texto_teorico Deficiências Sensoriais Auditiva e Visual

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Deficiências Sensoriais: Auditiva e Visual

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Unidade: Deficiências Auditiva e Visual Unidade:Sensoriais: Colocar o nome da unidade aqui

Unidade - Deficiências Sensoriais: Auditiva e Visual MATERIAL TEÓRICO

Responsável pelo Conteúdo: Profª. Drª. Célia Regina da Silva Rocha Revisão Textual: Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcante

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Unidade: Deficiências Auditiva e Visual Unidade:Sensoriais: Colocar o nome da unidade aqui

1. Deficiência auditiva Surdez



deficiência

ou

ausência

do

sentido

da

audição,

comprometendo o desenvolvimento e o entrosamento social dos indivíduos. Quando falamos da audição, temos que ter em mente, não apenas a percepção e a discriminação dos diferentes tipos de sons, mas também do reconhecimento e a compreensão da informação sonora, que dependem do pleno funcionamento neuropsicomotor e da integridade do sistema auditivo. ‒ os indivíduos que nascem com uma perda auditiva suficiente para impedir a aquisição da fala; ‒ as que ficam surdas antes do desenvolvimento da linguagem; ‒ as que ficam surdas depois da aquisição da fala e da linguagem, assim estas aquisições ficam perdidas.

Pela

sua

peculiaridade,

a

surdez

compromete dois importantes canais: AUDIÇÃO – recepção – compreensão FALA – emissão – função intelectual Fonte: http://upanemasaude.blogspot.com/2011/11/dianacional-de-prevencao-e-combate.html

Além de privar os indivíduos de obter uma informação completa, sobre a sua relação com o ambiente, e que as ramificações sociais e psicológicas destas alterações podem ser profundas, trazendo consequências para o equilíbrio emocional aos indivíduos que por ela são acometidos. Surdez congênita – a criança nasce total ou parcialmente surda, devido a falhas no desenvolvimento do feto, pode ser condutiva ou neurossensorial.

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Unidade: Deficiências Auditiva e Visual Unidade:Sensoriais: Colocar o nome da unidade aqui a) Condutiva – envolve somente as vias externas condutoras do estimulo auditivo, pode beneficiar-se a partir dos tratamentos cirúrgicos ou com próteses. b) Neurossensorial – envolve as vias internas condutoras do estímulo auditivo, não ganha benefícios com a cirurgia. Esses casos têm ganho limitado com o uso de aparelhos de amplificação sonora.

Surdez Adquirida – implica em perda de audição que incapacita o indivíduo para o contato verbal com os outros seres humanos, abrangendo ambos os ouvidos, em grau acentuado, ocorrendo após o terceiro ano de vida. Este tipo de surdez deve ser considerado do mesmo grau de profundidade que a surdez congênita e apresenta a mesma dificuldade na reabilitação daquele que a adquiriu. Pode ser classificada segundo a gravidade, a idade do indivíduo, a época em que foi adquirida, o caráter da causa e as possibilidades de melhora do ponto de vista médico.

Fonte: http://www.imagens.usp.br/wp-content/uploads/defauditiva003.jpg

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Principais Causas Pré-natais de Surdez Congênita  Displasias (Michel, Mondini, Scheibe);  Doenças infecciosas (rubéola, toxoplasmose, sífilis, citomegalovirus e herpes) adquiridas pela mãe durante o período gestacional;

 Malformações congênitas de cabeça e pescoço;  Mães dependentes de crack e/ou cocaína. Causas perinatais: 

Baixo peso ao nascer;



Apgar baixo (0-4 no 1º minuto ou 0-6 no 5 º minuto);



Estresse respiratório que necessite de oxigênio ou ventilação mecânica prolongada;



Infecções neonatais.

Causas Pós-natais: 

Meningite bacteriana;



Trauma craniano;



Uso de drogas e /ou medicamentos ototóxicos (tóxicos para o ouvido);



Doenças neurodegenerativas;



Doenças infecciosas da infância (caxumba, sarampo);



Otites crônicas residivantes;



Exposição prolongada a sons de alta intensidade;



Tumores cranianos.

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Classificação Quanto ao Grau de Perda a) Leve (20 a 40 dB) - as pessoas com perda leve têm dificuldades em ouvir e falar a uma distância superior a poucos metros e no acompanhamento da conversação. Conseguem aprender a falar sem o uso de aparelhos. b) Moderada (40 a 60 dB) – as pessoas com esse tipo de perda conseguem aprender a falar com o uso de aparelho e com assistência da visão (leitura orofacial ou labial). c) Severa (60 a 80db) - devido à perda severa o indivíduo necessitará de técnicas especializadas para aprender a falar.

Fonte: http://lh5.ggpht.com/_vTGIvSOmcJ8/Tbh0b0Jt3gI/AAAAAAAABmU/LJSius6mLlM/Surdo%202. jpg

a) Profundas (acima de 80 dB) – indivíduo terá mais dificuldade para aprender a linguagem, portanto, é necessário que ele seja inserido o quanto antes em um serviço de atendimento especializado, para não haver perdas no que se refere à maturação do sistema nervoso central, à finalidade da plasticidade cerebral (ROSLYN-JENSEN, 2001, P. 138) e conjuntamente a utilização de aparelho de amplificação sonora.

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Diagnóstico Precoce Quanto mais cedo for dado o diagnóstico, mais e melhores condições a pessoa com a perda auditiva, terá para a sua reabilitação, portanto é de primordial importância que ela seja, no caso das crianças, inserida em um programa de estimulação precoce.

Fonte: http://www.direitodeouvir.com.br/como-previnir-o-problema-de-audicao-ou-surdez.php

Levando em consideração os elementos do passado, ou seja, o diagnóstico quantitativo e qualitativo. O primeiro diz respeito à intensidade da perda auditiva, e o segundo às suas causas. Também devemos levar em consideração os elementos do futuro, enfocando a importância do diagnóstico precoce, para que tanto a criança, adolescente ou adulto, possam estabelecer suas metas e expectativas quanto ao seu futuro.

Desenvolvimento da criança surda Os deficientes auditivos não diferem significativamente dos ouvintes nas suas reações aos problemas e na forma como lidam com eles. Existe um número possível de explicação para comportamentos específicos de indivíduos com perda auditiva. Alguns sugerem um conjunto de reações e estágios pelos quais passam os indivíduos que nasceram sem ou perderam a audição.

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Dessa

forma,

as

respostas

emocionais

de

choque,

negação,

lamentação, raiva, ressentimentos, culpa e frustração pode estar presente, principalmente, nos pais e familiares do bebê que nasceu com a surdez ou no adulto com a perda diagnosticada.

Fonte: http://luciene-educadora.blogspot.com/2011/08/deficiencia-auditiva.html

Na realidade, estes estágios podem não ser encontrados em uma sequência claramente ordenada, e a duração de cada estágio particular pode variar de indivíduo para indivíduo e de estágio para estágio. Isto faz com eles tenham desenvolvimentos diversos no tratamento, independentemente de seu prognóstico auditivo. O indivíduo que apresenta uma perda leve pode ser acusado de “ouvir quando quer” ou “não prestar atenção”. Começando assim, a perder a habilidade da audição seletiva, o que tende a deixá-lo mais nervoso e estressado, tendo, portanto, início a criação das barreiras defensivas.

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Nas perdas moderadas, há a incorporação de frustração e de depressão, de desenvolvimento de confusão interna e insegurança à medida que o indivíduo luta para encobrir sua perda auditiva por medo do desconhecido.

Frequentemente,

neste

estágio,

a

comunicação

está

significativamente afetada levando a distúrbios emocionais. Muitas vezes, a resistência ao assessoramento auditivo começa a surgir neste estágio. Geralmente, naqueles casos em que não há assistência e tratamento, o indivíduo tende a isolar-se, ter depressão severa e ressentimento, torna-se, portanto, difícil para o indivíduo com esse tipo de perda auditiva sair desta condição sem o encorajamento daqueles que fazem parte de seu convívio.

Características do Deficiente Auditivo Na faixa etária de 2 a 7 anos, a aquisição da linguagem dá um grande salto, a estimulação verbal dos pais é extremamente importante e fundamental para o enriquecimento da linguagem, o vocabulário aumenta e a sintaxe é incorporada,

estruturando

a

linguagem e

a

cognição,

as alterações

comportamentais da criança com deficiência auditiva é gritante, portanto, tornase fácil a sua identificação. Já na idade escolar, ou seja, dos 7 aos 10 anos, a criança faz uso de suas habilidades comunicativas para obter o entrosamento social e a aquisição de conhecimentos que se manifestam pelo desempenho escolar.

Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/deficiencia-auditiva.htm

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Quanto aos aspectos motores: o desenvolvimento motor do Deficiente auditivo apresenta um nível normal em relação às habilidades de sentar, andar, bem como em relação à destreza manual e sincinesia. Apresenta-se, entretanto, abaixo da média em relação à lateralidade, coordenação locomotora, equilíbrio e rapidez motora em atos complexos. Geralmente, pessoas que apresentam lesões no aparelho auditivo, apresentam prejuízos na área motora, quanto ao equilíbrio (arrastar os pés) e rapidez (realização de testes formais). Quanto ao desenvolvimento intelectual, os aspectos mais prejudicados são aqueles que envolvem comportamentos verbais. Apresentam prejuízos quanto o desenvolvimento mental, capacidade intelectual e desempenho educacional, porque geralmente os instrumentos utilizados dependem da linguagem, justamente a área em que o indivíduo é mais afetado. Também apresentam dificuldades maiores, que os indivíduos ouvintes na formação de conceitos básicos e compreensão dos mesmos, pois a função intelectual precisa para seu completo desenvolvimento que haja recepção, compreensão, emissão (fala) e integração das mensagens. A formação da personalidade e o ajustamento emocional estão intimamente ligados ao nível de linguagem e fala do indivíduo, principais veículos de seu relacionamento com o grupo. Dificuldade na formação do sentimento de identidade (de pensar, agir e sentir como os elementos de seu meio), o que pode acarretar atitudes de: falta de domínio da realidade, acentuada afetividade, imaturidade, ansiedade, dependência, rigidez de pensamento. Quanto à comunicação, o processo de aquisição e de desenvolvimento da comunicação requer de qualquer indivíduo, seja ouvinte ou não, estar alicerçado na experiência e no sentir, adquiridos pela criança no contato com o mundo em que vive.

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Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/deficiencia_auditiva2.jpg

Este processo está associado ao uso da audição, em que, por meio da imitação, a criança vai conquistando a sua própria linguagem e tomando consciência da linguagem utilizada pelos outros. O desenvolvimento da linguagem e da fala da criança com surdez é diferente da criança ouvinte, pois aquela necessita de processos e técnicas especiais, como o aproveitamento dos resíduos auditivos e de outras vias sensoriais (visual, tátil, sinestésica), orientação metodológica para seu desenvolvimento

linguístico,

facilitação

de

assimilação,

conceituação,

generalização e abstração.

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Fonte: http://www.seid.pi.gov.br/imagem/200708/CEID27_b9206dcdd6.jpg

No caso do adulto com deficiência auditiva, nem sempre o indivíduo procurará o profissional, assumindo perfeitamente a sua perda auditiva, e os problemas que com ela caminham. O estágio da negação, que impossibilita o desenrolar da assessoria ao adulto, está intimamente ligado ao seu ambiente social. O estágio final (aceitação) raramente é completamente atingido. Embora um indivíduo use o aparelho de amplificação há mais de vinte anos, conseguindo um excelente aproveitamento com o seu uso, ainda há questionamentos a respeito da necessidade de se continuar usando o aparelho. A aceitação da perda auditiva não ocorre apenas por parte do deficiente, mas também por parte daqueles com quem ele interage. As atitudes negativas dos ouvintes afetam o deficiente auditivo, nas suas oportunidades, no autoconceito e auto-estima, surgindo assim a ansiedade, e é experienciado o desencorajamento.

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Aspectos Psicológicos do Diagnóstico da Deficiência Auditiva É uma questão complexa no Brasil. O início do processo se dá quando os pais perceberem alguma dificuldade na comunicação. Mais ou menos por volta de um e dois anos de idade, se a deficiência não for profunda. A falta de informação dos pediatras, a não veiculação de informações nos meios de comunicação, vários pediatras e otorrinos até chegar ao diagnóstico.

Expectativa dos pais (A mãe durante a gravidez tem ideias ambivalentes a respeito da criança que vai nascer, ora amando, ora rejeitando), devido à projeção de suas próprias fantasias. Se a discrepância entre os desejos da mãe e a criança real for muito grande, surge o sentimento de culpa na mãe, pela falha em produzir o bebê tão sonhado. As defesas contra esse sentimento de fracasso são a negação da deficiência ou a superproteção.

Percepção da Deficiência pelos pais Divergências sobre a época em que começaram a perceber que a criança tem uma deficiência. Percebem que há algo errado logo nas primeiras semanas, pois a criança pode apresentar dificuldade em estabelecer ciclos de sono e de serem confortadas. Ou somente após a criança completar três anos de idade, é que os pais percebem que a criança ainda não fala, aí os pais começam a suspeitar que haja algo de errado com o filho deles. Se a criança é alerta, ela vai ter o balbucio e responde ao som pelas vibrações, torna-se difícil a suspeita, também a sensação de que algo vai mal, é encoberta porque a deficiência nunca é total. Conscientemente não percebe, mas inconscientemente a mãe percebe, e faz adaptações com a criança, falando mais alto ou tocando a criança a cada vez que querem falar com ela ou fazem gestos.

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Percepção maior quando os pais comparam outras crianças da mesma faixa etária de seus filhos. Muitas vezes, os pais também não conseguem convencer a família de que o filho tem problema.

Reação dos pais ao diagnóstico Dependerá das expectativas dos pais sobre a criança, da forma como os pais lidaram com a criança quando ela era pequena, como perceberam a deficiência e como foi a reação do profissional no momento do diagnóstico. Outro aspecto importante, diz respeito à estrutura familiar temporariamente abalada. Posteriormente, o ajustamento à deficiência, será permeado pelo choque ou descrença (negação), tomada de consciência da realidade da perda da criança normal, desejada e idealizada que não aconteceu. O luto torna-se necessário para a obtenção do manejo construtivo da deficiência, de sua irreversibilidade e, consequentemente, de suas implicações, tanto para a criança quanto para os pais.

Reação dos profissionais A postura do profissional, da saúde ou da educação pode retardar o processo de reabilitação, passando do período fundamental para o desenvolvimento

psicológico

e

educacional.

Pode

provocar

confusão,

ansiedade, temor, ira e sentimento de culpa nos pais. A confirmação do diagnóstico traumatizante, revelando a importância do trabalho construtivo do profissional, tem o intuito de evitar reações inadequadas da família, já que estas serão tão prejudiciais à criança quanto a própria deficiência. Pode existir também uma conspiração entre os pais e o profissional da saúde para negar a surdez da criança. Em muitas situações, o profissional faz considerações inexatas sobre o potencial real da fala, ou manifestações muito otimistas sobre o valor dos aparelhos e a eficiência da leitura labial. Esse elemento ilude os pais, no sentido de não mostrar para eles o esforço que será necessário empreender tanto por elas como para a criança para a reabilitação.

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A hostilidade para com o médico ou outros profissionais devido a decepção e frustração frente ao déficit da criança, que não pode ser compreendido na hora do diagnóstico. Por outro lado, após o uso do aparelho e a reabilitação, ou sobre as possibilidades de fala da criança, os pais também podem vir a culpar os médicos, por estes não serem milagrosos em possibilitar a fala e a audição dos seus filhos.

Deficiência Visual – Cegueira A deficiência visual é a perda total ou parcial da visão, limitando o indivíduo que a possui, da percepção do mundo externo, após terem sido esgotados todos os recursos médicos para que a pessoa retome sua visão, dificultando ainda mais sua relação com o meio. Por cegueira entende-se a perda total ou o resíduo mínimo de visão, levando o indivíduo a necessitar do sistema Braille como meio de leitura e de escrita.

Fonte: http://familia.sapo.pt/familia/educacao_e_pedagogia/1173809.html

Os deficientes visuais se constituem em dois grupos: cegos e visão subnormal ou baixa visão.

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Cegos são aqueles que na sua apreensão do mundo externo, contatua com o ambiente e com as pessoas, utilizando-se dos outros recursos que não a visão. A acuidade visual é de 0 a 20\200 ou menos, no olho melhor, após o uso da correção máxima adequada. Já o indivíduo que tem baixa visão, apresenta: Alteração da capacidade funcional da visão, em decorrência de inúmeros fatores isolados, ou seja, baixa acuidade visual significativa, redução importante no campo visual, alterações corticais e/ou sensibilidade aos contrastes que interferem ou que limitam o desempenho visual do indivíduo (BRASIL, MEC/SEESP, 2006).

A capacidade funcional da visão, também chamada de visão funcional, refere-se à interação da percepção visual e do ambiente, incluindo muitas funções, como a acuidade visual, a percepção de cores, a visão periférica, a sensibilidade à luz, aos contrastes e os movimentos. Assim, a eficiência visual de duas pessoas com a mesma acuidade visual, possuem diferentes eficiências da visão para enxergar melhor. Quando se ensina o indivíduo a usar o resíduo visual que tem, algumas pessoas estruturam melhor seus recursos. É importante o uso do treino da visão residual, ou seja, usar da melhor forma, embora isso não signifique a melhora da visão.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/inclusao+de+deficientes+visuais+em+escolas+ainda+ e+desafio/n1237814761824.html

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Unidade: Deficiências Auditiva e Visual Unidade:Sensoriais: Colocar o nome da unidade aqui Concepções populares sobre a cegueira envolvem as “crendices populares”, tais como: cego é aquele que vive no mundo das trevas, em eterna escuridão, como pensar que ele vive no mundo das trevas se nem sempre a pessoa pode fazer a distinção entre o claro e o escuro. Outros acreditam que podem se imaginar “cegos”, bastando apenas fazer o movimento simples de fechar os olhos. Neste sentido, está presente a contradição entre dois aspectos distintos: de um lado os cegos são considerados detentores de poderes sobrenaturais ou de insights, por outro lado os cegos são dignos de piedade e indefesos, que necessitam da caridade humana. A identificação de ver com o conhecer data da antiguidade, especificamente na Grécia antiga, que naquela época já identificava pela linguagem o ver e o pensar. Quando desejamos assegurar que algo é efetivamente verdadeiro, falamos ser EVIDENTE e sem SOMBRA de dúvidas, reafirmando a certeza de que o conhecimento verdadeiro equivale à visão perfeita. Ou REVISÃO, que significa mudança ou correções de idéias (AMIRALIAN, 1981). Para as pessoas com deficiência visual, o tato possibilita o contato com o mundo externo, transformando a proximidade em distância, proporcionando um espaço facilitador das transformações mentais, que podem nos remeter a ideia de maior racionalização.

Etiologia da Cegueira no Brasil Na infância, as principais causas são:  Catarata congênita, a criança já nasce com o cristalino opaco, não forma a imagem na retina. É a primeira causa de cegueira infantil. O período normal para detectar o problema vai de 0 a 3 anos. A catarata congênita exige um atendimento todo especial, a recuperação depende de um segmento muito próximo do médico oftalmologista.

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Unidade: Deficiências Auditiva e Visual Unidade:Sensoriais: Colocar o nome da unidade aqui  Glaucoma congênito – doença em que o aumento da pressão dentro do olho, ocasionando sofrimento nutricional do mesmo em função desta pressão,

implica

aumento

do

tamanho

do

olho,

fotofobia

e

lacrimejamento constante.

Tanto a catarata como o glaucoma podem ser recorrigiveis por tempo limitado. Outra causa da cegueira na infância são os acidentes domésticos, com objetos perfurantes.

Há também as infecções (uveítes), dentre elas a

toxoplasmose; além das doenças neurológicas. Nos adultos, as principais causas são:  Catarata e glaucoma não tratados e operados;  Degeneração senil da mácula, causada pelos raios ultravioletas;  Diabetes que destroem os vasos sanguíneos, causando pequenas hemorragias. Quando o indivíduo fica cego por diabetes, há a redução de seu período de vida, porque houve comprometimento de outros órgãos importantes, como cérebro, coração e rins;  As síndromes neurológicas que afetam o nervo óptico, causando a cegueira progressiva. Outro fator responsável pela cegueira em adultos no Brasil são os traumatismos e acidentes domésticos ou funcionais.

Cegueira, Deficiência Visual e o Desenvolvimento Na cegueira congênita, a criança precisará organizar-se e relacionar-se com o mundo com os outros sentidos, porque ela já nasceu cega ou perdeu a visão antes dos cinco anos de idade. Nesse período a memória visual é muito fluída, não detendo as imagens visuais e mentais, em termos de organização cognitiva.

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Surgem as primeiras dificuldades da cegueira. A formação de conceitos de objeto, nas crianças videntes (normais) o processo de identificação, discriminação e elaboração do conceito de objeto ocorre de forma espontânea, porque a criança tem o recurso da visão. No caso da criança cega, para esse tipo de aquisição, ela terá mais dificuldades, dependerá de um tempo bem maior para adquirir o sentido de constância do objeto e o nível concreto de percepção do objeto.

Fonte: http://acaoesuperacao.blogspot.com/2008_07_01_archive.html

Aos poucos vai aumentando sua experiência com os objetos e a criança passará a relacioná-los ao nível funcional. Para atingir o nível abstrato, necessitará de muita estimulação e orientação do que as crianças não cegas. Outra dificuldade encontrada pela criança com cegueira congênita, diz respeito à mobilidade e locomoção. A restrição da mobilidade parece ser uma consequência inerente à ausência do estímulo visual.

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Fonte: http://www.sme.pmmc.com.br/site2011/index. php?Option=com_content&view=article&id=466: setor-pedagogico-especializadosrdv&catid=977&Itemid=102

A visão é um grande estímulo para a mobilidade e a locomoção, a busca de objetos é a condição fundamental para uma criança começar a engatinhar e posteriormente, começar a andar. Quando a prontidão para engatinhar é atingida, a criança já desenvolve a busca de objetos no espaço, e esta é conseguida por meio da movimentação. Neste sentido, a falta de visão prejudica esta mobilidade da criança, pois ele não possui uma opinião da postura do outro, acarretando insegurança na mobilidade e consequentemente na locomoção, comprometendo o seu controle e a relação com o meio. Com isso, a criança cega depende intensamente da locomoção para fazer a distinção entre o self e o mundo externo e, a partir daí construir seu mundo objetal.

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Conceito de espaço para a criança cega é diferente da criança que enxerga, isto porque ela tem no tato o seu único sentido espacial original. Utiliza-se do tato sintético para reconhecer os objetos pequenos, com uma ou ambas as mãos. O tato analítico é utilizado para os objetos maiores, que se estendem além do limite de uma ou de ambas as mãos. Quando o objeto é muito grande, todo o corpo pode participar do processo, constitui-se de impressões sucessivas obtidas pela observação de partes do objeto, proporcionando uma ideia tátil unificada do objeto. Isso faz com que o cego possa reproduzir todos os tipos de objetos pequenos e grandes em trabalhos de modelagem, reconhecerem objetos e unificar percepções separadas e chegar a um conceito total do objeto.

Fonte: http://blogdocmerdetenenteananias.blogspot.com/2011/03/alunos-especiais-em-salade-aula-o-que.html

Como a manipulação tátil é limitada, a pessoa não percebe com profundidade, a complexidade ou a totalidade que constitui o atributo essencial do objeto, portanto e obrigada a percebê-lo das partes para o todo. A audição fornece pistas, no que se refere à distância e à direção do objeto, desde que produzam sons.

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Para as crianças com cegueira congênita, é importante que ela seja incentivada a descobrir soluções adaptativas complexas, porque falhas neste período crítico podem levar à interrupção do desenvolvimento, provocando graves perturbações. Podem ainda apresentar comportamentos semelhantes aos encontrados em crianças com autismo, ou seja, comportamentos estereotipados de movimentos das mãos, balanço ou rotação corporal. Na cegueira adquirida, o indivíduo perde a organização cognitiva e perceptiva, além de ter uma reorganização perceptiva. A utilização das imagens visuais terá que ser trabalhada para que ele possa continuar a utilizálas.

Desenvolvimento das Relações Objetais É frequente dificuldades dos primeiros contatos da mãe com seu bebê cego, em contraste com o orgulho e o prazer das mães com bebês que enxergam. Isto provoca o afastamento emocional do filho; algumas vezes, inconsciente ou racionalmente, estas mães podem desejar a morte do filho.

Fonte: http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2008_12_01_archive.html

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O bebê por sua vez reage com passividade, sendo este um dos períodos mais vulneráveis de seu desenvolvimento. No entanto, esta passividade poderá ser irreversível para o seu pleno desenvolvimento. A deformação específica do ego decorre como consequência de um desenvolvimento divergente, que começa por volta dos quatro meses de vida. Até esta idade os bebês cegos e os bebês que enxergam são comparáveis em seu estado narcísico primário, autocentrado e indiferenciado Ambos não estabelecem diferenças entre EU e NÃO EU. Apenas experimentam prazer, quando suas necessidades são satisfeitas ou quando sentem o desprazer. Caso essa última situação ocorra, a frustração age como um incentivo para o desenvolvimento do bebê cego. Com a maturação biológica, a criança torna-se menos passiva e experimenta o aumento das frustrações, o que constitui uma ameaça ao seu estado narcísico original. Ao nascer, a boca é o órgão dominante de procura e de busca e, no início da segunda fase as mãos e os olhos tornam-se preponderantes. A criança começa mais e mais a usar suas mãos e a visão é o complemento neste movimento para o mundo externo. Como a mão e a visão ficam a serviço da boca na busca e na pesquisa do mundo externo, ambas tornam-se independentes da boca e passam a ter função sobre dois atributos da energia oral: libido e agressão. A exploração e o domínio do mundo externo, progressivamente vão se modificando, se tornando prazer em si mesmo independente da sucção e da mordida. Assim, o centro de interesse é parcialmente removido de seu próprio corpo para uma estimulação social direta. A criança cega tem falha na aquisição da autonomia das mãos, e uma percepção centrada na boca, atividade fundamental da criança, nesta idade, quando seus olhos fixam-se sobre um objeto ou outro. Antes agarrava com as mãos, agora os cata com os olhos. Isto é negado à criança cega. A ela também é negado a opinião visual da mãe, com isso o bebê é levado a concentrar-se em suas próprias experiências corporais e a experimentar uma constante auto-sedução. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br

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Quanto mais cedo ocorre a cegueira, maior será sua influência sobre o desenvolvimento da personalidade e maior o peso concedido à ausência da visão. Na cegueira adquirida posteriormente, os efeitos sociais e as condições do sujeito ao evento frustrador tornam-se preponderantes.

Impacto do Diagnostico da Cegueira nos Pais e Familiares Vários são os sentimentos e comportamentos envolvidos frente o momento da notícia da deficiência visual. O principal deles, diz respeito ao papel dos elementos patológicos, presentes na estrutura dos pais, anterior ao nascimento da criança. Esse aspecto em alguns casais é determinante para a separação.

Além disso, devemos considerar o valor simbólico que a

deficiência tem para eles. Os sentimentos de culpa e ansiedade, que vão progressivamente evoluindo para atitudes compensatórias de rejeição, superproteção ou aceitação.

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/saladecinema/tag/cineclube/?topo=67,2,18,,,77

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Anotações

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Referências AMIRALIAN, M.L.T.M. A reorganização perceptiva dos deficientes visuais e sua implicação para a aprendizagem. Cadernos de Didática. N. 6, 1985. BECKER, E. Deficiência: alternativas de intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça. A classificação Indicativa na Língua Brasileira de Sinais. Organização: Secretaria Nacional de Justiça. Brasília: SNJ, 2009. FONSECA, V.R.J.R.M. Surdez e deficiência auditiva: trajetória da infância à idade adulta. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. LEITÃO, J.C., FERNANDES, C.T. Inclusão escolar de sujeitos com deficiência visual na rede regular de ensino brasileira: revisão sistemática. Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 17, n. 33, p. 273-289, 2011. NICOLUCCI, D; LIMA PARDO, M.B., DIAS, T. A inclusão sob um olhar especial: a vez e a palavra do educando surdo. Revista Temas sobre Desenvolvimento. Vol.13, n. 76, 2004, p. 19-24.

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