas mesas e cadeiras, tratando a luta como o melhor entretenimento de todos os tempos. Alasquianos. O pescador careca com uma faca no ombro tentou se levantar. Ela agarrou sua orelha e torceu. —Fique. Sentado. Quando Caz puxou outra faca, ela apontou o dedo para ele. —Basta. — Já era o bastante. — Você espalhou sangue por todo o meu chão limpo. Caz suspirou e a faca desapareceu. —Jesus. — O idiota cuja orelha ela agarrou estremeceu e ergueu as mãos. —Você soa com minha mama. —Eu sou muito mais cruel do que sua mama. — Soltando-o, ela disse sem se preocupar em olhar. —Felix, o kit de primeiros socorros, por favor. —Sim senhora, chefa, ma’am, — ele respondeu ao lado dela. —Tonto. — Ela deu um tapa na nuca dele afetuosamente, e ele riu. Felix não era o único idiota — eles abundavam neste lugar. Ela olhou o vidro quebrado no chão. Alguém o havia jogado. Alguém com uma pontaria particularmente boa. Se virando na direção de onde a caneca tinha voado, ela avistou Hawk no balcão da hostess com Aric em seus braços. O que quer que ele estivesse sussurrando no ouvido do menino fez a criança sorrir. —Você é um bom menino, Aric, — gritou Frankie, então deu a Hawk sua carranca mais cruel. —Se for vidro, não é atirado. O bastardo sorriu para ela. Ela colocou as mãos nos quadris e examinou os canalhas. —Quem quebrou a cadeira e o banquinho? —Ele arrebentou o banco. — O pescador grogue e sem queixo apontou para seu amigo atarracado que estava sentado ao lado da mobília quebrada. Gabe levantou a mão como um estudante primário. —A cadeira. ** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista O Chefe de Polícia quebrou sua cadeira? —Che schifo46, isso é absolutamente nojento. Você é a lei nesta cidade, não algum... algum marginal E essa cadeira e banquinho estão fora do meu orçamento. Ela ouviu uma risada, a risada profunda e ressonante de Bull. Ele tinha sido muito organizado — e tirou dois. Ela reivindicaria um beijo de seu herói... mais tarde. —Certo, — disse Gabe. —Eu pagarei pela cadeira. Bull pode adicionar o banquinho à conta do idiota. O idiota atarracado fez uma careta para Gabe, então Frankie. —De jeito nenhum. Eu não vou pagar por... —Vai um farti fottere, — Frankie entre dentes e olhou para o homem. Seus olhos se arregalaram e ele recuou alguns centímetros. —Uh ... Certo. No meu cartão. Coisa certa. Ela bufou de satisfação. Os homens eram tão frágeis. Diga a eles para se foderem e eles cederão imediatamente... mesmo que não pudessem falar a língua. Embora Nonna ficasse horrorizada com o fato de sua neta parecer uma esposa de pescador. Bem, a luta acabou, pelo menos. Ela suspirou, sua raiva esfriando. —Eu quero saber qual era o problema? —Na verdade, simplesmente intervimos para acabar com a briga, — disse JJ enquanto endireitava cadeiras e mesas. —Aquele — ela apontou para o queixo de buldogue que Hawk havia acertado com uma caneca —ele começou porque os outros disseram que ele não pegou o maior salmão. —Sério? — Eles bagunçaram o bar dela por causa de um peixe? Frankie jogou as mãos para o alto e olhou para o instigador. —Ficcati uma barca in culo com i remi aperti. —Dios, — os olhos de Caz se arregalaram. Gabe e Bull se aproximaram dele. Bull perguntou em um sussurro, —O que ela disse? —Ela disse a ele para inserir um barco... no ânus... com os remos abertos. Do ponto de vista médico, isso é muito... prejudicial à saúde. — Caz balançou a cabeça. —Acho que vou fazer alguns primeiros socorros agora. — Ele se ajoelhou ao lado do homem com a faca nele. —Porra, — Gabe murmurou. E Bull, seu Bull, começou a rir — aquele som contagiante estrondoso que fez todos no lugar sorrirem. Ele se aproximou e colocou os braços em volta dela. —Eu te amo, Nova York. Você se encaixa aqui como se fosse feita para nós. — Ele olhou ao redor da sala. —Yeah? Cazzo, todo o bar os estava ouvindo agora, e a sala rugiu de volta: —Yeah!

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Em italiano: Que nojo.

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O Que Você Vê Cherise Sinclair Filhos do Sobrevivencialista —Mas... veja o que eles quebraram, — ela protestou. —Querida, nós podemos viver sem cadeiras e bancos. Cerveja, agora é uma necessidade. Houve outro refrão de —Yeah! Bull se inclinou. —Eu mencionei o quanto eu te amo? Os últimos traços de sua raiva desapareceram sob as ondas mais quentes. —Eu também te amo, orsacchiotto. — Envolvendo os braços em volta do pescoço dele, ela ficou na ponta dos pés e o beijou até que gritos e assobios encheram a sala. —Vai, Frankie! —É isso aí, Nova York! O lar é o lugar onde você é amado simplesmente por ser você mesmo. Ela estava em casa.

FIM

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C S - Filhos do Sobrevivencialista 03 - O Que Você Vê (TWT)

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