Aula de Português para concursos #23 - 31:10:2019 - 20h

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TIPOLOGIA TEXTUAL DESCRIÇÃO – Texto ou fragmento de texto que tem por fim formar a imagem de um ser, de um objeto, de um lugar ou de uma situação em um determinado momento. É fundamental perceber que a descrição não indica uma sequência temporal. Pelo contrário, numa descrição de uma situação, os fatos ocorrem simultaneamente, podendo-se, inclusive, inverter a ordem dos eventos. Compara-se a descrição à fotografia. Ex.: A Casa (Vinicius de Moraes) Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada Ninguém podia Entrar nela, não Porque na casa Não tinha chão Ninguém podia Dormir na rede Porque na casa Não tinha parede Ninguém podia Fazer pipi Porque penico Não tinha ali Mas era feita Com muito esmero Na Rua dos Bobos Número Zero

NARRAÇÃO – Texto ou fragmento de texto que tem por fim relatar uma sequência de fatos ou ações. Ao contrário da descrição – onde os fatos ocorrem simultaneamente -, a narração sugere eventos acontecendo em sucessão. Compara-se a um filme. Ex.: João acordou, levantou-se, escovou os dentes, vestiu-se, bebeu um café e saiu para trabalhar. BIZU: Enquanto o professor explicava a matéria, os alunos das primeiras fileiras prestavam atenção. Já os das fileiras intermediárias dormiam e os das fileiras do fundo jogavam bolinhas de papel uns nos outros.

DISSERTAÇÃO - Texto que se caracteriza pela interpretação e análise da realidade por meio de conceitos abstratos. Difere-se aí da descrição e da narração, visto que nestes há a predominância de elementos concretos. Na dissertação, não há a preocupação com a formação da imagem de um objeto, de um ser ou de uma situação, tampouco indica a sequência de ações. Neste tipo de verbete, o esperado é uma tomada de posição do autor em relação a um assunto e os meios utilizados para a defesa dessa posição. Enfim, a dissertação pressupõe a indicação de uma opinião (tese) acerca do tema proposto e os recursos (argumentos) para apoiar a opinião.

Salvador Nogueira A história da conquista do espaço teve mais um episódio marcante nesta sextafeira (18), com a primeira caminhada espacial 100% feminina. As astronautas Jessica Meir e Christina Koch trabalharam em conjunto do lado de fora da Estação Espacial Internacional (ISS) por um total de 7 horas e 17 minutos, para diversas atividades de manutenção do complexo. GÊNEROS TEXTUAIS INFORMATIVO – Conforme a própria nomenclatura sugere, sua principal função é informar, noticiar, passar uma informação, inteirar o leitor acerca do que está acontecendo, de algo de que se tem conhecimento. O melhor exemplo de texto informativo é o jornal. As principais características deste texto é linguagem culta, direta, objetiva, com informações técnicas, dados numéricos e estatísticos, fontes e exemplos. Devem ser evitadas opiniões pessoais. EXEMPLO: O material dos barris que encalharam no litoral sergipano contém indícios de que eles estavam no mesmo evento que causou o desastre ecológico nas praias do Nordeste — ainda que o seu conteúdo original possa não ser o mesmo das manchas de petróleo. Essa é a principal conclusão da análise feita por pesquisadores do Laboratório de Petróleo e Energia da Biomassa da UFS (Universidade Federal de Sergipe).... PUBLICITÁRIO - Texto cuja finalidade é chamar a atenção de potenciais consumidores quanto a um produto ou serviço, persuadindo-os a comprar, ou provocar as pessoas a agir de forma adequada à situação apresentada.

- DIDÁTICO (DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA) - Texto cuja finalidade é ensinar uma teoria ao receptor da mensagem. Possui objetivos pedagógicas, relacionando-se com o ensino das ciências, das artes, das técnicas etc. EXEMPLO: Gramática é o conjunto de prescrições e regras que determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada. - INSTRUCIONAL ou INJUNTIVO – Texto cujo objetivo é orientar alguém a fazer algo. São os textos presentes em manuais, receitas de comida, instruções de jogos... Normalmente os verbos vêm no imperativo ou no infinitivo. EXEMPLO: Modo de Preparo: Use atum sólido. Abra a lata e elimine o óleo. Misture com uma colher de sopa de maionese e meia cebola picada. Aproveite a mesma colher e bata durante o tempo necessário para que se torne uma pasta. - PREDITIVO – Texto cuja finalidade é informar sobre o futuro, antecipando ou prevendo eventos que irão ou poderão acontecer, tendo como estrutura verbal dominante o futuro. Geralmente ocorre em previsões do tempo ou horóscopo. EXEMPLO: No fim de semana, o tempo estará aberto sem possibilidades de chuva. TEXTO NORMATIVO – Texto cuja finalidade é estabelecer regras, preceitos, normas para o funcionamento de um grupo ou atividade. EXEMPLO: CÓDIGO PENAL - Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. INTERTEXTUALIDADE – Inserção parcial ou total de um texto em outro texto. Quem tem boca vai a Roma. (ditado popular) Quem tem carro vai a Roma. (paródia) QUESTÕES Não foi para isso “Não sei se é verdade. Dizem que Santos-Dumont suicidou-se quando soube que, durante a Guerra Mundial, a primeira, de 1914 a 1918, estavam

usando aviões para bombardear cidades indefesas. Não fora para isso -pensava ele -- que inventara a navegabilidade no ar, façanha que ninguém lhe contesta, tampouco inventara o avião, cuja autoria lhe é indevidamente negada pelos norte-americanos. Excetuando o Dr. Guilhotin, que construiu um aparelho específico para matar mais rapidamente durante os anos do Terror, na Revolução Francesa, em geral o pessoal que inventa alguma coisa pensa em beneficiar a humanidade, dotando-a de recursos que tornam a vida melhor, se possível para todos”. Carlos Heitor Cony, in Folha de São Paulo. 27/12/2007. 1) TÉCNICO DE ENFERMAGEM – PREF. SALVADOR – FGV - Esse fragmento de uma crônica de Cony é um exemplo de texto (A) didático, pois ensina algo sobre personagens famosos. (B) descritivo, pois fornece dados sobre as invenções citadas. (C) narrativo, pois relata a história da criação do avião e da guilhotina. (D) argumentativo, pois apresenta fato que comprova o título da crônica. (E) histórico, pois traz informações sobre o passado a fim de registrá-lo. Texto 1 – Orgânico por um bom motivo Chico Junior, O Globo, 25/11/2017 (fragmento) O mundo caminha para um consumo cada vez maior de alimento orgânico. A Dinamarca, por exemplo, começou há 25 anos uma política agrícola-ambiental que vai torná-la, até 2020, o primeiro país do mundo a ter sua produção de alimentos 100% orgânica. Está conseguindo isso graças a um forte trabalho de conscientização e por intermédio de subsídios aos pequenos agricultores. Resumidamente, o alimento orgânico também pode ser chamado de agroecológico – a agroecologia pode ser definida como o estudo da agricultura a partir de uma perspectiva ecológica. É aquele produzido de forma sustentável, respeitando-se e não agredindo o meio ambiente e não utilizando fertilizantes químicos e, muito menos, os defensivos agrícolas químicos, os chamados agrotóxicos. Diga-se de passagem que o Brasil é o país que mais usa agrotóxico no mundo, inclusive vários que são proibidos em diversas partes do planeta, banidos da Europa e dos Estados Unidos. A produção e consumo de orgânicos se dão por duas razões básicas: aumento do que chamamos de consciência ecológica e o desejo de se consumirem alimentos mais saudáveis. No Brasil caminha-se ainda lentamente, mas caminha-se, o que faz com que os produtos ainda sejam caros e fora do alcance da maioria. Mas o fato é que a produção vem aumentando ano a ano e os preços, de maneira geral, diminuindo.

2) ANALISTA LEGISLATIVO –CM-SALVADOR – FGV - O segundo parágrafo do texto 1 deve ser classificado, em termos de gênero textual predominante, como: (A) informativo; (B) instrucional; (C) didático; (D) publicitário; (E) injuntivo. 3) ANALISTA LEGISLATIVO – ALE-RO – FGV - A alternativa que mostra modelos de textos ligados corretamente ao seu tipo textual é: (A) leis, portarias / instrucional. (B) notícias / didático. (C) livros escolares / informativo. (D) instruções de montagem / normativo. (E) horóscopos / preditivo. Garoto das Meias Vermelhas (Carlos Heitor Cony) Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas. Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela." "Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?" O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: "É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela." Carlos Heitor Cony, Crônicas (adaptado) 4) TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-SC – FGV - Apesar de narrativo, o texto 1 tem seu primeiro parágrafo no formato descritivo. Nessa descrição, o autor procura:

(A) dar marcas físicas e psicológicas do personagem; (B) mostrar aspectos psicológicos do menino; (C) situar a narrativa num momento temporal passado; (D) caracterizar o espaço físico onde vão ocorrer os fatos; (E) indicar traços da personalidade do menino que irão alterar-se. 5) TÉCNICO MPE/RJ – FGV - “Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina”. Segundo esse segmento do texto 1, pode-se inferir que o texto de Topol pertence ao seguinte modo de organização: (A) informativo; (B) histórico; (C) argumentativo; (D) instrucional; (E) injuntivo. TEXTO 2 - Manual de princípios éticos para sites de medicina e saúde na internet A veiculação de informações, a oferta de serviços e a venda de produtos médicos na Internet têm o potencial de promover a saúde mas também podem causar danos aos internautas, usuários e consumidores. O CREMESP define a seguir princípios éticos norteadores de uma política de autorregulamentação e critérios de conduta dos sites de saúde e medicina na Internet. 1) TRANSPARÊNCIA Deve ser transparente e pública toda informação que possa interferir na compreensão das mensagens veiculadas ou no consumo dos serviços e produtos oferecidos pelos sites com conteúdo de saúde e medicina. Deve estar claro o propósito do site: se é apenas educativo ou se tem fins comerciais na venda de espaço publicitário, produtos, serviços, atenção médica personalizada, assessoria ou aconselhamento. É obrigatória a apresentação dos nomes do responsável, mantenedor e patrocinadores diretos ou indiretos do site. 6) TÉCNICO MPE/RJ – FGV O título do texto 2 já define o seu conteúdo como: (A) preditivo; (B) informativo; (C) publicitário; (D) normativo; (E) instrucional.

7) FUNARTE – ADM. E PLANEJAMENTO – FGV- O segmento do texto da crônica que NÃO atesta a intertextualidade como uma das marcas da textualidade é: (A) “Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil uma deliberada norma de conduta...”; (B) “Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume algumas informações essenciais sobre nós e sobre a nossa terra”; (C) “O brasileiro adia, logo existe”; (D) “Quanto à morte não devem ser esquecidos dois poemas típicos do Romantismo: na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que morra sem que volte para lá, isto é, para cá”; (E) “Já Álvares de Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”. Valores democráticos Deu no Datafolha: para 62% dos brasileiros, a democracia “é sempre melhor que qualquer outra forma de governo”. Folgo em saber que a imagem da democracia vai bem, mas a frase é verdadeira? Eu não faria uma afirmação tão forte. Como Churchill, acho melhor limitar a comparação ao universo do conhecido. "Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem efeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais que têm sido experimentadas de tempos em tempos", proclamou o estadista britânico. (Hélio Schwartsman)

8) ALBA – FGV - “Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais que têm sido experimentadas de tempos em tempos”. A estratégia estrutural na formulação desse pensamento de Churchill apela para (A) a intertextualidade. (B) a polissemia. (C) a ironia. (D) a antítese. (E) o pleonasmo. 9) ANALISTA LEGISLATIVO – ALERJ – FGV - “A tarde caía quando d. Maria e Amélia voltaram para a cidade. Amélia adiante, calada, chibatava a sua burrinha, enquanto d. Maria vinha palrando com o moço da quinta, que segurava a arreata”. O segundo período do mesmo segmento do romance O Crime do Padre Amaro, deve ser classificado como: (A) narrativo, pois relata uma sequência de ações que envolvem dois personagens;

(B) narrativo, visto que há um narrador que informa aos leitores os acontecimentos de um determinado momento; (C) descritivo, pois mostra ações simultâneas num determinado espaço de tempo; (D) dissertativo expositivo, já que o autor do texto informa aos leitores acontecimentos de interesse; (E) dissertativo argumentativo, porque o expositor defende implicitamente a ideia de vida tranquila no campo.

O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos. Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o pensamento crítico e as visões alternativas à visão dominante; segundo, é necessário adotar sistemas transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão. 10) ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE-UnB A sequência narrativa inicial, relatando a origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo.

GABARITO: 1-D; 2-C; 3-E; 4-B; 5-C; 6-D; 7-B; 8-C; 9-C; 10-CERTO
Aula de Português para concursos #23 - 31:10:2019 - 20h

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