Tabloide NO PAPEL

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NO PAPEL

ANO 01 Nª 001

C Vale dos Dinossauros Olímpia ganha mais uma opção de lazer em família com a inauguração do o Vale dos Dinossauros! O parque temático conta com 38 réplicas de dinossauros que simulam os movimentos e sons de um dinossauro real. Além do cenário imersivo, há outras atrações como uma cabine de cinema, lojas e diversos quiosques, um investimento milionário que trás a cidade mais uma opção de lazer. Pág. 03

Segunda - feira, 26 de agosto de 2019

C Dia do Feirante Dia 25 de Agosto é comemorado em todo o país o Dia do Feirante, em homenagem a primeira feira livre que teria ocorrido no Brasil nesse mesmo dia, em 1914. As feiras, apesar dos anos que se passaram, seguem sendo a principal fonte de renda de diversas famílias, ponto de encontro e incentivo aos produtores locais, assim continuam embelezando as ruas de nossas cidades.Pág 04

C Cultura na Região Entre os dias 22 e 25 de Agosto, o Sesc Rio Preto realizou o festival Dias de Música, dessa vez em homenagem aos 50 anos de Woodstock, movimento contracultural dos anos 60, que deu início ao movimento hippie nos Estados Unidos. O festival aponta para a necessidade de se conectar com movimentos musicais e artísticos que incentivam a quebra de preconceitos e a busca pela igualdade. Pág. 07

R$5,00

C Fé e tradição Vindo de Tanabi, o músico e organista da Basílica Menor compartilham com a equipe do No Papel como surgiu a ideia de formar um coral de canto gregoriano na cidade de São José do Rio Preto. A falta de incentivo das igrejas católicas locais e a importância que o canto sacro tem para o fiél e para a litúrgia da missa foram os principais motivos que o levaram a buscar integrantes para esse coral. Pág. 08

O PÃO QUE O SANTO AMASSOU

P Conheça a história de seu Santo, o dono de uma padaria que ganhou o coração dos clientes com sua vida simples e sua história de vida.Pág 06

02

Segunda - Feira, 26 de agosto de 2019

EDITORIAL Nós da equipe No Papel apresentamos o tabloide da comunidade. Com valores sólidos de respeito e autenticidade, nosso intuito é compartilhar informações que estão pertinho de nossos leitores mas que ainda são desconhecidas. Escolhemos pessoas simples com histórias simples para proporcionar uma leitura extraordinária, um olhar diferente sobre o comum. Eventos, lugares e pessoas que estão bem ao nosso lado, mas que, muitas vezes, passam desapercebidos. Nossos informativos só podem ser encontrados impressos, pois foram especialmente pensados para sair do virtual e trazer para o mundo físico, assim como a interação entre pessoas, afinal, somos a favor do contato físico e da proximidade. O preço do nosso tablóide é pequeno, mas os valores que ele oferece são imensuráveis. Você pode nos encontrar na banca mais próxima de seu bairro, mercados ou rodoviárias. Nessa edição você contemplará da música pop ao canto gregoriano, fazendo longos passeios no percurso, entre feiras livres e parques temáticos, enquanto presta homenagens simples a pessoas simples. Aqui você vai conhecer um pouco mais da história do seu Santo, o padeiro, também vai ficar por dentro dos eventos musicais que acontecem próximos a você. Vai descobrir qual o real valor de uma tenda de frutas e se deslumbrar com o parque dos dinossauros. Noticiando ou comentando, a transparência e o respeito em contar histórias acessíveis, de pessoas e lugares que estão a nossa volta, esperando para serem descobertas e, então, as colocamos No Papel.

Expediente DIRETORIA ADMINISTRAÇÃO, REDAÇÃO Av. Sem Endereço, N404, CEP 15000-400 Distrito Irineu – São José do Rio Preto (SP) Fone: (17) 4002-8922 REDAÇÃO Editor Chefe Vanessa Justiniana

[email protected]

Coordenadora de Redação Nicole L. Cesar [email protected]

JORNALISTAS Natan Campos Nicole L. Cesar Vanessa Justiniana Wilson G. M. Melzi PROFESSOR Leandro Brito DISCIPLINA Jornal-Laboratório IMPRESSÃO Casa das Copias UNIP JK Rio Preto

Segunda - Feira, 26 de agosto de 2019

CIDADE

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Vale dos Dinossauros C Nicole L. Cesar

LAZER EDUCATIVO E ACOLHEDOR PARA CRIANÇAS

Visitante de Rio Preto avalia positivamente o Vale dos Dinossauros para crianças e elas contam sua experiência no local. Responsáveis pelo parque justificam o preço do ingresso Primeiro da região e terceiro do país, o Vale dos Dinossauros inaugurado em agosto é a mais nova opção de lazer em Olímpia. Com o Thermas dos Laranjais e Hot Beach (parques aquáticos), a cidade de Olímpia, há 55 km de Rio Preto, já atrai um número estimado de 2 milhões de turistas por ano. Essa visibilidade que a cidade ganhou como turística atrai investidores de todo o país. O grupo NATOS (Negócios Avançados em Turismo Orientado para Sustentabilidade) de Caldas Novas-GO, em parceria com o grupo Dreams de Gramado-RS, investiu um valor estimado de R$15 milhões no Vale dos Dinossauros. “Hoje o turista que vem a Olímpia tem perfil predominantemente familiar e fica em média 3.8 dias na cidade. Uma atração como o Vale dos Dinossauros, além de despertar a curiosidade da criança, oferece a essas famílias mais uma opção de lazer”, disse o empresário Rafael Almeida, um dos sócios, em entrevista ao Olímpia 24h. O parque conta com 38 réplicas reais de dinossauros que emitem sons e fazem movimentos (animatrônicos), além de lojas, quiosques, playground, cinema para contar a história dos dinossauros e outras atrações instaladas em uma área de 6 mil m². Apesar do tamanho que o parque possui, é um “percurso razoavelmente curto para um adulto”, concluiu Allen Porto, visitante de Rio Preto que levou a esposa e os

dois filhos, um de 3 anos e outra taram o parque recentemente e rede 1 ano e 3 meses, para conhecer afirmam a fala de Porto sobre divero vale. são e acrescentam a aprendizagem. As crianças disseram que foi uma experiência muito legal.

“Nos divertimos, brincamos e aprendemos mais sobre os dinossauros” Eles contam que aprenderam sobre a alimentação, as características dos dinossauros e a imporFoto concedida por Ivonete Porto Legenda: Da esquerda para a direita Allen Porto, tância de cuidar da natureza para o Ivonete Porto, Lúcia Porto, Melissa Fogaça (amiga bem dos seres humanos e de ouda família) e Matias Porto tros animais. O dinossauro Rex foi a paiPorto explica que a dimensão xão de Gabriel na visita; já a da foi “um pouco decepcionante”, Brunna foi o ovo de dinossauro pois pela divulgação, ele e a esque possibilita tirar foto dentro. posa acreditavam que o local seria Ela, pequena, mas já esperta, ainda maior. Entretanto, comenta ser sugeriu uma mudança, “o jeito que

os dinossauros se movimentam”. Em esclarecimento acerca do preço dos ingressos o Grupo Dreams informou que “não é caro e nem barato, é justo”, pois há vários gastos no local, desde funcionários, até conta de energia. Sobre o tamanho do empreendimento, disseram que no futuro pretendem ampliar o tamanho do parque. Custando R$50,00 a inteira e R$25,00 para estudantes que apresentam carteirinha, idosos acima de 60 anos e militares, os ingressos podem ser comprados através do próprio site do parque. https://valedinossauros.com.br/ olimpia Aberto todos os dias das 9h às 21h, está localizado na av. Governador Adhemar Pereira de Barros, 1702, no km 907,82.

“amplo e acolhedor para uma criança” Porto recomendou uma ampliação no parquinho das crianças, mas disse avaliar o local positivamente mesmo com os altos preços dos produtos oferecidos e o valor do ingresso. “O ingresso é caro, mas compensou, pois o nosso filho se divertiu demais”, relatou. Uma pesquisa realizada pela equipe No Papel mostrou que 6 de 9 entrevistados concordam com Porto: o valor do ingresso é caro, porém a diversão compensa. Brunna Sophia Jorge, 10 anos, e Gabriel Francisco Jorge, 6 anos, visi-

Foto concedida por Adrielli Rodrigues Legenda: Gabriel e Brunna no habitat do megalosaurus inalgurado em 2019

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Segunda - Feira, 26 de agosto de 2019

CIDADE C Dia do Feirante Wilson Gabriel e Nicole L. Cesar

Feira no Decorrer do Tempo

Filho de feirante de Rio Preto ressignifica feiras como tradição familiar

Dia 25 de Agosto é celebrado o Dia do Feirante, data que se estabeleceu devido à realização da primeira feira livre no Brasil, em São Paulo, no ano de 1914. Há 105 anos, o país fecha ruas inteiras para dedicar o espaço à venda de produtos. A história da feira livre no Brasil começou com a vinda dos imigrantes portugueses. No entanto, as feiras eram desorganizadas e não tinham a forma que possuem hoje. Somente com o apoio do então prefeito na época, Washington Luís, foi regularizada a situação dos feirantes para que pudessem comercializar livremente seus produtos, em suas quitandas, diretamente ao consumidor. Há alguns anos, as feiras se limitavam a venda daquilo que servia como alimento. Hoje, contudo, é possível encontrar um comércio mais amplo nas tendas e nas bancadas, como brinquedos, utensílios domésticos, peças para chuveiro, panelas e até mesmo roupas. A vida do feirante não sofreu mudança. A grande maioria deles descansa pouco aos fins de semana, alguns chegam a levantar às 03h00 da manhã para ter tempo de sobra para preparar os produtos, montar suas barracas e oferecer um serviço de qualidade ao consumidor. O trabalho de feirante, em muitos casos, está ligado à tradição de família. Passada de geração em geração, a ideia de feiras atravessando a cidade como algo belo e prático tem se sustentado tanto no coração do feirante como no do consumidor. É o que diz Francisco Mendes, que há 40 anos se considera um frequentador fiel de feiras.

Fotografo: Wilson Gabriel Legenda: Feira realizada aos Sábados na Rua Ipiranga em São José do Rio Preto

Segunda - Feira, 26 de agosto de 2019

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CIDADE “Eu tenho 54 anos e, há pelo menos 40, eu tenho frequentado feiras como essa. Meu pai era feirante, mas ele vendia algo destoante do que costumamos ver nas feiras hoje em dia. Ele vendia quadros, então ele montava suas barracas e deixava a exposição vários quadros diferentes. Também já colocou muito garoto bagunceiro para correr, quando vinham atrapalhar seu trabalho”, lembra Mendes. Quando questionado sobre a importância da feira para o consumidor, Francisco continuou: “Creio que a importância está na tradição. Hoje é possível encontrar os mesmos produtos por um preço mais barato em outros lugares, e você não precisa esperar os fins de semana. Mas, a feira é algo belo que ganhou seu espaço na cultura brasileira. Acho que, em grande parte, é o apego à tradição que tem mantido esse trabalho que é tão belo e que garante o sustento de tantas famílias”, destaca. Feiras não são apenas um espaço de compra e venda. Hoje, para Francisco, elas podem ser vistas

Fotografo: Wilson Gabriel Legenda: Francisco Mendes, filho de feirante e frequentador das feiras há mais de 40 anos

como uma oportunidade de reunir a família. “Olha, se você ver ao seu redor, há famílias inteiras que vêm até aqui, trazem inclusive o cachorro. É uma oportunidade de passar um tempo junto ao redor de uma barraca, comendo um pastel”. A Feira também oferece caminhos e possibilidades distintas de outros estabelecimentos. No mercado, as pessoas compram caixas prontas de frutas, com valo-

O valor das feiras está na proximires fixos, mas na feira elas podem dade da relação entre o produtor, montar a sua própria caixa, sem o produto e o consumidor. Nelas, estar preso a quantidades prontas. o consumidor pode ter noção de “a feira é algo belo que onde vem o produto que ele conganhou seu espaço na cul- some em suas refeições e construir tura brasileira. Acho que uma relação com aquele que ofeem grande parte é o apego rece esse produto. Além disso, enà tradição que tem manti- quanto a importância da tradição do esse trabalho que é tão estiver na essência e não somente na estética, a feira tem potencial belo e que garante o sus- para se reinventar sempre na nossa tento de tantas famílias” cultura.

Fotografo: Wilson Gabriel Legenda: Dia 25 de Fevereiro é comemorado no país o Dia do Feirante. Na esquerda: comércio de roupas. Na direita: utensílios domésticos, esse dia ficou marcado como o dia em que foi realizada a primeira feira livre no país, em São Paulo, mais precisamente no Largo General Osório, no ano de 1914. Naquele ano, os fazendeiros ou aqueles que administravam alguma chácara, se depararam com uma grande quantidade de produtos que não haviam sido comercializados nas quitandas, e então não souberam o que fazer com esses mantimentos. Foi a partir desse dilema que surgiu a ideia de vender o produto diretamente ao consumidor, o que gerou uma relação de proximidade entre consumidor, produto e produtor. Além disso, o diferencial da feira que ganhou a atenção da população foi que os produtos eram comercializados ainda frescos e bem higienizados, o que causou uma sensação de segurança naquele que consumia esses alimentos, o mesmo não acontecia em grandes mercados. Francisco Mendes, filho de feirante, conversou com a equipe do No Papel e nos contou sobre a forma como ele enxerga a feira nos dias de hoje. Para Francisco, o que mantém a feira atuante no nosso país é o fato de ser um trabalho muito apegado á tradição de famílias brasileiras. Por a feira ser algo que se consagrou na cultura do Brasil, o trabalho consegue se sustentar sozinho porque tem o apreço de todos

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Segunda - Feira, 26 de agosto de 2019

PERFIL P Histórias do dia-a-dia Natan Campos

Santo Waldomiro: O Padeiro, Pai e Avô

Dono de padaria de bairro compartilha sua vida, família, e a simplicidade de seu trabalho

Foto: Natan Campos Legenda: Padaria do Seu Santo, funcionárias do local ao centro Seu Santo perfilado dessa edição

Ser uma pessoa de sucesso é algo relativo. Sucesso pode ser construir uma família, pode ser uma carreira profissional bem-sucedida, coisas que Seu Santo se sente extremamente orgulhoso de ter sido em cada parte de sua vida. Santo Waldomiro, 70, padeiro, marido, pai e avô. Títulos que sempre se orgulhou de carregar consigo por sua vida, desde o começo dela em Rio Preto, onde vive até hoje com o negócio que seu pai Waldomiro começou, numa padaria chamada “Estrela Pães e Doces”. Aos 19 anos, atendia os clientes até chegar uma moça que lhe brilhou os olhos. Seu nome era Aparecida, se apaixonaram e tiveram

duas filhas, Mônica e Marta, que hoje ajudam Seu Santo no negócio da família. Na Padaria Estrela, os clientes se sentem abraçados pelo estabelecimento. Paulo César, cliente habitual comenta:

mércio que está por aqui há tanto tempo”. Outras características que são exaltadas são a integridade e perfeccionismo de Seu Santo, como o comerciante Renato Torres, dono da casa onde atualmen-

“venho todos os dias comprar meu pão, é o melhor da cidade!” Outros clientes citam a importância do estabelecimento na região, como o motoboy Juliano Laprano, que diz: “Morei aqui no bairro por toda a minha vida, acho que não tem nenhum outro co-

Google Street View

te nosso entrevistado mora: “acho que desde que eu alugo a casa pro Seu Santo, ela deve ter valorizado uns 100 mil reais, de tantas reformas que ele fez pra deixar a casa do jeito que ele queria que ficasse” diz em tom de brincadeira, também comenta sobre seu comprometimento: “nesses 5 anos que eu alugo a casa pra ele, ele nunca atrasou um dia de aluguel. Certeza absoluta.” Comenta o senhorio. Conversando com a família toda reunida, se nota um companheirismo e uma felicidade natural. Várias brincadeiras, piadas vindas de seu patriarca em vários momentos, como quando perguntado sobre alguma decepção de sua vida, comentou sobre não ter nenhum filho ou neto homem para assistir aos jogos de futebol com ele. Irritando sua esposa, filhas e netas ao mesmo tempo com apenas um simples comentário. Depois falando com suas filhas, comentam que é algo freqüente da parte dele, sempre querer deixar o ambiente leve de algum jeito ou de outro.

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CULTURA

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C Programa Regional Vanessa Justiniana

Dias de Música: Festival de Cultura Gratuito no Sesc Rio Preto contará com homenagem aos 50 anos do Festival de Woodstock

Entre os dias 22 a 25 de agosto, o Sesc Rio Preto realiza o festival Dias de Música com curadoria de Ana Garcia. Nesta edição, o Sesc faz homenagem aos 50 anos do Festival de Woodstock, com a temática musical que influenciou ge-

igualdade, romper preconceitos e exaltar a diversidade cultural. A partir desta quinta-feira (22) iniciam os eventos e shows e duram até o próximo domingo (25), com diversas atrações e oportunidades de conhecimento gratuitas. Em entrevista uns dos artistas que se apresenta no festival o rapper e cantor de R&B/ Hip-Hopse Luiz Lins fala sobre esse convite do Sesc Rio Preto,

“Enquanto artista nordestino, interiorano, negro, de origem pobre com um núcleo familiar não estabilizado sinto que é muito importante estar em um evento como este” Foto: Vanessa Justiniana Legenda: Rapper Luiz Lins e DJ toca no palco externo

rações na cultura pop nacional. O Festival de Rock Woodstock representou uma era de contracultura do final de 1960, o Movimento Hippie. Esse festival ocorreu em um momento no qual o mundo estava no auge da bipolaridade geopolítica, trazendo para o público a cultura popular, sendo marcado pelos nomes: Janis Joplin, Santana, Jimi Hendrix, Joe Cocker e The Who. Em um período em que o Brasil passa por serias questões políticas, econômicas e culturais o evento mostra a necessidade de se estar conectado aos movimentos artísticos e musicais do país, além dos fenômenos que buscam pela

“Tocar aqui nesse lado do país é a representatividade, para outras pessoas exatamente iguais a mim que vem de onde eu venho e que tem uma história parecida com a minha, quando eu subo ao palco não estou subindo por mim eu subo por eles. O meu trabalho tem um fundo ideológico muito grande, a minha própria figura representa coisas muito pesadas, porque o espaço dado a artistas como eu negro e com o adendo nordestino é um espaço muito ínfimo. Quando soube do convite do Sesc eu fiquei muito feliz, porque eu sempre quis fazer alguma coisa assim em um lugar aonde as pessoas estão ali para apreciar a sua obra, você está ali se entregando e o público está ali disposto á absorver aquilo da melhor maneira, a maneira

Foto: Vanessa Justiniana Legenda: Vitória Souza, moradora da comunidade vendo feira de vinis no Festival dias de Música

mais pura e sincera possível e eu acredito que eventos como esses, festivais em casas de culturas como o Sesc brilham, esse espaço e essa relação brilha e eu estou muito feliz com isso”. O artista também deixa um recado para todo o público “nunca desistam, não existe vitória sem sacrifício”. Entre a programação, está o workshop “Como Usar as Novas Ferramentas”, como mídias digitais, algoritmos e playlist. Além de uma oficina “Tie-Dye” uma técnica de tingimento artístico de tecidos de origem hippie, a técnica de “Stencil em Ecobag” com o artesão Mateus de Oliveira Fernandes também será realizada no evento, já entre as atrações musicais a banda rio-pretense A Estação da Luz abre o evento musical no sábado (24) com um trabalho com referências

clássicas dos anos 1960 e 1970. Explorando um baixo bem marcado, com forte participação de órgão e sintetizador, além de vozes que se revezam e efeitos sonoros especiais, a banda promete rock psicodélico de influências fortes. Além do repertório autoral, faz releitura de bandas nacionais e internacionais, Luiz Lins, se apresenta no sábado (24) e a cantora e compositora Saskia no domingo (25), trazendo samples, beats, instrumentos e pedais, para cantar sobre experiência pessoais e coletivas. Para conferir toda a programação do festival que será realizado pelo Sesc Rio Preto, entre em contato com a unidade através do número (17) 3216-9300 o Sesc Rio Preto fica localizado na Av. Francisco das Chagas Oliveira, 1333 -S J Rio Preto - SP, 15090-190.

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Segunda - Feira, 26 de agosto de 2019

CULTURA C Fé e tradição Wilson Gabriel

Basílica Menor, Abraça Antigo Costume Da Tradição Cristã Músico de Rio Preto convoca fiéis a entregarem antigo coral local de canto gregoriano

O canto gregoriano, estabelecido no século VI pelo papa Gregório Magno, é considerado um canto litúrgico no cristianismo, ou seja, faz parte do culto prestado a Deus. Em contraposição a música popular considerada profana, o canto gregoriano foi adotado pelo catolicismo como canto sacrossanto. Era todo cantado em latim e tinha a intenção de provocar a meditação e o reconhecimento da sua pequenez diante da grandiosidade do Divino. O canto é todo cantado a uma só voz e não é acompanhado por instrumento algum, salvo o órgão, às vezes usado para manter o tom e a afinação dos coralistas. A equipe do No Papel conversou com Laerte Mazza Júnior, músico organista da Basílica Menor de Nossa Senhora Aparecida e também autor da proposta de formaçar um coral dedicado ao canto gregoriano aqui, na cidade de Rio Preto. A falta de incentivo por parte das igrejas católicas locais deu origem a essa ideia. Quando perguntado qual a história entre o músico e o canto gregoriano, Laerte comentou: “Eu aprendi o canto gregoriano aos 15 anos, na cidadde de Tanabi no interio do estado de São Paulo. Lá ainda é cultuado o canto gregoriano, e cantávamos na igreja matriz de Tanabi. O canto gregoriano é o canto mãe da Igreja Católica hoje, e creio que pelo menos todos deveriam conhecer o “Pai Nosso”, o “Credo”, “Ave Maria e “Salve Rainha”, porque é cantado no mundo todo.” E sobre como foi que a ideia de um coral em Rio Preto surgiu, o músico declarou:

Foto concedida por Laerte Mazza Legenda: Laerte Mazza, músico e organista da Basílica Menor

“Eu toco na Basílica duas vezes por semana, e percebi que como eu conhecia o canto e podia cantar, senti a necessidade dessa prática aqui, mas nunca comentei com ninguém. Até que comentei com o padre Torrente e o padre Cleomar a respeito da ideia de realizar uma missa com o canto gregoriano.” Sobre a recepção do público e dos fiéis, Laerte assegurou que foi assombroso e as duas missas lotaram.

estavam presentes e inclusive ao músico, que notou que muitos “O canto gregoriano é o jovens demonstraram interescanto mãe da Igreja Cató- se nesse gênero de música salica hoje, e creio que pelo cra, contrariando suas expectamenos todos deveriam tivas de que talvez fosse melhor conhecer o “Pai Nosso”, o aceito pelo público mais velho. “O canto gregoriano é muito difí“Credo”, “Ave Maria e “Sal- cil e demanda muito ensaio”, cove Rainha”, porque é can- mentou Laerte, e ainda segundo tado no mundo todo.” ele, ainda não há nada pronto ou definido, porém os ensaios foram A missa com o canto gregoria- iniciados e estão sendo realizados no surpreendeu a todos os que às quarta-feiras às 20h30.
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