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Aspectos radiográficos das anomalias dentárias
As anomalias, de um modo geral, abrangem diversas modalidades: quando ocorre ausência total do órgão, designamos como agenesia. A aplasia é o desenvolvimento insuficiente de um órgão, que fica sem condições de funcionalidade. E quando essas condições são precárias, devido também ao insuficiente desenvolvimento, denominamos como hipoplasia. Denominamos ectopia quando um órgão cresce em localização diferente da habitual e heterotopia, quando esta deslocação se dá em área bastante distante da habitual. Por heteroplasia entende-se a diferenciação particular de um tecido em um órgão; por exemplo, a projeção do epitélio do órgão do esmalte no interior da papila dentária, originando a anomalia conhecida como dens in dente, Há malformações que resultam de excessos de crescimento, que são denominadas hiperplasiantes e são divididas em parciais ou totais.
Alterações do desenvolvimento dentário ●
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As anomalias dentárias são displasias, compreendendo alterações da morfologia e estrutura histológica e, em muitos casos, da função do dente. Estas alterações displásicas podem obedecer a influências hereditárias, congênitas ou transtornos no decorrer do desenvolvimento após o nascimento. Geralmente, os dentes decíduos são mais estáveis e são menos afetados por alterações importantes em número e tamanho. Alterações de forma: ❖ Macrodontia ❖ Microdontia ❖ Geminação: um germe dentário único se divide, durante o período da evolução, dando lugar à formação de uma coroa dupla com um conduto radicular único.
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Fusão: dois germes dentários, em condições normais, evoluíram separadamente, encontrando-se unidos, Se isto ocorre nas fases iniciais da odontogênese, as coroas e as raízes podem estar unidas; se ocorre em épocas posteriores, somentes as raízes estarão unidas (concrescência). A fusão sempre apresenta dois condutos e duas raízes, ao passo que a geminação apresenta um conduto radicular único para duas câmaras pulpares.
Dens in dente (dens invaginatus): é uma invaginação discreta ou acentuada de esmalte da superfície coronária linguodentária ou da porção radicular do dente, podendo ocasionar deformações na coroa (conoidismo) e na raiz (encurtamento). Aparece com maior frequência na região do cíngulo, acentuando o desenvolvimento da fossa lingual, dos dentes incisivos superiores. A alteração dos dentes posteriores é rara e, quando isso acontece, é mais frequente na área cervical e na raiz. Radiograficamente, nota-se uma segunda
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cavidade próxima àquela da polpa em forma de pêra, de base voltada para o fundo do cíngulo.
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Hipoplasia de esmalte: é quando o esmalte dentário se apresenta com desenvolvimento incompleto ou defeituoso e pode ocorrer tanto nos dentes decíduos como nos permanentes, podendo ser devido a fatores locais, sistêmicos ou hereditários. A hipoplasia é local, quando afeta um dente ou parte dele. É um trauma ou infecção periapical do dente decíduo que modifica a deposição de esmalte no permanente. A sistêmica é causada por uma doença generalizada em que todos os dentes que estão sendo formados neste período são afetados. A hipoplasia é hereditária quando esta anomalia atinge não somente todos os dentes, mas também suas coroas por inteiro. Esta condição é transmitida como caráter mendeliano dominante. Sua aparência varia muito. Nos casos mais leves, o esmalte torna-se quase normal, apresentando ligeiras depressões rasas ou sulcos na sua superfície lisa. Nos casos mais graves, os sulcos acham-se dispostos em sentido horizontal em volta da coroa, aprofundando-se às vezes até a junção cementoesmalte.
Dentinogênese imperfeita: é uma característica hereditária dominante que afeta o desenvolvimento do tecido dentinário, acompanhada muitas vezes de alterações similares nos ossos. O aspecto clínico mostra geralmente uma translucidez de tom opalescente ou cinzenta. O esmalte pode ser considerado normal, mas se destaca com facilidade. Radiograficamente a aparência é típica: obliteração, por tecidos calcificados, total ou parcial das câmaras e condutos pulpares, resultando na formação contínua de dentina, e apresentando raízes curtas e cônicas.
Dentes de Hutchinson: são anomalias congênitas do tipo hipoplásico, verificadas nos dentes incisivos permanentes superiores e inferiores e dentes molares permanentes. Apresentam as seguintes características típicas: os dentes incisivos de Hutchinson - porção cervical da coroa mais larga do que o bordo incisal, dando uma forma semelhante à de chave de fenda. Os dentes molares se apresentam com hipoplasia do esmalte e com a
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superfície oclusal mais estreita do que o normal, as coroas são curtas e contraídas. Eles são denominados molares em amora. São altamente sugestivos de sífilis congênita. Entretanto, o diagnóstico de sífilis congênita, na presença do dente de Hutchinson, só pode ser feito, quando 3 sintomas característicos desta doença estão presentes, ou seja, alterações inflamatórias dos olhos, inflamação do ouvido interno e dentes de Hutchinson. Dilaceração: refere-se a um ângulo ou curvatura brusca de direção, principalmente da raíz ou, às vezes, da coroa. A causa mais comum é o traumatismo durante o período de formação do dente.
Taurodontismo: é um distúrbio hereditário, em que a câmara pulpar se apresenta extraordinariamente grande, podendo estender-se à área que seria das raízes.
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Alterações de número: ❖ Displasia ectodérmica: é um distúrbio hereditário, de estruturas derivadas do ectoderma, considerado como mutação recessiva. A ausência das glândulas sudoríparas pode ser total ou parcial; os pêlos podem se apresentar em quantidade bastante reduzida; a pele se apresenta seca, fina e lisa. Tais pessoas não podem transpirar e, em consequência, sofrem de hipertermia. Podem apresentar anodontia total ou parcial e, quando presente, os dentes são de forma cônica e as maloclusões são muito frequentes.
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Anodontia: é a ausência comprovada radiograficamente de um ou mais elementos dentários. Pode ser total ou parcial (oligodontia). Dentes supranumerários e acessórios: qualquer dente que exceda o número normal na dentição decídua ou permanente é denominado supranumerário. A expressão supranumerário é utilizada quando estes dentes possuem a forma normal e acessório quando a forma não lembra a anatomia dos dentes daquela região. O dos que ocorre com mais frequência é o mesiodens que fica na região dos incisivos centrais. Dentição pré-decídua: é uma condição bastante rara que implica a presença de dentes precedendo a dentição decídua que ocorre habitualmente na região dos dentes incisivos superiores. Na verdade, são estruturas cornificadas sem raízes (capuz de esmalte e dentina ou apenas esmalte) que se localiza no rebordo alveolar. Devem ser removidas e o são facilmente, porque as crianças podem aspirá-las.
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Alterações de erupção:
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Dentes retidos ou impactados: os dentes retidos são aqueles que, por falta de força eruptiva, não conseguem erupcionar; impactados são aqueles impossibilitados de erupcionar devido à existência de uma barreira física em sua via de erupção. Erupção retardada Concrescência: ocorre esta anormalidade quando os dentes se unem pelo cemento. O diagnóstico radiográfico, se bem que difícil, é importante, porque a remoção de qualquer um dos dentes fusionados desta maneira pode afetar o outro.
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