4 Tri 20 - Licao 9 - Jo e a Inescrutavel Sabedoria de Deus

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4º TRIMESTRE 2020

ANO 13 | EDIÇÃO Nº 682

Jó e a Inescrutável Sabedoria de Deus 29 NOV 20

L I Ç Ã O

09

A Fragilidade Humana e a Soberania Divina

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD REVISTA ADULTOS - QUARTO TRIMESTRE DE 2020

Texto Áureo “Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência” (Jó 28.28)

Verdade Prática A verdadeira sabedoria está associada ao temor do Senhor e não ao mero acúmulo de conhecimento

Leitura Bíblica em Classe Jó 28.1-28

INTRODUÇÃO Nesta lição veremos uma das mais belas exposições bíblicas sobre a sabedoria. O capítulo 28 foi propositadamente colocado pelo autor para delimitar o fim dos longos discursos dos amigos do homem de Uz. O seu propósito é contrastar a sabedoria meramente humana com a sabedoria revelada, que é de origem divina. Assim, temos o objetivo de declarar que somente Deus é a fonte da verdadeira sabedoria. Essa divina sabedoria se manifesta na vida dos homens de forma prática através do temor do Senhor

- O capítulo 28 nos apresenta que, apesar de Jó ter concordado que o perverso sofre, isso cm nada contribuiu para sua causa, uma ver ele era justo. Por isso, chamou seus amigos para considerarem que talvez a sabedoria de Deus estivesse além da compreensão deles. Esse é o tema do capítulo. A sabedoria de Deus não é obtida por conhecimento natural ou teórico. O que Deus não revela, não temos como saber. A mensagem do capítulo está resumida nos versículos 12 e 20, com a questão de que não há esforço suficiente, mesmo que seja tão vigoroso e dedicado como o empregado na mineração, capaz de alcançar a sabedoria de Deus. Ela não pode ser avaliada ou encontrada no mundo. Não pode ser comprada por preço algum. O vivente não pode encontrá-la, nem o morto. “O último discurso de Jó é um resumo dos fatos da sua posição básica em vez de um novo argumento contra seus três amigos. E difícil avaliar a posição legítima do capítulo 28, mas aqui podemos ver esse discurso como uma resposta às afirmações dos amigos de que a sabedoria foi conferida a eles para reconhecerem a causa do sofrimento de Jó”. (Milo L. Chapman. Comentário Bíblico Beacon. Jó. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 74) . Vamos pensar maduramente a nossa fé?

I – A SABEDORIA VISTA COMO UM BEM NATURAL 1. O empenho na busca da sabedoria. Neste capítulo (28) Jó faz um contraste entre a busca do homem por minérios naturais e a sabedoria. Primeiramente, o patriarca descreve a habilidade do homem na exploração dos minérios naturais (vv.1-11). Então, ele contrasta o trabalho nas minas com a busca do homem pela sabedoria. Da mesma forma que desde os primórdios o homem usa diligentemente a tecnologia na busca de metais preciosos, assim também ele tem empreendido um grande esforço para encontrar a sabedoria. Para ser encontrado, primeiramente, o minério precisa ser garimpado; a sabedoria igualmente. O minério existe, mas está enterrado; a sabedoria existe, mas está oculta.

- Na verdade, o poeta está fazendo um contraste entre as pedras preciosas e a sabedoria. No entanto, inversamente ao que afirmou o comentarista, a sabedoria não está ao alcance do homem, não importa a sua capacidade de minerar em busca dela. Explico: A sabedoria não está à disposição do homem, mas permanece como uma das prerrogativas de Deus. Na mineração, os metais podem ser difíceis de extrair, exige esforço, paciência, mas eles estão disponíveis. O homem não é capaz de encontrar a sabedoria por seus próprios esforços. A verdadeira sabedoria é atributo divino. Russell Norman Champlin em Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo (Hagnos), afirma: “O homem tem sua tecnologia e seus métodos científicos, e suas realizações são verdadeiramente estupendas. Mas a sua tecnologia, até a representada pela ciência moderna, não foi capaz de abrir os tesouros da Sabedoria divina. Esses tesouros nos vêm pela revelação. O ferro tira-se da terra. Metais fortes são usados para fazer instrumentos de guerra, ou são úteis nas edificações, que precisam de materiais duradouros, como o ferro e o cobre. Esses metais podem ser dissolvidos, refinados e trabalhados nos itens requeridos para as tarefas que lhes forem atribuídas. Tais metais úteis estão ocultos na terra; é preciso esforço para obtê-los e refiná-los. Mas eles estão disponíveis aos que trabalham. Não se trata do mesmo caso com o maior tesouro de todos, a Sabedoria divina. Deus dá de Sua sabedoria, até certo ponto, aos homens, através da revelação. Trata-se de um atributo divino e comunicável somente por um ato especial da vontade divina. Logicamente, portanto, que o homem é um ser limitado que, com frequência, fala como se estivesse falando por Deus. Usualmente, em tais casos, o pobre homem fará tudo impulsionado pela arrogância, pensando que é um porta-voz de Deus”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1971) . 2. Como quem explora o minério, assim o homem faz com a sabedoria. No trabalho de mineração requer-se habilidade, diligência, persistência e muita técnica na execução; a busca da sabedoria também demanda tais características. As minas geralmente são locais de difícil acesso e de pouca iluminação, por isso, há a necessidade de se abrir caminho e colocar luz artificial (vv.3,4). Assim também ocorre no empreendimento do homem pela busca pela sabedoria, mas apesar de todo o esforço nessa procura, Jó crê que isso tem sido feito sem sucesso.

- Mais uma vez creio que há equívoco em afirmar que, da mesma forma que se emprega esforço na mineração em busca de algo que está disponível, Jó defende que é possível buscar a sabedoria. A sabedoria de Deus não é obtida por conhecimento natural ou teórico. O que Deus não revela, não temos como saber! Jó afirma que a verdadeira sabedoria é um dom de Deus: “Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar do entendimento?”; “Donde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar do entendimento? Está encoberta aos olhos de todo vivente e oculta às aves do céu” (Jó 28.12,20,21). Esses versículos resumem a mensagem do capítulo com a questão de que não há esforço suficiente, mesmo que seja tão vigoroso e dedicado como o empregado na mineração, capaz de alcançar a sabedoria de Deus. Ela não pode ser avaliada ou encontrada no mundo (veja os v. 13-14). Não pode ser comprada por preço algum (veja os v. 1519). O vivente não pode encontrá-la (veja os v. 21), nem o morto (veja os v. 22; 26).

3. De onde vem a sabedoria? Jó demonstra que o homem tem sido exitoso no seu trabalho junto as minas, todavia, incapacitado na “escavação da sabedoria”. Têm procurado mas não tem encontrado. O homem descrito por Jó é capaz de desviar o curso das águas, a fim de evitar a inundação das minas (v.12), mas não é capaz encontrar a sabedoria. A sabedoria dos sábios e da academia estava disponível para ser alcançada. Todavia, a sabedoria retratada por Jó não era fruto da tradição nem podia ser obtida pelo método acadêmico. Embora os metais preciosos pudessem ser encontrados na terra escavada, a verdadeira sabedoria não podia ser obtida pelo simples esforço humano. Isso justificava o conflito que havia entre a teoria teológica dos amigos de Jó e a vivência concreta do patriarca. Portanto, a verdadeira sabedoria não era propriedade dos sábios, mas uma dádiva de Deus. Tiago nos lembra de que “se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não lança em rosto; e ser-lhe-á dada” (1.5).

- Nesse ponto o comentarista vai ao encontro do cerne do capítulo 28, não entendo por que não o fez nos anteriores mas deixou vago o pensamento. A despeito de todos os esforços dos homens, e apesar de todos os seus avanços no campo da tecnologia, a Sabedoria permanece distante deles, pelo fato de não terem se desenvolvido espiritualmente. A verdadeira Sabedoria não pode ser encontrada nos lugares onde os homens a procuram. Eles não têm escavado as minas da sabedoria, nem acumulado as águas da compreensão. Matthew Henry, no seu “Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão” (CPAD), comenta: “...“Onde se achará a sabedoria?” (v. 12). Jó pergunta isto: 1. Como alguém que realmente deseja encontrála. Esta é uma pergunta que todos nós devemos fazer. Quando muitos homens perguntam “Onde se achará o dinheiro?”, nós devemos perguntar, “Onde se achará a sabedoria?” para que possamos buscá-la e encontrá-la, não a vã filosofia, nem a política carnal, mas a verdadeira religião; pois esta é a única sabedoria verdadeira, que é o que melhor aprimora as nossas faculdades e melhor assegura o nosso bem-estar espiritual e eterno. Ela é aquilo pelo que devemos clamar e buscar (Pv 2.3,4)” (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 136) . - Tiago, o irmão do Senhor, comentando a cerca da Sabedoria, diz que somente essa sabedoria divina permite aos cristãos ser alegres e submissos nas provações da vida, e dá uma ordem: peçaa a Deus; Essa ordem é uma parte necessária da vida de oração do cristão (Jó 28.12-23: Pv 3.5-7; 1Ts 5.17). Como acontece com todas as suas riquezas, Deus tem sabedoria em abundância (Rm 11.33) que está disponível àqueles que a buscam. II – A SABEDORIA VISTA COMO UM BEM COMERCIAL 1. O preço da sabedoria. Podemos ver um paralelo entre a sabedoria exposta por Jó neste capítulo (vv.12-19) com a descrita no livro de Provérbios. Esse livro, por exemplo, contém várias exortações para se adquirir a sabedoria. Todavia, há uma diferença entre o que Jó ensina e o que Salomão ensinou sobre a sabedoria em Provérbios. Em Salomão, a sabedoria tem um custo e pode ser encontrada, se busca com diligência e entendimento. Ela tem seu preço e pode ser passada de pai para filho (Pv 4.5,7,23). Por outro lado, para Jó a sabedoria está em outro patamar. Ela tem valor, mas não preço. Como bem destacam estudiosos, a sabedoria em Jó é incomparável, não se pode comprar ou trocar com todos os outros tesouros. E patrimônio exclusivo de Deus; no é possessão dos mestres, por isso, não pode ser transmitida (cf. Tg 1.5).

- Três livros do Antigo Testamento são conhecidos como livros de sabedoria (ou “sapienciais”): Jó, Provérbios e Eclesiastes. É importante esclarecer o que é sabedoria: Sabedoria é a disciplina de aplicar a verdade à vida, à luz da experiência. Nesses livros aprendemos que a verdadeira sabedoria é o temor do Senhor, como reconhecimento da Sua ação na história. Assim, todo conhecimento tem sua fonte no diálogo com Deus, pois é Ele que concede sabedoria, de

modo especial aos que Lhe obedecem. Portanto, o homem sábio saberá reconhecer a sua verdadeira situação diante de Deus e diante do mundo, e terá discernimento e paz diante das tribulações. Tiago contrasta dois diferentes tipos de sabedoria: a da terra e a do céu (Tg 3.12). A verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto, visto que ela é fruto de oração, ela é dom de Deus (Tg 1.5,17). Essa sabedoria está em Cristo: Cristo é a nossa sabedoria (1Co 1.30). Em Jesus nós temos todos os tesouros da sabedoria escondido (Cl 2.3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos torna sábios para a salvação (2Tm 3.15). Ela nos é dada como resposta de oração (Ef 1.17; Tg 1.5). - Jó e seus amigos exploraram a sabedoria de Deus por três sessões de tribunal e basicamente não chegaram nem perto da verdade. Finalmente, Jó deixou clara a questão de que a sabedoria divina necessária para explicar seu sofrimento era inacessível para o homem. Somente Deus sabia tudo a respeito de suas aflições, porque ele sabe de todas as coisas. A verdadeira sabedoria pertence àquele que é o Todo-Poderoso Criador, o ser humano só poderá conhecer essa sabedoria se Deus a revelar a ele (Dt 23.29). 2. O valor da sabedoria. Sobre o valor da sabedoria vale a pena recordar o que disse certo pregador londrino: “A sabedoria é o uso correto do conhecimento. Conhecer não é ser sábio. Muitos homens têm extensos conhecimentos e, justamente por isso, são os mais tolos. Não há tolo maior do que o tolo instruído. Mas saber como usar o conhecimento é ter sabedoria”. Assim, em Jó, vemos que o homem ainda não aprendeu o verdadeiro preço da sabedoria nem onde encontrá-la (Jó 28.13) e que, por isso, acredita ser fácil adquiri-la.

- Sobre o valor da sabedoria, CHAMPLIN afirma: “O homem não conhece o valor dela. Nenhum ser humano pode apreçar a sabedoria e, se algum homem inteligente conseguir fazê-lo, ninguém poderia pagar por ela. Sem essa sabedoria, o homem é pobre. Ninguém conhece o caminho da sabedoria (ver a Revised Standard Version), e sua vereda não pode ser achada na terra dos vivos. O verdadeiro valor da sabedoria não é conhecido pelos homens, nem podem eles descobri-lo, como um mineiro faz com o ouro. “É de um valor infinito e a única ciência que diz respeito a ambos os mundos. Sem a sabedoria, porém, o mais sábio dos homens é apenas um animal irracional. Mas, com a sabedoria, o homem mais simples só perde para um anjo” (Adam Clarke, in too.). Já não verei o Senhor na terra dos viventes. (Isaías 38.11) A sabedoria tem valor incalculável e seria impossível comprá-la, caso ela pudesse ser apreçada. Em outras palavras, ela é inacessível aos homens, a menos que seja dada como dom de Deus, por meio da revelação e transformação da alma para que se faça o que é requerido. “Não há nada no globo terrestre inteiro que se iguale ao valor da sabedoria” (John Gill, in ioc.)” (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1972-1973) . 3. A sabedoria não é um bem comercial. O patriarca não nega que a sabedoria exista ou que ela pode ser encontrada, mas o que ele diz é que a sabedoria não é um bem comercial. Ela não pode ser encontrada em toda parte, nem mesmo nas mais poderosas forças da natureza primitiva – o abismo (hb. tehon) e o mar (hb. yam). A sabedoria é de valor inestimável e só quem pode concedê-la é Deus.

- Antônio Neves de Mesquita, em “Jó Uma interpretação do sofrimento humano” (JUERP), escreve: “... Quanto ao seu valor (vv. 15-19) não se compra com ouro fino, o ouro de Ofir, nem se troca pelo precioso ônix, nem mesmo pela desejada safira. O ouro não se lhe iguala, nem o cristal tem valor de comparação; e quaisquer joias ficam muito aquém do seu preço. Junto dela o coral, o cristal e as pérolas são como nada; ela é superior a tudo. Se se tentar igualá-la ao topázio da Etiópia ou contrastá-la com o mais puro ouro, nada valerão para termo de semelhança. Esta sabedoria, assim incompreensivelmente valiosa, incomparável a tudo que há de maior valor, ninguém sabe onde está, nem onde se pode encontrar (Prov. 3:1-3-19)” (Mesquita. Antônio Neves de. Jó Uma interpretação do sofrimento humano. Editora JUERP) .

III – A SABEDORIA VISTA COMO UM BEM ESPIRITUAL 1. Uma verdade revelada. No versículo 20, Jó faz a importante pergunta: “De onde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência?” Anteriormente, Jó fez um contraste entre o trabalho de um minerador e o de quem procura a sabedoria. Nele, os homens, semelhante a um mineiro, Sabedoria, senão pela revelação divina têm garimpado à procura da sabedoria, mas, mesmo assim, não têm achado. Toda diligência, técnica e determinação não têm sido suficientes para que ele a encontre. A sabedoria não está no centro da terra, nem com os sábios de forma que possa ser passada pela simples via da tradição. Ela está oculta. Todos os esforços humanos revelam-se inúteis na sua aquisição. A sabedoria está em Deus e somente Ele pode outorgá-la. Deus é a fonte da sabedoria e somente Ele pode revelá-la.

- A única verdadeira sabedoria é a que “Deus preordenou... para a nossa glória” (1Co 1.183.4). Deus, de maneira sábia, estabeleceu que os homens não poderiam vir a conhecê-lo por meio da sabedoria humana. Isso exaltaria o ser humano, de modo que Deus planejou salvar os pecadores impotentes por meio da pregação de uma mensagem tão simples que os "sábios do mundo" a consideraram loucura (Rm 1.18-23). - Russell N Champlin comenta: “Donde, pois, vem a sabedoria…? A Grande Pergunta. Se a sabedoria não é produto ou empreendimento humano, “de onde” ela vem? Onde é o lugar da compreensão, visto que nenhum lugar humano é seu lar? Deve haver um lugar e uma maneira de buscá-la. “O homem tem gastado fortunas imensas não somente na construção e ornamentação de santuários, mas também na celebração sazonal de enfeites e rituais festivos. O homem tem pago um alto preço para comungar com as forças universais, ou para proteger-se delas. Muito naturalmente, o homem poderia pedir delas o prêmio mais cobiçado: a sabedoria! Ele poderia até buscar as divindades do submundo, Abadon e a Morte (vs. 22)” (Samuel Terrien, in loc.). Mas a sabedoria permanece facilmente oculta para o homem, a despeito de seus esforços e de sua devoção. Este versículo repete, quase verbatim, o vs. 12 do presente capítulo, onde ofereço outra ideia”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1973-1974). 2. Uma verdade prática. A sabedoria vem de Deus. Ela está em Deus e é Ele quem a revela. A sabedoria divina não é uma verdade a ser apenas contemplada, mas a ser vivida. Ela é prática. Jó diz que a sabedoria está no “temor do Senhor” (Jó 28.28). O temor do Senhor aproxima o homem de Deus e o afasta do mal. A sabedoria, portanto, é relacional. Esse foi um testemunho que o próprio Deus já havia dado sobre Jó. Ao contrário de seus amigos, ele vivia a sabedoria divina. Não apenas a sabedoria contemplativa, tradicional, transmitida pela tradição. A sua sabedoria era uma verdade revelada, por isso, convertia- -se em ação prática e relacionamento duradouro.

- Jó havia feito a ligação que os outros não haviam conseguido. Conquanto as características específicas da sabedoria de Deus possam não ter sido reveladas a nós, o alfa e o ômega da sabedoria está em reverenciar a Deus e evitar o pecado, deixando as perguntas não respondidas para ele, em confiante submissão. Tudo o que podemos fazer é confiar e obedecer, e isso já é sabedoria suficiente - essa é a sabedoria de Pv 1.7 a 2.9. Talvez uma pessoa nunca venha a conhecer os motivos para os sofrimentos da vida (Confira Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10; Ec 12.13-14; Ec 12.13). - “A SABEDORIA NO NOVO TESTAMENTO - Assim como outros assuntos como amor, misericórdia, paz e liberdade, a sabedoria ganha novos contornos no Novo Testamento. Estes deixam de ser conceitos e passam a ser entendidos como uma pessoa: Jesus. Não há dúvida disso. A matemática é a seguinte: a sabedoria que responde a cerca da justiça/injustiça de Jó soma-se a sabedoria prática/prudente de Provérbios; a seguir soma-se mais a sabedoria cínica de Eclesiastes que ensina acerca do sentido único da vida humana em Deus. O resultado é Jesus no Novo Testamento. Logo no início da vida de Jesus, o evangelista Lucas deixa claro que a sabedoria estava em Jesus:“Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e

dos homens” (Lc 2.52). Durante seu ministério, em especial em seu ensino, Jesus demosntrou a sabedoria do Antigo Testamento na prática e isso espantou as pessoas: “Chegando a sua cidade, começou a ensinar o povo na sinagoga. Todos ficaram admirados e perguntavam: ‘De onde lhe vêm está sabedoria e estes poderes miraculosos?’” (Mt 13.54). Mais tarde, após a morte, ressurreição e assunção do Senhor, a igreja passou a entender que sabedoria não se tratava mais de um conceito, mas de uma pessoa. Paulo, o apóstolo, entendeu isso e escreveu à igreja de Colossos: “Nele [i.e.em Cristo] estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”. (Cl 2.3). A sabedoria não está em livros ou mestres humanos, mas no Deus vivo. Por isso, ao lermos a descrição da sabedoria feito por Tiago, constatamos tratar-se de qualidade de seguidores e seguidoras de Jesus e nada mais: “Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores”. (Tg 3.17-18). O texto que concluí nossa análise da sabedoria no Novo Testamento é 1Cor 1.18 – 2.16. Neste texto, Paulo deixa claro quem é a Sabedoria de Deus: o Senhor Jesus Cristo. Diante deste ensino podemos afirmar seguramente que na Nova Aliança alcançamos a Sabedoria através de nosso relacionamento com Ele.” (http://www.igrejaevida.com.br/index.php/treinamento/18-aula-12-sabedoria). CONCLUSÃO Vimos que mesmo com empenho na busca da sabedoria, os resultados não são satisfatórios. A sabedoria não é alcançada. A sabedoria é um bem valioso e caro; ela não tem apenas preço, mas, sobretudo, valor. Não pode ser comprada ou comercializada, nem mesmo pode ser herdada. Ela é uma verdade revelada. Somente Deus é a fonte legítima da sabedoria. Ela se materializa no temor do Senhor. Quem teme ao Senhor é um sábio.

- Não podemos alcançar a verdadeira Sabedoria, senão pela revelação divina. O Senhor dá a sabedoria (Pv 2.6). As palavras de Sua boca estão na Escritura. É ali que Deus fala (Hb 1.1,2; 2Pe 1.20,21). A sabedoria só vem pela revelação. Os crentes verdadeiros buscam conhecer, amar e obedecer a Deus e vivem de maneira justa. Somente esses guardiões da aliança podem conhecer e experimentar a verdadeira Sabedoria. Matthew Henry comentando acerca da Excelência da Sabedoria, diz: “Tendo falado sobre a riqueza do mundo, que os homens valorizam tanto, e que se esforçam tanto por obter, Jó aqui fala de outra joia mais valiosa, 9ue é a sabedoria e o entendimento, conhecer e ter prazer, em Deus e em nós mesmos. Os que descobriram todos os caminhos e meios para enriquecer se julgam muito sábios; mas Jó não considera que tenham sabedoria. Ele supõe que eles conseguiram o seu objetivo, e trouxeram à luz aquilo que buscavam (v.11), mas pergunta: ‘Mas onde se achará a sabedoria?’ pois ela não está aqui. Este seu caminho é a sua loucura. Devemos, portanto, buscá-la em outro lugar; e ela não será encontrada em outra parte, senão nos princípios e nas práticas da religião. Há mais conhecimento verdadeiro, satisfação e felicidade na divindade genuína, que nos mostra o caminho para as alegrias do céu, do que na filosofia natural ou na matemática, e que podem nos ajudar a encontrar o caminho para as entranhas da terra” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento :Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.136) . PARA REFLETIR A respeito de “Jó e a Inescrutável Sabedoria de Deus”, responda: • Que contraste Jó faz no capítulo 28? R: Neste capítulo (28) Jó faz um contraste entre a busca do homem por minérios naturais e a sabedoria. • O que o homem descrito por Jó é capaz e no é capaz de fazer? R: O homem descrito por Jó é capaz de desviar o curso das águas, a fim de evitar a inundação das minas (v.12), mas não é capaz encontrar a sabedoria. • Que paralelo é possível ver no capítulo 28 de Jó? R: Podemos ver um paralelo entre a sabedoria exposta por Jó neste capítulo (vv.12-19) com a descrita no livro de Provérbios. • O patriarca Jó nega a existência da sabedoria?

R: O patriarca não nega que a sabedoria exista ou que ela pode ser encontrada, mas o que ele diz é que a sabedoria não é um bem comercial. • O que aproxima o homem de Deus e o afasta do mal? R: O temor do Senhor aproxima o homem de Deus e o afasta do mal.

4 Tri 20 | Lição 9: Jó e a Inescrutável Sabedoria de Deus | Pb Francisco Barbosa
4 Tri 20 - Licao 9 - Jo e a Inescrutavel Sabedoria de Deus

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