Filosofia - Apologia de Sócrates

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GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO E.E.E.M.T.I. CLODOALDO NUNES DE ALMEIDA CACOAL-RO

Ano: 1º Disciplina: Filosofia

Turma: A,B,C,D Professor: Gunnar Gabriel Valor: 1.0

Data: 24/06/2020 Entrega da Atividade: 07/07/2020

APOLOGIA DE SÓCRATES RESUMO

Quem nunca ouviu falar em Sócrates? O grande filósofo grego, apontado como um dos fundadores da filosofia ocidental e descrito mais tarde na obra de Platão – que foi seu aluno. Essa análise platônica permitiu grandes evoluções nas áreas de epistemologia e ética, tendo esta última área se tornado a marca deste grande pensador. Platão reproduz um discurso de Sócrates na obra “Apologia de Sócrates”. O livro é parte integrante de uma tetralogia, na qual o primeiro intitulado Eutifron aponta o filósofo em seu caminho para o tribunal, onde fora convocado devido a acusações de Meleto. Apologia de Sócrates seria a continuação deste primeiro, onde o processo é descrito. A obra ainda é continuada em outras duas etapas: Crífon (onde o filósofo, já encarcerado, recebe a visita de um grande amigo) e Fédon, que narra seus últimos instantes de vida e o seu discurso sobre a imortalidade da alma. Qual seria então a “Apologia de Sócrates”? Para entender, vamos primeiramente pontuar as acusações que recaíram sobre o filósofo. Corromper a juventude, não acreditar nos deuses e criar uma nova Deidade foram às razões alegadas por Meleto, que levaram Sócrates a ser convocado em um tribunal. Em sua apologia, Sócrates defende-se dessas acusações. Ele começa argumentando que seus acusadores haviam sido tão convincentes que quase ele mesmo acreditou nas inverdades que diziam a seu respeito. Disse também que a verdade

é maior do que todos os sábios e o seu compromisso com ela é maior do que a sua prática de falar em tribunais, compromisso este que os seus acusadores, segundo ele, não tinham, pois queriam apenas convencer a todos a respeito do que diziam. Ele resgata acusações que não constavam do processo, mas que também já haviam sido proferidas contra ele e, portanto, poderiam pesar na decisão dos juízes. Seus acusadores oficiais neste processo foram Meleto, a respeito de quem pouco se sabe, apenas que era um tragediógrafo que Sócrates mal conhecia e não tinha a menor ideia de que motivos este homem teria para acusá-lo. Seu segundo acusador era Ânito, um homem que pertencia a uma importante família de comerciantes de curtume, havia sido general a serviço de Atenas e era considerado um cidadão importante no cenário político. O que o teria motivado a denunciar Sócrates era o relacionamento de seu filho com o pensador, algo que ele jamais aprovou. O terceiro, Licon, era um famoso orador de Atenas e as razões que o teriam levado a denunciar o filósofo também seriam desconhecidas. Os três contavam com o mesmo direito de palavra no processo. Sabedoria X Ignorância X Humildade A principal bandeira levantada por Sócrates em sua defesa estava relacionada à sua sabedoria, onde o pilar central era a consciência da sua ignorância (Só sei que nada sei). Essa era a principal premissa que faria dele um verdadeiro 1

sábio: a humildade em admitir que pouquíssimo sabemos diante de um universo tão cheio de mistérios. Todos os seus acusadores tentavam parecer que detinham a verdadeira sabedoria, mas ele afirmava que, segundo o Oráculo de Delfos (localizado em Delfos, cidade central da Grécia, era visitado por cidadãos comuns e também por grandes nomes. A cidade ficava localizada em uma área considera como uma espécie de “umbigo” do mundo. Segundo a mitologia, Zeus estava em busca do ponto central do mundo e, para encontralo enviou duas águias de extremos opostos e foi justamente sobre essa cidade que ambas se encontraram. A cidade envolve ainda diversos outros mitos, que ajudam a justificar a criação do oráculo no local), o verdadeiro sábio era ele. Tomando por exemplo Aquilles (que se recusou a agir injustamente, mesmo sabendo que essa atitude poderia leva-lo a morte), Sócrates levantou outra grande bandeira: a da justiça. Preferia ser justo até a morte a salvar sua vida agindo fora do que julgava correto. Após ser

julgado e condenado, Sócrates afirmou não ter achado estranho o fato de ser condenado (tudo indica que já esperava por isso), mas sim a quantidade de votos a favor da condenação que recebeu. Criticou ainda as leis de Atenas, que concedem ao condenado pouquíssimo tempo para a defesa, diferente de outras cidades, onde era impossível ser condenado em tão pouco tempo. O filósofo afirma ter sido condenado pela falta de pudor, e jamais pela falta de argumentos, e declarou não estar arrependido de sua defesa, pois os que o condenam hoje, serão condenados amanhã. Aqueles que votaram favoráveis à condenação, por sua vez, continuaram declarandose como justos. No momento da morte, Sócrates questiona se a morte seria uma perda definitiva de sentidos ou uma passagem para outro plano, declarando estar preparado a qualquer uma dessas possibilidades de bom agrado. Ao final de seu último discurso disse que encerraria por ali, pois já era tempo de ele morrer e os demais continuarem suas vidas, sendo Zeus o único a saber quem estaria melhor.

Referência: Apologia de Sócrates. Resumo Escolar. Disponível em: https://www.resumoescolar.com.br/filosofia/resumo-apologia-de-socrates/. Acesso em: 22 jun. 2020.

ATIVIDADES – Sócrates e Platão

b. Em sua autodefesa, procurou recordar quem ele era, ou seja, realizou uma revisão sobre a

Questão 1 - A obra Apologia de Sócrates, de

questão “quem é Sócrates”.

Platão, descreve a defesa de seu mestre

c. Considerou inaceitável um homem livre valer-

perante as acusações de não aceitação dos

se de sofisticada retórica ou de apelos

deuses

emocionais para obter sua absolvição.

reconhecidos

pelo

Estado,

de

introduzir novos cultos e de corromper a

d. Recomendou sua condenação à morte, uma

juventude. Considerando a proposta geral da

vez que considerava mais digno uma morte

obra, é INCORRETO, dizer que Sócrates:

na verdade que uma vida na mentira.

Assumiu a responsabilidade dos atos

e. Tinha a preocupação de refutar qualquer

aludidos pelos denunciantes, mas repudiou a

perspectiva religiosa, uma vez que suas

atitude

críticas levavam ao ateísmo.

a.

destes

por

não

valorizarem

a

liberdade de pensamento em busca da verdade. 2

Questão 2 - Na terceira parte da Apologia de

diferentes

caminhos

Sócrates há a seguinte afirmação: “é possível

conhecimento real.

para

buscar

o

que tenhais acreditado, ó cidadãos, que eu tenha sido condenado por pobreza de

A grande preocupação socrática era:

raciocínios, com os quais eu poderia vos

a. Interpretar o mundo como sendo espiritual e

persuadir, se eu tivesse acreditado que era

organizado segundo uma moral baseada em

preciso dizer e fazer tudo para evitar a

verdadeiros conceitos imutáveis.

condenação. Mas não é assim. Caí por falta,

b. Compreender as causas primeiras e os fins

não de raciocínios, mas de audácia e

últimos de todas as coisas, pois só se pode

imprudência, e não por querer dizer-vos

dizer que se conhece alguma coisa quando

coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de

se conhece sua causa primeira.

ouvir, choramingando, lamentando e fazendo

c. O autoconhecimento que poderia ser obtido

e dizendo muitas outras coisas indignas, as

por meio da ironia e da maiêutica, métodos

quais, é certo, estais habituados a ouvir de

que consistiam em fazer indagação, fingindo

outros”.

ignorância, para despertar no interlocutor o conhecimento latente.

Considerando esta passagem, já sendo a

d. Fazer

um

estudo

crítico

da

História,

transcrição de suas últimas palavras, é

comparando a História Grega com a dos

possível afirmar que Sócrates:

povos orientais, a fim de mostrar que o

a. Lamenta sua fraqueza argumentativa perante a quantidade de pessoas que o condenou.

mundo era mais amplo do que se imaginava. e. Mostrar que todo o conhecimento era obtido

b. Ressalta a preocupação de seu discurso com

por intermédio dos sentidos humanos e que,

a verdade e não com elegante retórica, como

por esses serem falhos, era relativos e

os pretensos “sábios” o faziam.

limitado.

c. Reconhece sua dificuldade de elaborar um discurso persuasivo, mesmo com todo seu

Questão 4 - Sócrates, Giordano Bruno e

esforço para isso.

Galileu foram pensadores que defenderam a

d. Desculpa-se

por

decepcionar

tantos

liberdade de pensamento frente às restrições

admiradores e os aconselha a não empregar

impostas pela tradição. Na Apologia de

seus recursos argumentativos.

Sócrates, a acusação contra o filósofo é

e. Conclui que sua derrota decorreu de seu discurso audacioso e imprudente.

assim enunciada: Sócrates [...] é culpado de corromper os moços e não acreditar nos deuses que a cidade admite, além de aceitar

Questão 3 - Sócrates, grande filósofo grego,

divindades novas (24b-c). Ao final do escrito

formou numerosos discípulos, que seguiram

de Platão, Sócrates diz aos juízes: Mas, está na hora de nos irmos: eu, para morrer; vós, 3

para viver. A quem tocou a melhor parte, é o

proclamou como o “mais sábio de todos os

que nenhum de nós pode saber, exceto a

homens”, já que ele se achava, ao contrário,

divindade. (42ª).

muito pouco sábio. Mas, ao conversar com

(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. Carlos Alberto Nunes.

sabedoria, e ao constatar que elas eram tão

Belém: EDUFPA, 2001. p. 122-123; 147).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a disputa entre filosofia e tradição presente

na

condenação

pessoas que atribuíam a si mesmas muita

de

Sócrates,

ou mais ignorantes que ele, concluiu que devia ser mesmo o mais sábio, pois, ao menos, ele tinha consciência de sua própria ignorância.

assinale a alternativa correta. a. O desprezo socrático pela vida, implícito na resignação à sua pena, é reforçado pelo conhecimento da soberania do poder dos

Comente a declaração de Sócrates de que a pior ignorância é não ter consciência dela e de que o primeiro passo no caminho do conhecimento

juízes. b. A aceitação do veredito dos juízes que o

é

reconhecer

a

própria

ignorância.

condenaram à morte evidencia que Sócrates

________________________________

consentiu

________________________________

com

os

argumentos

dos

acusadores. c. A

________________________________

acusação

a

identificação

da

Sócrates

pauta-se

insuficiência

dos

na seus

argumentos, e a corrupção que provoca resulta das contradições do seu pensamento.

________________________________ ________________________________ ________________________________

d. A crítica de Sócrates à tradição sustenta-se

________________________________

no repúdio às instituições que devem ser

________________________________

abandonadas em benefício da liberdade de

________________________________

pensamento.

________________________________

e. A sentença de morte foi aceita por Sócrates

Figura - O julgamento de Sócrates

porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.

Questão 5 - A apologia de Sócrates é o relado da defesa de Sócrates, escrito pelo seu discípulo Platão, diante do tribunal de Atenas. Um dos assuntos abordados nessa obra

é

a

relação

conhecimento.

entre

Sócrates

ignorância

Fonte: NETMUNDI

e

sentiu-se

constrangido quando o oráculo de Delfos o 4
Filosofia - Apologia de Sócrates

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