Surf de Bem - 7 pilares para aprender a Surfar

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Surfar é muito mais do que ficar em pé numa prancha sobre uma onda, é um esporte radical e que envolve fatores complexos como: 

Condições do mar;



Lugar adequado para o seu nível;



Noções de salvamento e sobrevivência aquática;



Noções de meteorologia;



Estar em boas condições físicas;



Saber nadar;



Equipamento correto (prancha, roupas e acessórios);



Etiqueta do surf (regras dentro d‟água);

E por aí vai…

Mas se o surf é o seu sonho, vem comigo! Eu vou te ajudar a realizá-lo e te passar subsídios para você entrar no mundo desse esporte mágico, com segurança e responsabilidade.

O meu desafio é te ensinar a surfar onde você estiver. Se você vive perto do mar, melhor, venha logo, não deixe pra segunda feira, pro ano que vem, para quando emagrecer, quando melhorar de vida, quando tiver mais tempo, enfim, venha logo, crie um tempo, pesquise preços, adapte, se encaixe, que com certeza o surf vai te trazer uma qualidade de vida melhor, com muita saúde e boas energias, sem que você precise gastar muito com ele.

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SUA VIDA VAI MUDAR!! Em 16 anos de escola de surf já tive alunos do mundo todo, de todos os continentes e de quase todos os países, até pessoas que vivem lá no meio da Groenlândia já vieram aqui aprender a surfar, pessoas que vivem longe do mar. E aí você pergunta PRA QUE e POR QUÊ? A resposta é: Por um sonho, por uma possibilidade, porque é lindo, porque é mágico, desafiador, etc... E se você quer surfar, você pode! E mais, essa turma todinha que aprendeu e não pode surfar diariamente porque não vive perto do mar, com certeza vai marcar sua próxima viagem pra algum lugar com praia e ondas.

Então, vivendo ou não perto do mar, eu vou te ensinar técnicas e detalhes pra quando você estiver de frente para as ondas com uma prancha, você já tenha uma ideia do que fazer e do que não fazer também, para não se acidentar e não causar acidentes. Surfar não é difícil, difícil é surfar com responsabilidade e não se envolver em situações perigosas, primeiro porque você vai estar em um meio aquático que não é o seu, e segundo porque o equipamento é desprovido de freios, por isso, antecipar os problemas é bem melhor que remediá-los.

Saiba seus limites e respeite-os, porque é ainda na areia que você pode optar por momentos mágicos ou trágicos e nunca se esqueça: RESPEITE O MAR sempre! Lembre-se: depois que você entrar na água, você não tem mais escolha, você não tem segunda chance, você vai ter que finalizar.

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Bom, uma coisa é certa, por mais que você queira surfar, sem uma prancha não dá. E já que você está começando, a escolha da prancha correta é fundamental para um bom desempenho no seu aprendizado.

Conselho: não compre ainda, normalmente a evolução é bem rápida e não justifica você comprar um equipamento caro se logo vai ter que trocar. Quanto maior a prancha mais fácil de ficar de pé em cima dela e de remar, quanto mais superfície ela tiver mais fácil será de entrar nas ondas, e mais base para aprender os fundamentos você vai ter. Por isso, antes de pensar em comprar um pranchão long board 9’ (que é o melhor pra começar) experimente alugar, não se precipite, use a prancha adequada para o seu nível, isso vai evitar que você adquira maus hábitos e vícios de aprendizagem que as pranchas menores o forçam a ter. Inicialmente é melhor você pensar numa prancha de material soft (espuma com isopor) para não se machucar e também porque são pranchas mais lentas e com mais flutuação, ideais para iniciantes, nelas você tem tempo para pensar no que fazer, são as que usamos na escola. Depois que você dominar essa prancha e aprender como não se machucar com ela, e que ficar em pé já não é mais o seu problema número 1, você já pode pensar em mudar ou diminuir (se esse é o seu objetivo). Isso se você não quiser ser um longboarder, um surfista de pranchão, nesse caso, você já pode pensar em trocar o material da prancha de soft para fibra ou epóxi, que são as pranchas “verdadeiras” (como meus alunos falam), porém, já são pranchas que exigem certa experiência, pois são de material duro e com quilhas cortantes, diferente das soft que tem quilhas de

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material plástico flexível ou siliconado, portanto, você já tem que saber o que fazer (e não fazer) para não se machucar com ela.

Normalmente aqui na escola, em um curso de 5 aulas (que é o preparatório completo), a maioria dos alunos conseguem evoluir para um fun board (pranchas que medem mais ou menos de 7‟ até 8‟), são pranchas que eu considero intermediárias, ou pranchas de acesso, que usamos para facilitar a evolução para se chegar nas shortboards (ou pranchinhas), os foguetinhos que ficam em torno de 5‟ a 6‟. Conforme o aluno evolui, também evolui o tamanho da prancha, se ele quiser.

Figura 1: Tipos básicos de pranchas e suas características.

Você viu? A evolução é normalmente rápida do pranchão para os funboards, isso para a maioria das pessoas, claro que temos as exceções tanto para mais como para menos (tempo de aprendizagem) e também temos que levar em consideração a periodicidade dentro d‟água, quanto mais prática melhor, mais rápido para aprender e aperfeiçoar. Por isso não vale a pena investir um caminhão de dinheiro na prancha errada de cara, antes de saber qual será a sua prancha final. Vale mais investir em aluguel no início, até você se adaptar e decidir qual a modalidade de surf que vai querer fazer.

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Por causa da evolução do designer de pranchas, existe uma variedade infinita de modelos, todos muito específicos, e quanto mais aprende, mais você vai saber qual é a melhor e a mais adequada para usar. Vários fatores precisam ser considerados: tamanho, largura, espessura, shape (formato), nível do surfista, peso e altura, preço, entre outros. Antigamente você entrava em uma loja de surf, dizia seu peso e altura e comprava uma prancha para o seu tamanho. Hoje a principal variável é o NÍVEL DE SURF, o que você sabe e ainda não sabe fazer, é o que vai definir qual a melhor prancha para você. Por isso espere um pouco, se você não vive perto do mar e vai surfar tipo 1x por ano, invista em aluguel, a maioria das praias com ondas ou surf city‟s tem uma loja ou escola de surf que aluga equipamento.

PRANCHA USADA Ou second hand: é a versão mais barata com certeza, e como um carro, assim que sai da fábrica e entra na água pela primeira vez a prancha já é desvalorizada. Você tem que tomar alguns cuidados básicos se vai comprar uma prancha usada, com relação à conservação do material, sempre averiguar o peso, se tem bolhas na resina ou rachaduras, se tem um desenho que atravessa a prancha de fora a fora (como um raio, por exemplo) às vezes está escondendo um reparo muito grande como quando ela parte ao meio e é “colada” digamos assim, ou pinturas totais, as “maquiagens”, dar batidinhas para averiguar algum ponto oco também ajuda muito, tudo isso é levado em conta para a avaliação de preço. Se estiver com parafina peça para tirar, pois podem ter surpresas embaixo dela, o problema é infiltração, ela até pode ter reparos pequenos, desde que não entre água tudo bem. Por isso pesquise muito e converse bastante com pessoas que entendam do assunto. Comprar de uma loja de surf conhecida é uma segurança, analisar bem a prancha e ter certeza absoluta que está comprando a prancha certa para o seu NÍVEL. Não se intimide por vendedores que usam expressões complicadas, peça para eles explicarem tudo pra você e olhe várias pranchas, não compre por impulso e não seja seduzido por uma muuuuuito barata, provavelmente ela tem algum problema embutido.

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COMPRAR ON LINE Hoje em dia é muito normal você adquirir vários produtos pela internet, a desvantagem é que você não pode olhar a prancha e isso é um risco. Se você já sabe o tipo e tamanho já ajuda, mas veja com atenção as politicas de devolução e cheque o valor do frete para não pagar na entrega o que está economizando na prancha.

Por fim, espero que agora você já tenha uma idéia melhor de como comprar sua primeira prancha e, quando você já estiver evoluindo e não indo mais reto na onda você já possa pensar em trocar. Quanto menor a prancha, melhor para manobrar e mais difícil de remar, quanto maior a prancha, mais fácil para remar e pra ficar em cima dela. Por enquanto aproveite a sua e não se apresse em troca-la, ter paciência e persistência te ajudarão muito na sua evolução. Talvez você fique com essa prancha por muito tempo enquanto pega o jeito, não há nada de errado nisso, com o tempo você sentirá a confiança necessária para a troca de sua prancha. Surfar é divertido e desafiador, por isso APROVEITE E SINTA AS BOAS ENERGIAS!!!!

OS CUIDADOS Qualquer prancha é sensível, os materiais todos são muito delicados, tanto as de soft que cortam como manteiga se passa uma quilha por cima e logo ficam cheias de água, como as de fibra ou epoxi que qualquer batidinha pode causar uma infiltração. Primeira regra de conservação: nenhuma prancha gosta de sol, por isso sempre deixe na sombra (não dentro do carro que as vezes, dependendo do calor funciona como um forno, podendo fazer ela inflar e soltar a laminação).

Tenha uma capa, as mais indicadas são as de material plástico e reflexivas, as prateadas que refletem o sol, são as melhores para transporte,

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inclusive em avião. Também tem as de tecido atoalhado, tipo camisinha, que já ajudam a proteger um pouco.

Cuidado no transporte. Se for colocar sobre o carro certifique-se que está bem presa, para não sair voando. Se for viajar, ou de ônibus ou de avião, experimente colar adesivos de “material frágil”.

Quando for guardar em casa, cuidado para não bater com ela em quinas e paredes, qualquer toque pode causar uma rachadura, também, muito cuidado quando for colocar ela no chão, coloque com muito cuidado, já vi muitas racharem nessa hora, falo para os meus alunos imaginarem que ela é de vidro. Nunca a deixe de pé, nem em casa e nem na rua, uma rajada de vento pode ter consequências bem desagradáveis.

Figura 2: Prancha e seus componentes.

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DO LUGAR Bom, uma coisa é certa, pra você surfar você tem que entrar no mar e o mais indicado é que você saiba nadar, porque de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde você vai precisar. Outra coisa, respeite os seus limites e respeite o mar sempre! A tomada de decisão se você terá momentos mágicos ou trágicos começa na areia, lembra?

Poucos esportes permitem que o poder da natureza seja sentido tão de perto. Dentro do mar, sentado numa prancha você tem acesso a sensações incríveis quase como entrar em um transe, mas pegar onda é coisa séria, você está sujeito a situações que podem ficar além do seu controle e correr riscos que, às vezes, não podem ser antecipados. Há ondas de vários tamanhos, correntezas, pedras, banhistas, outros surfistas, enfim, vários problemas, e você tem que saber sair deles. Uma calmaria pode se transformar em algo poderoso em poucos minutos, ondas podem aumentar de tamanho e força, causando problemas reais se você não tiver experiência e habilidade e, se por acaso você ficar sem sua prancha, se a cordinha (leash) arrebentar, aí você pode conhecer situações que nunca imaginou antes.

Na minha escola a primeira coisa que falo para os alunos iniciantes e sempre friso para todos os níveis é: ANTES DE TUDO OLHAR O MAR, observe por um tempo, faça a leitura das ondas, calcule o tempo entre as séries, observe as condições da praia e onde estão os outros surfistas para poder tomar as decisões que podem evitar muitos momentos trágicos e frustrações.

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Existem praias de muitos tipos, normalmente as praias de tombo (aquelas que são mais inclinadas e tem areia mais grossa, tem também um buraco logo na entrada, mesmo com ondas menores) são praias que recebem ondulações mais fortes e tem ondas mais poderosas e também são sujeitas a mudanças mais extremas, essas não são indicadas para você aprender e nem praticar, enquanto você ainda é iniciante, porque quanto mais rápidas forem as ondas, mais difícil de você desenvolver o timing (tempo) delas e quanto maiores forem as ondas aumenta também o perigo. As praias mais indicadas são aquelas de areia mais fina, menos inclinadas e com ondas mais lentas, essas normalmente são rasas e você surfa com o pé no chão, as de tombo logo de entrada já não dão pé, então você tem que ter uma boa remada para surfar ai.

Cuidado com as correntezas! Toda água que vem tem que voltar, e essa volta é chamada de corrente de retorno e existe por toda praia. Nas praias que têm salva-vidas eles sinalizam com bandeiras vermelhas esses pontos, mas nas outras não. Normalmente essa área é bem visível, pois as ondas quebram diferentes ali e também levantam um rastro de areia que vai em direção ao fundo. Se você não tem certeza, pergunte para um local, para alguém que conheça. Para os surfistas experientes essa corrente é um atalho que ajuda ir para o outside, mas para os iniciantes pode ser angustiante, primeiro porque normalmente fica um canal que não dá pé e leva você para fora e segundo que as ondas não funcionam direito ali. Se você cair numa dessas fique calmo, não tente remar contra ela, tente remar mais paralelo a praia, deixe ela levar um pouco e vá saindo pela diagonal, quanto mais para fora mais ela perde a força, saia pelo lado, não pela frente. Outra coisa, sempre perto dos costões tem uma corrente de retorno, e bem perto das pedras sempre tem um buraco cavado por ela. Melhor não surfar muito perto das pedras até para não ser arremessado sobre elas. Conselho: independente do seu nível de surf NUNCA SURFE SOZINHO, é sempre bom saber que tem alguém junto com você.

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Figura 3: Corrente de retorno de acordo com o corpo de bombeiros de Santa Catarina.

Também procure conhecer o fundo dessa praia, debaixo das ondas também se escondem outros perigos como pedras que podem ser visíveis ou não, dependendo da maré e do mar agitado, fique de olho em qualquer superfície alterada na água ou mudança de cor.

Antes de surfar se informe sobre a maré, altura da variação, etc... Dependendo do horário onde antes era mais fundo, pode estar bem raso na hora do seu surf. Sempre saiba da altura da lâmina d‟água, um percentual alto de acidentes no surf tem haver com choque com o fundo, independente da formação desse fundo (areia, rocha, coral) uma batida pode render muitos problemas dependendo da força, velocidade e altura da queda, problemas até bem graves como paraplegias ou tetraplegias, são raros, mas possíveis, e evitáveis se você usar o bom senso e não surfar em lugares muito rasos.

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Outro detalhe é você marcar pontos de referência na areia, assim você pode se localizar e tentar manter um posicionamento, sabendo pra que lado está “puxando” e se localizar melhor com relação ao ponto onde está quebrando onda.

DA ROUPA Uma boa pedida tanto para o frio como para uma proteção maior da sua pele (do sol, de animais como águas vivas ou de acidentes) é a roupa de borracha, neoprene ou wetsuit, ela é uma segunda pele, normalmente varia de 1,5mm até 5mm ou mais e existem modelos que vão do totalmente longo (mangas e pernas), os curtos (que são shorts com ou sem mangas) ou só uma blusa (veste), cuide do tamanho para que não impeça os seus movimentos, mas de todas as formas são uma segurança a mais. Porém se onde você estiver surfando for muuuuuuito calor use pelo menos uma camiseta de lycra, já ajuda um pouco. Lugares mais frios pedem até mesmo o uso de botinhas, luvas e gorros, procure estar sempre vestido adequadamente. As botinhas também podem ser usadas se você vai pra algum lugar com fundo de coral (reef‟s ou recifes) que são bem cortantes. Alguns surfistas também usam capacete, mas são aqueles mais experientes que vão pegar ondas maiores em lugares rasos, não aconselho esses lugares para iniciante de jeito nenhum.

DO SOL Também não podemos esquecer-nos do filtro solar! O reflexo da água pode aumentar a exposição aos raios UV em até 25%, enquanto na praia a areia pode aumentar a exposição em até 15%, por isso, se você pensa que dentro d‟água não vai se queimar ou se estiver nublado, engano seu, o protetor deve ser usado para qualquer exposição mais demorada ao sol e uma sessão de surf dura em média 1 hora, use um protetor solar específico para esportes aquáticos de longa duração e à prova d‟água, aplique-o pelo menos 20 minutos antes de entrar na água, de atenção maior ao rosto e pescoço (nuca), também

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a ponta superior das orelhas que queimam bastante e a parte de trás dos joelhos se você for de shorts ou maiô (no caso das meninas), a boca também é muito sensível então passe um protetor específico para essa área, logo, previna-se.

DO EQUIPAMENTO A prancha é o seu principal equipamento de surf, mas você tem que ter alguns cuidados muito importantes com ela antes, durante e depois de surfar: 

Leash ou cordinha: é o principal equipamento de segurança no surf, evita acidentes de consequências que podem ser bem graves, dependendo da situação, um leash arrebentado num mar com correnteza pode te obrigar a ter que nadar muito para sobreviver, também pode levar a prancha e bater em outro surfista ou banhista. A prancha por mais arredondado que seja o shape dela e mesmo as de material soft tem um peso, e arremessada por uma onda sobre alguém é pancada na certa, isso sem falar das quilhas que normalmente são cortantes.



Fieira: é aquela cordinha da qual fixamos o leash na prancha, tem que estar em bom estado, bem colocado e firme, na dúvida peça para alguém experiente colocar para você. Ela tem que ficar o mais próximo da prancha possível, e só com espaço suficiente para passar a ponta do leash. Tem que estar em boas condições. Um leash novo ou em bom estado numa fieira já muito velha e avariado, não adianta de nada, se a fieira arrebentar, você vai ficar com problemas e igual corre o risco de ficar sem prancha, teste antes de entrar na água, puxe o leash bem forte perto da fieira para ver se ela resiste.



Parafina: independente do material da sua prancha sempre antes de entrar para surfar você tem que repassar, mesmo que você ache que já tem parafina suficiente, dê uma repassada. Use o pente para fazer as ranhuras e passe a parafina por cima, em movimentos circulares. A parafina costuma

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sair pelo contato do corpo com a prancha, normalmente ela perde a aderência durante a sessão de surf. Também derrete se ficar no sol, se isso acontecer é melhor você tirar ela toda e colocar nova. Então não custa nada dar uma “calibrada na parafa” antes de entrar, para depois você não dar a desculpa que ficava caindo por causa da parafina. 

Quilhas: são os lemes da sua prancha, por isso são bem cortantes, tem que estar bem fixas e você tem que tomar muito cuidado para quando cair não se cortar com elas, elas têm que estar em forma simétrica, sem faltar nenhuma das laterais. Você pode até surfar sem a quilha central (se a sua prancha tem 3 ou 5 quilhas), mas as laterais não podem faltar senão sua prancha vai sempre puxar para um lado. Existem quilhas fixas (que são colocadas na prancha na hora da fabricação), se quebrarem tem que mandar pro reparo, e quilhas móveis que do meu ponto de vista são melhores, pois você pode tirar para transportar, só não esqueça da chave de quilha, é uma chavinha específica, sem ela você fica na areia.



Pranchas: São 55% das causas de acidentes com surfistas e podem ser extremamente perigosas, por isso, enquanto estiver aprendendo, dê preferência para as de material soft, e com ponta mais arredondada, pelo menos até você ter um pouco mais de experiência. Cuide muito principalmente nas quedas, apesar de alguns movimentos serem totalmente imprevisíveis, não esqueça: após cair ela está somente a um leash de distância de te bater, então proteja a cabeça com os braços e fique um pouco embaixo da água, uns 3 segundos, quando levantar tente manter contato visual o mais rápido possível com sua prancha. E ainda tem as pranchas dos outros surfistas, por isso MANTENHA DISTÂNCIA e não fique nunca atrás de ninguém, se achar que pode haver um choque tente se desviar ou mergulhe o mais fundo possível. Antecipe o problema e sempre tome a iniciativa de defesa. Falo para os meus alunos que surfar é como pilotar uma motocicleta, você tem que olhar para todos os lados todo o tempo e saber o que está acontecendo no seu perímetro, sempre pense

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que o outro vai bater em você, então não espere o bom senso dos outros surfistas, SAIA DA FRENTE.

DOS OUTROS Um indicativo de que está bom para surfar são os outros surfistas, mas não se esqueça, NUNCA ENTRE NO MEIO DELES, comece pelas laterais, sentindo o clima da galera. Por enquanto o que você tem que saber e cuidar é: não atrapalhar o surfe de ninguém! Para a sua segurança e do outro, lembrando que a prancha não tem freio e você como iniciante ainda não tem a habilidade de desviar, então é melhor evitar.

Uma coisa é certa, todo esporte que envolve muitos seres humanos juntos (principalmente homens) competindo por uma mesma situação (no caso uma onda), é passível de estresse. Mantenha distância, saia do pico, evite. Muita testosterona junta não dá certo.

O Localismo é um problema mundial, todo surfista do lugar acha que a praia assim como as ondas lhe pertencem, bom, ele está ali diariamente nas boas e más condições, com certeza vai exigir uma preferência de ondas, então, principalmente se você não é do local, se afaste, comece pelas laterais e não reme numa onda se já tem algum surfista remando, se você é iniciante e está aprendendo e desenvolvendo o timing (tempo da onda) com certeza além de não pegar, ainda vai atrapalhar o cidadão. Saiba do seu espaço.

Por isso fiz da Segurança o segundo item deste manual, o primeiro é a prancha, pois sem ela você não surfa, porém em importância técnica a segurança vem em primeiro lugar. Antes de tudo, para você estar ciente dos riscos e poder evitá-los, para você ir se acostumando com os detalhes desse esporte tão lindo, mas também tão técnico e, diferente de mim, que aprendi a surfar numa época em que mal se viam meninas na água e nem sequer se pensava em escolas de surf, que era através do erro/acerto, através das quedas e equívocos que aprendíamos, você tem aqui, nesse manual,

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antecipados, vários dos perigos e problemas possíveis, então, leia e releia com atenção esse conteúdo, aos poucos e no seu dia a dia dentro d‟água você vai identificar várias situações descritas aqui e vai poder, com certeza, evitar e antecipar os problemas, eliminando assim os momentos trágicos só usufruindo dos momentos mágicos, que no surf serão MUITOS!

Figura 4: Etiqueta do surf.

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Antes de você pensar em surfar ou fazer qualquer atividade física, o ideal é procurar um médico para se garantir e ter certeza das suas condições físicas e de saúde, afinal, o surf como atividade física, requer um condicionamento e preparo físico já existentes. Por isso se você não faz nada, é sedentário ou quase e quer começar a surfar, comece antes a se mexer, a se preparar, a maioria de nós pensa somente em surfar, mas existe um caminho para isso, em primeiro lugar tem que se estar preparado fisicamente.

É necessário elevar a sua força e resistência para que seu corpo esteja preparado para a quantidade de remada que você vai precisar dar, além disso, você precisa garantir que vai ter força suficiente para se levantar sobre a prancha.

Para surfar precisamos de fôlego, força, equilíbrio, resistência muscular, flexibilidade entre outros requisitos e claro, saber nadar. Por isso os esportes mais indicados como preparação física para o surf são a natação e a ginástica funcional (ambas voltadas para o surf), exercícios com o peso do corpo e de propriocepção (equilíbrio), também fazem parte desse caminho. O bom é procurar um suporte profissional para começar. Esses exercícios ajudam na operação dos grupos musculares que recrutamos nos movimentos necessários para ficar em pé em uma prancha. Lembre-se: o tempo gasto em treinamento será pago nas ondas, por isso defina um tempo certo na semana para treinar.

Outro detalhe muito importante, se você está acima do peso, procure emagrecer um pouco, lembre-se: você tem que levantar o próprio corpo então

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quanto menos peso, menos força. Procure um nutricionista, ele vai te ajudar a perder peso mais rapidamente e com segurança.

Mas partindo do princípio que você já está preparado fisicamente, vamos surfar?

Figura 5: Preparação para o surf.

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ALONGUE-SE E AQUEÇA-SE Qualquer forma de esforço físico requer um aquecimento, e com o surf não é diferente, ele prepara o corpo para o esforço físico mais intenso, e também para situações e movimentos que você não está acostumado a fazer no seu dia a dia. Reserve um tempo para o aquecimento e alongamento présurf. Antigamente, para nós da turma da old school, colocar a roupa de borracha ou remar até o pico já era o aquecimento, ledo engano, hoje, tanto eu como meus colegas de surf colhemos o que plantamos, e todos, sem exceção têm algum tipo de lesão decorrente do mau preparo para o esporte.

De 10 a 15 minutos de aquecimento/alongamento na praia é o bastante para elevar os batimentos cardíacos antes dos exercícios, e você já minimiza ou até elimina o risco de lesões, e seu corpo ficará mais propenso a não se machucar e com certeza ficará mais confortável na água por mais tempo. Com um aquecimento apropriado você terá um aumento da resposta muscular, diminuição da rigidez dos músculos e aumento das amplitudes dos movimentos, tudo no seu corpo responderá mais rápido, inclusive o seu foco mental envolvido na atividade. Também prepara o seu corpo para os movimentos vigorosos que estão por vir, permitindo assim uma performance melhor. Estático X Ativo? Membros Superiores X Membros inferiores? Bom, falo para os meus alunos que não existe uma ordem exata, mas que é melhor para você gravar/decorar uma sequência de movimentos. Seguem exemplos de rotinas de exercícios de aquecimento e alongamentos dinâmicos e estáticos:

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SIMULAÇÃO Fazer o movimento de subida na prancha antes de entrar no mar é imprescindível e faz toda a diferença para o seu aprendizado e, embora seja uma tarefa simples de aprender, é também a mais importante, pois reproduz a posição que você ficará em sua prancha. O seu objetivo é de ficar de pé o mais rápido possível e quanto mais rápido você fizer isso, mais pronto estará para surfar. Nas minhas aulas presenciais, todas, de qualquer nível, sempre fazemos a simulação antes de entrar na água, isso é fundamental na construção da sua memória muscular, além de ser um treinamento bem específico do movimento.

Outro detalhe é você fazer o movimento na areia da praia antes de surfar, (mas também no quarto, na sala, sobre um tapete, enfim, onde você quiser e puder), sempre é muito bom, depois de aquecer e alongar você fazer de 5 a 10 movimentos de subida (simulação). Na praia o melhor é você desenhar uma prancha no chão, e não se esqueça de desenhar a longarina para marcar o meio da prancha, é sobre ela que você vai se deitar e na subida pisar também.

Agora é a hora de você decidir ou descobrir qual o seu pé que fica atrás e qual fica na frente, normalmente o pé que fica atrás é o pé do seu lado dominante, o pé que você chuta a bola no futebol, por exemplo, mas, se você não tem certeza experimente com os dois. Se o seu pé de trás é o direito, você é um Regular, podendo ser front side para a direita (você surfa de frente para as ondas que abrem para o lado direito da praia), e back side para a esquerda

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(você surfa de costas para as ondas de esquerda), agora, se o seu pé de trás é o esquerdo, você é um Goofy, podendo ser front side para a esquerda (você surfa de frente para as ondas que abrem para esquerda da praia) e back side para a direita (você surfa de costas para as ondas de direita). E é no tornozelo do pé de trás que você deve colocar o leash/cordinha.

Figura 6: Take off é a manobra em que o surfista se põe em pé sobre a prancha.

SUBIDA Bom, agora que você já sabe qual o seu pé de trás, vamos aprender a subida? 

POSIÇÃO INICIAL Deite-se bem no meio (longarina) da prancha, com os dedos dos pés

sobre a região das quilhas, com as mãos apoiadas na prancha na altura do peito e com os cotovelos apontados para fora, olhando para frente.

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APOIO A partir da posição inicial, faça um apoio empurrando o peito para cima

(cuidado nessa hora para não se segurar na borda da prancha, isso é fatal) se elevando na prancha, estenda os seus braços até que só as mãos e a ponta dos pés estejam em contato com ela, a coluna fica levemente arqueada nesse momento. 

PISADA Sem tirar as mãos da prancha, puxe a perna da frente calculando bem o

joelho no meio dos cotovelos e firme o pé da frente na prancha já virando os quadris e posicionando-se de lado, o peso do seu corpo deve estar sobre este pé nesse momento, assim que você sentir esse pé acomodado (não vale olhar pra baixo pra conferir se pisou certo, se você fizer isso vai mergulhar na hora), imediatamente tire as duas mãos, transferindo nesse momento o seu equilíbrio de 4 para 2 apoios, deixe o pé de trás sobre a região das quilhas, porém bem no meio, sobre a longarina. 

IMPULSIONANDO Solte as mãos e mantenha-se na posição semi-agachado, calcule seus

braços na linha da cintura ou que as mãos fiquem na altura dos joelhos, aí é a altura que você deve ficar, quanto mais baixo o seu centro de gravidade (algum lugar entre o umbigo e as costas, mais ou menos na linha da cintura), maior é a probabilidade de sucesso. Cuide para não se levantar mais do que isso, senão você vai sair da posição, e dar um mergulho de costas. Olhe para frente, e não para os pés, também vai evitar cair.

TRÊS DETALHES IMPORTANTES 1. PISAR NA LONGARINA 2. FICAR AGACHADO TODO O TEMPO 3. OLHAR PARA FRENTE

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Figura 7: Simulação da subida (Goofy).

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DICA: agora que você já sabe fazer o movimento, o segredo é praticar, faça todo dia (ou noite), de 10 a 20 vezes essa simulação, no chão da sua casa, de preferência sobre um tapete ou algo parecido, calcule bem no meio. Isso é útil também para quem não mora perto do mar e não pode surfar regularmente. Você já vai treinando o seu corpo e subconsciente, mecanizando um movimento que depois vai ter que fazer sobre a prancha, em movimento e dentro da água.

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Bom, a remada está para o surf como o chute está para o futebol. Ela é imprescindível e necessária. Sem remada você decididamente não surfa (a não ser que a sua prancha seja motorizada). Numa sessão normal de surf a primeira coisa que você mais vai fazer é esperar a onda e a segunda é remar. Você precisa remar para se posicionar e pegar a onda, e como você vai precisar muito dos braços você tem que condiciona-los, tanto na água como fora. É muito bom fazer exercícios com elásticos (você coloca o elástico em uma coluna e segurando nas pontas faz o movimento da remada, é legal você intercalar movimentos lentos com movimentos rápidos) e até fazer aulas de natação, onde você usa movimentos bem parecidos. Quanto mais próximo for o movimento e o gasto energético do real, mais você se adapta.

Primeiro você tem que se estabilizar sobre a prancha deitado, bem no centro, com os pés sobre a região das quilhas (se é um longboard, por exemplo), a medida é você deixar uns 4 dedos de altura do bico da prancha em relação a água. Ai você pode remar para experimentar seu equilíbrio deitado, de preferência num dia com poucas ondas, reme bastante para treinar.

O movimento correto é com os braços alternando, um após o outro, como no nado de crawl, um braço está atacando na frente furando a água enquanto o outro finaliza empurrando a água para trás. Vá buscar a água bem lá na frente o máximo que puder, e mantenha os dedos fechados com as mãos mais ou menos em concha. Afunde o antebraço até quase o cotovelo puxando a água para trás.

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Normalmente no momento do drop você tem que acelerar bastante. Quando for remar pra pegar a onda, não se esqueça de olhar pra ela, é nesse momento que você pode calcular a velocidade da remada. Para entrar também reme o mais forte que puder, a hora que o surfista “descansa” é quando chega no outside. Fora isso é remaceiraaaaa…

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Então chegou a hora de colocar em prática tudo o que aprendemos até agora, porém alguns detalhes tem que ser relidos e reforçados: 

PRANCHA: Lembrando que a prancha certa é a diferença entre o sucesso e o fracasso da sua tentativa de aprender a surfar, e a escolha errada pode te levar do céu ao inferno. O que eu mais vejo são pessoas dizendo que “não nasceram pra isso” porque nas primeiras tentativas acharam muito difícil até de ficar deitado na prancha, claro, como você já sabe, quanto menor a prancha maior a dificuldade. Por isso, prefira as maiores e de soft. E não esqueça a parafina (antes de toda entrada na água) e o leash, que deve ser colocado no tornozelo da perna que fica atrás (somente na hora de entrar na água).



SEGURANÇA: No surf, fora o fato de você estar inserido num meio que não é o seu, o aquático (por isso saber nadar ajuda bastante). Existem alguns problemas eminentes e que temos que tentar eliminar, o equipamento e o fundo do mar são alguns deles e fazem parte do contexto então temos que tentar administrar.



PROBLEMAS COM O FUNDO DO MAR: você só vai ter problemas com o fundo da praia, se cair errado e bater contra ele, ou entrar num lugar que não é adequado, por isso sempre que for cair, no momento da queda, proteja a cabeça envolvendo ela com os dois braços. Nunca mergulhe de ponta (de cabeça), e uma vez embaixo da água tente ficar em posição fetal (protegendo a cabeça sempre), não se levante imediatamente, fique de 3 a 5 segundos submerso e quando subir, quando levantar ainda assim proteja a cabeça. Às vezes, quando você está se levantando, dependendo de onde

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a prancha parar, a onda ou até o estiramento do leash trazem ela muito rápido pra cima de você. Tente ter contato visual total com a sua prancha e se na hora da queda você sentir o leash estirando no seu tornozelo, beleza, a prancha está longe, porém, se você não sentir o puxão é porque ela está bem

no

seu

entorno

e

pode

estar

bem

pertinho.

Cuidado também se você vier surfando até a beira, quando for pular da prancha sempre tenha em mente que você vai pular em 1 palmo de água, se prepare para 1 palmo de água independente da altura que tiver, porque se você saltar muito forte e dependendo do impacto você pode se machucar de verdade, e pior, no seco. 

PREPARAÇÃO: Alongamento e aquecimento, mais ou menos uns 10 minutos antes de entrar são cruciais para evitar lesões, e também além de preparar o seu corpo, já preparam o seu cérebro para o que vem por ai. Também é muito importante você fazer o movimento de subida na prancha (simulação) ainda na areia, faça de 5 a 10 vezes, é o suficiente para acordar o seu corpo.

ENFIM ENTRANDO Entre na água caminhando ao lado da prancha com uma mão segurando bem firme na rabeta e a outra apoiada mais a frente, você tem que vencer as ondas, e a sua força neutralizar a força da onda, para que você consiga ir para o lugar ideal, que é atrás da linha onde elas quebram. Você pode ir andando até a água estar mais ou menos na altura da sua cintura, com a prancha sempre ao seu lado, nunca fique atrás da prancha, entre a prancha e a onda, pois a onda pode trazer com violência a prancha sobre você. Quando vier uma onda ou espuma, force a rabeta para baixo, levantando o bico e assim passe por cima dela. Se a sua praia é tranquila, quando chegar com a água na altura do abdômen, pode deitar e remar para o fundo, de preferência na calmaria (intervalo das séries). Lembrando que a praia ideal para aprender é aquela mais mansa onde as ondas quebram mais no raso e não tão no outside.

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Uma vez deitado sinta o seu corpo sobre a prancha, tente detectar o centro de equilíbrio, se você estiver em um long board 9‟ os seus pés ficam sobre a prancha na região das quilhas quando você estiver deitado. Na dúvida lembre “o bico da prancha fica cerca de 4 dedos para fora da água”. A maneira como você se posiciona quando deita na prancha é muito importante, se você estiver muito para frente, você vai embicar, vai dar de cara na água quando pegar a onda, e se estiver muito atrás, as ondas irão passar por você e não vão te levar. Primeiro reme de um lado para o outro para se acostumar com a prancha, reme em algumas ondas já quebradas (na espuma) e vá primeiro de „jacaré‟ deitado, para você ir se acostumando com a velocidade e a estabilidade da prancha. Pegue algumas ondas assim estouradas, e quando sentir que a prancha está acelerada tente ficar de pé e deixe a espuma te levar até a beira. CUIDADO: se a sua prancha for de fibra você pode quebrar as quilhas na areia se vier surfando muito até a beira, já as de soft tem as quilhas de material plástico, mesmo assim você NÃO precisa ir até trancar as quilhas na areia, saia da prancha um pouco antes. 

POSICIONANDO: No surf ficamos o tempo todo buscando posicionamento, esse é o segredo de pegar bastante ondas. Se na sua praia as ondas são mais tranquilas, então podemos ir para o outside e já buscar um posicionamento antes da onda quebrar. Se onde vamos surfar é uma praia mais difícil com ondas mais fortes e maiores, então é mais aconselhável ficar no inside (raso) e pegar espuma mesmo, quanto mais perto da quebra da onda, mais forte é a espuma, tente ser seletivo, a onda tem que ter força suficiente para te empurrar.



PEGANDO ONDA: Quando você visualizar a sua onda, mais ou menos de 5 a 10 metros de distância, comece a remar na direção da praia, para quando a onda te tocar, você já esteja em movimento. Se você começa a remar só quando a onda chega, ela vai passar por você e não vai te levar, por isso a sua aceleração deve ser o mais próximo possível da aceleração da onda, ai sim ela vai te levar, então reme com vontade! Esse timing é desenvolvido no decorrer do seu tempo de surf, precisa de

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vivência. Ondas com a parede já em 90 graus ou próximo disso, mais verticalizadas, não interessam, precisamos que a parede da nossa onda tenha mais ou menos 45 graus, essa onda não vai nem nos engolir nem nos arremessar, por isso começar tem que começar a remar antes da onda e não muito perto de onde ela quebra. Assim que você sentir a onda sob seus pés dê um bom impulso para frente e já tenha em mente o próximo passo: levantar. Conforme a prancha adquire velocidade e você sente que ela está te levando para frente, pare de remar e coloque as palmas das mãos na altura do peito, como se fosse fazer uma flexão. Dica: jamais segure ou se agarre nas bordas da sua prancha. Faça o movimento que treinou na areia, da forma mais rápida possível. Já de pé, mantenha seus olhos para frente e fique um pouco agachado. Parabéns! Você está pegando a sua primeira onda! Primeiro pratique pegar onda e ir para frente em direção à praia, conforme for aprendendo e ficando mais experiente, comece a pensar em dropar para os lados, mais isso é uma conversa para o nosso próximo encontro.

10 DICAS PARA O SUCESSO 1. Posicione a prancha perpendicularmente a onda que você quer pegar; 2. Fique na posição correta sobre a prancha antes de começar a remar; 3. Comece a remar em direção a praia antes que a onda chegue até você; 4. Inicie o movimento de subida com as mãos na altura do peito. Quando sentir que a prancha estiver indo sozinha, jamais segure em sua borda, mantenha em mente pisar bem no centro, sobre a longarina e fique agachado; 5. Evite levantar usando os joelhos, é a maneira mais lenta e mais difícil; 6. Nunca se apresse na onda; 7. Reme um pouco mais do que acha que precisa; 8. Fique sempre atento aos outros surfistas e não entre na frente deles; 9. Levante rápido, porém suavemente; 10. Olhe para frente, para onde quer ir. Se olhar para baixo vai mergulhar imediatamente.

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Se você chegou até aqui, com certeza você já está num nível de entendimento mais elevado do que muitas pessoas que não buscam o conhecimento e às vezes desistem mesmo antes de começar, e por fazerem tudo de forma equivocada, pensam que não nasceram para a “coisa”, quando na verdade é simplesmente a falta de informação. Muitos também vão sem a mínima noção de nada para dentro da água, colocando em risco suas vidas e a dos outros também. O meu objetivo com esse e-book é dar uma pequena noção do que fazer e também do que não fazer estando lá dentro, também creio que com essa leitura e a prática você já consiga ter subsídios para começar nesse esporte tão mágico. É o começo de um universo de possibilidades que vão aparecer depois, os desafios não acabam nunca, depois que você aprende a ficar em pé de boa, vai querer diminuir a prancha, vai querer começar a correr a parede da onda, a praticar as manobras e pegar ondas cada vez melhores e maiores, fazer viagens para lugares com ondas perfeitas, enfim, como eu disse: A sua vida vai mudar! Bem vindo ao mundo do surf, bem vindo a uma vida cheia de emoção e saúde.

E ai? Vamos surfar? Então vem comigo!!! Valéria de Bem.

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Surf de Bem - 7 pilares para aprender a Surfar

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