Manual de Sociolinguística - Stella Maris

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Stella Maris Bortoni-Ricardo

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Sociolinguística A Sociolinguística, macroárea interdisciplinar que tomou corpo em meados do século xx, embora seja bem jovem, expandiu-se muito em nosso país. Apesar dessa expan­ são, faltava ainda na bibliografia de referência da área um manual de introdução voltado especialmente para o leitor brasileiro. Este livro preenche esse espaço, oferecendo um panorama histórico e teórico dessa ciência. Ao longo dos capítulos, a au­ tora descreve os estágios formativos e o estado da arte das vertentes mais conhecidas da disciplina: os estudos variacionistas, etnográficos e interacionais, dedicando ainda um capítulo à área multifacetada da Sociolinguística Educacional.

Além disso, discorre sobre o traba­ lho de autores e pesquisadores fun­ damentais que contribuíram para a gênese e o desenvolvimento dessa disciplina, como Meillet, Bakhtin e os membros do Círculo de Praga. Faz um apanhado de dois traba­ lhos pioneiros de William Labov (em Marthas Vineyard e em Nova York) e mostra a estrutura e a essência da teoria Sociolinguística Variacionista, também referida como laboviana, que se firmou como o principal ramo da Sociolinguística, inclusive no Brasil. Mais do que um simples ma­ nual introdutório, esta obra é um convite e um incentivo aos leitores a buscar mais informações teóri­ cas e mais subsídios metodológi­ cos que lhes sirvam de ferramentas para empreender pesquisa nessa intrincada e fascinante área que dá nome ao livro.

Notas

Capítulo "A Sociolinguística: uma nova maneira de ler o mundo”

1 Ao longo deste livro, serão colocadas entre colchetes, ao lado de alguns nomes de pessoas, duas datas que correspondem, respectivamente, ao nascimento e à morte daquela personalidade. Esse recurso visa ajudar o leitor a situar o pesquisador e sua teoria na história da Sociolinguística. 2 Remetemos o leitor interessado no esforço dos sociolinguistas pioneiros em relação às desvantagens escolares de crianças oriundas de grupos minoritários nos Estados Unidos a duas obras: Cazden, Courtney B.; John, Vera P. e Hymes, Dell (1978) e Williams, Frederick (1971); e na Inglaterra a STUBBS, Michael (1980). 3 Ao final deste livro, encontra-se um conjunto de referências específicas para alfabetização e letramento, reproduzida da disciplina homônima do Programa Profletras, da Capes. A disciplina é de responsabilidade de Maria Cecília Mollica e de Stella Maris Bortoni-Ricardo. Capítulo “As línguas no mundo”

4 No mundo há cerca de 6.912 idiomas em todo o mundo, segundo o compêndio Ethnologue, considerado o maior inventário de línguas do planeta. O livro, editado desde 1951, é uma espécie de bíblia da Linguística, indicando quais são as línguas em uso, onde elas são faladas e quantas pessoas usam o idioma. De acordo com os organizadores da enciclopédia, o total de línguas no planeta pode ser até maior. Estima-se que haja entre 300 e 400 línguas ainda não catalogadas em regiões do Pacífico e da Ásia. Além de somar todas as línguas que existem, o Ethnologue lista 497 línguas que correm o risco de desaparecer em poucas décadas. Segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), metade dos idiomas falados hoje em dia pode sumir durante o século XXI, por causa do predomínio do inglês nas páginas da internet (disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2013).

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5 De acordo com o Atlas Interativo de Línguas em Perigo (Unesco 2010), o Brasil é o terceiro país do mundo com o maior número de línguas ameaçadas de extinção. Assim, das 180 línguas que a literatura especializada reconhece no Brasil, 45 delas estão catalogadas em situação crítica de extinção. Além disso, o Atlas indica que 12 línguas indígenas do Brasil são consideradas mortas, isso sem levar em conta os povos indígenas do Nordeste, que já não falam mais a língua indígena. Em suma, todas-as línguas indígenas no Brasil estão continuamente ameaçadas, em diferentes graus, por um processo de extinção, que começou desde a chegada dos europeus ao nosso território. 6 Para mais informações sobre a canção, ver . Acesso em: 23 maio 2014. Para aprofundar as informações sobre crioulos de base portuguesa, ver . Acesso em: 21 maio 2014. Capítulo “A Micro e a Macrossociolinguística”

7 A propósito do conceito de história externa da língua, recomendo consultar o livro de Serafim da Silva Neto, publicado pela primeira vez em 1950, Introdução ao estudo da língua portuguesa no Brasil. Esse pioneiro da Sociolinguística no Brasil postula uma distinção entre a história externa, apoiada nos fatos sócio-históricos, e a história interna de uma língua, que é objeto da Etimologia. Capítulo “A herança da Linguística Estruturalista: a heterogeneidade inerente e sistemática"

8 Remetemos o leitor interessado nos trabalhos dialetológicos no Brasil ao Projeto Atlas Linguístico do Brasil: . 9 Citam-se entre os principais trabalhos dialetológicos de Kurath o Linguistic Atlas ofNew England, 3 vols., New York 1939-43; o Handbook ofthe Linguistic Geography ofN ew England, Providence 1939;
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