Huberto Rohden - Segunda Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses

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HUBERTO ROHDEN

SEGUNDA EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS TESSALONICENSES TRADUÇÃO DO TEXTO ORIGINAL GREGO, COM AS VARIANTES DA VULGATA E AMPLAMENTE ANOTADA UNIVERSALISMO

Segunda Epístola aos Tessalonicenses Introdução

1. A primeira carta de São Paulo aos tessalonicenses, ao que parece, não surtiu o efeito desejado. Sob a pressão da perseguição, subira a tal ponto a expectação do advento de Cristo juiz, que os neófitos chegaram a aguardá-lo de um dia para outro. Estribava-se essa ilusão, em parte numa pretensa profecia, em parte numa suposta afirmação, oral ou escrita, do apóstolo, causando terror e consternação em uns (2Ts 2,11-2), ociosidade e descuido dos seus deveres em outros (3,6.11). Foi o que moveu o apóstolo a escrever nova carta, refutando o erro sobre o advento imediato de Cristo, e censurando o procedimento desregrado de muitos fiéis. 2. Em vista da correlação íntima que vigora entre as duas cartas aos tessalonicenses, deve a segunda ter sido escrita pouco depois da primeira, no tempo em que Silas e Timóteo ainda estavam com o apóstolo em Corinto; seria, pois, pelo ano 51. A autenticidade está fora de dúvida, atentos os testemunhos de Santo Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, do fragmento muratoriano, e outros.

Segunda Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses 1 1Paulo, Silvano e Timóteo: à igreja de Tessalônica, que está em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo. 2A graça e a paz vos sejam dadas por Deus Pai e pelo Senhor Jesus Cristo.

Introdução solene.

3Meus

irmãos, por vossa causa é que nos sentimos obrigados a dar incessantes graças a Deus. E com razão; porque vai em contínuo aumento a vossa fé, e cada vez maior e a caridade que cada um de vós tem para com os outros. 4É por isso que nos ufanamos de vós nas igrejas de Deus, porque em todas as perseguições e tribulações que padeceis mostrais tamanha paciência e espirito de fé. 5É

nisso que se mostra o justo juízo de Deus em vos tornardes dignos do reino de Deus, pelo qual sofreis. 6Justo é que Deus pague com tribulação aos que vos atribulam; 7e que a vós, os atribulados, vos dê alívio juntamente conosco, para quando o Senhor Jesus se manifestar, vindo do céu com os seus exércitos angélicos, 8por entre chamas de fogo. Então retribuirá àqueles que não reconhecem a Deus e que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus[Jesus Cristo]. 9Serão punidos com penas eternas, banidos da face do Senhor e da sua grande glória, 10quando vier para ser glorificado por todos os seus santos e admirado de todos os crentes. Pois, entre vós encontrou fé o nosso testemunho. 11Pelo

que não cessamos de suplicar por vós para que nosso Deus vos faça dignos da vossa vocação e dê vigoroso impulso ao zelo que tendes pelo bem e à obra da vossa fé. 12Assim será glorificado em vós o nome de nosso Senhor Jesus[Jesus Cristo] e vós nele, pela graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.

O segundo advento de Cristo 2 Preliminares da vinda. 1Quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e a nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos, 2que não percais tão depressa a serenidade de espírito, e não vos deixeis aterrar, nem por algum espírito, nem por uma pretensa palavra ou carta da nossa parte, como se o dia do Senhor já estivesse próximo. 3Não vos deixeis iludir por pessoa alguma nem de modo algum. Deve vir primeiro a apostasia e aparecer o homem sem lei, o filho da

perdição, 4o adversário que se arvora acima de Deus e tudo que é santo, a ponto de sentar-se no templo de Deus e querer passar por Deus. 5Não vos lembrais de que vos dizia isso quando estava convosco? 6Sabeis o que é que ainda o impede de aparecer a seu tempo. 7O mistério da iniquidade já está trabalhando; mas é necessário que seja eliminado aquele que ainda lhe põe embargo. 8Então aparecerá aquele perverso; mas o Senhor Jesus o matará com o sopro de sua boca e o destruirá com o esplendor da sua vinda. 9Aparecerá

aquele tal na virtude de Satanás, com toda a espécie de portentos, sinais e prodígios falazes, 10procurando por todos os meios seduzir à iniquidade os que se perdem por não amarem e abraçarem a verdade que os salvaria. 11É por isso que Deus lhes manda o poder da sedução, para darem fé à mentira, 12e serem entregues ao juízo todos os que não deram crédito à verdade, mas antes se comprouveram na iniquidade.

Exortação.

13Nós,

porém, irmãos queridos do Senhor, devemos dar incessantes graças a Deus por vós; porque desde o princípio vos escolheu Deus para a salvação, mediante a santificação do Espírito e da fé na verdade. 14Por meio do nosso evangelho vos chamou para tomardes parte na glória de nosso Senhor Jesus Cristo. 15Portanto,

irmãos, ficai firmes; permanecei fiéis às tradições que, oralmente ou por escrito, recebestes de nós. 16Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e em sua graça nos deu perene consolação e boa esperança, 17anime os vossos corações e os robusteça para toda a boa obra e palavra.

Exortações diversas 3 Oração pelo apóstolo. 1Finalmente, irmãos, orai por nós para que se espalhe rapidamente e seja glorificada a palavra do Senhor, a exemplo do que aconteceu entre vós; 2e para que sejamos livres de homens iníquos e perversos; pois nem todos abraçam a fé. 3O Senhor é fiel e há de fortalecer-vos e guardarvos do maligno. 4Temos confiança em vós no Senhor, que tanto agora como para o futuro vos guieis pelas nossas diretivas. 5Que o Senhor dirija os vossos corações para o amor de Deus e a paciência de Cristo.

Dever do trabalho.

6Ordenamo-vos,

irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis a companhia de todo o irmão que leve vida desordeira e não se conforme com a doutrina que de nós recebeu. 7Bem sabeis de que modo deveis imitar-nos. Não levámos vida desordeira em vosso meio, 8nem comemos de graça o pão de ninguém; antes trabalhamos noite e dia, entre labutas e fadigas, para não sermos pesados a nenhum de vós. 9Não que não tivéssemos direito a isso; mas para vos dar exemplo a imitar. 10Quando estávamos entre vós já vos demos este preceito: quem não quer trabalhar também não há de comer. 11Entretanto, soubemos que alguns dentre vós levam

vida à toa; em vez de trabalhar vivem ociosos. 12A esses tais ordenamos encarecidamente no Senhor Jesus Cristo que trabalhem sossegadamente e tratem de ganhar o seu pão. 13Vós, porém, irmãos, não vos canseis de praticar o bem. 14Se alguém desobedecer ao que mandamos por carta, notai-o e não tenhais relações com ele, para que fique envergonhado. 15Não o considereis, todavia, como inimigo, mas procurai corrigi-lo como irmão.

Conclusão. 16O Senhor da paz vos conceda a paz em todo o tempo e lugar. O Senhor seja com todos vós. 17Vai

de próprio punho a minha saudação: Paulo. É esta a minha assinatura em todas as cartas. Aí está a minha letra. 18A

graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós[vós. Amém].

Notas Explicativas 1 5-7Procura o apóstolo consolar os fiéis com a perspectiva da retribuição de Deus, que castigará a injustiça ora triunfante e recompensará a virtude espezinhada. 2 2Dera origem a esta ideia sobre o advento próximo de Cristo juiz uma tal ou qual revelação superior, que alguns faziam valer, ao passo que outros apelavam para palavras que o apóstolo tivesse proferido de viva voz, ou deixado por escrito. 3-5Dois

acontecimentos devem preceder o fim do mundo: a grande apostasia e o aparecimento do anticristo. 6-7Por

maior que fosse já então a impiedade, não podia contudo o anticristo manifestar-se abertamente, por se achar embargado por alguém. Não consta quem seja esse alguém, pois que se trata de eventos vindouros. (cf 2,1).

DADOS BIOGRÁFICOS

Huberto Rohden

Nasceu na antiga região de Tubarão, hoje São Ludgero, Santa Catarina, Brasil em 1893. Fez estudos no Rio Grande do Sul. Formou-se em Ciências, Filosofia e Teologia em universidades da Europa – Innsbruck (Áustria), Valkenburg (Holanda) e Nápoles (Itália). De regresso ao Brasil, trabalhou como professor, conferencista e escritor. Publicou mais de 65 obras sobre ciência, filosofia e religião, entre as quais várias foram traduzidas para outras línguas, inclusive para o esperanto; algumas existem em braile, para institutos de cegos. Rohden não está filiado a nenhuma igreja, seita ou partido político. Fundou e dirigiu o movimento filosófico e espiritual Alvorada. De 1945 a 1946 teve uma bolsa de estudos para pesquisas científicas, na Universidade de Princeton, New Jersey (Estados Unidos), onde conviveu com Albert Einstein e lançou os alicerces para o movimento de âmbito mundial da Filosofia Univérsica, tomando por base do pensamento e da vida humana a

constituição do próprio Universo, evidenciando a afinidade entre Matemática, Metafísica e Mística. Em 1946, Huberto Rohden foi convidado pela American University, de Washington, D.C., para reger as cátedras de Filosofia Universal e de Religiões Comparadas, cargo este que exerceu durante cinco anos. Durante a última Guerra Mundial foi convidado pelo Bureau of lnter-American Affairs, de Washington, para fazer parte do corpo de tradutores das notícias de guerra, do inglês para o português. Ainda na American University, de Washington, fundou o Brazilian Center, centro cultural brasileiro, com o fim de manter intercâmbio cultural entre o Brasil e os Estados Unidos. Na capital dos Estados Unidos, Rohden frequentou, durante três anos, o Golden Lotus Temple, onde foi iniciado em Kriya-yoga por Swami Premananda, diretor hindu desse ashram. Ao fim de sua permanência nos Estados Unidos, Huberto Rohden foi convidado para fazer parte do corpo docente da nova International Christian University (ICU), de Metaka, Japão, a fim de reger as cátedras de Filosofia Universal e Religiões Comparadas; mas, por causa da guerra na Coréia, a universidade japonesa não foi inaugurada, e Rohden regressou ao Brasil. Em São Paulo foi nomeado professor de Filosofia na Universidade Mackenzie, cargo do qual não tomou posse. Em 1952, fundou em São Paulo a Instituição Cultural e Beneficente Alvorada, onde mantinha cursos permanentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia, sobre Filosofia Univérsica e Filosofia do Evangelho, e dirigia Casas de Retiro Espiritual (ashrams) em diversos estados do Brasil. Em 1969, Huberto Rohden empreendeu viagens de estudo e experiência espiritual pela Palestina, Egito, Índia e Nepal, realizando diversas conferências com grupos de iogues na Índia. Em 1976, Rohden foi chamado a Portugal para fazer conferências sobre autoconhecimento e autorrealização. Em Lisboa fundou um setor do Centro de Autorrealização Alvorada. Nos últimos anos, Rohden residia na capital de São Paulo, onde permanecia alguns dias da semana escrevendo e reescrevendo seus livros, nos textos definitivos. Costumava passar três dias da semana no ashram, em contato com a natureza, plantando árvores, flores ou trabalhando no seu apiário-modelo. Quando estava na capital, Rohden frequentava periodicamente a editora responsável pela publicação de seus livros, dando-lhe orientação cultural e inspiração.

À zero hora do dia 8 de outubro de 1981, após longa internação em uma clínica naturista de São Paulo, aos 87 anos, o professor Huberto Rohden partiu deste mundo e do convívio de seus amigos e discípulos. Suas últimas palavras em estado consciente foram: “Eu vim para servir à Humanidade”. Rohden deixa, para as gerações futuras, um legado cultural e um exemplo de fé e trabalho, somente comparados aos dos grandes homens do século XX. Huberto Rohden é o principal editando da Editora Martin Claret.

Relação de obras do Prof. Huberto Rohden Coleção Filosofia Universal O pensamento filosófico da Antiguidade A filosofia contemporânea O espírito da filosofia oriental

Coleção Filosofia do Evangelho Filosofia cósmica do Evangelho O Sermão da Montanha Assim dizia o Mestre O triunfo da vida sobre a morte O nosso Mestre

Coleção Filosofia da Vida De alma para alma Ídolos ou ideal? Escalando o Himalaia O caminho da felicidade Deus Em espírito e verdade Em comunhão com deus Cosmorama Por que sofremos Lúcifer e Lógos A grande libertação Bhagavad Gita (tradução) Setas para o infinito Entre dois mundos Minhas vivências na Palestina, Egito e Índia Filosofia da arte A arte de curar pelo espírito. Autor: Joel Goldsmith (tradução) Orientando “Que vos parece do Cristo?” Educação do homem integral Dias de grande paz (tradução)

O drama milenar do Cristo e do Anticristo Luzes e sombras da alvorada Roteiro cósmico A metafísica do cristianismo A voz do silêncio Tao Te Ching de Lao-tse (tradução) Sabedoria das parábolas O Quinto Evangelho segundo Tomé (tradução) A nova humanidade A mensagem viva do Cristo (Os quatro Evangelhos – tradução) Rumo à consciência cósmica O homem Estratégias de Lúcifer O homem e o Universo Imperativos da vida Profanos e iniciados Novo Testamento Lampejos evangélicos O Cristo cósmico e os essênios A experiência cósmica Panorama do cristianismo Problemas do espírito Novos rumos para a educação Cosmoterapia

Coleção Mistérios da Natureza Maravilhas do Universo Alegorias Ísis Por mundos ignotos

Coleção Biografias Paulo de Tarso Agostinho Por um ideal – 2 vols. autobiografia Mahatma Gandhi Jesus Nazareno Einstein – o enigma do Universo Pascal Myriam

Coleção Opúsculos Catecismo da filosofia Saúde e felicidade pela cosmo-meditação Assim dizia Mahatma Gandhi (100 pensamentos) Aconteceu entre 2000 e 3000 Ciência, milagre e oração são compatíveis? Autoiniciação e cosmo-meditação Filosofia univérsica – sua origem sua natureza e sua finalidade
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