Sermões por Andrew Murray

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A vida do velho homem oarautodasuavinda.com.br /a-vida-do-velho-homem Andrew Murray “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Em Mateus 16, lemos que Jesus perguntou aos seus discípulos em Cesareia de Filipe: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?”. Depois de ouvir suas respostas, ele ainda lhes perguntou: “Mas vós, quem dizeis que eu sou?”. Pedro, então, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” . “Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (vv. 16,17). Pouco depois, Jesus começou a falar aos discípulos a respeito de sua iminente morte. Imediatamente, Pedro o repreendeu: “Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (vv. 22-24). Frequentemente, ouvimos falar de cristãos que vivem conformados com o mundo, e surge a pergunta: qual a verdadeira causa disso? O que leva tantos discípulos de Jesus a desperdiçar suas vidas, aceitando a terrível escravidão da carne ao invés de desfrutar da liberdade, dos privilégios e da glória dos filhos de Deus? Outra pergunta, também, vem nos incomodar: quando enfrentamos uma coisa errada e tentamos lutar contra ela, por que não conseguimos vencê-la? Qual seria a explicação de ainda vivermos uma vida misturada, dividida e morna, tendo em vista que já oramos e fizemos centenas de resoluções de abandonar a prática errada? A essas duas perguntas há uma única resposta: é a vida do velho homem que está por trás de todos os nossos problemas. Por isso, quando alguém me pergunta: “Como posso me livrar desta vida carnal e contaminada?”, minha resposta não é: “Você precisa fazer isso, ou agir dessa forma ou se esforçar mais”. A resposta só pode ser: “Uma nova vida que vem do alto, a vida de Cristo, precisa tomar o lugar do velho homem. Só assim é que seremos vencedores”. Considere neste texto a expressão “si mesmo”. “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” Esta é a marca do discípulo. O segredo da vida cristã é negar a si mesmo, pois, ao fazer isso, todas as demais coisas entram nos eixos. Pedro era um discípulo, uma pessoa ensinada pelo Espírito Santo. Ele acabara de dar uma resposta que agradou a Jesus profundamente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Não pense que foi algo normal ou comum. Nós aprendemos a verdade dessa confissão no catecismo ou nas aulas bíblicas; Pedro não a aprendeu em lugar nenhum. Jesus viu que o Espírito do Pai havialhe ensinado e disse: “Bem-aventurado és, Simão Barjonas”. Veja, porém, como o homem carnal em Pedro ainda era forte. Quando Jesus começou a falar de sua cruz, Pedro continuou a pensar sobre a glória: “Tu és o Filho de Deus”. A cruz e a morte de Jesus não penetraram em sua mente. Ele ainda persistiu em sua autoconfiança e disse: “Nunca, Senhor! Isso jamais te sucederá. Tu não podes ser crucificado e morrer”.

Foi por isso que Jesus precisou repreendê-lo: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”. Em outras palavras, Pedro estava falando como um mero homem carnal e não como o Espírito de Deus queria lhe ensinar. A seguir, Jesus ainda foi mais além e disse a Pedro: “Lembre-se, não sou só eu que vou morrer; você também vai. Se alguém quiser ser meu discípulo, ele precisará negar a si mesmo, tomar sua cruz e me seguir”. Vamos ficar focados nesta única expressão: “si mesmo”. É só quando aprendermos a discernir o que é a vida natural, a vida do velho homem, que entenderemos onde está a raiz de todos os nossos fracassos e estaremos preparados para ir a Cristo em busca de libertação. A natureza do velho homem Vamos considerar, em primeiro lugar, a natureza do velho homem. Depois observaremos algumas de suas obras e faremos a pergunta: “Como podemos ser libertos dele?”. O “eu” é a força criada por Deus com a qual ele dotou cada criatura inteligente. É o próprio centro de existência de um ser criado. Por que Deus deu aos anjos e ao homem um “eu”? O objetivo era que cada um pudesse trazer a vida pessoal como um recipiente vazio para que Deus o enchesse com a vida divina. Deus me deu o poder da autodeterminação para que eu pudesse entregar-me a ele todos os dias e dizer: “Ó Deus, opera no meu ‘eu’; ofereço-me a ti”. Deus queria um vaso para poder enchê-lo com sua divina plenitude de beleza, sabedoria e poder. Ele criou o mundo, o sol, a lua e as estrelas, as árvores, as flores e a grama para mostrar as riquezas de sua bondade, sabedoria e engenhosidade. A criação cumpre esse propósito, mesmo sem saber o que está fazendo. Em contraste, Deus criou os anjos com personalidade e vontade próprias para ver se se renderiam voluntariamente como recipientes vazios a serem preenchidos por ele. Infelizmente, nem todos o fizeram. Um deles, chefe de uma grande companhia de anjos, começou a olhar para si mesmo. Viu os maravilhosos poderes que lhe foram conferidos por Deus e começou a deleitar-se em si mesmo. Pensou: “Será que um ser como eu terá que depender para sempre de Deus?”. Ele se exaltou, o orgulho se autoafirmou em independência de Deus e, naquele momento, ele se transformou de um anjo celestial em um demônio do inferno. Uma vida própria, rendida a Deus, é a glória de permitir que o Criador se revele na criatura. Uma vida própria, independente de Deus, é a fonte de escuridão e fogo do inferno. Todos nós conhecemos a terrível história do que sucedeu depois. Deus criou o homem, e Satanás veio na forma de serpente para tentar Eva com o desejo de tornar-se como Deus, tendo uma vida independente, conhecendo o bem e o mal. Enquanto falava com ela, Satanás soprou no seu interior suas palavras venenosas e o próprio orgulho do inferno. Com isso, seu espírito maligno, impregnado com veneno mortífero, entrou na humanidade. É essa vida maldita que herdamos dos nossos primeiros pais. Foi exatamente esse “eu” independente que arruinou o mundo e trouxe destruição, pecado, trevas, desgraça e miséria sobre a humanidade. Tudo o que permanecerá durante os séculos infindáveis da eternidade no inferno será apenas o domínio do “eu”, da maldição da independência, separando e afastando o homem de seu Deus e Criador. Se quisermos entender plenamente o que Cristo fará por nós, se quisermos nos tornar participantes da salvação completa, teremos de aprender a conhecer, a detestar e a rejeitar inteiramente esse “eu” maldito. As obras do velho homem

Quais são, então, as obras que essa vida própria, contaminada com a natureza maligna, produz? Eu poderia citar muitas, mas quero concentrar-me nas palavras mais simples e evidentes que descrevem a vida do velho homem que precisa ser negada e crucificada continuamente: vontade própria, autoconfiança e autoexaltação. Vontade própria ou agradar a si mesmo é o grande pecado do homem. É a razão por que se faz tanta concessão ao mundo e à carne, causando a ruína de incontáveis cristãos. As pessoas não entendem por que não deveriam agradar a si mesmas e fazer sua própria vontade. A maioria dos cristãos nunca conseguiu captar a ideia que um discípulo de Jesus é alguém que nunca busca sua própria vontade, senão somente a vontade de Deus, uma pessoa em quem habita o Espírito de Cristo. “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.9). Vemos cristãos agradando a si mesmos de mil e uma maneiras e tentando, ao mesmo tempo, ser felizes, bons e úteis. Não entenderam que sua vontade própria lhes rouba da bênção já na raiz de suas ações. Cristo disse a Pedro: “Negue a si mesmo”. Ao invés de fazer isso, Pedro disse: “Negarei ao meu Senhor, mas não a mim mesmo”. Ele nunca disse isso em palavras, evidentemente, mas Cristo o advertiu na última noite de que iria negá-lo, e foi assim que aconteceu. Qual foi a causa de sua queda? O desejo de agradar ou proteger a si mesmo. Ele ficou com medo quando a criada o acusou de ser um seguidor de Jesus. Três vezes, ele disse: “Não conheço este homem, nada tenho a ver com ele”. Ele negou a Jesus. Pense nisso! Não é de se admirar que Pedro tenha chorado amargamente depois. Foi uma escolha entre a vida própria, aquele horrendo e maldito “eu”, e o formoso, bendito Filho de Deus. E Pedro escolheu a vida própria. Por isso, ao cair em si, ele percebeu: “Ao invés de negar a mim mesmo, neguei a Jesus. Que escolha horrível eu fiz!”. Não deve nos causar nenhum espanto que tenha chorado amargamente. Cristão, olhe para sua vida à luz das palavras de Jesus. Você encontra ali vontade própria que sempre opta por agradar a si mesmo? Lembre: cada vez que você procura agradar a si mesmo, você nega a Jesus. É somente um dos dois. Você precisa agradar somente a ele e negar a si mesmo; do contrário, agradará a si mesmo e negará a ele. Depois vêm a autoconfiança, a autossuficiência e a autodependência. O que levou Pedro a negar Jesus? Cristo o havia advertido; por que ele não se preparou? A resposta é autoconfiança. Ele estava muito seguro de si: “Senhor, eu te amo. Durante três anos, tenho te seguido. Estou pronto para ir à prisão ou à morte”. Foi pura autoconfiança. As pessoas sempre me perguntam: “Por que eu fracasso? Desejo tão intensamente e oro com tanto fervor para viver na vontade de Deus”. Minha resposta geralmente é: “Porque você confia em si mesmo”. Normalmente, retrucam: “Não, não confio em mim. Sei que não sou bom. Sei que Deus está pronto para me guardar. Estou colocando minha confiança em Jesus”. Mas eu respondo: “Não, meu querido. Se você confiar em Deus, jamais cairá. O fracasso vem quando confia em si mesmo”. Precisamos acreditar: a causa de todas as falhas na vida cristã é simplesmente esta. Eu confio na vida própria (maldita e contaminada) ao invés de confiar em Jesus. Confio na minha própria força ao invés de confiar na força infinita de Deus. É por isso que Jesus disse: “Esta vida natural precisa ser negada”. Temos também a autoexaltação, outra manifestação da vida natural. Ah, quanto orgulho e inveja há entre os cristãos! Quanta preocupação com o que as pessoas dizem ou pensam de nós! Quanto desejo de louvor humano e de agradar às pessoas no lugar de viver na presença de Deus com o único pensamento: “Estou vivendo para agradar a ele?”.

Cristo perguntou: “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros?” (Jo 5.44). Receber louvor de alguém torna a vida de fé simplesmente impossível. A vida do “eu” originou-se lá no inferno. Separou-nos de Deus e tornou-se um terrível enganador que nos afasta de Jesus. A troca solene Chegamos agora ao terceiro ponto: como podemos nos livrar desta vida natural? Jesus nos responde no texto original: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Note bem: preciso negar a mim mesmo e tomar o próprio Jesus como minha vida. Preciso fazer uma escolha. Há duas vidas: a vida do “eu” e a vida de Cristo. Preciso escolher uma das duas. “Siga-me”, diz o nosso Senhor. “Faça de mim a lei da sua existência, a regra de sua conduta. Dê-me todo o seu coração. Siga-me e cuidarei de você.” Ó amigo, veja a solene troca que nos foi proposta. Venha e veja o perigo da vida deste “eu” com seu orgulho e maldade, lance-se diante do Filho de Deus e diga: “Nego a minha própria vida, tomo a tua vida como a minha”. A razão por que os cristãos continuam orando sem resultados para que a vida de Cristo se manifeste neles é que não estão negando a si mesmos. Então, você perguntará: “Como posso me livrar desta vida do velho homem?”. Você conhece a parábola: o homem forte guardou a sua casa até que um mais forte do que ele veio e o expulsou. Quando o lugar ficou desocupado, varrido e arrumado, ele voltou com sete outros espíritos piores do que ele (Lc 11.21-26). É somente quando o próprio Cristo entra que o “eu” pode ser expulso e mantido fora da casa. Este homem velho deseja permanecer conosco até o fim. Lembre-se do apóstolo Paulo. Ele havia visto a visão celestial e, para que não se exaltasse, um espinho na carne lhe foi enviado para humilhá-lo (2 Co 12.2-9). Havia uma tendência de se exaltar, o que era natural, e sua carne o teria conquistado se Jesus não o tivesse libertado com seu cuidado fiel pelo servo amado. Jesus Cristo é capaz, por sua divina graça, de impedir que o poder do velho homem volte a se afirmar ou que ganhe a supremacia. Jesus Cristo deseja se tornar a vida da nossa alma. Ele está disposto a ensinar-nos a segui-lo e a fixar nosso coração e nossa vida somente nele. Ele deve ser eternamente a luz da nossa alma. Chegaremos, assim, à realidade do que Paulo descreveu: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). As duas verdades precisam andar juntas. Primeiro é “não sou eu”; depois vem “mas Cristo vive em mim”. Veja Pedro outra vez. Jesus lhe disse: “Negue a si mesmo e siga-me”. Para onde ele teria de seguir? Jesus continuou guiando Pedro, mesmo quando ele falhou. Para onde o levou? Jesus o conduziu até o Getsêmani, e foi lá que Pedro falhou. Primeiro, dormiu quando deveria ter ficado acordado, vigiando e orando. Depois, Jesus o levou em direção ao Calvário, ao lugar onde Pedro o negou. Era Jesus que o estava guiando? Louvado seja Deus, era direção de Jesus. O Espírito Santo ainda não fora derramado em poder. Pedro ainda era um homem carnal. Seu espírito estava disposto, porém incapaz de conquistar a natureza pecaminosa. O que Jesus fez, então? Ele continuou a guiar Pedro para um lugar de quebrantamento e total abatimento e humilhação, da mais profunda tristeza. Jesus o conduziu, para além da sepultura e da ressurreição, até o dia de Pentecostes. Então o Espírito Santo veio, trazendo o próprio Cristo para viver nele com sua vida divina. Daí em diante era: “Cristo vive em mim”. Só existe uma forma de se libertar desta vida do “eu”. Teremos de seguir a Cristo, fixar nosso coração nele, ouvir seus ensinamentos, entregar-nos a ele cada dia para que ele seja tudo para nós. Pelo poder de Cristo, negar a si mesmo será uma realidade bendita e contínua. Nunca, por um instante, espero que um cristão chegue ao ponto de dizer: “Não tenho mais nada do ‘eu’ a ser negado”. Nunca,

por um segundo, poderemos dizer: “Não preciso mais negar a mim mesmo”. Não, essa comunhão com a cruz de Cristo será um processo incessante de negar a si mesmo, a cada hora e a cada momento pela graça de Deus. Não existe um lugar de plena libertação do poder deste velho homem pecaminoso. Precisamos manter a posição de estar crucificado com Cristo Jesus. Devemos viver com ele como aqueles que foram batizados em sua morte. Pense nisso! Cristo não tinha um “eu” pecaminoso, mas tinha um “eu”, uma vida e uma consciência humana. Ele realmente entregou sua própria vida até a morte. No Getsêmani, ele disse: “Pai, não seja feita minha vontade”. Ele entregou sua vida própria, sem pecado, até a morte, para poder recebê-la de volta, da sepultura, devolvida por Deus, ressuscitada e glorificada. Podemos ter expectativa de entrar na vida eterna de forma diferente? Tome cuidado! Lembre que Cristo desceu à morte e à sepultura e que é na morte do “eu”, seguindo a Jesus até a última instância, que a libertação e a vida nos serão dadas. Humilhe-se diante do Senhor Finalmente, que aplicação faremos desta lição do Mestre ? A primeira lição é que devemos tomar tempo para nos humilhar diante de Deus. Pense em tudo o que o velho homem é de fato; coloque na conta dele cada pecado, cada defeito, cada falha e tudo o que tem desonrado a Deus. Depois, diga: “Senhor, é exatamente isso o que sou”. Finalmente, deixe o bendito Cristo Jesus tomar todo o controle de sua vida, crendo que a vida dele pode ser sua. Não pense que é tarefa fácil se livrar do seu “eu”. Num culto de consagração e entrega, é relativamente fácil fazer um voto, oferecer uma oração e fazer um ato de rendição; no entanto, tão solene e grave quanto foi a morte de Cristo no Calvário – quando entregou sua vida e vontade imaculadas a Deus – a entrega do “eu” à morte precisa ser uma transação igualmente solene entre nós e Deus. O poder da morte de Cristo precisa operar em nós todos os dias. Pense no imenso contraste entre o voluntarioso Pedro e Jesus, quando cada um rendeu sua vontade a Deus! Que abismo havia entre aquela autoexaltação de Pedro e a profunda humildade do Cordeiro de Deus, manso e quebrantado de coração diante de Deus e do homem! Que contraste havia entre a autoconfiança de Pedro e a total dependência de Jesus no Pai quando ele disse: “Nada posso fazer por mim mesmo”. Fomos chamados para viver a vida de Cristo, e para permitir que Cristo venha viver sua vida em nós. Entretanto, uma coisa precisa acontecer antes: aprender a odiar e a negar o velho homem. Como Pedro disse, quando negou a Jesus: “Nada tenho a ver com ele”, assim nós precisamos dizer: “Nada tenho a ver com o velho homem”, para que Cristo Jesus possa ser tudo em todos. Vamos humilhar-nos ao pensar naquilo que o nosso “eu” tem feito a nós mesmos e como tem desonrado a Jesus. Oremos com muito fervor: “Senhor, por tua luz, desnuda o meu velho homem. Suplico que o reveles totalmente a mim. Abre os meus olhos para que veja o que tem feito e como tem me impedido de viver a tua vontade”. Oremos assim com muita intensidade e esperemos em Deus até que sejamos afastados de todos os nossos exercícios, experiências e bênçãos religiosos, até que consigamos nos aproximar de Deus com apenas uma oração: “Senhor Deus, a exaltação do ‘eu’ transformou um arcanjo num demônio e arruinou os pais de toda a humanidade. Foi a preservação do ‘eu’ que os expulsou do Paraíso para trevas e miséria, e esse velho homem tem sido a ruína da minha própria vida e a causa de todos os meus fracassos. Manifesta-o totalmente para mim”. Só então virá a bendita troca quando somos capacitados e preparados para dizer: “Outra pessoa viverá por mim”. Nada mais nos satisfará. Negue a si mesmo, tome a cruz para morrer com Jesus, siga somente a ele.

Que ele nos dê graça para entender, receber e viver a vida de Cristo. Extraído de “The Master’s Indwelling” (A Habitação Interior do Mestre), por Andrew Murray.

A VIDEIRA VERDADEIRA Meditações para um Mês em João 15:1-6 por Dr. Andrew Murray

Prefácio Tenho me sentido atraído para tentar escrever o que os jovens Cristãos podem facilmente aprender, como uma ajuda para eles tomarem aquela posição na qual a vida Cristã deve ser bem sucedida. É como se não houvesse nenhuma das principais tentações e falhas da vida Cristã não encontrada aqui. A proximidade, a totalsuficiência, a fidelidade do Senhor Jesus, a naturalidade, a fertilidade de uma vida de fé, são também reveladas, de forma que alguém pode com segurança dizer: Permita a parábola entrar no coração, e tudo dará certo. Possa o bendito Senhor conceder Sua benção. Possa Ele nos ensinar a estudar o mistério da Videira no espírito de adoração, esperando pelo ensinamento do próprio Deus.

Andrew Murray Capítulo 1 A VIDEIRA

"Eu sou a videira verdadeira” (João 15:1). Todas coisas terrestres são sombras das realidades celestiais - a expressão, em formas criadas e visíveis, da glória invisível de Deus. A Vida e a Verdade estão no Céu; na terra temos figuras e sombras das verdades

celestiais. Quando Jesus disse: "Eu sou a videira verdadeira”, Ele nos ensina que todas as videiras da terra são figuras e emblemas dEle. Ele é a realidade divina, da qual elas são expressões criadas. Todas elas apontam para Ele, pregam-NO, revelam-NO. Se você quiser conhecer Jesus, estude a videira. Quantos olhos têm observado e admirado uma grande videira com seu belo fruto! Venha e observe na Videira celestial até que seus olhos se voltem de tudo mais para admirá-LO. Quantos, em um clima ensolarado, sentam e descansam sob a sombra de uma videira. Venha e permaneça sob a sombra da Videira verdadeira, e descanse nela do calor do dia. Que regozijo incalculável no fruto da videira! Venha, e tome, e coma do fruto celestial da Videira verdadeira, e deixe sua alma dizer: "Sentei-me sob Sua sombra com grande deleite, e Seu fruto era doce ao meu paladar. "Eu sou a videira verdadeira” - Este é um mistério celestial. A videira terrestre pode ensinar-te muito sobre esta Videira do Céu. Muitos pontos interessantes e belos de comparação sugerem-se, e nos ajudam a adquirir concepções do que Cristo significa. Mas tais pensamentos não nos ensinam a conhecer o que a Videira celestial realmente é, em sua sombra refrescante, e em seu fruto doador de vida. A experiência disto é parte do mistério oculto, que ninguém senão o próprio Jesus, pelo Seu Espírito Santo, pode desvelar e transmitir. Eu sou a Videira verdadeira - A videira é o Senhor vivo, que fala, e dá, e obra tudo que Ele tem para nós. Se você quer conhecer o significado e o poder desta palavra, não pense encontrá-la pelo pensamento ou estudo; estes podem

ajudar-te para mostrar o que deves receber dEle para despertar desejo e esperança e oração, mas eles não podem te mostrar a Videira. Somente Jesus pode revelar a Si mesmo. Ele dá Seu Espírito Santo para abrir os olhos para vê-LO, e para abrir o coração para recebê-LO. Ele mesmo deve falar a palavra para você e para mim. "Eu sou a videira verdadeira” - E o que devo fazer, se quiser o mistério, em toda sua beleza e benção celestiais, aberto para mim? Com o que você já sabe da parábola, curve-se e fique quieto, adore e espere, até que a Palavra divina entre em seu coração, e você sinta Sua santa presença com você, e em você. A sombra de Seu santo amor dar-lhe-á a perfeita calma e descanso de saber que a Videira fará tudo. Eu sou a Videira verdadeira - Aquele que fala é Deus, em Seu infinito poder capaz de entrar em nós. Ele é homem, um conosco. Ele é o crucificado, que conseguiu uma perfeita justiça e uma vida divina para nós através de Sua morte. Ele é o glorificado, que do trono dá Seu Espírito para fazer Sua presença real e verdadeira. Ele fala - oh, prestem atenção, não somente às Suas palavras, mas a Ele mesmo, como Ele sussurra secretamente dia a dia: "Eu sou a Videira verdadeira!" Tudo que a Videira pode ser para seu ramo, "Eu serei para ti". Santo Senhor Jesus, a Videira celestial da própria plantação de Deus, eu Te suplico, revela a Ti mesmo para minha alma. Permita que o Espírito Santo, não somente em pensamento, mas em experiência, faça-me saber totalmente que Tu, oh Filho de Deus, és para mim a Videira verdadeira.

Capítulo II O LAVRADOR

"E meu Pai é o Lavrador” (João 15:1). Uma videira deve ter um lavrador para plantá-la e protegê-la, para receber seu fruto e regozijar nele. Jesus diz: "Meu Pai é o Lavrador”. Ele foi "a videira da plantação de Deus". Tudo que Ele foi e fez, devia ao Pai; em tudo Ele procurou somente a vontade e a glória do Pai. Ele se tornou homem para nos mostrar o que uma criatura deve ser para seu Criador. Ele tomou nosso lugar, e o espírito de Sua vida diante do Pai foi sempre o que Ele procurou que seja nosso também: "dEle, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas". Ele tornou-se a Videira verdadeira, para que pudéssemos ser verdadeiros ramos. Tanto com respeito à Cristo como à nós mesmos, as palavras nos ensinam duas lições de absoluta dependência e perfeita confidência. Meu Pai é o Lavrador - Cristo sempre viveu naquele espírito, em que certa vez disse: "O Filho de si mesmo nada pode fazer". Tão dependente quanto uma videira é do lavrador pelo lugar onde deva crescer, pelo seu cercado, irrigação e poda; assim, também se sentia Cristo inteira e diariamente dependente do Pai na sabedoria e força para fazer a vontade do Pai. Assim como Ele disse no capítulo anterior (14:10): "As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras". Esta absoluta dependência teve como sua bendita contraparte a mais abençoada confidência que Ele não

teria nada para temer: o Pai não podia desapontá-LO. Com tal Lavrador como Pai, Ele poderia enfrentar a morte e o túmulo. Ele poderia confiar em Deus para ressuscitá-LO. Tudo que Cristo é e tem, Ele tem, não em Si mesmo, mas a partir do Pai. Meu Pai é o Lavrador - Esta é uma bendita verdade tanto para nós como para Cristo. Cristo está ensinando Seus discípulos sobre serem ramos. Ele nunca tinha usado antes a palavra, ou falado de alguma maneira sobre permanecer nEle ou produzir frutos; Ele voltou os olhos deles para o céu, para o Pai que lhes estava observando e tudo trabalhando neles. Na própria raiz de toda vida Cristã descansa o pensamento de que Deus está fazendo tudo, que nossa parte é dar e entregarmo-nos às Suas mãos, em confissão de absoluto desamparo e dependência, com uma firme confidência de que Ele dá tudo que necessitamos. A grande carência da vida Cristã é que, até quanto confiamos em Cristo , deixamos Deus fora de consideração. Cristo veio para nos trazer à Deus. Cristo viveu a vida de um homem exatamente como temos que vivê-la. Cristo, a Videira, aponta para Deus, o Lavrador. Como Ele confiou em Deus, confiemos nós em Deus, e tudo que devemos e temos que ser, como aqueles que pertencem à Videira, nos será dado de cima. Isaías disse: "Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. Eu, o Senhor, a guardo, e a cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei". Antes de começarmos a pensar sobre os frutos ou ramos, tenhamos nossos corações cheios de fé: como a Videira é gloriosa, assim também é o Lavrador. Como é digna e santa nossa

chamada, assim também é poderoso e amável o Deus que obrará tudo isto. Tão certamente como o Lavrador fez da Videira o que ela deveria ser, assim Ele também fará de cada ramos o que ele deve ser. Nosso Pai é o nosso Lavrador, e a Garantia de nosso crescimento e frutificação. Bendito Pai, nós somos Tua lavoura. Oh, que Tu possas ter honra das obras de Tuas mãos! Oh meu Pai, eu desejo abrir meu coração para a alegria desta maravilhosa verdade: Meu Pai é o Lavrador. Ensina-me a conhecer e confiar em Ti, e a ver que o mesmo profundo interesse com que Tu cuidas da Videira e Se deleita nela, estende-se a cada ramo, a mim também. Capítulo III A VARA

"Toda a vara em mim, que não dá fruto, [Ele] a tira” (João 15:2). Aqui temos uma das principais palavras da parábola vara. Uma videira necessita de varas: sem varas ela não pode fazer nada, não pode produzir nenhum fruto. Tão importante como é saber sobre a Videira e o Lavrador, é entender o que a vara é. Antes de aprendermos o que Cristo tem para dizer sobre Ele, vamos primeiramente captar o que uma vara é e o que nos é ensinado de nossa vida em Cristo. Uma vara é simplesmente um pedaço de madeira, nascida pela videira para um único propósito de servi-lá produzindo seus frutos. Ela é da mesma natureza da videira, e tem uma vida e um espírto com ela. Pense um momento sobre as lições que isto sugere. Há uma lição de inteira

consagração. A vara tem somente um objetivo pelo qual ela existe, um propósito para o qual ela é totalmente determinada. Isto é, produzir o fruto que a videira deseja que seja produzido. E assim, o crente tem somente uma razão para ser uma vara - apenas uma razão de sua existência na terra - que a Videira celestial possa através dele produzir Seu fruto. Feliz a alma que sabe isto, que nisto consente e que diz: Eu fui redimido e vivo por uma coisa - tão exclusivamente como a vara natural existe somente para produzir fruto, eu também; tão exclusivamente como a Videira celestial existe para produzir fruto, eu também. Visto que tenho sido plantado por Deus em Cristo, eu me entrego completamente à produzir o fruto que a Videira deseja que seja produzido. Há a lição de perfeita conformidade. A vara é exatamente como a videira em todos aspectos - a mesma natureza, a mesma vida, o mesmo lugar, o mesmo trabalho. Em tudo isto elas são inseparavelmente uma. E assim o crente necessita saber que ele é participante da natureza divina, e tem a mesma natureza e espírito de Cristo nele, e que sua única chamada é render-se à uma perfeita conformidade com Cristo. A vara é uma perfeita semelhança da videira; a única diferença é: uma é grande e forte e a origem da força; a outra pequena e fraca, sempre necessitando e recebendo força. Da mesma forma o crente é e é para ser, a perfeita semelhança de Cristo. Há a lição de absoluta dependência. A videira tem seu depósito de vida e vigor e força, não para si mesma, mas para as varas. As varas não têm nada, exceto o que

a videira providencia e nelas implanta. O crente é chamado para, e esta é sua mais alta bem-aventurança, uma vida de inteira e incessante dependência de Cristo. Dia e noite, cada momento, Cristo está para operar neles tudo que eles necessitam. E então, a lição de indubitável confidência. A vara não tem restabelecimento próprio; a videira providencia tudo; ela tem porém que se render e receber. É a percepção desta verdade que conduz ao bendito descanso da fé, o verdadeiro segredo do crescimento e do fortalecimento: "Eu posso todas as coisas através de Cristo que me fortalece". Que vida nos advirá se tão somente consentirmos sermos varas! Queridos filhos de Deus, aprendam a lição. Vocês têm apenas uma coisa a fazer: Somente ser uma vara - nada mais, nada menos! Simplesmente uma vara; Cristo será a Videira que dá tudo. E o Lavrador, o poderoso Deus, que fez da Videira o que ela é, certamente fará da vara o que ela deve ser. Senhor Jesus, eu oro a Ti, revela-me o mistério celestial da vara, na sua viva união com a Videira, em sua súplica por plenitude completa. E que Tua omni-suficiência, sustentando e enchendo Tuas varas, conduza-me ao descanso da fé que sabe que Tu operas tudo.

Capítulo IV O FRUTO "Toda a vara em mim, que não dá fruto, Ele a tira”, João 15:2. Fruto – Esta é a próxima grande palavra que temos: a Videira, a vara, o fruto. O que tem nosso Senhor para

nos dizer sobre o fruto? Simplesmente isto – que o fruto é uma coisa que a vara deve produzir e que se ela não produzir, o lavrador a arrancará. A videira é a glória do lavrador; a vara é a glória da videira; o fruto é a glória da vara; se a vara não produzir fruto, não haverá glória ou valor nela; isto é uma ofensa e um obstáculo à própria glória da Videira; por isso o lavrador a tira. A única razão para a existência de uma vara, o único sinal de ser uma vara verdadeira da Videira celestial, a única condição em que o divino Lavrador permite que a vida na Videira seja compartilhada é – produzir frutos. E o que é fruto? Algo que a vara produz, não para si mesma, mas para seu proprietário; algo que é para ser colhido e retirado dela. A vara, sem dúvida, recebe a sua seiva da videira para manter a própria vida, seiva através da qual ela cresce para ser tornada vigorosa e forte. Mas este suprimento à sua própria manutenção é inteiramente subordinada (subjugada) à realização do propósito de toda a sua existência – produzir frutos. Porque os Cristãos não entendem ou não aceitam esta verdade, fracassam em seus esforços e orações para poder viver a vida de vara. Eles com relativa frequência desejam ardentemente ter essa vida; lêem, meditam e oram;

todavia

fracassam

e

assombrados

ainda

perguntam: por quê? A razão é muito simples: eles não sabem que produzir frutos é uma coisa para a qual eles foram salvos. Da mesma forma que Cristo se tornou a Videira verdadeira com um único objectivo, você tem que se tornar uma vara também, com o único objectivo de produzir frutos para a salvação dos homens. A Videira e a vara estão igualmente sob a inalterável lei de produzir frutos como a única razão de sua existência.

Cristo e o crente, a Videira celestial e a vara, têm igualmente seu lugar no mundo exclusivamente para um propósito: o de transmitir o amor salvador de Deus aos homens. Portanto, uma palavra solene: “Toda a vara em mim, que não dá fruto, Ele a tira”. Acautelemonos especialmente de um grande erro. Muitos Cristãos pensam que sua própria salvação é a primeira coisa; sua vida temporal e prosperidade, com o cuidado de sua família, a segunda; e que o tempo e interesse devotado e gasto a produzir frutos, à salvação dos homens, pode ser posto de lado levianamente. Nada disto nos assombra mais e que na maioria dos casos pouquíssimo tempo ou interesse se dão na salvação de todos os homens. Não, Cristão! O único objectivo solene pelo o qual você foi feito um membro do Corpo de Cristo, é que a Cabeça possa ter você como vara para cumprir Sua obra salvadora. O único objectivo que Deus teve ao torná-lo uma vara, é que Cristo possa transmitir Sua própria seiva e vida aos homens através de si. Sua salvação pessoal, seu emprego e cuidados familiares, devem inteiramente subordinados a isto. Seu principal alvo na vida, seu principal alvo todos os dias, deve ser o saber como Cristo deseja cumprir Seu propósito por si. Comecemos a pensar como Deus pensa. Aceitemos o ensino de Cristo e correspondamos a Seus próprios anseios também. O único objectivo de me haver tornado uma vara, o único sinal de eu estar a ser uma verdadeira vara, a única

condição

para

minha

permanência

e

desenvolvimento vigoroso na Videira, é que eu produza o fruto da Videira celestial para que os homens mortos comam e vivam por eles também. E a única coisa da

qual eu posso ter a mais perfeita segurança é que, com Cristo como minha Videira e o Pai como meu Lavrador, eu posso realmente ser uma vara frutífera a qualquer momento. Nosso Pai, Tu vens até nós buscando do fruto que produzimos. Ensina-nos, oramos, a entender quão excelso e real é o único objectivo de toda a nossa existência e de nossa união com Cristo. Faz com que o único

desejo

de

nossos

corações

seja

sermos

unicamente varas tão cheias do Espírito da Videira, ao ponto de produzir fruto abundantemente.

Resto de tradução ainda em curso - lamentamos. José Mateus [email protected]

AJUDAS PARA INTERCESSÃO por Dr. Andrew Murray

PREFÁCIO ORAR SEM CESSAR ORAR SEM CESSAR - Quem pode fazer isto? Como pode alguém que é cercado pelos cuidados da vida fazer isto? Como pode uma mãe amar seu filho sem cessar? Como pode a pálpebra permanecer ela mesma pronta para proteger o olho sem cessar? Como eu posso respirar e sentir e ouvir sem cessar? Porque todas estas são as funções de uma vida saudável, natural. E então, se a vida espiritual for saudável, sob o completo poder do Espírito Santo, orar sem cessar será natural. Orar Sem Cessar - Isto se refere a contínuos actos de oração, nos quais estamos perseverando até obtermos, ou se refere ao espírito de completa oração que nos anima todo o dia? Isto inclui ambos. O exemplo de nosso Senhor Jesus nos mostra isto. Nós temos que entrar em nosso quarto fechado para secções especiais de oração; nós estamos de vez em quando perseverando ali em oração importuna. Nós estamos também todo o dia andando na presença de Deus, com todo o coração posto nas coisas celestiais. Sem fixar períodos de oração, o espírito de oração se tornará embotado e débil. Sem a contínua completa oração, o fixar períodos não será benéfico. ORAR SEM CESSAR - Isto se refere à oração por nós mesmos ou pelos outros? Para ambos. É porque muitos a confinam para si mesmos que eles falham tanto em praticá-la. É somente quando os ramos dão a si mesmos para produzir fruto, mais fruto, muito fruto, que ele pode viver uma vida saudável, e esperar um rico fluxo de seiva. A morte de Cristo trouxe-LHE para o lugar de eterna intercessão. Sua morte com Ele para o pecado e para si mesmo, o põe livre do cuidado próprio, e te eleva à dignidade de intercessor - um que possa dar vida e bênção de Deus para outros. Conheça seu chamado; faça disto seu trabalho. Dê a si mesmo completamente a isto, e antes de você conhecer isto, você será encontrado descobrindo algo deste "Orando sempre" sem você. ORAR SEM CESSAR - Como posso aprender isto? O melhor caminho para aprender fazer uma coisa - de fato, o único caminho - é fazendo-o. Comece tirando algum tempo todo dia, fale dez ou quinze minutos, nos quais você dirá para Deus e para si mesmo, que você vem a Ele agora como um intercessor por outros. Deixe isto para depois de sua oração matutina ou nocturna, ou qualquer outro tempo. Se você não pode assegurar o mesmo tempo todo dia, não se preocupe. Somente veja se você está fazendo seu trabalho. Cristo te escolheu e te nomeou para orar por outros. Se no início você não sentir qualquer urgência especial ou fé ou poder em suas orações, não deixe que isto impeça você. Em silêncio conte ao Senhor Jesus de sua debilidade; creia que

o Espírito Santo está em você para te ensinar a orar, e esteja seguro que se você começar, Deus te ajudará. Deus não pode te ajudar, a menos que você comece e continue. ORAR SEM CESSAR - Como posso saber para o que orar? Se você somente começar, e pensar em todas as necessidades ao redor de você, logo você encontrará o suficiente. Mas para te ajudar, este pequeno livro é editado com assuntos e dicas para oração por um mês. Isto significa que nós o usaremos mês a mês, até que conheçamos mais completamente como seguir a direcção do Espírito, e tendo aprendido, se for necessário, fazermos nossa própria lista de assuntos, e então podermos dispensar esta. Com respeito ao uso destas ajudas, umas poucas palavras podem ser necessárias. 1. Como Orar. Você notará cada dia dois cabeçalhos - um 'Para o que Como Orar?'; e outro, 'Como Orar'. Se somente os assuntos fossem dados, alguém poderia cair na rotina de apenas mencionar nomes e coisas diante de Deus e o ato se tornaria um fardo. As dicas sob o cabeçalho Como Orar, são tencionadas a te lembrar da natureza espiritual do ato, da necessidade de Divina ajuda, e para encorajar a fé na certeza de que Deus, através do Espírito, nos dará graça para orar correctamente e também para ouvir nossa oração. 2. Para o que Orar. As Escrituras nos convida à orar por muitas coisas: por todos os santos, por todos os homens , por todos os reis e governadores; por todos que estão em adversidade; para o envio de trabalhadores; por aqueles que labutam no evangelho; por todos convertidos; pelos crentes que caem em pecado; por um ou outro círculo imediato. A Igreja é agora muito maior do que quando o Novo Testamento foi escrito; o número de formas de trabalho e trabalhadores é também muito maior; as necessidades da Igreja e do mundo são também muito mais conhecidas, que necessitamos de tomar tempo e pensamento para ver aonde a oração é necessária e para o que nossos corações devem ser mais atraídos. As Escrituras nos convida para orar e exige de nós um coração grande, absorvido em todos os santos, todos os homens e em todas as suas necessidades. Uma tentativa tem sido feita nestas ajudas para indicar qual o principal assunto para o qual necessitamos orar e que deve interessar todo Cristão. Seria difícil para muitos orar por tantas esferas amplas como às vezes mencionamos. Permita-me deixar entendido que em cada caso nós podemos fazer especial intercessão por nosso próprio círculo de interesse, à partir da dica do cabeçalho. E dificilmente será necessário dizer que, além disto, onde alguns assuntos parecem de maior interesse ou urgência do que outro, estamos livres por um tempo, dia a dia, à tomar aquele assunto em nossas orações. Se somente tempo for realmente dado à intercessão e o espírito de confiança for cultivado, o objectivo será alcançado. Enquanto que, por um lado, o coração deva ser alargado de vez em quando para tomar tudo, quanto mais a nossa oração possa ser directa e clara, melhor.

Com este objectivo, é deixado em branco uma parte na qual podemos escrever em baixo as petições especiais que desejamos apresentar diante de Deus. 3. Respostas à Oração. Tem se publicado mais do que somente um pequeno livro nos quais os Cristãos possam fazer um registro de suas petições e anotar quando elas foram respondidas. Tem sido deixado lugar em cada página para isto, para poder registrar petições mais definidas com respeito à almas individuais ou esferas de trabalho e a resposta esperada. Quando oramos por todos os santos, ou por missões em geral, é difícil saber quando ou como nossa oração é respondida, ou se nossa oração tem tido qualquer participação no trazer da resposta. É de extrema importância que provemos se Deus nos ouve e para este fim tome nota das respostas que pediu e quando elas vieram. No dia da oração por todos os santos, tome os santos de sua congregação ou de sua reunião de oração e peça por um reavivamento entre eles. Tome, em relação com missões, alguma associação especial ou missionário para o qual você esteja interessado, ou mais de um, e rogue pela bênção. E espere e procure sua vinda, para que você possa louvar a Deus. 4. Círculos de Oração. Na publicação deste convite à intercessão, não há nenhum desejo de adicionar outra à muitas existentes uniões ou grupos de oração. O primeiro objectivo é comover muitos Cristão que praticamente, apesar de ignorar sua chamada ou não acreditar que suas oração valham muito, tomam apenas uma pequena parte na obra da intercessão e então ajudar aqueles que oram para alguma maior compreensão da grandeza do trabalho e a necessidade de dar toda sua força à ele. Há um círculo de oração que pede em oração no primeiro dia de cada mês pela plena manifestação do poder do Espírito Santo por toda a Igreja. Eu dei as palavras deste convite como assunto para o primeiro dia e tomei o mesmo pensamento como ideia central durante todo o livro. Quanto mais alguém pensa na necessidade e na promessa da oração, e na grandeza dos obstáculos a serem superados na oração, mais este alguém sentirá que este deve ser o trabalho de toda sua vida, dia a dia, para o qual todo outro interesse se sujeite. Mesmo que nunca se formem grandes grupos de oração, é de todo aconselhável que se achem pessoas unidas em oração em círculos de menor dimensão durante o período de um mês com algum objectivo especial introduzido diariamente entre eles, ou mesmo durante um ano inteiro ou mais, tendo como objectivo supremo o fortalecimento mútuo em ajuda na graça da intercessão. Caso se dê que um ministro do evangelho convide alguns de seus irmãos vizinhos para se unir à alguns pedidos especiais entre os impressos nos assuntos para súplica, ou mesmo se um número dos mais sérios membros de sua congregação se unirem em oração por reavivamento, alguns podem ser treinados para tomar seu lugar na grande obra da intercessão, os quais poderão estar ociosos por ninguém os haver requerido.

5. Quem é Suficiente para Estas Coisas?. Quanto mais estudamos ou tentamos praticar esta graça de intercessão, mais ficamos estupefactos pela sua grandeza e nossa fraqueza. Que tais impressões nos conduzam à aprender: Minha graça é suficiente para ti e para responder realmente: Nossa suficiência é Deus. Tome coragem; é na intercessão de Cristo que você é chamado para fazer parte. O fardo e a agonia, o triunfo e a vitória são todos d'Ele. Aprenda d'Ele, entregue-se ao Seu Espírito dentro de você, para saber como orar. Ele Se deu a Si mesmo como sacrifício a Deus pelos homens para que Ele pudesse ter o direito e o poder da intercessão. "Ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores faz intercessão". Permita que sua fé descanse corajosamente em Sua obra consumada. Permita que seu coração se identifique completamente com Ele em Sua morte e em Sua vida. Como Ele, dê a si mesmo à Deus como um sacrifício pelos homens; é sua mais alta nobreza; é sua verdadeira e completa união com Ele; será para você, em relação a Ele, seu poder de intercessão. Amado Cristão! venha e dê todo o seu coração e vida à intercessão, e você conhecerá sua bem-aventurança e poder. Deus não pede nada menos; o mundo necessita de nada menos; Cristo não pede nada menos; ofereçamos a Deus nada menos do que isto. PRIMEIRO DIA PARA O QUE ORAR - Pelo Poder do Espírito Santo. Por causa disto me ponho de joelhos perante Jesus Cristo, Do qual toda a família nos céus Para que, segundo as riquezas da sua glória, corroborados com poder pelo seu Espírito (Efésios 3:14-16).

o Pai de nosso Senhor e na terra toma o nome, vos conceda que sejais no homem interior. -

mas que esperassem a promessa do Pai. - (Actos 1:4). "a completa manifestação da graça e força do bendito Espírito de Deus, na remoção de tudo que é contrário a vontade revelada de Deus, de forma que não entristeçamos o Espírito Santo, mas que Ele possa trabalhar com eficaz poder na Igreja, para a exaltação de Cristo e bênção das almas." Deus tem uma promessa para e através de Seu exaltado Filho; nosso Senhor tem um dom para Sua Igreja; a Igreja tem uma necessidade; todas orações unidas em uma petição - o poder do Espírito Santo. Faça disto sua única oração. COMO ORAR - Assim como um Filho Pede ao Pai. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? - (Lucas 11:11,13). Peça com simplicidade e confiança assim como um filho pede pão. Você pode fazer isto porque "Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai". Este Espírito está em você para te dar a confiança infantil. Na fé de Sua oração em você, peça pelo poder do Espírito Santo em qualquer lugar. Mencione lugares ou círculos onde você especialmente peça para isto ser visto.

Petições Especiais. SEGUNDO DIA PARA O QUE ORAR - Pelo Espírito de Súplica. O mesmo Espírito intercede por nós. - (Romanos 8:26). Derramarei o Espírito de graça e de súplicas. - (Zacarias 12:10). "A evangelização do mundo depende, em primeiro lugar, de um reavivamento de oração. Mais profunda do que a necessidade dos homens - sim, mais profunda do que nossa abatida vida - é a necessidade do esquecido segredo da prevalecente, universal oração." Cada filho de Deus tem o Espírito Santo nele para orar. Deus espera dar o Espírito em medida completa. Peça para você mesmo, e para todos que estão unidos, o derramamento do Espírito de Súplica. PeçaO para seu próprio círculo de oração. COMO ORAR - No Espírito. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre santíssima fé, orando no Espírito Santo. - (Judas 20).

a

vossa

Nosso Senhor deu a Seus discípulos no dia de Sua ressurreição o Espírito Santo, para capacita-los a esperar pelo completo derramamento no dia de Pentecostes. É somente no poder do Espírito já em nós, reconhecido e em ação, que podemos orar por Sua completa manifestação. Diga ao Pai; isto é o Espírito de Seu Filho em você encorajando-lhe para implorar Sua promessa. Petições Especiais. TERCEIRO DIA PARA O QUE ORAR - Por Todos os Santos. Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos. - (Efésios 6:18). Cada membro de um corpo é interessado no bem-estar do todo, e existem para ajudar e completar os outros. Os crentes são um corpo, e devem orar, não tanto pelo bem-estar de sua própria igreja ou sociedade, mas, em primeiro lugar, por todos os santos. Este amplo, altruísta amor é a prova que o Espírito e o Amor de Cristo estão lhes ensinando a orar. Ore primeiro por todos e então pelos crentes ao redor de você. COMO ORAR - No Amor do Espírito. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. - (João 13:35). Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. - (João 17:21).

E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus. (Romanos 15:30). Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.- (1 Pedro 4:8). Se formos orar, devemos amar. Digamos a Deus que amamos todos Seus santos; digamos que amamos especialmente cada filho d'Ele que conhecemos. Oremos com fervente amor, em amor do Espírito. Petições Especiais. Tradução ainda em curso - lamentamos !!

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Como entrar no descanso ANDREW MURRAY

"Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de nós tenha falhado", Heb.4.1. "Esforcemo-nos, pois, para entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência", Heb.4.11. E como é que podemos entrar nesse descanso? Há passos que temos de dar nesse sentido, todos eles muito simples, compreendidos dentro de um único acto de fé e rendição pessoal a Deus. O primeiro passo é fazer a seguinte afirmação: "Acredito firmemente que a vida de fé oferece descanso". O povo de Israel, em sua libertação, passou por duas experiências básicas, explicadas em Deut 5: ele nos tirou, para que pudéssemos entrar. São os dois lados da obra de redenção operada por Deus. Tirou-nos do Egipto para que pudéssemos entrar em Canaã. Essa mesma realidade se aplica à vida do crente. Quando se deu nossa conversão, Deus nos tirou do Egipto; agora, o mesmo Deus todo-poderoso está desejoso de nos introduzir na vida de Canaã. Sabemos como Deus tirou os israelitas do cativeiro. Mas eles impediram que o Senhor os conduzisse à terra prometida e por isso tiveram que vaguear pelo deserto durante quarenta anos – o que tipifica a vida de muitos crentes. Pela conversão, Deus os retira do cativeiro, mas eles próprios impedem que o Senhor lhes proporcione tudo que está preparado para o crente. Então, como entrar nesse descanso? Primeiramente é preciso conseguir fazer a seguinte afirmação: "Creio que existe realmente um descanso, ao qual Jesus, que é nosso Josué, pode conduzir aquele que crê". E quem quiser conhecer a diferença que existe entre esses dois modos de vida – o modo como tem vivido até agora e o que deseja ter - basta ver o contraste entre o deserto e Canaã. No deserto há um vaguear constante, para diante e para trás, durante quarenta anos; em Canaã, o descanso perfeito, na terra dada por Deus. Vê-se a mesma diferença entre a pessoa que já entrou em Canaã e a que ainda não deu esse passo. A vida no deserto é cheia de altos e baixos, de muitos avanços e inúmeros retrocessos; de busca do mundo e de arrependimento e volta; de desvios por causa das tentações, e retornos, com novo desvio depois. Em Canaã não. Ali há uma vida de descanso porque o crente já aprendeu a confiar em Deus: "Deus me preserva em todos os momentos, com seu grande poder". Mas existe ainda outra diferença. A vida no deserto é caracterizada pela pobreza, enquanto em Canaã há fartura. No deserto não havia nada para se comer, e muitas vezes faltava água. Mas Deus, em sua graça, supriu as necessidades do povo dando-lhe o maná e tirando água da rocha. Mas, infelizmente, eles não se contentaram com isso, e levaram uma vida de privações, murmurando o tempo todo. Em Canaã, porém, Deus lhes deu vinhas que não haviam plantado. Os cereais já estavam lá, à espera deles. Era uma terra que manava leite e mel, regada pelas chuvas do céu, cuidada pelo próprio Deus. Faça esta afirmação hoje mesmo. Diga: "Eu creio que existe a possibilidade dessa mudança, que posso deixar esta vida de morte espiritual, de trevas, tristeza e lamúrias que tenho levado até agora, e entrar numa existência em que todas as minhas necessidades são supridas, em que a graça de Cristo me basta em todos os momentos". Faça essa afirmação hoje: "Creio que posso viver nessa terra". A terceira diferença: no deserto não havia vitórias. Depois que o povo de Israel pecou, em Cades, tentaram lutar contra os inimigos e foram derrotados. Mas assim que entraram na terra, derrotaram a todos eles. Começando em Jericó, foram avançando de vitória em vitória. 24/08/2014 18:53

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E da mesma forma nós podemos ter vitórias todos os dias já que Deus, Cristo e o Espírito Santo estão desejosos de dar-nos essa bênção. Isso não significa que não teremos mais tentações; não é assim. Mas teremos um poder que nos advirá de nossa união com Cristo, pelo qual podemos dizer: "Tudo posso naquele que me fortalece", Fil. 4.13. "Somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou", Rom 8.37. Segundo passo. Depois de afirmar: "Creio que esse tipo de vida existe", vamos dizer também: "Mas ainda não a alcancei". Alguns talvez digam: "Já tentei viver assim". E outros dirão: "Nunca ouvi falar disso". E ainda outros talvez confessem: "Houve momentos em que acreditei ter chegado a essa existência; mas depois a perdi". Cada um tem que se colocar diante de Deus com toda sinceridade. Então, os que ainda não gozam dessa experiência devem começar a dizer: "Senhor, ainda não tenho essa bênção". Por que é tão importante que se faça tal confissão? É que alguns gostariam de entrar nessa existência de descanso aos poucos, mansa e silenciosamente, mas não foi assim que Deus dispôs as coisas. Enquanto essas pessoas estavam no deserto, elas tinham uma vida de pecado que não apenas trazia tristeza a elas próprias, mas que também desonrava a Deus. E para que avancem mais na rota da salvação é necessário convicção de pecado, e a confissão dele. Portanto, todo crente tem que estar disposto a reconhecer em si tal condição. Terá que confessar: "Errei, pois não vivi da maneira certa, e desonrei o nome de Deus. Agi como o povo de Israel. Com minha incredulidade e desobediência, provoquei a ira de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de mim". E cada um faça a Deus a seguinte confissão: "Senhor, ainda não desfruto dessa vida. Não tenho te glorificado, pois não entrei na terra do descanso". Terceiro passo. Façamos o seguinte reconhecimento: "Graças a Deus, posso gozar dessa vida". Algumas pessoas pensam da seguinte maneira: "Eu creio que essa bênção existe, mas não é para mim". Outros ficam constantemente a dizer: "Eu tenho um temperamento muito instável. Minha vontade já é fraca por natureza; sou muito nervoso, irascível. Não conseguiria viver, sempre descansando em Deus, sem me preocupar". Não diga isso. Você só fala assim por uma razão: porque desconhece tudo que Deus pode fazer por você. Pare de olhar só para si mesmo e fixe os olhos em Deus. Aproprie-se dessa maravilhosa verdade: "Tirou-nos do Egipto para que pudéssemos entrar em Canaã". O mesmo Deus que fez o povo atravessar o mar Vermelho, fê-lo atravessar o Jordão para entrar em Canaã. O mesmo Deus que operou a conversão em você pode proporcionar-lhe essa vida abençoada todos os dias. Exercite sua fé, mesmo que ela seja pequena, e antes mesmo de reivindicar para si essa bênção comece a afirmar: "Eu também posso entrar nesse descanso. Creio nisso. Deus não deserda nenhum de seus filhos. Tudo que dá a um, dá a todos. Acredito que essa bendita vida de descanso está à minha disposição. Foi criada para que eu também me beneficiasse dela. Deus está pronto a concedê-la a mim, e a efectuar essa obra em meu ser. Glória ao seu nome!" Pense nessa pequenina palavra "mim", olhe bem para a face de Deus e diga firmemente: "Posso receber esse tesouro inestimável, sim; apesar de ser a pessoa mais fraca e mais indigna da terra". O quarto passo consiste em fazer o seguinte reconhecimento: "Por esforço próprio não poderei obter a bênção. Deus é quem terá de conceder-me o descanso". É preciso afirmar com ousadia: "Essa bênção se destina a mim também". Mas logo em seguida terá que, humildemente, reconhecer: "Não posso obtê-la por mim mesmo; não posso pegá-la para mim". Então, como conseguir a bênção? Se Deus já o levou a uma consciência plena de que em si mesmo você não tem poder algum, glória a ele, pois agora pode chegar-se para você e indagar: "Quer confiar em seu Deus, e crer que ele operará isso em seu coração?" Reconheça isso de todo o coração, e diga: "Mesmo que lance mão de todas as minhas forças, nunca poderei arrancar de Deus esta bênção. Ele terá de concedê-la a mim". Mas valorizemos essa nossa incapacidade. Foi Deus quem nos tirou do Egipto; será ele quem terá de introduzir-nos na terra. O fato de sermos incapazes de fazê-lo constitui grande bênção para nós. Ore pedindo que Deus, pelo Espírito Santo, lhe revele o quanto é incapaz, e essa revelação abrirá o caminho para que, pela fé, possa dizer: "Senhor, será preciso que tu mesmo operes isso em minha vida, senão nunca receberei a bênção". E Deus o fará. Algumas pessoas estão sempre ouvindo mensagens sobre a fé, sobre crer, bem como apelos insistentes para que creiam, e não entendem por que não conseguem crer. Só existe uma

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resposta para isso: o ego. O ego se esforça, luta, tenta tudo, mas acaba sempre fracassando. Mas quando chegamos ao fim de nossa forças, e não podemos fazer mais nada a não ser clamar: "Senhor, socorre-me", então nossa libertação está próxima. Creia nisso. Foi Deus quem introduziu o povo na terra. Será ele quem nos introduzirá nessa bênção. Temos que estar dispostos a renunciar tudo para obter esse descanso. A graça de Deus é gratuita; ela nos é concedida sem dinheiro e sem preço. Entretanto, por outro lado, Jesus afirmou também que quem quiser a pérola de grande preço tem que sacrificar tudo para obtê-la; tem que vender tudo que possui. Não basta ver a beleza, o encanto e a glória desta vida que nos é apresentada, nem quase provar o gozo e a alegria inerentes a ela. Temos que nos tornar proprietários, donos do campo. Tanto o homem que encontrou o campo onde havia um tesouro escondido, como o que achou a pérola de grande preço ficaram muito contentes, mas ainda não eram donos delas. Só se tornaram proprietários depois que abriram mão de tudo, e compraram um o terreno e o outro a pérola. São muitas as coisas que temos de renunciar: o mundo, seus prazeres, seu aplauso, sua opinião a nosso respeito. Nosso relacionamento com ele terá de ser igual ao que Jesus manteve. O mundo rejeitou a Cristo e o expulsou de seu meio. E nós temos que assumir a mesma posição tomada pelo Senhor a quem pertencemos, e seguir o Cristo rejeitado pelo mundo. Temos que renunciar a todas as nossas qualidades e virtudes pessoais, e nos humilhar até o pó. E isso ainda não é tudo. Temos que renunciar também às nossas experiências religiosas de antes. Temos que vir a ser nada, para que só Deus receba toda a glória. Quando você se converteu, Deus o tirou do Egipto; deu-lhe a própria vida divina. Mas com sua desobediência e incredulidade, você a maculou. Renuncie a tudo isso. Renuncie à sua própria sabedoria, às idéias que tem acerca da obra de Deus. Como é difícil para um pregador do evangelho renunciar à sua própria sabedoria, depositá-la inteiramente aos pés de Jesus, tornando-se um indouto, e dizer: "Senhor, na verdade não sei nada do que deveria saber. Tenho pregado o evangelho, mas como conheço mal a glória desta bendita terra, desta maravilhosa vida". Por que será que o Espírito Santo não pode ensinar-nos com mais eficácia as coisas de Deus? Só existe uma razão: a sabedoria humana impede. A sabedoria do homem impede que a luz de Deus brilhe sobre ele. Renunciemos a tudo. Alguns talvez tenham que renunciar a um pecado. Pode ser que um crente esteja com raiva de um irmão, ou uma irmã tenha brigado com a vizinha. Ou talvez pessoas amigas não estejam vivendo como deveriam. Ou é possível também que alguém esteja mantendo uma prática ou atitude duvidosa, sem querer renunciar a ela e às concupiscências próprias do deserto. Dê este passo e diga: "Estou disposto a renunciar a tudo para obter esta pérola de grande preço; vou renunciar ao meu negócio, ao controle do meu tempo, às coisas que dou atenção. Tudo isso ficará subordinado ao descanso de Deus, que ocupará o primeiro lugar em minha vida. Renuncio a tudo, em troca de uma comunhão perfeita com Deus". Não podemos entrar nesse descanso, que é caracterizado por uma comunhão perfeita com Deus diariamente, sem dedicar tempo ao Senhor. Dedicamos tempo a tudo. E será que achamos que a religião é algo menor, e que podemos gozar de uma íntima comunhão com Deus sem dedicar tempo a ele? Não, não podemos, mas a pérola de grande preço vale tudo. Deus vale qualquer sacrifício. Cristo é merecedor de tudo. Resolva-se ainda hoje a tomar essa decisão: "Senhor, quero ter essa vida. Ajude-me, custe o que custar". Mas se tiver dificuldade em dizer isso, sentindo que seu coração está em luta, não se preocupe. Diga a Deus: "Senhor, pensei que estava disposto a tomar a decisão, mas agora vejo que ainda tenho certa relutância. Vem revelar o mal que ainda se encontra em meu coração". E você pode ter certeza de que, se assentar aos pés do Senhor e confiar nele, pela sua graça, receberá a libertação. O quinto passo consiste em afirmar: "Entrego-me agora ao santo e eterno Deus, para que ele me guie ao perfeito descanso". Temos que aprender a encontrar-nos com Deus face a face. Os pecados que cometemos são contra Deus. Quando David pecou, reconheceu isso e disse: "Pequei contra ti, contra ti somente" (Sl 51.4). A pessoa com quem vamos ter que nos haver pessoalmente, no dia do juízo final, será Deus. E foi o próprio Deus, em pessoa, quem perdoou nossos pecados. Então, coloque-se nas mãos do Deus vivo hoje mesmo. Ele é amor, e está perto de nós. Está esperando para dar-lhe essa bênção. O coração de Deus está ansioso para abençoá-lo. O coração de Deus anseia por você. E diz: "Meu filho, você acha que está

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desejando esse descanso. Na verdade, sou eu quem está desejando ter você comigo, pois quero descansar em seu coração, habitar nele, fazer dele o meu templo". Você precisa de Deus, é fato. Mas Deus precisa de você também, para gozar toda a satisfação que pode ter seu coração paterno. Então decida-se hoje e diga: "Entrego-me agora a Cristo. Já tomei a decisão, e afirmo de livre e espontânea vontade: Senhor Deus, quero comprar a pérola de grande preço. Renuncio a tudo por ela. Em nome de Jesus, aceito essa vida de perfeito descanso". E aqui o último ponto. Depois de apropriar-se da bênção, diga o seguinte: "Agora confio em que Deus realizará tudo isso na prática. Viva eu mais um ano ou outros trinta, hoje tornou-se novamente real para mim essa grande verdade: “Deus é Jeová, o grande Eu Sou de eterno futuro, o eterno Deus único. E daqui a trinta anos tudo será para ele como se fosse agora”. E creio que esse Deus se dá a mim também, não porque haja em mim algum poder, mas em virtude da capacidade de seu imensurável amor de preservar consigo". Confie em Deus agora também com relação ao seu futuro. Olhe para ele mais uma vez, por intermédio de Jesus. Quantas vezes já reafirmamos ou ouvimos alguém repetir essa maravilhosa verdade: "Deus nos deu seu Filho". Por que não reafirmar agora a conclusão do pensamento bíblico: "Como não nos dará com ele todas as coisas, em todos os momentos, todos os dias de nossa vida?" Pela fé diga: "Por que Deus não desejaria manter-me sempre na luz de sua presença? Não foi ele mesmo quem criou o sol que brilha tão intensamente? E a luz não está sempre penetrando em todos os lugares? Assim sendo, será que nosso Deus, que é amor, não estaria desejoso de brilhar constantemente, de manhã até a noite, de uma ano a outro, no meu coração?" Deus é amor e está ansioso para se dar a nós. Até aqui você tem vivido por suas próprias forças. Não quer começar hoje uma vida diferente? Não prefere ter uma existência em que Deus seja tudo, confiando nele com relação a todas as coisas? Não prefere poder dizer ao Senhor: "Ó Deus, peço-te essa vida; espero tê-la; creio que me darás essa bênção. Hoje decido entrar nesse descanso – deixar que cuides de mim daqui por diante, o tempo todo. Entro hoje no descanso de Deus". Tenha ânimo; não tema nada; pode confiar em Deus. Ele o introduzirá nesse descanso. Vejamos mais uma vez a palavra que Deus nos envia através de seu profeta: "Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração". Josué conduziu o povo na sua entrada na terra de Canaã; ou melhor, Deus o fez por intermédio dele. E Jesus, aquele que os purificou com seu sangue e que aprendemos a conhecer como nosso precioso Salvador é o nosso Josué. Confie nele hoje mais uma vez e diga-lhe: "Ó meu Josué, toma minha vida; introduz-me na terra, e confiarei em ti, e no Pai". E pode estar certo de que ele o fará. Ele o aceitará e realizará essa obra na sua vida. José Mateus [email protected]

24/08/2014 18:53

Cristo vive em mim (Andrew Murray) camposdeboaz.com.br /cristo-vive-em-mim-andrew-murray

Como Cristo nos capacita a viver da maneira que Deus quer que vivamos? Quase sempre pensamos em Cristo como uma Pessoa separada de nós mesmos que nos ouve e nos ajuda. O próprio Jesus, entretanto, na parábola da Videira e dos Ramos fala sobre a vida que Cristo vive em nós. “Eu sou a videira e vós sois os ramos”, Ele diz em João 15:5. O que pode ser mais íntimo do que a união entre a videira e o ramo? Há muitos tipos de uva, mas em todas elas a seiva que está na videira é exatamente a mesma que está no ramo. Assim sendo, a mesma vida e Espírito que estão em Cristo têm de estar em nós. Muitos vêem a Cristo como um Salvador que é separado e externo. Tais pessoas nunca poderão desfrutar da Sua salvação totalmente. Eu preciso crer no Salvador que vive dentro de mim. Eu preciso saber que da mesma maneira que Cristo está no Céu, Ele está dentro de mim, Seu ramo. Ele está no mais íntimo da minha vida. Ele vive em mim, e por viver ali capacita-me a viver como filho de Deus. Alguns acham que quando Cristo habita dentro de nós Ele vive em algum lugar na região do coração. Eles pensam em uma pessoa separada dentro deles, que de vez em quando atua ali. Esta não é a verdade. Cristo vive dentro de mim e se torna a minha própria vida! Ele entra na própria raiz do meu coração e do meu ser. Ele entra na minha vontade, pensamento, sentimento e viver, e vive em mim no poder que somente o Deus onipresente pode exercer. Quando entendo isto, minha alma se prostra em adoração e confiança em Deus. Eu vivo na carne a vida de carne e sangue, mas Cristo habitando em mim é a verdadeira Vida da minha vida. As Escrituras dizem isto de uma maneira muito bonita: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:19- 20). Agora, o ponto crucial é este: se Cristo vive em mim, Ele não vive em mim à força, nem sem que eu saiba disto. Ele me convida a chegar e ver o que é a Sua vida. Se eu desejo a Sua vida, eu preciso desistir da minha. Eu também preciso desistir de todas as idéias errôneas sobre o que é a verdadeira vida de Cristo. Eu não posso ter a vida de Cristo em mim com poder, a menos que eu procure conhecer realmente que tipo de vida Ele viveu. Ah, venha e deixe o Cristo vivo viver em você! Para este fim, procure conhecer a vida que Ele colocou diante de você pelo Seu exemplo. Não que seremos capazes de imitar a Cristo. Mas Cristo viveu Sua vida por nós e agora implanta em nós e por esta razão podemos compartilhar a Sua vida. Que tolice seria para uma criança de três anos dizer: ‘Tudo o que meu pai pode fazer, eu também posso.” Como, então, posso dizer: “Eu posso viver como viveu o poderoso Cristo”? Porém, a Bíblia me diz que devo fazê-lo. A Bíblia também me diz que posso fazê-lo, não por mim mesmo, mas porque “Cristo vive em mim”. Se eu permitir que o Cristo vivo tome conta da minha vontade e de meus desejos, poderei andar como Ele andou. Vamos, portanto, examinar a vida que Ele viveu na terra com Seu Pai. Não há dois Cristos, somente um; o Cristo que viveu na terra. Ele é o Cristo que vive no coração de acordo com João 15 e Gálatas 2:19-20.

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Olhe atentamente para a vida de Cristo como está registrada nas Escrituras e você verá que a grande marca daquela vida é que Ele a viveu na mais profunda humildade e dependência do Pai Celestial. Ele disse: “Eu não posso fazer nada por Mim mesmo.” Em tudo Ele derivava Sua vida de Deus. Note cinco pontos na Sua vida: Seu nascimento, Sua vida e caminhar na terra. Sua morte, Sua ressurreição e Sua ascensão. Em cada um dos aspectos havia uma parceria com o Deus Santo no Céu. Do início ao fim do ministério de Cristo na terra, Deus, o Pai, era tudo. Se eu entendo isto, que o Cristo que vai viver em mim é o Cristo que honrou a Deus em tudo, Ele trabalhará para implantar a mesma disposição em mim. Esta será a beleza, a bem- aventurança e a força da minha vida, quando eu aprender, como Cristo, a saber que em tudo Deus é tudo. O lema da Sua vida se tornará o meu: “Por Deus, para Deus e através de Deus são todas as coisas.”

Seu Nascimento Olhe para o nascimento de Cristo. Deus operou o poder do Espírito Santo na virgem Maria. Foi pelo tremendo poder de Deus que Cristo nasceu como um bebê em Belém. Ele foi a obra-prima de Deus. Cristo sempre se lembrou disto. Ele sempre disse às pessoas que Seu Pai O tinha enviado. Ele sempre reconheceu que Sua vida viera de Deus. “O Pai entregou todas as coisas nas mãos do Filho,” Ele disse. Depois acrescentou: “Por isso Ele concedeu ao Filho ter vida em Si mesmo.” Este foi o seu ponto de partida. “Minha vida vem de Deus. Eu venho de Deus. Não tenho nada em Mim mesmo, e tudo que preciso, devo procurar em Deus.” Se Cristo seguiu este padrão, devemos fazer o mesmo. Devemos dizer em profunda sinceridade: “Esta nova vida é a vida que tenho de Deus. Ele a deu para mim. Deus está iniciando uma obra no meu coração, pelo Espírito Santo, em regeneração. Eu tenho uma nova vida que veio de Deus.” E quanto a esta vida que Deus deu? Quem vai sustentá-la? Somente Deus pode terminar o que Ele começou. Ele a levará até ao fim. Ele deve aperfeiçoá-la. Para mim, a maior tolice seria pensar que posso mantê-la sozinho. Eu recebi do Deus vivo o Cristo vivo em mim, e não posso viver fora desta vida. Devo entregá-la a Deus e reconhecer: “Meu Deus, Tu a plantaste em mim; Tu, somente, podes mantê-la.” Faça isto se você quer compreender como Cristo vive toda Sua vida na dependência da vontade, força e poder de Deus. Ele disse, com relação à questão de força: “O Filho não pode fazer nada de si mesmo” (Jo 5.19). Isto era verdade? Sim. Ele disse: “As palavras que falo, não as falo de Mim mesmo, mas como o Pai as deu. O Pai mostrou as obras. Eu as faço.” (Ver João 14.10). Ele disse a respeito do que fez: “Não vim para fazer a Minha vontade. Espero inteiramente no Pai, para que Ele possa realizar o que é certo.” Se Cristo, o Santo, precisou dizer isto, você não acha que você e eu temos que dizer a mesma coisa dez mil vezes mais? Para isto queremos que Cristo entre em nós: para soprar em nós exatamente esta disposição. A maior virtude de qualquer vida cristã é deixar Deus fazer a Sua vontade. Precisamos dar a Deus a oportunidade de fazer Sua obra em nós. Precisamos vir dia após dia, hora após hora, ao lugar de absoluta dependência de Deus. Precisamos aprender uma lição: “Oh, Deus, não tenho nada! Não sei nada, não sou nada, e só posso fazer o que Tu me capacitares a fazer.”

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E como é que Cristo me leva para perto de Deus? Ele não pode me levar para perto de Deus de outra maneira a não ser daquela em que Ele mesmo andou. Como foi isto? O caminho da mais profunda abnegação; o caminho de completa entrega a Deus. Ele estava sempre esperando Deus, o Pai, trabalhar nEle. Ele buscava em Deus a Sua força. Ele orava a Deus pedindo direção. Ele clamava a Deus quando estava em apuros, Deus era tudo, tudo para Ele e Cristo estava contente em não ser nada. Eu não posso deixar isto mais claro. A grande razão pela qual nossa vida cristã não avança mais é que tentamos demais fazer as coisas por nós mesmos. Temos muita energia própria e somos muito auto-confiantes. Nunca aprendemos a lição elementar que a única posição para nós diante de Deus é a de ser nada. Então Deus operará em nós. Pense nos anjos do Céu, os serafins e querubins. Por que eles são chamas tão brilhantes diante do trono de Deus? Porque não são nada; não há nada neles para obstruir a Deus, e dessa forma Ele pode deixar a glória da Sua presença brilhar através deles. Por que Cristo era tão perfeito, e por que Cristo alcançou tamanha vitória, e por que Cristo satisfez a Deus, o Pai? Por uma razão: Ele permitia que Deus trabalhasse Nele de manhã até a noite. Cada passo era em dependência de Deus, o Pai. “Pai, guia-Me”, Ele dizia. “Pai, espero em Ti,” e “Pai, opera em Mim.”

Quando Cristo vem viver em nós, a primeira e principal coisa que Ele quer operar em nós é dependência absoluta Dele. Você, cristão não terá de confessar: “Eu nunca percebi isto. Eu não tenho posto isto em prática. Eu não entendi que, de manhã até a noite, eu devo deixar Deus trabalhar em mim. Não posso fazer nada.” “Como vamos então fazer o nosso trabalho?”, você pode perguntar. Você acha que Cristo também foi inativo? O grande apóstolo era inativo? Com um propósito intenso ele viajou pelo mundo, e contudo, o tempo todo ele dizia: “Não sou nada.” Esperar em Deus não nos tornará inativos. Pelo contrário, gerará em nós muita atividade. Ore a Deus para nos ensinar que se quisermos conhecer o poder de Cristo em nós, precisaremos de uma vida de dependência total e absoluta de Deus.

A Morte de Cristo O que a morte de Cristo nos mostra com relação à nossa dependência de Deus? Mostra que a vida que Deus deu ao Seu Filho foi por Ele entregue inteiramente a Deus. “Eu não considero a Minha vida como Minha,” Ele disse. “Se o Pai a quer, apesar de tanto sofrimento, tanta vergonha, e de tanta agonia pelo sofrimento da morte, Eu a dou novamente a Ele.” Isto é justo. Isto é certo. Se tudo o que tenho é de Deus, então tudo deve retornar a Ele. Foi assim com Jesus. Quando Ele tinha doze anos, lembre-se que Ele disse a Maria: “Você não sabe que devo cuidar dos negócios de Meu Pai?” Mais tarde Ele disse: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que Me enviou e terminar Sua obra.” Novamente Ele disse: “Eu desci do céu não para fazer a Minha própria vontade, mas a vontade daquele que Me

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enviou.” No Getsêmani, naquelas últimas horas de angústia antes de Sua morte, Ele disse ao Pai: “Não se faça a Minha vontade, e sim, a Tua.” Nós, como crentes, nunca reconhecemos os direitos que Deus tem. Nós nunca sequer entendemos que todo o poder que temos vem de Deus. Minha vida toda vem dEle, e cada momento da minha vida deve ser entregue de volta a Ele. Toda força que recebo na vida espiritual vem de Deus, assim como a luz do sol vem do sol, cada coisa deve voltar a Deus para que toda ação seja para a glória de Deus. Um cristão que tem Cristo vivendo nele será verdadeiramente santo, uma pessoa dedicada totalmente a Deus. Isto não é fácil. Por que? Porque o nosso eu é muito forte. O pecado nos colocou nesta condição terrível. Ao invés de considerar uma honra e um privilégio não ser nada e fazer a vontade de Deus, na verdade nós a consideramos difícil.

Temos pensado na submissão do ego como uma alta realização, algo fora de alcance. Porém, se uma pessoa desistir de si mesma, e render-se a Deus, ela pode experimentar a vida de Cristo nela. O companheiro de Paulo, Epafras, orou pelos crentes colossenses, para que eles permanecessem perfeitos e plenamente convictos em toda vontade de Deus (Cl 4:12). Pense nisso! Paulo esperava que isto fosse verdade em cada cristão. Cristo viveu somente para a vontade de Deus. E você, quer este Cristo em seu coração ou quer tentar viver um pouco por sua própria vontade? Você quer o Cristo vivo, o Cristo que revela Deus, que entregou tudo? Se já houve alguém que teve o direito de dizer: “Eu viverei por mim mesmo,” este alguém foi Cristo. Mas Ele não agiu assim. Este é o Cristo que eu quero que viva em mim, um Cristo que me capacitará a viver na dependência de Deus. Deus te dará este Cristo se, de coração, você entregar a sua vida, o seu tempo, e a sua vontade para que Ele faça exatamente isto em você. Pense na bela e perfeita vida de Cristo, uma vida sem pecado algum! Foi necessário entregar a Sua própria vida? Sim! Agora Cristo diz: “Se você quer que Eu viva em você, você deve fazer o que Eu fiz. Você deve entregar a sua vida própria até a morte, e morte de cruz, para ser crucificado.” Nós devemos ser verdadeiros participantes da morte de Cristo. Por isso, a Palavra de Deus diz: “Porque se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6:5). Portanto, eu como cristão devo dizer para Deus: “Eu quero perder a minha vida. Eu quero morrer para mim mesmo. Eu quero que Cristo entre em mim com Sua morte, e me envolva de tal maneira que Ele possa viver em mim.”

A Ressurreição de Cristo O próximo passo é a ressurreição. Quando Cristo entregou Sua vida, Deus a deu de volta para Ele de uma maneira muito mais gloriosa. Depois que Cristo desceu à sepultura, Deus O exaltou dando-Lhe uma nova vida, infinitamente

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maior e melhor do que aquela que entregara. A ressurreição de Cristo me traz este ensinamento: que se eu estiver disposto a negar minha vida pecaminosa, minha vontade perversa, meu coração e suas afeições, todo o meu poder neste mundo, para entregar tudo isto a Deus, Ele trará a nova vida ressurreta de Cristo ao meu coração aqui na terra. Cristo, o Deus Vivo, que foi levantado da morte, virá e morará em meu coração. Estude o túmulo de Jesus. O que significa? Cristo se entregou até a morte, completamente desamparado, para não ser nada diante de Deus. Lá Ele ficou, apenas permitindo que Deus tomasse o tempo necessário para fazer a Sua obra. O que Deus fez? Ele cumpriu Sua promessa e deu-Lhe uma vida milhares de vezes mais gloriosa do que Sua vida antes do Calvário. Se você quer que Cristo realmente viva em seu coração, então você quer aquele Cristo que desceu à sepultura. Você quer que o Cristo com a vida ressurreta entre em você e seja um com você, o Cristo que foi morto e está vivo para sempre. Ele é aquele que vem e traz o poder da Sua morte para dentro de mim, para que tudo morra para si mesmo e para o pecado, e traz o poder da Sua vida, para que tudo em mim possa viver com a nova vida de Deus. Não se contente com meros pensamentos a respeito da presença de Jesus. Deixe Sua vinda ser uma realidade. Deixe-0 ser uma presença viva. Quem é este Cristo que vive em mim? Ele é um Homem que recebeu Sua vida de Deus, que viveu uma vida de íntima dependência de Deus, um Homem que entregou a Sua vida inteira e a Sua vontade para Deus, o Homem levantado da morte pelo poderoso poder de Deus. Este é o Cristo que quer viver em você. Ele é o Deus-Homem que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, que viveu na terra em íntima dependência do Pai no Céu, o Deus encarnado que entregou a Sua vida inteira e a Sua vontade para o Pai, o Deus levantado da morte pelo grande poder daquele que é Eterno. Este é o Cristo que quer viver em você.

Ascensão de Cristo Após a ressurreição de Cristo, Ele ascendeu aos Céus. Deus levou-0 para um lugar de poder, para compartilhar Seu trono de glória, fazendo dEle o parceiro do poder Divino. Ele enviou o Espírito Santo. Muitos perguntam: “Como eu posso ser uma bênção para os meus companheiros?” Como Cristo se tornou uma bênção para o mundo? Ele entregou a Si mesmo para Deus, morreu para Si mesmo e para Sua vida natural e esperou que Deus O exaltasse. Porque Ele agiu assim, Deus O exaltou para o lugar de bênção. Por causa de Sua morte e ressurreição Ele pôde nos enviar o Espírito Santo. Você quer a Cristo mas não pode tê-Lo até que aprenda a lição da dependência de Deus. Você deve morrer, e então aprender pela fé a tomar posse de Cristo na sua ressurreição e ascensão. Portanto, quando Jesus Cristo vive em você em sua vida terrena, você passa a partilhar da glória do Seu amor celestial. A vida de Cristo na sua totalidade em você, a dependência de Cristo em Deus, o Cristo entregue a Deus, o Cristo levantado por Deus e o Cristo exaltado acima com Deus, este Cristo quer viver em você. Para Cristo me levar para perto de Deus, Ele não pode ficar do lado de fora da minha vida. Ele deve viver dentro de mim, unido (comigo) em harmonia e obediência no serviço de Deus. Este é um mistério espiritual mas Deus é um Ser Santo e Espiritual e eu não posso ser atraído a Ele pelo meu pensamento ou por pensar em uma certa localização do Céu.

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Ser levado para Deus significa que Cristo entra em mim e vive Sua vida em mim. Ele me introduz a um relacionamento pessoal com o Deus vivo. A grande pergunta que mexe com a igreja é: “Por que os cristãos são tão frágeis?” E a grande pergunta em muitos é: “O que podemos fazer para conseguir a vida plena de Cristo, e viver como Deus promete que podemos viver? 0 que podemos fazer para nos tornarmos aqueles filhos de Deus que o Pai é capaz de gerar, galhos da Videira Verdadeira?” O que temos que fazer? Primeiro, devemos contemplar este Cristo e nos perguntar: “Será que quero entregar tudo para que este Cristo viva em mim?” Você sabe como Cristo viveu em Paulo. Era como se Cristo tivesse se encarnado em Seu apóstolo, o mesmo zelo por Deus, o mesmo amor pelas almas, a mesma prontidão para sacrificar tudo. Tudo de notável em Paulo era a completa vida de Cristo nele. Você deseja ter este Cristo em você? Suponha que você fosse tão pobre quanto Cristo, tão perseguido quanto Ele foi, e suponha que Deus dissesse: “Meus filhos, Eu darei a maior glória ao homem que permitir que Cristo venha e viva nele para viver a vida de sofrimento que Ele viveu.” Quantos diriam: “Sim, Senhor, eu daria tudo para que Cristo pudesse se apossar de mim”? Quantos diriam: “Aqui, onde vivo, custaria muito caro deixá-Lo viver em mim desta maneira”? Amigo, Deus vem a nós com esta pergunta: “Você deseja ter o Meu Filho Jesus, da maneira como você O encontra na Palavra, em Sua humildade, Sua dependência, Sua submissão e obediência, Sua renúncia até a morte e sepultura, e na Sua espera até que Eu 0 ressuscitasse? Você deseja que este Cristo viva em seu coração?” Você deseja? Se você não deseja, você quer passar a desejar? Se sua resposta é sim, diga-Lhe: “Eu quero que Cristo viva Sua vida em mim e me faça exatamente como Ele é.” Ele está pronto a fazê-lo. Não se contente mais com um cristianismo de meio coração, dizendo: “Eu estou salvo e perdoado. Eu tenho um pouco de Cristo. Eu dou o melhor de mim.” Venha para a vida completa que Cristo oferece! Deixe Cristo tomar conta de tudo. Deixe Cristo entrar, o Humilde, o Obediente, o Sofredor, o Agonizante, Aquele que viveu na dependência de Deus, e diga: “Esta será a minha vida, se Cristo vivê-la em mim.” (Fonte)

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Cura Divina Uma Série de Discursos e um Testemunho Pessoal por Dr. Andrew Murray

Capítulo I Perdão e Cura "Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” (Mateus 9:6). No homem duas naturezas estão combinadas. Ele é ao mesmo tempo espírito e matéria, céu e terra, alma e corpo. Por esta razão, por um lado ele é um filho de Deus, e por outro lado, ele é condenado à destruição por causa da Queda; pecado em sua alma e enfermidade em seu corpo testemunham o direito que a morte tem sobre ele. É a dupla natureza que tem sido redimida pela graça divina. Quando o Salmista convida tudo que há dentro dele para bendizer ao Senhor por Seus benefícios, ele clama: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios. É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas enfermidades” (Salmos 103:2-3). Quando Isaías profetizou a libertação de seu povo, ele acrescentou: “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; o povo que nela habitar será perdoado da sua iniqüidade” (Isaías 33:24). A predição foi realizada além de toda de toda expectativa quando Jesus, o Redentor, desceu a esta terra. Quão numerosas foram as curas operadas por Ele, que veio para estabelecer sob a terra o reino do céu! Seja por Seus próprios atos ou mais tarde pelos mandamentos que Ele deixou aos Seus discípulos, não nos mostra claramente que a pregação do Evangelho e a cura dos enfermos andaram juntas na salvação que Ele veio trazer? Ambas foram provas evidentes de Sua missão como o Messias: “Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mateus 11:5). Jesus, que tomou sob Si a alma e o corpo do homem, liberta ambas em igual medida das conseqüências do pecado. Esta verdade não é em nenhuma parte mais evidente ou melhor demonstrada do que na história do paralítico. O Senhor Jesus começa lhe dizendo: “Perdoados são os teus pecados” (Mateus 9:5), ao que depois acrescenta: “Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa”. O perdão do pecado e a cura da enfermidade completa ou ao outro, porque aos olhos de Deus, que vê nossa natureza completa, pecado e enfermidade estão intimamente unidos como o corpo e a alma.

De acordo com as Escrituras, nosso Senhor Jesus considerou o pecado e a enfermidade em outra luz da que temos. Conosco, o pecado pertence ao domínio espiritual; nós reconhecemos que ele está sob o justo desprazer de Deus, justamente condenado por Ele, enquanto que a enfermidade, pelo contrário, vemos somente como uma parte da presente condição de nossa natureza, e não tendo nada a ver com a condenação de Deus e Sua justiça. Alguns vão mais longe ao dizer que a enfermidade é uma prova do amor e graça de Deus. Mas nem as Escrituras e nem ainda o próprio Jesus Cristo jamais falaram de enfermidade nesta luz, nem jamais apresentaram a enfermidade como uma benção, como uma prova do amor de Deus que deve ser suportada com paciência. O Senhor falou aos discípulos de diversos sofrimentos que eles deveriam suportar, mas quando Ele fala de enfermidade, sempre é como um mal causado pelo pecado e Satanás, e do qual devemos ser libertos. Mui solenemente Ele declarou que cada discípulo dEle deveria carregar sua cruz (Mateus 16:24), mas Ele nunca ensinou uma pessoa doente a aceitar ser doente. Por toda parte que Jesus curou o enfermo, sempre tratou da cura como uma das graças pertencentes ao reino dos céus. Tanto o pecado na alma, como a enfermidade no corpo testemunham o poder de Satanás, e "o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo” (1 João 3:8). Jesus veio para libertar os homens do pecado e da enfermidade para que Ele pudesse fazer conhecido o amor do Pai. Em Suas ações, em Seus ensinos aos discípulos, nos atos dos apóstolos, perdão e cura são sempre encontrados juntos. Um ou outro pode aparecer, sem dúvidas, em um maior realce, de acordo com o desenvolvimento ou fé daqueles para quem eles falaram. Às vezes foi a cura que preparou o caminho para a aceitação do perdão; algumas vezes foi o perdão que precedeu a cura, que, vindo mais tarde, tornou-se um selo para o perdão. Na parte inicial de Seu ministério, Jesus curou muitos dos enfermos, encontrando-lhes prontos para crer na possibilidade da cura deles. Deste modo, procurou influenciar corações para receberLHE como Aquele que era capaz de perdoar pecado. Quando Ele viu que o paralítico podia receber perdão imediatamente, Ele começou por aquilo que era de maior importância; depois veio a cura, que pôs um selo no perdão que tinha sido concedido a ele. Nós vemos, pelos relatos dados nos Evangelhos, que era mais difícil para os Judeus daquele tempo crer no perdão dos pecados do que na cura divina. Hoje, isto é justamente o contrário. A Igreja Cristã tem ouvido tanto da pregação do perdão dos pecados que a alma sedenta facilmente recebe esta mensagem da graça; mas, não é o mesmo com a cura divina; que é raramente falada; não são muitos os crentes que têm-na experimentado. É verdade que a cura divina não é dada hoje como naqueles tempos, às multidões que Cristo curou sem qualquer conversão precedente. Para recebê-la, é necessário começar pela confissão de pecado e o propósito de viver uma vida santa. Esta é sem dúvida a razão porque as pessoas encontram maior dificuldade

em crer na cura do que no perdão; e esta é também a causa pela qual aqueles que recebem a cura ao mesmo tempo que a nova benção espiritual, sentem-se mais intimamente unidos ao Senhor Jesus, e aprendem a amá-LO e servi-LO melhor. A incredulidade pode tentar separar estes dois dons, mas eles sempre estão unidos em Cristo. Ele é sempre o mesmo Salvador, tanto da alma como do corpo, igualmente pronto para conceder perdão e cura. O redimido pode sempre clamar: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios. É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas enfermidades” (Salmos 103:2-3).

Capítulo II Por Causa da Vossa Pouca Fé "Depois os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, perguntaram-lhe: Por que não pudemos nós expulsá-lo? Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível” (Mateus 17:19-20). Quando o Senhor Jesus enviou Seus discípulos para diferentes partes da Palestina, Ele lhes revestiu com um duplo poder: o de expulsar os espíritos imundos e o de curar todas doenças e enfermidades (Mateus 10:1). Ele fez o mesmo com os setentas que voltaram para Ele com alegria, dizendo: "Senhor, em teu nome, até os demônios se nos submetem" (Lucas 10:17). No dia da Transfiguração, enquanto o Senhor ainda estava sob o monte, um pai trouxe seu filho que era possesso de demônio, para Seus discípulos, rogando-lhes que expulsasse o espírito mal, mas eles não puderam. Quando, depois de Jesus ter curado o menino, os discípulos perguntaram-LHE porque não puderam expulsá-lo como nos outros casos, Ele respondeu-lhes: "Por causa da vossa pouca fé". Foi, então, a incredulidade deles, e não a vontade de Deus que tinha sido a causa do fracasso deles. Em nosso dias, a cura divina é pouquíssima acreditada, porque ela tem quase desaparecido inteiramente da Igreja Cristã. Alguém pode pedir a razão, e aqui são duas as respostas que devem ser dadas. A grande maioria pensa que os milagres, incluindo o dom de cura, foram limitados ao tempo da Igreja primitiva, que seu objetivo era estabelecer o primeiro fundamento do Cristianismo, mas daquele para este tempo as circunstâncias foram alteradas. Outros crentes dizem sem hesitação que se a Igreja perdeu este dons, isto foi por sua própria falta; é porque ela tem se tornada mundana que o Espírito age debilmente nela; é porque ele não tem permanecido em direta e habitual relação com o poder do mundo invisível; mas que, se ela fosse vista novamente cheia de homens e mulheres que vivam a vida da fé e do Espírito Santo, inteiramente consagrados a Deus, ela veria

novamente a manifestação dos mesmo dons como nos tempos antigos. Quais destas duas opiniões coincide mais com a Palavra de Deus? É pela vontade de Deus que os "dons de cura" [1 Coríntios 12:9] têm sido suprimidos, ou é o homem quem é responsável por isto? É a vontade de Deus que os milagres não aconteçam? Em conseqüência disto, não mais dará Ele a fé que produz tais milagres? Ou novamente é a Igreja que tem sido culpada de falta de fé? O que as Escrituras dizem? A Bíblia não nos autoriza, pelas palavras do Senhor nem dos Seus apóstolos, a crer que os dons de cura foram concedidos somente aos tempos primitivos da Igreja; pelo contrário, as promessas que Jesus fez aos apóstolos quando Ele deu-lhes instruções concernentes a missão deles, imediatamente antes de Sua ascensão, se mostram-nos aplicáveis a todos os tempos (Mateus 16:15-18). Marcos 16 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. Paulo coloca o dom de cura entre as operações do Espírito Santo. [1 Coríntios 12 9 A outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;] Tiago dá um mandamento preciso sobre este assunto sem qualquer restrição de tempo. [Tiago 5 13 Está aflito alguém entre vós? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. 14 Está doente algum de vós? Chame os anciãos da igreja, e estes orem sobre ele, ungido-o com óleo em nome do Senhor; 15 e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16 Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação. ] Toda as Escrituras declaram que estas graças serão concedidas de acordo com a medida do Espírito e da fé. É também alegado que no início de cada nova dispensação Deus opera milagres, que este é Seu curso ordinário de ação; mas isto não tem

nada a ver. Pensem no povo de Deus da dispensação anterior, no tempo de Abraão, durante toda a vida de Moisés, no êxodo do Egito, sob Josué, no tempo dos Juízes e de Samuel, sob o reinado de Davi e de outros reis piedosos do tempo de Daniel; durante mais de mil anos os milagres aconteceram. Mas, é dito, os milagres foram mais necessários nos dias do Cristianismo primitivo do que mais tarde. Mas, o que dizer sobre o poder do paganismo mesmo nestes dias, onde quer que o Evangelho procure o combater? É impossível admitir que os milagres tenham sido mais necessários para os pagãos de Éfeso (Atos 19:11,12) do que para os pagãos da África nos dias de hoje. Atos 19 11 E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários, 12 de sorte que lenços e aventais eram levados do seu corpo aos enfermos, e as doenças os deixavam e saíam deles os espíritos malignos. E se pensarmos sobre a ignorância e incredulidade que reina mesmo no meio das nações Cristãs, não seremos induzidos a concluir que há uma necessidade de manifestar atos do poder de Deus para sustentar o testemunho dos crentes e para provar que Deus está com eles? Além do mais, entre os próprios crentes, quanta dúvida há, quanta fraqueza! Como a fé deles necessita ser despertada e estimulada por algumas provas evidentes da presença do Senhor no meio deles! Uma parte de nosso ser consiste de carne e sangue; então, é na carne e no sangue que Deus quer manifestar Sua presença. A fim de provar que é a incredulidade da Igreja que tem feito o dom de cura desaparecer, vejamos o que a Bíblia diz sobre ele. Não deve isto nos colocar freqüentemente em prevenção contra a incredulidade, contra tudo que possa nos afastar ou desviar de nosso Deus? Não nos mostra a história da Igreja, a necessidade dessas advertências ? Não nos fornece com numerosos exemplos de progressos retrógrados, de prazeres mundanos, nos quais a fé enfraqueceu na exata medida em que o espírito do mundo tomou supremacia? Tal fé é somente possível para quem vive no mundo invisível. [2 Coríntios 5 7 (Porque andamos por fé, e não por vista)] Até o terceiro século as curas pela fé em Cristo eram numerosas, mas nos séculos seguintes eles tornaram-se mais infreqüentes. Não sabemos pela Bíblia que sempre é a incredulidade que impede os poderosos feitos de Deus? Oh, que possamos aprender a crer nas promessas de Deus! Deus não voltou atrás de Suas promessas; Jesus ainda é Aquele que cura tanto a alma como o corpo; a salvação nos oferece mesmo agora, cura e

santidade, e o Espírito Santo está sempre pronto para nos dar algumas manifestações de Seu poder. Até quando perguntamos porque este divino poder não é mais freqüentemente visto, Ele nos responde: "Por causa da vossa pouca fé". Quanto mais dermo-nos a nós mesmos para experimentar pessoalmente a santificação pela fé, mais experimentaremos também a cura pela fé. Essas duas doutrinas andam lado a lado. Quanto mais o Espírito de Deus vive e atua na alma dos crentes, mais os milagres se multiplicarão pelos quais Ele obra no corpo. Através disso, o mundo pode reconhecer o que a redenção significa.

Capítulo III Jesus e os Doutores "Ora, certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia, e que tinha sofrido bastante às mãos de muitos médicos, e despendido tudo quanto possuía sem nada aproveitar, antes indo a pior, tendo ouvido falar a respeito de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe o manto;porque dizia: Se tão-somente tocar-lhe as vestes, ficaria curada. E imediatamente cessou a sua hemorragia; e sentiu no corpo estar já curada do seu mal. E logo Jesus, percebendo em si mesmo que saíra dele poder, virou-se no meio da multidão e perguntou: Quem me tocou as vestes? Responderam-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e perguntas: Quem me tocou? Mas ele olhava em redor para ver a que isto fizera. Então a mulher, atemorizada e trêmula, cônscia do que nela se havia operado, veio e prostrou-se diante dele, e declarou-lhe toda a verdade. Disse-lhe ele: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre desse teu mal” (Marcos 5:25-34). Podemos ser gratos a Deus por nos ter dado doutores. A vocação deles é uma das mais nobres porque um grande número deles procuram verdadeiramente fazer, com amor e compaixão, tudo que eles sejam capazes para aliviar os males e sofrimentos que afligem a humanidade como resultado do pecado. Há até alguns que são zelosos servos de Jesus Cristo, e que procuram também o bem da alma de seus pacientes. No entanto, é o Próprio Jesus que é sempre o principal, o melhor, o maior Médico. Jesus cura doenças que os médicos terrestres não podem curar, porque o Pai LHE deu este poder quando Ele O carregou com a obra de nossa redenção. Jesus, tomando sob Si nosso corpo humano, libertou-o do domínio do pecado e de Satanás; Ele fez de nossos corpos templos do Espírito Santo e membros de Seu próprio corpo (1 Coríntios 6:15,19), e até em nossos dias, quantos dos casos que têm sido determinados pelos doutores como incuráveis - quantos casos de tuberculose, de gangrena, de paralisia, de edema, de cegueira e de surdez - têm sido

curados por Ele! Não é surpreendente então que um tão pequeno número de doentes se achegue a Ele? O método de Jesus é totalmente diferente do que aquele dos médicos terrestres. Eles procuram servir a Deus fazendo uso de remédios que são encontrados no mundo natural, e Deus faz uso desses remédios de acordo com a lei natural, de acordo com as propriedades naturais de cada um, enquanto a cura que procede de Jesus é de uma ordem totalmente diferente; é pelo poder divino, o poder do Espírito Santo, que Jesus cura. Então, a diferença entre estes dois métodos de cura é absolutamente significante. Para que possamos entender melhor, tomemos um exemplo; aqui está um médico que é um descrente, mas extremamente hábil em sua profissão; muitas pessoas doentes devem sua cura a ele. Deus dá estes resultados pelos meios de remédios prescritos, e os médicos têm conhecimento deles. Aqui está outro médico que é um crente, e que ora pela benção de Deus nos remédios que ele utiliza. Neste caso, um grande número de pessoas são curadas também, mas nem neste caso e nem no outro a cura foi trazida com alguma benção espiritual. Eles estavam preocupados, até mesmo acreditando entre eles, com os remédios que eles usam, muito mais do que com o que o Senhor poderia fazer com eles, e em tal caso a sua cura será mais prejudicial do que benéfica. Pelo contrário, quando é em Jesus somente que a pessoa doente se apóia para a cura, ele aprende a não contar muito com remédios, mas em colocar a si mesmo em direta relação com Seu amor e Sua onipotência. A fim de obter tal cura, ele deve começar confessando e renunciando seus pecados, e exercendo uma viva fé. Então a cura virá diretamente do Senhor, que toma posse do corpo doente, e isto então se torna uma benção para a alma tanto como para o corpo. Mas, não é Deus quem dá os remédios ao homem? É perguntado. O poder deles não vem dEle? Sem dúvida; mas por outro lado, não foi Deus quem nos deu Seu Filho com todo o poder para curar? Nós seguiremos o caminho da lei natural com aqueles que ainda não conhecem Cristo, e também com aqueles de Seus filhos cuja fé é ainda tão fraca para entregarem-se a Sua onipotência; ou antes escolheremos o caminho da fé, recebendo cura do Senhor e do Espírito Santo, vendo nisto o resultado e a prova de nossa redenção? A cura que é operada pelo nosso Senhor traz com ela maior benção real do que a cura que é obtida através de médicos. A cura tem sido mais uma desgraça para muitas pessoas do que uma benção. Em uma cama de doenças, sérios pensamentos tomam posse, mas no tempo de sua cura quão freqüentemente tem o homem doente sido encontrado novamente longe do Senhor! Não é assim quando é Jesus que cura. A cura é concedida depois da confissão de pecado; portanto, ela traz o sofredor para mais perto de Jesus, e estabelece um novo elo entre ele e o Senhor, faz-lhe experimentar Seu amor e poder, começa dentro dele uma nova vida de fé e santidade. Quando a mulher tocou a orla do vestido de Cristo, ela sentiu que tinha sido curada, ela aprendeu

algo do significado daquele divino amor. Ela foi embora com as palavras: "Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz" (Marcos 5:34). Oh, tu que estás sofrendo de alguma enfermidade, saiba que Jesus, o soberano Médico, ainda está em nosso meio. Ele está perto de nós, e Ele está dando novamente para Sua Igreja provas manifestadoras de Sua presença. Você está pronto para separar-se do mundo, para entregar a si mesmo para Ele com fé e confidência? Então, não temas, lembra-te que a cura divina é uma parte da vida da fé. Se ninguém ao seu redor pode te ajudar em oração, se nenhum presbítero está perto para orar a oração da fé, não temas de ir você mesmo ao Senhor no silêncio da solidão, como a mulher que tocou a orla de Seu vestido. Entregue a Ele os cuidados de seu corpo. Chegue-se quieto diante dEle e como aquela pobre mulher diga: eu quero ser curado. Talvez possa demorar algum tempo para se quebrarem as correntes de sua incredulidade, mas certamente ninguém que espera nEle será envergonhado. "Não seja envergonhado nenhum dos que em ti esperam" (Salmos 25:3).

Capítulo IV Saúde e Salvação pelo Nome de Jesus "E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde....Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós... E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 3:16; 4:10,12). Quando depois do Pentecostes, o paralítico foi curado através de Pedro e João na porta do templo, foi "em Nome de Jesus Cristo de Nazaré" que eles disseram-lhe: "Levanta-te e anda" (Atos 3:6), e tão logo o povo em seu espanto correram para juntos deles, Pedro declarou que foi o nome de Jesus que tinha curado completamente o homem. Como resultado deste milagre e do discurso de Pedro, muitas pessoas que ouviram a Palavra creram (Atos 4:4). Atos 4:4 "Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil". E no dia seguinte, Pedro repetiu estas palavras diante do Sinédrio: "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno...em nome desse é que este está são diante de vós;" e então ele acrescentou: " E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado

entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. Esta afirmação de Pedro nos declara qeu o nome de Jesus tanto cura como salva. Nós temos aqui um ensino da mais alta importância sobre a cura divina. Nós vemos que a cura e a saúde formam uma parte da salvação de Cristo. Não declarou Pedro claramente isto em seu discurso no Sinédrio, onde, tendo falado da cura, ele imediatamente fala de salvação por Cristo? (Atos 4:10,12). No céu, até nossos corpos terão sua parte na salvação; a salvação não será completa para nós até que nossos corpos desfrutem da completa redenção de Cristo. Por que, então, não cremos nesta obra da redenção aqui embaixo? Até mesmo aqui na terra, a cura de nossos corpos é um fruto da salvação qeu Jesus adquiriu para nós. Nós vemos também que a saúde, bem como a salvação, é obtida pela fé. A tendência do homem por natureza é trabalhar por sua salvação por suas obras, e é somente com dificuldade que ele vem a recebê-la pela fé; mas quando isto é uma questão de cura do corpo, ele tem ainda mais dificuldade em se apossar disto. Em relação à salvação, ele acaba aceitando-a porque por nenhum outro meio pode ele abrir a porta do céu; enquanto que para o corpo, ele faz uso de remédios bem-conhecidos. Porque, então, ele procura por cura divina? Feliz é aquele que vem a entender que esta é a vontade de Deus; que Deus quer manifestar o poder de Jesus, e também nos revelar Seu amor Paternal; para exercitar e confirmar nossa fé, e nos dar prova da redenção no corpo, bem como na alma. O corpo é parte de nosso ser; até o corpo foi salvo por Cristo; portanto, é em nosso corpo que o Pai quer manifestar o poder da redenção, e permitir que os homens vejam que Jesus vive. Oh, creiamos no nome de Jesus! Não foi no nome de Jesus que perfeita saúde foi dada ao homem impotente? E não foram estas palavras: Tua fé te salvou, pronunciadas quando o corpo foi curado? Busquemo, então, para obter a cura divina. Onde quer que o Espírito atue com poder, ali Ele realiza curas divinas. Não é notório que se os milagres fossem mesmo supérfluos, eles foram no Pentecostes, porque então a palavra dos apóstolos trabalhou poderosamente, e o derramamento do Espírito foi abundante? Bem, é precisamente porque o Espírito atua poderosamente que Sua obra necessita ser visível no corpo. Se a cura divina é vista senão raramente em nossos dias, podemos atribuir isto à nenhuma outra causa do que o Espírito não estar atuando com poder. A incredulidade dos mundanos e a falta de zelo entre os crentes impedem Sua obra. As curas que Deus está dando aqui e ali, são os sinais percurssórios de todas as graças espirituais que são prometidas a nós, e somente o Espírito Santo revela a onipotência do nome de Jesus para operar tais curas. Oremos ardentemente pelo Espírito Santo, nos coloquemos a nós mesmos sem reservas sob Sua direção, e busquemos ser firmes em nossa fé no nome de Jesus, quer para pregação da salvação ou para a obra de cura.

Deus concede cura para glorificar o nome de Jesus. Busquemos ser curados por Jesus para que Seu nome possa ser glorificado. É triste ver quão pouco o poder de Seu nome é reconhecido, quão pouco ele [o poder de Seu nome] é o fim da pregação e da oração. Tesouros da graça divina, dos quais os Cristãos privam a si mesmos pela sua falta de fé e zelo, estão escondidos no nome de Jesus. É a vontade de Deus glorificar Seu Filho na Igreja; e Ele fará isto onde quer que Ele encontre fé. Quer entre os crentes, ou quer entre os gentios, Ele está pronto para com virtude despertar consciências, e trazer corações à obediência. Deus está pronto para manifestar todo o poder de Seu Filho, e para fazer isto de uma maneira admirável tanto no corpo, bem como na alma. Creiamos nisto para nós mesmos, creiamos nisto para os outros, para o círculo de crentes ao redor de nós, e também para a Igreja em todo o mundo. Demo-nos a nós mesmos a crer com firme fé no poder do nome de Jesus, peçamos grandes coisas em Seu nome, contando em Sua promessa, e nós veremos Deus até fazer maravilhas pelo nome de Seu santo Filho.

“VÓS SOIS OS RAMOS” Uma palestra aos Obreiros de Deus Tudo depende desta entrega, do estar com Cristo, da forma como nos havemos entregue a Ele. Se eu quero ter maçãs como bom fruto, tenho de ter uma boa árvore de fruto; se quiser que a macieira me forneça regularmente boa fruta, logo tenho de cuidar de toda a sua saúde por inteiro. Assim será também com a nossa vida em Cristo, com Sua Obra em nós. Se nossa vida total estiver em total harmonia com Cristo, tudo nos sairá bem, de forma segura e perfeita. Existe sempre aquela necessidade de instrução, sugestão e ajuda, treino em todas as áreas da Obra de Cristo – tudo aquilo que tenha valor. Mas, a longo termo, a essência de todo nosso ser e trabalho será tão só obter, ter, aquela plena comunhão com Cristo. Noutras palavras, ter Cristo de facto em nós, operando por nós sem qualquer margem para duvidas. Sei quantas coisas existirão que por certo nos virão perturbar mais cedo ou mais tarde, causando questões de ansiedade e de desassossego inquiridor. Mas pelo Mestre teremos sempre uma forma de ser abençoados, havendo uma bênção guardada para cada um de nós; tal paz nos será outorgada e concedida, tal alegria e descanso, força e animo, se conseguirmos tão só estar n’Ele de facto, mantendo-nos lá nesse descanso numa atitude correcta, acima de tudo. Vou extrair meu texto da parábola da Videira e de seus muitos ramos, em João 15:5, “Eu sou a videira; vós sois as varas”. Especialmente destas palavras, “vós sois as varas”! Como é sempre muito fácil ser-se ramo! Um ramo duma árvore, um ramo duma certa Videira! Todo o ramo cresce para fora da Vide, para o exterior da árvore e a seu tempo, é claro, produz seus frutos. Nenhuma outra responsabilidade tem esse ramo que não seja receber da raiz e do tronco aquilo que o nutre, esperando sempre em e pela oportuna seiva, a qual corre sempre sem parar. E, se pelo Espírito Santo mantivermos este tipo de relacionamento integralista com Cristo apenas, seguramente que será certo que toda a nossa obra saia transformada na mais elementar, na mais bela e mais celestial obra alguma vez conseguida na face toda da terra! Em vez de andarmos sofrendo de exaustão e cansaço de alma constantemente, toda a nossa obra seria como uma nova experiência, ligando-nos ao próprio Cristo como nada mais teria com fazê-lo. Mas, oiçam! Não é muito frequente acharmos que aquilo que fazemos em vez de nos unir a Cristo, antes nos faz separar d’Ele? Que coisa mais tola poderia estar a acontecer ao próprio ser humano! A única obra de grande excelência que Ele deveria estar operando em mim e eu por Ele, essa mesmo é a que me separa do Seu amor! Muitos laboriosos obreiros da seara se queixam com muita frequência disso mesmo, que têm sempre trabalho a mais, que nem sempre dispõe daquele tempo que os faz aproximar daquele Santuário da íntima comunhão com Cristo; e que é quase sempre a

própria obra que previne e destrona essa intimidade com Deus em pessoa, que faz declinar o próprio desejo ardente de estar com Jesus a sós e que se desintegra num comunicar com homens que o afastam duma intimidade sem igual com o Mestre! Quão má é esta ocorrência que se dá com os servos de Deus! Que coisa ridícula será alguma vez pensar que se separarmos o ramo do seu tronco, este ainda terá capacidades de produzir algo que não seja seco! Isto ocorre, se dá, apenas porque temos aquela ideia de vanglória que nossa obra nunca pode ser algo como um ramo, produzindo assim todos os seus frutos – apenas! Que Deus nos retire de cada pensamento que nos possa levar a pensar assim, dessa forma oblíqua e estranha. Que irradiemos essa ideia para sempre de nossa vida evangélica. Umas pequenas ideias sugestivas sobre esta abençoada vida de ramo.

Dependência total Em primeiro lugar, é sempre uma vida de total, incondicional dependência. O ramo nada possui em si senão o próprio tronco. Depende da Vide por inteiro. Absoluta dependência é um dos mais sérios, mais solenes, mais preciosos pensamentos que alguma vez nos pode tocar. Um grande teólogo alemão escreveu dois grandes volumes uma vez apenas para ter como comprovar que toda a teologia Calvinista é sempre uma total dependência de Deus. Outro grande escritor disse-nos que dependência de Deus absoluta, incontestável, incontornável é o todo da religião Cristã, da religião de todos os anjos e a qual deveria pertencer aos homens na sua totalidade também, nada mais lhe podendo acrescentar. Deus é tudo para qualquer anjo e está assim disposto a sê-lo também para qualquer crente em forma humana sobre a terra. Caso eu possa e tenha como aprender a obediência incondicional, numa total dependência de Deus na sua efectivação, tudo o que for feito terá apenas porque e como prosperar. Você será sempre, a partir daí, um ávido avalista de toda aquela Vida sem fim que se experimenta já aqui sobre a terra. Terá assim a sua vida incondicional também, a de total dependência do próprio Deus. É sempre assim que vemos isto, esta ligação incondicional entre ramo e Vide também. Qualquer videira que possamos encontrar em qualquer parte do mundo, tem sempre por princípio e condição básica, estar o ramo nela para que brotem, a seu tempo, frutos agradáveis, próprios da qualidade da própria Vide, distinguindo-se sempre pela qualidade da própria vide em si. Todo aquele suco, toda e qualquer espécie de vinho de qualidade que possa ver em cima de qualquer mesa, qualquer cacho de uvas que fartam os olhos com sua beleza intensa, falam da qualidade da árvore de onde chegaram a ser colhidas – sempre. É tudo obra da Vide e será sempre assim que os galhos que se esticam gozam

no carregar daqueles frutos, dos quais, eles próprios nunca se alimentarão. Que tem a vide que fazer? Uma grande obra de excelente qualidade de facto. Tem de estender suas raízes para o aquoso e líquido subsolo, caçando nutrientes e bebendo da humidade por onde se estende – pois por norma as raízes se estendem a grandes distancias dali. Ponhamos certos nutrientes, adube ou outros longe dali, logo esta envia suas raízes para lá. Será a partir daquela humidade que acha, que produz aquela seiva a qual mantém os ramos reboliços e com jovialidade de aparência e a qual alimenta o fruto que nos ramos brotam e se evidenciam. A Vide faz esse trabalho, essa obra, por ela e o ramo recebe da Vide pelos canais certos, a seiva que alimenta o crescimento, o futuro sabor de toda a sua produção. Contaram-me que, em Hampton Court, Londres, existia uma frondosa vide que dava milhares de galhos repletos de frutos agradáveis, sobre a qual toda a gente se admirava pelo bom aspecto daquela vide que se espalhava e estendia, crescendo assim em demasia. Mais tarde descobriram a razão de ser de tal “fenómeno”: não muito longe dali, passava o rio Thames e aquela vide estendeu suas muitas raízes para aquele rio, a centenas de metros dali, indo pelo subsolo até haver achado aquelas águas de onde obtinha ingredientes específicos e também a humidade necessária, o que era a razão da sempre abundante colheita que produzia. Esta vinha tinha uma obra a fazer e consegui-a totalizar, para que todos os seus ramos produzissem assim abundantemente. Não é isto literalmente verdadeiro do meu Senhor Jesus? Terei eu de entender que quando me disponho no trabalho, quando tenho de entregar um certo sermão, uma aula a dar, ou a ir visitar quem é pobre de espírito, negligenciado ou desprezado, que a responsabilidade do sucesso dessa obra espontânea depende e é sempre da total responsabilidade de Cristo? É precisamente isso que Cristo quererá que entendamos desde logo. Cristo quer isso de todo o tipo de obra que façamos, seja no mundo seja dentro da igreja, que os alicerces desse mesmo trabalho se estendam àquela consciência simples da presença de Deus em nós: Cristo cuidará de tudo isso! E como cumpre, como nutre Ele esta confiança numa total dependência? Ele consegue isso pela vinda do Espírito Santo – não apenas de vez em quando, como prenda ocasional e oportunista, mas sim como é o próprio relacionamento entre a Vide e seus ramos numa base constante, diária e incessante, a qual é a grande responsável pelo pulsar de toda a vida, de todo o aspecto, de toda a saúde do ramo e de toda a qualidade do fruto que brota. É essa conecção que terá de ser assegurada por nós, sempre. Caso a seiva não esteja fluindo como devia estar, caso cessasse ocasionalmente de chegar aos confins dos ramos, o ramo murcharia e se secaria. É esta seiva que assegura toda a sua sobrevivência. É também assim que o meu Senhor Jesus quer que tome posição na sua seara e em toda a sua obra, pois de manhã à noite e dia após dia, passo a passo, em toda a obra que se possa chamar boa, tenho como e porque permanecer sempre n’Ele e Ele em mim

em total dependência como alguém que deveras nada sabe, nada tem, nada pode fora da vide. Que os meus amados em Cristo se possam aperceber deste mistério, o de Cristo e da Igreja, que saibam o que esta palavrinha “nada” deveras significa e como dignifica. “Oh, sermos nada, termos nada!” Já alguma vez se deu ao trabalho de estudar o verdadeiro sentido dessa pequena palavra que faz toda a diferença, vendo Deus à luz disso? Sabe o valor que se tem quando nada temos, nada podemos ser? Caso eu ainda seja algo, caso ainda tenha como, Deus nunca terá como o ser. Mas que bênção sobrevirá quando e assim que nada for, pois quando tomar meu posto de coração Deus será tudo e pode muito bem revelar Cristo por mim em mim, como se de mim se tratasse! Esta é a excelência da tal vida acima de todas as outras; apenas necessitamos tomar nosso posto e ocupá-lo por inteiro. Alguém dizia que todos os querubins que são chamas de fogo, são assim por saberem que nada serão e permitem, por essa razão, que Deus ponha neles, sobre eles, Sua glória a resplandecer sem igual e sem paralelo neste vasto universo! Olhe, torne-se deveras em nada, de forma real e duradoura, pois como obreiro sairá beneficiado em todas as formas de labor intenso esteja onde estiver. Que se tenha como e porque tornar tão vil, tão insignificante que apenas Cristo o tenha como e porque aceitar como obreiro em Sua própria seara: que seja Cristo quem seja tudo de valor em si mesmo! Obreiros fiéis à causa, escutem: vossa primeira lição é esta, a de ser tornado em nada diante de toda a verdade dos factos. Qualquer homem que ainda possua algo, não terá como e porque ser totalmente dependente de Cristo. Aprenda a grande lição de nada ser, de nada saber sem Cristo, de estar vazio sem Ele. Absoluta dependência de Deus em forma real é o grande segredo avalista para o Seu poder ter como e porque habitar sempre em nós, de contínuo. Assim também, o ramo nada terá nele mesmo que nunca lhe advenha da própria vide em si, sem a rejeitar prontamente. Nada podemos ter senão Jesus apenas – em nós!

Descanso profundo Em segundo lugar, a vida dum qualquer ramo não é apenas uma de inteira dependência, mas dum absoluto descanso comprometido e despreocupado. Caso aquele pequeno galho da vinha tivesse como pensar, se tivesse como sentir e falar, seja aquele galho em Hampton Court ou em qualquer outro lugar do mundo inteiro, em qualquer uma das milhões de vides que por aí existem na Africa do sul, nesta nossa terra cheia de sol e de brilho, se tivéssemos um deles aqui hoje como para nos transmitirem, dizerem algo de importante acerca de toda a sua

relação com a sua vide, se lhe perguntássemos “Oh galho de videira, quero aprender contigo como e porque posso ser eu um bom ramo na minha Vide também, na Videira Viva e exaltada”; que pensam responderia ela? Ela diria em sussurro: “Homem de pouca fé, sei que és sábio, sei que fazes grandes e inconcebíveis coisas. Sei também que tens muita força e poder e sabedoria te foi dada para saberes como fazer pleno uso de tudo isso, mas tenho uma lição a dar-te hoje. Nem com tudo isso segues Deus? Com toda a tua pressa frenética, nunca prosperas em toda a obra de Deus. A primeira das coisas que necessitas é voltar e descansar em teu Deus para sempre. É isso o que eu faço sempre. Desde meu eclodir e evoluir que assim procedo sempre, sem nunca me desligar dela para tudo aquilo que necessito. Desde então tudo o que faço e enceto é descansar na minha Videira. Assim que chega a primavera não me sobrecarrego com pensamentos de ansiedade desconfortáveis de dúvida. A Vide começa a verter sua seiva por mim em mim e faz crescer folhas e logo tenho como e porque dar fruto. Caso o fruto que eu dou nunca fosse bom, logo o dono de toda aquela vinha nunca teria como acusar-me, pois a vinha seria a única culpada e responsável por todo o fruto, por toda a qualidade desse mesmo fruto em mim. E caso queiras ser assim também, dando teu fruto no devido tempo enquanto ligado à tua Vide, a Cristo em pessoa, apenas aprende a descansar n’Ele com carinho paciente. Que Cristo tome tuas responsabilidades sobre Ele. É tudo o que tenho para te dizer”. Mas pode argumentar que isso é ser desleixado e preguiçoso. Permita-me discordar inteiramente. Ninguém terá com descansar num Cristo vivo e continuamente efervescente e ser diferente d’Ele, em nenhum sentido da palavra, porque quanto mais aconchegado eu me encontrar n’Ele, tanto mais Seu Espírito me vivificará para qualquer Obra Sua, em todo o Seu esplendor! Seu zelo será todo meu, Seu amor também. Olhe, antes de mais nada, comece a trabalhar a sua dependência total de seu Criador, veja se algo o perturba ainda e acrescente a essa dependência uma total responsabilidade de descansar n’Ele apenas. Muitos homens, por vezes, tentam e tentam uma vez mais uma total dependência de Cristo, mas logo se preocupam com essa mesma dependência e descobrem que não chegam a ela. É seu coração que não descansa. Mas que você faça e tenha como fazer seu coração depender desse descanso sempre e cada dia. Em tua forte mão me coloco absolutamente E sei assim que esta obra será terminada Pois quem mais sabe trabalhar assim Como o faz o Todo-Poderoso? Obreiro, tome seu lugar todos os dias de sua eternidade aos pés de Jesus, o Senhor; e escute em paz e harmonioso sentir este conhecer de poder dizer: Não tenho preocupações pois as entreguei a Ele,

Não temerei porque daquilo que temo Ele cuida! Venham filhinhos do Deus Altíssimo, entendam este enigma, que é Jesus quem quer operar por vós, inteiramente! Queixa-se da falta de amor fervente? Se o tiver, é porque vem de Jesus! Ele derrama todo esse amor em seu coração. Ele próprio fornecerá os atributos desse amor com o qual descobrirá que pode amar os outros também, para além de si mesmo. Este é o verdadeiro significado destas palavras: “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”, Rom 5:5; e, “Pois o amor de Cristo nos constrange”, 2Cor 5:14. Cristo tem como colocar em si uma fonte de água viva que salta para a vida eterna, a qual nunca mais vai ser intermitente. Pode e tem como amar assim o mais vil de todos os pecadores, os mais ingratos de todos aqueles que o cansaram até aqui. Tente descansar n’Ele, Aquele que sabe e pode dar descanso sem fim até a uma alma cansada e oprimida – quanto mais a uma em repouso expectante! Verá que quando estiver dando um sermão, essa será a melhor parte que você dele escolhe para si. Você clama e urge as pessoas e todos eles apreendem a sua mensagem e dizem apercebidos: “está um homem argumentando meus nervos, perturbando minha alma!” Logo dirão que estão ali dois homens a desentenderem-se, quem fala e quem ouve: mas caso tenha como pronunciar em palavras de evidência viva, caso tenha como manifestar na primeira pessoa todo aquele amor de Deus em si mesmo, aquele descanso activo e vivo, despreocupado e responsável, aquela paz e aquele sereno descanso que apenas existe nos céus acima, será esse mesmo ingrediente que convencerá todos os presentes com a sua mensagem.

Muitos frutos Mas em terceiro lugar, o ramo deixa no ar uma certa lição sobre frutificar abundantemente. O próprio Senhor Jesus repetiu vezes sem conta esta palavra “fruto” apenas nesta parábola. Ele falou antes, de “fruto” e apenas depois de “muito fruto”. Sim meu caro amigo, você é ordenado a preencher o requisito de dar muito fruto também. “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”, João 15:8. Em primeiro lugar, Cristo sempre disse: “E sou a verdadeira Videira, Meu Pai o dono dela. Ele é quem em encarrega e me capacita sempre, tanto a Mim quanto a ti”. “Não é o discípulo mais do que o seu Mestre, nem o servo mais do que o seu Senhor”, Mat 10:24. Aquele quem vela sobre a intimidade entre crente e Cristo é o próprio Pai das alturas. E será apenas pelo poder de Deus que em nós é manifesto fruto de onde todos vêm colher para se alimentarem devidamente. Ó crentes, sabem muitíssimo bem que este mundo se degrada a passos largos, especificamente pela falta de obreiros capazes e audazes

assim, deste jeito. E este mundo não necessita apenas de mais Obreiros fiéis, mas acima de tudo daqueles que clamam a alto e bom som (uns mais que outros): “nós não necessitamos apenas de mais obreiros na seara, mas de obreiros que tragam neles um poder irresistível, um poder diferente, cheio da vida que prega; para que esses mesmos obreiros tenham como e porque trazer melhor bênção, válida bênção acima de tudo!” Filhos de Deus, apelo a que sejais entregues assim a Deus. Por exemplo, sabe como as pessoas se podem sentir perturbadíssimas em caso duma doença. Tem um amigo íntimo entre a vida e a morte e nada mais que umas certas uvas frescas terão como refrigerar esse seu amigo; mas suponhamos que estamos fora de época no que toca a esse fruto. A que trabalhos se entregará para conseguir essas uvas milagrosas, caso elas tenham como e porque o salvar da morte? Oiçam-me! Como há tanta gente sem ir à igreja de Cristo, também haverá muitos que lá vão. Mas tanto uns como outros raramente conhecem Cristo. E assim mesmo, as uvas celestiais, as próprias uvas de Escol (Num 13:23), aquela vinha celestial, não são para qualquer um, não podem ser adquiridas por preço, a não ser que um verdadeiro filho de Deus as tenha interiormente frutificando porque ele se encontra relacionado, ligado intimamente àquela Vide eterna. Caso os filhos de Deus nunca estejam de facto abundando nesta vida frutificadora, caso não estejam transbordando do Espírito Santo de forma real, do amor de Jesus, daquele que apenas Ele tem n’Ele, nunca poderão brotar seus frutos de forma aprazível para uma raça humana em profunda decadência. Todos nós professamos e chegamos a confessar que existe de facto muito trabalho por fazer, muita pregação, muita visitação a encetar, muitos mecanismos que ainda não rolam, uma enormidade de esforço ímpar de todos os géneros em todos os cantos do mundo onde existam igrejas. Mas em nenhuma destas coisas se manifesta, transparece aquele poder activo de Deus em pessoa, lamento dizer! Qual a falta, que se passa? Existe uma falta evidente duma ligação imperturbável com o Criador de todo o mundo, com a Vide, isso será o que mais nos falta. Cristo, aquela Vide celestial, tens bênçãos de sobra das quais Ele pode ainda hoje derramar sobre dezenas e centenas de milhares de pessoas em estado da mais vil perdição ao mesmo tempo! Ele tem de sobra! Cristo, a nossa Videira celestial tem poder quanto baste para providenciar uvas frescas a qualquer altura do ano. Mas, “Vós sois os ramos” e por essa razão, maioritariamente, nunca terá como providenciar desse fruto da Vide a transiundos perdidos, se não estiver interligado, intimamente inter-laçado com Cristo seu Senhor! Nunca confunda trabalho com fruto que frutifica por si. Pode existir um grande labor, muito dispendioso mesmo, tudo por Cristo e mesmo assim ser tudo em vão por nunca ser fruto da obra da Vide celestial! Nunca busque ser laborioso, mas sim quem frutifica e faz frutificar, acima de tudo! Olhe, estude intensamente sobre este assunto de “dar muito fruto” e verá. Está sempre interligado ao próprio poder e ao

próprio Espírito e amor verdadeiro do Filho de Deus em pessoa sempre presente. Isso significa apenas que a verdadeira Vide poisou, aninhou-se em si e em mim, em nossos corações! Você sabe que existem distintas formas de fruto, como existem variadíssimas qualidades de uvas, as quais fornecem-nos sempre distintamente variadíssimos sabores e aromas. Assim mesmo existe no próprio coração do próprio Cristo distintos mecanismos de trazer o amor, a graça, o poder, a Vida, o Espírito, uma bênção a todos os homens cá na terra, os quais são sempre distintos e celestiais e que se vêm alojar em nossos próprios corações. Esteja em intimo relacionamento com Jesus e verá se não faz a diferença à sua volta sempre! Diga assim: “Senhor Jesus, nada menos que essa seiva desejo, aquela que emana em Ti mesmo, pessoalmente, especificamente, nada menos que esse teu Espírito te pedimos. Senhor, que Teu Espírito frutifique em mim em toda a obra que eu possa fazer por Ti”. De novo lhe digo que experimente esta nova vida, esta seiva infinita proveniente do alto que é nada menos que o Espírito Santo em pessoa. É o Espírito Santo quem é essa Vida da Vide e seu ramo não pode evoluir frutificando sem essa mesma plenitude sem fim, desse mesmo fluir de vida sem fim, do Espírito Santo, o Próprio em pessoa real em si mesmo. Necessita disso incontestavelmente e deseje nada menos que isso para si e para quem labora na seara. Nunca espere de Cristo dar aqui uma excelente bênção, outra mais além, juntamente com um pouco de ajuda aqui e acolá. Nunca será essa a Sua função! A peculiaridade desta Vinha, toda a Sua obra, é precisamente ensopar os ramos com a seiva que é peculiarmente Sua. Por essa razão espere que seja Ele a dar-lhe do Espírito que Ele próprio tem em Si mesmo, em seu coração e que assim tenha como frutificar abundantemente para sempre. E caso esteja apenas agora a começar a dar fruto, caso esteja ouvindo estas palavras do próprio Cristo, “mais fruto”, recorde-se que para que isto se venha a dar em si também, apenas necessita de mais Cristo em si – em toda a sua vida, como em todo o seu coração! Nós ministros do evangelho: como estamos em eminente perigo de trabalhar incessantemente sem que esta seiva flua livremente, porque apenas vemos trabalho, trabalho e obra sobre obra diante de nós! E nós oramos muito mas em nada frutifica tudo aquilo que fazemos, pois aquela alegria real, aquele descanso activo duma vida celestial sempre presente, nunca são sempre presentes – isso confirma-se pelo fruto que vemos brotar. Busquemos entender este mistério sem fim, que a vida de todo ramo está na Vide, a fórmula de se vir a frutificar muitíssimo, porque é uma vida interligada à pessoa de Cristo que a isso leva, a um Cristo vivo, celestial, eternamente constante e permanente!

Comunhão sem igual E em quarto lugar, a vida do ramo é uma vida numa comunhão muito íntima. Perguntemos de novo: que tem o ramo de fazer ainda? Conhece aquela preciosidade de palavra, a qual Cristo muito e sempre usou: “Permanecei”! Sua vida tem de ser uma daquelas que permanece, que se queda pela plenitude, que tem como e porque permanecer nela intimamente interligado, dependendo dela. Como se dá isto? É como ser a Vide e seu ramo, permanecendo juntos sempre e sem quebras. Existem esses ramos em estreita comunhão, com pureza de espírito interligado, sem fugas na conecção, desde Janeiro a Dezembro – sempre a mesma. Este é o princípio básico da eternidade: ser constante e permanecente. Como não posso viver cada dia assim? É a mais terrível das coisas termos de estar a responder a perguntas infames como esta! Não posso eu viver em permanente comunhão com meu Rei, com a Vide celestial? Mas você afirma: Tenho estado ocupado com muitas outras coisas”. A isso respondo: você pode até ter horas de trabalho intermináveis, sua espelunca de cérebro repleto de coisas e pensamentos temporários; Mas é Deus quem ordena a que tenhamos esta comunhão assim, desse jeito apenas. Aquela obra de se permanecer em Cristo, obra dentro do seu coração, não no cérebro, dentro dum coração que eclode para uma permanência na segurança duma eternidade constante, descansando em Jesus apenas, é essa obra na qual Cristo é quem nos mantém interligados pelo Espírito Santo n’Ele. Ó, que creia mais profundamente que o cérebro apenas, profundamente na sua vida interiorizada e escondida, para que cada momento de sua vida intensa seja uma consciencialização daquela liberdade de poder dizer e afirmar: “Jesus, meu Senhor, ainda permaneço em Ti – vou até ao fim”. Se aprender a depositar de lado todos os seus múltiplos afazeres, aprendendo também este contactar directa e exclusivamente com Cristo seu senhor, com a Vide, verá que fruto brotará logo de imediato! Qual a aplicação pratica de tudo isto? Desta comunhão ímpar e sem igual em todo o mundo? Que pode ela significar por enquanto? Ela significa acima de tudo, um relacionamento com Cristo no seu local de oração. Tenho a certeza que existem muitos crentes os quais anseiam intensamente por esta vida, os quais de vez em quando recorrem a uma bênção ocasional e que experimentaram um grandioso fluir desta seiva ímpar neste universo. Mas mesmo assim, com o passar do tempo, ela se desvanece e eles nunca entendem muito bem porquê. Nunca entendem que uma comunhão intimamente pessoal com a própria pessoa de Cristo é uma necessidade básica de nossa vida n’Ele. Nada pode obscurecê-la, subjugá-la e nada nem no Céu nem

nesta terra o pode preencher sem ela, caso queira ser um crente pleno e cheio de felicidade mas em santidade apenas. Ó, quantos crentes olham para isto como um fardo eloquente, como uma taxa de imposto cobrável, um dever obrigacionista e uma grande dificuldade apenas, o estar a sós com seu Deus! É precisamente este o grande bloqueio que impede o fruto dos ramos em qualquer parte do mundo. Necessitamos mais silenciosa comunhão com nosso Criador, que nos conhece melhor que ninguém. E digo a si em nome desta Vide celestial, que nenhum de vós pode vir a ser um ramo saudável, onde aquela seiva supra-celestial tenha como fluir livremente, a menos que se entregue a uma longa e exaustiva comunhão íntima com seu Deus. Caso não esteja na disposição de oferecer seu tempo a sós com seu Deus, dando-Lhe todo o tempo que necessitar para que opere em si através de Sua seiva continuamente, para que assim mantenha o vínculo que o une intimamente aos céus, que o liga a Ele como o umbigo liga uma mãe ao seu feto, Ele não pode dar mais do que tudo aquilo que já recebe imerecidamente, pois sua relação com Ele está inevitavelmente quebrada, seu elo rompido. Ele não tem como o segurar através dum relacionar-se com Ele em pessoa, o qual nunca se esgota. É Jesus Cristo quem lhe pede que tenha um relacionamento vivo com Ele. Que cada coração diga assim então: “Ó Cristo, é apenas isto o que desejo de verdade, é apenas isto o que escolho”. Logo de seguida entregue-se a Ele deste jeito, incondicionalmente. Ele lhe concederá essa comunhão sem reservas.

Entrega total E finalmente: a vida do ramo é uma vida de entrega absoluta. Esta palavra, “entrega absoluta”, é uma solene palavra: duma infinidade enorme. Creio que nunca entendi muito bem o seu verdadeiro significado, todo o sentido desta entrega, desta rendição total, integral aos pés de Cristo. Mas, mesmo assim, esta vara insignificante está pregando sobre este solene assunto. “Minha pequena vara insignificante: tens algo mais a fazer que não seja dar fruto, fornecer uvas?” “Não, nada mais tenho que fazer” “És capacitada para algo diferente disso?” “Para nada mais sou capacitada!” A Bíblia diz que nenhuma vara, nada da vide tem como dar fruto sem estar ligado à própria vide. As varas fora da vide servem apenas para serem queimadas. “Não tens como fazer algo mais?” “E agora, que entendes tu, pequena vara, sobre o relacionamento com a própria Vide?”!

“Todo o meu relacionamento com a Vide é apenas este: estou inteiramente entregue à minha vide, para que ela possa fornecer a quantidade de seiva quanto queira a qualquer momento que entender. Estou à sua disposição inteiramente e a vinha pode produzir comigo tudo o que deseja”. Amigos, necessitamos ter esta entrega também ao Senhor Jesus Cristo. Quanto mais falo sobre isto, mais me apercebo que é das coisas que mais e melhor terão de ser conseguidas e que no entanto será sempre das mais difíceis de se esclarecer e, mais ainda, de se explicar com a devida clareza: uma entrega total e absoluta. É frequente acharmos homens que saem dos seus cómodos assentos e se entregam ao Senhor dizendo assim: “Senhor, me entrego a ti para uma total consagração”. É de realçar tais atitudes e com alguma frequência também, advém fruto de tal acto. Mas a grande questão é o que significa essa entrega, ao que pode levar ela. Meus caros amigos: isto significa que nos entregamos a Cristo da mesma forma que Ele estava entregue ao Pai. São palavras fortes demais par si? Algumas pessoas ainda pensam que sim – outros acham que nunca são. Mas tão absoluta deve ser nossa entrega ao Próprio Cristo quanto Ele estava em relação ao Pai. Ele apenas buscava a vontade do Pai, o que Lhe agrada. Mas tal qual isso, devo eu buscar e estar em relação a Cristo: nada devo buscar que não seja do Seu agrado, da Sua vontade inteiramente. Isto é verdade, que nunca se duvide acerca de nada disto. Cristo veio soprar Seu próprio Espírito em nós, para que achássemos na Sua santidade, a maior das felicidades, tal quanto Ele próprio fez. Amados irmãos, caso este seja todo o seu caso, permita-me dizer-lhe que diga ainda isto: “Sim, tal como é verdade acerca daquela simples vara da vide, assim é verdade que, pela graça de Deus, eu vivo e viverei mediante sua vontade pelo Seu poder cada dia de toda a minha existência”. Mas eis aqui o grande erro que todos cometem, o qual está sempre como base de toda a nossa religião. O homem pensa assim: “Eu tenho muito negócios e afazeres, uma família, meus deveres de cidadão e isto não terei como mudar isso. Por isso, paralelamente, serei um servo do Deus Altíssimo, estarei a Seu serviço, como forma de me manter afastado do pecado. Que Deus me conceda ajuda para poder fazer tudo assim, desse jeito!” Isto é uma calamidade em forma de pensamento. Quando Cristo veio até cá, Ele mesmo comprou com Seu sangue o resgate de todos os pecadores que falam assim ainda. Caso houvesse aqui um certo mercado de escravos e eu fosse comprar um dos que lá estavam acorrentados, teria de levar esse homem para a minha propriedade para que ficasse sendo minha propriedade também, para que pudesse mandar nele e dispor dele sempre que dele me quisesse servir, para qualquer tipo de obra que eu entendesse necessitar ser feita. E caso este escravo me fosse incondicionalmente fiel, ele viveria sem interesse próprio e toda a sua vontade se resumiria em “honrar sempre seu mestre”.

Deste modo se espera que seja qualquer servo, qualquer filho de Deus em relação ao Pai: “como poderei servir meu Mestre, meu Senhor?” Como descobrimos dificuldades nesta vida evangélica, conquanto seja real mesmo! Apenas porque buscamos única e exclusivamente a supravontade de Deus. Deveríamos era nos alegrar com tal possibilidade única de agradar ao Criador do mundo, de termos como assimilar Sua própria Vida em nós por nós! É uma oportunidade única a que temos ao nosso dispor. Devemos escolher fazer as nossas próprias coisas ainda? Para depois virmos pedir que nos auxilie a sair do pecado inerente a elas apenas? Fazemos tudo ainda dentro dos nossos próprios esquemas, efectuamos nossa vontade e esperamos que nunca estejamos desviados e errantes! Pedimos-Lhe que entre em nós, para nos deixar a maior de todas as bênçãos possíveis. Mas nosso relacionar-se com Ele é precário, decadente, quando deveria ser uma pré-disposição incondicional de servir, de ouvir quem fala, humildemente escutando e buscando Seu bel-prazer: “Senhor, existe algo em mim que não esteja de acordo com Tua vontade, que não esteja ordenado para Te poder agradar, que não esteja ao Teu dispor por inteiro, de forma que sejas Tu a usar onde e sempre que queiras?” É um facto que pedimos que entre em nosso coração, mas para que nos dê de Sua bênção. Mas nosso relacionamento com Jesus, como está este? Deveria ser um tal que nos pré-dispusesse a servi-Lo sempre incondicionalmente. Mas se pudéssemos apenas esperar com toda a Sua paciência, logo veríamos frutos brotando inseparavelmente dum tal relacionamento. Uma relação de amor tal, faria brotar sempre de nós uma fonte de águas vivas e Cristo seria tão chegado, tão querido ao nosso ser, que nos admiraríamos de nós mesmo ao havermos afirmado que antes estávamos entregues a Cristo! Deveríamos sentir em nós mesmos a enorme distancia, o enorme fosso entre este relacionar-se com a pessoa de Cristo e aquele que antes elogiávamos! Que Ele venha, como pode de facto, tomar posse de todo nosso ser incondicionalmente e isto para sempre. Esta vara clama por uma entrega total. Eu não estou falando tanto assim do deixar de pecar, de abandonar o pecado apenas: existem pessoas que necessitam de tal coisa, de abandona seu mau temperamento, maus vícios e hábitos destrutivos, os quais cometem de quando em quando. São pecados que nunca lhes permitem aconchegarem-se no Seio eterno de Cristo. Mas rogo-vos, que caso sejam varas nesta Vide Viva, que nunca assegurem nenhum dos vossos pecados – que os deixem ir de vez. Sei que existem grandes dificuldades no que toca a santidade em muitas vidas. Sei também que nem toda a gente pensa de igual modo em relação ao seu próprio pecado. Mas isto não é assunto de se comparar opiniões, de se juntar à indiferença, caso se queira ter como abandonar todo pecado. Mas, infelizmente ainda existem muito corações adversos por aí, os quais se familiarizaram muito com a ideia de que é impossível abandonar o pecado e que devemos pecar um pouco cada dia. Que houvesse gente que

pudesse clamar: “Senhor liberta-me, livra-me de todos os meus pecados!” Entregue-se incondicionalmente a Cristo em pessoa e peça d’Ele essa formula sagrada de se afastar e abster até do desejo do pecado. Existe um penar de maus pensamentos entre crentes que, porque estamos onde nascemos, num mundo onde habita pecado, que isso é algo que nunca se tem como e porque mudar. Mas o facto é que nunca nos chegamos a Jesus para pedir d’Ele Sua opinião sobre este e outros assuntos. Aconselho-vos vivamente, Crentes, tragam tudo para fora e depositem toda as questões diante de Jesus e digam logo: “Senhor, que tudo em minha simples vida esteja em total harmonia, em sintonia inquebrável com aquilo que Tu próprio és, que tome minha posição na abençoada Vide que Tu és – apenas”. Que sua entrega a Cristo seja absoluta. Eu nunca entendi esta palavra de entrega total, verdadeiramente. Cada dia que passa ganho novas descobertas em relação a isto. Alarga-se todo o seu significado cada dia que por mim passa. Mas não busque entender, mas peça “Senhor, que minha entrega seja absoluta, incondicional, verdadeira – apenas isso escolho e quero para mim!” Logo verá que Cristo lhe manifestará de tempos em tempos, a cada oportunidade que surgir e emergir, tudo aquilo que Lhe possa desagradar directamente. Ele lhe revelará Seu pensar, Sua mente, Seus pesares também e o irá por certo guiar até uma vida de excelência na Vide eterna. Para concluir, permitam-me resumir tudo o que disse numa simples frase: “Eu sou a Vide e vós sois as varas!” Noutras palavras, “Eu sou o que vive para sempre e Me entreguei por ti sem reservas e sou a tua Vide. Nunca terás como confiar em mim mais do que devias. Sou Eu quem opera poderosamente, cheio de plenos poderes para dar e resgatar com vida e poder”. Caso exista ainda em qualquer parte de seu coração uma consciência de que em si você é forte, saudável, disposto a brotar fruto a qualquer hora do dia, mas sem estar intimamente relacionado com Jesus, nunca vivendo como deveria estar, então escute-O quando fala e diz: “Eu sou a verdadeira Videira e vou te receber implantado em Mim apenas. Atrair-te-ei a Mim para que possa te abençoar muito. Esforçar-te-ei e te engrandecerei e serás cheio do Meu Espírito sempre. Eu, a verdadeira Vide de toda a vida, tomei-te para seres minha vara. Entreguei-Me inteiramente por ti. Tornei-me homem e morri para que tivesse como ser inteiramente teu também. Vem, entrega-te a Mim assim – nada segures para traz e sê inteiramente Meu como Eu fui teu”. Qual será sua resposta hoje? Olhe, que seja uma oração do mais fundo de todo seu coração e que Cristo tome posse de cada parte insignificante de todo ele também; e que ligue cada um de todos nós a Ele de verdade. Que nossa oração mais sincera seja esta, que a Vide esteja a fazer parte de nosso ser interior, de nossa total existência, incondicionalmente e que saíamos daqui cantando: “Ele é a minha Videira verdadeira, eu sou sua vara, nada mais sou do que isso. Agora estou implantado na Vide eterna, eternamente”. E quando, enfim, estiver a sós com Ele, com o Próprio, adore e acaricie Quem é

Rei dos reis, louve e admire-O, ame e espere tudo d’Ele apenas. “Tu é que és a Vide e eu sou Tua vara. Só isso basta para minha alma estar feliz e satisfeita. Para mim, ser assim chega”. José Mateus [email protected]

Humildade, a força do Cordeiro www.militarcristao.com.br /estudos.php

Andrew Murray

Nenhuma árvore pode crescer, exceto pela raiz da qual brotou. E o que é a raiz e a essência do caráter de nosso Redentor? Não há outra, senão uma única resposta: é a Sua humildade. O que é a Encarnação, senão Sua humildade celestial, Seu próprio esvaziamento e tornar-se homem? Qual foi a Sua vida na terra, senão tomar a forma de servo? E o que foi a Sua expiação, senão a humildade? Ele se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. (Fp 2:8). E qual foi a Sua ascensão e Sua glória, senão a humildade exaltada até o trono e coroada de glória? Ele se humilhou... Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todo nome. (Filipenses 2:8-9). No Céu onde Ele estava com o Pai , em Seu nascimento, em Sua vida, em Sua morte, em Seu assentar no trono: nada, além de humildade. Cristo é a humildade de Deus encarnada na natureza humana, o Amor Eterno humilhando a si mesmo, vestindo-se de mansidão e de benignidade para vencer, servir e nos salvar. Como o amor e a humildade de Deus fazem dele o ajudante e o servo de todos, da mesma forma Jesus foi a humildade encarnada. E assim Ele ainda está no meio do trono, o Cordeiro manso e humilde de Deus. Nossa primeira prioridade Se esta é a raiz da árvore, sua natureza deve ser vista em todos os ramos, folhas e frutas. Se a humildade vem em primeiro lugar, a graça totalmente inclusiva da vida de Jesus sendo a humildade o segredo de Sua expiação então a saúde e a força de nossa vida espiritual vai depender inteiramente de darmos a esta graça a primeira prioridade em nossas vidas. Precisamos fazer com que a humildade seja a principal coisa que admiramos Nele, a principal coisa que pedimos a Ele, e a única coisa para a qual nós sacrificamos tudo. É de se admirar que a vida cristã seja muitas vezes fraca e inútil, ao passo que a própria raiz da vida de Cristo seja negligenciada isso é desconhecido? Temos de ter uma humildade que descanse em nada menos do que o fim e a morte do ego. A humildade que desiste de toda a honra de homens, como o fez Jesus, para buscar a honra que vem de Deus. A humildade, que em si mesma não faz absolutamente nada ou se leva em conta para que Deus seja tudo e só o Senhor possa ser exaltado. No Evangelho de João temos a vida íntima de nosso Senhor aberta para nós. Jesus fala com frequência de sua relação com o Pai, dos motivos pelos quais Ele é guiado, e de Sua consciência do poder e do espírito pelo qual Ele atua. Embora a palavra humilde não ocorra no Evangelho de João, em nenhum outro lugar nas Escrituras se vê a humildade de Jesus tão claramente representada. Já dissemos que essa graça é, na verdade, nada mais que o simples consentimento da criatura a renderse completamente a Deus para, somente, o Seu agir. Em Jesus, nós o veremos tanto como o Filho de Deus no céu, quanto como um homem sobre a terra. Ele voluntariamente tomou uma posição inferior, a fim de dar a Deus a honra e a glória devida somente a Ele. A humildade de Jesus E o que Jesus ensinou aos Seus discípulos foi sempre verdadeiro de si mesmo: Aquele que se humilha será exaltado. (Lucas 14:11) Ouça as palavras que o Senhor fala da sua relação com o Pai, e veja como incessantemente Ele usa as palavras não e nada sobre si mesmo. O não eu, pelo que Paulo expressa

sua relação com Cristo, é o próprio espírito do que Cristo fala de sua relação com o Pai. O Filho não pode fazer nada de si mesmo... (João 5:19) Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (João 6:38) A minha doutrina não é minha (João 7:16) Eu não faço nada de mim mesmo (João 8:28) Eu não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. (João 8:42 KJV) Eu não busco a minha glória (João 8:50 KJV) As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo (João 14:10 NVI)

Estas palavras nos revelam as raízes mais profundas da vida e da obra de Cristo. Elas nos dizem como foi possível ao Deus Todo-Poderoso trabalhar Sua obra redentora poderosamente através de Jesus. Elas nos ensinam que a natureza essencial da redenção é o que Cristo realizou e ainda fala conosco. Isso é Sua natureza: Ele não era nada, para que Deus pudesse ser tudo. Ele resignou-se, por Sua vontade e Seus poderes, inteiramente para que o Pai trabalhasse Nele. De Seu próprio poder, vontade, e de Sua própria glória, de toda a Sua missão, com todas as Suas obras e os Seus ensinamentos de tudo isso Ele disse: Não sou eu. Eu não sou nada. Eu me dei ao meu Pai, à obra de meu Pai, e eu não sou nada. O Pai é tudo. Cristo passou por essa vida em absoluta submissão e dependência da vontade do Pai para uma vida de paz e alegria perfeita. Ele não perdeu nada, dando tudo para Deus. Deus honrou Sua confiança e fez tudo para Ele, e em seguida, exaltou-o à Sua mão direita em glória. E uma vez que Cristo havia, dessa forma, se humilhado diante de Deus, e que Deus estava sempre diante Dele, Ele achou possível humilhar-se diante dos homens e tornar-se o servo de todos. A humildade de Jesus foi simplesmente a entrega de si mesmo a Deus, para que o Pai fizesse Nele o que Lhe aprouvesse, não importando o que os homens dissessem sobre Ele ou o que fizessem com Ele. Bem aventurados os mansos Vimos a humildade na vida de Cristo pela forma como Ele abriu seu coração para nós; agora vamos ouvir seus ensinamentos. Vamos ouvir como Ele fala a respeito disso e quão longe Ele espera que os homens, especialmente seus discípulos, sejam humildes como Ele o foi. Vamos estudar cuidadosamente as Escrituras, adiante, para obtermos a impressão completa de quantas vezes e com qual sinceridade Ele ensinou sobre a humildade. Olhe para o início do Seu ministério. Nas bem-aventuranças com as quais o Sermão da Montanha abre, Ele fala: Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. (Mateus 5:3,5) As primeiras palavras de Sua proclamação do reino dos céus revelam a porta aberta através da qual devemos entrar. Os pobres, que não têm nada em si para eles o Reino vem, os mansos que buscam nada em si mesmos para eles deve ser a terra. As bênçãos do céu e da terra são para os humildes. Para a vida celeste e a terrena, a humildade é o segredo da bênção. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. (Mateus 11:29) Jesus se oferece como Mestre. Ele nos diz qual espírito vamos encontrar Nele como Mestre, e aquele que podemos aprender e receber Dele. Mansidão e humildade são as coisas que Ele nos oferece, pois nelas vamos encontrar descanso perfeito à alma. A

humildade é a nossa salvação. Os discípulos estavam disputando quem seria o maior no Reino, e concordaram em perguntar ao Mestre. Ele colocou uma criança no meio deles e disse: Quem então se humilha como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. (Mateus 18:4) Quem é o maior no Reino dos Céus? Essa questão é de fato, algo de grande alcance. Qual será a principal distinção no Reino Celestial? A resposta: nenhuma, senão Jesus a teria dado. O comandante da glória do céu, a verdadeira mentalidade celestial, o comandante das graças, este é a humildade. Pois aquele que é menos entre vós, esse é grande (Lucas 9:48). Os filhos de Zebedeu pediram a Jesus para se assentarem à sua direita e à esquerda, ao lugar mais alto no Reino. Jesus disse que não lhe era dado conceder isso, senão o Pai que o daria àqueles para os quais isso foi preparado. Eles não devem procurar ou perguntar por isso. E depois acrescentou: Quem nunca deseja tornar-se grande entre vós, será vosso servo (...) pois o Filho do Homem não veio para ele servido, mas para servir (...) (Mateus 20:26-28) Humildade, como a marca do Cristo glorificado, será o único padrão de glória no céu quanto mais humilde, mais próximo de Deus. Falando para a multidão e os discípulos, os fariseus e seu amor às tribunas dos príncipes, Cristo disse, certa vez: Mas o maior dentre vós será vosso servo. (Mateus 23:11) A humildade é a única escada que conduz à honra no Reino de Deus. Ao relatar a parábola do fariseu e do publicano, Cristo explicou: Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado. (Lucas 18:14) No templo, na presença e na adoração a Deus, tudo é inútil se não for permeado por uma profunda e verdadeira humildade, diante de Deus e dos homens. Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus disse: Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. (João 13:14) Por suas próprias palavras, é claro que Jesus considerou a humildade como um dos primeiros e mais essenciais elementos do discipulado. Na mesa da última ceia, os discípulos ainda disputavam quem deveria ser o maior. Jesus disse: Aquele que é o maior entre vós seja como o menor, e o líder como o servo. (Lucas 22:26) A dor com a que Jesus andou, o poder e o espírito pelo que Ele realizou a nossa salvação, é sempre a humildade, pela qual sou servo de todos. Quão pouco isso é pregado! Quão pouco é praticado! Quão pouco a falta dela é sentida ou confessada! Não digo que são poucos os que alcançam alguma medida de semelhança com Jesus em Sua humildade, mas quão poucos sequer pensam em fazer da humildade o objeto distinto de seu contínuo desejo ou oração! Quão pouco o mundo já a viu! Quão pouco ela tem sido visto até mesmo no círculo interno da Igreja. Render-se a Deus Quem quiser tornar-se grande entre vós, será vosso servo. (Mateus 20:26) Todos nós sabemos que o caráter de um servo fiel ou escravo implica em devoção aos interesses do Mestre, estudo meditativo e cuidados para agradá-Lo, além de prazer em Sua prosperidade, honra e felicidade. Houve servos na terra nos quais essas qualidades foram vistos, e para estes homens e mulheres o nome de servo jamais foi algo além de glorioso. Para quantos de nós não foi uma nova alegria na vida cristã saber que podemos nos render como servos, como escravos de Deus, e ao descobrir que seu serviço é a nossa maior liberdade de fato, a liberdade do pecado e de si próprio? Precisamos agora aprender outra lição: que Jesus nos chama a ser servos uns dos outros. E da mesma forma como chegamos a aceitá-lo de todo o coração, este serviço também será mais abençoado, uma nova e mais completa liberdade do pecado e de si mesmo.

No começo pode parecer difícil, mas isso ocorre apenas por causa do orgulho que ainda tem em si mesmo algo de importância. Se de fato nós aprendemos que ser nada diante de Deus é a glória da criatura, o espírito de Jesus, a alegria do céu, então vamos acolher, com todo o nosso coração, a disciplina que pode servir mesmo para aqueles que tentam nos causar problemas. Quando o nosso coração se coloca acima dessas coisas pela verdadeira santificação, passamos a meditar sobre as palavras que Jesus proferiu sobre humilhar-se a si mesmo com novo entusiasmo. Assim, lugar algum será inferior demais, nenhuma depressão tão profunda, nenhum trabalho muito humilde ou exaustivo demais, se pudermos compartilhar e provar da comunhão com Aquele que disse: Eu estou no meio de vós como aquele que serve. (Lucas 22:27). Procure o Amor Superior Irmãos, este é o caminho para a vida superior. Para baixo, mais para baixo! Isto foi o que Jesus disse aos discípulos, quando estes pensavam em ser grandes no Reino. Não procure, não peça exaltação: esta é obra de Deus. Procure fazer com que você seja sempre menor e humilhe-se, e não tenha outro lugar diante de Deus ou do homem, senão o de um servo. Esse é o seu trabalho, e que seja este seu único propósito e a sua oração. Deus é fiel. Tão certo quanto a água sempre procura e preenche o lugar mais baixo, do mesmo modo ocorre no momento em que Deus encontra a criatura humilde e vazia: Sua glória e poder fluem para exaltar e abençoar. Aquele que se humilha e este deve ser o nosso único cuidado será exaltado. O descanso é preocupação de Deus e, por Seu poder e no Seu grande amor, Ele o trará. Os homens às vezes falam como se a humildade e a mansidão nos roubasse o que é nobre, ousado e viril. Ah, que creiamos que ser humilde é a nobreza do reino dos céus, e que este é o verdadeiro espírito mostrado pelo próprio Rei do céu! Que humilhar-se e tornar-se o servo de todos seja tornar-se semelhante a Deus! Este é o caminho para a alegria e a glória da presença de Cristo sempre presente em nós, de Seu poder incansável em nós. Jesus, manso e humilde, nos convida a aprender Dele o caminho para Deus. Vamos meditar sobre as palavras que temos lido até que o nosso coração esteja cheio com o pensamento: Minha única necessidade é a humildade. E creiamos que o que Jesus mostra Ele dá. E o que Ele é, Ele transmite para nós. Como o manso e humilde Jesus, Ele virá e habitará em cada coração humano que por Ele anseia. Vou dar a você, agora, um conselho infalível. Com toda a força do seu coração, permaneça, por todo esse mês, continuamente, conforme as tuas possibilidades, em oração a Deus, da seguinte forma: peça a Ele para se dar a conhecer a você, e tirar de seu coração toda a forma e grau de orgulho, seja ela de espíritos malignos ou de sua própria natureza corrupta. Ore para que Ele desperte em você a maior profundidade e verdade daquela humildade que pode torná-lo habilitado à Sua luz e ao Seu Santo Espírito. E quando o Cordeiro de Deus trouxer a lume um nascimento real da Sua própria mansidão, humildade e renúncia total a Deus em sua alma, então haverá o nascimento do amoroso Espírito dentro de você. Em seguida, sua alma será preenchida com muita paz e alegria em Deus, e esta nova vida vai apagar até mesmo a lembrança do que você sentia como sendo paz e alegria, antes disso acontecer. Traduzido por Cleber Olympio, conforme original publicado em The Old Time Gospel.

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NO NOME DE CRISTO

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Por Andrew Murray

No Nome de Cristo Andrew Murray E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei… Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. ...e vos designei [...] a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele volo conceda. Em verdade, em verdade vos digo, se pedirdes alguma coisa ao Pai, Ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. Naquele dia pedireis em meu nome... (Jo 14.13-14; 15.16; 16.23-24,26). “Em meu nome” é repetido seis vezes nesses textos. Nosso Senhor sabia como seria lento nosso coração para absorver essas palavras e, por isso, não se cansou de repetir as verdades vez após vez. Como ele ansiava para que realmente acreditássemos no poder que há no seu Nome: poder para fazer as orações chegarem ao trono e poder para levar todo joelho a se dobrar naquele dia. Entre o maravilhoso “tudo quanto pedirdes” e o divino “eu o farei”, há esse simples elo de ligação: “em meu nome”. Tanto o nosso solicitar quanto a concessão do pedido da parte do Pai devem ser igualmente feitos em nome de Cristo. Tudo na oração depende de compreendermos isso. Sabemos que um nome é uma palavra que suscita à mente todo o ser e a natureza de alguém ou alguma coisa. O nome de Deus tem o objetivo de expressar toda a natureza e glória divinas. O nome de Cristo expressa toda a sua natureza, sua pessoa e obra, sua disposição e seu Espírito. Pedir em nome de Cristo é orar em união com Ele. Quando um pecador aceita a Cristo pela primeira vez, ele só conhece seu mérito e sua intercessão. E, até o fim, é nisso que se fundamenta a nossa fé. Entretanto, à medida que o discípulo cresce em graça e entra de maneira mais profunda e verdadeira em união com Cristo – ou seja, à medida que permanece nele –, ele aprende que orar em nome de Cristo é orar em seu Espírito, com a sua própria natureza, conforme o Espírito Santo a implanta nele. Quando compreendemos o significado das palavras “Naquele dia pedireis em meu nome” –, ou seja, no dia em que Cristo veio habitar em seus discípulos pelo Espírito Santo – não ficaremos mais estarrecidos diante da grandeza da promessa: “Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei”. O que for pedido no nome de Cristo, em união com ele, em consonância com sua natureza e Espírito, será concedido. À medida que a natureza de Cristo e de sua vida de oração for implantada em nós, seu poder de oração passará a ser nosso também. A honesta e sincera entrega, de todo o coração, a tudo que Cristo deseja ser em nós, será a medida de nossa integridade espiritual e poder para orar em seu nome. “Se permanecerdes em mim...”, diz ele, “pedireis o que quiserdes” (Jo 15.7). À medida que vivermos nele, obteremos o poder espiritual para nos beneficiarmos do seu nome. Assim como o ramo inteiramente dedicado à vida e ao serviço da vide pode contar com toda a sua seiva e força para dar frutos, da mesma forma o cristão, que aceitou por fé a plenitude do

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Por Andrew Murray

Espírito para tomar conta de toda a sua vida, pode de fato beneficiar-se de todo o poder do nome de Cristo. Cristo veio à Terra como homem para nos revelar em que consiste a oração. Para orar em nome de Cristo, devemos orar como ele orou na Terra; como ele nos ensinou a orar; em união com ele, como ele agora ora no céu. Devemos, com fé e amor, estudá-lo e aceitá-lo como nosso exemplo, nosso mestre e nosso intercessor. Cristo É Nosso Exemplo Quando compreendemos quanto tempo Cristo passou em oração e como todos os acontecimentos relevantes de sua vida estiveram ligados a períodos especiais de oração, fica mais clara a necessidade de absoluta dependência do mundo espiritual e da comunicação permanente com ele, para que tenhamos vida celestial ou exercitemos poder celestial à nossa volta. Sobre o batismo de Jesus, está escrito: “E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e estando ele a orar, o céu se abriu” (Lc 3.21). Foi na oração que o céu se abriu para ele, e que o céu desceu até ele por meio do Espírito e da voz do Pai. Foi nesse poder que ele foi levado ao deserto, em jejum e oração, para ser testado e para aprender a usar plenamente as faculdades e armas espirituais. Marcos registra: “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava”(Mc 1.35). E, mais adiante, conta-nos Lucas: “... e grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários, e orava.” (Lc 5.15,16). Ele sabia como o serviço mais sagrado – como pregar e curar – pode exaurir o espírito; como excessiva interação com os homens pode empanar a amizade com Deus; como é necessário separar tempo para que o espírito descanse e crie raízes na verdadeira vida; como a pressão de obrigações para com os homens, seja qual for sua intensidade, jamais anula a necessidade absoluta de muita oração. Se alguém pudesse sentir-se satisfeito por viver e trabalhar sempre em espírito de oração, esse alguém seria o nosso Mestre. Mas ele não se contentava; necessitava recompor sua provisão espiritual por períodos contínuos e prolongados de oração. Usar o nome de Cristo na oração implica certamente também nisso, em seguir seu exemplo e orar como ele orava. A respeito da noite anterior à escolha dos apóstolos, lemos que ele “retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus” (Lc 6.12). O primeiro passo para a constituição da Igreja e a escolha dos homens que seriam suas testemunhas e sucessores exigiu dele um período especial e prolongado de oração. Tudo precisava ser feito segundo o padrão revelado no monte: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai” (Jo 5.19-20). Foi durante a noite de oração que ele viu o que deveria ser feito. No período entre a multiplicação dos pães para os cinco mil e o milagre de andar sobre as águas, quando percebeu que o povo queria tomá-lo e proclamá-lo rei à força, ele “subiu ao monte para orar sozinho” (Mt 14.23; Mc 6.46; Jo 6.15). Sua missão era fazer a vontade de Deus

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Por Andrew Murray

e mostrar o poder de Deus. Ele não o considerava como propriedade sua; era necessário orar e receber tal poder do alto. Na introdução à história da transfiguração, lemos que Jesus “subiu ao monte com o propósito de orar” (Lc 9.28). O pedido dos discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11.1) veio depois de Jesus estar “orando em certo lugar”. Em sua vida pessoal, em sua amizade com o Pai, em tudo que ele é e faz pelos homens, o Cristo, cujo nome devemos usar, é um homem de oração. É a oração que lhe confere o poder de abençoar e transfigura seu corpo com a glória dos céus. É sua própria vida de oração que lhe permite ensinar aos outros como orar. Quanto mais terá de ser oração, somente oração, muita oração para nos moldar até que estejamos aptos a participar da glória de uma vida transfigurada ou para nos transformar em canal de bênção celestial e ensino para os outros. Orar em nome de Cristo é orar como ele orava. A vida e a obra de Cristo, seu sofrimento e morte – era tudo oração, dependência em Deus, confiança em Deus, recebendo de Deus e rendendo-se a Deus. Sua redenção, ó seguidor de Jesus, foi forjada por oração e intercessão. Seu Cristo é um Cristo de oração: a vida que ele viveu para você, a vida que vive em você é uma vida de oração que se deleita em esperar em Deus e em tudo dele receber. Cristo é nosso exemplo porque ele é nosso Cabeça, nosso Salvador e nossa Vida. Em virtude de sua divindade e do seu Espírito, ele pode viver em nós; nós podemos orar em seu nome, porque permanecemos nele, e ele em nós.

Condensado de The Ministry of Intercession (O Ministério da Intercessão), de Andrew Murray.

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O Espírito Santo e a consciência www.aguasvivas.ws /revista/69/07.htm Andrew Murray

«Em Cristo digo a verdade, não minto, e minha consciência me dá testemunho no Espírito Santo… O Espírito mesmo dá testemunho com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus» (Rom. 9:1; 8:16).

A glória mais excelsa de Deus é a sua santidade, em virtude da qual ele aborrece e destrói o mal, e ama e opera o bem. No homem, a consciência tem o mesmo trabalho: condenar o pecado e aprovar o que é reto. A consciência é o que permanece da imagem de Deus no homem, é a característica mais próxima do divino nisto, o guardião da honra de Deus no meio da ruína causada pela queda. Por conseguinte, a obra redentora de Deus deve começar sempre com a consciência. O Espírito de Deus é o Espírito de Sua santidade; a consciência é uma faísca da santidade divina. A harmonia entre a obra do Espírito Santo, de renovar e santificar o homem, e o trabalho da consciência, é a mais íntima e essencial. O crente que será cheio do Espírito Santo e experimentará ao máximo as bênçãos que Ele tem para entregar, deve em primeiro lugar procurar dar à consciência o lugar que lhe pertence. A fidelidade à consciência é o primeiro passo no caminho da restauração da santidade de Deus. Uma consciência séria será o alicerce e a característica da verdadeira espiritualidade. Visto que o trabalho da consciência é dar testemunho de nossa reta conduta de acordo com o nosso sentido do dever e para Deus, e a obra do Espírito é testificar agradando a Deus de nossa fé em Cristo e nossa obediência a ele; ambos os testemunhos, do Espírito e da consciência irão ser cada vez mais idênticos à medida que a vida cristã progride. Sentiremos a necessidade e a virtude de dizer como Paulo, com respeito a toda a nossa conduta: «A minha consciência me dá testemunho no Espírito Santo». Pode-se comparar a consciência a uma janela de um quarto, através da qual brilha a luz do céu, e pela qual podemos olhar para fora e ver o céu com toda a sua luz brilhando. O coração é a antecâmara na qual mora a nossa vida, nosso ego ou nossa alma, com seus poderes e afetos. Nas paredes dessa câmara está escrita a lei de Deus. Até no incrédulo, ela é legível em parte, embora tristemente obscurecida e desfigurada. No crente, a lei é escrita de novo pelo Espírito Santo, em letras de luz, que normalmente no começo são frágeis, mas crescem em claridade e resplandecem com maior brilho à medida que são expostas livremente à ação da luz. Em cada pecado que cometemos, aquela luz que brilha o manifesta e o condena. Se o pecado não é confessado e abandonado, a mancha permanece, e a consciência é poluída, porque a mente rejeitou o ensino da luz (Tito 1:15). E assim, com um pecado atrás do outro, a janela se torna mais escura, até que a luz pode quase não brilhar, e o cristão pode pecar sem ser perturbado, com uma consciência cegada em grande parte e sem sensibilidade. Em sua obra renovadora, o Espírito Santo não cria novas faculdades: ele renova e santifica aquelas que já existem. A consciência é a obra do Espírito do Deus criador; o primeiro cuidado do Espírito de Deus, o Redentor é restaurar o que o pecado poluiu. É só restaurando a consciência à ação completa, e revelando nela a graça maravilhosa de Cristo, ‘o Espírito dando testemunho ao nosso Espírito’, que ele capacita ao crente para viver uma vida na luz plena do favor de Deus. É quando a janela do coração que olha para o céu é aberta e mantida limpa, que podemos andar na luz. A obra do Espírito na consciência é tripla. Através da consciência, o Espírito permite que a luz da santa lei de Deus brilhe no coração. Um quarto poderia ter suas cortinas, e até seus forros fechados, mas isto não pode impedir o relâmpago brilhar de vez em quando na escuridão. A consciência poderia estar tão manchada e cauterizada pelo pecado que o homem forte poderia morar nela sem

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ser incomodado. Quando o resplendor do Sinai brilha no coração, a consciência se desperta, e está imediatamente disposta a confessar e suportar a condenação. Ambas, a lei e o evangelho, com seu chamado ao arrependimento e sua convicção de pecado, apelam à consciência. E a libertação não chegará verdadeiramente até que a consciência aceite a acusação de transgressão e incredulidade. Da mesma maneira, é pela consciência que o Espírito faz brilhar a luz da misericórdia. Quando as janelas de uma casa estão sujas, precisam ser lavadas. «Quanto mais o sangue de Cristo … limpará as suas consciências?» (Heb. 9:14). O objetivo completo do precioso sangue de Cristo é chegar até a consciência, silenciar as suas acusações, e limpá-la, até que possa testificar que toda mancha é removida e que o amor do Pai flui em Cristo em um resplendor sem nuvens dentro da alma. «…purificados os corações da má consciência» (Heb. 10:22), este deve ser o privilégio de todo crente, e acontece quando a consciência aprende a dizer Amém à mensagem divina do poder do sangue de Jesus. A consciência que foi limpa no sangue deve ser conservada limpa pelo caminhar na obediência da fé, com a luz do favor de Deus brilhando nela. A consciência também deve dizer Amém à promessa do Espírito que habita no interior, e ao seu compromisso de conduzir em toda a vontade de Deus, e testificar que Ele o faz. O crente é chamado para caminhar em humilde ternura e vigilância, para que não aconteça que em qualquer coisa, inclusive pequena, a consciência lhe acuse por não ter feito o que ele sabia que era o correto, ou fazer aquilo que não provinha da fé. Ele não deveria alegrar-se com nada menos que o testemunho feliz de Paulo: «Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana, mas com a graça de Deus, temos vivido no mundo» (2ª Cor. 1:12). (Comparar com o Atos 23:1, 24:16; 2ª Tim. 1:3). Notem bem estas palavras: «A nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência». Quando a janela é mantida limpa e brilhante, mediante o nosso habitar na luz, podemos ter comunhão com o Pai e o Filho, o amor do céu brilha de forma aberta, e nosso amor cresce com a confiança de um menino. «Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança em Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos a receberemos dele, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos as coisas que são agradáveis diante dele» (1ª João 3:21, 22). O manter uma boa consciência com Deus dia a dia é essencial para a vida da fé. O crente deve ter isto como objetivo, e não deve estar satisfeito com nada menos que isto. Ele deveria assegurar-se de que isto esteja dentro do seu alcance. Pela fé, os crentes no Antigo Testamento tiveram testemunho de ter agradado a Deus (Hebreus cap. 11). No Novo Testamento, isto é posto diante de nós, não só como um mandamento a ser obedecido, mas também como uma graça a ser forjada pelo próprio Deus. «…para que andeis como é digno do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus; fortalecidos com todo poder» (Col. 1:10). «…vos faça aptos em toda boa obra para que façais a sua vontade, fazendo ele em vós o que é agradável diante dele» (Heb. 13:21). Quanto mais procurarmos este testemunho da consciência de que estamos fazendo o que agrada a Deus, mais sentiremos liberdade, em cada falha que fomos surpreendidos, que olhemos imediatamente para o sangue que limpa sempre, e mais forte será a nossa segurança de que os pecados que habitam em nós, junto com todas as suas obras que ainda nos são desconhecidas, são cobertos também por esse Sangue. O sangue que aspergiu a consciência habita e atua ali no poder da vida eterna que não conhece nenhuma interrupção, e do sacerdócio imutável que salva totalmente. «Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com outros, e o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos limpa de todo pecado» (1ª João 1:7). A causa da fraqueza da nossa fé se deve em grande parte à falta de uma consciência limpa. Identifiquemos bem com quanta proximidade Paulo as conecta em 1ª Timóteo: «…o amor nascido de coração limpo, e de boa consciência, e de fé não fingida» (1:5). «…mantendo a fé e boa consciência, a qual desprezando alguns naufragaram quanto à fé» (1:19). E especialmente (3:9): «que guardem o mistério da fé com uma consciência limpa». A consciência é o consentimento da fé. Aquele que cresce forte na fé, e tem confiança em Deus, deve saber que está agradando ao Pai (1ª João 3:21, 22). Jesus disse claramente que é para quem o ama e guarda os seus

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mandamentos que está guardada a promessa do Espírito, com o Pai e o Filho morando em seu interior, o habitar em seu amor, e o poder na oração. Como podemos proclamar confidencialmente estas promessas, a menos que com uma simplicidade infantil a nossa consciência possa atestar que cumprimos com as condições? Oh, aqui a igreja pode levantar-se a altura de sua chamada santa como intercessora, e apelar a estas promessas ilimitadas que estão realmente ao seu alcance. Os crentes terão que aproximar-se do Pai, lhe glorificando, como Paulo, no testemunho de sua consciência, pois, pela graça de Deus, eles estão caminhando em santidade e sinceridade. Deverá ser evidente que esta é a humildade mais profunda, e trará maior gloria à gratuita graça de Deus abandonar a ideia humana do que nós podemos obter, e aceitar a declaração de Deus, pelo que ele deseja e promete, como o único padrão do que devemos ser. E como alcançar esta vida bendita, na qual é possível diariamente apelar a Deus e aos homens como Paulo: «Verdade digo em Cristo, não minto, e minha consciência me dá testemunho no Espírito Santo»? O primeiro passo é: Inclina-te muito baixo diante do que a consciência reprova. Não te conformes com uma confissão geral, porque há muitas coisas que estão incorretas. Não confundas a transgressão real com os atos involuntários da natureza pecaminosa. Se esta última for ser conquistada e morta pelo habitar interior do Espírito, deveria antes tratar com a primeira. Comece com algum pecado individual, e dê tempo à consciência em submissão silenciosa e humilhação para reprovar e condenar. Diga ao seu Pai que nisto, por Sua graça, vais obedecer. Aceite de novo a oferta maravilhosa de Cristo para tomar plena posse de seu coração, para habitar em ti como Senhor e Guardador. Confia nele por seu Espírito Santo para fazer isto, mesmo quando se sentir fraco e desamparado. Recorde que a obediência, o tomar e guardar as palavras de Cristo em sua vontade e vida, é a única maneira de provar a realidade de sua entrega a ele, ou seu interesse em seu trabalho e sua graça. E te submetas em fé, que pela graça de Deus serás exercitado sempre para ter uma consciência livre de ofensa para com Deus e para com o homem. Quando tiveres iniciado isto com um pecado, proceda da mesma forma com os outros, passo a passo. Se for fiel em manteres uma consciência pura, a luz brilhará com mais resplendor do céu no teu coração, descobrindo pecados que não tinhas notado antes, trazendo para fora claramente a lei escrita pelo Espírito que não tinha sido capaz de ser lido. Desejes ser ensinado; confiando em que o Espírito o ensinará. Cada esforço honesto de manter a consciência limpa pelo sangue, na luz de Deus, será resolvido com a ajuda do Espírito. Apenas te apoies com todo o teu coração e inteiramente à vontade de Deus e ao poder do seu Espírito Santo. Se te inclinares desta forma diante da repreensão da consciência, e te entregares por completo à vontade de Deus, o seu valor se fortalecerá e te serás possível ter a tua consciência limpa de ofensas. O testemunho da consciência, quanto ao que está fazendo e o que farás por graça, será completado pelo testemunho do Espírito quanto ao que Cristo está fazendo e fará. Com simplicidade infantil procurarás começar cada dia com uma simples oração: ‘Pai, agora não há separação entre eu e ti, e seu Filho. A minha consciência, divinamente limpa no sangue, me dá testemunho. Não permitas sequer que a sombra de uma nuvem encubra este dia. Que em tudo eu faça a tua vontade; seu Espírito, que mora em mim, guie-me e me faça forte em Cristo’. E entrarás nessa vida que se gloria na livre graça só quando disser no final de cada dia: «A nossa glória seja esta, o testemunho da nossa consciência, que em santidade e sinceridade divina, pela graça de Deus, temos vivido no mundo … Minha consciência me é testemunha no Espírito Santo». Amém.

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Celebrando Deus

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http://www.celebrandodeus.com.br/Data_site/000ImprimirTexto.asp

O Espírito Santo Na Família Andrew Murray : http://www.oarautodasuavinda.com.br/o-espirito-san Publicação: 10/09/2013

“Para vós outros é a promessa, para vossos filhos…” (At 2.39).

Frequentemente, no Antigo Testamento, encontramos expressões em que pais e filhos eram ligados como parceiros nas alianças e bênçãos de Deus: “tu e a tua casa”; “tu e tua descendência”; “eu e a minha casa”; “vós e vossos filhos”. Expressões como essas revelam o maravilhoso vínculo que torna a família uma só unidade aos olhos de Deus. E louvado seja Deus! A mesma expressão é encontrada no Novo Testamento também:“vós e vossos filhos”. Em nenhum outro lugar poderia ter significado maior do que no texto acima. No dia de Pentecostes, a Igreja de Cristo, que acabara de nascer por meio da ressurreição de Jesus dentre os mortos, recebeu o batismo no Espírito Santo e ouviu esta palavra: “Para vós outros é a promessa E para vossos filhos”. Todas as bênçãos da nova dispensação e do ministério do Espírito foram garantidas para os filhos também. “Para vós outros é a promessa, para vossos filhos.” A promessa é do Espírito de Jesus glorificado, em toda sua plenitude, no batismo de fogo e de poder. Quando somos batizados no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, estamos confessando nossa fé na santa Trindade, e no Espírito Santo, não só como um com o Pai e com o Filho, mas como sendo a Terceira Pessoa, trazendo a plena e perfeita revelação da glória divina. Tudo o que fora prometido por Deus na velha aliança, tudo o que foi manifestado e oferecido para nós da graça divina em Jesus, o Espírito Santo veio para implantar e tornar propriedade nossa. Por meio dele, todas as promessas de Deus são cumpridas, toda a graça e a salvação em Cristo passam a ser uma experiência e possessão pessoal. A Palavra de Deus chama nossos filhos de filhos da promessa. É especialmente dessa promessa do Espírito Santo que são herdeiros. E o segredo para educar filhos nos caminhos de Deus é criá-los na fé e na expectativa do cumprimento dessa promessa. Dependência do Espírito para treinar os filhos Com fé na promessa, precisamos aprender a considerar o auxílio e a presença do Espírito no treinamento diário dos filhos como absolutamente necessários e indispensáveis. Mas, não é só isso: a atuação do Espírito no nosso lar foi-nos garantido por promessa. Em todas as nossas orações por eles, na vida diária e nos cultos domésticos, precisamos aprender a esperar a operação direta do Espírito Santo e a depender dela. Dessa forma, nós os educaremos em função do cumprimento da promessa de tal forma que a vida deles, ainda mais que a nossa, seja, desde a juventude, vivida no poder do Espírito, santa ao Senhor. A promessa é para vocês e para os seus filhos. Essa ideia de treinar os filhos todos os dias na dependência da presença do Espírito Santo, com a expectativa de que ele venha para encher a vida deles, parece muito estranha e elevada para algumas pessoas – totalmente impraticável. A razão de pensar assim é simplesmente porque não aprenderam ainda a considerar a habitação do Espírito em nós como essencial para uma vida cristã autêntica. A promessa do Espírito é para você: somente quando os pais reconhecerem que é impossível viver conforme Deus deseja sem o toque do Espírito para guiá-los no dia a dia, é que eles terão capacidade de crer plenamente na promessa em favor de seus filhos. Só assim é que conseguirão tornar-se ministros do Espírito para sua família. Oh, que a Igreja de Cristo compreendesse o lugar e o poder que o Espírito de Deus deve ter em cada cristão e em cada lar cristão! Influência poderosa Porque a promessa é para vocês e para os seus filhos. Assim como é na vida natural, também na graça vocês e seus filhos foram intimamente vinculados para o bem ou para o mal. Física, intelectual e moralmente, eles participam da sua vida. Espiritualmente, pode ser assim também. O dom do Espírito e sua operação bondosa para com vocês e para com eles não consistem em dois atos distintos e separados; pelo contrário, é em vocês e por meio de vocês que ele chega também a eles. A vida e a influência diária dos pais é o canal que ele usa para alcançar os filhos com sua vivificação e graça santificadora. Se você está tranquilo com o pensamento de que já foi salvo, e não está buscando ser realmente cheio do Espírito; se sua vida ainda é mais para carnal do que espiritual; se você tem mais do espírito do mundo do que o Espírito de Deus – não fique surpreso se seus filhos crescerem sem se converterem de verdade. Será apenas um resultado natural e lógico. Você está impedindo a ação do Espírito Santo. Você infunde

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Celebrando Deus

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neles, dia a dia, o espírito do mundo. Pode ser de maneira inconsciente, mas sua influência está, com grande eficácia, direcionando-os à religião humana, em harmonia com o espírito do mundo, ao invés de inspirá-los para a vida de Deus, no poder do Espírito Santo enviado do céu. A promessa é para vocês, e para seus filhos. Apesar da influência errada dos pais, a bênção pode até alcançar os filhos por meio da fé de outros; entretanto, os pais não têm nenhuma garantia disso, a menos que se entreguem ao Senhor e se tornem o canal para levar a verdadeira vida a eles. Se ainda não fomos despertados por nenhum outro fator, permita Deus que nosso amor de pais pelos filhos nos faça ver que nada menos que o enchimento do Espírito Santo nos capacitará a influenciá-los para Deus. A poderosa promessa de Deus A promessa é para vocês e para seus filhos. É muito comum considerar a promessa de Deus como mera palavra ou pensamento – algo que não tem poder até que nós, do nosso lado, façamos aquilo que é necessário para torná-lo eficaz. Não reconhecemos que a Palavra de Deus tem em si mesma uma energia viva e potente, uma semente divina que só precisa ser escondida e preservada no coração para gerar a fé capaz de trazer o maravilhoso cumprimento da promessa. Quando Deus dá uma promessa, isso significa que ele, em seu infinito poder, se amarrou para cumprir o que disse, e que ele certamente fará isso assim que tomarmos posse dela pela fé. Nesse caso, a promessa significa que o Espírito Santo já é nosso, com toda sua graça capaz de nos vivificar, santificar e alegrar; ele está apenas esperando para vir e se tornar, dentro do nosso lar e da nossa vida diária, tudo o que precisamos para ter uma família santa e vitoriosa. Não importa o quanto nosso lar está distante do ideal de Deus e o quanto parece ser impossível, com nossas circunstâncias e dificuldades, mudá-lo; se apenas nos refugiarmos na promessa, nos apegando a ela por meio da oração da fé, Deus mesmo se encarregará de cumpri-la. Uma promessa requer duas coisas: aquele que está recebendo precisa crer e tomar posse dela, e quem está fazendo a promessa precisa cumpri-la e torná-la verdadeira. Que nossa atitude seja de fé simples e confiante em Deus, em favor de nós mesmos e dos nossos filhos, contando com a certeza da promessa: Deus é fiel e certamente a cumprirá. Corações e lares cheios da presença do Espírito Caros companheiros, pais e mães! Humilhemo-nos e reconheçamos que nossa vida no lar não tem comprovado a verdade e a glória dessa promessa. Confessemos com vergonha o quanto nossa vida e coração ainda são carnais, cheios do espírito do mundo e não do Espírito de Deus. Abramos o coração para aceitar a promessa de Deus como algo que tem o poder divino de vivificar e de gerar, por si mesma, exatamente o estado de mente que Deus requer para poder cumpri-la. Consideremos a nós mesmos como os ministros do Espírito Santo, escolhidos por Deus para preparar e treinar nossos filhos desde a infância sob a influência dele, e rendamo-nos totalmente à sua ação e direção. Treinar um filho corretamente significa prepará-lo como templo do Espírito Santo, significa viver, nós mesmos, no poder do Espírito. Que nenhum senso de incapacidade ou fraqueza nos desanime: “para vocês e para seus filhos é a promessa”. Coloquemos nossa vida, como pais, sob a direção do Espírito Santo, pois só podemos ser para nossos filhos o que realmente somos para Deus. Que o espírito de louvor e ação de graças nos encha incessantemente, por Deus nos ter concedido a maravilhosa graça de tornar a nossa vida no lar a esfera para a ação especial do seu Espírito. Nossa oração constante e nossa expectativa confiante é que, pelo poder do Espírito Santo enviado do Céu, nosso lar aqui seja cada vez mais parecido ao lar no Céu, do qual devemos ser a imagem e para o qual queremos ser a preparação. Extraído de The Children for Christ (Os Filhos para Cristo).

É permitido baixar este arquivo, copiar, imprimir e distribuir este material, desde que explicite a autoria do mesmo. CelebrandoDeus.com "Um compromisso com a Excelência do Corpo de Cristo"

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Andrew Murray - O Poder da Oração Perseverante

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O PODER DA ORAÇÃO PERSEVERANTE por Dr. Andrew Murray

E o Senhor disse: "Os homens devem sempre orar e nunca desfalecer... E CONTOU-LHES também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer. Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faz-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? Lucas 18:1-8. De todos os mistérios do mundo da oração, a necessidade da oração perseverante é uma das maiores. Que o Senhor, que é tão bondoso e desejoso para abençoar, tenha ainda de vir a ser inquirido, tempo após tempo, às vezes ano após anos, antes da resposta vir, não podemos facilmente entender. Esta é também uma das grandes dificuldades práticas no exercício e no exercitar da oração da fé. Quando, após a súplica perseverante, nossa oração permanece sem resposta, é frequentemente mais fácil para nossa carne preguiçosa a qual tem toda aparência de submissão piedosa, pensar que devemos ali cessar de orar, porque Deus pode ter Sua razão secreta para reter Sua resposta à nossa súplica. É somente pela fé que a dificuldade será superada. Quando a fé tem o seu suporte na Palavra de Deus e no bom Nome de Jesus e acha-se rendida à direcção do Espírito para buscar somente a vontade e a honra de Deus em oração, não é necessário sairmos desencorajados pela demora, antes deveríamos ganhar ânimo por ela sabendo que é Deus que a atrasa. É conhecido a partir das Escrituras, que o poder da oração em fé é simplesmente irresistível; a fé real nunca pode sair desapontada. Ela sabe que, justamente como a água, para exercitar o irresistível poder que ela tem, deve ser reunida e acumulada até que a correnteza possa descer em plena força; assim também, ali deve frequentemente existir um acumular de oração até que Deus veja que a sua medida está cheia e carecida de resposta. Esta fé sabe que, tal como o agricultor tem necessariamente de dar os seus mais de dez mil passos semeando todas as suas sementes, cada qual uma parte da preparação real para uma colheita abundante, assim também existe essa necessidade absoluta de uma oração perseverante e ininterrupta, toda ela trabalhando em prol da bênção mais desejada. Sabe a fé com toda a certeza, que nem uma singular oração crente poderá falhar em todos seus efeitos nos céus acima, mas que tem sempre uma grande influência e entesoura poder para fazer deflagrar uma resposta no devido tempo se houver perseverança. Ela sabe que não lida com coisas e pensamentos humanos e possibilidades que possam falhar, mas acima de tudo com a Palavra de Deus. E foi precisamente assim, desse mesmo modo, que Abraão pensou também, durante longos e finitos anos "em esperança, creu contra a esperança" (Romanos 4:18), tornando-se como os "imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas", Hebreus 6:12. Para nos capacitar, precisamente quando a resposta a combinar uma confiança sossegada e quieta mas alegre, a as nossas muitas orações, teremos muito especialmente pelas quais o nosso Senhor nos revela qual o carácter e

qualquer oração tarda a chegar, a uma paciência perseverante em todas de tentar entender estas palavras conduta, não deste juiz iníquo, mas

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Andrew Murray - O Poder da Oração Perseverante

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de Deus o Pai, para com todos aqueles que Ele permite que clamem a Ele noite e dia: "Digo-vos que depressa lhes fará justiça.", Lucas 18:8. De pronto lhes fará toda a justiça diz nosso Mestre. A bênção já está devidamente preparada e condimentada e Ele não apenas deseja dá-la, mas acha-se mesmo ansioso para poder fazê-lo logo e a quem puder. Um amor eterno queima com aquele desejo de manifestar a Ele próprio aos seus amados e satisfazer suas necessidades oportunamente em absoluto. Deus não se atrasará nem por um momento mais do que aquilo que é necessário. Ele fará tudo aquilo que estiver em Seu poder, para tornar qualquer resposta segura e eficazmente rápida. Mas porque então, se Seu poder é deveras infinito, leva Ele tanto tempo assim a entregar Suas respostas aos respectivos pedintes? E porque razão os eleitos e preferidos de Deus, entre medos e sofrimentos, clamam a Ele noite e dia sem parar nunca? Ele espera pacientemente por eles, pois "Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia", Tiago 5:7. Qualquer lavrador deseja que chegue a hora da colheita, mas sabe também que esta, antes de ser tornada possível, terá necessariamente de colher ainda muito sol e muita chuva, na sua devida medida e que, por essa razão, espera pacientemente que ela se torne madura e possível. Uma criança quer sempre colher uma peça de fruta meio-amadurecida. Mas o lavrador sabe de antemão que o tempo para colher esse mesmo fruto ainda não chegou. Todo o homem, em sua natureza espiritual, está sujeito a um crescimento gradual em tudo idêntico a este, o qual é comum a tudo quanto tem vida. Isto faz parte intrínseca do desenvolvimento de todos, para assim alcançarem um destino divino e comum. E é o Pai, nas mãos de Quem se acham os tempos de todas as estações, quem sabe qual o momento em que a alma duma igreja se encontra devidamente amadurecida nesse transbordar de toda a fé, a qual pode e tem como desancar uma bênção que terá como vir a manter perpetuamente. Tal como um certo pai que deseja que seus filhos cheguem logo de sua aprendizagem na escola diariamente e também deseja que terminem logo sua formação, assim também funciona Deus em toda a Sua estrutura de Pai: Ele é quem tem de ser paciente, pois Ele responde depressa demais até. A visibilidade nesta verdade, suas verdades claras, darão o cultivo necessário ao crente para que obtenha assim a correspondente disposição espiritual: fé em paciência, esperando e antecipando ao mesmo tempo, será todo o segredo da perseverança. Pela fé e confiança inegável naquilo que foi Deus quem prometeu a Seu devido tempo, todos nós poderemos ter todas as petições que d’Ele pedimos. Fé toma para si a resposta condizente a tudo quanto d’Ele se pediu, como um valor selado duma possessão espiritual sem igual, alegra-se antecipadamente nela e pode até mesmo louvar por isso. Mas existe uma pequeníssima diferença entre fé que segura a Palavra, sabendo de antemão que esta contém e segura a resposta em si mesma e aquela que cresce e se desenvolve oportunamente em experiência real e sempre presente em sua alma e essência mais profunda. É no perseverar, nunca descrente, mas confiante ininterruptamente, que qualquer alma ganha sua plenitude na comunhão daquela união única com seu Senhor, entrando na possessão de qualquer bênção n’Ele também. Podem haver coisas nas pessoas ao nosso redor, em sua forma de ser e de se estar no contexto onde estamos inseridos, em seu sistema comum a todos, ou mesmo no governo que Deus detém sobre nós, que tenham ainda de ser postas em ordem antes duma resposta nos poder alcançar devidamente. Toda a fé que tem, de acordo com o mandamento apenas, como crer, terá como vir a receber oportunamente e tem porque deixar Deus levar Seu tempo em concretizar tudo quanto deseja a seu respeito. Esta fé sabe quando e porque prevaleceu, que sua resposta está assegurada devido a isso. Naquele sossego persistente e de determinada perseverança tornada calma quanto a todos seus temores mais agudos, ela persiste na fé duradoura e continuada e logo ali aparece a gratidão jorrando de dentro sem saber muito bem como. Aqui poderemos assim ver, dessa forma, algo combinando que à primeira vista pareceria impensável e impossível de unificar: uma fé que se regozija numa resposta vinda dum Deus invisível como uma real e presente possessão adequada nunca ilusória, com uma paciência infindável que clama noite e dia até que esta se concretize visivelmente. A rapidez na entrega destas respostas vinda da paciência da parte de Deus em pessoa, será sempre achada no caminho da fé dum filho expectante. O nosso maior perigo, nesta escola de respostas por vir, é a tentação de fazer crer que, depois de tudo, não seja a vontade de Deus em nos entregar tudo quanto pedimos d’Ele. Se nossa oração estiver de acordo com a Palavra escrita de Deus, mas sob liderança pontual do Seu Espírito, nunca venhamos a ceder perante estes temores reais. Aprendamos a dar todo

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Andrew Murray - O Poder da Oração Perseverante

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tempo a Deus, tanto quanto Lhe baste. Ele necessita que Lhe seja dado esse tempo por nossa própria culpa. Se Lhe fornecermos tempo quanto baste numa comunhão infinita e duradoura, isto é, tempo de comunhão recíproca com Ele, tempo quanto baste para Ele poder exercer toda Sua influencia sobre nossos espíritos, exercer Sua presença em nós mesmos a tempo inteiro, dia após dia, no decurso de todo nosso percurso em espera resoluta, para que a fé se comprove como real e fixamente irredutível, Ele próprio nos levará desde a esta fé até uma repleta visão real da sua concretização. Logo veremos toda a glória de Deus resplandecer sobre nós. Que nenhuma demora tenha como abalar nossa fé num Deus fiel. Da fé se diz que “a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga”, Marcos 4:28. Cada oração crente, levar-nos-á indubitavelmente à victória final. Cada oração que detenha sua confiança inabalável, servirá apenas para fazer amadurecer ainda mais o fruto que esta pretende finalizar. Ela enche por completo a medida da oração em fé conhecida e vista apenas por Deus – que seja Deus a vê-la. Ela conquista todos os bloqueios do mundo invisível, apressa seu fim. Filho do Deus Altíssimo, dê tempo a seu Deus. Ele é quem está de paciência, escutando tudo quanto pede e diz. Ele deseja que sua bênção seja repleta, segura, contínua e que transborde para fora de si rapidamente. Dê de seu tempo a Ele, enquanto que ao mesmo tempo clama durante toda a noite e todo dia. Lembre-se apenas das palavras de Cristo, que nunca mente: "Digo-vos que depressa lhes fará justiça", Lucas 18:8. A bênção real de tal oração perseverante é sempre indescritível do ponto de vista das palavras. Não existe nada mais investigador, mais prescutante, que mais sonde um coração, do que a oração da fé. Ela leva e ensina a confessar e a desvendar pecado na alma e a expor à luz de Deus tudo quanto possa vir a impedir a bênção – tudo quanto não esteja dentro da vontade do Pai. Ela levará sempre a uma melhor comunhão com Ele que nos sabe ensinar a orar também, a levar a uma entrega mais absoluta de tudo quanto somos e temos, para nos acercarmos melhor de suas bênçãos – mas apenas sob tutela do próprio Espírito Santo. Esta fé clama para a mais íntima comunhão e para uma permanência mais firme dentro dos contornos dum Cristo real e eternamente ao nosso dispor. Crente, dê todo tempo a Deus. Ele mesmo aperfeiçoará tudo que lhe toca pessoalmente. Que seja assim consigo, quer peça por si e por suas coisas, quer ore por outros. Toda a espécie de labor, tanto espiritual como físico, pede tempo e esforço paciente de nós todos sem excepção: temos de nos vir a entregar de corpo e alma a isso mesmo. A natureza desvenda-nos essa lição sem paralelo e mantém visível esse segredo infinito para nós: este tesouro de diligente labor e meditação exaustiva constante e que nunca desiste. Por pouco ou muito que entendamos de tudo isto no lavradio celestial e espiritual, tudo funciona do mesmo jeito: toda a semente que for devidamente semeada nos solos férteis dos céus, todo o devido esforço que possamos colocar nessa aventura, toda a influencia que possamos vir a exercer no mundo vindouro, pede de todos nós todo nosso ser por inteiro: devemos de nos entregar por inteiro à oração recíproca. Dela nasce uma nova cultura, uma nova colheita a qual, a seu devido tempo, brotará seus frutos se não desistirmos dela oportunamente. Aprendamos especialmente a lição na medida que oramos pela Igreja de Cristo. Ela é, realmente, semelhante à pobre viúva, na ausência de seu Senhor, aparentemente à mercê do seu adversário, inválida para obter justiça do alto – mas é a mais séria candidata a consegui-la oportunamente. Permitam-nos, quando orarmos por Sua Igreja ou qualquer porção dela, sob o poder do mundo, implorar-Lhe que a visite com as poderosas operações de Seu Espírito e para prepará-la para Sua vinda duma vez por todas – oremos na certeza da fé: a oração socorre, orando sempre e nunca desfalecendo, nos trará logo a resposta. Somente dê tempo a Deus. E então permaneça chorando dia e noite. "E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" Lucas 18:6-8. José Mateus [email protected]

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OS PLANOS DE DEUS PARA SI ANDREW MURRAY CAPÍTULO 1 ESPERANDO E TRABALHANDO "Mas os que esperam no Senhor renovam as forças. " (Is.40.31) "Nem com ouvidos se percebeu, nem com cílios se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera", Is.64.4 A conjugação entre esperar e trabalhar faz-se distintamente nos versículos acima. Vemos que esperar traz a força exigida para se trabalhar – preparando-nos para essa obra alegre e incansável. "Os que esperam no Senhor renovam suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansarão, caminham e não se fatigarão", Is.40.31. Esperar em Deus tem a sua essência valorizada no seguinte: faz-nos mais fortes para realizarmos nossa obra. O segundo versículo demonstra-nos o segredo desta mesma força: "nem com ouvidos se percebeu, nem com olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera". A espera em Deus asseguranos a obra de Deus em nós e é daí que nosso trabalho deve surgir. As duas passagens dão-nos a entender e perceber a grande lição que é esperar em Deus, estando na essência e na raiz de todo o trabalho verdadeiro para o Senhor Jesus. A nossa única necessidade é manter os dois lados desta verdade em perfeita harmonia. Há aqueles que dizem que esperam em Deus, mas não operam. E existem várias razões para isto ocorrer. A recusa da esperança (espera) verdadeira em Deus (vivendo duma comunicação directa com Ele), esperando de forma preguiçosa e passiva, torna-se desculpa para não se ter de trabalhar. Alguns esperam em Deus como se fosse o maior exercício da vida evangélica. Mas estes ainda não entenderam que a essência da raiz de toda esperança verdadeira deve ser a entrega e a prontidão, para se terem como tornar completamente equipados e capacitados para uso de Deus no servir aos homens. Outros estarão preparados para trabalhar tanto quanto sabem esperar, mas procuram um grande mover do poder do Espírito para lhes fornecer a capacidade de realizar certos trabalhos vigorosos, mas esquecem-se como crentes já possuem o Espírito de Cristo habitando neles. Esquecem-se que mais graça é dada apenas àqueles que são fieis no pouco Luc.16.10, que é somente trabalhando assim, que podemos ser ensinados pelo Espírito como fazer aquelas maiores obras. Todos os filhos de Deus precisam aprender que o objectivo de toda a espera é sempre a obra e o trabalho. E é apenas no trabalho que a espera pode alcançar a perfeição e bênção completa. É na medida

que somos elevados a cooperar com Deus colocando o trabalhar no seu verdadeiro posto, como sendo o mais elevado exercício do privilégio espiritual e do poder, que surge a necessidade absoluta da bênção divina de se esperar em Deus. Por outro lado, muitos há, também, que trabalham para Deus sabendo pouco do que é experimentalmente esperar nele. Estes são levados a fazer o trabalho cristão sob o impulso de um sentimento natural ou espiritual, ou por conselho e recomendação dum pastor. Contudo, fazem isto com muito pouco bom senso do quão sagrado deveria ser trabalhar para Deus. Eles não sabem que o trabalho de Deus pode ser e tem de ser feito na força de Deus, estando o próprio Deus operante em nós. O próprio Filho de Deus não fez nada por si mesmo, João 8.28. O Pai operou nele sempre e Ele permanecia de forma continuada na total entrega e dependência do Pai. Muitas pessoas jamais aprenderam que o crente nada pode fazer por si, a não ser o que Deus pode operar nele. Não entendem que dependemos d’Ele em total fraqueza, que é o poder de Deus que pode e deve repousar sobre nós. Não concebem uma espera contínua e continuada em Deus como sendo uma das condições primárias e essenciais para a obra bem sucedida e plenamente abençoada. A igreja de Cristo e o mundo sofrem hoje, cada dia, não só porque muitos de seus membros não trabalham para Deus, mas antes porque muito do trabalho feito para Deus é feito sem se saber como e quando esperar nele. Entre os membros do corpo de Cristo existe sempre uma grande diversidade de dons e obras a fazer. Uns que, estando confinados às suas próprias casas por doença ou outros deveres, talvez tenham mais disponibilidade para esperar em Deus. Mas, para outros, sobrecarregados de tarefas e afazeres, torna-se muito difícil arranjar tempo para permanecerem em silêncio diante do Senhor apenas. Quem sabe possam mutuamente suprir a falta um ao outro. Deixemos e esperemos que aqueles que têm tempo para esperar em Deus se liguem a alguém que trabalha em sua obra. Esperemos daqueles que trabalham procurar ajuda nas pessoas cujo ministério especial que lhes foi confiado, é o de esperar em Deus. Desta forma a união e saúde da igreja se manterão em boa forma. Os que esperam saberão quais os resultados e finalidade de sua espera, que serão o poder para a obra. Os que trabalham perceberão, também, que sua única força é a graça a qual obtiveram nos momentos de espera. Assim Deus trabalhará para a sua igreja, a qual nele espera. Oremos enquanto permanecermos nesta meditação sobre trabalhar-se para Deus e o Espírito Santo nos mostrará como é sagrado e urgente esse ministério para que trabalhemos e que absoluta é nossa dependência na força de Deus a qual opera e trabalha em nós. Vamos também aprender como é certo para aqueles que esperam, nele

renovarem todas as suas forças. Então descobriremos que trabalhar para Deus e esperar nele são coisas unicamente inseparáveis. 1. É apenas na medida que Deus trabalha para mim e em mim que consigo trabalhar para Ele. 2. Todo trabalho dele em e por mim flúi através da vida dele previamente instalada em mim. 3. Certamente ele operará, sempre que eu esperar nele. 4. Todo trabalho dele por mim e minha espera nele, têm apenas como único objectivo equipar-me para o trabalho de salvar homens para Ele.

CAPÍTULO 2 BOAS OBRAS: LUZ PARA O MUNDO "Vós sois a luz, do mundo...assim brilhe também a vossa luz. diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso pai que está nos céus", (Mt.5.14-16) Uma luz foi feita para que aqueles que estão na escuridão possam ver. O sol ilumina as trevas deste mundo. Uma lâmpada é posta em num quarto para lhe fornecer luz. A igreja de Cristo é essa luz dos homens. O Deus deste mundo lhes cegou os olhos, 2 Cor.4.4. Os discípulos de Cristo devem brilhar na escuridão para dar luz. Tal como os raios de luz a partir do sol se espalham por todos os cantos do mundo, a luz das boas obras dos crentes se espalhará para conquistar as trevas à sua volta, tal como toda a sua ignorância e alienação de Deus. Que lugar sublime e sagrado é dado às boas obras! Como é grande a pujança atribuída às mesmas! Quanto tudo depende delas! Elas não são apenas a luz, a saúde e a alegria de nossas próprias vidas, mas também a forma de ganhar almas perdidas "das trevas para sua maravilhosa luz", 1Ped.2.9. Elas não somente têm como abençoar os homens, mas também glorificam Deus ao induzirem os homens a reconhecê-lo e vê-lo como o Autor dessa graça vislumbrada em seus filhos. Estude os ensinamentos da Escritura no tocante às boas obras, especialmente ao trabalho feito directamente para Deus em seu Reino. Ouça o que estas palavras do Mestre têm para nos dizer. O objectivo das boas obras é Deus ser glorificado. Lembremo-nos do que nosso Senhor disse ao Pai: "Eu te glorifiquei na terra, consumado a obra que me confiaste para fazer", João 17.4. É possível lermos mais que uma vez como as pessoas glorificam Deus através dos milagres. Isto é possível apenas porque aquilo que Ele fez foi possível manifestar pelo seu poder divino. Este ponto é quando nossas boas obras são algo mais que as virtudes comuns dum

certo homem refinado, as quais trazem com elas a marca de Deus e é assim os homens glorificam a Deus. Elas devem ser as boas obras das quais o Sermão da Montanha encarna, Mat.5.1; 7.29 - a vida dum filho de Deus, fazendo mais que os outros, buscando ser perfeito como seu Pai nos céus é perfeito. Quando os cristãos glorificam Deus e podem reflectir seu amor, ajudam a preparar para a conversão os que ainda não foram salvos. Essas obras preparam o caminho para testemunhar e demonstrar a realidade da verdade divina que é ensinada. Todo o mundo foi feito para glorificar Deus. Cristo veio para nos redimir do pecado e fazer com que voltemos glorificá-lo e a servilo. Os crentes são colocados no mundo com esse único propósito, para que possam trazer outros para Deus através da luz das suas boas obras. Tão verdadeiro como é a luz do sol que ilumina o mundo, as boas obras dos filhos de Deus são precisamente a luz daqueles que não o conseguem amam. Temos de entender, nitidamente, que as boas obras trazem o selo de algo celestial e divino com elas e trazem consigo o poder de Deus. O poder reside nessas boas obras. Escreveu-se sobre Cristo "A vida estava nele e a vida era a luz dos homens", João 1.4. A vida celestial transmite essa mesma luz divina através de seus discípulos. Cristo disse "Quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida", João 8.12. Cristo é a nossa única luz e vida. O sentido mais profundo de "Deixe a sua luz brilhar" é, deixe Cristo, que habita em si ser visto por todos quantos achar em seu caminho. E porque Cristo é toda a sua luz, as suas humildes obras podem trazer consigo aquele poder de convicção divina. O poder divino actuando em si, será o mesmo que irá actuar em todos aqueles que vêem sua obra. Dê guarita à vida e à luz de Cristo se Ele habita em si e os homens irão glorificar seu Pai que está nos céus, porque eles viram essas boas obras. Há uma necessidade urgente de boas obras nos crentes. Assim como é necessário que a luz do sol brilhe sempre, é ainda mais necessário que todos os crentes deixem sua luz brilhar diante dos homens. Quando fomos recriados de novo em Cristo, foi precisamente com essa finalidade – levar a Palavra da Vida como a única luz no mundo. Cristo precisa de si urgentemente para deixar que a luz dele resplandeça através de si. Os que ainda não foram salvos à sua volta precisam dessa luz em si para poderem achar seus caminhos até Deus. Ele precisa de si para deixar que a sua glória seja vista através de si. Assim, do mesmo modo que uma luz serve para iluminar um quarto, todo o crente deve ser útil, também, para iluminar o mundo. Vamos estudar o que significa trabalhar para Deus e como todas as boas obras fazem parte desse mesmo trabalho. Então iremos desejar seguir Cristo incondicionalmente e ter nesse tipo de luz de vida

brilhando em nossos corações e vidas e que a partir de nós resplandece para o mundo ver. 1. "Vós sois a luz do mundo". Estas palavras expressam o chamamento da igreja como um todo. O Cumprir dessa obra depender da fé com a qual cada membro individual ama e vive para todos aqueles que o rodeiam também. 2. Em todos nossos esforços para acordar a igreja a fim de evangelizar o mundo, nosso objectivo primário, deve ser levantar o padrão de vida de cada crente individualmente no tocante ao ensinamento: tão verdadeiro como uma vela existe com o único objectivo de dar luz onde existe escuridão, o único objectivo de toda a sua vida é ser luz para os homens. 3. Ore para que Deus, através do seu Espírito Santo, manifeste que você não tem em si qualquer outro motivo para viver a não ser deixar que a luz e o amor de Deus brilhem sobre almas.

CAPÍTULO 3 VAMOS TRABALHAR "Filho, vai hoje trabalhar na vinha ", Mat.21.28 Um pai tinha dois filhos. Ordenou ele que fossem trabalhar em sua vinha. Um foi, o outro não. Deus deu a ordem e o vigor para que cada um de seus filhos trabalhe arduamente em sua vinha, tendo o mundo como o campo de lavoura. A maioria dos filhos de Deus não está trabalhando para Ele e o mundo está perecendo com isso. De todos os mistérios que nos cercam no mundo, um dos mais estranhos e mais incompreensíveis, é que, após centenas de anos, o nome de Jesus ainda é desconhecido de muitos. Pense no que isto significa. Para restaurar a ruína que o pecado causou, Deus, o Criador Todo-Poderoso, mandou seu próprio Filho ao mundo para falar aos homens de todo seu amor e que lhes veio trazer a vida e a salvação. Quando Cristo fez de seus discípulos participantes nessa salvação juntamente com o inefável júbilo que ela traz consigo, Ele enfatizou que deveriam fazer com que ela se tornasse conhecida dos outros e que estes, por sua vez, também se tornassem em luzes do mundo. Ele falou referindo-se a todos quantos viriam a Ele através de seus testemunhos. Ele deixou o mundo com a instrução específica de levarem a Palavra de Deus a todos os homens e ensinar a todas as nações a praticar tudo quanto Ele lhes havia ordenado. Ele também deu a garantia definitiva de que todo o poder para esse trabalho estava nele. Através do poder do seu Espírito Santo, Ele capacitaria todo o seu povo para ser testemunha hábil até aos confins da terra. Mas, o que vemos agora? Muitos ainda têm de ouvir falar do nome de Jesus e muitos agem como se nunca tivessem ouvido nada d’Ele!

Pense novamente o que significa isto. Todos estes milhões que estão morrendo têm por ordenança, tomar conhecimento de Cristo. Sua salvação depende do seu conhecimento que dele obtenham. Ele pode transformar-lhes as vidas inúteis de pecado e infelicidade à obediência santa e alegria celestial. Cristo tem Seus direitos sobre eles. Vê-los vir para serem abençoados nele, traria enorme felicidade a seu coração. Um serviço a Deus é sermos transmissores dessa mesma verdade. E ainda assim, o que seu povo faz não é nada comparado com o que é necessário fazer, com o que poderia ser feito e nem com o que deveria ser feito. Que revelação do estado da igreja actual! A maioria dos que são contados como crentes não faz nada para que Cristo seja mais conhecido entre todos os seus semelhantes. Há aqueles que estão inteiramente ao serviço de Cristo, mas eles não estão livres para conquistar o mundo porque estão ocupados em ensinar e ajudar cristãos fracos! Mesmo com sua salvação consumada, um Redentor amoroso tão próximo e uma igreja destinada a espalhar a Palavra de Deus, muitos ainda estão perecendo! Não existe nada mais importante para a igreja do que pensar em tudo quanto possa ser feito com a finalidade de despertar os crentes para fazê-los entender o verdadeiro sentido do ministério santificador e de enxergarem que para trabalhar para Deus, devemse oferecer a si mesmos como instrumentos através dos quais Deus possa fazer essa sua obra. Duas reclamações continuamente ouvidas, são a falta de entusiasmo pelo reino de Deus na maioria dos crentes e as vãs tentativas de despertar o seu interesse para as missões. Nada mais é necessário que a renovação do cristão normal para um tipo de devoção inteiramente renovada. Nenhuma mudança verdadeira pode acontecer até que a verdade seja pregada e finalmente aceite. A lei do Reino é: todo o crente deve viver completamente entregue ao serviço e à obra de Deus. O pai que chamou aqueles seus filhos para trabalharem em sua vinha não os deixou escolherem fazer nem muito nem pouco de acordo com o que lhes aprouvesse. Eles viviam em sua casa. Eram seus filhos; ele contava com o que lhe poderiam dar de volta – em tempo e força. Deus espera isto mesmo de todos os seus filhos. Até que isto seja entendido, que cada filho de Deus deve entregar seu coração completamente aos interesses de seu Pai, a evangelização do mundo não pode ser realizada ainda. Ouçam atentamente e o Pai vos dirá: "vai trabalhar na minha vinha". 1. Por que é que apelos comoventes em favor de missões geralmente trazem tão poucos resultados que permanecem? Porque a ordem é trazida aos homens que ainda não aprenderam que a devoção absoluta e a obediência imediata ao Senhor são a única essência da verdadeira salvação. 2. Uma vez que os crentes vejam e confessem a sua falta de interesse nas missões, estarão então apenas dando o primeiro passo

a caminho da renovação do desejo de viver completamente e integralmente para Deus. Todo culto missionário será um encontro consagrado para se buscar e entregar-se ao poder do Espírito Santo. 3. O padrão médio da santidade e devoção em casa nunca pode ser menor em crentes individualmente do que o é dentro da igreja. 4. Nem todos podem viajar para fora, ou dar todo seu tempo integral à obra; mas todos, independentemente do chamado ou circunstâncias, podem disponibilizar seus corações totalmente para viver para ganharem almas e disseminar o reino de Deus. CAPÍTULO 4 CABE A CADA UM, A SUA PRÓPRIA RESPONSABILIDADE "Um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um uma obrigação, e ao porteiro ordena que vigie", Marc 13.34. O que disse sobre o fracasso da igreja no cumprimento das obrigações do Mestre, tem-me feito perguntar "O que pode ser feito para erguer a igreja ao verdadeiro estandarte do seu chamado?" Este livro tenta dar essa resposta. Trabalhar para Deus deve ocupar um lugar muito diferente e muito mais definido em nossos ensinos e treino dos discípulos de Cristo, do que ocupou antes. Ao estudar esta questão, fui auxiliado em muito pela vida e os escritos do grande educador Edward Thring. A frase que abre o prefácio da sua biografia diz: "Edward Thring inquestionavelmente foi o personagem mais original e interessante no mundo do ensino em sua época na Inglaterra". Thring atribuía sua pujança e sucesso à ênfase que forneceu a alguns princípios simples e a fé com que os conduzia sob qualquer sacrifício. Eu descobri que eles são de grande auxílio no tocante à obra da pregação assim como do ensino e para apresentá-los facilitará se clarificarmos algumas das lições principais que esse livro nos propõe. O princípio básico que distingue os ensinamentos de Thring de tudo quanto era comum em sua época: cada criança na escola, independente das suas capacidades e habilidades, deve receber o mesmo grau de atenção. Em Eton, onde ele foi educado e esteve pela primeira vez assentado num banco escolar, viu como era constrangedor o malefício do sistema oposto ao seu. Ignorando a maioria, a escola mantinha o seu prestígio treinando um número de homens para ganhar os mais altos títulos. Ele considerou isto como desonesto. Não poderia haver verdade numa escola que não se ocupava com todas as pessoas da mesma forma. Cada criança tinha um dom. Todas necessitavam de atenção especial e poderiam, com algum

cuidado mínimo e paciência, tornarem-se aptas a saber cumprir sua missão de vida. Apliquem isto na igreja. Todos os crentes são chamados a viver e trabalhar para o reino de seu Deus. Todos os crentes foram igualmente afirmados na graça e poder do Espírito Santo, de acordo com seus dons, para se tornarem capazes de realizar suas obras. E todo crente tem o direito de ser ensinado e auxiliado através da igreja para o serviço que o Senhor espera que ele faça através deles. Quando todos os crentes, mesmo os mais fracos, forem treinados como trabalhadores de Deus, a igreja terá sua missão consumada. Ninguém pode ser deixado para trás, porque o Mestre confiou o seu trabalho aos crentes para o fazerem. Um outro princípio de Thring: uma lei da natureza é que o trabalho é prazer. Faça-o voluntáriamnete e não de forma compulsória e egoísta. Não conduza as pessoas cegamente. Mostre-lhes porque razão elas têm de trabalhar, qual será o valor de sua obra, que interesse pode ser despertado neste trabalho feito, assim como o prazer que se descobre por ele. Que seara se abrirá para o pregador da Palavra de Deus que toma lugar como um dos discípulos de Cristo! O pregador deve deixar clara a grandeza, a glória, a bênção divina da obra a ser realizada. O pregador deve mostrar a valorização de se levar adiante a vontade de Deus e de se ganhar a aprovação dele. Devemos apresentar o Salvador aos que ainda não estão salvos da melhor maneira. Devemos desenvolver o vigor espiritual, a nobreza no tocante ao carácter, o espírito que se sacrifica e que leva a carregar consigo a verdadeira imagem de Cristo. Uma terceira verdade na qual Thring particularmente insistia era a necessidade de inspirar a convicção para se assegurar a obtenção duma meta, que não é adquirir conhecimento extenso, mas antes cultivar a prontidão e aptidão de aprender – apenas isso pode significar o verdadeiro ensino. Na medida das capacidades de observação de um aprendiz que crescerão sob essa mesma orientação fiel de ensinamento, ele encontrará em si mesmo uma nova fonte de vigor e prazer que jamais conhecera até ali. Ele sente-se como que renovado, começando a viver de novo e o mundo em volta adquire uma nova forma de estar, um novo sentido. Como disse Thring "ele torna-se mais consciente duma infinidade de glória indubitável entre as tarefas quotidianas e tornar-se-á senhor dum reino sem fim, cheio de luz, prazer e poder". Se é esta a lei e a bênção de uma educação real, quanta luz é despejada sobre o chamado de todos os professores e líderes na igreja de Cristo! Oh não sabeis como a Escritura nos afirma categoricamente que somos o templo de Deus, 1 Cor.3.16 e, que o Espírito Santo habita em si, 2 Cor.6.19? Desse modo esta verdade adquire um novo significado. Diz que a única coisa que é necessária ser despertada nos corações dos crentes é a fé no

"poder que opera em nós", Ef.3.20. Assim que nos apercebamos do valor e da glória da obra por fazer – assim que acreditarmos em nossas possibilidades, logo seremos capazes de fazer bem nossa obra – se aprendermos a confiar que o poder e o Espírito de Deus actuam em nós "tomar-nos-emos, no sentido mais completo, conscientes de uma nova vida, com uma infinita glória indubitável nas tarefas quotidianas e torna-se senhor dum reino sem fim, cheio de luz, prazer e poder." Esta é a vida soberana para a qual Deus chama todos os que se chamam seu povo. O cristão verdadeiro é o que toma conhecimento do poder de Deus operante em si e descobre que o verdadeiro júbilo é deixar que a vida de Deus flua dentro dele livremente, por dele e para fora dele a todos os que estão à sua volta. 1. Devemos aprender a pôr inteira fé no valor de cada crente individual. Assim como os homens são salvos um a um, devem ser treinados um por um para essa obra. 2. Devemos acreditar que o trabalho para Cristo deve-se tomar natural, tanto quanto atraente e brotando prazer, tanto no mundo espiritual como no terreno. 3. Devemos crer e ensinar que todo crente pode-se transformar num obreiro efectivo em sua área de trabalho. Você procura tornar-se derretendo de amor pelas almas perdidas?

CAPÍTULO 5 CADA QUAL CONFORME A SUA CAPACIDADE "Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu", Mat.25.14,15 Nesta parábola dos talentos, temos um sumário instrutivo de todos os ensinamentos de Nosso Senhor no tocante ao trabalho que ele nos deu a fazer como seus servos. Ele diz-nos que foi para os céus e deixou sua obra na terra para ser cuidada através de sua igreja. Ele nos diz ainda que Ele fornece a todos uma tarefa por igual, não importando quão distintos sejam os dons. Ele nos diz também que está esperando obter de volta todo o seu dinheiro com juros. Ele nos fala ainda do fracasso daquele que recebeu menos e o que aconteceu para vingar tal negligência. "Chamou os seus servos e lhes confiou seus bens... e, então, partiu". Isto é literalmente o que Nosso Senhor fez. Ele foi para os céus, deixando to a sua obra juntamente com todos os seus bens para se encarregar de sua igreja. Seus bens eram os ricos em sua graça, bênção espiritual em lugares celestiais e também em sua Palavra e Espírito. Ele deu sua palavra enquanto na terra. Essas

palavras seriam para dar continuidade ao trabalho que Ele ousou encetar. O Nosso Senhor deu sociedade a seu povo e deixou por inteiro sua obra na terra entregue nas suas mãos. Mas a negligência deles iria causar sofrimento e a sua diligência seria o seu enriquecimento. Aqui temos o verdadeiro princípio básico de toda a obra cristã – Cristo se fez depender da fé de todo seu povo para estender seu Reino. "A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um secundo a sua própria capacidade". Apesar de haver uma diferença na quantidade, cada qual recebeu uma devida porção dos bens do mestre. Em relação ao trabalho de nos provermos uns aos outros, é ainda possível lermos assim: "e a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo", Ef.4.7. Esta verdade de que a cada crente sem excepção foi incumbida uma parte activa na obra de ganhar o mundo para Cristo, quase se perdeu hoje. Cristo foi primeiro um filho, depois um servo. Todo crente é primeiro um filho de Deus, só depois um servo. Esta é a maior honra de um filho, ser um servo, ter o trabalho do pai confiado nele próprio. O missionário local, ou estrangeiro que trabalham para a igreja terão autuado correctamente até que cada um sinta que o único propósito dele estar no mundo é trabalhar para o alargamento Reino em qualidade também. O primeiro trabalho dos servos na parábola era passarem suas vidas tomando conta dos interesses de seu mestre. "Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou conta com eles", Mat.25.19. Cristo continua a tomar conta da obra que Ele deixou para ser feita na terra. Seu Reino e glória dependem disto. Não só Ele nos responsabilizará quando voltar para o julgamento, mas também perguntará incessantemente a seus servos sobre seu bem-estar e trabalho. Ele volta para aprovar e encorajar, para corrigir e advertir. Por sua Palavra e Espírito, Ele indaga se estamos a usar nossos talentos de forma diligente e se estamos, como servos devotos, vivendo apenas e exclusivamente para a obra dele. Ele encontra alguns obreiros diligentes e a eles frequentemente diz: "entra no gozo do teu senhor", v.21. Ele vê também que outros estão desencorajados e os inspira esperança renovada. Ele encontra alguns outros trabalhando com as próprias forças. A estes Ele reprime. Ainda a outros Ele acha dormindo ou escondendo seus talentos. Para tais, sua voz fala numa advertência solene: "mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado", v.29. O coração de Cristo está rendido e entregue ao total da Sua obra. Todos os dias, Ele fiscaliza Sua obra com redobrado interesse. Não vamos desapontá-lo ou tentar enganarmo-nos a nós próprios. "Receoso, escondi na terra o teu talento", v.25. Esta é uma lição profundamente solene, a de que o homem com um talento foi o que falhou e foi assim tão severamente punido. Isto chama a igreja à atenção. Negligentes no ensino aos mais fracos que sua obra é totalmente necessária, esta permite e pactua com o desleixe,

dizendo e ensinado que os dons não sejam usados por serem fracos e insignificantes. Ensinado a grande verdade que cada ramo numa árvore (por pequeno que seja) irá produzir e carregar fruto, a igreja deve dispensar ênfase especial no perigo de pensar que isto é esperado só para o forte e mais avançado no cristianismo. Quando a verdade reina numa escola, os alunos mais atrasados receberão dobrada atenção, tal como a que é dirigida aos mais inteligentes. Cuidados devem ser tomados para que os cristãos mais fracos recebam um treino especial, podendo assim usufruir do gozo de terem sua parte na obra de seu Senhor e toda a bênção que ela acarreta com isso. Se a obra de Cristo está por se fazer, ninguém pode faltar ou falhar. "Senhor, sabendo que és homem severo... [fiquei] receoso", Mat.25.24,25. A falha no serviço é causa de pensamentos irados de Deus e fá-lo olhar para sua obra como se ele fosse um patrão repressor. Se a igreja é olhar pelos fracos que são e se sentem desencorajados e desmotivados, devemos ensiná-los tudo quanto Deus fala sobre a suficiência de graça e da certeza do seu sucesso. Eles devem aprender a acreditar que o poder do Espírito Santo dentro deles os equipará e capacitará em todos os sentidos para a obra para a qual Deus os chamou. Devem aprender a entender que Deus irá fortalecer o homem por dentro com a força de seu Espírito, Ef.3.16, devem ser ensinados de que o trabalho é gozo, saúde e força. O descrédito para com este ensino é a raiz da preguiça. A fé abre os olhos para que a graça da obra de Deus seja vista e revista, a suficiência da sua força e a sua rica recompensa. A igreja deve despertar para seu chamado e treinar os mais fracos de seus membros para que aprendam que Cristo conta com cada indivíduo redimido para que viva inteiramente entregue à Sua obra dentro e fora dele. Apenas isto é o verdadeiro cristianismo. Apenas esta é a verdadeira salvação. CAPÍTULO 6 RELAÇÃO ENTRE OBRA E VIDA "Minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra", João 4.34 "É necessário que faça as obras daquele que me enviou", João 9.4 "Eu te glorifiquei na terra, consumado a obra que me confiaste para fazer; e agora, glorifica-me, ó Pai, contigo Mesmo", João 17.4,5 Leia de novo e cuidadosamente estas palavras de nosso Senhor e veja qual a glória divina que reside em Sua obra. É precisamente em sua obra que Cristo manifestou sua glória e a do Pai, devido à obra que Ele efectuou e porque com ela Ele glorificou o Pai, a quem reivindicou para dividir a glória dos céus. Porque Ele realizou essa grande obra, então o Pai pôde ser glorificado. A

obra, realmente é a forma mais elevada da existência, a mais alta manifestação da glória divina no Pai e no Filho. O que é verdadeiro de Deus é verdadeiro dos homens. A vida é uma acção e manifesta-se no que se realiza. A vida física, a intelectual, a moral e a espiritual – individual, social, nacionalmente – todas são julgadas pelo que realizaram. O carácter e a qualidade destas realizações dependem do tipo de vida – assim como a vida, também a obra. Sem isto, não pode haver desenvolvimento global na manifestação e aperfeiçoamento da vida assim tal a obra, tal a vida. Isto é essencialmente verdadeiro na vida espiritual – a vida do Espírito em nós. Pode haver uma grande quantidade de trabalho religioso que é o resultado da vontade do homem e de seu esforço. Mas há pouca verdade, valor e poder, porque a vida divina é fraca. Quando o crente não sabe que Cristo vive nele e não sabe que o Espírito e o poder de Deus operam nele, pode haver muita sinceridade e diligência, mas quase nada de tudo isso ficará para a eternidade. Ao contrário, pode haver muito mais fraquezas externas e fracasso aparente, mas os resultados provarão sempre se a vida é verdadeiramente de Deus. As obras dependem da vida e a vida depende das obras para seu devido crescimento e perfeição. Todas as vidas têm um destino. Não podem consumar seu propósito sem trabalhar. A vida é aperfeiçoada pela obra e a maior manifestação de sua natureza oculta e poder vem da essência de toda a sua obra. Então a obra é o grande factor pelo qual a beleza terá realce e as possibilidades divinas da vida cristã serão manifestas. A obra não deve apenas ser realizada pelo filho de Deus devido ao facto de ser instrumento divino, mas também para lhe garantir a mesma posição que tem diante de Deus. Assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo habitam em nós e essa obra é a mais alta manifestação da vida. A obra deve ser reposta no seu verdadeiro lugar, no plano de Deus e para a vida cristã como a mais elevada forma de existência dum ser criado. Assim como Deus nunca pára de realizar sua obra de amor e bênção dentro e através de nós, devemos fazer com que Ele efectue e realize em nós a maior prova de havermos sido criados de novo em Sua semelhança. Trabalhar para Deus deve ter muito mais proeminência do que realmente lhe é dada se forem levados em conta todos os propósitos de Deus. Todo crente deve ser ensinado que a obra é nossa maior glória, pois é a única manifestação perfeita e é por essa razão a perfeição da vida em Deus através no mundo. Devemos perguntar se assim é também em nossa vida, de facto. Se nossa obra deve ser nossa maior glória, devemos nos lembrar de duas coisas: primeira, ela pode ser apresentada como apenas o começo dum trabalho. Aqueles que não lhe direccionam toda a sua

atenção, não conseguem perceber quão grande é a tentação de fazer da obra uma questão de pensamento, oração e propósito, sem que esta seja de facto efectivada e feita. É mais fácil ouvir que pensar, mais fácil pensar que falar, mais fácil falar que agir. Podemos ouvir e aceitar e admirar mesmo toda a vontade de Deus em nossas orações proferir nossa vontade de a efectuar e mesmo assim não nos prontificarmos a fazer. Vamos assumir nosso chamado como obreiros de Deus e trabalhar duramente para Ele. A prática é nossa melhor instrutora. Se você quer saber como fazer algo, tente fazendo. Então será capaz de entender este segundo aspecto: há graça suficiente em Cristo para toda a obra que você tem de dirigir. Será possível ver com alegria sempre crescente como Ele, a Cabeça do corpo ao qual pertence, é capaz de operar em si, o membro. Será possível então ver como obrar para Deus se pode tornar na sua mais próxima mais completa irmandade com Cristo – a mais alta participação no poder de sua vida ressuscitada e glorificada. 1. Tenhamos cuidado com a separação da vida e da obra. Quanto mais obras tiver, mais a sua se apresenta como fracasso. Quanto mais inapto se sentir para a obra, mais tempo e maior cuidado deve ter para que sua vida interior possa ser renovada através da mais próxima comunhão com Deus. 2. "Cristo vive em mim " é o segredo do gozo e da esperança e também será do vigor para trabalhar. Cuide de ter vida e a vida cuidará da obra. "E fiques cheio do Espírito Santo", Act.9.17. CAPÍTULO 7 O PAI È QUEM FAZ AS SUAS OBRAS PERMANECENDO EM MIM "Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também", João 5.17 "Não crês que estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras", João 14.10 Jesus Cristo fez-se homem, então Ele teve como nos mostrar o que é um homem verdadeiro. Ele se tomou homem para nos mostrar como Deus vive e opera dentro do homem. E Ele tornou-se homem para nos mostrar que podemos sentido para e em nossas vidas e fazermos nossas obras todas em Deus. Em palavras como estas acima, nosso Senhor abre para nós o mistério intrínseco de sua vida privada e revela-nos a natureza e o segredo mais profundo da sua própria obra. Ele não veio ao mundo para trabalhar pelo Pai. A obra de Cristo era fruto, o reflexo terreno de toda a obra do Pai. Não era como se Cristo meramente visse e copiasse o desejo do Pai para fazer – “o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras". Cristo fez toda sua obra através do poder do Pai que estava vivendo e

operando nele. Tão completa e real foi sua dependência do Pai que, ao tentar explicar isto aos judeus, Ele usou expressões tão fortes como "o Filho nada pode fazer por si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai", João 5.19 e "eu nada posso fazer de mim mesmo", v.30. O que Ele disse – “porque sem mim, nada podeis fazer", João 15.5 – é tão verdadeiro para nós como era para Ele em relação ao Pai. "O Pai que permanece em mim, faz as suas obras". Jesus Cristo tornou-se homem e pôde então revelar-nos o que é um homem verdadeiro, qual a dimensão verdadeira da relação entre um homem e Deus e qual a maneira verdadeira de servir Deus e de realizar sua obra em nós. Quando somos novas criaturas em Jesus Cristo 2Cor.5.17, a vida que recebemos é a vida que era e é em Cristo. Somente estudando sua vida na terra que decifraremos o nosso modo de vida. "Assim como o Pai, que vive, me enviou e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá", João 6.57. Cristo não considerou isso uma usurpação o nunca haver feito nada por si a sós sendo sempre e exclusivamente dependente do Pai. Ele contou com tal como sua glória mais elevada porque todas as suas obras eram as obras do glorioso Pai por ele. Quando vamos entender que esperar em Deus, encurvarmo-nos diante dele em perfeito desamparo e deixá-lo efectuar tudo por nós, é nossa verdadeira realeza e o segredo da actividade mais nobre? Somente esta será a verdadeira essência de toda a vida de Cristo, a verdadeira vida de todos os filhos de Deus. Tal como esta vida é entendida e mantida, o poder para se trabalhar crescerá porque a alma está na dimensão pela Deus pode operar em nós, como o Deus que é "bom para os que esperam por ele ", Lam.3.25. Ignorando ou negligenciando estas grandes verdades, não poderá haver trabalho verdadeiro para Deus. A explicação desta queixa que se estende a grande parte da actividade cristã com tão poucos resultados genuínos, é que na verdade, Deus opera em nós, mas Ele não pode operar completamente a não ser que vivamos em sua dependência de forma absoluta. O reavivamento pelo qual muitos anseiam e pelo qual oram deve começar assim: o retorno dos ministros e obreiros cristãos ao seu verdadeiro lugar diante de Deus – em Cristo. E, como Cristo, devemos depender completamente e esperar continuamente em Deus para que Ele opere tudo isso em nós. Convido a todos os obreiros, jovens ou experientes, bem sucedidos ou desapontados, cheios de esperança ou de medo, a virem aprender com nosso Senhor Jesus o segredo do verdadeiro trabalho para Deus. "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também". "O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras". A paternidade divina significa que Deus é tudo, provê tudo, opera em tudo. Dependa continuamente do Pai e receba a cada instante toda a energia necessária para o trabalho dele. Tente alcançar a grande verdade, porque "o mesmo Deus é quem opera tudo em todos", 1Cor.12.6, sua

única necessidade é, em profunda humildade e fraqueza, esperar e confiar no trabalho dele. Assim aprendemos que Deus pode conseguir em nós apenas na medida que pode permanecer em nós. "O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras". Cultive o sentido sagrado da contínua proximidade e presença de Deus, de ser templo exclusivamente seu e por Ele habitar em si. Ofereça-se para que Ele opere em si todo seu grande regozijo. Você descobrirá que trabalhar, ao invés de ser um estorvo, pode tomar-se o maior incentivo para uma vida de irmandade e dependência filial. A princípio pode parecer que esperar para que Deus opere em si, irá colocá-lo fora da sua obra. Pode até ser assim – mas isso será apenas para lhe trazer bênção maior, para quando já tiver aprendido a lição de fé em crer na obra dele, mesmo quando não se estiver apercebendo dela. Você pode ter de fazer seu trabalho na fraqueza, no medo e com muito temor, mas conhecerá o mérito do poder de Deus e nunca mais do seu. Como você sabe mais de si mesmo e Deus mais ainda, permanecerá feliz apenas pelo simples facto do poder dele que se aperfeiçoa na fraqueza viver e abunda em si também, 2Cor.12.9. 1. O Pai operou no Filho enquanto cá na terra e agora opera diante d’Ele nos céus. Será nessa mesma forma e medida do Pai operando em Cristo que aceitamos que faremos obras maiores através de Cristo. João 14.10-12. 2. O Deus interior opera em nós. Permita a Deus viver em si exclusivamente e Ele estabelecerá sua boa obra por lá. 3. Ore muito para achar graça para dizer, em nome de Jesus, "O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras". 4. “O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras". E a mesma lei a qual rege a Cabeça se aplica nos membros e o que serve para Cristo serve o crente. "O mesmo Deus é quem opera tudo em todos", 1Co 12.6. CAPÍTULO 8 MAIORES OBRAS "Em verdade, em verdade, vos dito que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores as fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedires em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedires alguma coisa em meu nome, eu o farei. " João 14.12-14. Em João 14.10, ouvimos: "O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras". Cristo revela-nos o segredo de todo o labor divino – o homem deixando somente Deus habitar e actuar nele. A lei de Deus actuando dentro de cada homem permanece imutável quando Cristo prometeu "aquele que crê em mim fará Também as obras que eu faço ".

Se Cristo diz "O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras", quanto mais deveríamos nós afirmá-lo? Com Cristo connosco o "O mesmo Deus é quem opera tudo em todos", 1 Cor.12.6. Somos instruídos de como devem ser as coisas no mundo "aquele que crê em mim". Que não significa apenas que devemos acreditar em Cristo para a salvação, como um Salvador do pecado. Há muito mais. Em João 14.10,11 Cristo disse "O Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai e o Pai em mim". Ternos de acreditar em Cristo como aquele no qual e pelo qual o Pai opera incessantemente. Acreditar em Cristo é recebê-lo no coração. Quando vemos o Pai operando junto com Cristo, sabemos que crer e confiar em Cristo, recebê-lo no coração, será como receber o Pai que permanece nele e que por Ele opera. As obras dos seus discípulos que se acham por fazer ainda, não podem ser realizadas de nenhuma outra forma distinta daquela que ele usou para as fazer. Isto fica ainda mais clarificado quando o Senhor adiciona: "e outras (obras) maiores fará, porque eu vou para junto do Pai". Está claro o que são as obras maiores. Três mil foram balizados pêlos discípulos em Pentecostes e multidões foram adicionadas ao Senhor mais tarde. Felipe na Samaria, o homem de Chipre e Cirene, Barnabé na Antioquia, Paulo em suas viagens – sempre iam sendo adicionadas muitas pessoas ao Senhor. Incontáveis servos até o dia de hoje, na colheita de almas, fizeram estas obras maiores, por, com e através de Cristo. Quando o Senhor diz: "porque eu vou pura junto do Pai", manifesta nitidamente a razão pela qual estamos sendo feitos capacitados para empreender essas maiores obras. Quando ele entrou na glória com o Pai, todo poder na terra e no céu lhe foram dados como nosso Redentor. O Pai operou através dele na forma mais gloriosa imaginável. Mais tarde operou do mesmo jeito através dos discípulos. O seu trabalho na terra recebeu do poder do Pai nos céus. Então seu povo, ainda na fraqueza, faria obras como as dele forma feitas e obras maiores no mesmo sentido através do mesmo poder recebido dos céus. A lei do trabalho divino é imutável – o trabalho de Deus só pode ser feito através d’Ele próprio. Assim vemos Cristo fazendo e o recebemos desta forma também, como Aquele no qual e mediante quem Deus actua e pactua em nós e rendermo-nos dessa forma e por inteiro para que o Pai Opere nele e em nós, que faremos obras maiores do que as que Ele fez. As palavras que seguem trazem ainda mais nitidamente as grandes verdades que estamos aprendendo aqui, isto é, o nosso Senhor operará em nós por inteiro, tal qual o Pai fez com Ele e nossa atitude deve ser de fazer exactamente como Ele fez – inteira receptividade e dependência. "E outras maiores fará, porque, eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedires em meu nome, isso farei ". Cristo liga as obras maiores que o crente irá fazer com a promessa que Ele fará tudo que o crente pedir. Orações em nome de

Jesus serão a expressão de dependência e espera nele, por sua obra. Ele promete: "E tudo quanto pedires... isso farei", em si e através de si. E Ele acrescenta ainda, para "que o Pai seja glorificado no Filho", assim nos lembra como Ele glorificara o Pai ao entregar-se a Ele como Pai, para que fizesse sua obra nele como Filho. No céu, Cristo ainda glorificaria o Pai ao receber o poder do Pai para poder operar em seus discípulos o que o Pai operaria pessoalmente. O crente, como o Cristo, não pode dar ao Pai glória maior do que aquela de entregar a Ele para que opere por inteiro. O crente não pode glorificar o Pai de nenhuma outra forma que não seja através duma dependência absoluta e incessante no Filho, em quem o Pai opera, para comunicar-se e operar em nós toda a obra do Pai. "Se me pedires alguma coisa em meu nome, eu o farei" e "outras [obras] maiores ainda fará ". Consigamos que todo crente lute para aprender esta lição bendita: "Farei as obras que vi Cristo fazer". Posso até fazer obras maiores na exacta medida que me esteja rendido a Cristo, enaltecido no trono em tremendo poder. Contarei com Ele actuante em mim de acordo com esse mesmo poder. Preciso do espírito de dependência e espera, de oração e fé, desta mesma forma que Cristo, que habita em mim agora, tem para actuar por Ele, independente do que eu pedir. 1. Como Cristo foi capaz de fazer as obras do Pai? Através do Deus que habita nele! Como posso fazer as obras de Cristo? Por Cristo que habita em mim! 2. Como posso fazer obras maiores que as de Cristo? Se acreditar não apenas em Cristo, o Encarnado e Crucificado, mas também no Cristo triunfante no trono e em mim. 3. Nesta obra tudo depende, caro crente, da vida, da vida interior, da vida divina que se obtêm. Ore para perceber que a obra será sempre em vão a menos que seja feita no poder do Espírito Santo na exacta medida que pode vir habitar em si. CAPÍTULO 9 RECRIADO EM JESUS PARA AS BOAS OBRAS "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus: não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas ", Ef.2.8-10 Fomos salvos, não pelas obras, mas por causa das boas obras. A diferença é enorme! A compreensão dessa diferença é essencial para a saúde da vida evangélica. Não somos salvos pelas obras que fizemos. Mas somos salvos para as boas obras que fazemos – o fruto

é consequência da salvação, parte do trabalho de Deus em nós, a única coisa porque nascemos de novo e nos tornamos novas criaturas em Cristo. Apesar de nossas obras serem sem valor na tentativa de se conseguir a salvação, seu valor é infinito para o quanto Deus nos criou e preparou. Devemos procurar guardar estas duas verdades na totalidade de seu sentido espiritual. Quanto mais profundas forem nossas convicções que fomos salvos, não pelas obras, mas pela graça, mais forte a prova que fomos salvos para as boas obras. "Não de obras... pois somos feitura dele". Se as obras nos pudessem salvar, não haveria necessidade de sermos redimidos ainda. Porque nossas obras eram todas saturadas de pecado e vãs, Deus encarregou-se de nos fazer de novo. Agora somos sua feitura e todas as boas obras que façamos são feitura sua também. "Somos feitura dele, criados em Cristo Jesus". Tão completa foi a ruína do pecado, que Deus leve de fazer toda a obra da criação de novo em Jesus Cristo. Nele e particularmente em sua ressurreição dos mortos, criou-nos de novo, à sua imagem e semelhança da vida vivida por Cristo. No poder daquela vida e ressurreição somos capazes e perfeitamente equipados para fazer as tais boas obras. O olho, porque foi criado para ver luz, está perfeitamente adaptado para sua obra. O ramo da videira, porque foi criado para dar uvas, faz seu trabalho muito naturalmente. Nós, que fomos criados em Jesus Cristo para as boas obras, podemos estar seguros de que a capacidade divina para as boas obras é a lei para nossa existência. Se simplesmente soubermos e vivermos em Jesus Cristo, como primeiramente fomos criados nele, podemos e iremos ser frutíferos em toda boa obra. "Criados...para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas". Fomos preparados para as obras e essas obras para nós. Para que entendamos isto, pense como Deus predeterminou seus servos mais antigos – Moisés e Josué, Samuel e Davi, Pedro e Paulo – pela obra que tinha para eles e predeterminou também as obras. Ele queria que as efectuassem. O Pai preparou todas as obras para o mais humilde de seus filhos, tanto quanto as preparou para aqueles que são líderes. Deus tem um plano de vida para cada um de seus filhos, com o trabalho distribuído de acordo com o poder e a graça necessários para a obra. E assim, como o ensinamento está claro, "a salvação não é pelas obras", também está sua equivalente abençoada, "a salvação é para boas obras" – porque Deus nos criou para essas obras e até as preparou para nós. A Escritura confirma, portanto, a dupla lição que este livro deseja trazer até si: as boas obras são o plano de Deus para toda a sua vida nova que Ele lhe deu em Cristo e deseja que seja seu objectivo também. Como cada ser humano foi criado para essa obra e o dotou com o poder necessário para o empreender, o homem pode viver uma vida saudável e verdadeira apenas trabalhando. Cada

crente existe para as boas obras então. Nelas sua vida será aperfeiçoada, seus semelhantes serão abençoados e o seu Pai nos céus será glorificado. Educamos nossos filhos com o pensamento que eles devem sair de casa para trabalharem pelo mundo. Mas, quando é que a igreja aprenderá que a sua grande obra é treinar os seus filhos para que tomem sua parte activa na grande obra de Deus e abunde nas grandes obras para as quais foi criado? Cada qual de nós deve procurar a profunda verdade desta mensagem: "Criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou" e com prazer e deleite assumir a obra que nos espera para ser realizada avidamente. Esperar em Deus é a coisa mais importante e necessita de nossa participação integral caso desejemos fazer as grandes obras que Deus preparou para nós. Devemos apreender em nossos corações o sentido sagrado destas palavras: somos feitura de Deus, não para um acto no passado, mas em operação contínua. Somos criados para as boas obras, como grande forma de glorificar Deus. As grandes obras são preparadas para cada um de nós e por essa razão devemos andar nelas. Entregar-se a essa dependência da obra de Deus é nossa única necessidade. Devemos assumir devido à nossa nova criação, as boas obras tornar-se-ão o hábito de nossa alma e que estão em Cristo Jesus, permanecendo nele, acreditando nele e buscando apenas da Sua força para a efectivar. Criados para as boas obras nos revelará de uma vez por todas o mandamento divino e poder quanto baste para viver a vida das boas obras. Oremos para que o Espírito Santo opere pela Palavra no profundo de nossa consciência: Criados em Cristo Jesus para as boas obras! Sob a luz desta revelação, aprenderemos quão grande destino, obrigação infinita, capacidade perfeita será esta nossa criação em Cristo. 1. A nossa criação em Adão foi para as boas obras. Terminou em fracasso total. Nossa nova criação em Cristo é de novo para as boas obras, mas com uma diferença: uma condição perfeita foi criada para assegurá-las para sempre. 2. Deus criou-nos para as boas obras – oremos para o Espírito Santo mostrar-nos e comunicar-nos tudo quanto isto significa. 3. Se esta vida em comunhão com Deus é verdadeira, o poder para as obras será perfeito. Como é a vida, também serão as obras. CAPÍTULO 10 TRABALHAI, PORQUE É DEUS QUEM OPERA EM VÓS "Operai a vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é quem efectua em vós tanto o querer como o realizar, segundo sua boa vontade", Fil.2.12,13.

No último capítulo vimos o que significa a salvação. E sermos obra de Deus, criados em Jesus Cristo para as boas obras. O capítulo é concluído com um dos seus pontos mais importantes: há um tesouro de boas obras que Deus preparou para realizarmos. Sob a luz deste pensamento, conseguimos apreender o verdadeiro e mais completo sentido da Escritura para este capítulo. Para desenvolvermos nossa própria salvação, conforme Deus a concebeu, é preciso andarmos em todas nossas boas obras para as quais Deus nos preparou. Estude para saber exactamente qual a salvação que Deus preparou para si (tudo que Ele concebeu e fez possível para você ser) e desenvolvaa "com temor e tremor". Deixe a maravilha desta vida divina e sagrada encerrada em Cristo, sua própria fraqueza e os perigos terríveis em forma de tentações que o confrontam, faça seu trabalho em temor e tremor. Ainda assim, o temor não necessita tornar-se descrença; o tremor não precisa tornar-se desencorajamento, porque é Deus quem actua em si. Aqui está o segredo de um poder que é absolutamente suprasuficiente para tudo quanto temos de empreender e fazer, a segurança perfeita de podermos fazer tudo quanto Deus quer que façamos. Deus opera em nós tanto para o querer quanto para o fazer. Primeiramente, o querer – Ele nos dá a visão do que necessita ser feito, a vontade que faz termos boa vontade, o propósito firme do querer que controla todo o ser e nos torna preparados e ansiosos para ser operantes de boa vontade. Em seguida, o trabalho – Ele não nos dá o querer para nos deixar sem seu auxílio para que trabalhemos a sós. O querer pode ver e até mesmo aceitar o trabalho, mas carece do poder para efectuá-lo. No sétimo capítulo de Romanos, vemos que o novo homem se deleita na lei de Deus, ainda assim não está equipado para cumpri-la devido à guerra entre a carne e o Espírito. Contudo pela "lei do Espírito na vida, em Cristo Jesus " o homem "se livrou da lei do pecado e da morre", Rom.8.2. Assim, o preceito da lei pode ser preenchido nele como aquele que não "andou segundo a carne, mas segundo o Espírito", v.4. Uma das grandes razões porque os crentes falham em suas obras é que eles pensam que Deus lhes deu a vontade para fazer, e por essa razão obrarão automaticamente pela força desta vontade. Eles jamais aprenderam a lição, isto porque Deus nos criou em Cristo Jesus para as boas obras e as preparou para que nelas andássemos, Ele é quem nelas deve trabalhar através de nós. Eles nunca escutaram por muito tempo a voz dizer "é Deus quem efectua em vós". Aqui está uma das verdades mais profundas, mais espirituais e mais preciosas da Escritura – a operação contínua de Deus Todo-Poderoso em nossos corações e em nossas vidas. À luz da natureza de Deus, como ser espiritual não confinado a um lugar, mas antes presente por toda a parte, não pode haver vida espiritual a não ser a que é sustentada pela presença interina dele.

Diz a Escritura que a razão mais profunda – “é Deus quem opera tudo em todos", 1Cor.12.6. Não só todas as coisas são dele desde o princípio e têm nele seu fim, mas também existem através dele, que sozinho as mantém. O Pai foi a fonte de tudo que Cristo fez. No novo homem, criado em Jesus Cristo, a dependência contínua para com o Pai será o nosso maior privilégio, nossa verdadeira nobreza. Essa é a nossa real comunhão com Deus – Deus opera em nós para o querer e o efectuar. Devemos buscar aprender este segredo verdadeiro de trabalhar para Deus. Não é como muitos pensam, que fazermos nosso melhor para deixamos que Deus faça o resto. De jeito nenhum: antes sabemos que Deus realizando sua salvação em nós será o segredo para que consigamos desenvolvê-la – que a salvação inclui todas as obras que temos de fazer ainda. A fé que Deus está efectivando em nós é a medida de nossa aptidão para que obremos eficazmente aquilo que Ele prometeu: "Faça-vos conforme a vossa fé", Mat.9.29 e "Tudo é possível para aquele que crê", Mar.9.23, encontram aqui sua aplicação por inteiro. Quanto mais enraizada for a fé de que Deus opera em nós, tanto mais livremente o poder da vontade de Deus operará em nós e tanto mais verdadeira e frutífera será nossa obra. Talvez haja algum obreiro na escola dominical esteja lendo este livro. Já havia pensado que seu único poder para efectua esta obra de Deus é ser aquela criação a qual foi criada para as boas obras em Jesus Cristo, pela qual Deus opera tanto o querer como o realizar? Você deve entregar-se como única forma de esperar pela obra? Você trabalha porque sabe que Deus opera em si? Não diga que estas perguntas são muito difíceis. O trabalho de conduzir almas jovens para Cristo é muito difícil para todos nós, mas se vivermos como criancinhas, acreditando que Deus operará tudo quanto necessitamos em nós, faremos a obra dele através de sua força. Ore muito para aprender e praticar esta lição em tudo que você faz. Trabalhe para que Deus opere em si. 1. Penso que começamos a sentir que o entendimento espiritual desta grande verdade, "Deus opera em si", é o que todos os obreiros necessitam entender primeiro. 2. O Espírito Santo é o poder de Deus, habitando nos crentes para essa obra e vida. Peça a Deus para lhe mostrar que em toda a obra, a nossa primeira preocupação deve ser a renovação diária pelo Espírito Santo. 3. Obedeça o mandamento para ser recheado através do Espírito Santo. Acredite que ele habita dentro de si. Espere por seus ensinamentos dentro de si mesmo. Renda-se para que Ele o guie. Ore pedindo pela sua poderosa operação. Viva no Espírito. 4. Tudo aquilo que o poder de Deus opera em nós, seguramente conseguiremos fazer. Apenas abra caminho para o poder actuando em si.

CAPÍTULO 11 A FÉ QUE OPERA PELO AMOR "Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão, têm valor algum, mas a fé que actua pelo amor... sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, Gal.5.6,13,14 Em Jesus Cristo nenhum privilégio externo é vantagem. Os judeus podem-se gabar da circuncisão, o símbolo da aliança com Deus. Os gentios podem-se gabar da incircuncisão, como entrada no reino da liberdade perante as leis judaicas. Nada é costume no reino dos céus – a não ser, conforme lemos em Gal.6.15, sermos "nova criatura" na qual "as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas", 2Cor.5.17. Ou, como descreve nosso texto, nada além da fé que actua pelo amor, fazendo com que sejamos servos uns dos outros pelo amor. Que descrição perfeita da nova vida. Primeiro, você tem fé como raiz plantada em Jesus Cristo. Depois, como objectivos, temos obras como frutos. E mais ainda existe entre estas duas coisas, pois tendo a árvore crescendo de raiz e dando frutos, você tem o amor com a seiva fluindo, pela qual a raiz leva a frutificar. Não necessitamos falar da fé aqui. Já vimos como acreditar em Jesus faz obras tornarem-se maiores e vimos como a fé da nova criação e em Deus actuando em nós é o segredo de todo nosso labor. Nem precisamos falar aqui das obras. Este livro tem por inteiro objectivo abrir espaço e lugar em todos os corações e vidas tal qual se acha no coração de Deus e em sua Palavra. Devemos estudar meticulosamente e em especial a grande verdade, que todo trabalho deverá ser feito através do amor. A fé não pode fazer sua obra, excepto quando através do amor. Nenhum trabalho pode ter valor, a não ser que proceda do amor. O amor por si só é suficientemente veemente para que toda a obra se torne possível por nós. O poder para actuar é o amor. Foi o amor que moveu Deus a fazer toda sua obra na criação e na redenção. Foi o amor que permitiu a Cristo como homem, trabalhar e sofrer como sofreu. É o amor que nos pode inspirar com poder e auto-sacrifício que não se encerra em si mesmo, mas antes está pronto para viver e morrer pêlos outros. É o amor que nos dá a paciência e que recusa desistir daqueles que são ingratos ou endurecidos. É o amor que alcança e conquista os mais desesperançados. O amor é o poder para

trabalharmos em nós mesmos e naqueles pêlos quais trabalhamos. Amemos como Cristo nos amou. O poder do amor é a fé. A fé tem como raiz a vida em Jesus Cristo, que é toda em amor. A fé conhece o amor de Deus, mesmo quando não conseguimos compreender totalmente o presente maravilhoso que foi dado a penetrar em nossos corações, na expansão do Espírito Santo. Uma mina na terra pode estar escondida ou até mesmo parar de ser laborada e extraída. Até ser reaberta, sua fonte não pode fluir. A fé sabe que há uma fonte de amor inesgotável que pode ser aberta desde a fonte da vida eterna e jorrar como "rios de água viva", João 7.38. Isto assegura-nos que poderemos amar, que temos o poder divino para amar dentro de nós, como dom inerente de nossa própria natureza renascida e abençoada. O poder para exercer e demonstrar amor é a obra. Não existe poder separado da sua realidade concreta. Só pode actuar quando exercido. De outra forma, o poder não pode ser encontrado ou sentido. Isto é particularmente verdade em relação às graças cristãs, escondidas como estão dentro da fraqueza de nossa natureza humana. E apenas fazendo que saberá que fez. Uma graça deve ser feita antes que possamos regozijarmo-nos em sua posse. Esta é a inefável bênção da obra. Trabalhar é essencial para uma vida saudável porque desperta e revigora o amor, e faz com que nós tomemos parte na sua alegria. A fé actua pelo amor. Poucas coisas têm valor em Jesus como esta. Obreiros de Deus, podem crer! Pratiquem. Agradeçam muito a Deus pela fonte de amor eterno aberta dentro de vós mesmos. Orem fervorosamente e frequentemente para que lhes seja fornecida força pelo poder do seu Espírito no homem interior. Assim sendo, com Cristo habitando em nós, poderemos estar “arraigados e alicerçados em amor", Ef.3.17. Viva seu no seu quotidiano, dentro do seu lar, em todos seus contactos com os homens, em toda forma de trabalhar, como uma vida de amor divino. As formas de amor são deveras tão gentis e celestiais que você poderá não aprendê-las todas de uma só vez. Mas tenha coragem; acredite no poder que opera em si e entregue-se por inteiro para a elaboração do amor dentro de si. Ele será seguramente glorioso. A fé actua pelo amor. Deixe-me imprimir esta mensagem também naqueles que jamais pensaram vir a trabalhar para Deus. Venham e escutem. Você deve tudo ao amor de Deus. A salvação que recebeu é toda amor. O desejo de Deus, para a satisfação dele, é enchê-lo de amor, para que viva para a salvação dos homens. Agora, tenho uma pergunta, você não irá aceitar esta maravilhosa oferta de ser preenchido com o próprio amor de Deus? Ó, venha e dê seu coração e vida ao gozo do serviço pelo amor de Deus! Acredite que a fonte de amor está dentro de si. Ela começará a jorrar assim que você lhe fornecer saída e passagem através de actos de amor feitos para si. Qualquer obra para Deus que você tente fazer, tente realizá-la pelo amor.

Ore pelo espírito do amor. Permita-se viver uma vida de amor. Pense como poderá amar os que estão ao seu redor oferecendo orações para eles, servindo-os, labutando para seu bem-estar temporal e espiritual. A fé actuando pelo amor em Jesus Cristo tem grande valor. 1. "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor" 1Cor.13.13. Não há fé nem esperança em Deus. "Deus é amor", João 4.8. A coisa mais divinal é o Amor. 2. O amor é a natureza de Deus. Quando é "derramado em nosso coração pelo Espírito Santo", Rom.5.5, o amor se toma nossa natureza. Acredite nele, entregue-se a ele e desenvolva-o. 3. O amor é o poder de Deus para efectuar sua obra. O amor foi o poder de Cristo. Para trabalhar para Deus, ore sinceramente para que seja preenchido de amor por almas!

CAPÍTULO 12 FRUTIFICANDO EM TODA A BOA OBRA "A fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus. Sendo fortalecido com todo o poder segundo a força da sua glória, em toda perseverança e longanimidade; com alegria", Col.1.10,11 Existe uma diferença entre fruto e obra. O fruto é o que nasce espontaneamente, sem se pensar ou desejar pela consequência necessária e é natural da vida que respira saúde. A obra, pelo contrário, é o produto do esforço guiado pelo pensamento inteligente de todo querer. Na vida cristã, temos os dois elementos entrelaçados. Toda obra verdadeira deve produzir fruto, crescendo e produzindo dentro de nós, pela actuação do Espírito de Deus ali. E, todo fruto deve ser obra, o resultado das nossas intenções deliberadas e do esforço daí consequente. Nas palavras "frutificando em toda boa obra", temos a máxima da verdade ensinada nos capítulos anteriores. Porque Deus opera em nós através de sua vida, a nossa obra é fruto. Tendo fé na actuação de Deus, desejamos ser usados por Ele e frutificarmos na obra. O segredo de todo trabalho verdadeiro reside na harmonia entre a espontaneidade perfeita que vem da vida e do Espírito de Deus que nos anima em nossa cooperação com Ele, seus trabalhadores inteligentes. Nas palavras "transbordeis no pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual", Col.1.9, vemos o lado humano, nossa necessidade de sabedoria e conhecimento. Nas

palavras, "Sendo fortalecidos com todo o poder segundo a força do Seu poder" temos o lado divino. Deus ensina-nos e fortalece-nos e o homem aprende a entender e a fazer pacientemente a vontade dele, de forma que a dupla vida frutifique através de cada boa obra. É-nos dito da vida cristã que a vida natural do homem, em primeiro lugar, deve ser tornada espiritual e que o homem espiritual deve ser tornado natural novamente. Como a vida natural inteira toma-se verdadeiramente espiritual, todas nossas obras partilharão da natureza do fruto dali adjacente, essa consequência da vida de Deus em nós. E como o espiritual se torna perfeitamente natural para nós de novo, uma segunda natureza na qual nos sentimos perfeitamente confortáveis, todos os frutos congregarão e suportarão aquela marca da obra verdadeira, chamando-nos a exercitar todas as faculdades do nosso ser novo. "Frutificando em toda a boa obra" sugere-nos de novo aquela grande verdade de que, uma macieira ou uma videira são plantadas unicamente para dar frutos; sendo assim, então o grande propósito de nossa redenção é que Deus nos tenha para seu serviço que frutifica. Foi bem dito que "o fim do homem é um acto e não um pensamento, mesmo sendo um pensamento dos mais nobres". É na obra e no trabalho que a nobreza da natureza do homem é comprovada como medida para o mundo se salvar. É para as boas obras que somos criados de novo em Cristo Jesus. É quando os homens vêem nossas boas obras que nosso Pai nos céus será glorificado e obterá a honra que a ele é devida pela sua obra. Na parábola da vinha, nosso Senhor insistiu nesta parte "Quem permanece em mim e eu nele, esse dará muito fruto", João 15.5. "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto", v.8. Poucas coisas dão mais honra a um fazendeiro que uma plantação farta; muitos frutos significam glória para Deus. A grande necessidade é que cada crente seja encorajado, ajudado e mesmo treinado para andar em direcção a produzir muitos frutos. Um pequeno morangueiro pode, apesar do seu tamanho insignificante, frutificar mais que uma macieira. O chamamento para sermos frutíferos em cada boa obra é sem excepção, válido para todos os cristãos. A graça que é necessária para isto está ao alcance de todos. Um ramo frutífero para cada boa obra – esta é parte essencial da Palavra de Deus. Devemos extrair uma impressão realista e verdadeira dos dois lados da verdade divina "frutificando em toda boa obra". A primeira criação da vida por Deus foi a do reino vegetal. Era uma vida sem vontade ou esforço próprio. Todo o cultivo e os frutos eram simplesmente trabalho directo dele, o resultado espontâneo do trabalho seu oculto. Houve progresso na criação para o reino animal. Novos elementos foram introduzidos – pensamento, querer e obra. No homem estes elementos foram unidos através duma harmonia perfeita. A dependência absoluta de Deus da relva e do lírio, que

os veste com nobreza, foi o terreno de nossas relações. A natureza não tem nada a não ser o quanto recebe de Deus. Mas todas as nossas obras serão frutos, o produto de um poder dado por Deus. Mas a isto foi somado a verdadeira marca de nossa semelhança com Deus, o poder de escolher, da acção inteligente e independente – todos os frutos advirão de nosso labor. Quando alcançarmos este conceito, veremos como existe o mais completo entendimento entre não termos nada em nós e entre o mais profundo sentido de obrigação e bom senso e o mais forte desejo de empregar nossos poderes ao extremo por Deus. Devemos estudar estas lições do texto como aqueles que buscam toda sua sabedoria e força em Deus e somente nele. E nos entregaremos corajosamente, como os que são responsáveis pelo uso dessa sabedoria e força, à diligência, sacrifício e esforço necessários para uma vida frutífera dentro de cada boa obra. 1. Muito depende, em quantidade e qualidade, da vida saudável da árvore. A vida de Deus, de Jesus Cristo, de seu Espírito – a vida divina em si – deve ser forte e segura. 2. Esta vida é o amor. Creia nele. Desenvolva-o. Faça com que seja renovado dia após dia, advindo da plenitude de Cristo. 3. Produza frutos a partir de todas suas obras. Faça com que todo seu querer e labor sejam inspirados pela vida de Deus. Desta forma você irá "viver de modo digno do Senhor", Col.1.10.

CAPÍTULO 13 ABUNDANTES NA OBRA DO SENHOR CONTINUAMENTE "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, vosso trabalho não é em vão", 1Cor.15.58 O décimo quinto capítulo de 1 Coríntios apresenta a revelação divina do significado da ressurreição de Cristo, com todas suas bênçãos consequentes. Apresenta-nos um Salvador vivo que se manifestou desde os céus para seus discípulos na terra e a Paulo. Ele nos assegura a completa libertação de todo o pecado. E a promessa do triunfo e vitória finais de Cristo sobre seus inimigos, é quando Ele entrega ao Pai o reino e assim que Deus seja tudo em todos. Ele nos assegura a ressurreição do corpo e nossa entrada na vida celestial. Paulo conclui seu argumento com um apelo triunfante à morte, ao pecado e a lei: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo", 1Co 15.55-57.

Mais tarde, após cinquenta e sete versículos de ensinos exultantes sobre o mistério e a glória da vida ressurrecta em nosso Senhor e em seu povo, descobrimos um versículo de aplicação prática "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor". A fé num Cristo vivo, ressurrecto e em tudo que é sua ressurreição para nós em termos de tempo e eternidade, serve para nos habilitar e revelar-se aquela obra abundante no Senhor! Não tem como ser de outra maneira. A ressurreição de Cristo foi sua vitória final sobre o pecado, a morte e Satanás. A fase inicial de toda a sua obra foi dar o Espírito desde os Céus e estender seu reino por toda a terra. Aqueles que compartilharam na alegria da ressurreição, receberam imediatamente instruções no sentido de tornar sobejamente conhecida a boa nova. Foi assim também com Maria e com as outras mulheres. Foi assim com os discípulos na noite da ressurreição. "Assim como o Pai me enviou, eu lambem vos envio", João 20.21. Foi assim com todos quantos foram enviados por decreto de Deus: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" Mar.16.15. A Ressurreição é o início da promessa da vitória de Cristo sobre a terra. Esta vitória será conduzida à sua manifestação completa através do Seu povo. A fé e a alegria da vida ressurrecta são a inspiração e o poder para o trabalho para consegui-las. Então vem o chamamento para todos os crentes sem excepção: "Portanto, meus amados irmãos, sede... sempre abundantes na obra do Senhor". "Na obra do Senhor". Esta relação explica-nos tudo o que é obrar. Não é nada mais que exprimir para com os outros tudo a respeito do Senhor ressurrecto e comprovar diante deles a nova vida que Cristo lhes deu. Assim como sabemos e o reconhecemos o Senhor sobre tudo que somos e sabemos viver na alegria ao serviço dele, veremos que a obra do Senhor é trazer os homens para conhecerem Cristo para que se curvem diante dele. Entre todas as formas de labor, o único objectivo do poder da vida no Senhor ressuscitado é torná-lo Senhor de todos. Este trabalho do Senhor não é coisa fácil. Custa a Cristo sua vida o ter de submeter o pecado e Satanás e ganhar essa nova vida para todos nós. E custar-nos-á nossas vidas também – o sacrifício da própria vida e da nossa própria natureza. Para que tal assim se faça, será imprescindível quanto necessário que todos na terra se rendam a viver no repleto dessa nova vida de ressurreição. O poder do pecado e do mundo em todos os que estão à nossa volta é tremendo. Satanás não entrega suavemente seus servos a nossos esforços laboriosos. É necessário um coração contactando estreitamente com o Senhor ressurrecto, verdadeiramente vivendo a vida de um ressurrecto, para sermos "firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor". Mas esta é uma vida que pode ser vivida porque Jesus vive (em nós) também.

Paulo acrescentou "sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é em vão". Eu já falei mais que uma vez sobre o poder da influência que a certeza da recompensa sobre a obra em forma de salários ou riquezas, exerce nos milhões de trabalhadores sobre a terra. Os trabalhadores de Cristo podem, com segurança também, acreditar que com um Senhor como o seu, sua recompensa é certa demais e grandiosíssima! A obra é geralmente difícil e demorada e aparentemente infrutífera. Estamos sobejamente propensos a desistir, porque estamos laborando em nossa força, orientados por nossas expectativas. Ouçam a mensagem: "sede...sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que. No Senhor, o vosso trabalho não é em vão". Não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra terá recompensa", 2Cron.15.7. "Sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão " "No Senhor". Esta expressão é muito significativa. Estude-a em Romanos 16, onde ela aparece dez vezes, onde Paulo usou as expressões: "para que o recebais no Senhor", v.2: "Meus cooperadores em Cristo Jesus" v.3; "estavam em Cristo antes de mim", v.7; "meu dilecto amigo no Senhor", v.8; "aprovado em Cristo", v.10; "as quais trabalhavam no Senhor", v.12; "eleito no Senhor", v.13. A vida, companheirismo e serviço integral destes santos tinham uma marca – eles eram, suas obras eram, no Senhor. Eis o segredo dum labor efectivo. "No Senhor, o vosso trabalho não é vão". Tal como sentido da presença dele e o poder de sua vida é contido, tal são todas as obras produzidas nele e sua força opera em nossa fraqueza. Nosso labor não pode ser em vão no Senhor. Cristo disse "Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto", João 15.5. Não deixem que os filhos deste mundo com sua confiança arrogante, por cuja obra os seus mestres certamente lhes darão recompensa adequada, envergonhem os filhos da luz. Regozijemo-nos e trabalhemos na fé confiante da palavra: "Portanto, meus amados irmãos sede...sempre abundantes na obra do Senhor,...no Senhor, o vosso trabalho não é vão. "

CAPÍTULO 14 ABUNDANDO EM GRAÇA PARA QUE A OBRA TAMBÉM ABUNDE "Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra", 2Co 9.8 No capítulo anterior fomos motivados a abundar na obra o espírito daquela exultação triunfante que o Cristo ressuscitado inspira conquanto abranja o passado e o futuro. Este capítulo nos assegura que por esta obra abundante temos uma habilidade determinada. "Deus pode fazer-vos abundar em toda graça"; então podemos ser abundantes em todas as boas obras. Todo pensamento de abundar na

graça deve estar ligado às boas obras para as quais a graça é dada. E todo pensamento de obra abundante deve ser ligada à graça que nos torna capazes para toda a boa obra. A graça abundante tem na obra abundante seu único objectivo. É comum ouvirmos que a graça e as boas obras se acham em desacordo uma com a outra. Mas não é assim. A Escritura chama de nossas obras as obras da lei, as obras da justiça que nós fizemos. Elas são obras mortas – nas quais trabalhamos para alcançar o mérito ou para que Deus nos faça um favor. Estas são exactamente o oposto da graça. Mas também são o extremo oposto das boas obras que brotam da graça, para as quais a graça é dada. Trabalhar para a lei é incompatível com a liberdade da graça; os trabalhos de fé – boas obras – são essenciais e indispensáveis para a verdadeira vida cristã. Deus faz a graça abundar para que as boas obras abundem. A medida da graça verdadeira é aprovada pela medida das boas obras. A graça de Deus abunda em nós para que possamos abundar em boas obras. Precisamos ter essa verdade profundamente enraizada em nós mesmos. Lembrem-se, a graça abundante tem na obra abundante seu objectivo verdadeiro e único. O trabalho abundante necessita da graça abundante como fonte e energia. É muito visto trabalho abundante sem a graça abundante. Assim como qualquer homem pode ser muito diligente em qualquer terreno ou área de actividade, ou um pagão em seu serviço religioso a um ídolo, também os homens podem ser diligentes fazendo seu trabalho religioso em suas próprias forças, sem pensar muito na graça que, só ela, pode trabalhar efectivamente, de forma verdadeira e espiritual. Porque toda obra será realmente aceitável para Deus e verdadeiramente frutífera, não só por resultados visíveis aqui na terra, mas para que permaneçam também pela eternidade, para isto a graça de Deus é indispensável. Paulo continuamente dava crédito completo à graça de Deus operando nele por seu próprio trabalho. "Trabalhei muito mais que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo", 1Cor.15.10. "Conforme o dom da graça de Deus a mim concedida secundo a força operante do seu poder", Ef.3.7. E ele frequentemente chamava os cristãos para exercitarem seus dons "segundo a graça que nos foi dada", Rom.12.6. "E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proposição do dom de Cristo", Ef.4.7. É apenas pela graça da obra de Deus em nós que podemos fazer as verdadeiras boas obras. É apenas na medida que buscamos e recebemos a graça abundante que podemos ser abundantes em cada boa obra. "Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que....superabundeis em toda boa obra". Todo cristão deve louvar Deus com muito agradecimento pela graça abundante que lhe é dada. Com grande humildade ele deve confessar que sua experiência, sua entrega e a graça abundante têm sido deficientes. E com grande confiança ele deve acreditar que uma vida abundante bem como boas

obras é na verdade possível, porque a graça abundante é certa e segura e divinamente assegurada e suficiente. Então, com dependência simples e fiel, deve esperar em Deus a cada momento, para receber mais graça que Ele dá aos humildes, Tg.4.6. Filho de Deu, não tenha pressa para estudar desde que seja realmente para entender o propósito de Deus para si, como deve abundar em cada boa obra! Ele fala sério consigo! Ele já providenciou! Avalie na sua consagração a Ele nada mais que o propósito dele para si. E reivindique nada menos que a graça abundante que Ele pode conceder e abençoar ainda. Faça da omnipotência e fidelidade dele a sua total confiança. E viva sempre em contínua oração e dependência do poder dele que opera em vocês. Isto fará com que abundem em cada boa obra. "Faça-se-vos conforme a vossa fé", Mat.9.29. Obreiro cristão, aprenda aqui o segredo do fracasso e sucesso. Trabalhando com nossas próprias forças, com poucas orações e esperando em Deus por seu Espírito, é que causa o fracasso. O cultivo do espírito de Absoluta fraqueza c incessante dependência abrirá o coração para as obras fartas em graça. Aprenderemos a creditar tudo que fazemos à graça de Deus. Aprenderemos a medir tudo que temos de fazer pela graça de Deus. E nossas vidas irão crescentemente estar na alegria da graça de Deus abundando em nós, e nós abundando em cada boa obra. 1. "Afim de que,...superabundeis em toda boa obra". Ore sobre este tema até que sinta ser isto o que Deus preparou para si exclusivamente também. 2. Se sua ignorância e fraqueza aparentemente o impossibilitam, apresente-se a Deus e diga o que quer, se Ele pode prepará-lo para que abunde nas boas obras, para ser um ramo que dá muitos frutos na vide. 3. Leve em seu coração, como uma semente viva, estas verdades preciosas: "Não duvidou, por incredulidade, a promessa de Deus; mas, pela fé se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera", Rom.4.20,21 e "Fiel é o que vos chama, o qual também o fará”, 1Tes.5.24. 4. Comece de uma vez fazendo modestos actos de amor. Como uma criancinha no jardim-de-infância, aprenda fazendo tudo. CAPÍTULO 15 NO DESEMPENHO DE TODA A BOA OBRA "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vista o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo", Ef.4.11,12

O objectivo de Cristo, quando Ele ascendeu aos céus e concedeu a seus servos os vários dons que são mencionados, é triplo. O primeiro alvo dos dons é "com vistas ao aperfeiçoamento dos santos”. Crentes, como os santos, devem conduzir-se no caminho da santificação "para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda ao vontade de Deus", Col.4.12. Era por isso que Epáfras operava por meio de orações. Paulo escreveu: "O qual nós anunciamos...ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo " Col.1.28. Este aperfeiçoamento dos santos é, contudo, apenas um meio para uma finalidade mais sublime - "para o desempenho do seu serviço", para qualificar todos os santos a fim de que tomem parte no serviço ao qual todo crente é chamado. A mesma palavra é usada em textos como "as quais lhe prestavam assistência com os seus bens", Luc.8.3 e "pois servistes e ainda servis aos santos", Heb.6.10. Dois outros exemplos do uso desta palavra podem ser encontrados em 1 Coríntios 16.15 e em 1 Pedro 4.11. E isto, novamente, é ainda um meio para se poder atingir uma maior finalidade - "para a edificação do corpo de Cristo". Assim como cada membro de nosso corpo tem sua porção de trabalho para a manutenção da saúde, crescimento e do seu todo, cada membro do corpo de Cristo deve considerar este corpo como seu primeiro grande dever no tocante a formar o corpo de Cristo – para ajudar e fortalecer aqueles que do corpo já são membros, ou para a colheita dos que ainda lhe irão pertencer. Através de seus pastores e professores, o grande trabalho da igreja é laborar para aperfeiçoar os santos na santificação e no amor, bem como na adequação do trabalho, então cada um terá sua porção para desempenhar o seu serviço, podendo assim o corpo de Cristo ser constituído e aperfeiçoado. Dos três grandes objectivos que Cristo deu à sua igreja, aos apóstolos e professores, o desempenho do serviço fica entre os dois. Por um lado é precedido pelo que é absolutamente dependente – o aperfeiçoamento dos santos. Por outro, é seguido pelo que significa sua consumação – a formação do corpo de Cristo. Cada crente, sem excepções, cada membro do corpo de Cristo, é chamado para o desempenho deste serviço. Cada leitor deve tentar perceber este seu chamado santo. Devemos aprender o que são as qualificações para nosso trabalho, "o aperfeiçoamento dos santos" que nos prepara para o "desempenho do serviço". É a carência de santidade verdadeira, que causa tal serviço escasso e fraco. Enquanto os santos de Cristo aprendem verdadeiramente o que a conformidade diante de Cristo significa, uma vida como a dele se tornará a motivação pela qual viveremos. A vida dele foi dada em sacrifício para o serviço e salvação dos homens. Sua humildade e amor, sua separação do mundo e dedicação pêlos decaídos, são vistas como sendo a essência e bênção da vida

que Ele dá – o desempenho do serviço, o serviço do amor. Humildade e amor – estas são as duas grandes virtudes dos santos – são as duas grandes forças do desempenho do serviço. A humildade nos faz querer servir. O amor nos faz sábios para saber como amar servindo. O amor é inventivo. Ele busca pacientemente e sofre muito, até que encontra uma forma de alcançar o seu propósito. Humildade e amor são igualmente mandatados para fora do eu e de suas exigências. Oremos, para que a igreja trabalhe para "o aperfeiçoamento dos santos" em toda a humildade e amor e que o Espírito Santo nos ensine como desempenhar nosso serviço cada vez mais eficazmente. Devemos observar quão grande é a obra que os membros de Cristo têm para fazer. É trabalhar uns pelos outros. Coloque-se no seu posto e assuma seu lugar para o trabalho de Cristo e por nossos irmãos cristãos. Faça de si mesmo um servo deles apenas. Estude seus interesses. Torne-se activo para promover o bem-estar dos cristãos ao seu redor; o egoísmo pode nos fazer hesitar, o sentimento de fraqueza nos encorajar e a preguiça e o conforto apresentarem dificuldades. Mas, peça a seu Senhor que lhe revele seu querer e como se entregar a ele. À sua volta existem cristãos que serão frios e mundanos e andam no extremo do ermo diante do Senhor. Comece a pensar no que poderá fazer por eles. Aceite como desejo da Cabeça que você, como membro, deve se ocupar com eles. Ore para o Espírito de amor. Comece em algum lugar – apenas comece e não continue ouvindo e pensando enquanto nada faz. Comece a desempenhar o serviço "segundo a proporção do dom de Cristo", Ef.4.7. Ele dará mais graça. Devemos acreditar no poder que opera em nós como suficiente para tudo que temos de fazer. Como penso sobre o polegar e o indicador segurando uma caneta com a qual escrevo este texto, eu me pergunto: como é que durante estes setenta anos de minha vida, eles sempre souberam fazer o que eu quis? É porque a vida da cabeça os faz trabalhar. "Aquele que crê em mim", como sua Cabeça o fazendo trabalhar, "fará também as obras que eu faço", João 14,12. Fé em Cristo, cujo vigor é perfeito em nossa fraqueza, dará a energia para que façamos tudo para quanto somos chamados. Peçamos a Deus que todos os crentes possam despertar para o poder desta grande verdade: cada membro do corpo deve viver inteiramente para o desenvolvimento do corpo. 1. Para ser um grande obreiro, a primeira coisa é um relacionamento próximo a e humilde com Cristo, a Cabeça, para sermos guiados e revigorados por Ele. 2. Em seguida é a comunhão humilde e cheia de amor com os membros de Cristo, servindo uns aos outros no amor. 3.

Isto nos prepara e equipa para o serviço no mundo.

CAPÍTULO 16 CONFORME A JUSTA CONTRIBUIÇÃO DE CADA UM “Cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda a junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efectua o seu próprio aumento para a edificação do mesmo em amor", Ef.4.15,16 Paulo falava nesta passagem do crescimento, o aumento e o desenvolvimento de todo o corpo. Este crescimento é, como vimos, uma dupla referência. Ele inclui tanto a união espiritual e o fortalecimento dos que já são membros para assegurar a saúde do corpo no seu todo, bem como o aumento do corpo pela adição de todos que ainda estão de fora, mas a ele se ajuntarão em ocasiões futuras ainda. Falamos disto no capítulo anterior – a interdependência entre todos os crentes e o chamado para que cuidem do bem-estar uns dos outros. Neste capítulo olharemos o crescimento partindo de um outro ângulo – o chamado de cada membro do corpo de Cristo para laborar no seu crescimento, pela obra do amor que procura ir aos que ainda não fazem parte do corpo. Esta expansão do corpo e seu desenvolvimento no amor só se pode dar através da obra e do trabalho na medida apropriada de cada membro. Pense no corpo de uma criança. Como é que atinge a estatura de um adulto? De nenhuma outra forma a não ser através do trabalho na medida apropriada de cada parte do seu corpo. Assim, tal qual cada membro faz sua parte, pelo trabalho que realiza buscando e assimilando o alimento dentro de si mesmo, o crescimento ocorre conforme se desenvolve. O trabalho que assegura o crescimento vem de dentro, não de fora. Similarmente, de nenhuma outra forma o corpo de Cristo pode atingir a estatura da plenitude de Cristo. Da mesma forma que crescemos em Cristo, a Cabeça, será, também, a partir dele que todo o nosso corpo pode crescer; assim sendo, é mediante a contribuição de cada um e de acordo com o trabalho em medidas adequadas de cada qual individualmente. Vejamos quais as implicações práticas de tudo isto. O corpo de Cristo deve ser constituído de todos quantos nele se acrescentam e agregam, saídos do mundo. Não há outra maneira destes membros se reunirem em corpo excepto pelo corpo quando se desenvolve no amor. Nosso Senhor se fez, como Cabeça, absolutamente dependente de seus membros para que fizessem sua obra integralmente. O que a natureza nos ensina sobre nossos próprios corpos, a Escritura nos ensina sobre o corpo de Cristo. A cabeça de uma criança pode ter pensamentos e planos de crescer, mas todos serão em vão a não ser que todos os seus membros contribuam cada qual com a parte que lhe cabe para assegurar o seu próprio crescimento. Jesus Cristo incumbiu sua igreja do próprio crescimento de seu corpo. Ele pede e espera que Ele, como Cabeça, viva para o crescimento e bem-estar de todo o corpo. Cada membro de seu corpo, mesmo os mais fracos, devem fazer o mesmo,

desenvolver o corpo em amor. Cada crente deve guardar este ensinamento como sua tarefa em bênção para viver e laborar em função disso mesmo e para o aumento do corpo e a colheita de todos quantos virão para ser membros ainda. O que é necessário para conseguir que a igreja aceite este chamado integralmente e se prepare para ajudar os membros do corpo a conhecerem-no como é para o complementarem e para completá-lo ainda? Uma coisa: devemos ver que o novo nascimento, fé e discernimento da verdade, com toda determinação, entrega e esforço para viver de acordo com ela, é apenas uma preparação para nossa verdadeira obra ainda por vir. O que é necessário é que em cada crente, Jesus Cristo esteja tão bem formado e verdadeiramente habite no coração fluidamente, que sua vida em nós será o impulso e a inspiração de todo nosso amor pelo corpo e de vivermos para ele exclusivamente. É por nosso eu ocupar o coração que é tão fácil, natural e deleitoso preocuparmo-nos apenas com nós mesmos. Quando Jesus Cristo vive em nós, é fácil, natural e agradável viver completamente para seu corpo. De tão boa vontade e naturalmente como os dedos respondem à vontade da cabeça, os membros do corpo de Cristo respondem à cabeça na medida que o corpo cresce nele e a partir dele aumenta. Em suma, para a grande obra, a Cabeça está ajuntando e ajustando nossos membros através do mundo e desenvolvendo seu corpo n’Ele. Ele é inteiramente dependente do serviço dos membros nele existentes. Não apenas Nosso Senhor, mas o mundo que padece na espera e no chamado da igreja para que ela se desperte e se dê inteira e exclusivamente a esta obra – o melhoramento do número de membros de Cristo. Todo crente, mesmo o mais fraquinho, deve aprender a conviver com e pelo seu chamado – viver com isto como sendo o principal propósito de toda a sua existência. Esta grande verdade nos será revelada no poder e obterá precedência na medida que nos entregarmos ao desempenho do serviço de acordo com a graça que já temos n’Ele. Devemos esperar confiantes pela total revelação de Cristo em nós – o vigor para fazer tudo que Ele nos pede. CAPÍTULO 17 ESPOSAS ADORNADAS COM BOAS OBRAS "As mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas) ", 1Tm 2.9,10 "Não seja inscrita sendo viúva que conte ao menos sessenta anos de idade, tenha sido esposa de um só marido, seja recomendada pelo

testemunho de boas obras,...se viveu na prática zelosa de toda boa obra", 1Tm 5.9,10 Nas três Epístolas Pastorais escritas a dois jovens pastores para que fossem instruídos no tocante a seus deveres, "boas obras" são mais frequentemente mencionadas que em outras epístolas de Paulo. Ao escrever às igrejas, em capítulos como Rom.12, Paulo mencionou as boas obras individuais pelo nome. Escrevendo para os pastores, ele teve de usar esta expressão como um resumo de todo o seu objectivo, tanto em suas próprias vidas quanto ao ensinarem aos outros. Um ministro deveria ser preparado e completamente capacitado para realizar todas as boas obras – um exemplo de todo tipo de boas obras. Era para que ensinasse os cristãos – as mulheres que se adornam com boas obras, que seguem diligentemente cada boa obra e que estão bem reputadas para as boas obras. Os homens, eram para ser ricos em boas obras, zelosos e preparados para elas, os quais deveriam aprender a guardá-las. Nenhuma porção da obra de Deus enfatiza mais claramente a necessidade absoluta para as boas obras que um elemento essencial, vital, na vida crista. Nossos dois textos falam das boas obras das mulheres cristãs. No primeiro, são ensinadas para não se adornarem com belos penteados, ouro ou pérolas, ou roupas caras, mas, tornarem-se mulheres preferindo a divindade, com boas obras. Sabemos o que é adorno. Mesmo no Inverno, há vida numa árvore sem folhas. Quando a primavera chega, ela coloca suas lindas vestimentas e festejos com folhagem e flores. O adorno das mulheres cristãs não deve estar no cabelo, pérolas ou roupas, mas em boas obras. Ou são as boas obras que servem de referência para as obrigações pessoais e conduta, ou os trabalhos de caridade que visam agradar e ajudar nossos vizinhos, ou aqueles mais definidos que buscam a salvação de almas – o adorno que agrada Deus, também, é o que as mulheres cristãs devem procurar. João viu a cidade sagrada descendo dos céus. "Ataviada como noiva, adornada para seu esposo ", Ap.21.2. "Linho finíssimo, resplandecente e puro", Ap.19.8. Se cada mulher cristã buscasse apenas adornar-se para agradar o Senhor o que seria do mundo! Na segunda passagem, lemos sobre viúvas que foram postas em lugar de honra na igreja primitiva e para quem uma certa responsabilidade era dada em relação às outras mulheres mais novas. Ninguém deveria ser inscrita a não ser que "seja recomendada pelo testemunho de boas obras". Algumas delas são mencionadas: se ela fosse conhecida por criar os filhos, pela hospitalidade, por lavar os pés dos santos, por socorrer os atribulados. E ainda se adiciona "se viveu na prática zelosa de toda boa obra". Se sua vida foi devotada às boas obras em seu lar e fora dele, no criar os filhos, se esse testemunho lhe fosse atribuído tanto por estranhos como por irmãos crentes, ela deve ser considerada um

exemplo e bússola para os outros. O padrão era alto e nos mostra o lugar que as boas obras ocupavam na igreja primitiva. Mostra-nos, também, como o ministério de uma mulher, abençoada, no amor era considerado e encorajado. Também nos ensina, no desenvolvimento da vida cristã, que nada se encaixa melhor como regra e influência que uma vida dada às boas obras inspiradas por Deus. As boas obras são parte e parcela integrante de toda a vida crista, igualmente indispensáveis para a vida e crescimento do indivíduo e para o bem-estar e extensão da igreja. E ainda assim, há multidões de mulheres cristas cujo papel activo nas boas obras de abençoar os irmãos é um pouco mais que tomar parte nas boas obras. Elas estão esperando pela pregação da Palavra de Deus, que irá encorajá-las e ajudar a compeli-las a darem suas vidas e trabalhar para o Senhor, então elas também, poderão ser bem recomendadas como diligentes seguidoras de cada uma das suas boas obras. O tempo e o dinheiro, pensamento e sentimento, entregues a jóias ou roupas caras, serão cambiados pelo verdadeiro objectivo de toda a sua vida. A cristandade não será mais um desejo egoísta de segurança pessoal, mas o gozo de ser como Cristo, o Auxílio e a Salvação dos necessitados dela. Obrar para Cristo tomará seu verdadeiro lugar como a mais alta forma de existência, o verdadeiro adorno da vida cristã. E como a diligência perseguida na terra é honrada como um dos verdadeiros elementos de carácter e valor sem fim, andar sobre boas obras diligentemente no serviço de Cristo, nos dará acesso à mais alta recompensa e à mais completa alegria do Senhor. 1. Estamos começando a tomar consciência do lugar maravilhoso que as mulheres podem tomar na igreja e nas missões. Esta verdade necessita ser levada ao lar de todas as filhas do Rei, que o adorno que devem usar para atrair o mundo, agradar seu Senhor e ficar diante de sua presença são as boas obras. 2. As mulheres, como "mansidão e benignidade de Cristo", 2Cor.10.1, devem ensinar aos homens a beleza e poder do penoso e exercício do amor em sacrifício pessoal para que isso mesmo ocorra. 3. O treino para o serviço de amor começa sempre em casa. Ele é reforçado no lar interno. Ele sai em busca dos necessitados em volta e encontra seu total alcance no mundo pelo qual morreu Cristo.

CAPÍTULO 18 RIQUEZA, MAS EM OBRAS "Exorta aos ricos do presente século...que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que

acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida", 1Tim.6.17-19. Se as mulheres devem usar as boas obras como seu adorno, os homens devem contá-las como sua riqueza. Da mesma forma que as boas obras satisfazem os olhos de uma mulher e seu gosto por beleza, elas vão ao encontro da fissura dos homens por possuir o poder. No mundo actual, as riquezas têm grande importância. São comuns dons para a recompensa de Deus pela diligência, hábito de trabalho e empreendimento. Representam e encarnam o poder da vida que foi posto em consegui-las. Da mesma forma, elas exercem poder a serviço de sua protecção contra outros. O perigo é amar este mundo e desviar-se o coração da presença do Deus vivo e dos tesouros celestiais. Podem-se tornar o inimigo mais mortal de todo o homem. Como é difícil para os que têm riquezas entrarem no reino dos céus! Mat.19.24. A Palavra de Deus nunca nos tira algo sem colocar coisa melhor em seu lugar. Ela encontra o desejo por riquezas pela ordem de ser rico em boas obras. A moeda corrente no reino de Deus são as boas obras. A recompensa a vir no mundo será determinada de acordo com elas. Abundando em boas obras, nós acumularemos tesouros no céu, Mat.6.20. Mesmo aqui na terra, elas constituem um tesouro, no testemunho de uma boa consciência, na consciência de agradar Deus, no poder de abençoar os outros. Há mais ainda: a riqueza do outro não é apenas um símbolo das riquezas celestiais. Apesar de tão opostos em sua natureza, é na verdade um meio para atingi-las e alcançá-las. "Exorta aos ricos... que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento". "Das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos", Luc.16.9. Como a esmola da viúva, as ofertas dos ricos, quando dadas no mesmo espírito, podem ser uma oferta com a qual Deus é agradado, Heb.13.16. O homem que é rico em dinheiro pode-se tornar rico em boas obras se seguir a Escritura. O dinheiro não deve ser usado para ser visto pêlos homens, mas pelo Senhor. Nem deve ser usado como se pertencesse ao seu dono, mas como um empregado que administra o dinheiro do Senhor, orando para que Ele o oriente nisso mesmo. Nem deve ser manuseado com nenhuma confiança em seu poder ou influência, mas em profunda dependência no Pai, único que dele pode gerar uma bênção. Nem usado como substituto da obra pessoal e do testemunho que cada crente deve dar. Como todo trabalho cristão, nosso donativo monetário tem seu valor separado do espírito no qual é feito, se for feito no mesmo espírito de Jesus Cristo. Quão

grande é o campo na terra para se acumular estas riquezas, todos estes tesouros celestiais! Em aliviar os pobres, educares negligentes, auxiliar os perdidos, pregar a Palavra de Deus aos cristãos e gentios na escuridão do seu entendimento. Que grande investimento pode ser realizado – cristãos pensarem em ser apontados para se enriquecerem em obras – ricos perante Deus! Podemos perguntar "O que se pode ainda fazer para despertar o desejo por estas riquezas verdadeiras entre os crentes?" O homem já criou uma ciência para tratar da riqueza das nações e cuidadosamente estudou as leis pelas quais o aumento e a distribuição poderão ser promovidas. Como, então, faremos para sermos ricos em boas obras de tal forma que convença todos os corações que sua cura será tão prazerosa e apaixonante quanto o desejo pelas riquezas do mundo actual? Tudo depende da natureza e do espírito do homem. A natureza terrena, as riquezas terrenas têm afinidade natural e atracão resistível. Para alimentar este desejo de adquirir o que constitui a riqueza no reino celestial, devemos apelar para a natureza espiritual em exclusivo. Então necessitamos aprender, ser educados e treinados em todos os negócios que fazem um homem rico. Deve-se ter a ambição de se erguer acima do nível da simples existência, do contentamento mortal de apenas sermos salvos. Devese ter algum discernimento acerca da beleza e valor das boas obras como expressão da vida divina – Deus operando em nós e nossa obra nele, como o meio de levar a Deus a glória, como a fonte de vida e única bem-aventurança para os homens, acumulando um tesouro nos céus para a eternidade. Deve-se ter fé que estas riquezas estão ao nosso alcance, porque a graça e o espírito de Deus estão operantes e activos em nós. E deve-se ter perspectivas de se fazer a obra de Deus aos que estão à nossa volta em cada oportunidade, seguindo os passos daquele que disse: "Mais bem-aventurado é dar que receber", Act.20:35. Estude e aplique estes princípios. Eles lhe abrirão a estrada certa para que se tome um homem rico de verdade. Um homem que quer ser rico, geralmente começa com pouco, mas nunca perde uma oportunidade. Comece de uma vez com um trabalho de amor e peça a Cristo, que "se fez pobre e por amor a vós, para que, pela sua pobreza, vos torneis ricos", 2Cor.8.9, para que Ele o possa fortalecer em frente. 1. Porque a atracção pelo dinheiro das missões obtém resposta insuficiente? Por causa do baixo estado espiritual da igreja. Os cristãos não têm a ideia mais certa de seu chamado para viver completamente para Deus e todo o seu reino. 2. Como pode ser remediado este mal? Apenas quando os crentes virem e aceitarem seu chamado divino para fazerem do reino de Deus sua primeira preocupação e com confissão humilde de seus pecados, rendendo-se para Deus, é que irão verdadeiramente buscar as riquezas de trabalhar para Deus.

3. Nunca deixe de implorar e obrar despertar espiritual por toda a igreja.

para

um

verdadeiro

CAPÍTULO 19 TRABALHAI "Se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor estando preparado para toda boa obra", 2 Tim.2.21 Paulo falou da sólida fundação de Deus, da igreja como a grande casa construída sobre a fundação de utensílios, não só de ouro e prata, caros e perenes, mas também de madeira e barro, comuns e perecíveis 2Tim.2.19,20. Ele distinguiu aqueles que se entregam à luta pelas palavras de louvor e aqueles que verdadeiramente se esforçam para afastar de toda a iniquidade. Paulo nos deixou os quatro passos do caminho para o homem poder ser tornado utensílio para honra na grande casa de Deus: (1) a purificação do pecado; (2) ser santificado; (3) disposição para o Mestre usar-nos de acordo com sua vontade apenas; (4) aquele espírito de prontidão para toda boa obra. Não é suficiente que desejemos ou tentemos fazer as boas obras. Assim como necessitamos de preparação e treino para a obra que temos de fazer na terra, também precisamos estar muito mais preparados em cada boa obra. Isto é, que constitui a marca principal dos utensílios para a honra. "Se alguém a si mesmo se purificar destes erros". O homem deve-se limpar do que caracteriza os utensílios da desonra – a profissão vazia que leva àquela estranheza e alienação da divindade de Deus em pessoa, contra a qual Paulo advertiu. Sempre queremos que cada prato e copo que usamos esteja limpo. Na casa de Deus os utensílios devem estar ainda mais limpos que nosso desejo pessoal. E todos que deveriam estar realmente preparados em cada boa obra devem primeiro verificar se estão limpos de todo o pecado. Cristo não poderia ter entrado no reino dos céus se não tivesse sido purificado de nossos pecados. Somente podemos ser parceiros no trabalho dele se tivermos a mesma purificação. Antes, Isaías poderia dizer: "Eis-me aqui, envia-me a num", Is.6.8, o fogo do céu que tocou seus lábios e ele ouviu a voz dizer "perdoado está teu pecado " (v.7). Um desejo intenso de ser lavado de cada pecado está na raiz da aptidão para cada obra verdadeira. "Será utensílio para honra, santificado". A limpeza é o lado negativo, o esvaziamento e remoção de tudo que é impuro. A santificação é o lado positivo, o novo preenchimento, ser tomado do sagrado pelo espírito, através do qual a alma se toma posse de Deus, participando de sua própria santidade. "Purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus", 2Cor.7.1. Os utensílios no

templo não eram apenas limpos, mas consagrados, devotados apenas ao serviço de Deus. Aquele que realmente deseja trabalhar para Deus deve andar em sua santidade também - "a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de toda a culpa, na presença de nosso Deus e Pai", 1Tes.3.13. Obter hábitos santos tanto na mente quanto na disposição, entregando-se a Deus, marcado pelo sentido oportuno de sua presença, prontificados para a obra dele. A purificação do pecado assegura-nos o preenchimento com o Espírito. "Útil ao seu possuidor". Somos utensílios para o uso de nosso Senhor. É para que em cada obra nossa, Cristo nos use e opere através de nós. A percepção de sermos servos, dependentes da orientação do Mestre, trabalhando sob a sua supervisão, instrumentos de sua força inexpugnável, reside na raiz do serviço efectivo. Ela mantém a dependência infalível, a fé calma, através da qual o Senhor pode trabalhar. Ela conserva a consciência abençoada da obra sendo toda dele, que conduz o obreiro a se tornar mais e mais humilde na medida que trabalha. Seu único desejo será: "útil ao seu possuidor". "Preparado para toda boa obra". "Preparado". Esta palavra não se refere apenas à equipagem e aptidão, mas também à disposição, a presteza animada que mantém um homem em expectativa e o faz sinceramente desejar e contentemente aproveitar-se de cada oportunidade para fazer o trabalho que seu Mestre lhe ensinou a fazer. Enquanto ele for vivente e viver em contacto com seu Senhor Jesus e se mantém como utensílio limpo e santificado, pronto para ser usado por Ele e enxerga que foi redimido para as boas obras, elas se tornam a única coisa pela e para a qual ele vive e prova sua comunhão com o Senhor. Ele está "Preparado para toda boa obra". 1. "Útil ao seu possuidor" – este é o pensamento central. Uma relação pessoal com Cristo, uma rendição completa a sua disposição, uma espera dependente para ser usado por Ele, confiança alegre que Ele irá nos usar – o segredo do verdadeiro obrar. 2. Deixe que o começo de seu trabalho seja entregar-se mais ao Mestre, seu Senhor vivo e amoroso.

CAPÍTULO 20 HABILITADO DE FORMA PERFEITA PARA TODA BOA OBRA "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade", 2Tim.2.15 "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correcção, para a educação na justiça, a fim

de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra", 2Tim.3.16,17 Um obreiro que não necessita de se envergonhar é aquele que não teme ter seu serviço inspeccionado pelo chefe. Na devoção de coração, em perfeição e habilidade, ele se apresenta aprovado ao que lhe emprega. Os trabalhadores de Deus devem-se apresentar aprovados a Ele a fim de terem seu trabalho valorizado e satisfatório nele. Devem ser trabalhadores que não precisam de se envergonhar. Um trabalhador é aquele que sabe seu trabalho, que se dá completamente a ele, que é conhecido e tido como o que gosta de fazê-lo bem. Assim, todo ministro cristão, todo obreiro cristão, deve ser um trabalhador que se concentra em ser aprovado pelo Mestre. "Manejar bem a palavra da verdade". A Palavra é a semente, o fogo, o martelo, a espada, o pão e a luz. Os trabalhadores em qualquer destas áreas podem ser nossos exemplos. No trabalho para Deus, tudo depende de manejar correctamente a Palavra. Portanto, a única maneira para sermos perfeitamente equipados para toda boa obra está na Escritura que começa este parágrafo – submissão pessoal à Palavra e à experiência de seu poder. Os obreiros de Deus devem saber que a Escritura é inspirada por Deus e tem poder de dar a vida. A inspiração é o respirar do Espírito – assim como a vida está na semente, o Espírito Santo de Deus está na Palavra. O Espírito na Palavra e o Espírito em nossos corações é um só. Pelo poder do Espírito dentro de nós, absorvemos a Palavra preenchida com o Espírito. Desta forma nos tomamos espirituais. Esta Palavra é dada para ensinar a revelação dos pensamentos de Deus: para repreender – a descoberta de nossos pecados e erros; para a correcção – remover o que está defeituoso e substituir pelo que é bom: também para instrução – a comunicação de todo o conhecimento necessário para se andar correctamente diante de Deus. Enquanto alguém se entrega de coração a tudo isto e a Palavra cheia do Espírito adquire mestria e liderança activa em seu sentido total, ele se torna um homem de Deus, perfeitamente habilitado para toda boa obra, ele se transforma num obreiro aprovado por Deus que não precisa ficar envergonhado, manejando sempre correctamente toda a Palavra de Deus. Também o homem de Deus tem a marca dupla – sua própria vida é completamente moldada e seu trabalho é dirigido através da aplicação da Palavra. "O homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". No capítulo anterior aprendemos com a limpeza e santificação da vida pessoal transforma o obreiro num utensílio "será utensílio para honra, santificado e útil a seu possuidor", 2Tim.2.21. Aqui aprendemos a mesma lição – é o homem de Deus que permite à Palavra de Deus fazer sua tarefa de advertir, corrigir e instruir. Cada obreiro de Deus deve visar o ter de se preparar para cada boa obra também exclusivamente.

Um obreiro, consciente de quão defeituoso é seu preparo, pode perguntar como habilitar-se para o trabalho ser consumado. A analogia com um trabalhador terreno, não precisando de se envergonhar, sugere a resposta. O trabalhador terreno nos diria que ele possui sucesso, em primeiro lugar, pela devoção a seu trabalho. Ele lhe dispensa muita atenção. Ele deixa de lado outras tarefas para concentrar seus esforços em dominar uma. Ele estudou toda a vida para realizar seu trabalho de forma perfeita. Aqueles que desejam obrar para Cristo como a segunda coisa, não a primeira, que não pensam em sacrificar tudo por ela, jamais estarão perfeitamente equipados para cada boa obra. A segunda coisa que ele falará será treinar e se exercitar pacientemente. A competência é fruto apenas do esforço cuidadoso. Você pode-se sentir como se não soubesse como obrar correctamente. Não tema. Todo aprendiz começa com ignorância e erro. Tenha coragem. Aquele que dotou a natureza humana com os poderes maravilhosos, que supriu com a palavra o obreiro habilidoso e inteligente, não dará a seus filhos a graça que necessitam para serem seus companheiros, trabalhadores, ainda mais? Deixe a necessidade ser derramada sobre si, a necessidade que você glorifique Deus; que você abençoaria o mundo; que você, através das obras, avançaria e aperfeiçoaria sua vida e bênção – estimulando-o a si para dispensar diligência imediata e contínua para ser um obreiro habilitado em cada e toda a boa obra. Será apenas agindo assim que aprenderemos a ter atitudes correctas. Comece obrando sob a supervisão de Cristo. Ele aperfeiçoará sua obra em você e o fará apto para trabalhar para Ele. 1. A obra que Deus faz e procura ter feito no mundo, é obtêlo a si em seu todo de volta a Ele também. 2.

De cada crente se espera tomar parte nesta obra.

3. Deus precisa de nós para sermos trabalhadores habilidosos que damos nossos corações por completo à sua obra e nos deleitamos nela. 4. Deus obra através da operação em nós, inspirando fortalecendo-nos para que façamos sua obra completa.

e

5. O que Deus pede é um coração e uma vida devotados a Ele, tanto na entrega como na fé. 6. E toda a obra de Deus é amor; o amor é todo o poder que opera em nós, inspirando nossos esforços e conquistando seu fim.

CAPÍTULO 21 ZELOSO NAS BOAS OBRAS

"O qual a si mesmo se deu por nós, afim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras", Tit.2.14 Nestas palavras temos duas verdades: o que Cristo fez para que fôssemos dele e o que Ele espera de nós para sermos dele. Na primeira parte encontramos um belo resumo da obra de Cristo para nós. Ele se entregou a nós, nos redimiu de toda iniquidade, purificou-nos para si, fez de nós seu povo, para sua própria posse. E tudo com o objectivo único de que deveríamos ser um povo "zeloso de boas obras". Cristo espera que sejamos entusiastas das boas obras. Não se pode dizer que este é o sentimento da maioria dos cristãos em relação às boas obras. O que se pode fazer para que esta disposição seja cultivada ainda? Uma das primeiras coisas que desperta o zelo pelo trabalho é um enorme e urgente sentido responsável de necessidade. Uma grande necessidade desperta o desejo forte, move o coração e o querer, incita todas as energias de nosso ser. Foi este senso de necessidade que acordou tantos para serem zelosos pela lei. Eles esperavam ser salvos pela obra. A Palavra de Deus roubou este incentivo de seu poder. Mas levou toda a necessidade por boas obras? Não, pelo contrário. Na verdade, deu àquela necessidade urgente um lugar mais elevado que antes. Cristo necessita urgentemente de nossas boas obras. Somos seus servos, membros de seu corpo, sem o qual Ele não se pode continuar sua obra na terra. A obra é tão grande (com milhões ainda por salvar) que nem um obreiro pode ser poupado. Actualmente, milhares de cristãos não sentem que sua própria ocupação é urgente, que deve ser feita; não entendem a concepção de urgência da obra de Cristo, a que lhes foi confiada. A igreja deve acordar para ensinar a cada crente sua própria responsabilidade. O mundo precisa de nossas boas obras tão urgentemente quanto Cristo. Os homens, mulheres e crianças à sua volta precisam de ser salvos. Ver os homens serem engolidos por um rio faz-nos querer salvá-los. Cristo pôs seu povo num mundo de padecimento na expectativa que se doassem, de corpo e alma, para continuarem sua obra de amor. Passemos adiante a mensagem sagrada: Ele se entregou para nós, para nos redimir, seu povo, para servi-lo e continuar sua obra – zelosos de boas obras apenas e simplesmente. O segundo elemento importante do zelo no obrar é deleitar-se. Um aprendiz ou estudante, de forma simples e vulgar, começa seu trabalho sob o senso de dever. Na medida que aprende a compreender e gostar do seu trabalho, começa a fazê-lo com prazer e torna-se zeloso em seu ofício. A igreja deve treinar os cristãos para acreditarem que, quando entregarmos nossos corações ao trabalho de compartilhar na obra e misericórdia e amor de Cristo e procurar praticar a fim de sermos obreiros habilidosos, não haverá maior alegria na face da terra. Actividades físicas e mentais dão prazer

e convidam para a devoção e zelo de milhares; o serviço espiritual de Cristo pode despertar nosso mais elevado entusiasmo. Então vem o grande incentivo, o incentivo pessoal de se ligar a Cristo, nosso Redentor. "Pois o amor de Cristo nos constrange", 2Cor.5.14. O amor de Cristo por nós é a fonte e medida de nosso amor por Ele. Nosso Amor por Ele se torna o vigor e a medida de nosso amor pelas almas. Este amor, derramado amplamente em nossos corações pelo Espírito Santo, se torna o zelo para Cristo e se mostra como o zelo por boas obras. Também se converte no elo entre as duas partes de nosso texto, a doutrina e prática unidas. O amor de Cristo redimiu-nos, purificou-nos e nos fez seus. Quando se acredita neste amor, conhecido e aceite no coração, faz das almas redimidas o serem zelosas em boas obras. "Zeloso de boas obras!" Não permita que nenhum crente veja esta graça como muito alta e difícil de alcançar. Ela é divina, determinada e assegurada no amor de nosso Senhor. Aceitemo-la como nosso chamado. Asseguremos que esta é a verdadeira natureza da nova vida dentro de nós. Em oposição ao que toda natureza ou sentimento pode dizer, vamos rogar com fé por ela, como parte integral de nossa redenção – o próprio Cristo fará dela uma verdade em nós. CAPÍTULO 22 PRONTIFICADOS PARA TODA BOA OBRA "Lembra-lhes...que estejam prontos para toda boa obra", Tit.3.11 Lembra-lhes. As palavras sugerem a necessidade dos crentes terem as verdades de seu chamado às boas obras colocados na sua frente constantemente. Uma árvore saudável dá frutos espontaneamente. Mesmo onde a vida do crente está em perfeita saúde, a Escritura ensina como seu desenvolvimento e frutificação podem acontecer somente através dos ensinamentos e a influência que estes podem exercer na mente, na vontade e no coração do homem. Para todos que se responsabilizam por outros, a necessidade de sabedoria divina e de fé é grande, a fim de ensinarem e treinarem todos os cristãos. Consideremos alguns dos pontos principais deste treino. Ensine-os claramente o que são as boas obras. Coloque a base na vontade de Deus, como revelada na lei e mostre como a integridade, justiça e obediência são a grande área de trabalho de todo o carácter cristão. Ensine-os como a verdadeira religião deve ser conduzida em todos os afazeres e relações da vida quotidiana. Conduza-os pelas virtudes pelas quais Jesus veio especialmente, para as mostrar e ensinar – humildade, mansidão, benignidade e amor. Explique o sentido de uma vida de amor, auto-sacrifício e caridade – dedicada inteiramente a pensar nos outros e ajudar

todos sem excepção. Então leve-os ao que é mais alto de tudo – a verdadeira vida de boas obras – conquistar homens para que conheçam e amem Deus também. Ensine-os que as boas obras são a essência de toda a vida cristã. Que elas não são, como pensam muitos, elemento secundário na salvação dada por Deus. Não são meramente para serem feitas como símbolo de gratidão, ou prova da sinceridade de sua fé, ou até mesmo uma preparação para os céus. Elas são tudo isto, mas são muito mais ainda. São o verdadeiro propósito pelo qual fomos redimidos. Nós fomos criados de novo para as boas obras. Somente elas são a prova que o homem foi recolocado em seu destino original com Deus, nele e através dele. Deus não tem glória mais alta que sua obra e particularmente a de salvar pelo amor. Ao nos tomarmos imitadores de Deus e andar e obrar no amor, exactamente como Cristo nos amou e se entregou para nós, Gal.2.20, temos a imagem perfeita e a semelhança com Deus restaurada em nós. As obras de um homem não apenas revelam sua vida, mas também a desenvolvem, exercitam, fortalecem e aperfeiçoam. As boas obras são a essência da vida divina em nós. Mostre-lhes, também, a gorda recompensa que elas trazem. Todo o labor tem seu valor de mercado. Do homem pobre, que mal pode arranjar pouco dinheiro, ao que conseguiu milhões, o pensamento de recompensa pelo trabalho é um grande incentivo para nos lançarmos à busca dela. Cristo apela para este sentimento quando diz "será grande o vosso galardão", Luc.6.35. Faça com que os cristãos entendam que não há serviço onde a recompensa é tão rica quanto o de Deus. Obrar é estimulante; obrar é força e cultiva o senso de domínio e conquista. A obra desperta o entusiasmo e traz à tona as qualidades mais nobres de cada homem. Numa vida de boas obras, o cristão torna-se consciente de seu ministério divino de dispensar a vida e graça de Deus aos outros. As boas obras nos fazem mais unidos a Deus. Não existe maior comunhão com Deus do que o envolvimento com sua obra salvadora de amor. Obrar nos traz a simpatia com Ele e todos os seus propósitos. E nos enche com o amor dele. Assegura sua aprovação. Também é a farta recompensa para aqueles que estão à nossa volta. Quando os outros são levados para Cristo, quando os exaustos, os desviados e os desalentados são auxiliados e feitos participantes da graça e da vida de Cristo Jesus, os servos de Deus dividem a alegria na qual nosso Senhor abençoado tem sua recompensa. E agora a coisa mais importante. Ensine-os a acreditar que é sobejamente possível para cada um de nós abundar nas boas obras. Nada é tão fatal para o sucesso do esforço quanto o desencorajamento e o desalento. Nada é causa mais frequente de negligência das boas obras que o medo de não termos vigor para realizá-las. Tenha em mente o poder do Espírito Santo que neles mora. Mostre-lhes que a promessa e provisão das forças de Deus é

sempre igual ao que Ele exige. Que há graça suficiente para todas as boas obras às quais somos chamados. Lute para despertar neles a fé no "poder que opera em nós", Ef.3.20 e a plenitude da vida que jorra como "rios de água viva", João 7.38. Treine-os para que comecem de uma vez o serviço de amor. Guie-os a ver como Deus opera neles para se oferecerem como utensílios vazios que serão enchidos com seu amor e graça. E ensine também que, enquanto forem fiéis no pouco, mesmo a paredes-meias com erros e infortúnios, o agir da vida a fortalecerá e obrar para Deus converter-se-á em verdade perfeita numa segunda natureza. Deus permitiu aos professores serem fiéis à missão da igreja de tomar conta de todos seus membros - "Lembra-lhes...que estejam prontos para toda a boa obra". Não apenas instrua-os, mas também treine-os e lembre-os para o que foram refeitos de novo. Mostrelhes a obra que eles ainda têm por fazer. Cuide ainda para que a façam. Encoraje e ajude-os a fazê-la esperançosos. Não há parte mais importante do ofício de um pastor, mais sagrada, mais completa ou rica em bênção aqui na terra. Não deixe que o objectivo seja menos que conduzir cada crente a viver inteiramente devoto à obra de Deus, de conquistar homens para Ele. Que grande mudança seria para a igreja e para o mundo! 1. Tenha convicção do grande princípio básico: cada crente, cada membro do corpo de Cristo, tem seu lugar no corpo exclusivamente para o bem-estar de todo o corpo. 2. Os pastores têm a incumbência de aperfeiçoar os santos na obra do ministério, de servir no amor. 3. Cristo irá operar poderosamente nos ministros membros das igrejas, se nele esperarem em expectativa.

e

nos

CAPÍTULO 23 SOLÍCITOS NA PRÁTICA DAS BOAS OBRAS "Quero que..,faças afirmação confiadamente, para os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras... quanto aos nossos, que aprendam também a distinguir-se nas boas obras a favor do necessitados, para não se tornarem infrutíferos", Tit.3.8,14 Na primeira parte desta passagem, Paulo instruiu Tito a dizer confiadamente as verdades abençoadas da Palavra de Deus até o fim, com o propósito expresso que todos que haviam acreditado deveriam ser cuidadosos, estudiosos e conservassem-se nas boas obras. A fé e as boas obras deveriam ser inseparáveis em todos eles. A diligência de cada crente nas boas obras deveria ser o principal objectivo dum pastor. Então, Paulo repetiu a instrução usando a expressão "que aprendam". Como todo o trabalho na terra deve ser

aprendido, também nas boas obras da vida cristã há igual necessidade de aplicação e docilidade para se aprender como fazêlas de forma correcta e super-abundante. Provavelmente, há mais de um leitor deste livro que já se sentiu como vivesse muito pouco de acordo com os ensinamentos da Palavra de Deus – preparado, perfeitamente capacitado e zeloso para as boas obras. Parece ser muito difícil de nos livrarmos de velhos hábitos, romper com as convenções sociais e aprender como começar a entrar realmente numa vida que pode ser cheia de boas obras para a glória de Deus. Deixe-me tentar dar algumas sugestões que podem servir-nos de grande auxílio. Também ajudará aqueles que já obram para Cristo, mostrando de que forma, ensinamento e aprendizagem das boas obras podem ser bem-sucedidos. 1. Um aprendiz deve começar a trabalhar imediatamente. Não há forma de se aprender a arte de nadar, ou a música, uma nova língua ou um negócio, a não ser praticando. Não tema que não consiga fazer, nem espere que alguma coisa aconteça e torne tudo fácil, ou ficar isolado. Aprenda a fazer boas obras, as obras do amor, começando a fazê-las. Não importa se pareçam insignificantes, faça-as. Uma palavra amiga, ajudar alguém com problemas, um acto de amor e atenção com um estranho ou um mendigo, ceder sua cadeira para alguém mais cansado - pratique estas coisas. Todas as plantas que cultivamos, no início são pequenas. Mantenha o pensamento, pelo amor de Jesus, de procurar fazer o que agradaria a Ele. É apenas fazendo que irá aprender a fazer. 2. O aprendiz deve entregar seu coração ao trabalho e deve achá-lo interessante e deleitoso. Deleitar-se no trabalho é garantia de sucesso. Deixe que as dezenas de milhares de pessoas à sua volta, que entregam suas almas completamente aos assuntos da vida quotidiana, lhe ensinem a servir seu Mestre abençoado. Pense de vez em quando na honra e privilégio de fazer boas obras, de servir os outros no amor. Este é o próprio trabalho de Deus, de amar, salvar e abençoar os homens. Ele opera em si e através de si. Faz que compartilhe o espírito e a semelhança com Cristo. Fortalece seu carácter cristão. Sem agir, as intenções dum homem o rebaixam e condenam, ao invés de erguê-lo. Você apenas vive enquanto age. Pense na bênção que é fazer o bem, de comunicar a vida, fazer os outros felizes. Pense na rara alegria de desenvolver uma vida de caridade e ser abençoado em tudo. Procure ser um utensílio útil para o uso de seu Mestre, pronto para realizar cada boa obra. 3. Tenha coragem e nada tema. O aprendiz que diz "não", certamente falhará. Há um poder divino operando em si. Leia e acredite no que diz a Palavra de Deus sobre isto. Permita que a confiança sagrada de Paulo, baseada em sua confiança em Cristo sirva de exemplo para si também, "Tudo posso naquele que me fortalece", Fil.4.13. Estude e ponha no coração as promessas

maravilhosas do poder do Espírito santo, a abundância da graça e força de Cristo que fez da fraqueza a perfeição e veja como tudo isto pode ser verdade para si apenas obrando. Cultive a consciência nobre em si de que você foi criado por Deus para as boas obras e que Ele próprio irá capacitá-lo para as mesmas. Deste modo, acredite que assim como é natural para o trabalhador deleitar-se obter sucesso em seu ofício, pode também ser natural para a nova criatura dentro de si, abundar em cada boa obra. Tendo esta confiança, você jamais desfalecerá. 4. Acima de tudo, tenha seu Senhor Jesus como Professor e Mestre. Ele disse, "aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e acheis descanso para vossa alma", Mat.11.29. Obre como quem é um aprendiz na escola dele, como quem está certo que nenhum professor é como Ele. Agarre-se a Ele e deixe que o sentido de sua presença e de seu poder operem em si livremente para que se tome manso e modesto, mas forte e corajoso. Ele, que veio fazer a obra do Pai na terra e a encontrou como o caminho à glória do Pai, irá ensiná-lo o que é trabalhar para Deus. Para resumir uma vez mais, pelo bem de todos que querem aprender como obrar, ou como fazê-lo melhor: 1. Entregue-se a Cristo. Ponha-se diante do altar e diga que deseja dar-se completamente à obra de Deus. 2. Acredite tranquilamente que Cristo aceita e confia em si para o seu trabalho, além de lhe habilitar para a obra. 3. Ore muito para que Deus lhe mostre a grande verdade da sua própria obra dentro de si. Nada mais pode dar força à verdade. 4. Busque cultivar um espírito de dependência humilde, paciente e confiante em Deus. Viva em comunhão amorosa e obediente com Cristo. Você pode contar com a força dele aperfeiçoando sua fraqueza.

CAPÍTULO 24 COOPERANDO COM DEUS "Porque de Deus somos cooperadores, lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós", 1Cor.3.9. "E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus", 2Cor.6.1. Já discutimos os ensinamentos de Paulo acerca das boas obras (capítulos 9 e 22 deste livro). Vamo-nos voltar agora para a experiência pessoal dele e tentar aprender alguns dos segredos do seu serviço efectivo. Ele falou aqui da igreja como edifício de Deus. Como o Grande Arquitecto, Deus está construindo sua igreja e um templo sagrado

onde habita. Sobre sua própria obra, Paulo diz-se um mestre-deobras, a quem uma parte da construção do grande edifício foi incumbida. Ele fez a fundação em Corinto. Ele disse a todos que lá trabalhavam "de Deus somos todos cooperadores... porém, cada um veja como edifica", 1Cor.3.9,10. A palavra é aplicável não apenas a Paulo, mas a todos os servos de Deus que tomam parte efectiva em sua obra. E porque todo crente foi chamado para dar a vida para o serviço de Deus e levar seu conhecimento a outros, todo cristão precisa ter a Palavra levada a ele e ao seu lar: somos companheiros no trabalho com Deus. Quanto isto sugere sobre obrar para Deus! Assim como nosso trabalho a ser feito, o Deus eterno está construindo um templo para si mesmo. Jesus Cristo, Filho de Deus, é o alicerce. Os crentes são os blocos de pedras vivas. O Espírito Santo é o poder de Deus através do qual os crentes de todo mundo são agrupados, cada um com seu lugar no templo, e construídos nele. Como pedras vivas, os crentes são ao mesmo tempo os trabalhadores, a quem Deus usa para continuarem sua obra. Igualmente, eles também são a construção de Deus e seus companheiros na obra. O trabalho que Deus faz, é através deles. O trabalho que eles têm de fazer é exactamente o que Deus está realizando. O trabalho de Deus, no qual Ele se deleita, no qual está seu coração, é salvar os homens e construí-los como templo. Este é o único trabalho no qual o coração de todos que desejam ser companheiros no trabalho de Deus deve estar – dar vida às almas mortas, conceder a própria vida de Deus a elas e vivificá-las – irá abundar no tipo de glória de nosso trabalho. Receberemos a vida de Deus e a passaremos aos homens. Em relação à força para a obra, Paulo disse da sua, como um mero mestre-de-obras, que estava "segundo a graça de Deus que me foi dada", 1Cor.3.10. Para o trabalho divino, nada a não ser o poder divino é suficiente. O poder mediante o qual Deus trabalha deve operar em nós. Este poder é o Espírito Santo. Estude 1Cor.2 e 3. Lá você verá como é absoluto o reconhecimento de sua falta de poder e dependência nos ensinamentos do Espírito Santo. A verdade é que a obra de Deus só pode ser feita pelo poder de Deus em nós. Nossa primeira necessidade de cada dia é ter a presença do Espírito de Deus renovado dentro de todos nós. O poder do Espírito Santo é o poder do amor. Deus é amor. Tudo que Ele opera na salvação dos homens é amor. É apenas o amor que pode realmente conquistar o coração. Em todos os companheiros de obra de Deus, o amor é o poder que atinge os corações dos homens. Cristo conquistou e ainda conquista pelo amor da cruz. "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo ", Fil.2.5 – o espírito do amor que se sacrifica à morte, um amor humilde, bondoso e paciente. E você estará pronto para ser um companheiro de Deus nessa obra?

Quanto à relação que devemos ter com Deus, direi: ao executar os planos de uma grande construção, o mestre-de-obras tem um cuidado: tomar conta de cada pequenino detalhe pensado através do arquitecto. Ele age constantemente em conjunto com Ele e é guiado em todos os momentos pela sua vontade. As instruções aos que são seus subordinados são todas sobre concretizar o que foi planejado pelo mestre. A grande característica dos companheiros trabalhadores de Deus deve ser esta rendição absoluta à vontade dele, dependência incessante em seus ensinamentos e obediência fiel a tudo que Ele deseja. Deus revelou seu plano em sua Palavra. Ele nos disse que apenas seu Espírito nos pode preparar para fazer parte de seus planos para dominar na íntegra seus propósitos e de como conduzi-los. Devemos ter a clara visão da divina glória da obra de Deus na salvação de almas. Devemos saber da tal insuficiência nos nossos poderes naturais para fazer essa obra. Devemos saber que Deus fez provisões para nos fortalecer e guiar quando ajudarmos. Então entenderemos melhor a docilidade filial (um olhar contínuo para o alto, esperando por Ele) será sempre a marca principal daquele que é companheiro fidedigno na obra de Deus. Fora do sentido de humildade, desesperança e de nada sermos de facto e na realidade, crescerá uma confiança sagrada de coragem e de encorajamento. Saberemos que nossa fraqueza não precisa de nos impedir, que a força de Cristo só é perfeita na fraqueza e que o próprio Deus está obrando seus propósitos através de nós. De todas as bênçãos da vida cristã, a mais maravilhosa será quando nos permitirmos ser companheiros de Deus para o trabalho! 1. Companheiros de Deus para o trabalho! Como é fácil usar as palavras e mesmo entender algumas das grandes verdades que elas contêm! Quão pouco vivemos no poder na glória daquilo que representam! 2. Trabalhadores companheiros de Deus! Tudo depende do saber, da santidade e amor dele, do Deus do qual somos parceiros. 3. Ele que nos escolheu para nos habilitar para seu uso, para que em nós e através de nós Ele possa realizar sua grande obra. 4. Façamos valorosa nossa postura de adoração, dependência profunda, grande espera e perfeita obediência.

CAPÍTULO 25 SEGUNDO A FORÇA DO SEU PODER "O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isto é que eu também me afadigo,

esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim", Col.1.28,29. "O mistério de Cristo...pelo qual fui constituído ministro conforme o dom da Graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder", Ef.3.4,7. Nas palavras de Paulo aos Filipenses que já abordamos no capítulo nono, ele os convoca e encoraja a trabalhar porque era Deus quem actuava neles, nos Filipenses. Esta é uma das afirmações mais importantes e compreensivas da grande verdade: somente através de Deus operando em nós que podemos fazer obras de verdade. Nos textos de nossa Escritura para este capítulo, temos o testemunho de Paulo sobre sua própria experiência. Todo seu ministério estava de acordo com a graça que lhe foi dada na medida que nele operava o poder de Deus. Ele disse que seu trabalho era uma luta de acordo com o poder de Deus operando eficientemente nele. Aqui encontramos os mesmos princípios de nosso Senhor: o Pai realizando sua obra em si mesmo. Deixemos todo obreiro, ao ler isto, parar para dizer: "Se o Filho sempre abençoado e Paulo puderam fazer suas obras apenas de acordo com o poder de Deus que operava vigorosamente neles, quanto mais precisarei desta operação de Deus em mim então!" Esta é uma das mais profundas verdades espirituais da Palavra de Deus. Olhemos para o Espírito Santo dentro de nós e de lhe darmos o controle de nossa vida de tal forma mais íntima para ela se tornar a maior inspiração de todo nosso trabalho. Nós podemos obrar verdadeiramente apenas na medida de nossa entrega à actuação de Deus em nós. Sabemos o solo onde está plantada esta verdade. "Bom só existe um", Mat.19.17. "Não há santo como o Senhor", 1Sam.2.2. "O poder pertence a Deus", SaI.62.11. Toda bondade, santidade e poder serão encontrados apenas em Deus e onde Ele os concede. Somente Ele pode dá-los ao homem, não como algo de que se desfaz, mas por sua presença real, permanecendo em nós em sua obra. Deus pode obrarem seu povo apenas quando lhe é permitido possuir completamente seus corações e vidas. Como o querer, a vida e o amor são entregues à dependência e fé. e esperando em Deus como Cristo o fez. Deus pode operar em nós. Isto é a verdade de toda a vida espiritual, mas especialmente de nossa obra para Deus. O trabalho de salvar almas é o próprio trabalho de Deus. Ninguém, a não ser Ele, pode fazê-lo. O dom de seu Filho é a prova de quão grande e precioso o trabalho é considerado por Ele e como dedica seu coração a essa mesma obra. O amor dele não cessa um momento em sua obra pela salvação de todos os homens. E quando Ele chama seus filhos para serem parceiros em sua obra, compartilha a alegria e a glória do trabalho de salvar e abençoar os homens. Se um indivíduo pode dizer com Paulo "eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim", sua relação completa

com Deus se torna a parte e a continuação da parte de Cristo a uma dependência absoluta, abençoada, incessante e momentânea do Pai, para cada palavra dita e cada obra realizada. Cristo é nosso padrão. A vida dele é nossa lei e a obra dele é em nós. Paulo viveu uma vida de dependência em Deus assim, em torno de Cristo. Portanto, nenhum de nós deveria hesitar em acreditar nele para uma idêntica à graça dada a Paulo de laborar e lutar "segundo a força operante do seu poder". Que cada obreiro diga e afirme: "assim como o poder trabalhou em Cristo e em Paulo, também trabalha em mim e não menos". Não há forma possível de se fazer a obra de Deus correctamente a não ser com Deus operante em nós. Como eu gostaria que cada obreiro soubesse isto de cor e dissesse: "Vem, vamos acalmar nossas mentes e direccionar cada pensamento à presença de Deus, enquanto sopro em seu ouvido o maravilhoso segredo – Deus opera em si. Toda obra que terá de fazer para Ele, Deus actuará e a efectivará em si". Tire um tempo para se debruçar sobre isto. É uma grande verdade espiritual que a mente não pode alcançar, nem o coração perceber assim facilmente ainda. Aceite-a como uma verdade vinda dos céus. Acredite nesta palavra como semente, dessa forma a bênção espiritual trazida por ela crescerá e ainda abundará. E na fé que o Espírito Santo está fazendo viver dentro de si, lembrando sempre: Deus opera em mim. Toda a minha obra para Ele, Deus a realizará em mim”. A fé desta verdade e o desejo de concretizá-la dentro de si também, irá impulsioná-lo a viver humildemente e mais próximo de Deus. Você verá como trabalhar para Deus deve ser a coisa mais espiritual da vida espiritual. E você se curvará de novo e de novo em serenidade sagrada e reconhecimento de Deus estar operante em si e como assim continuará. Como Paulo, você pode dizer "Trabalharei para Ele de acordo com o poder de Deus operando eficientemente em mim". 1. O dom da graça de Deus, Ef.2.7,3.7, o poder que opera em nós, Ef.3.20, o fortalecimento com a potência do Espírito, v.16 – as três expressões contendo o mesmo pensamento – Deus opera em nós. 2. O Espírito Santo é o poder de Deus. Busque ser todo preenchido com o Espírito, ter toda sua vida conduzida por Ele e então estará preparado para Deus operar poderosamente em si. 3. "Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo", Act.1.8. Através do Espírito habitando em nós, Deus pode operar com eficácia. 4. O, temor sagrado, vigilância humilde e dependência, rendição completa e obediência nos tomamos se acreditarmos em Deus operando em nós.

CAPÍTULO 26 TRABALHAR MUITO MAIS "Mas, pela graça de Deus, sou o que sou: e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus que está comigo”, 1Cor.15.10 "Então, ele me disse: a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza...porquanto em nada fui inferior a esses tais apóstolos, ainda que nada sou", 2Cor.12.9,11 Em ambas as passagens, Paulo falou de como abundara na obra do Senhor. "Em nada fui inferior a esses tais apóstolos". "Trabalhei muito mais do que eles". Nas duas ele disse como era Deus que actuava inteiramente nele e não ele mesmo. Na primeira passagem ele disse: "Não eu, mas a graça de Deus comigo". Mais adiante, na segunda, ele mostrou como esta graça é a força de Cristo operando em nós. Enquanto nada somos, ouvimos "Então, ele me disse: a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza". Que Deus nos possa dar "o espírito da sabedoria e revelação", Ef.1:17 e os olhos iluminados do coração v.18 para sabermos da visão maravilhosa de um homem reconhecendo-se como nada. Ele era um homem que se gloriava de sua fraqueza, então o poder de Cristo pôde repousar sobre ele e assim operar, foi este o trabalhador mais abundante de todos. Veja a importância desta lição para nós como obreiros de Deus. A obra de Deus só pode acontecer na força dele. Somente pelo poder de Deus, isto é, por Deus operando em nós, podemos efectivamente laborar. Por todo o livro, esta verdade é sistematicamente repetida. É fácil aceitar. Mas está muito longe de se enxergar seu sentido completo – dar-lhe o controle de nosso ser integral, fazendo assim um novo viver dentro de nós. Para isto será necessária a serenidade da alma, meditação, fé potente e oração fervorosa. Como é apenas Deus que pode actuar em nós, igualmente é apenas Ele que se pode revelar como Deus actuante. Espere nele e a verdade que sempre parece estar além de sua alçada, irá abrir-se através do conhecimento de quem é Deus. Quando Deus se revela como "Deus é quem opera tudo em todos", 1Cor.12.6, você aprenderá a acreditar e obrar de acordo com o poder dele activante e poderoso em si, Col.1.29. A força de Deus opera somente na fraqueza. Apenas quando dizemos honestamente "Não eu, mas, pela graça de Deus, sou o que sou". O homem que disse "porquanto em nada fui inferior a esses tais apóstolos", primeiro aprendeu a dizer "ainda que nada sou". Então pôde dizer, "sinto prazer nas fraquezas...porque, quando sou fraco, então sou forte", 2Cor.12.10. Esta é a verdadeira relação entre o Criador e a raça humana, entre o Pai divino e os seus filhos, entre Deus e seus servos. Queridos obreiros cristãos, aprendam a

lição sobre a própria fraqueza como condição indispensável do poder de Deus operando em vocês. Acreditem que tirar um tempo e perceber, na presença de Deus, sua fraqueza, é o caminho seguro para ser coberto com o vigor de Deus. Aceite toda experiência pela qual Deus lhe ensina que na fraqueza a sua graça lhe prepara para receber toda a sua força. Divirtam-se na fraqueza! A força de Deus vem de nossa comunhão com Cristo e seu serviço. Paulo disse "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo”, 2Cor.12.9. "Tenho prazer nas fraquezas, por amor de Cristo", v.10. Disse também como foi quando ele implorou ao Senhor que o mensageiro de Satanás fosse expulso de junto dele, que Ele respondeu: "A minha graça lê basta". "Cristo [é] o poder de Deus, a sabedoria de Deus", 1Cor.1.24. Não recebemos a sabedoria sem o conhecermos, ou o poder para fazer a vontade de Deus, com o que possuímos e usamos como bom senso. É na ligação pessoal com Cristo, numa vida de comunicação contínua com Ele, onde seu poder recai sobre nós. É nos deleitando na fraqueza por amor a Cristo quando nossa força é conhecida. A força de Deus é dada à fé e à obra realizada na fé. Uma fé viva precisa desejar ser fraco e nessa fraqueza poder fazer a obra ainda, sabendo que Deus está operando em nós. O exercício mais alto de uma vida de fé é continuarmos confiantes num poder oculto actuante em nós, sem vermos ou sentirmos qualquer coisa. A fé sozinha pode fazer a obra de Deus de salvar almas. A fé sozinha pode perseverar na oração e no labor. A fé sozinha pode e continua a labutar mais abundantemente apesar de circunstâncias aparentemente desfavoráveis. Sejamos "pela fé, fortalecidos, dando glória a Deus", Rom.4.20. Deus se mostrará forte àqueles cujos corações são perfeitos nele, 2Cron.16.9. Deseje entregar-se completamente a Deus. Só então o poder dele poderá ser derramado sobre si e ser actuante. Permita a Deus obrar através de si também. Ofereça-se a Ele para o trabalho como o único propósito de toda a sua vida. Conte com Ele operando em si para lhe preparar para o serviço e lhe fortalecer e abençoar. Deixe a fé e o amor de seu Senhor Jesus, cuja força será perfeita em sua fraqueza, conduzir sua vida como Ele deixou o Pai fazer a Sua vontade e consumar a Sua obra dentro dele. 1. Aos ministros: busquem a experiência pessoal na íntegra da força de Cristo se aperfeiçoando na própria fraqueza. Somente isto poderá habilitá-los a ensinar aos crentes o segredo de sua força. 2. Nosso Senhor diz "Minha graça, Minha força". Como permanecemos em Cristo e o temos dentro de nós em comunhão pessoal estreita e amor, sua graça e força podem actuar. 3. Os corações perfeitamente entregues a Deus, à sua vontade e amor saberão de seu poder operando em suas fraquezas.

CAPÍTULO 27 BOA ABENTURANÇA NO QUANTO FAZ "Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos", Tiago 1.22 "Aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas obreiro praticante, esse será bem-aventurado no que realizar", Tiago 1.25 Deus não nos criou para contemplar mas para agir. Ele nos criou à sua semelhança e nele não há pensamento sem acção simultânea. A verdadeira acção nasce da contemplação, a verdadeira contemplação, como meio, sempre causa acção. Não poderia haver uma separação entre saber e agir se o pecado não tivesse entrado no mundo. Em nenhum lugar o poder do pecado é mais visto que neste caso. Mesmo no crente existe um espaço substancial entre o intelecto e a conduta. É possível deleitarmo-nos em ouvir, sermos diligentes para aumentar nosso conhecimento da Palavra de Deus, admirar e aprovar a verdade, desejar mesmo fazê-la, ainda assim falhar inteiramente na hora de agir. Assim, Tiago nos advertiu para que não enganemos a nós mesmos ao sermos ouvintes e não praticantes. Por isto ele disse que o praticante trabalha como bem-aventurado no que realiza. “Bem-aventurado no que realizar”. As palavras são um resumo do ensinamento de nosso Senhor Jesus no fecho do Sermão do Monte: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus", Mat.7.21. "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente", v.24. À mulher que falou de sua bem-aventurança que era sua mãe. Ele disse: "Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam"! Luc.11.28. Aos discípulos na noite anterior à crucificação Ele disse "Ora, se sabeis estas coisas. Bem-aventurados sois vós se as praticardes", João 13.17. Este é um dos maiores perigos na religião que estamos contentes em reformar, com prazer aprovando o significado da verdade, ainda que não realizemos tudo que é requerido. Apenas quando a convicção for traduzida em conduta, teremos prova da verdade nos guiando. "Obreiro praticante, esse será bem-aventurado no que realizar". O praticante é bem-aventurado. O feito é a vitória que sobrevém sobre todos os obstáculos. Ele trás à tona e confirma a imagem do próprio Deus, o Grande Obreiro. Ele remove todas as barreiras para o regozijo de todas as bênçãos que Deus preparou. Somos sempre inclinados a procurar nossas bem-aventuranças no que Deus dá como privilégio e gozo. Cristo as colocou no que fazemos porque é

apenas fazendo que realmente experimentamos e possuímos a vida que nos foi dada por Deus. Quando foi dito "Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus", Luc.14.15, nosso Senhor respondeu com a parábola do jantar, v.16-24. O praticante é abençoado. É apenas praticando que o pintor ou o músico, o cientista ou o comerciante, o aventureiro ou o descobridor, encontram suas bem-aventuranças. Desta forma e muito mais, somente guardando os mandamentos e praticando a vontade de Deus, o crente encontrará a verdade como completa e na bem-aventurança da comunhão com Deus, a libertação do pecado. Agir é a essência da bem-aventurança, a mais alta manifestação, portanto o maior gozo da vida que Deus dá. "Obreiro praticante, esse será bem-aventurado no que realizar". Esta foi a bênção de Abraão, sobre quem lemos: "Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou ", Tiago 2.22. Ele não tinha obras sem sua fé. Havia fé actuando nelas integralmente. Ele não tinha fé sem obras. Através delas, ele exercia sua fé, fortalecida e aperfeiçoada. Como a fé, sua bem-aventurança era aperfeiçoada operando. Justamente neste “fazendo” o praticante é abençoado. O discernimento verdadeiro disto nos fará tomar cada ordem, cada verdade e cada oportunidade para abundar em boas obras como parte integral da bem-aventurança da salvação trazida por Cristo. Alegria e trabalho, trabalho e alegria, tomar-se-ão sinónimos. Não mais seremos ouvintes, mas praticantes. Exercitemos imediatamente esta verdade. Vivamos para os outros, para amá-los e servi-los. Se você pensa não ser capaz de laborar por almas, comece por corpos. Apenas comece e siga adiante. E abunde. Acredite que "Mais bem-aventurado é dar que receber", Act.20.35. Ore e dependa da graça prometida. Entregue-se ao ministério do amor. No exemplo de Cristo e na promessa de Deus, você tem a garantia. "Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes", João 13.17. Bem-aventurado é o praticante!

CAPÍTULO 28 A OBRA DE SALVAR ALMAS "Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado, salvará da morte a alma dele e cobrirá uma multidão de pecados", Tiago.5.19,20. Às vezes hesitamos em falar de homens sendo convertidos e salvos por outros homens. A Escritura diz aqui por duas vezes de um homem convertendo outro e uma de um salvando o outro. Não hesitemos em converter e salvar os homens porque é Deus que opera em nós.

"Salvará da morte a alma". Todo obreiro estuda o material no qual trabalha – o carpinteiro, a madeira; o ourives o ouro. Nossas "obras sejam...feitas em Deus", João 3.21. Em nossas boas obras lidamos com almas. Mesmo quando, a princípio, não conseguimos fazer nada além de ajudar os corpos, nossa meta é a alma para a qual Cristo veio para morrer. Ele nos designou para vigiar e trabalhar. Estudemos os hábitos das pessoas. Quanto cuidado tem um caçador, ou um pescador em saber os hábitos dos animais que buscam para caçar! Lembremos que precisamos da sabedoria divina, treino e habilidade para sermos conquistadores de almas. A única forma de conseguir este treino e habilidade é por as mãos à obra. O próprio Cristo ensinará quem nele espera. A igreja com seus ministros é responsável por uma parte deste treino. A experiência diária da vida comum comprova quantos poderes frequentes e inesperados existem num homem. Quando um homem se toma consciente e senhor do poder que está nele operante, então, é uma nova criatura. O poder e a alegria da vida são dobrados logo ali. Cada crente tem oculto em si o poder da salvação das almas. O reino dos seus está dentro de nós na forma de semente. Todos possuidores dos dons e graças do Espírito também são sementes ocultas. O objectivo mais alto do ministério é despertar a consciência desta semente oculta do poder de salvar almas. Um senso depressivo de ignorância ou falta de poder faz muitos recuarem. Tiago escreveu "sabei que aquele que converte o pecador... salvará da morte a alma dele". Todo crente necessita aprender a usar o poder abençoado e maravilhoso com o qual foi dotado. Quando Deus disse a Abraão "te abençoarei e...serão benditas todas as nações da terra", Gen.22.17,18, Ele diz a Abraão não apenas de uma fé na bem-aventurança vinda do alto, mas também no poder da sua bem-aventurança para o mundo. É um momento maravilhoso na vida de um filho de Deus quando vê que a segunda bem-aventurança é tão certa quanto a primeira. "Salvará da morte a alma ". Nosso Senhor carrega o nome de Jesus Salvador. Ele é a encarnação do amor salvador de Deus. Salvar almas é sua grande obra. Quando crescer nele nossa fé, ao ponto de compreendermos e recebermos tudo que está nele, quando Ele viver em nós e habitar nossos corações e decisões, salvar almas será a grande obra à qual nossas vidas serão dadas. Seremos instrumentos inteligentes e dispostos, pêlos quais Ele actuará poderosamente. "Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter...sabei que aquele que converte o pecador...salvará da morte a alma dele". As palavras sugerem trabalho pessoal. Nós pensamos principalmente em grandes multidões às quais a Palavra de Deus é pregada. O pensamento aqui é sobre o que se desviou e retomou o caminho mais adiante. Crescentemente realizamos nossa obra mediante associações e organizações. "Sabei que aquele que converte...salvará da morte a alma ". É o amor e a labuta de

alguns crentes individualmente que trazem de volta o desviado. É o que precisamos na igreja de Cristo – todo crente que segue verdadeiramente Jesus Cristo, tomando conta dos que se desviam do caminho, amando-os e trabalhando para que voltem. Nenhum de nós dirá (como em Gen.4.9) "Acaso sou eu tutor de meu irmão?". No mundo somos apenas membros do corpo de Cristo, portanto devemos continuar sua obra de salvação. A salvação foi e ainda é a obra dele, a sua alegria e a sua glória. Da mesma forma, permitamos que seja nossa. Faça cada um se dar pessoalmente a cuidar dos outros indivíduos e procurar salvá-los um por um. "Sabei que aquele que converte o pecador...salvará da morte a alma dele". "Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes", João 13.17. Vamos traduzir estas verdades da escritura em acção. Vamos dar a estes pensamentos, substância e forma na vida diária. Experimentemos seu poder sobre nós e nossa fé neles, através do obrar. Há algum cristão à nossa volta a desviar-se do caminho, necessitando auxílio amoroso e ávido para recebê-lo? Há alguém que possa ser encorajado em começar de novo? Se estivermos realmente à disposição de Jesus Cristo, Ele irá nos usar para mostrar o caminho aos outros também. Se temermos, vamos acreditar que o amor de Deus está dentro de nós, não apenas chamando, mas também nos capacitando para fazer a obra, entreguemo-nos ainda assim ao Espírito Santo para que preencha nossos corações com este amor e nos capacite para o serviço. Jesus, o Salvador, vive para salvar. Ele permanece em nós. Ele irá salvar através de nós. "Sabei que aquele que converte o pecador...salvará da morte a alma dele e cobrirá a multidão de pecados". 1. Mais amor por almas, provenientes do amor fervoroso pelo Senhor Jesus – nossa grande necessidade. 2. Oremos para amar na fé. Quanto mais exercitarmos o que temos, mais nos será dado. 3. Senhor, abre-nos os olhos para vermos como Tu fazes tua grande obra de salvar os homens e esperamos para levar teu amor e força ao coração de cada fiel. Faz de cada um de teus redimidos um conquistador de almas nato.

CAPÍTULO 29 ORANDO E FAZENDO "Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para a morte, pedirá e Deus lhe dará a vida, aos que não pecam pura a morte", 1João 5.16

"Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos no amor e nas boas obras", Heb.10.24 Estas palavras em Hebreus expressam a raiz de uma vida em boas obras – o cuidado permanente e amável que temos uns pêlos outros, que ninguém deve cair. Em Gaiatas 6:1 encontramos: "se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura". Judas escreveu sobre os cristãos que estavam em perigo e malogro: "salvai-os, arrebatando-os do fogo: quanto aos outros, sede também compassivos em temor, desprezando até a roupa contaminada pela carne", v.23. Os actos de bondade de Cristo aos corpos dos homens sempre objectivaram conquistar suas almas, da mesma forma nosso ministério de amor deve estar subordinado ao grande propósito e desejo de Deus – a salvação para a vida eterna. Orar e trabalhar devem andar juntos na obra de amor. Ás vezes a oração pode atingir o que as palavras não conseguem. Outras vezes ela é necessária para nós mesmos, para obtermos sabedoria e coragem para as palavras. Como regra, orar e trabalhar devem ser coisas inseparáveis – a oração para ganhar de Deus o que precisamos para nossa alma, o trabalho para nos trazer o que Ele nos deu. As palavras de João são mais sugestivas no tocante ao poder da oração em nosso serviço de amor. Somos conduzidos a pensar a oração como trabalho pessoal com um propósito bem definido na certeza de uma resposta. Permitamos que a oração seja um esforço pessoal. "Se alguém vir a seu irmão cometer pecado... pedirá". Estamos tão acostumados a agir através de sociedades e associações que corremos o risco de esquecer o dever que cada um tem de tomar conta dos que estão à sua volta. Deixemos cada membro de nossos corpos se prontificarem a servir aos outros. Cada crente deve cuidar de seus companheiros crentes que estão ao seu alcance, em sua igreja, sua casa ou meio social. O pecado de cada um é perder ou lastimar o corpo de Cristo. Abramos nossos olhos para os pecados de nossos irmãos próximos de nós. Não fale mal, julgue ou reclame desesperadamente, mas, ao contrário, ame, ajude, cuide e ore. Peça a Deus para ver seus irmãos no pecado, o perigo que representa para eles e o pesar que é para Cristo. Contudo, a compaixão de Deus e a libertação estão ao nosso alcance. Fechar os olhos aos pecados de nossos irmãos não é amor. Veja-o, leve-o a Deus, faça de suas orações por seu irmão e a busca de uma nova vida para ele, parte de sua obra para Deus. Faça orações claras. "Se alguém vir a seu irmão cometer pecado....peça". Necessitamos das orações de uma pessoa por outra. A Escritura e o Espírito de Deus nos ensinam a orar por toda a sociedade, pela igreja da qual fazemos parte, pelas nações e por áreas especiais de trabalho. Isto é necessário e abençoado. Mas algo mais ainda é preciso – fazer daqueles com quem temos contacto, sujeitos à nossa intercessão. As maiores súplicas devem ter seu lugar, mas é difícil saber quando nossas orações são atendidas.

Mas nenhuma outra coisa trará Deus tão perto, nada mais irá fortalecer e testar nossa fé e fazer-nos saber que somos companheiros de Deus em sua obra, do que o momento de recebermos uma resposta às nossas orações pelas pessoas. Irá reavivar em nós a nova consciência abençoada que realmente temos poder com Deus. Permita a cada obreiro exercitar esta graça de considerar e orar pelas almas individualmente. Conte com a resposta. "Pedirá e Deus lhe dará vida aos que...pecam". As palavras seguem aquelas que João falara sobre a confiança que temos em ser ouvidos, "se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve", 1João 5.14. É comum ouvir-se reclamações sobre não se saber o querer de Deus. Mas isto não é difícil. Deus "deseja que todos os homens sejam salvos", 1Tim.2.4. Se repousarmos nossa fé nesta vontade de Deus, iremos ficar mais fortes e tomar posse da promessa: "Pedirá e Deus lhe dura vida, aos que...pecam". O Espírito Santo nos conduzirá, se nos permitirmos ser conduzidos por Ele, às almas designadas por Deus para tomarmos conta e para as quais a graça da fé e a oração perseverante nos serão dadas. Que a promessa maravilhosa – Deus dará vida ao que pede pêlos que pecam – move e encoraja-nos a realizarmos nosso ministério sacerdotal de intercessão pessoal e definida, como uma das mais abençoadas boas obras das quais servimos Deus e os homens. Orar e trabalhar são inseparáveis. Que todos os obreiros aprendam a orar bem. E os que oram, aprendam a trabalhar bem. 1. Oremos confiantemente e se preciso, sejamos perseverantes pêlos indivíduos que necessitam andar mais próximos de Deus e pela fé que vence com Ele. 2. Em nossa obra para Deus, a oração deve tomar um lugar muito mais importante. Se Deus opera em todos, então nossa posição é de inteira dependência, esperando que Ele actue em nós. Se leva tempo perseverar e receber em nós o que Deus nos dá pêlos outros, devemos trabalhar em conjunto com a oração. 3. O, pudesse Deus abrir nossos olhos à glória de sua obra de salvar almas, a única coisa para qual o Senhor vive, a única coisa para a qual Ele actua em nós! 4. Oremos para o amor e o poder de Deus repousarem em nós, para a obra abençoada de salvar almas.

CAPÍTULO 30 CONHEÇO AS TUAS OBRAS

"Ao anjo da igreja em Éfeso... em Tiatira… em Sardes... em Filadélfia...em Laodicéia escreve...conheço as tuas obras", Ap.2.1,18; 3.1,7, 14,15. Conheço as tuas obras. Estas são as palavras dele que anda entre os sete castiçais de ouro e cujos olhos são como fogo. Quando Ele olha para as igrejas, a primeira coisa que vê e julga são as obras delas. As obras são a revelação da vida e do carácter de cada um. Se desejamos levar nossas obras à presença santa dele, sua palavra pode-nos ensinar o que deveriam ser nossas obras. Em Éfeso Ele diz: "Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança e que não podes suportar homens maus...e tens perseverança e suportaste provas por causa do meu nome e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor...arrepende-te e volta à prática das primeiras obras", Ap.2.2-5. Há muito para se louvar aqui – labuta, paciência e zelo que nunca se esmorecem. Mas faltava algo – o carinho do primeiro amor. Em sua obra por nós, Cristo nos deu primeiramente e acima de tudo, seu amor, o carinho pessoal de seu coração. Em nossa obra para Ele, não nos é pedido nada mais. Há perigo em levar a obra avante e até mesmo em suportarmos muitas coisas em nome de Cristo, enquanto isso o frescor de nosso amor se esvai. Isto é que Cristo procura. Isto ó o que dá poder. Nada pode ocupar o lugar disto. Cristo procura pelo coração amoroso e terno, pela afeição pessoal que sempre o coloca no centro de nosso amor e alegria. Obreiros cristãos, assegurem que toda a vossa obra é a obra de amor, de devoção pessoal a Jesus Cristo. Em Tiatira Ele disse: "Conheço as tuas obras, o Teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e que as tuas ultimas obras são mais numerosas do que as primeiras. Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declarou profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição", Ap.2.19-20. Aqui também as obras são enumeradas e louvadas. O último ainda foi mais que o primeiro. Mas ainda há uma falha – um tolerar falso do que levou à impureza e à idolatria. Então Ele acrescenta de seu julgamento: "e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mente e corações e vos darei a cada um segundo as vossas obras", v.23. Junto com muitas das boas obras, pode haver alguma forma de erro ou mal tolerado que põe em perigo toda a igreja. Em Éfeso, havia zelo de ortodoxia, mas falta de amor – aqui há amor e fé, mas falta de fé contra o erro. Se as boas obras são para agradar nosso Senhor, se todas as nossas vidas devem estar em harmonia com elas, em separação completa com o mundo e suas seduções, precisamos buscar ser o que Ele prometeu fazer de nós, estabelecido em toda

boa palavra e obra. Em seu julgamento, nossa obra decidirá seu valor. Em Sardes a mensagem foi: "Conheço as tuas obras, que tens nome...e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus", Ap.3.1,2. Podem existir várias formas de divindade sem o poder e todas as actividades, ou organizações religiosas, sem vida. Podem existir várias obras e Ele ainda dirá: "Não encontrei nenhuma obra de vocês completa perante meu Deus, nenhuma que possa passar o teste e ser verdadeiramente aceitável para Deus como sacrifício espiritual. Em Éfeso a obra carecia de amor, em Tiatira a carência era de pureza e em Sardes a falta era de vida". Em Filadélfia ele diz: "Conheço as tuas obras... que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome...porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei", Ap.3.8,10. Jesus disse na terra: "aquele que tem meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama", João 14.21. "Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado", João 16.27. Filadélfia, a igreja para qual não há reprimenda, tinha esta característica: sua obra principal e a lei de seu trabalho, era guardar a Palavra de Cristo, não de forma ortodoxa, mas em obediência prática. Não deixe que nada mais seja a marca e o espírito de toda a sua obra – guardar a Palavra de Cristo. Conformidade completa e amorosa à vontade dele será recompensada. Em Laodicéia Cristo disse: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente...pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma", Ap.3.15-17. Não há igreja sem suas obras, suas actividades religiosas. E ainda as duas principais características da religião de Laodicéia, desinteresse e auto complacência, podemlhe tirar o valor. Não é apenas a necessidade por um amor renovado e fervoroso, como aprendemos em Éfeso, mas também necessidade pela pobreza de espírito, a fraqueza consciente da qual a dependência absoluta da força de Cristo para todo nosso trabalho irá desenvolver-se. Então, Cristo não mais ficará à porta, mas será entronizado no coração. "Conheço as tuas obras". Ele que avaliou as obras das sete igrejas ainda vive e toma conta de nós. Ele está preparado em seu amor para descobrir o que falta, para advertir e auxiliar e para nos mostrar o caminho no qual as nossas obras podem ser completas em Deus. Aprendamos de Éfeso a lição de amor fervoroso por Cristo, de Tiatira como purificar e separar todo o mal, de Sardes o que é necessário para uma vida verdadeira para darmos valor ao trabalho, de Filadélfia como guardar a Palavra e de Laodicéia que a pobreza de espírito possui o reino dos céus e dá a Cristo o trono de tudo!

Obreiros, vivamos e trabalhemos na presença de Cristo! Ele nos ensinará, corrigirá e auxiliará. E um dia nos dará a recompensa total de todas as nossas obras porque elas foram as obras dele em nós.

CAPÍTULO 31 QUE DEUS SAIA GLORIFICADO "Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pêlos séculos dos séculos. Amem", 1Ped.4.11 O trabalho não tem em si mesmo um fim. Seu valor está no objectivo que alcança. O propósito de quem o realiza é que lhe dá o verdadeiro valor. E quanto mais clara a visão de um homem sobre o propósito, mais bem preparado ele estará para realizar partes maiores dessa obra. Ao erguer-se um esplêndido edifício, o propósito do trabalhador pode ser simplesmente ser um meio para ganhar seu salário. Um operário qualificado tem objectivos maiores – ele pensa na beleza e perfeição de seu trabalho. O pedreirochefe pensa mais amplamente ainda. Sua meta é que toda alvenaria esteja boa e perfeita. O empreiteiro tem ainda um projecto mais alto – todo prédio corresponder ao plano a ser conduzido. O objectivo do arquitecto ainda é maior – que os grandes princípios da arte e da beleza materializem a sua forma completa de expressão. E para o dono temos o último objectivo – o uso da grande estrutura, quando ele a apresentar como um presente para o benefício de seus conterrâneos. Todos os trabalhadores do prédio agiram honestamente com um propósito verdadeiro. Quanto maior o discernimento e interesse no projecto final, mais importante é o trabalho e maior a alegria de conduzi-lo. Pedro nos falou qual deveria ser nosso objectivo no serviço cristão – que "em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo". Na obra de Deus, um serviço não é feito por salários, mas sim por amor. O mais humilde dos trabalhadores é convidado para tomar parte nos planos de Deus e para ter uma visão mais clara do grande propósito no qual Deus trabalha – nada menos que a glorificação de Deus. Este é o único propósito de Deus, o Grande Obreiro nos céus, a Fonte e o Mestre de toda obra, que a glória de seu amor e o poder e bênção possam ser apresentados. Este é o único propósito de Jesus Cristo, o Grande Obreiro na terra e na natureza humana, o Exemplo e o Líder de toda nossa obra. Este é o grande propósito do Espírito Santo: poder que em nós actua, ou, como disse Pedro, "na força que Deus supre". Quando isto se tomar nosso propósito inteligentemente deliberado, nossa

obra elevar-se-á ao seu comunhão viva com Deus.

verdadeiro

nível

e

nos

colocará

em

"Para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado": o que significa isto? Esta é a glória de Deus, que Ele sozinho é o que Vive, que traz consigo a vida. Mas não a traz apenas para si, pois seu amor pêlos homens é tão grande quanto o amor por si mesmo. Esta é a glória de Deus. Ele é a única fonte eterna de vida, bondade e felicidade e suas criaturas podem ter tudo na medida que lhes dá e nelas opera. Operar tudo em tudo, esta é a glória dele. E a única glória que sua criatura, seu filho, pode lhe dar é esta – receber tudo que Ele deseja dar, entregando-se a ele para que Ele actue e reconhecer nele Quem opera. Assim, Deus mostra sua glória em nós. Em nossa rendição desejosa e nosso reconhecimento alegre de ser Ele o actuante em tudo, nós o glorificamos. Desta maneira nossa obra e vida são glorificadas, pois têm um propósito com a obra de Deus, que "em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pêlos séculos dos séculos. Amem". Veja aqui o espírito que eleva e consagra o serviço cristão. De acordo com Pedro, "se alguém serve [serve aos companheiros crentes ou aos necessitados], faça-o na força que Deus supre". Cultivemos a convicção profunda que a obra de Deus, até nos detalhes da vida quotidiana, só pode ser feita na força de Deus pelo "poder que opera em nós ", Ef.3.20. Acreditemos firme e incessantemente que o Espírito Santo permanece em nós como o vigor do alto para toda obra ser feita para o alto. Não temamos nada em nosso trabalho cristão, da mesma forma que não tememos trabalhar com nossa própria vontade, mas ganhando algo necessário: Deus operando em nós. Regozijemo-nos na fraqueza que nos faz tão absolutamente dependentes de Deus e esperemos em oração para seu poder nos tomar por completo. "Faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo". Quanto mais você depende de Deus para sua força, mais Ele será glorificado. Quanto mais você procura fazer dos propósitos de Deus os seus, mais abrirá o caminho para o trabalho, a força e o amor dele. Oro para que cada obreiro possa ver a nobreza que isto dá ao trabalho, a maravilhosa nova glória para a vida, a nova urgência e alegria em laborar para almas, quando o propósito toma conta de nós – que Deus deve ser glorificado em tudo por meio de Jesus Cristo. A glória de Deus como Criador foi vista quando da criação do homem à sua imagem. A glória de Deus como Redentor é vista na obra por Ele conduzida para a salvação dos homens e conduzir-nos a Ele. 1. Esta é a glória de seu amor santo, expulsando o pecado do coração e então nele permanecendo.

2. A única glória que caminha até Deus é nos entregarmos e sermos posse de seu amor redentor, enchermo-nos de amor pêlos outros e através de nós levar adiante sua glória. 3. Que este seja o propósito de nossas vidas – glorificar Deus; viver para servi-lo, "na força que Deus supre"; conquistar almas, saber de sua glória e viver para ela. 4. Senhor, ensina-nos a servir na força que o Tu supres, para que em tudo sejas glorificado por meio de Jesus Cristo, "a quem pertence a glória e o domínio pêlos séculos dos séculos. Amem". José Mateus [email protected]

Para que Deus seja tudo em todos oarautodasuavinda.com.br /para-que-deus-seja-tudo-em-todos Andrew Murray “E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés… Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Co 15.24-28). Essa será a magnífica conclusão do grande drama da história do mundo e da redenção de Cristo. Haverá um dia em que a glória do Reino de Deus será tamanha que nenhuma mente humana conseguirá concebê-la. O mistério disso é tão profundo que vai além da nossa capacidade de compreensão. É para isso que Jesus tem trabalhado. É para isso que está trabalhando em nós hoje. Foi para isso que deu o seu sangue. É para isso que seu coração anseia em cada um de nós. A própria essência e glória do cristianismo são: “que Deus seja tudo em todos”. Se é isso que enche o coração de Jesus, se é o que expressa a única finalidade de sua obra e se é para isso que o Espírito de Cristo habita em mim, então o lema da minha vida deve ser: Que tudo seja sujeito a Jesus e absorvido por ele, para “que Deus seja tudo em todos”. Que triunfo seria se a igreja realmente estivesse batalhando com essa bandeira, sob esse grande propósito! Como seria diferente a nossa vida se essa fosse a nossa bandeira pessoal! Servir a Deus plena e inteiramente, tendo como único objetivo contribuir para ele fosse tudo em todos! Como isso enobreceria, ampliaria e estimularia todo o nosso ser! Eu passaria a trabalhar, a batalhar para apressar a vinda do dia de glória em “que Deus será tudo em todos”. Oraria à medida que o Espírito Santo achasse espaço para gerar dentro de mim gemidos inexprimíveis para “que Deus seja tudo em todos”. Quem dera que nós cristãos pudéssemos perceber a grandeza da causa em que estamos empenhados e para a qual estamos orando! Quem dera que tivéssemos uma concepção do Reino ao qual fomos chamados e da manifestação de Deus para a qual estamos nos preparando! Povo de Deus, se fôssemos despertados para acreditar que pertencemos ao Reino que Cristo está preparando para entregar ao Pai a fim de que Deus seja tudo em todos, quanta glória encheria nosso coração, tomando o lugar de tudo o que é inferior, baixo e terreno! Como seríamos sustentados poderosamente por essa bendita fé! Eu estou vivendo para que Cristo receba o Reino a fim de entregá-lo ao Pai. Estou vivendo para ele e estarei lá, não apenas como testemunha, mas como participante de todo o glorioso projeto. Guardemos este pensamento no coração para que passe a governar nossa vida. Que seja apenas um pensamento, uma fé, um alvo e uma alegria: Cristo viveu, morreu e ressuscitou, e eu também vivo, morro e reino no poder dele por uma só coisa – para “que Deus seja tudo em todos”. Que isso tome conta de todo o nosso coração e a nossa vida. Como podemos fazer isso? Em primeiro lugar: permita que Deus tome o lugar dele no seu coração e na sua vida. Permita que Deus seja tudo em toda sua vida, desde a manhã até a noite. Deus deve reinar, e eu devo obedecer. Não é que Deus seja o primeiro e eu, o segundo. Deus é tudo, e eu sou nada. Paulo disse,

com efeito: “Trabalhei mais abundantemente do que todos, embora eu não seja nada” (1 Co 15.9,10). Procure dar a Deus o seu lugar – começando no lugar secreto de oração e adoração. Em segundo lugar, aprenda a aceitar a vontade de Deus em tudo! Aprenda a dizer em cada prova, sem exceção: “Foi o Pai que a enviou; aceito-a como mensageiro dele”. Dessa forma, nada na Terra ou no inferno poderá separá-lo de Deus. Terceiro, confie no poder dele. Querido amigo, é “Deus que efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. É o “Deus da paz”, de acordo com outra passagem, que nos “aperfeiçoa em todo o bem, para cumprir a sua vontade, operando em nós o que é agradável diante dele”. Você reclama de fraqueza, debilidade e incapacidade. Não se preocupe. Foi para isso que ele o criou – para ser um vaso totalmente vazio, no qual Deus possa derramar sua plenitude e força. Muito depois de Paulo ter sido enviado como apóstolo, o Senhor Jesus precisou usar um meio muito especial para ensiná-lo a dizer: “Eu nunca soube disso antes, mas daqui em diante gloriarei nas minhas enfermidades; pois quando estou fraco, aí é que estou realmente forte”. Você realmente deseja que Deus seja tudo em todos? Aprenda a gloriar-se nas suas fraquezas. Tire tempo para dizer todos os dias, enquanto se encurva diante de Deus: “O poder infinito de Deus que opera no sol, na lua, nas estrelas e nas flores está operando em mim. Eu só preciso me humilhar e ficar quieto. Preciso ser mais submisso e rendido à sua vontade. Preciso confiar mais nele e permitir que Deus faça comigo o que ele quer”. Dê espaço a Deus para que o dirija e opere na sua vida, e ele fará isso poderosamente. A mais profunda quietude muitas vezes tem sido fonte de inspiração para as ações mais elevadas. Isso já foi evidenciado na experiência de muitos santos de Deus e é justamente aquilo de que precisamos – render-nos em quietude e fé para que a operação de Deus seja mais manifesta. Em quarto lugar, sacrifique tudo em favor de seu Reino e sua glória. “Para que Deus seja tudo em todos.” Este é um alvo tão nobre, glorioso e santo que Jesus disse: “Para isso, darei minha própria vida. Darei tudo o que tenho, até à morte de cruz”. Se valeu a pena para Cristo, valerá menos para você? Se alguém tivesse perguntado para Jesus de Nazaré: “Para que você tem um corpo? Qual a utilidade mais sublime para ele?”, ele teria respondido: “O melhor uso do corpo e sua maior glória é que seja oferecido como sacrifício a Deus. Não há outra finalidade”. Qual o objetivo de ter uma mente? De ter dinheiro? Para que alguém deseja ter filhos? Para poder entregá-los a Deus. Deus precisa ser tudo em todos. Minha oração é que Deus nos dê tal visão do seu Reino e da sua glória que todas as demais coisas fiquem totalmente obscurecidas. Então, caso fosse possível ter dez mil vidas, você diria: “A beleza e o valor da vida é que Deus seja tudo em todos para mim e que eu possa provar aos homens que Deus é mais do que tudo, que a vida só vale a pena viver quando é rendida para ser preenchida por Deus”. Sacrifiquemos todas as coisas em favor do seu Reino e da sua glória. Comece a viver dia por dia com a oração: “Meu Deus, eu sou teu. Sê tudo para mim”. E, em último lugar, se Deus será de fato tudo em todos, espere continuamente nele o dia todo. Espere em Deus por direção, e ele, diante disso, o levará a servi-lo com mais poder e com uma nova alegria de comunhão íntima com ele. Também o levará a mais ousadia e muito mais confiança no seu amor e na sua palavra. Ele o preparará para esperar coisas novas como fruto dessa comunhão. Amados, nem podemos imaginar o que Deus fará por alguém que esteja totalmente rendido a ele. Louvado seja o seu nome! Que cada um de nós diga: “Que minha vida tenha o propósito de viver e morrer, de trabalhar e orar continuamente em favor de uma única coisa: para que na minha vida, nas

pessoas ao meu redor, na igreja e em todo o mundo Deus seja tudo em todos”. Extraído de “The Master’s Indwelling” (A Habitação Interior do Mestre), por Andrew Murray.

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Andrew Murray - Rendição Total espiritual, a habitação de Deus? Não é um facto que muitas vezes ela se encontra do mesmo jeito que o antigo templo de Jerusalém, o qual foi profanado e transformado numa casa de comercio e depois num covil de salteadores? Seu coração, que por direito deve ser a habitação de Jesus, às vezes, não se acha cheio de pecado, trevas e tristeza? É possível que você já se tenha esforçado ao máximo para modificar essa situação e já tenha recorrido a outras pessoas também. Deve ter lançado mão a todos os recursos que conhece para acertar essa situação, mas o mal só será sanado de facto quando Aquele a quem você pertence entrar e cuidar de tudo também em toda a sua vida pessoalmente – de verdade. O Filho de Deus entrará em seu coração e assumirá a direcção. Caso esteja com problemas ou em trevas, apresento-lhe agora o Filho de Deus, que entrará em seu coração e assumirá a sua direcção. Quer colocar Jesus em sua casa, assim como Potífar fez com José? Ele já não provou que é digno de toda confiança? Diga agora mesmo: "Jesus merece toda confiança; confiarei tudo ao seu cuidado." Pense no seu grande poder, no seu maravilhoso amor. Lembre que ele veio do céu para salvá-lo, que morreu na cruz derramando seu sangue, por causa de seu imenso amor por você. "Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim." Ele provará que merece sua confiança. Será que tenho de suplicar em nome do amor do Cristo crucificado? Será necessário eu dizer: "Olhe para Jesus, o Filho de Deus, seu redentor"? Precisarei implorar-lhes que confie tudo aos cuidados dele? Deixe que ele tome conta de seu mau génio, de suas afeições pessoais, de seus pensamentos, de todo o seu ser e ele provará que merece essa confiança. Antes de José se tornar em mordomo, era escravo comum, na casa de Potífar e serviu-o da mesma forma que outros servos. Assim também, infelizmente, muitos crentes têm "usado" Cristo para obter bênçãos e auxilio, da mesma forma como usam tudo no mundo. Eles usam seus pais, o pastor, o dinheiro e tudo o mais que o mundo lhes pode ainda dar, para seu proveito próprio. E é provável que se usem de Jesus Cristo do mesmo jeito. Isso não está certo. Somos a habitação dele; ele tem todo o direito de vir morar em nós. Não quer fazer uma rendição total a ele agora, dizendo-lhe: "Senhor Jesus, de agora em diante, és o Supervisor da minha vida"? As Dimensões da Rendição No versículo 4, lemos o seguinte: "E lhe passou às mãos tudo o que tinha." E o verso 5 diz: "E, desde que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha" outra vez a mesma expressão "o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha" e mais uma vez a expressão; é a terceira vez. E o verso 6: "Potífar tudo o que tinha confiou" as mesmas palavras pela quarta vez "às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava." O que significa isso? Significa que Potífar entregou tudo nas mãos de José. Designou-o como chefe dos outros escravos e confiou-lhe todo o seu dinheiro, pois diz o texto que ele "de nada sabia". A única coisa que fazia era sentar-se à mesa e alimentar-se. Não é, realmente, uma rendição total? Ele entregara tudo nas mãos de José. Entregue a ele suas afeições. Agora responda: "Você já fez isto também?" É provável que já tenha feito mais de uma oração de consagração e tenha dito muitas vezes: "Jesus, entrego a ti tudo que tenho." Você pode ter dito isso com toda a sinceridade, mas talvez não tenha entendido muito bem quais as implicações de uma entrega dessas. Muitas vezes, quando fazemos esse tipo de rendição, não conseguimos colocar na prática toda a nossa intenção e mais tarde acabamos retomando uma ou outra coisa que tínhamos como intenção deixar, esquecendo-nos levianamente de nossa intenção original. Por essa razão necessitamos entregar tudo a Cristo. Entregue-lhe seu coração, com todas as suas emoções. Diga a Jesus: "Senhor Jesus, entrego a ti, agora, todas as fibras de meu ser, todas as facetas da minha alma. Entrego-te a afeição que tenho por meu pai, minha mãe, minha esposa, filhos, por meus irmãos. Ensina-me a amar-te. Agora só tenho um anseio: amar-te. Quero entregar-te todo o meu coração para que seja cheio de teu amor." Dê-lhe também seu intelecto. Ele aceitará sua entrega. E depois de entregar-lhe o coração, dê-lhe também o intelecto: seu cérebro, seus pensamentos. Os crentes não fazem ideia do quanto estão defraudando a Cristo quando lêem a

24/08/2014 18:55

Andrew Murray - Rendição Total

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literatura e revistas capacidade infinitas.

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do mundo. De um modo geral, nós ficamos tão atarefados com a leitura de jornais que dedicamos pouco tempo à leitura da Bíblia. Coloquemos aos pés de Jesus essa que Deus nos deu, essa mente que pode pensar em coisas celestiais, eternas e Diga-lhe:

"Senhor Jesus, rendo a ti toda a minha capacidade intelectual, para que me ensines a pensar como devo, para que meus pensamentos estejam em ti e no teu reino." Entregue a ele seu pai, sua mãe, esposa, filhos, casa, terras, e dinheiro; dê tudo a Jesus. E relacionado com isso está nossa vida exterior, nossa actuação no meio social, nossa posição entre os homens, nossa associação com familiares e amigos. Está também o nosso dinheiro, nossos negócios, o emprego de nosso tempo. Temos que passar todas essas áreas de nossa vida às mãos de Jesus. Não temos como saber de antemão as bênçãos que tal rendição nos acarreta, mas não há dúvida de que elas virão. Entregue tudo a Jesus porque ele é digno, reconhecendo que, por si mesmo, não é capaz de gerir tudo isso da maneira certa. Que Cristo seja o mordomo de tudo que você possui. Entregue a ele seu pai, sua mãe, esposa, filhos, casa, terras, e dinheiro; dê tudo a Jesus e verá que quando lhe damos tudo, recebemos tudo de volta multiplicado cem vezes. A Bênção da Rendição "E, desde que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, assim em casa como no campo." E se Deus abençoou aquele egípcio de forma tão maravilhosa por amor a José será que não poderíamos dizer: "Se eu entregar minha vida nas mãos de Jesus, tenho certeza de que Deus abençoará tudo que possuo"? Afirme isso, meu irmão. Potífar confiou em José amplamente, e experimentou grande prosperidade, pois Deus estava com José. Jesus o guiará, instruirá, guardará, e operará em sua vida. Amado irmão, pode confiar nisso. Se você entregar tudo a Jesus, terá bênção em sua vida interior e exterior. Deus abençoou Potífar em casa e no campo, em todos os lados. E que bênçãos você receberá? Não sei dizer, mas uma coisa sei: se você buscar ao Senhor Jesus Cristo e lhe entregar tudo, Deus abençoará tudo que possui. Haverá bênção para sua alma. "Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti." Experimente confiar em Jesus para obter tudo de que precisa e confiar-lhe tudo que possui, receberá a bênção de Deus o perfeito descanso, o descanso da fé. Está tudo nas mãos de Jesus. Ele o guiará, instruirá, guardará e operará em sua vida. Ele será tudo para si também. Não estou querendo dizer que não terá mais problemas e provações. Mas no meio a todos eles, poderá gozar da poderosa presença de Jesus, para lhe dar conforto, auxílio e orientação. José foi vendido como escravo por seus próprios irmãos, mas via nisso a mão de Deus, aceitando esse facto. Cristo sofreu a traição de Judas, foi condenado por Caifás e entregue à crucificação por Pilatos, mas via em tudo a vontade do Pai e aceitou todos esses factos também. Entregue sua vida e tudo que lhe diz respeito nas mãos de Jesus, sabendo que até os cabelos de sua cabeça estão contados e que o Pai sabe até quando cai ao chão um pardal. Aceite isso agora e diga: "Entrego toda a minha vida inteiramente a Jesus. E tudo que me suceder está dentro dos propósitos dele para mim. E descansarei sempre na certeza de que isso é fato, quer na alegria ou na dor, na tempestade ou na tribulação." Ninguém toca em um fio de cabelo nosso sem que Jesus o saiba. Lendo o livro de Jonas percebemos que a mão de Deus estava em cada um de todos os passos do profeta. Foi Deus quem mandou a tempestade sobre o navio em que Jonas estava; foi ele quem mandou um peixe grande para engoli-lo e quem ordenou que depois o lançasse na praia. Foi Deus, mais tarde também, quem levantou o vento oriental quando o sol lhe queimava a pele, de sorte que Jonas ficou em desalento absolutista. Foi o Senhor também quem fez brotar a planta para dar-lhe sombra e depois quem mandou o verme para a ferir e o vento vindo do mar para secá-la rapidamente. Vemos, portanto, que todos os factos que nos possam suceder, que todas as bênçãos e provações nos vêm de Deus, em Cristo. Ninguém pode tocar num fio de meu cabelo, ninguém pode me dizer sequer uma palavra áspera, nenhum problema pode sobrevir-me

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Andrew Murray - Rendição Total

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sem que Jesus o saiba. Se minha vida estiver nas mãos dele, não preciso me preocupar com nada. Posso aceitar tranquilamente tudo que ele me der. A única imagem que Deus quer ver em nós é a de Cristo. Deus abençoou Potífar no campo, isto é, em tudo aquilo que possuía fora de portas. Assim, do mesmo jeito, Ele também terá como e porque abençoar todo o nosso relacionamento com outros e seremos uma bênção para eles; com nosso viver humilde, tranquilo, calmo, santo, comunicaremos consolo para todos; e com nossa prontidão em servir e ajudar a todos demonstramos o que o Espírito Santo, de facto, realizou em nós ou não. Deus se apraz muito em Jesus. E a única imagem que quer ver em nós é a de Cristo. Se entregarmos nosso coração e vida a Jesus, dizendo: "Senhor, quero que vejas em mim apenas a Pessoa de Jesus", estaremos a apresentar o sacrifício mais aceitável diante dele. A Duração da Rendição Quero chamar atenção para esse aspecto, pois, na maioria dos crentes, essa entrega total não dura muito. Algumas pessoas a experimentam e durante algum tempo gozam de muita alegria e satisfação, para logo de seguida começarem a diminuir em entrega e, algumas semanas depois mesmo, talvez alguns meses depois, já tudo acabou. Outros há que não a perdem de todo, mas queixam-se de que a experiência é intermitente. Dizem eles: "Quando fiz aquela rendição total a Deus, recebi muitas bênçãos, mas de lá para cá, elas vêm diminuindo bastante. Houve um sensível declínio em todo o meu ser." Como foi que Potífar agiu? O verso 4 nos diz: "Ele o pôs por mordomo de sua casa, e lhe passou às mãos tudo o que tinha." Uma frase tão simples. Ele deixou tudo entregue desse jeito. Na maioria dos crentes, essa entrega total não dura muito. Ah, se você pudesse simplesmente dizer: "Passo tudo para as mãos de Jesus, deixando tudo entregue a enquanto a eternidade durar", veria que bênção lhe traria tal atitude. No caso de Potífar, ele sentiu que dali em diante, se poderia entregar por inteiro ao serviço do rei sem preocupações. Ao procurar salvar uma pessoa que se possa estar a afogar, eu posso estender-lhe uma das mãos enquanto me agarro com a outra em alguma coisa. Mas a melhor coisa será poder estender as duas mãos e só faz isso quem já entregou a Jesus toda a sua vida interior, suas preocupações e provações, a quem rendeu todo seu para se dedicar à tarefa de realizar a vontade de Deus em tempo e disponibilidade integral. Você quer fazer essa entrega? Preciso insistir nesse ponto, pois sei que está sujeito a tentações. Uma delas será o facto de que as emoções que o acompanham na rendição, irão decrescer e em pouco tempo já não serão tão intensas. Outras tentações virão através das circunstâncias do nosso dia-a-dia. O fato é que elas virão, mas Deus permite que assim suceda para o nosso bem. Todas as tentações que nos sobrevêm trazem consigo uma bênção. É preciso que entendamos bem isso. Não devemos achar que fazendo uma rendição total hoje, ou amanha, ou quando for, mesmo que seja uma entrega profunda, teremos daí por diante uma vida certinha. Todos os dias, assim que Deus nos acordar pela manha, teremos que recolocar nossa vida, nosso coração, negócios e lar nas mãos de Jesus. Se for preciso, devemos esperar nele alguns minutos, em silêncio, até que nos fale: "Meu filho, eu cuidarei de tudo; está tudo bem para hoje." E assim, todos os dias, pela manhã, ele repete-nos esta bênção e ao terminarmos nosso momento devocional levaremos connosco a certeza dessa verdade: "Já tive comunhão com meu Rei hoje e está tudo batendo certo." Jesus assumiu o controle de tudo. E assim, diariamente, temos graça para passar tudo para as mãos de Jesus. Existem alguns crentes sinceros que talvez nunca tenham entendido muito bem, que precisam entregar tudo a Cristo. Para esses, quero entregar uma mensagem do Pai: receba essa palavra em seu coração hoje e mesmo que não a entenda plenamente, confirme-a com os lábios, dizendo: "Jesus, agora tu és dono de tudo que me diz respeito e vou aguardar em tua presença para que me digas como queres que eu seja e tudo o que queres que faça." Meu irmão, faça isso agora, sem mais demoras. Todas as tentações que nos sobrevêm trazem consigo uma bênção. Agora quero dirigir-me àqueles que já fizeram uma consagração anteriormente, mas anseiam 24/08/2014 18:55

Andrew Murray - Rendição Total

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fazer uma RENDIÇÃO TOTAL e perfeita. Essa rendição é possível, pois o Espírito Santo veio até nós com esse propósito: glorificar a Jesus e glorificá-lo em nosso coração, revelando-nos como pode apoderar-se totalmente de nossa vida; glorificá-lo introduzindo-o em nosso ser, para que possamos brilhar pela glória dele. Creia nisso. Se você estiver disposto a ter essa experiência, o Pai a concederá, através do seu Espírito Santo. Faça sua entrega a Deus com uma oração simples: "Pai, todas as áreas do meu ser que quiseres preencher com a vida de Cristo, eu as entrego a Ti." E a resposta dele será: "Meu filho, receberás o quanto quiseres ter da vida de Cristo, pois tenho grande prazer em que meu Filho esteja no coração dos filhos dos homens."

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Senhor, ensine-nos a orar ou O Único Mestre Andrew Murray Tradução: Nunho Pinheiro

‘E ACONTECEU que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar.' Lucas 11:1 Os discípulos tinham estado com Cristo e visto-O orar. Tinham aprendido a compreender algo da relação entre a Sua maravilhosa vida pública e a Sua secreta vida de oração. Eles tinham aprendido a crer Nele como um Mestre na arte da oração – ninguém podia orar como Ele. E assim, eles vieram a Ele com um pedido “Senhor, ensine-nos a orar!” E nos anos seguintes eles nos teriam dito que há poucas coisas mais magníficas ou excelentes que Ele lhes tinha ensinado do que lições sobre oração. E agora com o passar do tempo, enquanto Ele está a orar num determinado lugar, aqueles discípulos que O vêm tão envolvido sentem a mesma necessidade de repetirem o mesmo pedido, “Senhor, ensina-nos a orar”. À medida que crescemos na vida cristã, o pensamento e a fé do nosso Amado Mestre na Sua infalível intercessão torna-se ainda mais preciosa, e a esperança de ser mais semelhantes a Cristo na Sua intercessão ganha uma atratividade que era dantes desconhecida. E enquanto O vemos orar, e nos lembramos que não há ninguém que possa orar como Ele e ninguém que pode ensinar como Ele, sentimos que a petição dos discípulos, “Senhor, ensina-nos a orar”, é mesmo o que nós precisamos. E quando pensamos o que tudo Ele é e tem, como Ele mesmo é nosso, como Ele é em si mesmo a nossa própria vida, sentimo-nos seguros em somente pedir, e Ele terá prazer em nos tomar para mais junto de Si e nos ensinar a orar tal como Ele ora. Vinde, meus irmãos! Não iremos nós ao Abençoado Mestre e pedir-lhe para inscrever os nossos nomes para constar nessa escola que Ele sempre mantém aberta para aqueles que anseiam continuar os seus estudos na arte Divina da oração e intercessão? Sim, digamos neste mesmo dia ao Mestre, como eles disseram antigamente, “Senhor, ensina-nos a orar”. Enquanto meditamos, veremos que cada palavra da petição é cheia de significado. “Senhor, ensina-nos a orar”, sim, a orar. Isto é o que precisamos de ser ensinados. Apesar de nos primeiros passos a oração ser tão simples que até a criança mais pequena pode orar, é ao mesmo tempo o mais elevado e mais santo trabalho que um homem pode empreender. É relacionamento com o Invisível e o Mais Santo Ser. Os poderes do mundo eterno foram colocados à sua disposição. É a verdadeira essência da verdadeira religião, o canal de todas as bênçãos, o segredo do poder e da vida. Não somente para nós mesmos, mas para outros, para a Igreja, para o mundo, que é por oração que Deus deu o direito de tomar posse Dele e da Sua força. É pela oração que as promessas esperam pelo seu cumprimento, o reino pela sua vinda, a glória de Deus pela sua completa revelação. E para este abençoado trabalho quão trapalhões e desajustados nós somos! Somente o Espírito de Deus pode nos capacitar a fazê-lo bem. Como somos enganados tão rapidamente a ficar na forma, enquanto o poder está à espera. Nosso antigo treino, o ensino da Igreja, a influência do hábito, o levantar de emoções – como isto conduz facilmente à oração que não tem poder espiritual, e compensa mas pouco. Verdadeira oração, que toma posse da força de Deus, que compensa muito, à qual os portões do céu estão verdadeiramente abertos – quem não clamará, oh, por alguém que me ensine a orar assim?

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Jesus abriu uma escola, na qual Ele treina Seus remidos, que especialmente desejam isto, ter poder na oração. Não iremos nós entrar nela com a petição, Senhor! É mesmo isto que precisamos de ser ensinados! Oh, ensina-nos a orar. “Senhor, ensina-nos a orar”, sim, a nós Senhor. Nós lemos na tua Palavra com que poder o teu povo crente de antigamente habitualmente orava, e que poderosas maravilhas eram feitas em resposta às suas orações. E se isto aconteceu no Antigo Testamento, no tempo de preparação, quanto mais não dará, nestes dias de cumprimento, ao seu povo este seguro sinal da Sua presença no seu meio. Nós ouvimos as promessas dadas aos seus apóstolos sobre o poder da oração em Seu nome, e temos visto quão gloriosamente eles experimentaram essa verdade: nós sabemos com certeza, que se podem tornar verdade para nós também. Nós ouvimos continuamente mesmo nestes dias que glória houve no Seu poder e o darás ainda àqueles que confiarem plenamente em Ti. Senhor! Estes homens foram igualmente sujeitos às mesmas paixões que nós; então, ensina-nos a orar também. As promessas são para nós, os poderes e dons do mundo celestial são para nós. Oh, ensinanos a orar de maneira a podermos receber abundantemente. A nós também entregaste a Tua obra, na nossa oração também depende a vinda do Teu reino, na nossa oração também Tu podes glorificar o Teu nome; “Senhor, ensina-nos a orar”, sim a nós Senhor; nós oferecemo-nos como aprendizes; nós seremos de certeza ensinados por Ti. “Senhor, ensina-nos a orar”. “Senhor, ensina-nos a orar”, sim, nós sentimos a necessidade agora de sermos ensinados a orar. A princípio não há obra que pareça mais simples; mais tarde nada mais difícil; e a confissão é forçada por nós: Nós não sabemos como orar como deveríamos. É verdade que temos a Palavra de Deus, com as suas claras e certas promessas; mas o pecado escureceu tanto a nossa mente, que nós nem sempre sabemos como aplicar a palavra. Nas coisas espirituais, nós não buscamos sempre as coisas mais necessárias, ou falhamos em orar de acordo com a Lei do santuário. Nas coisas temporais somos ainda menos capazes de avaliar-nos na maravilhosa liberdade que o nosso Pai nos deu para lhe pedirmos o que precisamos. E mesmo quando sabemos o que pedir, muito ainda fica por conseguir para que a nossa oração se torne aceitável. Precisa ser para a glória de Deus, numa submissão total à Sua vontade, na plena certeza de fé, no nome de Jesus, e com uma perseverança que, se necessário for, se recuse a ser negado. Tudo isto precisa se ser aprendido. Só pode ser aprendido na escola de muita oração, porque a prática aperfeiçoa. À parte da dolorosa consciência da ignorância e imerecimento, na luta entre acreditar e duvidar, a arte celestial da oração eficaz é aprendida. Porque, mesmo quando nós não nos lembramos, existe Um, o Iniciador e o Finalizador da fé e da oração, que vela pela nossa oração, e vê para que todos os que Nele confiam para esta educação desta escola da oração possam ser carregados até à perfeição. Mas deixemos que a tónica mais profunda de toda a nossa oração seja a incapacidade de ensino que resulta de um senso de ignorância e da fé Nele como o professor perfeito, e então podemos ter a certeza de que seremos ensinados, e aprenderemos a orar em poder. Sim, podemos depender disso, Ele nos ensinará a orar. “Senhor ensina-nos a orar”. Ninguém pode nos ensinar como Jesus, ninguém apenas Jesus; como tal, chamamos por Ele ‘ Senhor ensina-nos a orar’. Um aluno necessita de um professor que saiba o seu trabalho, que tem o dom do ensino, que em paciência e amor irá de encontro às necessidades do aluno. Abençoado seja Deus! Jesus em tudo isto e muito mais. Ele sabe o que a oração é. É Jesus, orando Ele próprio, quem nos ensina a orar. Ele sabe o que a oração é. Ele aprendeu sobre isso no meio das tribulações e lágrimas da Sua vida na Terra. No céu ainda é o Seu trabalho amado. A Sua vida lá é oração. Nada Lhe agrada mais do que encontrar aqueles que pode levar consigo à presença do Pai, aqueles a quem ele pode revestir com o poder de orar debaixo da bênção de Deus

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com aqueles que estão à sua volta, aqueles que Ele pode treinar para serem seus colaboradores na intercessão pela qual o reino deverá ser revelado na Terra. Ele sabe como ensinar. Agora pela urgência da necessidade sentida, depois pela confiança que a alegria inspira. Aqui, pelo ensino da Palavra, ali pelo testemunho de outro crente que sabe o que é ter oração ouvida. Através do Seu Espírito Santo Ele tem acesso ao nosso coração e ensina-nos a orar mostrando-nos o pecado que obstrui a oração, ou dando-nos a garantia de que agradamos a Deus. Ele ensina, não só dando pensamentos do que pedir ou como pedir mas vivificando em nós o próprio espírito de oração, deixando dentro de nós o Grande Intercessor. Nós podemos de facto e sobremaneira alegres afirmar: ‘Quem ensinou como Ele?’ Jesus nunca ensinou os seus discípulos como pregar, apenas como orar. Ele não falou muito sobre o que era preciso para pregar bem, mas muito sobre o orar bem. Saber como falar com Deus é mais do que saber como falar com homens. Em primeiro lugar não está o poder com os homens mas o poder com Deus. Jesus adora ensinar-nos como orar. O que é que vocês pensam meus amados discípulos seguidores! Não seria justo que pedíssemos aquilo que necessitamos ao Mestre, para que nos desse durante um mês um curso de lições especiais sobre a arte de orar? À medida que meditamos nas palavra que falou na Terra, rendamo-nos aos seus ensinamentos na confiança plena de que com tal professor nós faremos progressos. Tomemos tempo não só par meditar, mas para orar, para nos lançarmos aos pés do trono e sermos treinados para o trabalho da intercessão. Façamos pois assim com a garantia de que no meio das nossas hesitações e receios Ele está a levar a cabo o Seu trabalho de uma forma maravilhosa. Ele respirará a Sua própria vida, que é oração, para nós. À medida que Ele nos faz participantes da Sua justiça e da Sua vida, Ele nos fará participantes da Sua intercessão também. Como membros do Seu corpo, como um sacerdote santo, devemos tomar parte do Seu trabalho sacerdotal de insistir e perseverar com Deus pelo Homem. Sim, embora sejamos ignorantes e fracos de pensamento devemos muito alegremente dizer, ‘Senhor ensina-nos a orar’. Bendito Senhor! Que viveste sempre para orar, Vós podeis me ensinar a orar também, a mim também a viver para orar sempre. Nisto Vós amastes me fazer participante da Tua glória no céu, que eu possa orar sem cessar, e permanecer sempre como um sacerdote na presença do meu Deus. Senhor Jesus! Eu peço-Vos que inscrevas meu nome neste dia entre aqueles que confessam que não sabem como orar como deveriam, e principalmente Vos pedir por um curso de ensino em oração. Senhor! Ensina-me a me separar para Vós na escola, e Vos dar tempo para me treinar. Possa um profundo pesar da minha ignorância, do maravilhoso privilégio e poder da oração, de uma necessidade do Espírito Santo como o Espírito de oração, me guiar a lançar fora meus pensamentos do que eu julgo saber, e me faça ajoelhar perante Vós em verdadeira falta de ensino e pobreza de espírito. E enche-me, Senhor, com a confiança de com um professor como Vós sois, eu poderei aprender a orar. Na segurança que eu tenho como meu professor, Jesus que está sempre orando ao Pai, e por Sua oração governa os destinos da Sua Igreja e o mundo, eu não temerei. Tanto quanto eu preciso saber dos mistérios do mundo de oração, Vós ireis revelar a mim. E quando eu não puder saber, Vós ireis me ensinar a ser forte na fé, dando glória a Deus. Bendito Senhor! Vós não deixareis envergonhados Vossos alunos que em Vós confiam, nem por Sua graça, Vós sereis também. Amém.

Fonte: Capítulo 1 do livro With Christ in the School of Prayer, de Andrew Murray.

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VITÓRIA SOBRE O FRACASSO NA ORAÇÃO Por Andrew Murray

Vitória Sobre Fracasso na Oração Andrew Murray

Se na vida de um cristão zeloso existe pouco entusiasmo na oração, um senso de fracasso no testemunhar, a ausência de alegria e paz e, ainda, pouco prazer na Palavra, é bem possível que esteja vivendo debaixo da lei e não da graça. Há uma grande diferença entre lei e graça. A lei exige; a graça concede. A lei ordena, porém não oferece força nenhuma para obedecer; a graça promete e executa tudo o que precisamos fazer. A lei sobrecarrega, deprime e condena; a graça conforta, fortalece e alegra. A lei apela para o ego para estimulá-lo ao desempenho máximo; a graça aponta a Cristo para fazer tudo. A lei convoca para o esforço e esgotamento e nos impele para uma meta que nunca conseguiremos atingir; a graça opera em nós toda a bem-aventurada vontade de Deus. Em vez de lutar contra o fracasso, o primeiro passo deveria ser aceitar plenamente a derrota junto com a própria debilidade e, com essa confissão, cair desmontado diante de Deus em total impotência. É nessa posição que se aprende que, sem a libertação e a força provenientes da graça, é impossível fazer melhor do que já fez. A graça precisa fazer tudo por ele. É preciso sair do domínio da lei, do velho homem e do esforço carnal, e assumir sua posição debaixo da graça, permitindo que Deus faça tudo. Quantas vezes temos determinado orar mais, com mais intensidade, e depois falhamos de novo! Não temos a força de vontade de alguns, que conseguem dar meia-volta e mudar os hábitos. A pressão do dever é enorme, como sempre, e temos muita dificuldade em achar tempo para orar mais. Não sentimos verdadeira alegria na oração, sem a qual é impossível perseverar; assim, somos incapazes de suplicar e clamar como deveríamos. Nossas orações, em vez de serem fonte de alegria e renovação, levam-nos a autocondenação e dúvida. Temos, por vezes, lamentado, confessado e feito resoluções, mas, para falar a verdade, não temos esperança, porque não enxergamos o caminho para qualquer mudança profunda ou permanente.

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VITÓRIA SOBRE O FRACASSO NA ORAÇÃO Por Andrew Murray

Enquanto prevalece esse espírito, há muito pouca perspectiva de progresso. Desânimo traz derrota. Nenhum ensinamento da Palavra sobre o dever, a urgente necessidade e o bem-aventurado privilégio de orar mais e com mais eficácia valerá alguma coisa enquanto não se fizer calar o sussurro secreto: não adianta, não há esperança. Nossa primeira preocupação deve ser encontrar a causa secreta do fracasso e do desespero; só então é que descobriremos como é divinamente garantida a nossa libertação. Precisamos receber em nosso coração a promessa divina com a resposta que lhe foi dada: “Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões. Eis-nos aqui, vimos ter contigo; porque tu és o Senhor nosso Deus” (Jr 3.22). Precisamos chegar com uma oração pessoal e a fé de que haverá uma resposta pessoal. Não deveríamos começar agora mesmo a buscar semelhante resposta sobre nossa falta de oração, crendo que Deus nos ajudará: “Cura-me, Senhor, e serei curado” (Jr 17.14)? Fraqueza e fracasso na oração são sinais de fraqueza na vida espiritual. Todos os que desejam orar com mais fidelidade e eficácia precisam descobrir que sua vida espiritual como um todo está doente e necessita de restauração. É preciso haver uma mudança radical em toda a vida e comportamento daquele que deseja que sua vida de oração, que é simplesmente o pulso do sistema espiritual, demonstre saúde e vigor. A oração deveria ser tão simples e natural quanto a respiração ou o trabalho para um homem saudável. A relutância que sentimos e o fracasso que confessamos são a própria voz de Deus chamando-nos para reconhecer a nossa enfermidade e para ir a ele para a cura prometida. Qual é a cura para a doença cujo sintoma é falta de oração? Não existe uma resposta melhor do que esta que se encontra nas palavras: “...pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6.14). O grande perigo é viver debaixo da lei e servir a Deus na força da carne. Na grande maioria dos cristãos, esse parece ser o estado em que permanecem durante toda a sua vida. Aqui está a razão para a falta de santidade na vida e de poder na oração. Todos os fracassos só podem ter uma causa: os homens procuram fazer sozinhos o que só a graça pode fazer neles – e que certamente fará.

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VITÓRIA SOBRE O FRACASSO NA ORAÇÃO Por Andrew Murray

Graça não é somente perdão pelos pecados, mas poder sobre o pecado; a graça ocupa o lugar na vida que o pecado ocupava antes. Assim como o pecado reinava em nós pelo poder da morte, a graça agora reina pelo poder da vida de Cristo. O apóstolo Paulo pinta um quadro do cristão que vive debaixo da lei, terminando no fim com estas palavras amargas: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24). A resposta dele àquela pergunta é: “Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor...” (Rm 7.25). Isso mostra que existe libertação de uma vida escravizada por maus hábitos, contra os quais temos lutado em vão. A libertação é pelo Espírito Santo levando-nos a experimentar plenamente tudo o que a vida de Cristo pode realizar em nós: “A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2). A graça de Deus pode nos introduzir na liberdade do Espírito e nos manter seguros ali. Podemos ser libertos da vida miserável sob o poder do cativeiro, que não nos permitia fazer o que queríamos. O Espírito de fé em Cristo pode nos libertar do nosso constante fracasso na oração e nos capacitar nisso, também, a andar dignos do Senhor para agradá-lo em tudo. Ó, não se desespere, não desanime! O que é impossível para o homem é possível para Deus! Aquilo que você não vê possibilidade de fazer, a graça fará. Confesse sua enfermidade; confie no Médico; tome posse da cura; faça a oração da fé: “Cura-me Senhor, e serei curado” (Jr 17.14). Você também pode tornar-se um homem ou uma mulher de oração, e fazer a súplica que “muito pode por sua eficácia” (Tg 5.16).

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Vós Sois as Varas (João 15:5) Andrew Murray Todas as coisas dependem de nossa vida correta em Cristo. Se nossa vida com Cristo está correta, tudo estará bem. Pode haver necessidade de instrução, inspiração, ajuda e treinamento, tudo isso tem seu valor, mas a longo prazo o mais essencial é ter vida plena em Cristo; em outras palavras, ter Cristo em nós, operando através de nós. O Mestre tem tal benção para cada um de nós, tal paz perfeita e descanso, tal alegria e poder; se simplesmente tomarmos e nos mantivermos na atitude correta em relação a Ele. Que coisa simples é ser uma vara de uma videira. A vara brota da videira e ali ela vive e cresce, e, no devido tempo, dá fruto. Ela não tem responsabilidade exceto a de unicamente receber da raiz e tronco seiva e nutrição. Se nós apenas, através do Espírito Santo, conhecêssemos nosso relacionamento com Jesus Cristo, nossa obra seria transformada na coisa mais brilhante e mais celestial sobre a terra. Ao invés de haver fadiga de alma ou exaustão, nossa obra seria como uma nova experiência, nos unindo a Jesus como nada mais pode unir. Não é verdade que freqüentemente nossa obra fica entre nós e Jesus? Que tolice! A verdadeira obra que Ele tem para fazer em mim, e eu para Ele, abraço de tal forma que ela me separa de Cristo. Muitos trabalhadores da vinha têm se queixado de ter muito trabalho e de não ter tempo para a comunhão com Jesus, e que seu trabalho habitual enfraquece sua disposição para orar, e que a interação com os homens obscurece sua vida espiritual. Triste idéia a de que o produzir fruto deveria separar a vara da videira! Deve ser porque olhamos para nossas obras como sendo algo mais do que a vara produzir fruto. O que é a "vida da vara"? É vida de absoluta dependência. A vara não tem nada, ela depende somente da videira para todas as coisas. As palavras "absoluta dependência" são muito solenes, grandes e preciosas. Um grande teólogo

Alemão escreveu dois grandes volumes alguns anos atrás para mostrar que toda a teologia de Calvino se resume naquele único princípio de absoluta dependência de Deus. Um outro grande escritor disse que somente a absoluta e inalterável dependência de Deus é a essência da religião dos anjos, e também deve ser a do homem. Deus é tudo para os anjos, e Ele espera ser tudo para os cristãos. Se pudermos aprender a depender de Deus todos os momentos do dia, todas as coisas estarão bem, se dependermos absolutamente de Deus. Aqui encontramos este fato ilustrado com a videira e as varas. Deixe cada cacho de uva que você vê lembrá-lo de que a vara é absolutamente dependente da videira. A videira fez a obra, e a vara desfruta do seu fruto. O que a videira tem que fazer? Ela tem que executar um grande trabalho. Ela precisa lançar suas raízes no solo e procurar sob a terra as raízes que freqüentemente percorrem um longo caminho por nutrição, e bebê-la na umidade. Coloque adubo a uma certa distância e a videira estende suas raízes para lá, e então em suas raízes ou tronco ela transforma a umidade e o adubo numa seiva especial que produz o fruto. A videira executa o trabalho; a vara tem apenas que receber da videira a seiva. Contaram-me que em Hampton Court, em Londres, havia uma videira que algumas vezes produzia alguns milhares de cachos de uva, e as pessoas ficavam espantadas com seu enorme crescimento e rica frutificação. A causa foi descoberta. Não muito longe de lá passa o rio Thames, e a raiz da videira se esticou, centenas de jardas, até chegar à beira do rio, e em seu rico lodo encontrou nutrição e umidade. As raízes levavam a seiva por toda aquela distância para dentro da videira e, como resultado, havia uma abundante e rica colheita. A videira tinha o trabalho para executar e as varas tinham apenas que dependerem da videira e receberem o que ela dava. Isto é literalmente verdadeiro sobre o meu Senhor Jesus? Devo entender que quando tenho que trabalhar, quando tenho que pregar um sermão, liderar um estudo bíblico ou sair e visitar os pobres toda a responsabilidade do trabalho está em Jesus? Isto é exatamente o que Jesus quer que você entenda.

Cristo quer que em toda a sua obra a verdadeira fundação seja a abençoada consciência de que Cristo deve cuidar de tudo. Como Ele satisfaz a confiança desta dependência? Ele o faz pelo envio do Espírito Santo, não de quando em quando como um presente especial, mas para relembrar que a relação entre a videira e as varas é tal que de hora em hora, diariamente, incessantemente existe uma viva conexão mantida. A seiva não flui por um tempo, então pára, e então flui outra vez, mas de momento em momento a seiva flui da videira para as varas. Assim que meu Senhor Jesus precisa de mim para tomar aquela abençoada posição como um trabalhador, e, manhã após manhã, dia após dia, hora após hora e passo após passo, em toda obra que tenho para fazer, somente permaneço diante dEle na simples e completa impotência de alguém que nada sabe, nada é e não pode fazer nada. Se sou alguma coisa, então Deus não é todas as coisas. Quando me torno nada Deus pode se tornar tudo, e o eterno Deus em Cristo pode Se revelar plenamente. Se você for uma verdadeira vara de Cristo, a Videira viva, descanse Nele. Deixe Cristo desempenhar a responsabilidade. Repetindo, a vida da vara é uma vida de completa comunhão. O que a vara tem que fazer? Você conhece aquela preciosa e inexaurível palavra que Cristo usou, "permanecei". Sua vida é uma vida permanente. Como deve ser esse permanente? Deve ser apenas como uma vara na videira, permanecendo todos os minutos do dia. Há varas em permanente comunhão com a videira, de janeiro a dezembro. "Mas eu sou muito ocupado". Sim, mas é a mente que está ocupada com as coisas temporais. A ocupação do permanecer é a ocupação do coração, não da mente; a ocupação do coração apega-se e descansa em Jesus, uma ocupação na qual o Espírito Santo nos liga a Cristo Jesus. Oh! Creia que muito mais profundo do que o intelecto, muito profundo na vida interior, você pode permanecer em Cristo. Se você aprender por um momento a colocar de lado as outras ocupações e entrar neste permanente contato com a Videira celestial, verá que o fruto virá. A completa, pessoal e real comunhão com Cristo é uma necessidade absoluta para o viver diário. Gaste tempo para estar a sós com Cristo. Você não pode ser uma vara saudável, vara na

qual a seiva celestial flui, a menos que você gaste bastante tempo na comunhão com Deus. Se você não deseja sacrificar tempo para estar só com Ele e dar a Ele tempo para trabalhar em você todos os dias, mantendo o elo de ligação entre você e Ele, Ele não lhe dará a benção da inquebrável comunhão. Jesus Cristo convida você a viver uma comunhão com Ele. Diga de todo coração: "Oh Cristo, é isto que tanto espero, é isto que escolho". E Ele alegremente o dará a você. Finalmente, a vida da vara é uma vida de completa rendição e poucos entendem seu significado. "Você tem alguma coisa a fazer, pequena vara, além de produzir uvas?" Não, nada. "Você está preparado para fazer nada?" Preparado para fazer nada! A Bíblia diz que nem mesmo uma pontinha da videira pode ser usada como uma pena; ela está preparada para nada fazer além de ser queimada. Nosso relacionamento deve ser assim. Somos completamente entregues à videira, e a videira pode nos dar mais ou menos seiva, como ela achar melhor. Aqui estou eu a sua disposição, e a videira pode fazer comigo o que achar melhor. Precisamos desta total rendição ao Senhor Jesus Cristo. Quanto mais falo, mais sinto que este é um dos pontos mais difíceis de esclarecer, e um dos mais importantes e necessários pontos para esclarecer. Isto significa que assim como Cristo literalmente se entregou inteiramente a Deus, assim estou eu inteiramente entregue a Cristo. Isto é muito forte? Alguns podem pensar assim. Alguns pensam que não pode ser assim; mas assim como Cristo entregou inteiramente e absolutamente Sua vida para não fazer nada além de buscar o prazer do Pai e depender inteiramente e absolutamente do Pai, assim nós devemos nada fazer além de buscar o prazer de Cristo. Esta é a verdade desta questão. Cristo Jesus veio para soprar Seu próprio Espírito sobre nós, para nos fazer encontrar nossa mais alta bemaventurança em viver inteiramente para Deus, assim como Ele fez. Traga tudo ao relacionamento com Jesus e diga, "Senhor, todas as coisas em minha vida têm que estar em completa harmonia com minha posição como Sua vara, a abençoada Videira". Deixe que sua rendição a Cristo seja perfeita, e Ele mostrará a você o que está, e o que não está de acordo com

Sua vontade, e o guiará na mais profunda e elevada bemaventurança. Extraído do livro "Absolute Surrender" (Rendição Absoluta).
Sermões por Andrew Murray

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