Resenha - Nathália de Paula Dias Cordeiro

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Universidade Federal Fluminense - Campus Gragoatá Estudante: Nathália de Paula Dias Cordeiro Curso: História Disciplina: Organização da Educação no Brasil (P5) Professor: Jose dos Santos Rodrigues Data de entrega: 11/10/2020 Resenha crítica do texto “A Reformulação do Ensino Médio: Pontuando Conceitos, Desvelando Sentidos, Pensando Caminhos” e o documentário “Pro Dia Nascer Feliz” O texto “A Reformulação do Ensino Médio: Pontuando Conceitos, Desvelando Sentidos, Pensando Caminhos” de Angela Tamberlini, já se inicia apontando o não funcionamento do Artigo 208 da Constituição Brasileira, que apesar de ser obrigatório o seu cumprimento, não é assim que funciona na realidade brasileira, na qual, um número expressivo de alunos não possui acesso ao ensino médio. Em seguida, Tamberlini faz uma importante crítica sobre a mudança recente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), onde o aluno passa a optar por uma área específica de aprendizado, deixando de possuir outra formação e contato com outros campos educacionais. Essa escolha é inclusive, passível de erros, pois o jovem precisa decidir por uma esfera da educação, na qual ele nem tem a certeza de que se sentirá confortável em torná-la futura profissão. Outras duas problemáticas são as seguintes: educadores sem a formação especializada obtendo permissão para oferecer aulas. Ser engenheiro não é a garantia de ser um bom professor de física. E a retirada da obrigatoriedade das disciplinas sociologia e filosofia só evidencia a intenção em afastar o ensino crítico dos alunos e as possíveis reflexões realizadas nos mesmos. Angela tece críticas em outros dois pontos: primeiro, em relação a Base Nacional Comum Curricular, pois agora, ela é utilizada principalmente para “preparar os estudantes para as avaliações de larga escala do tipo Pisa, Programa de Avaliação dos estudantes da OCDE. Pautada nas avaliações sistêmicas, na responsabilização do professorado pelo desempenho dos alunos nestas avaliações, tolhendo a autonomia dos docentes instados a seguir manuais e livros didáticos voltados para a obtenção de resultados nos testes que condicionam os seus salários a bônus decorrentes de notas satisfatórias no IDEB e outros testes (...)”. Segundo, em relação ao modelo proposto pelo Banco Mundial de facilitação da

contratação de profissionais não especializados no âmbito, crescimento na quantidade de alunos nas salas, mudanças no preparo de professores. Este movimento seria para regularizar, melhorar a situação econômica no Brasil. Na minha opinião, essa medida somente tem o interesse em culpabilizar os profissionais da educação, que na realidade estão longe de ser valorizados. Tamberlini ao se aproximar do fim de seu artigo, estabelece uma comparação com a Finlândia, que, ao contrário do Brasil, investiu muito mais na educação, garantindo salários justos para os professores, condições adequadas de trabalho e em grandes casos, a atuação do professor se dá em um único colégio, possibilitando uma melhor dedicação ao trabalho. Essa última característica raramente é seguida no Brasil, porque os professores, em busca de garantir uma situação financeira mais confortável, acabam se dedicando em muitas escolas. E isso é ruim, pois eles precisam lidar com uma alta carga de horário em diversas faixas de idade e ficam sem tempo para preparar boas aulas. Houveram esforços para uma melhoria na educação entre 2003-2015, mas o documentário “Pro Dia Nascer Feliz” de 2006, mostra que eles foram inexpressivos com relação às escolas públicas. Ele exibe as desigualdades no sistema educacional nacional, na qual, a mais afetada é o sistema público. Os obstáculos enfrentados pelos alunos nas escolas públicas são infinitamente maiores se comparadas com os alunos das escolas privadas. Exemplo: falta de infraestrutura básica, como banheiros e transporte para a locomoção dos alunos e falta de professores. Enquanto os alunos da Escola Coronel Manoel de Souza Neto em Manari (PE) não tem acesso sequer a descarga dos banheiros, os alunos do Colégio Santa Cruz (SP) dispunham armários para guardar seus objetos e seguindo o caso de uma das alunas, possuíam acesso a aulas de línguas estrangeiras e esportes. A trajetória dos alunos dos dois sistemas escolares é bem demarcado. É influenciado pela situação familiar, econômica. As vivências pessoais possuem um peso importante em suas decisões. Enquanto uma aluna queixava-se da pressão que a escola oferecia e como isso impactou em sua saúde mental, outra aluna com um grande interesse na leitura, precisava se dividir entre a escola e as responsabilidades familiares impostas a ela. Levanto um questionamento: para que e quem a educação no Brasil está servindo? De um lado vemos a educação como mercadoria. Do outro, como uma tentativa de ascensão social. Cada vez mais o mercado educacional lucra mais, com cursinhos preparatórios para vestibular, materiais com preços exorbitantes, na qual somente os estudantes das classes mais altas têm acesso. Esses mesmos estudantes que continuam sendo a grande maioria nas Universidades. Enquanto isso, os alunos de baixa renda, seguem lutando para aprender em

escolas menos abastadas, com menos incentivos, lidando com todas as dificuldades, falta de professores, materiais, infraestrutura. Estes buscam se esforçar para entrar nas Universidades e garantir um futuro melhor. Referências: TAMBERLINI, Angela Rabello Maciel de Barros. A REFORMULAÇÃO DO ENSINO MÉDIO: PONTUANDO

CONCEITOS, DESVELANDO SENTIDOS, PENSANDO

CAMINHOS. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, VI., 2019, [S.I]. ​Anais [...] . ​[S.I]: Realize, 2019. p. 7-7.
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