Apostila da Casa de Umbanda Uniao

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I

INTRODUÇÃO Ao longo do tempo e conforme novos membros foram chegando, percebeu-se a necessidade de criar um estudo próprio em que a doutrina da casa fosse explicada de forma clara e direta sobre dois focos centrais: a Umbanda e a Mediunidade. Criamos, então, um curso básico que deve ser encarado como um primeiro passo na compreensão da religião e do maravilhoso universo mediúnico, cabendo a cada um, porém, o esforço próprio na busca de maiores esclarecimentos. Dentro do tempo disponível para este estudo (um ano), foram propostos temas-chaves e princípios fundamentais que, se estudos a sério, sem dúvida lançarão bases sólidas para estudos posteriores. Para levar a efeito esta jornada esta apostila foi elaborada. Os temas foram expostos com referências diversas e serão comentados no decorrer de cada aula, razão pela qual a simples leitura da apostila não basta para compreender todo o alcance do curso. Como material de apoio (além da Bibliografia ao final), foram colocados no próprio texto indicações de sites, livros, áudios e vídeos, materiais mais do que suficientes para um curso introdutório.

NASCIMENTO DA RELIGIÃO 1. Cabula e a Macumba Carioca, leia aqui. 2. Leia sobre o surgimento da Umbanda, aqui. 3. Assistia a palestra de Alexandre Cumino: História da Umbanda. 4. Ouça na voz do Zélio e do Caboclo das Sete Encruzilhadas o surgimento da religião, aqui.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RELIGIÃO “Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo". Frase dita pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) em sua primeira manifestação na casa do Zélio.

C7E – PAI ANTÔNIO – ORIXÁ MALLET 1. Sobre o Caboclo das Sete Encruzilhadas, ler: O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, de Leal de Souza, pág. 66. 2. Sobre Pai Antônio, ler: O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, de Leal de Souza, págs. 58/59. 3. Sobre Orixá Mallet, ler: O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, de Leal de Souza, pág. 61. Acesse o livro em PDF.

ORIXÁS 1. Em nossa casa, Orixá (Ori = Cabeça; Xá = Senhor) é visto como uma entidade (não força da natureza ou Divindade) muito evoluída. Esta visão, ensinada por Pai Cipriano, está de acordo com o relato de Leal de Souza (o mais antigo livro sobre Umbanda que se tem notícias, de 1933, aprendido diretamente com o Zélio), que diz: “O Orixá é uma entidade de hierarquia superior e representa, em missões especiais, de prazo variável, o alto chefe de sua linha. É pelos seus encargos comparável a um general, ora incumbido da inspeção das falanges, ora encarregado de auxiliar a atividade de centros necessitados de amparo, e, nesta hipótese fica subordinado ao guia geral do agrupamento a que pertencem tais centros.” O Espiritismo, a Magia e as Sete linhas de Umbanda, Pág. 61. 2. A filiação aos Orixás nada mais é do que uma referência simbólica para arquétipos de personalidade atribuídos aos Orixás, assim como se fez com o panteão Grego ou Romano. 3. Para compreender as características de cada Orixá, ver: Os Orixás, Pierre Verger, a partir da pág. 71. 4. Como saber quem são seus Orixás, veja aqui.

SINCRETISMO AFROCATÓLICO 1. O primeiro processo sincrético não foi, exatamente, dos Orixás Africanos com os Santos Católicos e, sim, entre os próprios Orixás que eram cultuados separadamente pelo povo Yourubá e de acordo com a proteção espiritual de cada cidade. No Brasil, os negros para manter sua tradição religiosa, reuniram os Orixás num único panteão. Para saber mais, ler: Orixás, Pierre Verger, pág. 08. 2. Veja uma tabela de relação entre Santos e Orixás, aqui. 3. Sobre sincretismo Afro-Católico, ler: Orixás, Pierre Verger, pág. 15. 4. Sobre um ponto de vista acadêmico, veja. 5. Sincretismo em nossa casa: Oxalá (Jesus); Ogum (São Jorge); Oxóssi (São Sebastião); Xangô (São Jerônimo); Iemanjá (Nossa Senhora dos Navegantes); Oxum (Nossa Senhora Aparecida); Iansã (Santa Bárbara).

SETE LINHAS 1. Não há consenso sobre quais sejam as sete linhas de Umbanda, pois cada autor as definiu de uma forma. Contudo, hoje em dia, acredita-se que o termo SETE seja uma referência ao chamado “número perfeito”, veja aqui. 2. Em nossa casa, a expressão “sete linhas” é uma referência aos sete Orixás cultuados na casa: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xângo, Iemanjá, Oxum e Iansã. 3. Quando dizemos, portanto, que tal Caboclo é de Ogum, isto significa dizer que tal Caboclo é da linha de Ogum. Linha, neste contexto, é algo ligado ao Orixá. Porém, também utilizamos a expressão “linhas de trabalho” que se refere às entidades que atuam nos terreiros. Em nossa casa, são: Preto-velho, Caboclo, Criança, Baiano, Cigano, Exu, Pombagira e Malandro. 4. Veja como eram entendidas as sete linhas na Tenda Nossa Senhora da piedade, leia: O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda, pág. 52.

FALAGENS DE TRABALHO 1. As expressões “Linhas” e “falanges” comumente são usadas como sinônimos, mas não o são. As linhas, como vimos, estão ligadas aos Orixás. Já as falanges são verdadeiros “batalhões” de entidades que trabalham dentro de uma linha. Ex. O guia-chefe do nosso terreiro é o Pai Cipriano das Almas, um preto-velho da falange DAS ALMAS e que atua na linha de Omulu (orixá regente da sua linha de trabalho). 2. Não se sabe quantas falanges existem, pois são várias. Apenas de pretos-velhos, poderíamos citar: Almas, Angola, Cambinda, Aruanda, Guiné, de Minas, do Cruzeiro, da Calunga, etc. 3. As falanges podem ser entendidas como “especializações” de grupos de entidades. É claro que toda entidade está apta para realizar qualquer serviço espiritual, mas as entidades DA CALUNGA, por exemplo, estão mais ligadas aos trabalhos realizados no cemitério; já as das ENCRUZILHADAS costumam atuar muito em nossos caminhos, direcionamentos, orientações, etc. Claro, esses são apenas breves exemplos e, acima de tudo, é preciso considerar que cada entidade possui uma personalidade e livrearbítrio. 4. Pra mais informações, ler: O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda, pág. 53.

RITUAIS DE UMBANDA 1.

“Um ritual é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de um valor simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou pelas tradições da comunidade.” Wikipédia.

2. A Umbanda possui diversos rituais que, à primeira vista, causam estranheza aos novatos. 3. O que nem sempre se compreende é que o ritual não é o fim, mas o meio. O ritual é a preparação para algo. Então, todos os rituais em nosso terreiro objetivam determinadas coisas. 4. O ritual de abertura, por exemplo: Oração, saudações, defumações, batimento de cabeça, chamada dos guias, possui uma única função: preparar o ambiente, os médiuns e a consulência para a chegada dos guias espirituais. 5. Em nossa casa, temos rituais de: Abertura/Encerramento, Batismo, casamento, fechamento de corpo e das almas e, algum dia, fúnebre. 6. Para saber mais sobre rituais, ouça este podcast.

ELEMENTOS DE TRABALHO 1. Em seus trabalhos espirituais, a Umbanda faz uso de diversos elementos de trabalho: Vela, fumo, bebida, pólvora, etc. 2. Cada elemento possui uma função específica e precisa ser manipulado com cuidado: A diferença entre veneno e remédio é a dose! 3. A vela é a maneira mais prática, barata e segura para manter ativo o fogo, cuja energia é utilizada para desagregar fluidos; O fumo (tabaco) é uma erva sagrada e com profunda utilidade em trabalhos de limpeza energética, além de fortificar o transe mediúnico; a cachaça atua com muita propriedade na limpeza, funcionando como verdadeiro desinfetante espiritual e a pólvora é o recurso mais forte para cortar qualquer laço espiritual inferior com entidades perversas. 4. Veja por que as entidades comem, bebem e fumam. 5. Leia mais sobre o uso de elementos, em: O Espiritismo, a magia e a sete linhas de Umbanda, pág. 47. 6. Além dos elementos citados, um bastante presente nos trabalhos de Umbanda é a guia (colar de contas).

CONGÁ 1. Congá, Gongá ou, simplesmente, altar, é o local onde estão fixadas as imagens dos santos católicos, dos orixás ou dos guias. 2. A única imagem essencial, segundo o Pai Cipriano, é a de Jesus, que geralmente está no centro ou é a mais alta. Todas as demais podem ser acrescentadas de acordo com o gosto e/ou a fé de quem o produz. 3. A principal função de um congá é a de estimular a fé naquele que o olha. As imagens de santos, já imersas na cultura popular, frequentemente despertam a fé nos consulentes e faz com quem orem. 4. As orações quando dirigidas ao Congá, fazem com as onda mentais se imanem às imagens ali expostas, razão pela qual as imagens passam a ser muito mais do que imagens, mas verdadeiros focos irradiadores de paz e tranquilidade. 5. Em nossa casa, apenas a cambone-chefe pode tocar ou limpar as imagens, isto por que, se não tivermos respeito ou amor pelo símbolo ali exposto, o nosso toque fará com que a energia depositada seja imediatamente neutralizada. 6. A saudação ao congá deve ser feita sempre que se entra no terreiro, não apenas como uma forma de

respeito, mas para se por em sintonia com as vibrações que dele promanam. 7. Para ver como a fé em um Santo Católico pode mesmo ajudar um espírito em suas orações, leia: Ação e Reação, pág. 147 à 153. 8. Veja mais sobre Congá, aqui.

FIRMEZAS E ASSENTAMENTOS 1. Firmezas são pontos de força criados temporariamente para uma finalidade. Assentamento são pontos de forças fixos. Ex.: Se eu acendo uma vela para meu anjo de guarda, fazendo uma oração, eu estou fazendo uma firmeza. Aquele local onde acendi a vela se torna um ponto de força, onde a minha onda mental, acrescida pela vibração de alguma entidade que responderá à minha rogativa, ali estará durante algum tempo. A tronqueira do terreiro, por outro lado, é um ponto fixo, ela se torna um assentamento. A função é a mesma da firmeza, com a diferença de que não se trata de algo temporário, mas definido para isso de forma contínua. 2. Não há necessidade dos médiuns terem assentamentos em suas casas, mas é muito útil que, vez ou outra, façam firmezas. 3. Tanto as firmezas quanto os assentamentos devem tender à simplicidade, por que não importa o tamanho e forma e, sim, a fé com que é feito. 4. Para saber mais, veja este vídeo.

MEDIUNIDADE 1. “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilé- gio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações”. O Livro dos Médiuns, pág. 234. 2. Veja mais sobre mediunidade ao longo da história, aqui.

TIPOS DE MEDIUNIDADE 1. “As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos”. O Livro dos Médiuns, item 159. 2. Leia sobre essas mediunidades, em: O Livro dos Médiuns, págs. 235 à 254.

INCORPORAÇÃO 1. Apesar do termo, incorporação não significa que o espírito entra no corpo do médium para trabalhar. Na verdade, o espírito faz uma ligação entre seus chakras e os do médium. Essa ligação permite ao espírito enviar estímulos diretamente ao corpo físico, onde o médium atuará como mero agente receptor destes impulsos. 2. A incorporação é a mediunidade mais presente hoje em dia e pode ser vista em diversas religiões onde há transe mediúnico. 3. A incorporação é o carro-chefe da Umbanda. 4. Mecanismo da incorporação, veja aqui. 5. Técnicas para incorporar melhor, aqui e aqui.

RESGUARDO 1. Resguardo é um conjunto de coisas que o médium não deve fazer até 24 horas antes dos trabalhos: comer carne, ingerir bebida alcoólica, fumar ou ter relação sexual. Estes são os quatro itens principais. 2. A carne (vermelha ou branca) é de digestão difícil, consumindo muita energia no processo, além de conter, quase sempre, vibrações de sofrimento do animal abatido. Por isso, não se deve comer carne 24h antes dos trabalhos. 3. A bebida alcoólica e o fumo são usados pelas entidades. A diferença é que a entidade manipula e direciona essas energias, já o encarnado que as consome guarda para si, trazendo processos de desequilíbrio a si mesmo. Por isso, não se deve beber ou fumar 24 horas dos trabalhos. 4. O fumo guarda a mesma relação que o item anterior. 5. A relação sexual é um movimento de intensa troca energética, causando desgastes. Além disso, nem sempre se consegue manter uma atmosfera sadia dos pensamentos, o que pode produzir vibrações baixas. 6. Além do resguardo, os guias recomendam fazer um banho com ervas, da cabeça aos pés,

principalmente, com folhas de mangueira, através da maceração. 7. Leia mais sobre o reguardo, aqui.

GRAUS DE CONSCIÊNCIA 1. O transe mediúnico provoca um estado alterado de consciência, onde as percepções de tempo e espaço sofrem distorções, causando, frequentemente ao médium a impressão de que, durante os trabalhos, o tempo passa de modo diferente do que normalmente passa. 2. A incorporação se dá em três grandes “modalidades” com infinitos graus entre si: consciente, semi-consciente e inconsciente. 3. O médium consciente tem a impressão de que é ele quem está fazendo tudo. Ele percebe algo diferente em seu corpo, mas age com tanta naturalidade que questiona sua própria mediunidade. É o gênero mais comum hoje em dia, pois o médium é convidado a ser partícipe do processo. 4. O médium semi-consciente está consciente do que ocorre, porém, não controla com lucidez os movimentos do próprio corpo. Frequentemente se recorda dos atendimentos, mas é comum passar por embaralhamento das lembranças. 5. O médium inconsciente é aquele que “dorme” durante o transe mediúnico, permitindo a entidade agir mais livremente e mais incisivamente e ao retornar não se recorda do que se passou durante os atendimentos.

6. Não existem modalidades melhores que as outras. O que diferencia sempre é a postura do médium, não seu grau de consciência. 7. Apesar de se referir ao fenômeno da psicografia, a referência a seguir também se encaixa bem ao fenômeno da incorporação, ler: O Livro dos Médiuns, págs. 255 à 260.

OBSESSÃO 1. “Domínio que alguns Espíritos adquirir sobre certas pessoas”.

logram

2. Divide-se em três graus: Simples, fascinação e subjugação. 3. A obsessão simples é o primeiro passo do processo e é uma intromissão, geralmente sutil, e facilmente perceptível, que o obsessor exerce sobre o médium. 4. A fascinação já é um grau mais perigoso, pois o médium tem suas ideias dominadas pela entidade que pode induzi-lo ao erro ou ao ridículo com muita naturalidade. Todos percebem os absurdos que comete, menos o próprio médium. 5. A subjugação é a paralisação da vontade da pessoa, completamente dominada pela entidade que a manipula a seu bel prazer e produz os mais bizarros comportamentos que, não raro, levam a sociedade a julgar como louco o obsesdiado. 6. Para maiores detalhes, ler: O Livro dos Médiuns, págs. 354 à 375. 7. Para compreender melhor o processo desobsessivo, veja esta séria de dezoito vídeos, começando por este.

8. Livro recomendado: Desobsessão – pelo espírito André Luiz psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira.

CONHECENDO OS GUIAS 1. A ansiedade por conhecer quem serão os nossos guias é muito comum e praticamente todo médium passa por isso. 2. Há uma certa expectação e inquietação por saber se será um preto-velho ou uma preta-velha. E o Caboclo? Será um caboclo de pena? (pena azul, pena verde), será um caboclo da mata (mata virgem, mata verde) e por aí vai. 3. Cabe dizer, contudo, que os médiuns devem se esforçar para não se deixarem levar pela ansiedade, cientes de que, no momento certo, a própria entidade ou o guia-chefe revelarão o seu nome de falangeiro. 4. É importante ressaltar, ainda, que as entidades são diferentes entre si, mas isso não quer dizer que existam entidades mais fracas do que outras. Há muitos médiuns que se deixam levar por nomes reconhecidos, mas isso não tem aplicabilidade prática alguma: você terá como guia exatamente a entidade que precisa ter, tenha ela o nome que tiver. 5. Ouça estes áudios para saber como foi que incorporei: preto-velho, caboclo, criança, cigano, baiano, exu, pombagira e malandro.

REFORMA ÍNTIMA 1. Os médiuns, que fazem mau uso das suas faculdades, que não se servem delas para o bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as conseqüências dessa falta? - “Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e o não aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso.” O Livro dos Médiuns, pág. 330. 2. “Quais as condições necessárias para que a palavra dos Espíritos superiores nos chegue isenta de qualquer alteração? - Querer o bem; repulsar o egoísmo e o orgulho. Ambas essas coisas são necessárias.” O Livro dos Médiuns, pág. 333. Reforma íntima pode ser definida como “o enfrentamento de nossas imperfeições”. Para ser bom médium não basta fazer um correto desenvolvimento mediúnico, é preciso esforçar-se em ser bom e isso é algo que somente nós podemos fazer. 3. Para maiores informações, ler este arquivo. 4. Literatura recomendada: Reforma íntima sem martírio, Wanderley Oliveira. 5. Ler: O Livro dos Espíritos, questão 919ª.

NECESSIDADE DO ESTUDO 1. “Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium”. O Livro dos Médiuns, pág. 268. 2. Antigamente, dizia-se que o médium não devia estudar, pois isto influenciaria na manifestação e lançaria dúvida sobre se a informação provinha do médium ou da entidade. 3. Hoje se sabe, porém, que quanto mais o médium estuda, mais material mental ele oferece à entidade que se manifestará por ele, facilitando o trabalho. 4. O médium não deve estudar apenas sobre Umbanda ou Mediunidade, mas sobre quaisquer assuntos que tenha interesse, pois isso fará bem ao cérebro e aumentará sua cultura. 5. O estudo, contudo, não deve intervir na manifestação. Isto é, o médium não deve procurar forçar seus novos conhecimentos às manifestações, deixando isso à cargo da entidade. 6. Para maiores informações, ler: O Livro dos Médiuns, págs. 311 à 319. 7. Leia também este texto, aqui.

SABER OUVIR OS GUIAS 1. Ser médium não é atestado de salvo-conduto para as provações da vida. O fato de ser médium não trará benefício algum neste sentido. 2. Diferentemente das pessoas em geral, o médium tem a possibilidade de se consultar, seja com seus guias, seja com os de outrem. Isso lhe dá enorme vantagem uma vez que as entidades, tendo maior capacidade de visão sobre a vida, podem lhe orientar com precisão. 3. Contudo, não basta se consultar, é preciso saber ouvir. As giras vivem cheias de pessoas com imensas reclamações, mas poucas se mostram realmente motivadas a seguir as orientações recebidas. 4. Veja seus guias como bons amigos e que querem sempre o seu melhor, portanto, apesar de você ter seu livre-arbítrio, procure sempre dar valor às opiniões daqueles que aqui estão para te ajudar a cumprir sua missão.

CONTÍNUO APRENDIZADO 1. O fim do desenvolvimento mediúnico (onde não há tempo mínimo nem máximo) sinaliza apenas o fim da primeira etapa do longo processo de aprendizagem que dura a vida inteira e, às vezes, mais de uma vida. 2. Em termos comparativos, pode-se dizer que o fim do desenvolvimento mediúnico é semelhante à saída da pré-escola, tendo ainda pelo caminho todo o ensino fundamental, médio, a universidade, etc. 3. Por esta razão, o médium precisa se ver como um ser em perpétua construção e aprendizagem, colocando-se à disposição dos que virão depois dele, assim como coloca-se como aprendiz perante os que sabem mais. 4. Pode ser que, ao longo dessa incrível jornada, novas faculdades mediúnicas surjam, convidando o médium a iniciar uma nova fase de aprendizagem. 5. Tome muito cuidado para não se deixar levar pela vaidade, pelo egoísmo ou pela prepotência, julgando que por já ter certa experiência na vida mediúnica você já saiba de tudo: ninguém sabe tudo!

6. “Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal, uma hora é demais.” Confúcio

AMOR AO IDEAL 1. Pai Cipriano nos ensina sempre que “desenvolver a mediunidade é fácil, manter a chama acesa é difícil”. 2. Todo médium, em algum momento, passará pela tentação da desistência: Falta de confiança em si mesmo, problema de relacionamento no terreiro, dificuldades familiares ou financeiras, problemas de saúde, etc. Muitas são as razões que, cedo ou tarde, visitarão os médiuns; 3. Contudo, como diz o Evangelho (Mateus 24:13) “Aquele, porém, que continuar firme até o final será salvo.” 4. O médium, quase sempre, começa pela empolgação, mas permanece pelo amor: amor ao próximo, amor à mediunidade, amor à caridade, pois ela é a única condição capaz de libertar a nossa própria alma da ignorância e fazê-la, assim, evoluir. 5. As trevas também não darão tréguas e procurarão se imiscuir em cada mau pensamento, buscando atingir o médium. Aquele, porém, que recorre à prece, é sempre amparado pelos guias. 6. Pode ser que, em algum momento, você perceba que nossa casa não lhe atenda mais... Não tem problema, você pode mudar de CASA, mas não deixe, jamais, a CAUSA que abraçou quando você

respondeu três vezes ao velho que realmente queria desenvolver a sua mediunidade. Que oxalá nos abençoe! Leonardo Montes

Bibliografia sugerida: 1. O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda, de Leal de Souza. 2. História da Umbanda no Brasil, Alexandre Cumino. 3. História da Umbanda no Brasil Vol. 1, Diamantino Fernandes Trindade. 4. As Origens da Umbanda, vol. 1, Padrinho Juruá. 5. Umbanda não é Macumba, Alexandre Cumino. 6. Orixás, Pierre Verger. 7. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec. 8. O Livro dos Médiuns, Allan Kardec. 9. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec. 10. Nos Domínios da Mediunidade, Chico Xavier. 11. Diário de um Médium Iniciante, Leonardo Montes. Por fim, todos os vídeos do canal: www.youtube.com/VozEspiritualista
Apostila da Casa de Umbanda Uniao

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