Tipos de estudos científicos

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TIPOS DE ESTUDOS CIENTÍFICOS Dernier Martins

Subtítulo

ESTUDOS OBSERVACIONAIS  Permitem que a natureza determine o seu curso: o investigador

mede, mas não intervém. Podem ser descritivos e analíticos.

DESCRITIVO: Limita-se a descrever a ocorrência de uma doença em uma população, sendo, frequentemente, o primeiro passo de uma investigação epidemiológica. ANALÍTICO: aborda, com mais profundidade, as relações entre o estado de saúde e as outras variáveis. (Bonita, Beaglehole, Kjellström, 2010)

ESTUDOS DESCRITIVOS Não tentam analisar possíveis associações entre exposições e efeito. Usualmente, são baseados em estatísticas de mortalidade e podem analisar a ocorrência de óbitos de acordo com a idade, sexo ou grupo étnico durante um período específico de tempo ou em vários países. Em muitos países, esse tipo de estudo é realizado por um centro nacional de estatísticas em saúde. (Bonita, Beaglehole, Kjellström, 2010)

Prevention chronic diseases: a vital investment. Geneva. World Health Organization, 2005.

ESTUDOS ECOLÓGICOS Os estudos ecológicos (ou de correlação) são úteis para gerar hipóteses. Neste estudo as unidades de análise são grupos de pessoas ao invés de indivíduos. Também podem ser realizados comparando-se populações em diferentes lugares ao mesmo tempo ou, em uma série temporal, comparando-se a mesma população em diferentes momentos. Os estudos de série temporal podem reduzir o efeito de confusão causado pelo nível socioeconômico, que é um potencial problema nos estudos ecológicos.

ESTUDOS ECOLÓGICOS Se o período de tempo em um estudo de série temporal for muito curto (estudo diário), o fator confusão é praticamente zero, com os participantes do estudo servindo como seus próprios controles. Embora fáceis de realizar, são frequentemente difíceis de interpretar, uma vez que raramente é possível encontrar explicações para os resultados obtidos. Baseiam-se em dados coletados com outros propósitos (dados de rotina ou secundários); assim, dados de diferentes exposições e de fatores socioeconômicos podem não estar disponíveis.

FALÁCIA ECOLÓGICA • A falácia ecológica ou viés ocorre quando são tiradas

conclusões impróprias com base em estudos ecológicos. • O viés ocorre porque a associação observada entre as

variáveis no nível de grupo não representa, necessariamente, a associação existente no nível individual.

(Bonita, Beaglehole, Kjellström, 2010)

ESTUDO TRANSVERSAL  Mede a prevalência da doença, sendo também chamado

de estudo de prevalência.

 As medidas de exposição e efeito (doença) são realizadas

ao mesmo tempo. Por esse motivo, não é fácil avaliar as associações encontradas.

 A questão-chave: saber se a exposição precede ou é

consequência do efeito.

 São relativamente baratos, fáceis de conduzir e úteis na

investigação das exposições que são características individuais fixas tais como grupo étnico e grupo sanguíneo.

ESTUDO TRANSVERSAL  Utilizado na investigação de surtos epidêmicos.  Dados obtidos são úteis para avaliar as necessidades

em saúde da população. Dados provenientes de pesquisas com amostragem aleatória e definições padronizadas fornecem indicadores de tendências.

 Cada pesquisa deve ter um propósito muito claro.  Para ser válido precisa ter um questionário bem

elaborado, uma amostra de tamanho apropriado e uma boa taxa de resposta.



ESTUDO TRANSVERSAL  Realizados em vários países - pesquisas transversais

regulares população.

amostra

representativa

de

sua

 Uma vez que a prevalência pode ser determinada

por muitos fatores não relacionados à causa da doença, estudos de prevalência, em geral, não proporcionam fortes evidências de causalidade.  Medidas de prevalência são, entretanto, úteis na

avaliação de necessidades em saúde (curativas ou preventivas) e no planejamento dos serviços

(Bonita, Beaglehole, Kjellström, 2010)

ESTUDO CASO CONTROLE Constitui uma forma relativamente simples de investigar a causa das doenças, particularmente doenças raras. Inclui pessoas com a doença (ou outra variável de desfecho) e um grupo controle (grupo de comparação ou referência) com pessoas não afetadas pela doença ou variável de desfecho. A ocorrência de uma possível causa é comparada entre casos e controles. Dados mostram a ocorrência da doença em um determinado momento no tempo e sobre a ocorrência de exposições em algum momento no passado.

ESTUDO DE CASO CONTROLE Os estudos de casos e controles são, portanto, longitudinais, diferentes dos estudos transversais. São chamados de estudos retrospectivos, uma vez que o investigador busca, no passado, uma determinada causa (exposição) para a doença ocorrida. Em relação ao momento de coleta de dados, ele pode ser tanto retrospectivo, quando os dados fazem referência ao passado, quanto prospectivo, quando os dados são continuamente coletados no decorrer do tempo.

DELINEAMENTO DE CASO CONTROLE

ESTUDO DE CASO CONTROLE Os casos são selecionados com base na doença, mas não na exposição. Os controles deveriam representar pessoas que seriam incluídas no estudo como casos, se tivessem desenvolvido a doença. Idealmente, os estudos de casos e controles usam casos novos (incidentes), para evitar a dificuldade de separar fatores relacionados à causalidade e à sobrevida. Os estudos de casos e controles podem estimar os riscos relativos a uma doença, mas eles não podem determinar a incidência absoluta dela

Mellin GW, Katzenstein M. The saga of thalidomide. Neuropathy to embryopathy, with case reports of congenital anomalies. N Engl J Med 1962;267:1238-44.

ESTUDO DE COORTE Também chamados longitudinais ou de incidência, iniciam com um grupo de pessoas livres da doença, que são classificados em subgrupos, de acordo com a exposição a uma causa potencial da doença ou desfecho sob investigação. As variáveis de interesse são especificadas

São prospectivos (refere-se ao momento da coleta dos dados e não a relação entre exposição e efeito ).

ESTUDO DE COORTE  Em

situações com exposições agudas, a relação causa-efeito pode ser óbvia, mas estudos de coorte são também usados para investigar efeitos crônicos ou tardios.

 Como os estudos de coorte iniciam com

pessoas expostas e não expostas, as dificuldades em medir as exposições determinam a facilidade com que o estudo será conduzido.

ESTUDO DE COORTE HISTÓRICA  Redução de custos da coorte  As pessoas são identificadas a partir de registros de

exposição no passado  Todos os dados sobre exposição e efeito (doença)

foram coletados antes do inicio do atual estudo  São amplamente utilizadas em estudos sobre câncer

ocupacional.  Estudo: Forças armadas - resíduos radioativos em

locais de testes de bombas nucleares (30 anos)

Johnson JC, Thaul S, Page WF, Crawford H. Mortality Of Veteran Participants In The Crossroads Nuclear Test. Washington, National Academy Press, 1996.

COORTE + CASO CONTROLE  Esse tipo de delineamento reduz o custo dos

estudos de coorte.  Casos e controles são ambos escolhidos a partir

de uma coorte previamente definida, para os quais algumas informações sobre exposição e fatores de risco já estão disponíveis.

COORTE + CASO CONTROLE

APLICAÇÕES DOS ESTUDOS OBSERVACIONAIS

(Bonita, Beaglehole, Kjellström, 2010)

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ESTUDOS OBSERVACIONAIS

(Bonita, Beaglehole, Kjellström, 2010)

ESTUDOS EXPERIMENTAIS  Envolvem a tentativa de mudar os determinantes de

uma doença, tais como uma exposição ou comportamento, ou cessar o progresso de uma doença através de tratamento.  Estão sujeitos a uma série de restrições uma vez que

envolvem intervenções a saúde das pessoas.  Ensaios clínicos randomizados  os participantes são os pacientes  Ensaios de campo  os participantes são pessoas saudáveis  Ensaios comunitários  os participantes são os próprios membros da comunidade.

ESTUDOS EXPERIMENTAIS  Os estudos experimentais ou de intervenção têm

por objetivo tentar mudar uma variável em um ou mais grupos de pessoas.  Isso pode significar a eliminação de um fator

alimentar relacionado a uma causa alérgica ou o teste de um novo tratamento para um grupo selecionado de pacientes.  Os efeitos de uma intervenção são medidos através

da comparação do experimental e controle.

desfecho

nos

grupos

ESTUDOS EXPERIMENTAIS  Considerações éticas são de extrema importância nesse

tipo de estudo.

 A nenhum paciente deveria ser negado o tratamento

apropriado em função de sua participação em um experimento, e o tratamento a ser testado deve ser aceitável à luz dos conhecimentos atuais.

 O consentimento informado por parte dos participantes

é sempre necessário

 Estudos de intervenção incluem os ensaios clínicos

randomizados, os ensaios de campo e as intervenções comunitárias.

ENSAIOS DE CAMPO  Ensaios de campo envolvem pessoas que estão livres de

doença, mas sob risco de desenvolvê-la.

 Os dados são coletados “no campo”, usualmente entre

pessoas da população geral não institucionalizadas.

 Uma vez que os participantes estão livres da doença e o

propósito é prevenir a ocorrência de doenças mesmo entre aquelas de baixa frequência, os ensaios de campo envolvem um grande número de pessoas, o que os torna caro e logisticamente complicados.

 Um dos maiores ensaios de campo: teste da vacina Salk

para prevenção da poliomielite, que envolveu mais de um milhão de crianças.

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO  É um experimento que tem por objetivo estudar os efeitos de

uma intervenção em particular.

 Os indivíduos selecionados são aleatoriamente alocados para

os grupos intervenção e controle, e os resultados são avaliados comparando-se os desfechos entre esses grupos.

 Os pacientes são alocados aleatoriamente para garantir a

comparabilidade entre os grupos intervenção e controle desde o início da intervenção.

 Quaisquer diferenças observadas entre eles serão decorrentes

do acaso, não sendo, portanto, afetadas por viés do investigador.

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

ENSAIOS COMUNITÁRIOS  Aqui os grupos de tratamento são comunidades ao

invés de indivíduos.

 É particularmente apropriado para doenças que

tenham suas origens nas condições sociais e que possam ser facilmente infuenciadas por intervenções dirigidas ao comportamento do grupo ou do indivíduo.

 As doenças cardiovasculares são um bom exemplo de

uma condição apropriada para ensaios comunitários, muitas das quais estão, agora, sob investigação.

ENSAIOS COMUNITÁRIOS  Uma limitação desse tipo de delineamento é que

somente um pequeno número de comunidades pode ser incluído e a alocação aleatória das comunidades não é muito prática.

 Assim, outros métodos são requeridos para assegurar

que quaisquer diferenças encontradas ao final do estudo possam ser atribuídas à intervenção e não a diferenças inerentes às comunidades.

 Além disso, é difícil isolar as comunidades onde a

intervenção está sendo conduzida devido a mudanças sociais em curso.

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http://www.annalsofepidemiology.org/



http://www.who.int/bulletin/en/



http://www.ensp.focruz.br/csp



http://www.cdc.gov/ncidod/EID



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