8º ano - História _ Bloco de estudo e AMA - Ref 4 Junho - Suelen Yanne

SAVE OFFLINE

Componente Curricular: HISTÓRIA 8º ano do Ensino Fundamental Bloco de Estudo – IV Elaboração: Claudio Manoel Alves Silva - Escola Municipal Beatriz Rodrigues. Coordenador de componente curricular: Claudio Manoel Alves Silva. Revisão: Ely da Paixão Casemiro Barreira. Cronograma: 31 de maio a 01 de Julho de 2021. Carga horária: 17 (+ 3 aulas extras) Habilidades: (EF08HI14); (EF08HI15); (EF08HI16); (EF08HI17); (EF08HI18); (EF08HI01TO). Objetos de conhecimento 1. A tutela da população indígena, a escravidão dos negros e a tutela dos egressos da escravidão. 2. Brasil: Primeiro Reinado. 3. O Período Regencial e as contestações ao poder central. 4. O Brasil do Segundo Reinado: política e economia. 5. A Lei de Terras e seus desdobramentos na política do Segundo Reinado, Territórios e Fronteiras: a Guerra do Paraguai. 6. Relatos de história oral e posse da terra por ex-escravos e a Guerra do Paraguai. AULAS 1 a 3 - Aulas extras As aulas extras são destinadas à complementação das habilidades do currículo essencial de 2020, conforme diagnóstico do(a) professor(a) de cada Unidade Educacional. AULAS 4 a 7 A TUTELA DA POPULAÇÃO INDÍGENA, A ESCRAVIDÃO DOS NEGROS E A TUTELA DOS EGRESSOS DA ESCRAVIDÃO Os índios foram os primeiros habitantes do Brasil. Os pesquisadores divergem sobre a quantidade, mas concordam em afirmar que havia muitos (mais de 3.000.000), vivendo livres nas nossas matas. Hoje eles estão em número bem reduzido. A Lei Nº 5540 de 1943, instituiu o dia 19 de abril como dia do índio. Essa lei busca preservar o conhecimento da cultura dos povos indígenas. A data foi escolhida para lembrar o "1.º Congresso Indigenista Interamericano", ocorrido em 1940, no Estado de Michoacán, no México. Depois de muitos dias tentando realizar o encontro, várias lideranças aceitaram se reunir para discutir sobre a situação e as necessidades de seus povos. Atualmente, precisamos reconhecer a importância e a influência que os povos indígenas tiveram na formação da nossa sociedade em áreas como na culinária, no esporte, na arte, na literatura e na língua Portuguesa. A Lei 11.645/08 inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” provocando o diálogo e permitindo que a sociedade brasileira encontre novos fragmentos de nossa história. Mas temos que tomar cuidado para que esse momento de busca pela cultura Indígena não seja usado para perpetuar o estereótipo criado pelos europeus que colonizaram as nossas terras. Com a chegada dos portugueses, os indígenas logo foram o primeiro grupo a ser escravizado em nosso país, quando ainda era colônia. Aos poucos, essa mão de obra foi sendo gradativamente substituída pela dos escravos africanos, mas essa foi uma transição lenta e que não aconteceu de maneira uniforme. Podemos destacar que a população de indígenas, sobretudo no litoral, reduziu-se sensivelmente na medida em que avançava a colonização 1

portuguesa. O fator biológico foi muito evidente, pois doenças trazidas pelos portugueses eram fulminantes para os nativos, mas também pelos conflitos com os portugueses e pela escravização, os quais resultavam na morte de indígenas aos milhares. As fugas também eram uma questão relevante, pois os indígenas, que possuíam amplo conhecimento do território, conseguiam fugir e dificilmente eram recapturados. O alvará de 1680, e as leis de 1755, concedem o domínio e a posse da terra aos povos indígenas que vivessem tradicionalmente. Também extinguiu a excravidão indígena. Porém, proibiu o uso da língua tupi-guarani, ou outras línguas nativas impondo a obrigatoriedade da língua portuguesa em todo o território nacional. Dessa forma, percebemos a ação da coroa lusitana que por um lado favoreceu o acesso às terras para os povos indígenas, mas por outro, restringiu suas manifestações linguísticas. Nesse período já haviam adotado o uso da mão de obra dos escravos africanos e essa exploração teve um aumento exponencial.

indígenas Escravos Museu Castro Maya, Rio de Janeiro.

Os chamados escravos de campo eram utilizados nas grandes lavouras ou na mineração. Trabalhavam duro, cerca de dezoito horas por dia, só folgando no domingo. Alimentavam-se mal, viviam de forma improvisada e pernoitavam nas escuras e úmidas senzalas. Poucos eram os que sobreviviam mais do que vinte anos.

Africanos Escravizados

Mas havia também os chamados escravos domésticos, que viviam na casa grande e levavam uma vida menos penosa. As escravas cuidavam da casa, da alimentação, dos filhos de seus senhores. Deveriam estar sempre à disposição, do raiar do sol até que todos se retirassem. Essa exploração perdurou apoiada pela lei até 1888, com a assinatura da Lei Áurea. A abolição da escravatura no Brasil aconteceu por meio da: ● Resistência realizada pelos próprios escravos ao longo do século XIX; ● Adesão de parte da nossa sociedade à causa por meio de associações abolicionistas; ● Mobilização política dos defensores do abolicionismo. Escravos em terreiro de uma fazenda de café na região do vale do paraíba. Por Marc Ferrez, cerca de 1882. Vale do Paraíba, RJ.

Além disso, havia a questão dos novos padrões civilizacionais que estavam surgindo e que condenavam a prática do trabalho escravo. Isso colocava o Brasil numa posição vexatória, internacionalmente, uma vez que no continente americano o país foi o último a abolir a escravidão. Essa questão, porém, é apenas secundária, pois o processo de abolição só foi possível por conta da luta dos escravos. Algumas leis foram sendo gradualmente inseridas no Brasil, contribuindo para consolidar a abolição: 1831: Lei para Barbacena - (Lei de 07 de novembro de 1831) Declarava livre todos os escravos vindos de fora do Império, e imputou penas aos importadores dos mesmos escravos. “A lei existia, mas não era respeitada!” 1852: Lei Eusébio de Queirós - (Lei nº 581) A lei foi elaborada pelo ministro da Justiça, Eusébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara (1812-1868), durante o Segundo Reinado, proibindo o tráfico de escravos. 2

1866: Abolição de escravos aptos para o serviço militar (decreto nº 3.725), para dar conta do conflito que já durava quase dois anos (Guerra do Paraguai), o Império do Brasil criou uma Lei que permitia a alforria de escravos em troca de serviço militar – e dinheiro para o “seu senhor”. 1871: Lei Visconde do Rio Branco - (Lei nº 2040), conhecida como a lei do ventre livre foi apresentada pelo Visconde do Rio Branco (1819-1880), e sancionada pela Princesa Isabel, considerando livre todos os filhos de mulheres escravas nascidos a partir de 28 de setembro de 1871. 1885: Lei Saraiva Cotegipe ou lei do Sexagenário - (Lei 3.270), promulgada em 28 de setembro de 1885, concedeu liberdade aos escravos com idade igual ou superior a 60 anos. 1888: Lei Áurea - (Lei 3.353) decretou a abolição definitiva e imediata da escravatura no Brasil e foi resultado da forte pressão popular sobre o Império. Por meio dela, cerca de 700 mil escravos conquistaram sua liberdade. Disponíveis em: http://atenasdonorte.blogspot.com/2017/05/um-pouco-da-nossa-historia.html https://conhecimentocientifico.r7.com/escravidao-africana-contexto-como-ocorreu-e-o-destino-dos-cativos/ https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/escravidao-indigena-x-escravidao-africana.htm (Adaptado) Acesso em 17/05/2021.

Questão 1 Quantos indígenas aproximadamente foram encontrados no território brasileiro na chegada dos portugueses? Questão 2 Qual é a importância da Lei Nº 5540 de 1943 para a história dos povos indígenas? Questão 3 Qual é a Lei que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”? Questão 4 Quais fatores contribuíram para o fim da escravidão dos povos indígenas? Questão 5 Explique o que estava determinado na lei Eusébio de Queiroz de 1852. Para entender um pouco mais... A riqueza cultural de povos tradicionais não pode ser resumida. Portanto, assistam vídeos, observem as obras de arte, ouçam as canções e compartilhem suas descobertas. Isso pode contribuir grandemente para entendermos a importância desses povos. ❖ https://www.youtube.com/watch?v=uuzTSTmIaUc ❖ https://www.youtube.com/watch?v=oHm1YmVB8g4 ✔ Caso você não consiga acessar os vídeos na sua casa, converse com o (a) professor (a) de História da sua escola sobre o assunto. AULAS 8 a 11 BRASIL: PRIMEIRO REINADO O Primeiro Reinado foi o período da história do Brasil iniciado a partir da independência do país, em 1822. Essa fase estendeu-se até 1831, quando o imperador D. Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, Pedro de Alcântara, futuro D. Pedro II. O Primeiro Reinado foi resultado direto do processo de independência do Brasil, que teve como ponto de partida a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro a partir de 1808. Quando isso aconteceu, uma série de transformações ocorreram aqui no Brasil: a cidade do Rio de Janeiro, tornou-se capital, cresceu e desenvolveu-se, os portos foram abertos e o comércio prosperou. Dessa forma, o Brasil deixou de ser colônia, tornando-se parte do Reino de Portugal. Entre os grupos políticos podemos destacar dois grupos: o Português e o Brasileiro. O primeiro formado por comerciantes portugueses favoráveis à manutenção dos laços com Portugal, por militares e funcionários da administração imperial que desejam a recolonização. O 3

grupo Brasileiro era formado pelos grandes proprietários rurais, comerciantes (portugueses, brasileiros e estrangeiros) que queriam o livre comércio. Alguns deles defendiam a criação de uma monarquia dual com os poderes divididos entre o Brasil e Portugal. Com a abdicação de D. Pedro em 1831, iniciou-se uma nova fase na história política do Brasil. A partir de então, aqueles grupos começaram a se organizar e a se definir melhor politicamente, buscando o poder. Três partidos se destacaram: Liberais radicais ou exaltados, apelidados de jurujubas. Eles exigiam uma certa democratização da estrutura socioeconômica e defendiam o federalismo, com o poder das elites locais administrando a renda, controlando a força militar e exercendo o governo. Liberais moderados, apelidados de ximangos, eram monarquistas, defendiam o liberalismo pautado na defesa do Legislativo, da Constituição e do centralismo monárquico embora entendessem que o Poder Legislativo deveria ter um peso maior da vida política do Império por representar a vontade da “maioria”. Eram favoráveis ao latifúndio e à escravidão. Restauradores ou regressistas, apelidados de caramurus, desejavam o retorno de D. Pedro I ao Brasil, como meio de reforçar a autoridade do governo em meio à agitação social. Disponíveis em: https://ensinarhistoria.com.br/partidos-politicos-do-brasil-do-imperio-aos-nossos-dias/. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/primeiro-reinado.htm (Adaptado) Acesso em 18/05/2021.

Para entender um pouco mais... O período denominado Primeiro Reinado é repleto de crises e para conhecer suas principais características, recomendamos que assistam aos vídeos indicados. ❖ https://www.youtube.com/watch?v=Va01QETRzmg ❖ https://www.youtube.com/watch?v=1tEAy9qYD44 ✔ Caso você não consiga acessar os vídeos na sua casa, converse com o (a) professor (a) de História da sua escola sobre o assunto. Questão 6 Quais características determinam o início e o final do primeiro reinado? Questão 7 Desde 1960, a capital brasileira está em Brasília, mas durante o período do primeiro reinado onde ficava a capital do nosso país? Questão 8 Após a independência do país em 1822, sob o império de Dom Pedro I, podemos destacar dois grandes grupos políticos. Escreva quais eram as principais diferenças desses grupos em seu caderno. Questão 9 Faça um quadro comparativo entre os grupos políticos que surgiram no Brasil, após a abdicação de Dom Pedro I ao trono. AULAS 12 a 15 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO: POLÍTICA E ECONOMIA Entre o Primeiro e o Segundo Reinado existiu um período que conhecemos como regencial que se estendeu de 1831 a 1840, e foi iniciado após o imperador D. Pedro I ter abdicado do trono em favor de seu filho (Pedro de Alcântara, que tinha apenas 5 anos). Este período é caracterizado por momentos de grande conturbação no Brasil com várias revoltas civis e termina com o Golpe da Maioridade que levou D. Pedro II ao trono aos catorze anos de idade. Entre as revoltas que ocorreram podemos destacar: ● Cabanagem, na Província do Grão-Pará (1835 – 1840); homens pobres e livres contestavam as péssimas condições de vida e o monopólio político da aristocracia rural. ● Guerra dos Farrapos (ou Revolução Farroupilha); na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (1835 – 1845); estancieiros que apoiavam ideias liberais, questionavam a taxação sobre o charque. 4

● Revolta dos Malês, Província da Bahia (1835); escravos muçulmanos que defendiam o fim da imposição religiosa. ● Sabinada, na província da Bahia (1837 – 1838); grupo da classe média urbana, buscando uma maior participação política. ● Balaiada, na Província do Maranhão (1838 – 1841); grupos populares como artesãos, pequenos proprietários, escravos e quilombolas, contestavam a exploração sobre os mais pobres.

Conforme a constituição de 1824, um período de transição deveria ser implantado até que o imperador atingisse os 18 anos. Durante esses 9 anos que o império brasileiro viveu sob o período regencial, houve quatro grandes fases: ● Regência Trina Provisória (1831); ● Regência Trina Permanente (1831-1834); ● Regência Una de Feijó (1835-1837); ● Regência Una de Araújo Lima ( 1837-1840). Em 23 de julho de 1840, ocorreu a Declaração da Maioridade que pôs fim ao período regencial. Pedro de Alcântara foi coroado imperador D. Pedro II, encerrando seu reinado em 1889, quando a proclamação da república colocou fim na monarquia do Brasil. O Segundo Reinado foi um período marcado por intensas disputas políticas entre grupos que possuíam diferentes interesses, como os abolicionistas e os escravistas. (Releia as aulas 4 a 7 deste bloco). Destacamos também a Guerra do Paraguai, (1864 a 1870). Esse conflito foi causado pelo choque de interesses entre Brasil, Argentina e Uruguai com o governo do Paraguai. O Brasil saiu vitorioso após anos de conflito, mas amargou impactos negativos, sobretudo na economia. O Brasil teve aproximadamente 50 mil mortos, e a posição de Dom Pedro II saiu enfraquecida. A partir daí, o exército e o movimento republicano ganharam forças nos quadros políticos do Brasil. Os exércitos paraguaio, brasileiro e uruguaio tinham batalhões formados exclusivamente por negros. Como exemplo, temos o Corpo dos Zuavos da Bahia e o batalhão uruguaio Florida. Escravos propriamente ditos, engajados como soldados lutaram comprovadamente nos exércitos paraguaio e brasileiro. Disponíveis em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_regencial_(Brasil) https://brasilescola.uol.com.br/historiab/periodo-regencial.htm https://www.todamateria.com.br/periodo-regencial/ https://doi.org/10.1590/S0103-40141995000200015 (Adaptado) Acesso em 18/05/2021.

Para entender um pouco mais... O período denominado Segundo Reinado se destaca pelas muitas crises e disputas. Para conhecer mais de suas principais características, recomendamos que assistam aos vídeos indicados. ❖ ❖ ❖ ❖

https://www.youtube.com/watch?v=Nir4-ql0U6s https://www.youtube.com/watch?v=B8HC7b_g9Z8 https://www.youtube.com/watch?v=oISI5OwOXXI https://www.youtube.com/watch?v=J8hnQcNyoXU

✔ Caso você não consiga acessar os vídeos na sua casa, converse com o (a) professor (a) de História da sua escola sobre o assunto. Questão 10 Explique o que foi o período regencial ocorrido entre o primeiro e o segundo reinado brasileiro. Questão 11 Ao assumir o trono, D. Pedro II precisou administrar interesses dos grupos abolicionistas e escravistas. Faça uma pesquisa, em uma fonte confiável, e diferencie esses dois grupos. 5

Questão 12 Entre os anos de 1864 a 1870, ocorreu o conflito denominado guerra do Paraguai. Quais foram os países que apoiaram o Brasil nesse conflito? Questão 13 Descreva em seu caderno como estava o governo de Dom Pedro Segundo após a guerra do Paraguai. Questão 14 Qual foi a importância dos escravos na Guerra do Paraguai ocorrida entre os anos de 1864 e 1870?

AULAS 16 a 20 A LEI DE TERRAS E SEUS DESDOBRAMENTOS NA POLÍTICA DO SEGUNDO REINADO TERRITÓRIOS E FRONTEIRAS: A GUERRA DO PARAGUAI A Lei de Terras, sancionada por D. Pedro II em setembro de 1850, foi uma lei que determinou parâmetros e normas sobre a posse, manutenção, uso e comercialização de terras no período do Segundo Reinado. Destacando que as terras devolutas, isto é, de domínio público ou ociosas, somente poderiam ser adquiridas legalmente por meio da compra. Entre as consequências da Lei de Terras para para a sociedade brasileira podemos destacar: Concentração fundiária: A legislação criava dificuldades para os trabalhadores (exescravos, imigrantes e pobres em geral) conseguirem sua própria terra, o que resultou na concentração fundiária nas mãos de grupos economicamente privilegiados. Especulação imobiliária: A terra transformou-se em mercadoria de alto preço, ficando proibida a doação de propriedades ou qualquer outra forma de aquisição de bens fundiários que não por meio da compra. Conflitos: A frustração diante da dificuldade do acesso à terra somada às precárias condições de vida e de trabalho resultou em conflitos entre imigrantes e grandes proprietários, que se traduziram em revoltas. Monopolização dos recursos econômicos: Os membros da aristocracia, que tinham proximidade com a elite imperial escravista, passaram a concentrar mais riquezas (terras, capitais e trabalho). Maior participação de imigrantes: Aumentou os investimentos do governo imperial na política de estimulo à entrada de mão-de-obra estrangeira, principalmente europeia, no Brasil. Expansão da economia cafeeira no Brasil: A Lei de Terras favoreceu a elite agrária brasileira, principalmente da região Sudeste. DESDOBRAMENTOS DA GUERRA DO PARAGUAI NO TOCANTINS O processo de regulamentação da Terra provocou um conflito que vem se arrastando por várias gerações aqui na região do Tocantins. Barra do Aroeira faz referência ao córrego Aroeira que atravessa a comunidade, mas há moradores, ainda, que se referem ao povoado como Barra da Aroeira, em menção à madeira que no passado foi abundante na região. O povoado quilombola, hoje distrito do município de Santa Tereza do Tocantins, foi fundado por Félix José Rodrigues que recebeu de Dom Pedro II, em 1871, uma extensão de terras em recompensa pelo bom desempenho na Guerra do Paraguai. Félix escolheu uma área na região do Jalapão, próxima à atual cidade de Lagoa do Tocantins.

6

Hoje, vivem no Povoado cerca de 90 famílias herdeiras de Félix José Rodrigues que morreu em 1915. A ocupação do local pelos “Pretos da Barra”, como eram conhecidos os moradores do Povoado, é bem anterior à da Vila de Santa Tereza e sua demarcação foi feita pelo excombatente com o plantio de fileiras de buritis. Motivados pelo risco de expropriação em função de um conflito de terras, a comunidade se organizou para recuperar o documento que comprova a doação da área para o antepassado Félix. Desde 1950 os herdeiros do ex-soldado Félix José Rodrigues, lutam para recuperar os documentos que comprovam a posse da terra, e meio século mais tarde conseguem obter o reconhecimento de comunidade quilombola. No dia 15 de julho de 2019, foi publicada a regularização fundiária das terras ocupadas pela comunidade remanescente do Quilombo Barra de Aroeira, no município de Santa Tereza do Tocantins (TO). Barra do Aroeira se encontra na entrada para o deserto do Jalapão. As mãos que criam, criam o quê? Me fizeram escravo quiseram que eu desse meu sangue, eu dei. Quiseram que guerreasse, guerreei. Agora, com as mãos emaranhadas no ventre dessa terra, deixo que se vá toda dor, todo sofrer também eu me vou nas asas das araras que colorem a terra onde deitei meu buriti. Poema em homenagem a Félix José Rodrigues Disponíveis em: https://www.historiadobrasil.net/resumos/lei_terras.htm http://dados.coperve.ufsc.br/vestibular2018/gabaritos/definitivos/vestgab01_p3.pdf https://www.artesol.org.br/associacao_comunitaria_dos_quilombos_de_barra_de_aroeira. Acesso em 19/05/2021.

Questão 15 A partir de 1850, de acordo com a lei de terras, como uma pessoa poderia adquirir uma nova terra no Brasil? Questão 16 Qual é a relação entre a lei de terras e a economia cafeeira no Brasil do segundo reinado? Questão 17 Descreva como surgiu o povoado quilombola Barra do Aroeira. Questão 18 Qual a importância de José Félix Rodrigues para a formação do povoado quilombola Barra do Aroeira? Para entender um pouco mais... Para descobrir um pouco mais, assista aos vídeos. ❖ https://www.youtube.com/watch?v=A8ontbIyfsk ❖ https://www.youtube.com/watch?v=uzXwMzhmiBM ❖ https://www.youtube.com/watch?v=0iF_m84Xc0I ✔ Caso você não consiga acessar os vídeos na sua casa, converse com o (a) professor (a) de História da sua escola sobre o assunto.

7

Componente Curricular: HISTÓRIA 8º ano do Ensino Fundamental – Bloco IV Atividade de Monitoramento da Aprendizagem Responda no Ambiente Virtual de Aprendizagem – Palmas Home School – (PHS) Questão 1 Qual foi a primeira mão de obra escrava utilizada no Brasil? (A) Os africanos. (C) Os portugueses. (B) Os indígenas. (D) Os Jesuítas. Questão 2 De que forma a lei de 1755 prejudicava a expressão cultural dos povos indígenas? (A) Proibia o uso da língua tupi-guarani no território nacional. (B) Expulsava os povos indígenas de suas terras proibindo-os de criar suas obras. (C) Proibia qualquer tipo de pintura corporal. (D) Permitir o uso da Terra, contanto que não houvessem danças ou cantorias. Questão 3 Entre os anos de 1864 a 1870, ocorreu o conflito denominado guerra do Paraguai. Quais foram os países que apoiaram o Brasil nesse conflito? (A) Colômbia e Paraguai. (C) Uruguai e Chile. (B) Argentina e Uruguai. (D) Argentina e Colômbia. Questão 4 Referente ao que foi estudado sobre o processo de abolição da escravidão no Brasil, podemos afirmar que (A) a lei Eusébio de Queirós intensificou a compra e comercialização de escravos para o Brasil. (B) ao proibir o tráfico negreiro, a lei Eusébio de Queirós impediu a formulação de novas leis abolicionista no Brasil. (C) a lei Barbacena de novembro de 1831 demonstrou grande eficácia extinguindo o tráfico de escravos para o Brasil. (D) o processo de abolição da escravidão no Brasil ocorreu lentamente e com muitas lutas. Questão 5 O Período Regencial (1831-1840) foi marcado por uma série de revoltas em vários pontos do Brasil. Sobre as revoltas ocorridas no Período Regencial, qual foi motivada e realizada por escravos de religião muçulmana? (A) Farroupilha. (C) Malês. (B) Sabinada. (D) Balaiada. Questão 6 O Povoado quilombola Barra de Aroeira teve sua origem mediante (A) remanescentes da exploração do ouro na região. (B) o aldeamento formado pelos padres jesuítas. (C) a doação de terra feita pelo Imperador Dom Pedro II. (D) o crescimento urbano da cidade de Santa Teresa.

8