@ligaliteraria A culpa e do destino - Bianca Fraga

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A culpa é do Destino

Bianca Fraga

Copyright © 2019 Bianca Fraga CAPA: L.A Capas REVISÃO: Daiany do Carmo DIAGRAMAÇÃO: Daiany do Carmo

Esta é uma obra de ficção. Seu único intuito é entreter as pessoas. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Quaisquer semelhança com nome, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Todos os direitos reservados. São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios tangível ou intangível sem o consentimento escrito da autora Violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela lei n° 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Uma noite e tudo mudou ....

PRÓLOGO Tudo em minha vida houve grandes cobranças, meus estudos, meu comportamento, e principalmente a minha formação acadêmica. Meu pai sempre foi muito rígido nesses termos, e eu sempre com a mais absoluta obediência, abaixava a cabeça fazendo tudo da sua maneira. Depois de muito tempo sendo o primeiro da turma, ou "nerd", como era chamado por meu empenho excessivo nos estudos, e em uma fase de

rebeldia na adolescência, acabei me tornando “popular” no auge do ensino médio. Meu pai já não tinha controle sobre mim, e me tornei o oposto do que ele desejava que eu fosse. Entrei para faculdade, não no curso que realmente queria, pois mais uma vez meu pai me induzia a ser como ele, e que para o desgosto do mesmo, ao terminar o primeiro ano de engenharia Civil, já possuía exatas 13 tatuagens. Só fui pegar gosto mesmo pela profissão no meu terceiro ano, após dois sofridos e empurrados anos, naquele momento me sentia realizado, e com uma grande parte do meu corpo tatuado. Eu gostava de irritar meu pai, mas no fundo queria estar ali, dando duro nos estudos, e orgulho ao mesmo. Aprendi que a faculdade não é somente estudo, e sim uma boa escola da perversão, pois hoje possuo uma lista extensa de mulheres no meu currículo. Posso dizer que aproveitei da melhor forma esses anos, mas me dediquei em me formar com a melhor nota da sala, queria dar motivos para meu pai se orgulhar. Então minha vida era resumida em de dia ser o cara responsável, estudioso e orgulho da família, mas a noite me transformava em um mano tatuado, mulherengo com um abatedouro para chamar de seu. Quem me conhecia durante o dia, duvidava do que eu era capaz durante a noite, e assim me tornei aquilo que queria ser, ao mesmo tempo não deixando de agradar minha família. Até que os anos se passaram, o inesperado aconteceu, e tive que tomar as rédeas da situação antes do tempo. A morte precoce do meu pai trouxe consigo a responsabilidade de substitui-lo na empresa em que eu trabalhava quase nunca, só por hobby, quando dava. Mas que pela memória do meu pai faria, me dedicaria, e daria o melhor de mim, para honra-lo, e ser ao menos um pouco como meu velho foi. Claro sem deixar meus momentos de lazer, que era nada mais do que sair com amigos, e curtir uma boa foda. Meu nome? Eduardo Novais, mas pode me chamar de Edu.

CAPÍTULO 1

Luiza Recém formada em administração, e em busca do meu primeiro emprego na área, minha vida acadêmica não foi das mais fáceis, estudava feito louca para não dar motivos de falatórios desnecessários dos meus pais, afinal eles me bancavam, e o mínimo que eu poderia fazer seria me dedicar aos estudos, e ser exemplar nos estágios que o curso exigia. Tentado amenizar as despesa que meus pais tinham comigo, resolvi dividir o aluguel do apartamento onde morava com uma amiga de faculdade, Jaque era uma boa companheira, fosse nas horas boas, ou ruins sabia que poderia contar com ela. Hoje me vejo determinada a conseguir uma carreira promissora, fiz minha parte, agora é só aguardar a ligação de alguma, das várias empresas que me candidatei, em uma vaga administrativa. As minhas últimas entrevistas não foram das melhores, mas mesmo assim espero por uma resposta, pensamento positivo às vezes funciona, pelo menos eu tento. Já é fim de tarde quando recebo uma ligação na qual me convidaram a participar de uma seleção na Novaes construtora, uma das mais renomadas empresas voltadas para construção civil do Brasil, se eu estou feliz? Com toda certeza! Seria um sonho a se realizar fazer parte dessa equipe, e estou focada em me empenhar bastante para conseguir o cargo. Decido ligar para Jaque, estou afim de comemorar minha mais nova conquista, sei que é só uma seleção, mas estou confiante, sei que minha hora chegar! Vida amorosa não tenho a tempos, tenho uns contatinhos fixos que ligo para marcar uma coisa rápida, porém nunca rolou nada sério, mesmo sentindo que não nasci pra ser solteira, não sei ir a caça, meu último namoro foi um fiasco, estou pensando em começar com a sorte no jogo mesmo, pois meu azar no amor está a todo vapor. Por esse motivo, mesmo quando saio para comprar pão na padaria, vou arrumada, nunca se sabe quem pode cruzar meu caminho, eu acredito em destino. Como não sei ter atitude de chegar em alguém, aposto sempre no visual, por isso para hoje à noite apostei no pretinho básico, saltos altíssimos e pra finaliza um batom vermelho sangue.

O combinado com a Jaque foi, de espera-la em um barzinho, que costumávamos frequentar em alguns finais de semanas. Tókio é um barzinho bem frequentado, com música ao vivo, que adoramos. Pego o Uber e envio uma mensagem para minha amiga avisando estar a caminho, logo em seguida recebo sua resposta. "Luluzinha, vou me atrasar um pouco, mas prometo que antes da sua bebida terminar, já terei chegado! O barzinho está vazio ainda, optei por vir mais cedo do que de costume, pois a seleção é amanhã, e não quero aparentar ter bebido no dia anterior, vou comemorar e não encher a cara, tudo com moderação. Sento-me em uma mesa na parte de fora, tem algumas pessoas rindo, outras apenas bebendo, decido pedir algo enquanto espero. Peço ao garçom um gin tônica para começar, a banda está terminando de montar os aparatos, e eu me distraio com minha atenção toda voltada a isso. Quando a bebida que pedi chega, nem percebo a presença do garçom, a essa altura a banda começou a se apresentar, e eu estou curtindo sozinha literalmente, sinto a presença de alguém, imagino que seja Jaque, então virome em câmera lenta e dou de cara com a personificação de Deus grego, só que com muitas tatuagens, o que é uma grata surpresa. Olho novamente para ele sem saber onde enfiar minha cara, pois praticamente dei um pulo da cadeira e permanecia com a mão na altura do coração pelo susto. — Desculpe. — Peço pela minha reação exagerada, e ele abre um sorriso, e não era qualquer sorriso, e sim um daqueles de levar a qualquer mulher ao delírio. — Relaxa novinha, eu que te assustei, prazer sou o Edu! — Estende sua mão tatuada para mim. — Meu nome é Luiza, prazer! — Estendo minha mão também para cumprimenta-lo, mas para a minha surpresa fui puxada levemente e beijada no rosto por ele. Que lábios, quase tive uma vertigem. — O que faz sozinha no bar, uma mina tão gatinha? Está esperando alguém? — Estou esperando uma amiga, que por sinal está atrasada! — Falo

corando um pouco pelo contato repentino. Olho para ele sem graça, esse tinha atitude, queria tocar no seu cabelo para ter certeza que é real, parece ser tão macio. — Eu também estou esperando uns parças, posso tomar uma com você, enquanto eles não colam? — Eu não acredito, o universo está mesmo conspirando a meu favor. Nervosa pela proposta gaguejo um pouco, me atrapalhando com minha resposta. — Po...pode sim. — E ele dá outro sorriso, se esse cara continuar com esses sorrisos safados vou ser obrigada a ter alguma atitude impensada, e com toda a certeza me arrepender no dia seguinte. Eu sou bem educada, até mesmo tímida, mas tenho uma Luiza dentro de mim adormecida, faz um tempo que não aparece, e tenho medo do que ela pode fazer depois de tanto tempo sem ser solicitada. Ele senta na cadeira em frente a mim, é quando consigo reparar bem, ele tem um olhar que diz: "Quero te foder duro e forte" do jeito que eu mereço depois de meses na seca. O nariz é invejável, queria ter um nariz desse, sua boca me convida toda hora para um beijo, pescoço largo já com várias tatuagens, braços fortes ... senhor que tiro foi esse? Não trouxe troca de calcinha na bolsa para caso acontecesse algo assim. Só de sentir o aroma do seu perfume másculo com um toque amadeirado, já chorei e não foi pelos olhos. Conversamos assuntos aleatórios por um tempo, ele é muito simpático e tem um jeito de falar engraçado, fala em gírias mas não o tempo todo, é razoável, chega até ser fofo. O papo rola facilmente entre nós, me distraio completamente que nem percebo que a minha bebida acabou, então para minha surpresa ele chega bem perto e sussurra: — Loirinha, vai querer mais uma birita dessa ai? A sua já acabou gata! — E sorri, ele sorriu de novo, Deus me proteja! — Ah sim, obrigada! Ele pede mais bebida para o garçom, e do nada sai da sua cadeira

para sentar-se ao meu lado, o cara é rápido. Meu rubor sobe de vergonha, e ele percebe, pois chega bem perto, põe uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e sussurra com seu tom de voz rouco: — Não precisa ter vergonha gata, só estamos eu e você aqui, não pensa em mais nada só curte o momento. — E sorri, esse cara só pode estar de brincadeira comigo não é possível. Eu dou uma risada sem graça, por não ter o que falar, e ele cobre minha mão com a sua enorme e tatuada, sinto um choque subir por meus dedos e com isso faz se instalar um frio na minha barriga, e constato estar literalmente fodida se esse cara continuasse desse jeito. Nossas bebidas finalmente chegaram e ele continua com a sua mão na minha, não sei se tiro minha mão de baixo da dele pra conseguir beber ou se contínuo sentindo a sensação dessa mãozona em mim, e lógico que escolho a segunda opção, não sou boba. — Gata, não quer dar uma esticada depois daqui? Gostei de você, loirinha... — E passa a mãozona nos meus cabelos — Branquinha... — E passa a mãozona na minha bochecha — E essa sua boquinha vermelha... — E passa o dedo nos meus lábios, agradeço por meu batom ser matte. Se aproxima do meu ouvido e sussurra. — Prontinha para me beijar. — E me beija, sim ele me beija, um beijo que começa suave, sua língua invade a minha boca devagar, o beijo de lento, começa a ficar feroz, e minha Luiza louca, e assanhada, desperta fazendo-me retribuir toda a devassidão que esse beijo se torna. Coloco então as mãos em seu pescoço e ele em minha cintura, seu toque queima minha pele, e sem conseguir respirar mais, finaliza o beijo com dois selinhos e uma mordida em meus lábios devagar mais quente como o inferno. Ele põe as mãos na minha bochecha, olha em meus olhos profundamente, e eu mergulho em um lago negro, que me hipnotiza com tamanha profundidade. — Vamos? — Pergunta, e sem outra opção passar na minha mente respondo sem pensar em mais nada. — Sim, vamos! — Ele pega minha mão colocando uma nota de

dinheiro sobre a mesa, e saímos de mãos dadas, como se nos conhecêssemos anos a fio. Atravessamos a rua e avisto Jaque chegando, faço sinal para ela de que arrumei um boy, porque não quero perder a oportunidade que a vida está me dando hoje de sair com esse gato tatuado, será que fiz bem em sair daqui com ele? Minha amiga dá de ombros entendendo meu aviso, sigo com o mano tatuado, e ele abre a porta do carro para que possa entrar, mas assim que entro vem meu lado recatado e consciente me dar um cutucão por mal conhecer o cara e já sair com ele daqui dessa forma tão rápida. Será que vou transar? É óbvio que vou, e não estou nem ai para o que pensam, preciso relaxar para estar tranquila amanhã na minha entrevista, sem contar que nem sei se vou ver Edu de novo na minha vida. Não posso perder a chance de saber aonde mais tem tatuagem no corpo desse mano gostoso do meu lado!

CAPÍTULO 2

Edu Mano eu sou um puta cara sortudo da porra, depois tenho que agradecer o Jhon e os caras por me darem o cano em plena quinta-feira a noite, mas depois me entendo com eles. Na hora que entrei no bar, e vi aquela loirinha toda gostosinha, com aquela boca vermelha me provocando, já imaginei meu pau naquela boca, só de pensar já fiquei duro. Eu tinha que chegar nela, não teria outro jeito. Depois de todo papo, a loirinha caiu facinho na minha, hoje o bagulho vai ser louco, estou até imaginando essa mina toda mole depois da noite que vou proporcionar a ela, vai gritar até ficar sem voz. Agora estou aqui dirigindo meu carro com ela ao lado, toda tímida e encolhida, não falou uma palavra até agora, e como não quero que ela desista da nossa noite puxo papo para deixa-la mais à vontade. — Então gata, eu tenho um flat aqui perto, bora lá? — Perguntou olhando para ela de relance, percebo o rubor de suas bochechas branquinhas — Pode ser, mas não posso chegar muito tarde em casa, amanhã cedo tenho um compromisso inadiável. — Fala toda cheia de dedos para cima de mim, essa mina só pode estar me tirando, não é possível. — Não se preocupe princesa, te levo em sua casa quando quiser, sem problemas. Vamos apenas aproveitar a noite! — Tento deixá-la mais tranquila, para não perder a foda que garanti no barzinho, não admito dormir de pau duro. — Tudo bem, sem problemas. — Diz mais relaxada, e de repente me pego sorrindo para ela. Seu sorriso me hipnotiza por alguns instantes, e não consigo parar de olha-la, mas saio do meu devaneio lembrando que no momento estou dirigindo, afinal seria o cumulo bater o carro por conta de um sorriso, mas vamos combinar que é um dos mais lindos que já vi. Estaciono o carro na garagem do meu flat e meu celular toca. — E ai seu puto cadê você? — É o Jhon no telefone

— Acabei de chegar no meu flat porquê? — Ah parça, já conseguiu uma mina pra trepar né? — Disfarço olhando para a loirinha ao lado. — Cala a boca Jhon, amanhã a gente se fala. — E desligo! Pego na mão dela seguindo para o elevador, e sem perca de tempo aperto o botão do décimo oitavo andar. Na hora que as portas se fecham a empurro contra a parede, ela se assusta com o movimento brusco, mais é muito receptiva colocando os braços em volta do meu pescoço. Enlaço sua cintura e começo a beijar essa safada, que tem uma boca macia pra caralho com gosto de morango e gin. O beijo de lento, começa a se aprofundar e desço minha boca para o pescoço dela, beijando, mordendo de leve e lambendo as vezes com a ponta da língua, e todas vezes que faço isso ela solta um gemido bem baixinho e meu meninão já acorda querendo liberdade. O elevador apita abrindo as portas, não desgrudo dela, subo suas pernas até a minha cintura, do jeito que eu gosto, loirinha obediente. Encosto as costas dela na porta do meu flat, e tento pegar minhas chaves, mesmo com ela em meus braços, consigo abrir, e assim que estamos dentro chuto a porta para fechar. Não moro nesse flat, só comprei ele com o intuito de levar mulheres e trepar, nunca levei nenhuma ao apartamento que eu moro, para não ter perigo de alguma louca ir lá me encher o saco. Minha casa é meu templo sagrado, onde eu me desligo de tudo, por isso achei melhor não misturar as coisas. Comprei esse flat mesmo porque dispenso motel, para que gastos com diárias, sendo que tenho tudo o que preciso bem aqui? Depositando-a no sofá já sem folego, pergunto a ela se quer beber algo só por educação mesmo, porque o que eu quero é outra coisa, e eu sei que ela quer também. Mas vou com calma no início, pois não é fácil conquistar algo como consegui hoje, tenho muitas "amizades" de foda, essas sempre estão disponíveis, entretanto uma carne nova como a loirinha a minha frente, não é tão comum acontecer tão rápido como hoje. Ofereço um vinho e ela aceita, então vou até a cozinha pegar. Volto entregando a taça a ela, e tento interagir para que se solte e perca um pouco da vergonha.

— E então, me conta um pouco sobre você, quantos anos? — Meu inconsciente tenta me parar, mais não sei realmente o que tem de errado nunca bati papo com nenhuma outra, muito menos querer saber sobre a mina que vou comer, mal sabia os nomes delas, estou meio confuso acho que é o álcool. — Eu tenho 22 anos, recém formada em administração, e você? O que me conta? — Porque fui perguntar? Agora ela vai querer ficar de conversinha! — Eu tenho 26 anos, me formei faz um tempo já na faculdade, e assumi o lugar do meu pai na empresa dele faz pouco mais de um ano! — Não conto a ela qual empresa é, para evitar a perseguição, já tive várias experiências com umas mina louca ai, então é melhor não, prefiro evitar, aprendi com meus erros. Para acabar com o mimimi, coloco minha mão no joelho dela, fazendo-a olhar para o lugar onde a toquei. Uma energia estranha percorre por todo meu corpo, e percebo que ela sente o mesmo, pois se retraiu toda após o simples toque. Começo subindo a mão até chegar na barra do vestido, ela olha nos meus olhos e sorri, mas não é qualquer sorriso, é um que faz meu pau reagir na hora. Ah loirinha, agora você não me escapa. Sem receio algum subo-a em meu colo, ela dá um gritinho de surpresa, e eu adoro. Eu adoro? De onde saiu essa porra? Não estou pensado mais com minha cabeça de cima. Começo a subir minhas mãos pela perna dela novamente, quando chego no vestido não paro de subir o toque, mas agora levo o vestido comigo, ela ergue os braços, para que eu retire a peça por completa. Engulo seco pela visão maravilhosa que tenho nesse momento, a loirinha é boa de corpo, e sabe como deixar um cara excitado, veio preparada, armada com uma artilharia pesada. A olho admirado, é um pecado esse corpo! Ela está vestida com uma lingerie preta de renda, é tão pequena que tenho medo de tocar, e machuca-la de alguma forma. Começo desabotoando seu sutiã, preciso vê-la por inteira, mas preciso ao menos tentar meu controle, não posso ser tão brusco nos movimentos, não quero parecer desesperado. Na verdade estou louco de

tesão, quero essa loirinha cavalgando fundo em meu pau. Quando retiro por completo a peça de cima, os seios dela saltam, e eu quero adorar cada um do jeito que deve ser feito, eles são bem redondinhos, de tamanho médio, com biquinhos bem rosadinhos, pedem por minha atenção, então caio de boca no seu seio direito. Chupo, mordo, e brinco com seus mamilos causando um gemidinho baixo de pura excitação. Então passo para o esquerdo, fazendo o mesmo que fiz no outro, ela coloca as mãos nos meus cabelos e dá uma leve puxada, posso dizer que gosto disso. Enquanto continuo mergulhado em seus deliciosos seios, começo descer minha mão pelo corpo, passo pela barriga reta, dou a volta parando na sua bunda, e que bundinha mais gostosa, caralho! Aperto com toda a força, e vou para a parte da frente, ela ainda está de calcinha, então passo a ponta dos dedos por cima da peça, sentindo sua excitação. Tiro-a do meu colo, depositando-a deitada de costas para o sofá, me afasto apenas para retirar minhas roupas, e logo estou de volta entre suas pernas. Começo beijando forte sua boquinha gostosa, deixando uma mão em seus seios, brinco mais um pouco com seus mamilos duros, eles são tão perfeitos, e viciantes. Quando sua calcinha cai em seus pés, sou brindado com a visão de sua bocetinha, que me leva ao delírio ao imaginar o gosto que ela possa ter. Ela é toda lisinha, sem nenhum pelo, do jeito que eu gosto, parece até mesmo feita só para mim. De onde estou posso ver seu mel escorrendo, e sei que preciso provar, então me ajoelho diante da minha maior perdição, e sem qualquer aviso passo a língua devagar de baixo pra cima só pra sentir o gosto, e mano do céu que docinha! — Que delícia loirinha, já está molhadinha para mim? Olho ela, e algo mudou, está com os olhos mais escuros, e um sorriso safado nos lábios ainda vermelhos de batom, só que agora mais inchados pelos beijos. Faço o serviço completo, chupo forte, enfio um dedo e ela contrai as paredes da boceta de um jeito que meu pau até dói querendo estar no lugar do dedo. Coloco mais um dedo em sua boceta quando sinto que está chegando perto de gozar, dou uma mordida de leve no seu clitóris. — Ah! — Ela grita puxado forte meus cabelos, dói um pouco, mas nesse momento já liguei o foda-se.

— Goza na minha boca, loirinha? — Peço como se precisasse disso para continuar vivendo. Parece que dei uma ordem, porque assim que falo ela se derrete em minha boca gritando meu nome. — Que delícia! — Fala baixo tomada pelo efeito do orgasmo que acabei de lhe proporcionar, enquanto sugo todo o seu doce néctar. Assim que se recupera do orgasmo, solta um pequeno rugido, sim ela rugiu estilo uma tigresa, se sentando sobre mim. Luiza morde o lábio inferior me olhando tão profundamente, como se pudesse me ver por completo, eu a quero mais que tudo. A safada se ajoelha em minha frente, e então me sobre seu olhar devasso me sinto como o rei da porra toda. Quando abaixa minha cueca meu pau salta para fora assustando-a, vejo quando passa a língua nos lábios, e se ela continuar me olhando dessa forma, ela me terá em suas mãos antes mesmo que possa imaginar. Seguro a base do meu pau, e o chacoalho, ela me olha admirada, todas elas sempre amam meu cacete. — É isso que você quer, loirinha? — Ela afirma com a cabeça mordendo o lábio. — Fala o que você quer, princesa. — Provoco-a. — Quero seu pau, na minha boca, agora! — Começo a alisar meu meninão para cima, e para baixo, punhetando, vejo como seus olhos ficam vidrados nele, como se estivesse vendo alguma coisa impressionante. Assim que sai uma gota pré-ejaculatória da glande, ela avança e dá um beijinho delicado na ponta do meu pau, e eu piro. Como essa mina é sexy, ela fez um biquinho com esse batom vermelho que me deixou louco de tesão, não aguento mais, preciso de um alivio. Como uma tortura ela enfia meu pau devagarzinho em sua boca, tomando suavemente centímetro a centímetro dele. Sinto meu gozo se aproximando, mas me seguro para não acabar com o melhor da festa, preciso foder minha loirinha. Minha? Vejam como estou ferrado! — Que boca deliciosa! — Com minha mão esquerda puxo levemente seu cabelo, incentivando-a continuar, ela olha para cima com meu pau atolado na boca, e essa foi a visão mais linda e excitante que já tive. Começo a acelerar os movimentos de vai e vem, quando sua mão direita agarra

minhas bolas, não dá outra, solto um gemido rouco. — Caralho, chega loirinha, sua boca é deliciosa demais, mas não quero gozar agora! — Pego ela pelos ombros colocando-a em pé, nos beijamos, mas agora ela era a dona da porra toda, estava comandando tudo. Me agarra fazendo-nos cair sentados no sofá, a safada dá uma gargalhada, e ao escutar aquele som, meu coração por um instante parou de bater. Essa mina tá me tirando dos eixos. Coloquei ela de quatro no sofá, peguei um preservativo dentro do bolso da minha calça no chão, e encapei o menino. Quando ela olhou para trás para ver o que estava acontecendo, respirei fundo. — E ai loirinha, o que você quer agora? — Sorrio a provocando. — Ela morde os lábios de um jeito sexy pra caralho! — Quero você, me foda!!! — Sem esperar enfio o meu pau de uma só vez, fazendo ela gemer gostoso, isso é música para meus ouvidos. Eu preciso gozar urgente, já não posso mais segurar — Loirinha eu preciso esvaziar! — Mais, quero mais!! — Não acredito que a loirinha tímida, além de rugir igual uma tigresa, é uma tarada, gemendo e pedindo por mais. Então meto rápido, fundo e forte, como ela quer, porque não sou homem de negar nada a uma mulher. Me delicio com sua bocetinha, que aperta meu pau com força. — Vai loirinha, goza gostoso. — Dou um tapa na bunda dela, que grita e eu me afundo cada vez mais, viajando com os sons que nossos corpos produzem ao colidirem com as arremetidas incessantes. Até que gozamos juntos caindo no sofá ofegantes, após nossas respirações se regularem, retiro o preservativo, dou um nó na ponta, e descarto ao lado do sofá no chão. Me deito novamente tendo a impressão de ser observado, olho para o lado, e ela está com o seu olhar de safadinha, e com um sorriso sexy nos lábios, sei que ela quer mais. — Você é insaciável loirinha, vem cá, vem pro papai! — Luiza me agarra, e com ela pendurada em meus braços, subo as escadas para o quarto. Fodemos mais três vezes por lá, em todos os cantos do quarto, e todas as posições possíveis. Ela fodidamente me surpreendeu com sua banca de

tímida, não esperava que soubesse nem o que era um pau, mais ela sabe, e como sabe!

Estávamos deitados na cama, ela tem a cabeça sobre meu peito, e estamos totalmente desprovidos de pudor, pelados, depois de várias trepadas. Ela se levanta indo ao banheiro, eu já estava achando que pediria para que a levasse embora, mas a noite mal começou, penso comigo mesmo que ainda não tive o bastante dela. Mas para meu alivio, assim que aporta se abriu, percebi seu olhar faminto enquanto caminhava em direção a cama. — Esta cansadinho, Edu? — Não acredito no que essa peste falou. — Jamais loirinha! — Ajeitando-se em cima de mim, fazendo-me atolar o pau nela sem nenhuma barreira entre nós, sinto sua cavidade úmida, e quente, quando ela começa a cavalgar como uma verdadeira amazona. Estava muito bom sentir ela sem nada pra atrapalhar, mais não podia deixar minha cabeça debaixo, pensar por mim. — Loirinha, não quero parar agora, mas você não está esquecendo de nada? — Ela me olha confusa percebendo sua distração. Sorrio de sua timidez, quando fica vermelha e sem graça. — Ah ... me desculpe, onde tem mais? Eu pego pra você. — Aponto para a direção do criado mudo ao lado da cama, ela abre a gaveta pegando um envelopinho prateado. Depois que encapa o menino ela volta a cavalgar, nunca pensei que um dia fosse dizer isso, mais essa minha loirinha é foda demais, ela me fez ter uma visão diferente sobre o sexo selvagem, com ela eu não me canso, ou sequer quero parar, desejando sempre mais. Invertendo o jogo, subo em cima dela começando a meter como se não houvesse o amanhã, gozamos juntos de novo, mas dessa vez deu game over para mim, depois de muito gozar, uma hora sabia que meu corpo ia padecer. E foi essa hora que fechei os olhos sem perceber, adormeci pegando ferrado no sono, depois de uma senhora trepada!

Acordei atordoado com meu celular tocando em algum lugar, me obrigando a abrir os olhos, e procura-lo. o quarto está claro, então percebo que já amanheceu, dormi para caralho. Olho para lado da cama, e cadê minha loirinha? Começo a procura-la pela casa com o pau duro, pronto pra uma trepada matinal, sem querer acreditar que ela foi embora sem avisar. Aquela dêmonia fugiu, será que fiz algo errado? Será que vou ver essa loirinha alguma outra vez? Estávamos com tanto tesão ontem que nem trocamos telefone. Mas então me lembro que foi uma trepada de uma vez só, e nada mais. Sento desanimado no sofá pensando que foi melhor, assim não preciso levar ela até em casa, foi como faço com todas as outras, só uma trepada e nada mais, tchau, obrigado! Mas quando olho para o lado do sofá não consigo acreditar que a calcinha preta de renda dela, ficou aqui, me pego rindo sozinho. O que essa loirinha fez comigo?

CAPÍTULO 3

Luiza Minha noite foi maravilhosa, não me lembro a quanto tempo não faço uso de uma piroca como a de Edu, minha safada que estava adormecida, despertou, e nesse momento estou toda de riso frouxo ao lembrar da noite passada. Mas só relaxei quando me vi deitada em minha cama, pois tive medo de passar a noite no Flat do Edu, e ele não gostar, por isso assim que ele pegou no sono profundo, me troquei e fui embora de fininho, deixando para trás minha calcinha que não achei nem por um decreto. Foi melhor assim, nós dois queríamos sexo de uma noite, que por sinal foi muito bom, mas só isso, poupei o tempo dele de ter que me trazer embora, e poupei o meu também de me iludir. Porque se tem uma coisa que sou é iludida, Deus me defenderay. Na testa dele estava escrito nitidamente "sexo casual", ele sabe o que faz, pega, e não se apega, e vamos combinar, quem sou eu na fila do pão para querer mudar isso? Então segue o baile! Agora tenho que focar na minha entrevista que no momento é o que me importa. Acordei bem cedinho para começar o processo de concentração, e preparação, estou muito ansiosa, preciso ter minha independência, por esse motivo não posso perder essa oportunidade. Falta menos de uma hora para minha entrevista, e eu já estou pronta, vesti uma saia lápis preta, uma blusa de seda grafite e scarpin preto para completar o look. Deixei meus cabelos soltos com suas ondas naturais, passei só um rímel e um batom nude, sem excesso porque como diz minha amiga Jaque menos é mais. Por falar em Jaque, não a vejo desde ontem, tenho duas opções martelando na minha cabeça: 1. Ela arrumou um boy no bar ontem, e dormiu fora; 2. Ela levantou muito cedo e saiu sem eu perceber. Ela teria que me explicar isso direitinho, ainda hoje.

Estou dentro do táxi a caminho da Novaes, a ansiedade está a mil, fecho os olhos, respiro fundo e rezo 10 ave Marias e 7 pai nosso, mas nada me prepara para a visão que tenho nesse momento chegando ao meu destino, caraca, impressionante como aqui é grande, e luxuoso. Sei que me perderia fácil aqui dentro, então falo meu nome na recepção sendo direcionada a uma salinha de espera, onde mais três mulheres além de mim estão aguardando. Tenho a leve impressão que a vaga será concorrida, mas sou positiva, e isso aumenta minha perspectiva de que essa vaga já é minha! Todas que entram na sala do Sr. Novaes, saem de lá com um sorriso de orelha a orelha, mas minha gente como assim? Ou o velho está dando emprego à todas, ou deve ser um coroa bem gostosão. Pronto, agora lascou, além de ansiosa estou curiosa para saber o que está acontecendo, e minha vez não chega logo, minha vontade de roer as unhas é grande, minha perna dá pulinhos de inquietude. Passa uns bons minutos, só depois de um tempão aguardando, chega a minha vez, uma loira peituda anuncia meu nome, me levanto passo as mão por minha saia e vou em direção a modelo capa de revista que está em minha frente, me deixando no chinelo em termos de beleza, mas cada um trabalha com o que tem. Assim que a loira diva da sedução abre a porta do escritório do Sr. Novaes eu entro, não consigo nem reparar no lugar a minha volta, pois acabo de ter a certeza que o destino só pode estar de sacanagem com a minha própria cara, quem estava atrás da mesa? Quem era o Sr. Novaes "idoso”? Ele mesmo, o cara que que me fez gozar incontáveis vezes, o cara que é um deus do sexo, e não querendo mais colocar adjetivos ao mano tatuado da noite passada, paro de pensar nele mesmo, Edu! Não é possível, só pode ser pegadinha, cadê as câmeras escondidas? que azar, devo ter nascido com o rabo virado para lua só pode, não tem outra explicação. Minhas pernas estão bambas, e não consigo sair do lugar, não sei quanto tempo já se passou e estou imóvel próxima a porta sem reação alguma. Como pode Senhor? Alguém pode me explicar? Se é que há alguma

explicação para essa obra divina em minha vida, coincidência demais para uma pessoa só! Então respiro fundo, e decido tomar coragem, encarar a realidade, e daí que ele me comeu ontem de todas as formas? Ele pode ser seu futuro chefe, então dá uma segurada, fica calma, e encare os fatos porra! Respiro contando até perder a noção dos números pelo nervoso que me consome, dou alguns passos chegando mais próxima da mesa do "idoso," que de idoso não tem porra nenhuma, Edu faz sinal com a cabeça me mandando sentar. Ele me olha com um semblante sério, e me sento na cadeira de frente a ele, o pior de tudo é que o filho da mãe é gato pra caralho, e está com um sorriso sacana nos lábios. Esses mesmo que eu beijei muito ontem, solto um suspiro involuntário, mordendo os meus em reflexo. Agora pensem comigo, o cara era o mano tatuado mais lindo que já tinha visto na face da terra, e de repente descubro que é um executivo, e dono da porra toda, como posso assimilar, sem surtar? Ele está a verdadeira oitava maravilha do mundo dentro de um terno de corte fino, cabelos penteadinhos, mais ainda assim consigo notar algumas tatuagens, quem poderia imaginar? Vamos lá Luiza, coragem minha filha, finge demência, abstrai, apenas uma noite, lembra? — Bom dia Sr. Novaes — Falo de uma vez, ele me olha com um nível alto de cinismo. — Bom dia Srta. Garcia, ou devo dizer loirinha? — Que filho da puta. Nem o chapolim colorado quer aparecer em uma hora dessas para me defender. Fico mega sem graça, e dou uma risada tosca sem saber o que responder. — Quem diria que fosse te encontrar nessas circunstâncias? — Sorri, e eu percebo que ele também não está sabendo lidar com a situação desconcertante. — É, então, que coincidência, não é? — Passo essa vergonha no crédito, parcelando em 10 vezes com juros, e ele simplesmente ri. — Então era esse o compromisso inadiável que você se referia ontem? Por isso fugiu de mim sem nem dizer adeus, obrigado pelo sexo esplêndido? — Modesto ele, babaca!

— Respondendo a sua primeira pergunta, sim era esse meu compromisso inadiável que me referi, e sobre a sua segunda pergunta, eu não fugi, e você é bem modesto não é mesmo? — Ele solta uma gargalhada, me fitando em seguida. — Opa que língua afiada Srta. Garcia, calma, não está mais aqui quem falou. — Dá uma pausa voltando falar. — Bom, então vamos ao que interessa. Estou vendo aqui, seu currículo é muito bom, você teve ótimas notas na faculdade, e boas recomendações, com certeza uma ótima candidata para o cargo. — Tenho a leve impressão que ele não gostou muito do modo que falei, mudou muito rápido de assunto, e vestiu a máscara de executivo gostosão. Eu e minha boca grande. — Bom Sr. Novaes, estou disposta a dar o meu melhor para ter esse cargo, eu aprendo rápido as funções, o que posso garantir é a minha determinação e comprometimento com a empresa. — Querendo definitivamente acabar com o que resta da minha sanidade mental, ele passa a língua nos lábios começando a fazer perguntas sobre meu currículo, funções, essas coisas todas que uma entrevista normal deve acontecer. No fim acho que ele só queria mesmo cantar vitória, dizendo que trepou ontem comigo e foi o fodão do sexo esplêndido, como ele mesmo disse, que escroto! Ainda bem que está se comportando direitinho como profissional, mesmo no fundo estando desanimada pois acredito que ele não vá me contratar, imagino que não queira uma foda casual pegando no seu pé, e isso eu jamais ia fazer, não faz parte da minha personalidade correr atrás de macho, por mais apaixonada que eu esteja. Não que eu esteja, nunca me prestei a esse papel, e não seria agora. A entrevista termina, ele dá a volta na mesa, ficando de frente para mim, me levanto comportada percebendo que estamos muito próximos, ele aperta minha mão, e um choque atravessa meu corpo só com um simples toque dele. É indiscutível, o filho da puta mexe comigo. — O seu currículo é o melhor que tenho, quero te contratar pela sua capacidade, e pelo desempenho exemplar que teve nos estágios que fez durante a faculdade. Pelas indicações que recebi da Srta. seria muita burrice da minha parte se não te contratasse, e estou dizendo tudo isso a você pois

não quero que entenda mal, quero te contratar pelo seu profissionalismo, e não porque nos conhecemos ontem! Respira, Luiza! — Então ... quer dizer que estou contratada? — Sim senhorita, pode começar na segunda-feira, assim que chegar será direcionada ao seu setor e explicaremos todo o funcionamento da empresa. — Nesse momento tenho vontade de pular de tanta alegria. — Muito obrigada, o senhor não vai se arrepender, vou fazer o meu melhor. — Meu sorriso é amplo. — Disso eu tenho certeza, mais só vou te pedir um favor, sem formalidades, não precisa me chamar de senhor se já nos conhecemos tão intimamente. — Engulo seco, e pisco os olhos sem parar. — Humm... ok então ... Eduardo! – As palavras entalam na minha garganta. — Bom, eu te acompanho até a porta. — E vai me guiando até a saída de sua sala, mas quando estamos chegando próximo a porta, ele puxa meu braço sussurrando em meu ouvido. — Não gostei da sua atitude de fugir hoje de manhã, e por um acaso você esqueceu isso no meu flat - Tira minha calcinha do seu bolso, isso mesmo, minha calcinha estava dentro do bolso dele. Estou chocada com essa atitude, juro que não esperava ele ser tão maníaco, parece que adivinhou que me encontraria hoje, ou simplesmente manteve a peça dentro do bolso por ser completamente louco. Me viro de frente para ele. — Que pervertido, e saiba o senhor que não fugi, só achei que se você acordasse de manhã e me visse lá não ia gostar! — Ele faz uma cara de surpreso. — Jamais faria isso, ainda mais depois da noite que você me proporcionou. — Fico de boca aberta, meu Deus será que ouvi direito? — Bom, agora sabe que não fugi, e sei que você não teria ficado bravo, está tudo certo e a partir de segunda-feira serei sua funcionária, e você

meu chefe. — Isso! Mas quero que saiba que para mim ontem não foi o suficiente, quero mais de você loirinha. Minha nossa, por mais essa não esperava novamente. Fico sem reação olhando nos olhos dele, tentando entender o porquê disso tudo, e ele simplesmente afasta o cabelo do meu pescoço passando o nariz por toda extensão. É demais para mim, fecho os olhos tentando me recuperar, coloco as mãos no peitoral dele numa tentativa falha de afasta-lo, não conseguindo mover um centímetro dele longe de mim, ele percebe se afastando um pouco. — Quero você! — Sussurra muito próximo a minha boca. — Edu ... por favor, você está dificultando as coisas. — Tento fazer com que volte a realidade. — Dificultando porquê? É tão simples! — Não dá para ser assim, aqui não é lugar para isso, como vai ser a situação a partir de segunda-feira? — Eu te entendo. — Se afasta. — Vamos dar um rolê hoje, então? Podemos conversar, tomar um vinho, o que acha? — Propõe. — Um encontro, é isso? — Sorrio, ele engole seco e faz meio que uma cara de espanto, demora uns dois segundos para ter uma reação. — Pode ser chamado assim, um encontro, e ai? — Sou discreta com a minha reação, para não deixar tão estampado na minha cara que estou amando tudo isso. — Ok então, tudo bem! — Concordo. Ele passa os dedos levemente na minha bochecha ruborizada, e combinamos dele me mandar mensagens pelo celular confirmando o horário, e passar o endereço de casa para ele. Pode me beliscar que eu não estou acreditando ... Eu Luiza louca Garcia estou de encontro marcado com Eduardo gostoso Novaes, morram de inveja!! Saio da Novaes radiante e com um sorriso de orelha a orelha. Mas espera aí, todas as candidatas anteriores saíram daqui com o mesmo sorriso,

será que esse gostoso maldito marcou encontro com todas as outras também, não é possível, estava muito bom para ser verdade!

CAPÍTULO 4

Edu O que diabos está acontecendo comigo? Eu não consigo parar de pensar naquela demônia loira, e isso nunca me aconteceu. Hoje na hora que ela entrou na minha sala como candidata a vaga, parecia um anjo, até esfreguei os olhos pra saber se não estava sonhando, mas ela também ficou abalada, porque eu notei. E no final das contas me surpreendi com o currículo dessa loirinha, ela é muito capacitada para vaga, não tinha como não contratar, mas a minha pior burrada foi convida-la para um encontro hoje à noite, me pego perguntando a mim mesmo onde estava com a cabeça para propor um encontro, nem eu mesmo sei. Após ela sair da empresa passei o dia todo aéreo, me peguei rindo sozinho várias vezes, lembrando dos nossos momentos de ontem. Agora estou aqui, pensando no que fazer, se desmarco o encontro arrumando uma desculpa qualquer, ou se vou nessa porra para ver o que vai dar. Não estou me entendendo, não consigo ficar longe dela, e quando estamos no mesmo lugar sinto a necessidade de toca-la, será que isso é normal? Penso que talvez transar com ela mais uma vez, seja meu remédio, acho que não tive o bastante na noite passada, por isso essa bagunça na minha cabeça, só pode ser !!!

Luiza Sai da empresa atônita, alguma coisa está errada, será que esse cara está me fazendo de otária? Alguma coisa tem, e eu só posso descobrir indo a esse "encontro", que ele me propôs! Chego em casa na hora do almoço, e a dissimulada da Jaque está com a maior cara de quem deu a noite toda de ontem. — Anda vai, me conta logo! — Chego já a intimando. — Oi pra você também, Luluzinha da minha vida. — Já disse que ela é cheia de inventar apelidinhos para todos na vida dela? Pois é, o meu é Luluzinha e até que acho fofo. -0 Você deu ontem, não é, sua vaca? Eu sei, não adianta negar. — Olha o respeito, eu saí com um cara sim, Jhon é o nome dele. Ele é daqueles que eu não acho no mercado à tempos, foi muito bom mais ele não tem cara de que liga no dia seguinte, então Luluzinha nem vou me iludir! — Dá de ombros Fico me perguntando o que esses homens pensam? Nós temos coração também, poxa! De repente, ela se virou me fitando. — Por falar em boy magia, me conta quem é aquele pão que saiu com você ontem do bar? — Então conto tudo a ela, mas sem os detalhes sórdidos, assim que termino falando que tenho um encontro com ele, ela me sai pulando na frente me arrastando junto. — Luluzinha meu amor, essa é a sua chance bicha burra, se o Dudu é homem de uma noite só, me explica o porquê dele ter te convidado para um encontro hoje? Pensa comigo, homens assim não tem encontros, eles saem pegando geral, amanhã esquecem até os nomes das coitadas! Você vai arrasar hoje e eu vou te ajudar. — Mal conhece Edu e já criou um apelido, ainda me faz acreditar que ele está afim algo mais. — Acredita em mim que é sucesso! Recebi um SMS de Edu, dizendo que passará aqui logo após o escritório, dito isso, eu e Jaque pensamos em algo que tivesse a ver com o

contexto terno e gravata, então fiquei com a opção de um vestido azul marinho de alças largas, bem justo, com uma faixa abaixo dos seios e rodado da cintura para baixo, um sapato preto de duas tiras e salto fino. Optei por uma maquiagem bem leve, e na boca um batom rosa clarinho. Perto do horário de Edu chegar, Jaque insiste que quando o porteiro tocasse o interfone, fingiria que estava terminando de me arrumar. Assim ela teria tempo para conhece-lo. Então assim que toca o interfone saio correndo para o quarto, e minha amiga foi abrir a porta. Depois de uns 5 minutos ela aparece eufórica no quarto. — Miga sua louca, que pedaço suculento de picanha é esse na nossa sala, serve mais de três refeições, o que você tem na sua pepeca? Mel só pode, ele está caidinho por você Luluzinha, aproveita porque não é todos os dias que um pão desses aparece! — Eu dou uma gargalhada alta por conta do desespero dela. Ela me acompanha até a sala onde ele me espera, fico sem graça, não sei porque, mas a presença dele me deixa nervosa. Pousa seu olhar em mim sorrindo, mas fica parado esperando que eu vá até ele, então a desequilibrada da minha amiga chega próxima, falando disfarçadamente no meu ouvido. — Dudu, me joga na parede e me chama de lagartixa. — Disfarço, e dou um tapinha em seu ombro. — Oi, desculpe a demora Edu, estou pronta, podemos ir? — Você está linda loirinha, vamos sim. — Jaque faltou me dar um empurrão — Foi um prazer te conhecer Dudu, cuida bem da Luluzinha. — Ele me olha com uma cara segurando o riso. — Pode deixar, eu vou cuidar bem dela. Estamos indo em direção a porta e quando eu olho pra vaca da Jaque gesticulando com os lábios sem fazer som algum - " Sortuda do caralho" Eu dou um tchauzinho com os dedos por pura provocação.

Edu Na hora que entrei no apê da loirinha, uma garota doidinha me atendeu me chamando de Dudu, como se me conhecesse a décadas. Ela era gata, uma negra, com olhos marcantes, com sua boca chamativa e um rabetão de deixar qualquer homem com a mão coçando pra dar um tapa. Não vou ficar reparando na amiga da loirinha né, mais enquanto ela não vem, olhar não tira pedaço, mas penso assim só até a diaba loira aparecer. Minha garganta fica completamente seca, e reparar na incrível raba da amiga dela, já faz mais efeito algum em mim. Fico admirando, abrindo e fechando a boca, sem ter o que dizer, ou esboçar qualquer reação. Realmente não sei o que há de errado comigo, até ela chegar de frente a mim, parece uma eternidade, incrivelmente em câmera lenta, estou definitivamente perdido, porra, eu estou realmente fodido.

Luiza Estamos no carro, quando do nada ele coloca a mão sobre o meu joelho, instintivamente eu olho surpresa seu movimento. — E ai loirinha, me dá alguma ideia de rolê, estou com fome, mas não sei onde podemos ir — Constato que o interesse dele é mínimo, e se estiver fingindo faz isso muito bem. — Não tenho ideia, se bem que tem um restaurante ótimo próximo a praia, se você quiser podemos jantar depois dar uma volta, ver o mar, sei lá. — Tento não ficar tão sem graça, mas não quero arruinar a noite, tento ser o mais simpática possível. No Rio de Janeiro o que mais tem é praia, se ele mora aqui é porque deve gostar, e se ele disser que não gosta vou mandar ele ir pastar, porque onde já se viu convidar uma mulher para um encontro e não saber nem onde vai, no mínimo ele é um cabaço em termos de encontros, coisa que eu não duvido. Indiquei a ele o caminho até chegar no local que sugeri, assim que chegamos o garçom sinaliza para a mesa onde nos sentamos, pedimos a comida e conversamos assuntos aleatórios, só sobre a empresa e as funções que em breve ocuparei. Já estava me dando ranço, nem parece mais o cara que encontrei ontem todo despojado e com um papo legal. — Então, sua amiga é engraçada, ela é doidinha, vocês se conhecem faz tempo? — Aleluia, finalmente uma pergunta descente, que não se refere a trabalho. — A gente divide apartamento desde o início da faculdade, ela é bem doidinha mesmo, não liga, ela inventa apelido pra todo mundo. — Já logo sei que Jaque chamou ele por algum apelido. — Percebi, ela te chama de Luluzinha, achei fofo. — E cai na gargalhada. Ele está me zoando, é isso? — Ha há, engraçadinho!

— Estou brincando, mas acho linda essa sua carinha de brava. — Carinha de brava de cú é rola. Logico que isso eu não digo a ele, mas vontade não me falta. Acabamos de jantar e saímos do restaurante com ele ainda rindo da minha cara, lembrando da minha reação quando vi ele na empresa. Atravessamos a rua em direção à praia, e antes de pensar na hipótese de retirar as sandálias para caminhar na areia, vejo ele se abaixando, fazendo isso sem eu ao menos pedir ajuda ou algo do tipo, e assim sou surpreendida novamente. Ele me deixa confusa, não sei o que pensar quando o vejo tomando esse tipo de atitude. — Edu, não precisava, eu mesma podia ter tirado as sandálias. — Fico sem graça com tal atitude. — Eu sei que você é totalmente capaz de tirar suas próprias sandálias, loirinha. — E eu penso comigo, cadê o mano das gírias? Hoje ele está oscilando entre o mano e o galanteador. — Já que você insiste. — Dou de ombros, deixando terminar seu feito. Ele pegou as sandálias na mão me guiando até a areia para caminharmos. Parecia uma cena de filme romântico, eu e ele de mãos dadas na praia caminhando, mas percebo ele muito quieto, parece até mesmo incomodado. — Edu? Planeta terra chamando. — Falo para descontrair, ele dá um sorriso sem graça, e volta seu olhar para a areia. — Loirinha, desculpe por estar tão aéreo, eu me sinto meio estranho desde ... desde ontem ... desde que acordei e você não estava lá no meu flat. Eu nunca fui para um encontro com uma mulher, era sempre uma noite só, e acho esquisito sentir essa vontade de estar com você, por isso, pensei demais em tudo o que está acontecendo e decidi falar abertamente sobre isso. Jesus me abana, é o que estou pensando ou estou ficando louca? Nesse momento paramos de caminhar, pois minhas pernas ficaram bambas e ele não precisa saber desse detalhe. Então respiro fundo quando ele vira de frente a mim, olhando em meus olhos.

— Eu sinto que não tive o suficiente de você, preciso de mais, e sinceramente não sei se vai ser necessário também. Então pensei em te perguntar, e espero que aceite minha proposta. Meu Jesus cristinho, não tenho nada para me apoiar se caso eu não aguentar e querer cair de madura com o impacto da proposta, não consigo falar, por isso só aceno com a cabeça pedindo para que ele continuasse — Então, eu não sei muita coisa, sou muito novo nesse tipo de coisa, mas queria te conhecer melhor, ficar mais perto de você, não sei como se chama isso, muito menos como se refere. —Ele fica tímido, sim, Eduardo Novaes está tímido. — Queria que você fosse minha, por tempo indeterminado. — Sorri safado. — Eu aceito, mais com uma condição, você e eu seremos exclusivos, e na empresa seremos apenas patrão e funcionária, não quero me expor!! — Acho que fui rápida demais. — Teve mais de uma condição loirinha, não rouba. — Agora ele está mais relaxado e descontraído. — Você me entendeu, não se faça de bobo. — Se aproxima de mim e sinto seu cheiro de macho alfa, não resisto, colocando minhas mãos em volta do seu pescoço, às vezes também sou uma mulher de atitude não me julguem. Ele sorri com meu gesto, e me beija, um beijo calmo e casto, bem diferente de tudo o que fizemos ontem. Sinto tranquilidade e segurança com esse beijo, pode ser que não dê em nada tudo isso que está acontecendo, mas eu vou assumir esse risco, mesmo que ele se canse e não queira mais, pois com a vida que ele leva não duvido que isso aconteça. Terminamos o beijo, mas continuamos grudados. — E ai Edu? Vai concordar ou não com as minhas condições? — Tenho que pensar, se vale a pena. — Diz me soltando e posicionando um dedo no queixo tipo fazendo pose de pensador, meu filho seu nome é Eduardo e não Gabriel, me poupe. — Tem que pensar? Se você acha que não consegue, nem adianta tentar porque eu não quero ser só mais uma e .... — Ele me pega no colo e nem me deixa concluir meu raciocínio, me beija forte e com vontade, aquele

beijo de tirar o folego, se ele quiser me interromper assim todas as vezes eu não ligo, não ligo mesmo! — Eu aceito sim, mais só se você vier comigo agora, para termos uma conversa mais íntima e iniciar tudo isso do modo mais apropriado! — O filho da puta sabe o que dizer, só se eu fosse demente recusaria um pedido desse nessa situação.

Reconheço o caminho do flat, logo me vem em mente que terei Edu entre minhas pernas novamente, e a sensação excitante que toma conta do meu corpo chega a queimar minha pele. Sem conseguir segurar o teor do tesão acumulado, mal espero descermos do carro, atacando Edu com um beijo ardente, que me consome, fazendo com que um gemido baixo fique entre nosso beijo desesperado. Entramos no elevador tentando nos conter, ofegantes, mal esperamos a porta do elevador se fechar, e novamente estamos mutuamente nos atacando. Assim que as portas se abrem saímos sem nos desgrudar, tem tanta necessidade nesse gesto que posso até me arriscar que o nome disso seja saudade. Ele abre a porta com uma certa dificuldade e paramos no sofá mesmo, eu como decidida que sou começo a me despir, enquanto ele se senta e aproveita o show particular, não é um strip, mais eu tento colocar sensualidade nos movimentos para deixa-lo ainda mais louco, afinal tenho minhas armas! Avido por um contato, Edu se transforma em um devasso, deixando aos farrapos minhas peças intimas, rindo da minha reação de não esperar certa atitude de sua parte, ele está afobado, fazendo as coisas depressa como se estivesse necessitado disso, eu acho muito sexy e inesperado. — Calma bebê, estou aqui, não vou a lugar algum! — Digo fazendo ele dá uma gargalhada gostosa, olhando em meus olhos. — Promete que na hora que eu acordar você vai estar aqui? Não foge

de mim! — Pede com um olhar diferente de tudo o que eu já vi. — Como eu disse, não vou a lugar algum! - Engulo seco. Sem esperar mas nenhum segundo, deixando todo esse papo fofo para depois, abocanha meu seio que já se encontrava duro à sua espera, posso sentir minha excitação umedecer minha intimidade. Como o esperado, Edu dá a mesma atenção ao meu outro, sem deixar nada a desejar, só me fazendo desejar tê-lo dentro de mim, forte. — Quero você! — Nessa hora pareço uma gatinha miando. — Calma loirinha, eu também preciso disso tanto quanto você, então vamos nos aliviar agora e depois fazemos do jeito que tem que ser feito. — Seu sorriso de canto, só me faz acreditar ainda mais que ele não passa de um safado, que eu adoro. Dito isso ele tira um preservativo do bolso, enquanto eu abro seu cinto, e estou no último céu vendo a cena dele cobrindo seu majestoso pau, grande, grosso, cheio de veias, resumindo é um senhor caralho. Assim que está devidamente envolvido pelo látex, eu nem espero ele se livrar totalmente das calças, e já começo a cavalgar fazendo ele gemer, eu amo esse som que ele faz, me encorajando ainda mais a proporcionar seu prazer. Segurando firme em meu pescoço com um leve sufocamento e quase arrancando minha boca com o beijo forte, vira-me direcionando meu corpo, deitando-me de costas no sofá, sinto seu membro pulsar em minha entrada, e quando belisca os bicos entumecidos dos meus seios, eu grito com reação ao gesto inesperado, sem aviso entra de uma só vez, pedindo espaço em meu interior, deixando minha boca aberta sem nenhum som sair dela, minha respiração nesse momento falhou e minha cabeça é uma nuvem vazia em pensamentos. Me tirou completamente de órbita. — É isso que você quer, loirinha? Então toma gostosa! — Isso, eu quero tudo!!! — O som do atrito que nossos corpos produzem faz com que eu sinta ainda mais tesão. Sem parar os movimentos bruscos, buscando nosso prazer por completo, sinto um tremor intenso tomar conta do meu corpo, estou à beira do abismo.

— Goza comigo, loirinha! — E como se meu corpo tivesse um botão de orgasmo, eu e ele explodimos juntos, nos entregando a um êxtase intenso, ouvindo somente nossa respiração se normalizar, enquanto sinto o vazio que Edu deixou ao sair de dentro de mim. Agora, estirada na cama, largada, totalmente exposta e saciada, enquanto ele vai ao banheiro se livrar do preservativo, me pergunto a que ponto chegamos, acho que o que eu mais temia está acontecendo, estou me iludindo, e não sei se terá retorno ao que estou sentindo no momento, o que será que aconteceu comigo? Não sei responder no momento, será que preciso pedir ajuda aos universitários?

CAPÍTULO 5

Edu Não faz nenhum sentido trepar tanto em uma só noite, e não ter a mínima vontade de parar. Luiza tem esse poder sobre mim, com seu fogo incontrolável, me fez perder a noção e consciência dos meus atos, deixandonos ao ápice da exaustão, foi o que me fez parar. Agora me encontro deitado, olhando para o teto e ao meu lado está ela dormindo serena, como um verdadeiro anjo. Pensamentos nublados, transformando-me em um verdadeiro caos, na minha cabeça, precisava dela por mais uma única vez, mas vejo agora que não bastou. Estou com uma ereção monstruosa só em admira-la, e isso só pode ser alguma loucura ou obra do verdadeiro senhor das trevas. Eu quero essa loirinha o tempo todo, só me resta saber se ficar só com ela vai ser um obstáculo a ser vencido, ou será natural como nossa aproximação. A confusão que se instala é de dar medo, não só pelo fato de estar acordado velando seu sono, mas também por estar com receio de pegar no sono e quando acordar, ela não estar, como foi da última vez, acho que vou enlouquecer. Mesmo com a cabeça à mil, acabo me entregando ao cansaço dormindo profundamente, sentindo o calor que o corpo dela emana colado ao meu, dando a prova que precisava para acreditar que minha escolha foi a certa a se fazer. Desde que minha mãe se isolou completamente após o óbito repentino do meu pai, me sinto sozinho, e minha solidão só era esquecida com minha capacidade exorbitante em me perder entre pernas femininas, sempre fui muito cobrado por não ter um relacionamento duradouro e gerar "frutos", e nunca me apeguei a esse tipo de cobrança, também nunca achei necessário. Me acostumei com esse caminho que decidi percorrer sozinho, mas agora com a presença de Luiza, entrando e destruindo tudo o que eu achava que era o melhor para mim, começo a ver as coisas de outra forma, me assustando um pouco com a imensidão de divergências sobre pensamentos que ontem achava o certo a seguir. De repente acordo assustado, me surpreendendo com a claridade,

fazendo com que eu não consiga abrir os olhos, sem sentir o corpo que antes estava ao meu lado, permaneço imóvel, já sabendo que mesmo sem querer estarei sozinho. Esfregando os olhos sem acreditar no que novamente está acontecendo, mesmo implorando mentalmente, fico frustrado, sem coragem de olhar para o lado vazio e frio da cama, que antes Luiza estava, pensar somente nesse nome já me causa um enorme sentimento desconhecido e ao mesmo tempo raiva, ela fugiu por entre meus dedos, mais uma vez. Sento na cama, coloco as mãos na cabeça para pensar, a hipótese de ela ter desistido do que foi acordado ontem passa assim que escuto a porta do banheiro sendo aberta, olho sem acreditar na imagem que vejo diante de mim, ela está ali enrolada em uma toalha com os cabelos e o corpo molhado, pequenas gotículas de agua correm por toda extensão dos ombros e braços, eu preciso toca-la. Então levanto, sem pensar em mais nada, nem mesmo faço questão de me cobrir, por ainda estar nu, enlaço sua cintura com rapidez e cubro seu rosto com pequenos beijos. — Não gostei de acordar, e você não estar comigo na cama! — Vejo seus olhos brilharem. — Que nenê mais lindo, sentiu minha falta? — Ela tem um jeitinho que acabo de saber, que gosto bastante. — Posso ser sincero? — Pergunto, ela sinaliza que sim com a cabeça. — Já é a segunda vez que tenho esse sentimento de vazio inexplicável, não me pergunte, mas não quero que isso aconteça de novo. — Tudo bem, vou me lembrar disso, pode deixar. — Ela sorri e me beija calmamente. — Loirinha, não vamos abusar hoje, quero curtir de outra forma, ontem abusamos da brincadeira, por mais que eu queira passar o dia todo nessa cama com você, temos que ser conscientes e curtir o momento! — Obrigada, apesar do exagerado cuidado, eu sou forte, e quero tudo o que eu puder ter de você! — Me surpreendo com suas palavras. — Ok Hulk, eu acredito, mais vamos fazer do meu jeito. — Exijo, ela levanta as sobrancelhas em sinal de desafio. — Mesmo verde você seria linda. — Brinco para descontrair o clima de excitação que já toma conta.

— Se você continuar com esse pauzão de fora, eu não respondo por mim, não vai ter como fazer do seu jeito, e se me negar sexo, você será um homem morto. — Garota marrenta. — Nossa que medinho dela. — Me encarando, ela me ataca, com o impacto acabo caindo de costas na cama com ela por cima, sem deixar se abalar pela queda brusca, começa passando a língua nos meus mamilos e morde minha barriga de leve, vai descendo até chegar em seu destino. Demorando com beijos lentos em minha virilha, me deixando agoniado por um simples toque em seu objeto de desejo, meu pau. Até que ela segura na base e beija a ponta da cabeça já latejando de expectativa, eu reviro até os olhos, então ela começa uma tortura lenta e agonizante, enfiando meu membro rijo em sua boca quase que em câmera lenta, minha vontade é atolar até o fundo da sua garganta, mas me seguro ao máximo para não fazer dessa forma. Engolindo meu pau quase todo, começa a movimentar forte, mamando em mim, nunca gostei tanto disso, ela sabe fazer um verdadeiro boquete, é gulosinha, aperta minhas bolas com uma mão e com a outra me masturba enquanto chupa a cabeça do meu pau. — Que delícia Loirinha, se você continuar assim vou gozar rápido. — Ela me olha com o pau na boca, sem interromper seus movimentos, é a coisa mais sexy que já vi, agora ela não interrompe o contato visual, todo tempo me olha, enquanto chupa meu pau sem interrupções. — Vou gozar, quer leitinho sua safada? — Como ela não tem a atitude de me retirar da sua boca, entendo que ela quer o mesmo que eu, e me permito derramando todos os jatos grossos em sua boca. Me ordenhando, deixando meu pau ilustrado, retirando devagar da boca, e limpa os cantos como se tivesse bebido do mais delicioso cálice. Se inclina sobre meu corpo, ainda em recuperação pós orgasmo. — Adorei te ver gozar nenê. — Sussurra em meu ouvido, causando em mim um riso frouxo. — E eu adoro você — Um fica olhando para o outro sem saber o que falar, então ela sorri em resposta e me beija. — Também adoro você, Edu.

Luiza Minha noite foi maravilhosa, acho que está dando tudo certo comigo e com o Edu, nos demos muito bem, pelo menos na cama parece um encaixe perfeito e nossas conversas sempre acabam com risadas. Estou me sentindo à vontade com ele, parece que nos conhecemos a anos, estamos muito íntimos, temos liberdades um com o outro, coisa que eu nunca tive nem com meu ex namorado, é uma sensação muito boa, mais as vezes sinto Edu meio receoso, talvez seja apenas medo, por nunca ter nada parecido com alguém. Depois de uma manhã inteira nua, acompanhada, e bem comida na noite anterior, pois não fizemos sexo hoje, só carícias e beijos, sexo oral também rolou e vou te dizer que foi o melhor, essa atitude dele de me privar do sexo porque estou meio dolorida pela maratona de ontem me deixou feliz porque ele mostrou que se importa e que isso que temos não é só sexo, conseguimos interagir e conversar e nos saímos muito bem. Só estou com medo, com o rumo que isso tudo está tomando, estamos indo rápido demais e não quero me arrepender. Meu receio é de que Edu veja que um relacionamento não é nada do que ele imaginou, e tome a decisão de voltar a vida de puto que levava até dois dias atrás. Confesso que entrar de cabeça nessa história, está me deixando confusa e não sei o que pensar, tudo está tomando uma proporção muito grande e eu não estou dando conta dessa situação. — Vamos ter que passar em casa para eu colocar uma roupa limpa, e uma calcinha porque estou sem. — Sugiro, pois vamos almoçar e quero estar apresentável. — Sem problemas, loirinha, partiu? Chegando ao meu apartamento, percebo a ausência de Jaque, mas nem tento procura-la em algum outro cômodo, vou direto ao meu quarto acompanhada de Edu, que vem logo atrás, fechando a porta assim que entra. — Seu quarto é legal, bem menininha, faltou só umas Barbie. – Ele debocha, sentando na minha cama.

— Eu posso ser uma menininha, devassa. — Provoco-o. — Leva um biquíni na bolsa, quero dar um mergulho no mar com você. — Sugere e eu acho a ideia maravilhosa, preciso mesmo de um banho relaxante de mar. — Ok! — Concordo sem hesitar. Estávamos em um clima descontraído, no caminho para o restaurante ouvimos várias músicas no último volume, cantamos juntos, sorrimos, e vejo que era disso que precisava, ele é parecido comigo ao mesmo tempo tão diferente, uma sensação de plenitude se apossa de mim, nunca senti nada desse porte. O clima ao chegar no local escolhido para almoçarmos é ainda melhor, tenho a impressão que Edu quer mostrar a todos que estamos juntos, e sinto bem lá no fundo que isso não vai dar certo quando começarmos a trabalhar juntos. Não quero que as coisas se misturem e ele já foi avisado e está ciente do que penso, cada minuto que passo com ele me faz acreditar ainda mais que isso tudo está indo rápido demais, intenso demais. Esses pensamentos se dissipam, após chegarmos à praia, que é um verdadeiro balsamo, respiro fundo fechando os olhos, me entregando a verdadeira perfeição que essa paisagem é. Olhando para o lado vejo Edu apontando seu celular em minha direção. — Ei! — Sorrio, com o rubor subindo para as minhas bochechas. — Você está tirando fotos minhas? — Pergunto já sabendo a resposta. — Não pude perder essa oportunidade. — Então ele continua e eu entro na brincadeira, fazendo poses e caretas, rindo de tudo como uma boba. Após um mergulho juntos no mar, ele passa protetor em mim, ficamos juntinhos a tarde toda, mas o pior foi tentar explicar para ele que insistia me levar de volta ao flat para ficarmos mais essa noite juntos, não é que eu não queira mas, estávamos começando agora e queria ir mais devagar. Estava tudo muito lindo, mais se eu ficasse grudada nele irá fugir do meu controle, e não quero me apaixonar logo de cara, tenho medo dele desistir e eu ficar igual uma besta escutando Marília Mendonça, chorando e comendo besteiras.

Entramos no carro, ele dirige e coloca a mão no meu joelho ou dá a mão para mim demonstrando não conseguir ficar longe, me olha sorrindo, acabando de vez com a sanidade mental de qualquer um, não sou de ferro não meu chapa, segura seu charme aí garanhão. Mas vejo que ele está indo para o flat, vejo que teimosia habita nesse ser, mas logo aviso. — Nenê, eu quero ir para casa, estou cansada e quero que você descanse também, se quiser pode me ligar que não vou achar nada ruim. — Ele me olha com uma cara triste, e me arrependo de quebrar o clima. — Porque você não quer dormir comigo hoje, loirinha? – Faz beicinho, como uma verdadeira criança mimada. — Não é que eu não quero. — Coloco minha mão por cima da dele que está no meu joelho. — Já conversamos hoje, temos que ir um pouco devagar, está tudo muito intenso e eu já dormi com você ontem. Além disso teremos muito tempo, só começamos nos relacionar agora, se você quiser me ligar qualquer hora, eu vou gostar, e se amanhã quiser dar uma volta não tem problema, eu vou, nenê manhoso. – Brinco tentando voltar ao clima de antes. Ele sorri, mais não chega a ser um sorriso daqueles maravilhosos de tirar o fôlego igual aos que ele sempre dá, coloco a outra mão no seu rosto e acaricio sua barba por fazer. — Ok, você venceu, eu só concordo com isso se você jantar comigo hoje, depois te levo para casa, te ligo para falar boa noite e amanhã almoçamos juntos, pode ser? — Que cara possessivo da bexiga, ele realmente não sabe lidar com a situação, tenho que lembra-lo que não estamos namorando, mas confesso que estou achando bonitinho isso tudo. — Combinado, Edu! — Concordo — Porque está me chamado de Edu? Ficou brava? — Para de ser dramático Edu, você quer que segunda-feira eu chegue na sua empresa te chamando de nenê? Vou te chamar de Edu muitas vezes seu bobo. — Dou um tapinha leve em seu ombro. — Então me chama de Edu só na empresa, simples. — Isso é sério? Um cara desse tamanho com essa manha toda, só não vou perguntar se ele quer mamar brincando, se não é perigoso ele querer e eu confesso que

também irei gostar. — Ok, mandão. — Fomos pro flat de novo, ele pediu comida japonesa e enquanto a comida não chegava me chamou para uma ducha. Ele que me deu banho, eu parecia uma criança que a mãe dá banho porque não sabe se esfregar direito, mais amei o cuidado dele comigo. Esse banho foi um tanto quanto erótico, ele me alisou demais, fui bulinada sem perceber, mas percebendo. Após isso, me alimento e me aninho a ele no sofá mesmo, aproveitando o restinho do tempo que tenho ao seu lado, ante de ir para casa. — Vou dormir sem você, e eu não quero, estou exagerando? — Um pouco, mais você vai aprender, aliás, viveu até hoje e está inteiro, não vai ser agora que vai custar algo ficar longe por algumas horas. — Me viro de frente a ele e acaricio seu rosto, ele olha nos meus olhos e me beija delicadamente, um beijo demorado sem nenhum teor de sexo. — então vamos? — Ele me olha com tristeza nos olhos. -- Vamos né, não tem outro jeito, ninguém mandou eu arrumar uma mina tão mandona é nisso que dá. — Dou um tapinha no braço dele e rimos em uníssono. No carro conversamos sobre amanhã, onde vamos almoçar e combinamos tudo, só que nada me preparou para a hora da despedida, meu coração se aperta em ter que deixar ele ir e eu ter que ficar, me explica como pode uma coisa dessas? Até ontem eu era uma besta, que não tinha nem trabalho e muito menos um macho para dar uma sapecada, e do nada aparece esse mano tatuado lindo que pega todas, mas que por dentro é um nenê manhoso e dramático, e agora eu percebo que estou fodida e mal paga se continuar grudada nele. — Tchau nenê, me liga na hora que você chegar para me falar que chegou bem? — Ele começa a beijar meu rosto inteiro como fez mais cedo e eu gosto. — Tudo bem loirinha, te ligo assim que chegar. — Dou mais um beijo demorado nele e saio do carro sem olhar para trás.

Como a vida é surpreendente, até dois dias atrás eu era uma simples recém-formada, desempregada e encalhada, agora além de um emprego estou como uma cafona rindo sozinha com o telefone em mãos, pela ligação fofa que acabo de receber, o que me faz pensar no porque Edu me quis, e no porque estamos assim tão de repente. Acho que era para ser e não há explicações, o destino nos uniu, e tenho que saber levar de um jeito não tão rápido como as coisas por si só estão tomando rumo, só sei que quero viver cada segundo que a mim for concedido, e aproveitar ao máximo, tudo que a vida me proporciona, principalmente se Edu estiver ao meu lado. Apaixonada eu? Ainda não tenho certeza, mas de uma coisa eu sei: Quando o mel é bom a abelha sempre volta. Já dizia Simone e Simaria. Sigo plena com minha vida resumida em letras sertanejas .

CAPÍTULO 6

LUIZA A madrugada serviu para colocar os pensamentos no eixo, cada coisa em seu devido lugar. Minha vida mudou em questão de dias, me sinto meio perdida, por esse e outros motivos preferi me manter afastada do furacão Eduardo, pelo menos por essa noite, tentar remanejar minha vida. Confesso estar confusa o bastante, a ponto de não saber o que fazer, ele tomou conta da minha mente, só consigo ver ele, e lembrar de como é bom estar em seus braços, seria loucura se eu dissesse que sinto sua falta? Vejo pela janela que o dia está amanhecendo, não consegui fechar os olhos e descansar por cinco minutos. Como um verdadeiro furacão ele levou tudo de mim, agora estou nessa confusão e a única alternativa que passa por minha cabeça é Jaque, preciso dela para desabafar e resolver esse conflito comigo mesma. Vou até o quarto dela, quero que se foda se está dormindo, preciso dela agora. Mas nada me prepara para o que vejo quando abro a porta, a bonitinha da Jaque dormindo ao lado de Deus do ébano que tem uma senhora bunda, da cor do pecado, cheia de músculos. Entro de fininho, me ajoelhando ao lado da cama chacoalho a safada, que acorda sorrindo. Olha para bundona do lado dela, depois para mim e cochichando: — O que você está fazendo no meu quarto, sua lagartixa azeda? — Nossa, muito obrigada pelo elogio viu bruaca, só fiquei preocupada em não ter te visto em casa ontem e vim saber se você está bem, mas nem precisa me responder porque estou vendo que está muito, muitíssimo bem, aliás precisa me responder sim uma única pergunta, esse ai é o tal que você disse que não te ligou? — Pois é, ele ligou e minha noite foi ótima, ao contrário da sua né, porque essa carinha de quem não passou a noite nada bem não nega, você e o Dudu já brigaram? — Vira essa boca para lá, não brigamos, nem pretendo brigar com ele. Está tudo maravilhoso, essa cara de merda que estou, é por conta de uma

noite de merda que eu não dormi nada justamente porque preferi dormir longe de Edu. Pode falar, sou uma otária, não sou? – Faço biquinho. — Otária é apelido, porque causa, motivo, razão ou circunstância você não quis dormir com ele? –- Sentando-se devagar na cama, vejo que está nua. — Porque nós estamos indo rápido demais, não quero me iludir. — Estou sem graça por presenciar um pós sexo. — Por um lado você está certa, Eduardo Novaes não é flor que se cheira, mas mergulha de cabeça Luluzinha, aproveita que ele está caidinho por você. Suga tudo o que puder desse tatuado gostoso. – Penso que por um lado ela tem razão, mas meu medo é maior do que isso. - Eu escutei direito, vocês estavam falando do Eduardo Novaes? – Uma cabeça careca se levanta, olhando diretamente para mim. Nesse momento faço a Elsa em uma aventura congelante, e permaneço feito uma estátua de gelo, olhando fixamente para um peladão que supostamente conhece o cara que está em discussão. — Não vai me dizer que você é a loirinha do bar? — Puta que pariu, ele conhece Edu, e pior ainda, sabe quem sou. Nesse momento uma vertigem toma conta de todo meu ser, abro e fecho a boca sem nenhuma palavra sair dela, quando de repente Jaque vem para me salvar. — É ela sim Jhon, e sem palpites, não se intrometa! Ele levanta as mãos em sinal de rendição, abaixa a bola e deita de novo na cama como se nada tivesse acontecido e como se ele nunca tivesse saído do lugar. Jaque manda muito, é doidinha mais sabe comandar uma situação. Percebo minha hora de bater em retirada, saio do quarto sem movimentos bruscos e vou direto para meu templo, e na segurança do meu dormitório volto a respirar, que situação. Saio do meu devaneio com o toque do meu celular, quando olho no visor um sorriso se apossa do meu rosto, é ele.

— Alô! — Tenho medo de dar muita bandeira, então por enquanto seguro a onda. — Oi loirinha, você é muito má, dormi mal para caralho! — Ele dispara, e eu murcho com suas palavras. Nos envolvemos em uma conversa, não sei como temos essa capacidade de ter assunto, ele é muito diferente de tudo o que já tive. Sinto que se algo acontecer, e viermos a nos separar, sentirei falta dos nossos diálogos. Jaque rompe em meu quarto, já vestida, me dando um susto pela entrada repentina. — Porra! — Grito — Desculpa nenê, Jaque me assustou. — Me explico, por conta do palavrão. — Chama ele para tomar café da manhã com a gente, vai ser legal. — Minha amiga intrometida propõe em alto e bom som. — Fala para Jaque que eu topo, chego bem rápido, estou com fome e também quero te ver, unir o útil ao agradável nunca fez tanto sentido. —Ele responde mesmo sem eu chama-lo. Eu imagino que no mínimo Jaque dispensou o tal do Jhon pois ia ser constrangedor o cara que é amigo de Edu, e que eu vi a bunda, mencionar que estávamos falando dele esta manhã. — Tudo bem nenê, vou tomar uma ducha, um beijo. — Daqui a pouco estarei aí minha linda. — Suspiro com sua fofura e desligamos juntos. Saio dos meus pensamentos com a risada estrondosa de Jaqueline: — Nenê, hein? — Tira sarro. — Vai se foder, sua rabuda intrometida. — Expulso ela do quarto, indo direto para o banho. Desço para tomar café distraída, quando me deparo com a cena dos três sentados à mesa, e Edu está com uma cara nada boa, hoje definitivamente não é meu dia. — Bom dia a todos! — Decido ser simpática, e vou logo em direção

ao tatuado gostoso. Jaque e Jhon respondem meu cumprimento, eu abraço Edu com muita força para mostrar que estava com saudades, e ainda estou. — Bom dia loirinha, como está? — Bem melhor agora. — Sento-me ao seu lado. — Mano não sabia que a sua loirinha dividia apê com Jaque, se soubesse tinha me prevenido para não correr o risco de ter visto a minha bunda logo pela manhã, como aconteceu. —Esse filho da puta me paga. — A propósito Jhon, me desculpe por entrar no quarto da Jaque sem bater e te ver naquele estado, não foi minha intenção. — Me desculpo antes mesmo de alguém mais falar outra merda. — Relaxa gatinha. — Pisca um olho. — Gatinha é o caralho, Jhon, pra você é Luiza! — Edu não está nada satisfeito com o rumo da conversa. Coloco a mão por cima da sua e aperto pra dar segurança a ele e dizer que não tem nada a ver. — Desculpa ai cara, foi mal Luiza. — Minha vontade é mostrar a língua para esse bunda mole. — Vamos tomar café igual gente, não somos crianças, aconteceu um incidente, mas nada de absurdo. Estamos todos entre amigos e não vai ser a bela bunda de Jhon ou até mesmo o escroto jeito de falar dele, que vai acabar com isso! — Jaque me representa, sou fã número 1. Terminamos o café dando gargalhadas, estou aliviada por Jaque quebrar o gelo. Eu e Edu nos despedimos e subimos em direção ao meu quarto, antes mesmo de entrarmos no cômodo já sou pega desprevenida e beijada, um tratamento digno eu diria. — Loirinha eu dormi tão mal, sem você. — Faz um draminha básico. — Se te disser que me arrependo, você me perdoa? — Só se você me dar um beijo bem gostoso e dormir esse restinho da

manhã comigo. — Como não ficar iludida? Nem parece o mesmo mano que eu conheci à alguns dias atrás. — Não precisa nem perguntar, vamos tirar uma soneca de conchinha. Então ele tira suas roupas, e sapatos, ficando apenas de cueca, que tentação! Tiro o sutiã e o shorts ficando só de blusa e calcinha, fomos para cama, nos aconchegamos, me dá um beijo de bom dia e dormimos.

Acordamos ás três da tarde, e decidimos almoçar juntos, acho que consigo me acostumar com essa rotina. No caminho ouvimos músicas aleatórias e caímos na risada por besteiras, ele realmente está me fazendo muito bem, mal sabia o que estava para acontecer. Quando chegamos no restaurante, entramos e pedimos uma mesa para dois, quando então escuto uma voz um tanto quanto familiar me chamando. — Lu, é você? — Me viro junto com o Edu, e no fundo já sabia quem era, Toni, um carinha que namorei 3 meses e faz uns 2 anos que não via. Era só o que me faltava, estou me sentindo no filme dos mortos vivos, da onde surgiu esse falecido? — Oi Toni, como vai? –- Estou sem graça, mas não serei sem educação. — Estou bem, e você? A quanto tempo não te vejo. — Me puxa para um abraço me dando um beijo no canto da boca, sinto que se eu não virasse o rosto à tempo, seria esse seu alvo. — Bom Toni, esse é Edu, Edu esse é Toni. — Fico com medo do olhar que os dois trocam, Edu aperta a mão dele com muita força. — Prazer Edu, eu sou o ex namorado da Lu! — Eu tenho vontade de pegar impulso e dar uma voadora no peito desse babaca. — Que bom, eu sou o atual. — E enlaça minha cintura me puxando para perto dele.

Deixa eu ver se entendi, Edu, esse metedor tatuado, gostoso para caralho está dizendo que é meu namorado? Para o mundo que eu quero descer, estou me sentindo tonta de tanta emoção. Toni fica meio sem graça pois sabe que não tem como competir, sai rápido e sem vestígios, se despedindo de longe. — Nenê, o que foi? — Ele ri com sarcasmo, isso me deixa puta. — Você ainda me pergunta? — Fecha as mãos em punho. — Se você estiver se referindo a Toni, pode ficar tranquilo. — Ele nem deixa eu terminar de falar me interrompendo. — Porra Luiza, se você acha que o que aconteceu a dois minutos atrás não tem nada a ver, me corrija se eu estiver errado, mas o cara não tem um pingo de noção, primeiro vocês têm uma certa intimidade que não me agradou em nada, segundo que o cara viu que você estava acompanhada e chegou te agarrando, não gostei! – Ele está com ciúmes. — Edu, dá uma segurada! Não aconteceu nada demais e você colocou o babaca para correr. — Dou risada o lembrar da cena. — Fazia mais de dois anos que não via a fuça desse otário, não precisa ter um ataque de ciúmes, estou com você! — Passo a mão em seu rosto sentindo a barba por fazer. — Ciúmes de cú é rola Luiza, queria ver se fosse o contrário! — Ele tem razão, mas estava de mãos atadas. — Garçom, quero o combinado de número dez, com adicional de batata frita extra. — Finjo demência sem dar continuidade ao assunto. — Já entendi, aguarde e eu serei vingado, ainda hoje! — Engulo seco com suas palavras, já imaginando a trepada sacana que me espera como castigo pelo mal comportamento .

CAPÍTULO 7

Edu A noite mal dormida me serviu de grande ajuda, refletir sobre o turbilhão que minha vida se tornou, não consigo acreditar que isso foi acontecer logo comigo, que nunca acreditei nesse lance de amor e relacionamento. Paro para pensar, e posso afirmar que no instante em que a vi pela primeira vez, algo de diferente aconteceu, e explicar ou até mesmo tentar entender isso é que eu não consigo. Parece que minha vida tomou um novo rumo, consigo olhar as coisas com outros olhos, e ela é a responsável por isso acontecer, é nesse ponto que me assusta. Pareço um menino de quinze anos com medo de perder a virgindade, não sei dar nome ao sentimento que tenho por ela e eu carrego comigo. Adoro tudo nela, até a falta de paciência e os excessos de loucura que tem as vezes, só me faz querer ficar mais perto, perto até demais eu diria. Talvez não deva demonstrar nada do que estou sentindo por enquanto, pois não sei se ela vai se assustar e querer me deixar, não sei se ela quer ter algo a mais comigo, não sei se o sentimento é recíproco, há muitas perguntas sem respostas, por isso vou deixar como está, tentar ir devagar. O que me desanimou de verdade e fez a dúvida martelar ainda mais, foi o fato dela não querer passar a noite anterior comigo. O que foi meio inesperado, porque negar o que está nítido? Pelo menos vi nos últimos dias que queremos ficar por perto um do outro, não entendo até agora o que foi que aconteceu para ela tomar essa atitude.

O ocorrido no restaurante só me fez ter mais certeza do que sinto, que a quero para mim, e que tenho ciúmes sim, se é que esse sentimento de querer matar o indivíduo que a tocou pode ser chamado assim, então sim, eu senti ciúmes. Estou completamente confuso, sobre tudo o que refleti nessa madrugada e tudo o que aconteceu até agora, isso me faz lembrar de um ensinamento da minha mãe, ela sempre dizia que em casos de tomar uma decisão difícil, sempre ir de acordo com o que o coração diz, e a partir disso,

quero seguir o que meu coração acha certo. — Aonde estamos indo? — Ela pergunta entretida com a rua. — Estamos indo ao meu apartamento! — Falo decidido. — Mas o caminho do seu flat, não é esse. — Está confusa, me olhando com uma cara engraçada. — E quem te disse que eu moro naquele flat? — Me olhando espantada. — Hum, tudo bem então! — Concorda sem muito afinco, mas continua observando a cidade pela janela. Após alguns minutos dentro do carro, chegamos ao nosso destino. Estaciono o carro na garagem subterrânea, entramos no elevador, eu digito a senha e observo ela olhando o tempo todo ao redor, reparando em cada detalhe curiosa. — Está com medo loirinha? Eu não mordo não. –- Brinco. — Eu sei que você não é o lobo mau, mas não conheço bem você ainda e está me levando para um lugar misterioso, que eu nunca fui. — Fica calma que eu não vou fazer nada do que você não queira, e aqui é realmente onde moro não fique receosa. — Ok, estou bem! — Não me convenceu muito. As portas do elevador se abrem, e dá direto no hall de entrada da cobertura, percebo que ela fica deslumbrada com o luxo do lugar e eu não me espanto com a reação, pois até eu acho muita coisa para um cara sozinho. — Uau, Edu, aqui é magnífico! — É eu sei, sempre achei demais para uma pessoa morar sozinha aqui, mas foi inevitável contrariar as escolhas do meu pai. Aliás nunca trouxe nenhuma mulher aqui, além da minha mãe, é obvio. — Ela vai virando em câmera lenta em minha direção, me olha com olhos arregalados e brilhantes, a boca aberta por espanto ou pela ficha ter caído que ela é especial para mim. — Nossa, e porque você me trouxe? — E agora, como falo sem ser

tão específico e pouco ansioso? — Você é diferente de tudo que já tive, sei que vai dizer que nem nos conhecemos, eu sei, mas você também não gostou de dormir longe assim como eu, então me diga você o que acha que está acontecendo aqui? — Aponto para mim e para ela. — Também não sei o que é isso, e muito menos o nome disso, só sei que é muito bom sentir e ao mesmo tempo é assustador por estar acontecendo assim, tão rápido. — Como é possível ela saber exatamente descrever o que eu sinto? Isso está ficando muito assustador. Ao mesmo tempo respiro aliviado, pois uma das perguntas que vagam na minha mente já foi respondida, o sentimento é recíproco. — Não quero te assustar, só quero te mostrar o quanto você é diferente. Esse negócio é tudo muito novo, não sei como lidar, por isso te trouxe aqui, só segui meu coração, e agora estamos aqui um olhando para o outro sem saber explicar. — Ela sorri tão linda, posso estar enganado, mas pela carinha feliz parece que eu disse tudo o que ela queria ouvir, e mais uma vez o alívio bate. — Vamos descobrir todas as respostas juntos, estou totalmente de acordo! — Então, ultrapassamos mais um nível nesse relacionamento, você não acha? — Meu sorriso se abre mais. — Olha, sinceramente eu esperava mais de você, onde já se viu propor um namoro assim? Mas eu aceito sua proposta. — Ela simplesmente coloca palavras na minha boca e ainda me cobra por não atingir suas expectativas. — Prometo que vou melhorar, então agora somos namorados? — Enlaço sua cintura. — Sim nenê você é o meu namorado! — Pousa suas mãos em meu pescoço. — Namorada, o que acha de subir para conhecer meu quarto? — Brinco.

— Eu acho uma ótima ideia, namorado! — O sorriso mais lindo é o dela. A pego em meu colo com rapidez, fazendo Luiza soltar um gritinho de surpresa. Sorrindo subo as escadas com ela pendurada em mim, beijando meu pescoço, só me deixando mais ansioso pelo o que vai acontecer. — Precisamos comemorar, namorada! — Proponho. — Sim namorado, mais não pense que vai se livrar de um pedido formal de namoro porque não espero menos de você! — Ela insiste. — Tudo bem loirinha, fica tranquila, você é minha agora! — Asseguro, possessivo. Chegando ao nosso destino, não espero por nenhuma reação de sua parte, já jogando bruscamente Luiza sobre a cama, ataco sua boca com um beijo quente, sua pele macia provoca em mim arrepios

incessantes. Desço as caricias por seu pescoço e seios, ela geme baixo em retribuição ao que a faço sentir, puxo o bojo do sutiã para baixo fazendo seus seios saltarem com o bico já intumescido exigindo minha atenção, juntando os dois garotos, abocanho um por vez lambendo e chupando. Observar suas reações é a melhor parte, pareço um animal devorando o mais saboroso pedaço de carne, mordo com uma certa força os dois biquinhos rosados, fazendo com que ela grite, uma mistura de dor e prazer, me dando ainda mais incentivo para continuar com a tortura em seu corpo. Desço as carícias por sua barriga, passo a língua em volta do umbigo dela, sua pele se arrepia, abro um sorriso ao olha-la e nessa hora seus olhos estão em mim, fitando cada movimento e gesto meu. Chego na borda de sua calcinha, com rapidez rasgo as duas alças laterais da peça, causando um pequeno susto e um sorriso safado logo em seguida. Abro os grandes lábios de sua intimidade vendo a pele rosada que brilha de excitação, minha boca enche d'água com a visão do paraíso. Passo a língua desde seu períneo até o clitóris recolhendo todo e qualquer resquício de liquido, causando um leve tremor em suas pernas como reação, foco no ponto do prazer, beijo sua boceta como faço sempre com sua boca, só que com mais voracidade, mais fome. Mordo levemente e assopro, quando paro os movimentos bato devagar com os dedos diretamente em sua intimidade, Luiza revira os olhos e solta um gemido alto, mais parecido com um grito de puro prazer. — Isso loirinha, grita que eu quero te ouvir. — Peço continuando minha tortura, lambendo e mordendo em um curto intervalo, introduzo dois dedos de uma vez e conduzo os movimentos dos dedos com a língua, e ela grita de novo. — Não para! — Ela ordena. Acelero os movimentos com as mãos e boca, ela puxa meus cabelos querendo mais, suas paredes começam a apertar meus dedos, ela grita ainda mais alto gozando deliciosamente na minha boca. Eu sugo tudo dela, não espero ter a oportunidade de respirar, chupo meus dedos que contem vestígios do líquido doce e ela rosna, se quer meu pau ela vai ter. Posiciono meu membro em sua entrada começando meu jogo.

— Quero ouvir meu nome quando você gozar novamente. — Converso adiando o momento. — Vai logo com essa porra, preciso de você! — Ela quase implora. — Você quer assim? — E meto forte de uma vez sem avisar, ela geme, e entendo isso como uma concordância. — Você quer mais loirinha? Pede mais que eu te dou sua safada! — Mais, mais, mais, quero tudo!! — Diaba. Segurando no pescoço dela sem força, como um estrangulamento fraco, a reação dela é simplesmente abrir a boca sem nenhum som sair, aproveito que seu prazer está elevado para poder meter com força até o talo do meu mastro. Paro repentinamente virando-a de quatro, ficando completamente exposta para o meu delírio, dou um tapa um pouco forte em sua bunda e enfio tudo de uma vez de novo. Nessa posição sinto que alcancei um ponto mais fundo, inalcançável antes. — É isso que você quer? Que eu meto com força? — Estou ofegante. — Isso amor, é isso que eu quero! — Pegando no cabelo dela, a puxo para perto sentindo seu corpo junto ao meu, então paro os movimentos me mantendo dentro dela. — Quero saber a quem você pertence, Luiza? – Sussurro em seu ouvido. — Mais que caralho!! — Sem mover um centímetro, nossos corpos permanecem unidos e com a minha mão livre estapeio sua bunda. — Não foi isso que eu te perguntei, a quem você pertence Luiza? — E solto mais um tapa do outro lado de sua bunda. — Porra, a você, eu pertenço a você amor, sou sua, toda sua! — E ela me dá o que quero. — Isso, é assim que eu gosto, você é só minha Luiza, minha! — Sua! — Fala entre gemidos e suspiros de excitação. Gotas de suor escorrem por minha testa pelo esforço repetitivo, ela é tão apertada que quando está prestes a chegar ao ápice, sua boceta contrai

chegando a me apertar forte, causando em mim um tesão do caralho. — Porra Luiza, eu vou gozar! — Meu aviso é como um botão que ativa seu orgasmo, ela se entrega a mim. — Que delícia! Só mais três estocadas, já sinto as sensações que um orgasmo arrebatador causam, viro Luiza de frente para derramar toda minha porra em cima dela, meu liquido grosso esguicha sobre seu corpo, ficando marcada, caralho, é a visão mais linda, caio ao lado dela sem fôlego. Luiza

Após o sexo alucinante, me encontro agora no banheiro tomando uma ducha rápida, para retirar resquícios de porra do meu corpo. Minha noite não podia ter sido melhor, me vejo sorrindo sozinha ao fechar os olhos e ver flashes dos momentos que à alguns minutos atrás me entorpecem. Apesar do pedido de namoro dele ter sido sem graça, eu relevei e no fim das contas achei fofo, a comemoração do nosso novo status foi em grande estilo. Amanhã começo na empresa dele e não sei como reagir, vai ser difícil para mim entrar como a namorada do chefe, mas não quero pensar nisso agora, estou muito feliz por ele pedir minha ajuda e tentarmos algo mais sério. O mano que existia dentro dele não apareceu mais, agora só tinha o namorado fofo e de trepada quente, quem diria. Saio do banho enrolada em uma toalha branca e macia, as coisas aqui no apartamento dele são assim, nível hard da riqueza, vejo Edu em sua gloriosa nudez estirado na cama, mordo meu lábio inferior, balanço a cabeça incrédula, como posso ainda ter tanta fome desse homem, quando acabei de tê-lo? É algo surreal, e avassalador. De tanto insistir eu acabei dormindo com ele em sua casa, em sua cama e o principal, agarrada nele, mas sem antes faze-lo prometer que me levaria para a casa antes do trabalho para poder me trocar. Será que ele está querendo pagar de namoradinho na empresa? Como vou dizer a esse grandão aqui do meu lado, que não quero isso?

CAPÍTULO 8

Luiza Chegar em meu primeiro dia como nova funcionária, de mãos dadas com o dono da porra toda, com o CEO do caralho a quatro, é totalmente assustador. Os olhares indecorosos de todos os funcionários para cima de mim, faz com que me sinta acuada e principalmente com raiva, de ter concordado com essa merda que Eduardo insistiu. Ele e essa possessão, de querer mostrar para tudo e todos que estamos juntos, praticamente exigiu que chegássemos juntos na empresa, mas pelo menos consegui vencer na discussão em não teremos qualquer demonstração de afeto aqui dentro, agiremos com profissionalismo. — Onde vou ficar? — Decido perguntar qual vai ser minha função por aqui para sair das vistas o mais rápido possível. — Vamos até minha sala, e conversaremos lá. — Está sério, ele realmente vestiu sua máscara de executivo gostoso. — Tudo bem, como quiser! — Concordo. Caminhamos até o elevador, Edu aperta o botão e subimos rumo ao décimo segundo andar. Chegando lá encontramos a diva loira peituda que eu vi no dia da minha entrevista, simpática mais com olhar de desdém. — Bom dia senhor Novaes, as 09:30 teremos uma reunião com os empreendedores, a sala de reuniões já está pronta. — Ok Carla, obrigada! Agora vou entrar em uma reunião na minha sala com a senhorita Garcia, não vou demorar muito. — Tudo bem, senhor! A bruaca agiu como se eu não tivesse presente, nem disse bom dia, também não faço questão, quero que o rabo dela pegue fogo, loira falsificada! Entramos na sala, Edu senta em sua cadeira e só hoje um pouco mais calma consigo observar o quanto é lindo e sofisticado esse lugar. — Amor, você está nervosa? — me pergunta com um tom de

preocupação na voz. — Estou um pouco, pouco o inferno, estou super nervosa Edu, por isso não queria que fosse assim, nós chegamos e não teve um funcionário que não nos olhou com um olhar de reprovação. Fora que você intimida as mulheres daqui, a sua secretaria, você percebeu que ela nem viu que eu estava ao seu lado, nem me disse bom dia, sabe qual é a minha vontade agora? De ir embora, juro!!! — Percebo que falei tudo isso em um só fôlego, sem respirar. — Calma amor, não é para tanto, você é linda e talentosa, não liga para o que as pessoas falam ou pensam sobre você comigo, nada disso importa. — Ele dá a volta na mesa, me abraçando, querendo me dar apoio. — Desculpe pelo surto, é que tudo é muito novo, e chegar aqui sendo recebida assim me deixou nervosa, sei lá. — Deixa de besteira, eu não ligo para o que pensam ou falam, e você deveria fazer o mesmo! — Diz seguro de si batendo levemente o dedo indicador na ponta do meu nariz. Com toda a calma e paciência, Edu começa a explicar as funções que terei que cumprir a partir de hoje na empresa. Fico atenta a tudo o que ele fala, serei a supervisora administrativa da empresa, todos os dias terei uma reunião, com o chefinho delicia, antes de começar o expediente. É realmente a vida que pedi a Deus. — Agora que você já sabe todas as funções, vou leva-la até o andar administrativo e mostrar tudo a você por lá. — Concordo o seguindo para fora da sala. O andar é dois abaixo da sala dele, as portas do elevador se abrem, e Edu pega minha mão me puxando para fora, rumo a minha mesa. Já não é novidade que todos nos olham, estou vendo que vai ser um porre ter que lidar com os puxa saco e com as recalcadas, tudo isso porque sou namorada do chefe. Tudo aqui é lindo, mas ao chegar em minha sala fico maravilhada, é linda, muito diferente das salinhas que passamos, a minha é maior e mais luxuosa, digna de uma supervisora do setor administrativo.

— Essa é a sua sala amor, e aí gostou? — Não consigo evitar o sorriso que nasce em meus lábios. — Se eu gostei? Eu simplesmente amei, é muito linda, estou super empolgada. — Que bom loirinha, todos os dias teremos uma reunião logo que chegarmos, para você me passar todos os relatórios do dia anterior. Qualquer dúvida que você tiver, não hesite, nem precisa ligar para minha sala, você tem acesso livre ao meu andar e principalmente a minha sala. Até mesmo para me dar uns beijinhos para matar a saudade. — Pisca com um olho me xavecando. — Entendido chefinho! — E devolvo a piscadinha. Ele sorri, aperta a minha mão demonstrando que queria me beijar e abraçar nesse momento, mas como as laterais da minha sala são de vidro nem tinha como fazer isso, e eu entendi, apesar da vontade de querer um abraço apertado e um beijo daqueles. Me deixando em minha sala sozinha, Edu conversa com uma secretaria na parte de fora a orientando, logo em seguida entra no elevador e nossos olhares se cruzam, suspiro com a sensação boa que explode em meu peito, mas sou expulsa da minha bolha pela mesma secretaria que conversava com ele a dois minutos atrás, quando bate duas vezes na porta, colocando a cabeça para dentro. — Bom dia, senhorita Garcia. — Faço um sinal para que ela entre. — Bom dia, pode me chamar de Luiza, sem formalidades, por favor. — Não quero um tratamento diferente por aqui, só Luiza e ponto. — Luiza, meu nome é Daiany, sou sua secretaria, qualquer coisa que precisar pode me chamar. Ela tem um olhar sincero, e sinto que posso confiar nela. O que mais me chamou atenção foi seu olhar prestativo, sincero e amigo, sinto que ela vai ser boa para mim não só aqui na empresa. — Tudo bem, você não devia ter falado isso, agora vou abusar da sua bondade. — Ela ri, e através do seu sorriso percebo que realmente a sinceridade é seu forte, gostei dela. — Meu ramal é o 13, ou se você preferir gritar, vai da sua escolha

estou aqui ao lado. Tivemos um papo descontraído, e Daiany me mostrou onde estava cada coisa, saindo da sala em seguida. Agora me sinto bem sabendo onde tudo se encontra, não sei ao certo se são minutos ou horas que se passaram, pois estou atolada de serviço, acho que fazia muito tempo que não tinha alguém responsável por esse setor, não parei nem para tomar um café, minha barriga já dá sinais de vida. Ouço minha secretaria bater à porta novamente trazendo com ela uma bandeja com duas xícaras e o cheiro de café quentinho faz com que eu feche os olhos, respirando fundo. — Como sei que temos serviço acumulado por aqui, resolvi te oferecer ajuda, estou lá na minha mesa à horas e vejo que você não parou um minuto, agora, uma pausa para o café! — Nossa você veio do céu, estava pensando agora que não deu nem tempo de tomar café e você aparece com café e se oferecendo para me ajudar com todos esses papéis. — Aponto para o monte de pastas em cima da minha mesa. — Vi em você uma pessoa boa, por isso faço questão de ajudar no que for preciso! — Acho estranho esse papo, por isso penso que a funcionária anterior não era tão receptiva. — Que bom, pois vejo o mesmo em você! — Sorrio, tomando o primeiro gole do café quente e saboroso. Ficamos o resto da manhã trabalhando, organizando, perdi até a noção da hora, quando percebo Edu já está na minha sala praticamente me expulsando, para o almoço. — E ai amor, o que está achando? — Pega na minha mão e saímos da empresa. — Estamos indo bem, mas tem muita coisa acumulada e a Daiany está me ajudando muito, ela é muito simpática. — Ela é uma ótima pessoa, está conosco faz uns anos, é super confiável eu escolhi ela para ser sua secretaria, pois é da minha confiança, não teria pessoa melhor.

Fomos almoçar em um restaurante próximo a empresa, em questão de uma hora e meia já retornamos á Novaes, ainda restava um tempinho para descanso, e por esse motivo fui levada para a sala do chefe. — Eu até fico com você na sua sala, mais não vamos transar! — Aviso. — Eu sei amor, mas podemos dar uns amassos. — E dá uma piscadinha safada. Eu estou fodida e mal paga com um namorado tarado, e que para completar é meu chefe. Mas confesso que estar em seus braços, é tão bom! — Nossa você não sabe como está sendo difícil ficar perto, e não poder te beijar, te abraçar. — Ele distribui beijos por meu rosto todo. — Não vamos dificultar as coisas, pensa que na hora de ir embora eu vou com você e ficaremos juntos a noite toda! — Tento ser positiva. — Eu ouvi bem? — Faço sinal positivo com a cabeça já sabendo que ele se refere a dormirmos juntos, levanta meus pés do chão e me roda, com um sorriso lindo nos lábios. Eu sei como fazer a alegria de um executivo tatuado. — Sim, vamos ficar juntos a noite toda!

Acabou a hora do almoço e foi um sacrifício ter que sair da sala dele, de perto dele, é sempre muito ruim a despedida, na verdade é um exagero meu porque estamos apenas a dois andares de distância. Chegando no andar onde trabalho, vejo a cara de Daiany que não está nada boa, olho pra ela tentando entender o que houve, mas vejo um olhar de medo, acho um tanto quanto estranho. — Oi Daiany tudo bem? Como foi o almoço? — Pergunto estranhando seu comportamento. — Foi tudo bem, mas na hora em que eu voltei tive uma surpresa, Marina Alencar voltou hoje a trabalhar e é melhor ficarmos longe dela, ela é

perigosa ainda mais se ela souber que você e o chefe estão juntos. — Ela me responde cochichando. — Não tenho medo, e agora estou mais curiosa ainda, quem essa zinha acha que é? — Sinto que alguém está atrás de mim, mas não fujo da raia, sou boa de briga. — Prazer sou Marina Alencar, e você é? — Boa tarde, eu sou a Luiza Garcia, a nova supervisora da parte administrativa da empresa, como vai? — Ela me olha com cara de desdém, de cima a baixo me medindo na cara dura mesmo. Reviro os olhos prevendo que uma desgraça está por vir. — Até que estava tudo bem, antes de saber de quem se trata. — Só o que me faltava essa vadia querer dar o show da Xuxa aqui, logo no meu primeiro dia, que sorte a minha. — Podemos conversar em minha sala? Acho que é melhor. — A tal Marina responde com um sorriso falso afirmando com a cabeça. Chegando na sala, noto o desespero de Daiany pegando o telefone, tenho certeza que ela está falando com o Edu, tenho que fazer essa loira aguada desembuchar logo. — Então, Marina não é? — Ela afirma com a cabeça, e com sorriso sarcástico nos lábios. — Vamos conversar como adultas civilizadas, aqui é meu local de trabalho, e não tenho a mínima intenção em prejudicar ninguém, muito menos ter desavenças. — Sou simpática e educada, mesmo não querendo. — Tenho ideia do que está acontecendo nessa empresa, só não imaginei que o lado sensato de Edu fosse permitir que o lanchinho da vez fosse uma funcionária, ele realmente não tem escrúpulos. — Cruza os braços abaixo dos seios, e eu estou totalmente descrente do que acabei de escutar dessa recalcada. — Em Primeiro lugar querida, minha vida particular não te diz respeito, ponha-se no seu lugar, e volte aos seus afazeres antes que eu perca qualquer educação que eu já tive na minha vida e desça do salto arrancando todo esse seu aplique e estragando sua bela maquiagem.

— Já estou na minha sala, minha querida. — Enfatiza o querida erguendo as sobrancelhas em posição de desafio. — Agora entendi o porquê daqui estar uma zona, sinto em te dizer que aqui você não trabalha mais, quer algum outro cargo pode conversar com Eduardo que deve estar a caminho! — Abro a porta incentivando sua saída, antes que seja tarde e meu descontrole tome conta. — Estou impressionada com sua pose de durona, mal posso esperar para ver quando Edu te dispensar e você sair daqui com o rabinho entre as pernas. Não fique com raivinha, todas já passamos pelo abatedouro, que ele diz ser flat só para levar as "minazinhas" lá para comer e jogar fora, se toca não se iluda. — Engulo seco. — Não que seja da sua conta, mas eu namoro com Eduardo sim, e conheço seu passado, ele me conta de todas as pervertidas que já cometeu, e sinceramente o passado dele não me interessa. Essa cena toda que está fazendo, é porquê? Até agora não entendi, seria inveja por eu ter Eduardo ou por assumir seu antigo cargo? — Ela fica estátua de boca aberta, não acreditando, sem ter o que dizer. — Eu não acredito em você! — Não estou aqui para que acredite em mim ou não, pouco me importo, só quero que você abaixe essa crista sua, que aqui dentro por enquanto você não é nada, e não tem o mínimo direito de cacarejar aqui como se fosse a dona do pedaço, se coloque no seu lugar. — Perco toda a educação que mantive até o momento. — Quem você pensa que é, pra falar assim comigo? — Então Eduardo aparece abrindo a porta com toda a força. — Ela é a supervisora desse andar, além de minha namorada, porquê? Algum problema? — Os olhos dela se enchem de lágrimas, e ela fica parada sem reação, toma essa que é de graça, bebê! — Podemos conversar? — Ela fala com a voz murcha. — Se for sobre o seu antigo cargo, você não tem mais direito sobre ele, como vê já foi ocupado por Luiza, que é ótima no que faz! — Me defende.

— Estou voltando hoje, onde ficarei? Vai me rebaixar do cargo? — Sorri, parecendo gostar de todo o circo. — Como você não avisou que vinha, não tem como te atender agora, se quiser converse com a minha secretaria marcando um horário, depois conversaremos! — Eduardo, você vai me pagar caro por isso tudo!!! — Ela sai batendo os saltos e Edu olha diretamente pra mim. — O que aconteceu, amor? O que ela te disse? -- Pergunta preocupado. — Eu quero saber tudo, mais não agora, na hora que sairmos conversaremos, ok? Agora me deixa trabalhar que é o melhor que faço no momento! — Ele fica com uma cara de decepção, o que ele achou? Que eu fosse pular no colo dele, e propor sexo no escritório depois de tudo que eu ouvi, dessa tal Marina? Nem a pau Juvenal. — Tudo bem, nós conversamos depois!! -- Me dá um selinho sem se importar com a minha sala de vidro e me abraça, um abraço de desculpas, mesmo sem saber o que realmente aconteceu. Eduardo Novaes, aguarde a sua condenação, Malévola nessa hora é um cordeirinho, perto do que sou no momento.

Chegando no final do expediente, Daiany vem até minha sala se despedir e eu líbero ela, já estou indo também não vou fazer hora extra no meu primeiro dia. Quando Edu aparece em minha sala, com cara de poucos amigos, lhe dou meu melhor tratamento de choque, como se dissesse que tenho direito de ficar brava aqui, garotão! — Então loirinha, vamos? — Vamos sim, Eduardo, e você pode sentir medo, porque estou com o sangue nos olhos!!

CAPÍTULO 9

Edu Chegamos no prédio onde fica minha cobertura, ela disse que passaria a noite aqui, e preciso mais que nunca mostrar que quero que fique aqui comigo. Desço do carro, vou dar a volta para abrir a porta como sempre faço, mas ela já está descendo do carro sem minha ajuda, isso me deixa frustrado, e assustado, em ver que está realmente nervosa. — Não fica brava, vamos conversar. — Sim Eduardo, nós vamos conversar! — Não faz assim amor, você disse que não liga para o meu passado e que não iriamos brigar por isso. — É por isso mesmo que estou brava, Eduardo, porque não tem nada a ver com o seu passado, vamos subir, conversaremos lá em cima. — Ela sai batendo o pé andando em minha frente, acelero os passos até alcança-la, puxando pelo braço repentinamente colando seu corpo ao meu, abraçando-a. — Não quero que seja assim, vivi muito pouco com você, ainda quero mais, eu te quero, não fique assim comigo. — Peço, mesmo com um caroço em minha garganta, tentando me impedir de proferir as palavras já ditas. — Para de drama, Eduardo, vamos conversar, tentar resolver da melhor maneira possível, mas preciso de verdades e isso só você pode me fornecer por isso estamos subindo, como já disse, lá conversaremos! — Se solta do meu aperto, andando agora ao meu lado, mas não pega minha mão. Isso tudo está me deixando louco, além de não poder tocar nela, ainda ter que chegar em casa e mexer no passado. Chegando no apartamento, Luiza deposita a bolsa no sofá cruzando os braços abaixo dos seios. — Anda, vai falando? — Exige. — Falar o que, exatamente? — Estou meio confuso, não sei ao certo o que ela deseja saber. — Se você pretende não me deixar puta da vida não se faça de

desentendido, por favor! Quero saber quem é Marina, mas antes disso quero saber porque você me levou para o seu abatedouro, se disse que eu era especial? — Puta merda. — Não tem nada de abatedouro, não chamo meu flat disso, não preciso negar nada a você! — Passo minhas mãos em meu cabelo — Não trago ninguém para minha cobertura, só trouxe você aqui, você é especial e sabe disso! — Sou firme nas palavras, pois é a verdade. — Não foi isso que te perguntei, Eduardo! — Eu te levei lá porque levo todas, não as trago para minha vida particular, justamente pelo que vivi com as loucuras de Marina. Confesso que no início eu achava que você seria como as outras, não esperava que no dia seguinte eu me sentiria abandonado por você ter ido embora, sem se despedir! — E o que a tal da Marina tem com o seu passado? Porque ela ficou daquele jeito quando soube que estamos namorando? — Porque ela é uma desequilibrada, estava afastada do trabalho por ter sido internada pelos pais em uma clínica psiquiátrica. E não, nó não temos um passado, simplesmente ela começou a trabalhar na Novaes, e nós ficamos uma vez, mas ela começou a me perseguir e fazia mal as pessoas que se aproximavam. Não vou entrar em detalhes, só quero que você tome muito cuidado a partir de hoje, porque com você é diferente, se ela fizer qualquer coisa, eu sou capaz de matá-la!! — Luiza engole seco, percebendo que o assunto é sério. — Nossa, não imaginava que ela estaria passando por tratamento psiquiátrico, já tem um histórico no passado de ser assim? — Me parece que sua raiva momentânea está se diminuindo. — Não sei, eu ajudei os pais dela no início, mas depois eles não quiseram que eu tomasse a frente, até porque não tem nada a ver comigo. Marina tem transtorno faz tempo, ela sempre seguiu tratamentos desde sua adolescência. — Nossa, que triste, uma mulher tão bonita! — E o pior de tudo é que a bendita encanou comigo, agora com ela

solta, vou ficar receoso por você, não quero que ela te faça nenhum mal. — Se ela pensa que é louca, é porque não me conhece, ela que não mexa com quem está quieta! — Após ver que o rumo da conversa agora é outro, tenho a atitude de abraçá-la, mas ela dá um passo para trás negando meu abraço, fico sem entender. — Amor vem cá, já te disse tudo o que aconteceu, você ainda vai ficar brava comigo? — De jeito nenhum, só quero um sexo de reconciliação à altura, por isso preciso que me leve até meu apê, tenho que pegar minhas roupas de amanhã e uma roupa confortável para dormir. — Tudo bem, vamos então, loirinha! — Sexo de reconciliação, dou risada balançando a cabeça, ela é inacreditável! Realmente foi um bate e volta, fomos rapidamente no apartamento de Luiza, pegar o que precisava, e ao chegarmos em minha cobertura novamente, ela entra direto no banheiro. Relaxo indo pegar uma bebida, afrouxando a gravata, ansioso para saber o que essa maluquinha vai aprontar. — Foi aqui que pediram uma trepada de reconciliação inesquecível? — Engulo seco com a visão que tenho dela em minha frente, ela simplesmente resolveu me enlouquecer. — Agora estou pensando seriamente em brigar com você todos os dias, só para ter isso depois, gostosa pra caralho! — Minha boca está cheia de água, ter ela toda vestida de couro, com um chicote de montaria em mãos e uma máscara, é minha verdadeira morte. Tento ajeitar minha ereção que explode dentro das calças, enquanto Luiza caminha lentamente em minha direção, retira o copo de bebida que eu havia até esquecido e me dá uma chicotada nas pernas, não dói nem um pouco mas é tão sexy que meu pau está pedindo pra ser liberto. Ela se inclina e não espero por mais nada, atacando sua boca furiosamente, viro-a de costas descendo o zíper da saia de couro. Sua perfeita bunda salta assim que a peça é retirada, chego a lamber os lábios pela visão privilegiada.

— Você vai me matar hoje! — Mordo os dois lados da bunda, fazendo com que dê risada do meu desespero. Puxa minha camisa, fazendo com que os botões caiam no chão, e que se foda a camisa, eu a ajudo retirando o resto que sobrou do pano. Ela desabotoa meu cinto e eu retiro a calça, a cueca, meias e sapatos, como não é novidade meu pau está pulsando querendo entrar nela a qualquer custo. — Quero você peladinho, para eu ver suas reações enquanto danço! –- Vira as costas, não resisto dando um tapa estalado em seu traseiro exposto. Quando dá o play no celular, soa uma música sensual, e Luiza mostra que pode ser ainda mais deliciosa e provocativa, rebolando seu quadril no ritmo que a música toca, começa a tirar sua lingerie e eu estou babando de verdade, está quase impossível aguentar ficar parado enquanto ela se exibe, tirando tudo para mim, e por fim retira a máscara, seu olhar é muito safado, que tesão do caralho. — Vou te comer até amanhã de manhã, sem pausas, enche-la de porra! — Falo com os dentes cerrados. A música acaba, e ela vem até mim, somente com seus saltos preto, quero colocar minhas mãos nela, minha sanidade se dissipa de vez quando acho que Luiza está vindo para me satisfazer, e para minha surpresa, senta-se na cama, abre bem as penas, ficando na minha frente, me dando a visão de sua boceta brilhando em excitação. O pior ainda está por vir, quando a diaba enfia o indicado e o dedo médio dentro da boca, descendo lentamente por seu corpo, olhando profundamente em meus olhos, até chegar em sua intimidade, atolando os dois dedos dentro de sua cavidade, revira os olhos levemente, retirando os dedos banhados de seu liquido e os levando diretamente em sua boca. — Atura ou surta, nenê? — Me provoca. Já é demais para mim, pego ela pelos cabelos trazendo-a para perto, colando seu corpo ao meu com tudo, ela ri. — Agora você vai me pagar tudo o que me fez passar com essa roupa, essa dança e agora esses dedos! — Para finalizar, abocanha o lábio inferior, fingindo inocência.

Sem perder tempo junto seus seios com as mãos, e começo lambendo os biquinhos rosados, que endurecem na hora, mordo forte e ela geme de dor e tesão. Mordo sua barriga e ataco sua boceta, beijando forte sem piedade, causando leves tremores em reação. — Vou te comer de quatro, e com força, é isso que você quer safada? — Sim, por favor! — Implora. Virando-a de bruços na cama, me deleito em satisfação, caio de boca novamente entre suas pernas e minha língua passa recolhendo os resquícios de seu prazer, de sua entrada até seu períneo, fazendo com que um gemido ressoe alto. A boceta dela está latejando, ela quer alívio, puxo sua bunda para cima colocando-a de quatro, invadindo o lugar onde eu mais amo estar. — Vai ser rápido, loirinha! Começo com movimentos muito rápidos e ritmados, não vai dar para aguentar muito tempo, ela geme gostoso e é pior ainda para conseguir aguentar tanto sem gozar. Começa a doer minhas bolas e eu não paro de meter, não suportando a intensidade, urrando de tesão. — Goza comigo! — Ordeno, e ela goza deliciosamente. Retiro a tempo meu pau de sua intimidade, deixando com que meu liquido expeço esguiche por toda sua bunda majestosa, escorrendo por seu canal. Me jogo em seu lado na cama, ofegante. — Foi incrível. — Revelo. — Nosso objetivo é satisfazer!

Luiza

Após um sexo matinal e um café da manhã reforçado para recarregar as energias, estamos indo para mais um dia de trabalho na Novaes. Ainda dentro do carro recebo uma ligação de Jaque, querendo um encontro duplo de casais já que Jhon grudou nela e não larga mais, achamos ótima a ideia, sair de dentro do quarto e ter uma vida social é bom, as vezes!

— Nossa reunião de início do expediente, será adiada por trinta minutos. — Me informa. – Pois minha reunião com Marina também foi marcada para hoje pela manhã, mas será coisa rápida. — Sem problemas! — Afirmo, mesmo querendo bufar de ódio, por saber que eles vão estar na mesma sala durante um tempo, mesmo que seja pouco. Chegando na empresa, desço no meu andar, deixando para trás um Eduardo sério e centrado, me despeço dele com uma piscada e um sorriso, recebendo o mesmo em troca. Me deparo com Daiany em seu lugar de costume, então paro por lá, passando algumas informações para manter a organização. Depois embarcamos em uma conversa descontraída, fazendo com que eu perca a noção do tempo. Olho no relógio, passaram-se quarenta minutos, dez minutos a mais do que Edu afirmou que estaria na companhia dela, então corro para o elevador, esperando não ter o azar de esbarrar com Marina pelos corredores, ou pior ainda dentro do elevador. Porque não prestaria, eu nem pensaria duas vezes antes de dar uns tapas nas fuças dela. Falo com a Daia, avisando que subindo rapidinho, estou levando uma pasta com as atualizações de tudo feito ontem, fiz planilha por planilha, tudo organizado em ordem alfabética e em cores diferentes. Edu vai se orgulhar em ver meu capricho. Minha passagem livre pelo andar da diretoria facilita com que eu entre mais depressa, sem causar tantos olhares dos curiosos de plantão. Passo por Carla que me trata com educação pela primeira vez. Preferia nesse momento ter aguardado uma ligação com a permissão para subir, e não ter visto o que acabo de ver ao adentrar a sala de Eduardo. Marina que de louca não tem nada, agora tenho mais certeza de que ela é mais esperta do que eu pensava, está com a saia levantada, mas sem mostrar nada demais e a blusa aberta mostrando parte da renda do sutiã, enquanto Edu está com a boca toda manchada de batom vermelho, a gravata frouxa e uma cara de ódio, que me dá até um arrepio na coluna de medo. Fecho a porta calmamente, fazendo com que os meliantes olhem em minha direção, caminho até chegar próxima, vendo nos olhos de Eduardo uma

mistura de ódio e incerteza. — Você é tão otária que acha mesmo que vou acreditar nessa ceninha armada? — Levanto as sobrancelhas em tom de desafio. — Mas eu não fiz nada, pelo contrário, fui atacada por Edu. — Diz com a maior cara lavada e com um sorriso cínico no rosto. — Se você se acha louca, é porque não me conhece ainda, sua maldita, eu vou acabar com você!!! — Fico cega, acabo fazendo o que não deveria, atacando Marina com tapas e puxões de cabelo. Ela grita de dor, e sinto Edu me erguer do chão, separando a briga. — Não encosta em mim, por mais que você não tenha culpa, você está com o cheiro dela e com o gosto dela em sua boca, ranço. Ele se afasta rápido de mim, garoto esperto, sabendo que quando estou assim possuída pelo ritmo ragatanga pode sobrar para qualquer um, ninguém me junta nessas horas de nervoso. Os seguranças chegam e pegam a oferecida do chão, ela me olha com aquele sorriso ainda de sarcasmo na boca e minha vontade é arrancar todos os dentes dela, um a um. — Isso não vai ficar assim, você me paga, sua vadia! — Fala como se estivesse no direito de falar alguma coisa. — Não mexa no que não te pertence, coloque seu rabinho entre as pernas e saia daqui e eu vou fingir que nada disso aconteceu um dia, mas se você ousar entrar no meu caminho novamente, vou terminar o que comecei e não há nada nesse mundo que vai me impedir de acabar com essa sua cara! — Me aproximo, e cuspo bem no meio da cara dela, aponto o indicador no meio da fuça dessa sem imoral. E os seguranças retiram ela da sala, volto-me para Edu, pego a pasta do chão, jogo literalmente ela em cima da mesa dele. — A reunião está encerrada!!! — E saio batendo os saltos, e ele sem dar nenhuma palavra fica sentado me olhando sair porta a fora! Furacão katrina é pouco, meu amor!!!! Porque sou dessas!

CAPÍTULO 10

Edu A loucura de Marina chegou ao extremo, ela foi capaz de encenar tudo minuciosamente, em questão de segundos Luiza não pega o beijo forçado que aquela louca teve a capacidade de fazer. O autocontrole de Luiza foi admirável, sim, fiquei com tesão ao vê-la nessa situação de raiva e principalmente ciúmes, não adianta ela negar porquê foi ciúmes sim, e mesmo que no momento está puta comigo, coisa que não acho justo pois não tive absolutamente culpa nenhuma, vou fazer com que me perdoe. Ela é a única que consegue despertar algo inusitado dentro de mim, não posso deixar as coisas como estão. Tento expulsar o pensamento do que acabei de relatar a mim mesmo, será que amo Luiza? Tudo bem que ela me faz bem, e nunca aconteceu isso comigo, nem em minha adolescência, era só pegação, nunca senti a necessidade de ter alguém, até Luiza entrar na jogada.

Luiza Essa manhã eu fiquei virada no cão, minha vontade foi bater neles, na louca da Marina nem preciso falar o porquê, já em Edu, porque era um homem daquele tamanho, que não conseguiu impedir que aquela vadia o beijasse. Estou com nojo, de verdade, só de pensar na cena do beijo que sei que rolou, já me sobe uma fúria que não me reconheço. Então quando chega a hora do almoço sei que Edu vai tentar se redimir de alguma forma, e como sei que ele estará com a mesma roupa do acontecido, não vou chegar perto dele. Eu deveria fazer parte do elenco da novela O profeta, pois não dá dois minutos e escuto o elevador se abrindo, nem perco meu tempo para olhar, pois sinto que é ele se aproximando. — Vamos almoçar juntos? Assim podemos conversar, pode ser? — Pode ser Eduardo, estou com fome mesmo, nada como unir o útil ao agradável! Ele me olha com a maior cara de gatinho do Shrek, dá até vontade de não pegar pesado, mas não seria eu mesma se não fizesse, é mais forte do que eu. — Não faz assim. — Pede fazendo bico. — Vamos logo almoçar, preciso falar com você sobre um assunto! — Ele fica verde, amarelo, azul, rosa, todas as cores do arco-íris. — Falar o que, loirinha? Me adiante o assunto, quero estar preparado! — Eu começo a rir sem parar, mas gargalhar de verdade. — Ai Eduardo, mais você é uma comédia, não é nada demais, é só sobre um assunto que eu e Jaque falamos ao telefone à alguns minutos atrás! Ele solta o ar preso nos pulmões aliviado, parece que tiro um peso de suas costas, coitadinho! Ele concorda sem dar nenhuma palavra, vou na frente e ele segue atrás, na hora que chego próxima à mesa de Daia seguramos o riso, pois já contei a ela o que pretendo fazer e deixar Eduardo doidinho.

Entramos no elevador e ele tenta pegar minha mão, eu desvio não deixando com que me toque. — Pode parar de me tocar com essa sua mão pós Marina, mesmo sabendo que não tem culpa de nada o cheiro dela está impregnado em você. — Nossa Luiza que exagero, vai ficar o dia todo longe de mim, por causa disso? — Você ainda tem dúvidas? Até você tomar um banho, e bem tomado, se esfregando todo com bucha de banho, além de escovar os dentes pelo menos umas 5 vezes, e o mais importante, se rastejar aos meus pés, não me tocará! — Vai sonhando, Luiza! — Então quer dizer que está colocando as asinhas de fora? — Você está muito encrencado, Eduardo!! — Você vai me implorar para te tocar! — Ele desafia. — Isso é o que vamos ver, a guerra está só começando façam suas apostas!!! — Eu não perco uma guerra, muito menos uma aposta! — Ergue as sobrancelhas. — Para tudo se tem uma primeira vez na vida! Caminhamos um do lado do outro, decidimos ir a um mesmo restaurante próximo a Novaes, almoçamos sem muita conversa, comunico que iríamos a uma noite de casais, com Jaque e Jhon. — Depois do trabalho vou direto ao meu apartamento, e irei me trocar por lá! — Sem choro nem vela. — É sério isso? Você não vai ficar na cobertura hoje? — Quem sabe se você cumprir com todos os quesitos, eu não vá? Não esqueça de rastejar! — Dou uma piscada e ele fecha as mãos em punhos, está dando certo!! Após ir embora do restaurante, eu logo volto para o meu posto, pois

estou com medo de não resistir aos encantos do meu gostoso tatuado. O resto do dia se arrasta, termino de montar minhas planilhas para o dia seguinte, deixo tudo organizado para amanhã. Eduardo me deixa em casa e nem ao menos nos beijamos, estou seguindo à risca com meu plano de enlouquecer Edu, mas o pior de tudo isso é que eu vou acabar me fodendo junto, jamais vou ceder.

Para acabar com os neurônios de um certo mano tatuado contarei com a ajuda de Jaque, que já me aguarda para colocarmos em prática tudo o que planejamos hoje por telefone. Escolhemos juntas um vestido com tom meio dourado, um decote imenso nas costas, na frente ele é comportado, se não fosse pelo comprimento. O vestido é curto, mas não tão curto a ponto de ser escandaloso, apenas para enlouquecer Edu, no pé uma sandália nude, na maquiagem decido dar mais atenção para boca, passo bastante rímel e meu sagrado batom vermelho matte. Jaque me ajuda a deixar meu cabelo um ondulado, tipo artista de TV, mas de um jeito que fica bem natural. Estou prontíssima em frente ao espelho, e minha amiga não cansa de me olhar, acho que ela gostou do resultado. — Luluzinha meu amor, você vai arrasar corações hoje, e não só o coração de Edu! — Essa é a minha intenção! — Sorrio mostrando que sou, completamente louca. Chegamos a sala, encontrando os rapazes sentados nos esperando, e quando conseguem perceber que estamos próximas, olham em nossa direção. A reação de Edu é a melhor, quando o amigo dele que está ao lado arregala os olhos.

— Nossa Edu, com todo respeito mas Luiza está de tirar o fôlego, como não posso falar outra coisa se não serei assassinado. — Não mede suas palavras, sabe do risco que corre. — É isso ai, e quem vai te assassinar sou eu. — Jaque fala brava por ele não ter falado dela primeiro. — Você está maravilhosa, bombonzinho! - Ele tenta agradar. — Você também não está nada mal, brigadeirão! — Eu Shippo esses dois. Estou segurando para não dar risada desses apelidos, certeza que foi ideia da louca dos apelidos, não sei porque ainda me surpreendo, Edu continua sem fala, e eu estou adorando essa reação. — Planeta terra chamando, Eduardo. — Estalo os dedos em frente aos seus olhos. — Luiza, você não vai sair com esse vestido, está quase pelada, pode parar, olha essas costas toda de fora e essas pernas. Está fora de cogitação você sair daqui assim!!! — Fica puto de verdade, mas acho um exagero da parte dele, sinceramente. — Eduardo como você é engraçado, não só posso, como vou sair daqui de casa vestida assim. Primeiro porque você não manda em mim, e nem nas roupas que visto. Segundo, se você não quer ir, então eu vou, mas sem você!!! — Solto o sorriso do mais cínico que tenho. Jhon começa a gargalhar sem parar, e Edu fica roxo de raiva, isso é só o começo, baby. Ele desiste de querer me impedir, e sem mais nenhuma palavra estamos indo em direção a porta. Nosso casal de amigos sai na frente nos deixando alguns passos distantes. — Amor, eu me esfreguei com bucha e escovei meus dentes 5 vezes — Edu cochicha enquanto caminhamos dando um sorriso travesso. — Que bom, agora só falta se rastejar! — Pisco com um olho só, fazendo charme. — Já saquei qual é seu jogo, e não vou entrar nele! — Filho da mãe, vai ser luta de UFC peso pesado.

— Que comecem os jogos!!! — Hoje estou trabalhada nos jogos mortais. Chegamos a um restaurante, escolhemos a mesa, sentamos e já pedimos a comida. Jhon e Jaque estão no seu mundinho particular, eu e Edu apenas nos encaramos, sem falar nada, só nos comunicando pelo olhar. Estou ardendo em chamas, vou ter que ser forte para sobreviver, o pior de tudo é que essa porra durará praticamente o final do jantar. — O que acham de sairmos daqui, e irmos dançar um pouco? remexer a raba, balançar o esqueleto ou só beber uns drinks? — Jaque começa a dar início ao plano, assim que a sobremesa chega. — Eu acho uma ótima ideia! — Já respondo logo de cara, para Edu não ter a chance de contestar. — Luiza trabalhamos amanhã, esqueceu? — Chato! Ele entra no jogo mesmo, está até me chamando de Luiza, é tão ruim, parece que está bravo comigo, não se entregue Luiza, esse é só o seu jogo e nada mais. — Dudu para de ser velho, duvido que você nunca curtiu uma noitada tendo que trabalhar no dia seguinte. Eu e Jhon também vamos trabalhar amanhã e nem por isso estamos querendo brochar nosso rolê! — Jaque vem com a força total no psicológico, para fazer com que ele vá. — Relaxa e goza bebê! — E dou uma leve provocada assoprando o ouvido dele e mordendo sua orelha no final. Ele me olha com uma cara de tesão contido, agora eu peguei bem pesado, tô nem aí, meu intuito é esse mesmo, deixar ele pegando fogo e ter um sexo selvagem de reconciliação. Edu finalmente concorda em ir pra uma boate dançar, no carro ele segura tão forte o volante que seus dedos ficam brancos, ele está com raiva, mas eu não disse que ele não poderia me tocar, ele pode pois tomou banho e escovou os dentes tirando todo vestígio que aquela cobra traiçoeira deixou nele. A única coisa que ele não podia era ter atos sexuais comigo, só se antes ele se arrastasse aos meus pés!

— Luiza, você está indo longe demais com essa brincadeira, não sei até aonde posso chegar com tudo isso, e se chegar ao extremo não sei se posso me controlar, vou te comer tanto que você não vai andar amanhã, esse será o seu castigo por você estar fazendo tudo isso, ainda mais de um negócio que eu nem tive culpa, você não percebe? Não posso deixar isso tudo se transformar em uma briga, porque meu intuito hoje não é brigar, mas está funcionando bem pois ele já falou de sexo selvagem! — Você só vai poder me comer do jeito que quiser, quando se rastejar aos meus pés esse é seu castigo, para se lembrar sempre que deve se manter afastado dessas vadias peçonhentas, caçadoras de namorados alheios!!! — Tá bom Luiza, já que eu posso te tocar sem fins sexuais você está perdida, vai ceder antes mesmo de eu ter que me rastejar! — Quem pode mais, chora menos! — E ele dá um soco no volante sabendo que vai perder feio e vai ser obrigado a se rastejar. Chegamos na boate fervendo de gente, nós saímos do carro e ele coloca a mão nas minhas costas, me tocando depois de um dia todo sem encostar em mim. Confesso que senti coisas com seu toque, minha nossa senhora dos chuveiros elétricos, me dê resistência!! Encontramos Jaque e Jhon, entramos na boate, logo eu e Jaque pedimos um gin tônica, conversamos aleatoriamente sobre meus avanços com o plano. — Ai Luluzinha, isso é que eu chamo de amor, mas resista se você está afim do efeito Dudu devastador! Amor? Essa Jaque está doidona de pedra, não é amor ainda. Não é? Já estou ficando doida também pela falta de Edu, ó Jeová me ajude nessa jornada. Edu e jhon sentam na mesa que nós já estávamos, com seus copos de Whisky em mãos, resolvo dar uma provocada em Edu e chegando perto. — Vai se rastejar hoje, bebê? Está preparado?

— Vamos ver quem vai pedir por favor, para eu atolar o pau! Pronto agora me fodi de vez, ele entrou no meu jogo, vou ter que pensar em outra estratégia. Começa a tocar uma música maravilhosa dançante e a pista pega fogo de gente.

Eu pego minha bebida e viro num gole só, como já estava na terceira taça deu uma baqueada e fiquei meio zonza, mas bem pouco, estou começando a ficar alegre, então puxo Jaque e arrasto ela pra pista, bem em frente onde estávamos sentados, para dar uma visão completa da minha dança sensual. A música ajuda muito, a batida é gostosa, eu vou remexendo meu corpo e olho em sua direção, ver qual está sendo a reação dele, está sendo positiva, reparei que ele pediu mais um copo de Whisky e com esse já é o quarto, ele também deve estar alegre, não para de se mexer no lugar, deve estar de pau duro! Percebo que ele tenta ajeitar o pau nas calças, ponto pra mim!!! Ele me pega observando, então desvio o olhar assim que vira seu copo de bebida, quando procuro minha amiga, vejo que está se agarrando com o Jhon, que amiga da onça, agora tenho que dançar sozinha! Então olho para Edu de novo e vejo que já está com outro copo cheio de Whisky na mão, então finjo que não existe, me afasto da quenga da minha amiga q só falta transar no meio da pista de dança, e vou dançar sozinha. Fecho os olhos sentindo a batida da música, me envolvendo, passo as mãos pelo corpo e balanço ao ritmo da batida. Quando sinto duas mãos masculinas me envolverem, olho para trás, e para minha surpresa não é Edu que me segura e sim um homem desconhecido, nem dá tempo de reparar no pobre homem, pois meu namorado descontrolado parte para cima dele com um soco no rosto, e o cara cai. — Para Edu, já chega! — Grito quando vejo que ele vai querer bater mais no cara. Então Edu olha pra mim com uma cara de ódio, eu engulo seco. — Está satisfeita Luiza? Se era isso que você queria, ai está!

Eu não acredito no que ouvi, esse filho de uma mãe está insinuando que eu queria que ele brigasse com alguém por minha causa? Eu vou até ele, dou um tapa forte em seu rosto, e viro as costas, ele que não me procure, não quero saber dele, pelo menos por hoje!! Escuto Jaque me chamar. — Onde você vai, Luluzinha? — Eu vou embora para nossa casa, não quero ficar aqui mais! — Você não vai sozinha, vou falar com Jhon para te levar pode ser? — Não, vou de táxi, não quero atrapalhar a noite de vocês, vou ficar bem! Pego minha bolsa que está pendurada na cadeira, e vou para fora da boate sem esperar uma reação de Jaque, não estou a fim de conversa! Escuto passos atrás de mim e nem preciso me virar para ver que é o filha da puta do Eduardo, eu não quero ver ele na minha frente, quero que ele se exploda. Acelero o passo com a esperança dele não me alcançar, mesmo sabendo que é bobagem fazer isso, ele me pega pela cintura e me arrasta. — Me solta, Eduardo!!!!! — Eduardo é o caralho, para com isso amor, não tem mais graça! — Ele está cheirando a Whisky, certeza que já está mais louco que o Batman. — Desculpa pelo que eu fiz lá dentro, você não tem culpa, eu que estava louco de ciúmes quando vi ele te tocar, eu não consegui me controlar. — Na verdade eu também sou culpada, por ficar te irritando e provocando a noite toda, desculpa! — Não pede desculpa, eu fui um ogro com você, não te mereço! — Cala a boca Eduardo, para de falar asneiras! Ele me abraça forte, um abraço de saudade, é tão bom estar nos braços dele como eu pude me negar isso o dia todo hoje? Sou uma ameba mesmo! Eu retribuo abraço, até que ele sobe meu rosto com a mão para que eu o olhe.

— Se você soubesse o quanto gosto de você, não se atreveria a me castigar desse jeito só porque eu fui atacado, eu não quero ninguém além de você! — Que bonitinho, será que ele está falando tudo isso, porque está meio alterado? Não sei, só sei que estou adorando. — Fale mais, pode falar! — Ele ri sem graça. — Meu amor, você é minha, estou com um tesão da porra, minhas bolas estão doendo, porque quero você o tempo todo, na hora que você saiu daquela boate brava pelo que aconteceu, pelo meu ciúme, sim meu ciúme, eu não gosto que ninguém toque no que é meu, você é minha e não posso nem pensar em te perder. Promete que não vai me deixar independente do que aconteça? Me mostre que você me ama, como eu te amo! Para tudo! Eu estou sem fala, estou de boca aberta, olhos arregalados, não consigo me controlar, lágrimas me fogem dos olhos, não posso acreditar que o gostosão tatuado acabou de dizer que me ama! Me amarrota que eu estou passada, eu sei que é recíproco, sei que o amo também, má simplesmente não consigo falar, e amanhã ele não se lembrará do que aconteceu, então a única coisa que tenho coragem é de pegar ele com um beijo alucinante, e devorar ele inteiro, tem que ser agora, preciso ser comida! Subo as pernas para sua cintura e enlaço ele, esquecendo totalmente que estou com um vestido curtíssimo e devo estar pagando calcinha no meio da rua, ele como sempre com seu ciúme possessivo interrompe nosso beijo. — Quero te comer até amanhã cedo, sem interrupções, começando agora. Te comeria aqui mesmo, mais não quero que ninguém veja você, veja seu corpo e muito menos ver suas reações pós orgasmo, por isso fique de pé agora! — Ele sussurra quase que uma ordem em meu ouvido e eu faço imediatamente, pega em minha mão me arrastando até seu carro, confesso que adoro sexo no carro. — Quero chegar logo em casa, meu pau não cabe mais dentro das minhas calças! Que decepção ele não vai transar comigo aqui no carro? Vai sim ou eu troco meu nome para bocetilda. Ele dá partida no carro e sai em disparada, peço para ele ir mais

devagar pois estamos os dois meio altos, ele diminui a velocidade reclamando por querer chegar na cobertura logo, então eu ataco suas calças enquanto ele dirige. Abro seu cinto enfio a mão por dentro, agarro seu pau que está muito duro, preciso de mais. — Preciso de você agora, e se você não parar o carro vou fazer isso com você dirigindo, não duvide! Ele não para o carro, então ele está afim de uma aventura noturna, forço para abaixar suas calças e ele me ajuda levantando um pouco do banco, abaixo junto com a cueca até o joelho e sem esperar, abocanho, lambo, engulo, pego em suas bolas, faço um boquete de respeito e escuto ele gemendo, não paro mais até que ele derrame seu líquido grosso no fundo da minha garganta em jorros fortes, e eu engulo tudo, ordenhando até sua última gota. Na hora que termino olho pra cima e vejo ele sorrindo, está gostando muito do sexo insano. Cumpro o que falo, então subo nele com o carro em movimento, coloco uma perna de cada lado do seu corpo o montando, a única coisa que separa minha intimidade da dele é o tecido fino da minha calcinha, começo a beijar seu pescoço e orelha, ele geme baixinho de satisfação, então percebo que o carro para e só ai vejo que já estamos no estacionamento da cobertura, mais eu não arredo o pé desse carro, enquanto não transar. — Chegamos, vamos subir e terminar lá o que começamos! — Você não é nem louco em me negar um sexo no carro, quero você aqui e agora, depois fazemos o que quiser lá em cima a noite toda, mas agora, é aqui que isso vai acontecer! — Mas aqui alguém pode ver! — Para de ser marica e me come aqui nesse carro, agora! — Exijo. — Foda-se! Ele me olha com aquele olhar safado e ataca minha boca, coloca uma mão de cada lado da minha calcinha e puxa, ela se parte em duas, assim que eu gosto, ele abaixa meu vestido e meus seios saltam. — Safada, você saiu sem sutiã?

— Lógico, mais facilidade e comodidade para sua preferência! — Ele ri alto e começa a lamber meus peitos, morde forte me fazendo gritar. Posiciono seu pau em minha entrada, com uma rebolada desço com tudo, ele geme, eu começo a cavalgar como uma louca em cima dele buscando o orgasmo imediato, não paro de pular e ele belisca meus mamilos. — Ai nenê, eu vou gozar! — Falo ofegante. — Goza comigo, loirinha!! Eu começo a gozar mais, não paro de me mexer, então ele me dá beijos abafando todos os meus gemidos, até que ele também goza. — Ah que delícia, eu te amo tanto! — Sinto seus jatos saírem e me preencherem, não acreditando que ele repetiu essas palavras. Saímos do carro sem desgrudar um do outro, só não estou no colo dele porque meu vestido é curto, e minha calcinha foi rasgada! Estou extasiada com o sexo selvagem que tivemos no carro, mas no fundo estou meio triste por saber que amanhã Edu não vai lembrar as palavras que disse hoje e não irá ser eu a lembra-lo. Fazer o que? Vamos seguir o baile e trepar noite a fora, tentando esquecer essas palavras lindas que saíram de sua boca bêbada!

CAPÍTULO 11

Edu Transamos a noite toda, por um lado foi bom ficar sem tocar nela o dia todo, pois agora parece que as coisas estão mais intensas entre a gente. Somos muito de toque e pele, toda hora estamos nos tocando, beijando, não sei dizer se é alguma mania ou se é necessidade mesmo. Fomos dormir tarde, eu avisei essa pestinha que trabalharíamos no outro dia cedo, mas agora só para castiga-la não vou dar trégua, ela vai acordar cedinho e vai trabalhar sim! Estou deitado agarrado a minha perdição, olhando para o teto, como sei que hoje tenho compromissos e reuniões somente de manhã, vou tirar o resto do dia de folga, preciso descansar já que não consegui pregar o olho essa noite, pela adrenalina que corre em meu corpo. Escuto meu celular tocar, e acho bem estranho, pois ainda falta um tempo para dar a hora de levantar da cama. — Alô! — Atendo com voz de sono e cansaço. — Alô Edu, é o Adriano tudo bom? Desculpa te ligar tão cedo, te acordei? Que estranho, porque será que Adriano está me ligando assim tão cedo? Ele além de ser meu amigo pessoal, também é um dos advogados que representam a Novaes, e ele não me ligaria assim tão cedo por amizade, então entendo que pode ser algo a ver com a empresa. — Não, eu já estava acordado, mas queria saber o porquê de ligar tão cedo? Aconteceu algo com que eu deva me preocupar? — Se preocupar não, mas que você tenha que ficar ciente sim. A marina ontem deu uma queixa de agressão na delegacia contra a Luiza, e como ela fez isso para te atingir, disse que foi agredida dentro da Novaes. Por isso como os boatos na empresa correm, eu não sei ao certo o que aconteceu ontem, e preciso que você e Luiza me contem detalhadamente todo o ocorrido!

— Ok sem problemas, já vou me trocar e ir até a empresa, me espere lá! — Beleza! Luiza vai querer arrancar todos os fios de cabelo da Marina por conta disso, mas vou ter que contar a ela, não vai ter jeito!

Luiza

Edu me acordou bem mais cedo do que deveria, além de estar cansada pela noite de ontem, estou com um pouco de ressaca, mas vamos lá, força na peruca. Algo me diz que aconteceu alguma coisa grave pois Edu estava sério e recebeu uma ligação bem cedo de alguém, será Marina? Não sei, mas o que sei é que estamos a caminho da empresa, e nunca me arrependi tanto de beber e transar até altas horas na madrugada, em um dia de semana! Acabávamos de sair do meu apê, pois estava sem nenhuma roupa de trabalho na cobertura de Edu, estou pensando seriamente em deixar algumas trocas de roupas lá, pois toda vez é esse vai e volta. — Eu não esqueci que você não se rastejou ontem! — Disse para descontrair um pouco, pois estava parecendo que estávamos em um velório. — Se você quiser, mais tarde eu rastejo o quanto você desejar, minha loirinha! — E funcionou, ele riu. — Assim que eu gosto, eu mando e você obedece! — Continuo fazendo graça em cima de graça. — Tudo por você, meu amor! Ele não tocou no assunto do que me disse ontem mais de uma vez, eu não retribui, pois mesmo achando que também o amo, fiquei meio receosa em dizer com ele meio alto, e de não lembrar no dia seguinte! Chegamos a empresa com ele indo para sala dele, prometendo descer

em 5 minutos, disse precisar resolver pendências comigo. Fico meio sem entender, só sei que nesse mato tem cachorro, isso tem! — Bom dia Daia, viu um passarinho verde hoje? — Percebo que está meio aérea. — Ham ... Oi, bom dia Lu, vi foi um gavião lindo e forte! — O que? Me conta tudo sua louca!! — Peço curiosa. — É o Dr. Moretti, um dos advogados da Novaes que está aqui hoje. Ele é muito gato, mas nunca nem sequer notou que eu existo. — Nada a ver, ele no mínimo deve ser um babaca por não te notar, você é maravilhosa, não só de aparência. Homens são assim, se você não pode dar atenção e fingir que não existe, vai ver como muda rapidinho! — Ela entende o que eu quis dizer.

— E Edu, ontem, rastejou ou não? — Pergunta mudando de assunto. — Ainda não, mas hoje vai ser o grande dia. Ela começa a rir sem parar, e o elevador se abre saindo de lá meu amor mais lindo, e um gato com cara de intelectual junto com ele. Edu que me desculpe, mas o cara era gostoso, e o mesmo para com o som da risada extravagante de Daia, agora saquei tudo, esse era o tal Dr. Moretti, e eu aqui achando que essa minha secretaria é boba, que nada, ele olha pra ela diferente, acho que aqui está rolando um clima, e eu irei atacar de cupido. Entramos na minha sala e eu me arrependo de ter saído da cama hoje, não acredito que aquela mandada tinha me acusado de agressão, isso não vai prestar, estou louca de raiva.

— Essa vagabunda não sabe com quem mexeu!!!! — Calma amor, o Adriano está aqui justamente para nos ajudar, vai dar tudo certo fique calma! - Às vezes me dá raiva esse jeito dele, tenho vontade de chacoalha-lo para perceber o que está rolando aqui nesse caralho, vou virar mutante nessa joça!

— Calma Luiza, até porque com o histórico que essa garota tem, é muito provável que isso nem vá a diante, então não se precipite! — Pensando por esse lado, tudo bem, eu vou colaborar com você, mas espero que essa mulher não apareça em minha frente! Edu me segura pela cintura e dá um leve aperto como apoio, ou para eu dar uma segurada na emoção, não sei para que é realmente. — Sua mina é meio esquentadinha, hein, Edu? — O descarado fala me irritando. — Sim, ela é a minha esquentadinha! — E me dá um beijo estalado na testa. — Que melação, nunca imaginei Eduardo Novaes assim com uma mulher, namorando! — É porque meu caro, essa aqui não é qualquer mulher! — Já chega vocês dois, olha Adriano sinceramente porque você não arruma uma namorada? Acho que está precisando, porque com o jeito que você fala parece ter invejinha que Edu conseguiu, e você não! — Edu me dá um mini beliscão onde antes sua mão repousava em minha cintura e o babaca do Adriano me olha com espanto, por essa ele não esperava e sabe o que eu acho? POUCO.

— Toma essa que é de graça filhão, essa minha namorada tem a língua afiada. — Percebi, bom eu já vou indo, qualquer coisa entro em contato, foi um prazer te conhecer Luiza! — O prazer foi todo meu, Adriano! — E dou um aperto na mão em que me estende como cumprimento. Ele sai da minha sala, e essa é a hora de Daia atacar, eu estou observando e percebi que minha secretária disfarça bem seu interesse fingindo estar mexendo em uma pilha de papéis ao lado de sua mesa. Adriano passa perto dela e não foi dito nada, então ele volta dois passos ficando em

frente a ela, a chamando. Eles conversam sobre algo, e um sorrisinho sexy é oferecido ao advogado, eu estou gostando, quero saber detalhes depois. Passa cinco minutos de conversa, Adriano pega o celular dele e anota algo, dá um sorriso encantador e sai em direção ao elevador. Daia não se aguenta, começa a rir sozinha, no mínimo podia apostar que já tinha um encontro. Vou deixar Edu subir para seu andar primeiro, depois coloco ela contra a parede. Após esse pensamento sinto que estou sendo observada, me viro de frente para Edu, percebo que ele está me olhando com um risinho sapeca no rosto. — Já saquei o que aconteceu aqui! — Ainda bem né amor, tinha certeza que teria que desenhar para que você entendesse! — Debocho dele. — Engraçadinha!! O papo está bom, mas eu tenho que subir, adiantar uns assuntos e acho melhor você fazer o mesmo princesa, pois iremos sair na hora do almoço, encerrando por hoje! — Meu namorado, é o mais maravilhoso desse mundo. — Me seguro para não pular em seus braços enchendo-o de beijos. Estava mesmo precisando descansar, se tivesse que ficar aqui o dia todo, terei que ser rebocada por um guincho.

A manhã passa mais lenta que uma tartaruga, estou com umas ideias na cabeça para a junção de Daia e Adriano, mas por enquanto terei que esperar pelo menos eles terem o primeiro encontro. Não estou me aguentando, já é hora do almoço e eu tenho que adiantar tudo como pediu meu cheirinho gostoso, para poder descansar o resto da tarde com ele! Não aguentar mais esperar decido ir ao encontro de Edu, mas antes falarei com minha secretária safada, precisava saber o que aconteceu e qual foi o papo que ela teve com o advogato. — Daia, eu estou indo almoçar com Edu, e não volto mais por hoje, se tiver algo a me passar pode me ligar se for urgente, mas se não for, segura

para amanhã, ok? — Ham... tudo bem Lu, fica tranquila, vai descansar e depois me conta sobre Edu rastejar, preciso saber! — Se faz de sonsa. — Minha querida, quem precisa saber de algo aqui sou eu, o que você e o advogado gostosão conversaram? — Já chego intimando. — Eu fiz como você me disse, fingi que ele não existia e continuei fazendo tudo como se não estivesse aqui, eu achei que Dr. Moretti iria embora sem falar nada, mas ele voltou e pediu meu telefone. Eu me fiz de difícil, mas antes mesmo dele insistir eu já havia passado meu número. — Continue fazendo como falei, pois deu resultado, me fala quando você se encontrar com ele, porque eu vou promover o segundo encontro lá na cobertura de Edu! — Ela me olha pasma, querendo entender. — Isso mesmo Daia não adianta me olhar com essa cara de boba, que de boba eu sei que não tem nada. Você já é minha amiga, vou convidar Jaque e Jhon também, estou empolgada! — Bato palminhas.

Praticamente arrasto Eduardo para fora da empresa, vamos para casa e no caminho falo com ele sobre o que minha cabeça anda planejando sobre o assunto Adriano e Daiany e ele simplesmente sorri dizendo que sou maluca. Comemos algo pelo caminho, e quando chegamos na cobertura de Edu, só nos jogamos na cama e dormimos por horas. O cansaço bate forte e eu simplesmente me entrego a ele.

Algumas semanas se passaram com toda tranquilidade, eu praticamente moro com Edu, passando a maior parte do tempo junto a ele, sem a menor restrição. Tentou me policiar por conta da rapidez com que as coisas andam acontecendo, mas é totalmente falha, quando não é ele, sou eu sentindo saudades absurdas. Olhando para um passado não muito distante, vejo que Eduardo chegou em minha vida para somar, antes dele nada fazia qualquer sentido, e

muito menos dava certo. Hoje, me sinto realizada com tudo o que tenho, e não preciso de nada mais para me sentir completa, ele me faz sentir, me faz andar para frente e com que eu encontre um caminho a seguir, me faz reviver abrindo os olhos para a vida, todos os dias. Ao mesmo tempo sinto-me confusa com todos esses sentimentos embaralhados em minha cabeça, não consigo demonstrar o que sinto e muito menos nomear, só sei sentir e sentir, mais nada, apenas sentir.

CAPÍTULO 12

Edu Realmente as coisas entre eu e Luiza acontecem como tem que acontecer, não colocamos barreiras, e desde o começo tudo é tão rápido e ao mesmo tempo tão natural. Ela praticamente mora comigo, só não foi oficializado ainda por ela, não sei qual o medo das coisas acontecerem em seu percurso natural que ela tem, sempre usa a mesma linha de pensamento, que estamos indo rápido demais, é sempre a mesma história, e o único motivo das brigas que já tivemos. Não sei se sou muito possessivo mas não gosto que ela fique longe de mim, quero sempre perto, parece que está faltando algo para ficar completo. Tenho essa necessidade, deve ser porque nunca senti isso por ninguém, ela é muito especial, por isso planejo um fim de semana só nosso, principalmente porque essa semana ela está tomada por Jaque, que faz aniversário e sua festa vai ser sexta-feira à noite. A loirinha está ajudando com os preparativos, que a louca da amiga inventou, vai ser a fantasia, e no dia seguinte fazem exatamente quatro meses desde o primeiro dia em que nos encontramos, por esse motivo merecemos uma comemoração, e eu tenho muitos planos só para nós dois, durante o final de semana.

Luiza Enfim a sexta – feira chega, e estou ansiosa, almoço com Edu, mas depois do almoço a hora não passa, eu irei embora um pouco mais cedo, não só eu como Daia também. Marcamos horário no salão de beleza, irei me arrumar no meu apê e Edu irá buscar a mim e as meninas também. Como ficaremos sem nos ver até a noite, preciso me despedir do meu nenê, então faltando uma hora ainda para eu poder ir embora, era tempo suficiente, hoje estou insana, quero dar uma trepadinha de leve dentro da sala de Edu. Ele sempre teve esse fetiche, mas nunca deixei chegar a tanto, só ficávamos entre amassos e beijos quentes, mas hoje meu amor, ninguém me segura, vou pega-lo de surpresa! Cheguei ao meu destino, indo direto para sala da diretoria a passos largos, entrando sem bater, o pego distraído com uns papéis em cima da mesa. Nem percebendo direito minha presença, tranco a porta, caminhando em direção a ele, já abrindo os botões da minha blusa, e subindo levemente minha saia para mostrar minhas meias provocantes que coloquei hoje, juro por Deus que não tinha essa intenção quando as coloquei. Ele escuta os saltos batendo no chão, então seus olhos encontram os meus, parando imediatamente o que está fazendo sua boca abre lentamente, se remexendo na cadeira. — Como vou te ver só daqui a algumas horas, e vou morrer de saudades até lá, vim te dar uma prévia do que vamos fazer depois da festa o que acha? — Mordo meu lábio inferior. — Eu acho, uma ótima ideia! — Sorri. — Carla não quero ser interrompido! — Com a mesma velocidade que pega o telefone para falar com sua secretaria, desliga sem esperar resposta. Edu pega em minha mão, puxando-me em direção ao seu colo. Dou um gritinho surpresa, passo as mãos em seus cabelos, dando umas lambidas em sua orelha, ele ofega, me dando ainda mais coragem para fazer o que planejo.

— O que você quer, meu amor? Estou aqui pra satisfazer seus desejos, peça - me o que quiser! — Sou dessas, que são fãs de livros hot. — Tem certeza? — Suas sobrancelhas se levantam em sinal de desafio. — Peça - me o que quiser, e eu te darei! — Pisco um olho seduzindoo. Sem dizer nada, levanta da cadeira comigo pendurada nele, afasta os papéis que estavam em cima de sua mesa e me deposita no lugar. Agora com os documentos todos esparramados pelo chão, encaixando-se no meio de minhas pernas fazendo com que nossas intimidades se choquem, causando um roçar delicioso. Me beija forte, fazendo com que eu perca o fôlego, puxa meus seios do sutiã e já começa a chupa-los com força, mordendo, me fazendo sentir a sensação de dor e prazer que eu amo. — Ah — Um som sai de minha garganta, ele para na hora fazendo com que eu proteste. — Amor, aqui não é a prova de som, se você não quiser ser ouvida não faça escândalo, mas já vou avisando que vou fazê-la gritar! — Ouço o barulho de seu cinto sendo aberto. — Edu, pelo amor de Deus, não me faça passar essa vergonha! — Ele belisca meus mamilos, faço um esforço tremendo para não gritar. — Eu vou te dar muito prazer loirinha, se acha que vai gritar me morde ou me beija assim não dá para escutar tanto, vamos dar um jeito, mas vou te chupar e vou te comer gostoso por todos os cantos dessa sala. Quero cinco orgasmos seus aqui, para toda vez que eu olhar para cada canto desse lugar, lembrar que fiz minha loirinha delirar! — Minha coragem fica um pouco abalada, mas a adrenalina que sinto por estar aqui dentro fazendo esse tipo de coisa e ainda com uma promessa dessas, não tem quem aguente. — Surpreenda - me! — Hoje estou muito literária. Sinto seus dedos tatearem em minha virilha, afastando para o lado minha peça íntima, quando sua mão quente encontra minha entrada já úmida, suspiro de pura excitação.

— Sempre molhadinha, para mim! - Minha intimidade pulsa em espera. Seus dedos são habilidosos, sua boca não deixa a minha, dou graças a Deus por isso, pois a essas horas estaria gritando igual uma louca dando o show da biscate. Edu acelera os movimentos, dos dedos me deixando desesperada por alívio, sinto as ondas de orgasmo tomando conta do meu corpo, começo a tremer, sentindo as sensações do gozo me tomando, abafando os gritos e gemidos com sua boca, me derretendo toda. Gozo deliciosamente, fico tonta, enquanto ele engole todos os barulhos que saem da minha boca com seu beijo quente, e eu arranho suas costas. — Um! — Começa contar meus orgasmos. Ele se separa de mim, e observa o final das minhas reações, com um sorriso sacana nos lábios retira seu terno, desabotoa a camisa e põe tudo organizado em sua cadeira, me puxa de cima da mesa retirando a roupa que restou, me deixando somente de meias pretas e scarpin. Ele senta no sofá e eu fico em pé de frente a ele seminua, morde os lábios me desejando, então faço um showzinho particular para ele bem rápido. Começo retirando meus sapatos e coloco uma perna no meio das suas, retiro lentamente a meia, primeiro de uma perna depois da outra, os olhos dele brilham de puro tesão, então monto em cima dele que ainda está de calça e sapatos, quero provocar um pouco, quero seu descontrole, começo a roçar no pau dele ainda dentro da calça. — Para de se esfregar em mim e me cavalga, ou você quer que eu gozo nas calças? — Não precisamos ter pressa, tenho ainda quatro orgasmos para usufruir. — Vou beijando seu pescoço, e descendo mordiscando. Ele ofega várias vezes, tenho que ir logo ao meu objetivo se não Edu vai perder a paciência e acabará com toda minha diversão. Faço movimentos de fricção em cima de sua ereção, enquanto distribuo beijos por todo seu peitoral, descendo as carícias, rodeando seu umbigo, chegando ao cós da calça, onde é formado um V perfeito com leves pelos loiros que começam ali. Nossos olhares se cruzam e como previ, Edu

não espera eu fazer o que pretendia, simplesmente inverte nossas posições, aproveitando que estou despida, faz o seu trabalho de me trazer até ele puxando meus calcanhares. Alisando a parte interna das minhas coxas com uma mão, a outra sobe em direção aos meus seios, passa no meio deles, causando um arrepio em minha pele, e enquanto sua mão que permanecia entre minhas pernas alcança meu clitóris, a outra difere um leve tapa em meu rosto. Fico surpresa com seu gesto, mas gosto e ele percebe pois sorri e massageia em movimentos circulares meu ponto de prazer, fazendo com que revire os olhos. Quando estou quase alcançando meu êxtase, ele para todo e qualquer movimento em meu corpo, causando frustração, mas antes que eu possa reclamar de algo, ele me penetra fundo de uma só vez, preenchendo-me, fazendo com que esse único movimento, cause tremores involuntários por todo meu corpo. E eu gozo, sabendo que nessa hora eu protagonizo um pequeno escândalo pela quantidade exorbitante de prazer atingido, Edu tampa minha boca, e sussurra em meu ouvido. — Dois! — Eu ofego, ele realmente está levando a sério. Sem sair de dentro de mim, e sem ainda ter gozado uma única vez, ele me ergue do móvel que eu ainda permaneço esparramada, me recuperando do orgasmo alucinante. Ele me encosta brutalmente em uma prateleira imensa de livros e seus momentos são absolutamente fora do comum, nesse momento minha cabeça já não pensa mais, e meus gritos estão sendo abafados por sua boca, que não sai mais da minha. Assim eu recebo meu terceiro orgasmo. O quarto, é recebido em cima de um sofá pequeno de couro, e o último mas não menos importante é oferecido a mim no chão, para ser mais exata em cima de um tapete felpudo. Encontro-me desmaiada e toda molecada não só pelos meus fluidos mas também é principalmente pelos de Edu. Me sinto suja e acabada, mas totalmente saciada. Ainda com a sensação de estar nas nuvens, sinto uma toalha úmida sendo levemente passada em minha intimidade, tirando qualquer resquício do que aconteceu nessa sala. Abro os olhos mesmo sem a mínima coragem e vejo um Edu cuidadoso e com os olhos brilhantes, minha

única alternativa é sorrir em retribuição. Tento me recompor, arrumar o máximo que consigo, principalmente meu cabelo, mas é uma tentativa falha, mesmo assim, visto minha máscara de plenitude e saio da sala do mesmo jeito que entrei, com a cabeça erguida e a passos largo. Só que agora com uma única diferença, eu fiz um sexo louco e sujo a alguns minutos atrás.

Encontro Daia com o celular na orelha, e quando me vê, lança seu olhar mortal, ela não fala simplesmente nada, entendendo o que eu estava fazendo, me repreende, mas ao mesmo tempo não consegue segurar o riso. Não dou chances para a tiração de sarro, e seguimos para o salão de beleza, encontrarmos Jaque. Já estamos atrasadas quando saímos do salão, Jaque não me perdoa por minha trepada ter atrapalhado nossa programação, e reclama o tempo todo por esse motivo, acho desnecessário, diga-se de passagem. Edu me liga assim que sai do escritório, dizendo que em menos de uma hora estará pronto para nos buscar, sei que parte disso é ansiedade, pois fiz tanto mistério sobre do que iria me fantasiar. Quando chegamos ao apartamento em que eu e Jaque moramos, fomos mais que depressa tentando não deixar com que algum desastre aconteça pela correria, e nos arrumamos em tempo recorde, e além de tudo fico impressionada com a rapidez que fizemos tudo, e agora estamos uma admirando a outra depois de prontas. De Alice no país das maravilhas está Daiany, que tem um pouco a ver com ela já que vive em um mundo paralelo só dela, eu dou risada com esse pensamento. Jaque está de chapeuzinho vermelho, que por ironia tem tudo a ver com minha amiga por sua teimosia de achar que tudo tem que ser do jeito dela, e eu de Branca de neve, e não me venham falar que tem algo meu nela, pois Edu ficaria louco se eu cantasse a música que tenho em mente no momento, enquanto me olho no espelho já montada pela caracterização. "Teoria da branca de neve, para que só ter um se eu posso ter sete." Quando descemos a escada, inevitavelmente recebemos a atenção dos

três que estavam a nossa espera, deixamos que entrassem sem nem ao menos recebe-los, estavam babando em cima de nós, mas confesso que eu fiquei impressionada, pois realizaria um sonho de princesa, ter um namorado fardado só fazia parte dos meus pensamentos mais inescrupulosos. Edu estava de policial da SWA, Jhon estava de piloto de avião e Adriano de soldado do exército. Mal termino de descer as escadas, e Edu já veio ao meu encontro, dando-me um beijo rápido. — Você não poderia estar mais linda, agora eu estou fodido pra caralho, aguentar até o final da festa para te comer será um desafio! — Olho para os lados depois dessa declaração explícita do meu namorado, respirando aliviada por notar que nenhum dos meus amigos escutaram, sem exceção de nenhum outro casal, todos estão querendo se engolir. — Estou louca para cometer um delito e ser presa! — Dou uma mordida em seu lábio inferior, recebendo um tapa na bunda como resposta. Fomos todos de limusine para a festa da Jaque, cortesia de Edu, ele alegou ser a facilidade de podermos ir todos juntos a festa, e podemos curtir sem culpa de dirigir depois com o álcool em mente. Tomamos champanhe e damos muita risada a caminho do salão de festas. Quando chegamos ainda não tem nenhum convidado, mas está tudo muito lindo, nós destruímos em termos de decoração, afinal está tudo muito caprichado, nos mínimos detalhes. Tiramos algumas fotos nossas, enquanto o Dj já começava esquentar a pista de dança para que os convidados já chegassem no ritmo, e foi o que realmente aconteceu, quando percebo a pista já conta uma quantia razoável de convidados. — Vamos dar uns amassos na pista de dança? — Chamo Edu, já puxando sua mão em direção ao centro do chão quadriculado. — Só se for agora, loirinha! — Ele agarra minha cintura por trás, deixando-me sem fôlego ao sentir sua semi-ereção. — Desse jeito não vou aguentar e vou te comer aqui mesmo! — Ele sussurra em meu ouvido, após começar a me esfregar propositalmente no ritmo da música eletrônica.

— Essa festa promete!

CAPITULO 13

Luiza Sinto o cheiro de devassidão no ar, essa festa mal começou e o mínimo que eu espero é muita dança, bebidas e terminar a noite nos braços dele, Edu. Mesmo que minha vida tenha dado uma guinada nos últimos meses, estou me sentindo muito pacata, precisava de algo para extravasar e ter uma comemoração de respeito, por esse e muitos outros motivos, tenho muitas expectativas. — Dudu, me empresta sua loirinha um pouco? — Jaque chega de repente acompanhada de Daia. — Quero curtir minha festa com minhas amigas por um momento, e trouxe seus parças para você não ficar sozinho, mas saiba que estamos de olho! - Adriano e Jhon vão para o lado de Edu e eu sou puxada para o lado das meninas. - Pode pegar Jaque, me devolvendo inteira é o que importa, vão curtir a noite, eu estarei bem aqui te esperando loirinha! - Me dá um beijo rápido. — Espera Jaque só um minuto, tenho que trocar umas palavrinhas com Edu, já encontro vocês no bar. — Eu cochicho para Jaque, que revira os olhos e vai em direção ao bar junto com Daia que ainda está tímida, mas hoje isso vai acabar, vou encher ela de cachaça. Me viro para Edu, o afastando dos amiguinhos para poder dar meu sermão da noite juntamente com minhas regras. — Eduardo, quero que saiba que hoje foi combinado de curtirmos a festa, então quer dizer que vamos estar juntos e pelo que estou vendo a maioria do tempo vamos estar com nossos amigos. Eu não ligo, você pode beber, dançar, fazer o que quiser, só não te quero de papo com nenhuma periguete e muito menos dançando com uma, estamos entendidos? — Chego bem perto dele e lambo seus lábios, sorrio e pisco um olho para ele, que agora tem um sorriso safado. Edu chega bem perto da minha orelha e morde bem devagar me provocando. - Tudo bem amor, que essas regras sirvam para você também, estou de olho, e não quero ficar com saudades então eu vou grudar em você a

qualquer momento e roubar uns beijinhos e uns amassos de leve! - Tudo bem, te vejo daqui a pouco? - Pergunto alisando sua barba por fazer. — A hora que você quiser, vou estar bem aqui! — Me dá um beijo de tirar o folego e vira em direção aos seus amigos. — Posso saber qual a resenha? — Chego ao bar dando um tapa na bunda de cada uma. — A minha missão hoje Luluzinha, é te manter longe de Dudu, porque vocês estão muito grudados e chega me dar ânsia, não estou te impedindo de dar uns pegas, mas não toda hora, e minha outra missão é deixar essa aqui soltinha, então ... vai um shot de tequila aqui, gatão? — Pede para o moço das bebidas. — Percebo que temos uma missão em comum Jaque, quero a Daia soltinha hoje e pretendo encher não só o dela como o meu toba de cachaça! — Falo levantando os braços para o alto. — Ei, não falem de mim como se eu não estivesse aqui, suas abusadas! — Daia reclama! O barman deposita os shots de tequila, com limão cortado e sal, essa noite vai entrar para a história. Brindamos com os copinhos, lambemos o sal, chupamos o limão e viramos a tequila, aquela porra desce queimando e esquenta todo meu corpo! — Caralho, se continuarmos assim não vamos durar até o parabéns! — Eu constato e caímos na risada. Não saímos do balcão do bar enquanto Daia não engoliu sua quarta dose do líquido do capiroto, sim, eu dei esse nome super adequado a tequila, e não me atrevi a beber mais daquilo. Peguei meu velho parceiro copo de vodca com energético e bebi lindamente, sem medo de ser feliz. — Ô novinha eu quero te ver contente!!! - A voz de Daia supera o som alto, causando nossa atenção para seu momento de loucura, arrastando eu e Jaque pelo braço até a pista de dança, onde começou a tocar funk. Começo dançando timidamente, as luzes que piscam na pista me

fazem ter uma leve tontura, a ordem explícita que a aniversariante impôs ao garçom gatinho foi que nosso copo permanecesse sempre cheio, e realmente estavam seguindo à risca. Eu com toda certeza aproveitei dessa regalia, que a mim foi dada. Vejo os meninos de longe rindo da nossa performance, minha mente nubla com a hipótese de tirar Eduardo do sério, usando da situação, viro o restante da minha bebida, foi um mal necessário, certas coisas na vida para serem feitas precisamos de uma dose de coragem e essa é a minha. Era a ajuda que precisava, pois nesse momento estou totalmente solta me oferecendo descaradamente para Eduardo que permanece sentado me observando com os olhos em chamas. A hora do parabéns chega, a festa passou rápido e eu nem percebi, bebi uma quantidade mediana de bebida alcoólica, estou bem, mesmo me sentindo exageradamente animada, e levemente tonta. Edu me segura para não subir em cima de uma mesa, querendo puxar a cantoria. — Chega de beber por hoje mocinha, quero você consciente para o termino da nossa noite. E eu com todo humor de bêbada, rebolo esfregando minha bunda em sua semi-ereção provocando como já costumo fazer normalmente, agora no nível de teor alcoólico que estou, nada fora do contexto aconteceu. — Eu vou morrer, eu vou morrer mais eu não paro de beber!! — Canto descontraída, rindo como se fosse a mais engraçada piada. — Você está sendo uma garota muito desobediente, não quero te dar uma lição hoje, pense bem! — Meu corpo se arrepia, com esse aviso sussurrado em meu ouvido. — Tô sarrando em você LEN TA MEN TE! — Contínuo as provocações exageradas. Ele até joga a cabeça para trás de tanto que ri, então sinto ser puxada pelo braço, e vejo que é Daia, ela está virada no capiroto, se eu soubesse que era só dar tequila para a bichinha se soltar já teria colocado um galão com filtro abastecido dessa porra na empresa mesmo. Daia está querendo dançar e eu avisto Adriano chegando perto de Edu todo descabelado, com a boca

inchada, vejo que ele vai agradecer a mim e a Jaque por dar um sacode em Daia. Então, apagam-se as luzes e começa o famoso parabéns, mas como me encontro na situação alcoólica faço graça em cima de graça. — É pica, é pica, é pica .... É rola, é rola, é rola ... vai rabetão!! — Todos riem e Edu tenta me conter, mas as fogueteiras estão vindo em minha direção, após acabar com todo o script da cantoria e apagar as velas. — Toca um funk aí, DJ gato do caralho!!! — Jaque grita e o Dj obedece enquanto muitos convidados caem na gargalhada com a cena das três loucas, e bêbadas, estão protagonizando na festa. — Dentro do carro, hoje vai ter ousadia!! — Daia está doidinha, rebolando como se não houvesse amanhã, olhando para Adriano só provocando e ele por sua vez está com a maior cara de quem quer foder ela aqui no meio da festa mesmo, mesmo de longe seu olhar é fatal. O garçom filho da puta me dá um copo cheio de vodca, querendo tomar o último da noite, aceito, brindo com as minhas amigas, batendo um copo no outro representando o brinde, quero virar a bebida de uma vez, mas nem sinto o gosto do líquido na minha boca e vejo Edu se aproximando. Ele vem mais rápido que o Flash tirando meu copo da minha mão, com um sorriso ordinário no rosto entrega para um outro garçom que está passando ao lado com uma bandeja vazia. Faço beicinho percebendo que não foi só Edu que atacou, mas todos do trio estão com as respectivas nos braços tirando suas bebidas também, querem todos garantir uma noite sem amnésia no dia seguinte! — Vai me prender, senhor policial? — O sorriso que trocamos é reciproco. — Dança comigo, uma última música antes de irmos embora? — Lógico, mas vamos dançar funk juntos? — Pergunto com um tom de brincadeira. — Sim, quero que rebole essa bunda gostosa para mim! — Sigo para a pista de dança, com Edu grudado em mim. — Mano, pra mim já deu essa porra festa, essa garotinha está muito alegrinha, vocês acordaram um furacão, não estou reclamando, mas está

difícil de controlar. — Adriano pede arrego, acho que ele espera que façamos algo a respeito. — Amiga, eu estou com fogo no rabo, e o Adriano é um cuzão, não está aceitando minha proposta de uma rapidinha no banheiro. — Entendo agora o desespero do nosso amigo, Daia está fora da casinha, totalmente sem filtro, sem aguentar eu e Edu gargalhamos, deixando Adriano extremamente sem graça. — Bom, vocês estão vendo, Daiany está irreconhecível, vou ter que dar um trato, bendita tequila! — Ele entra na brincadeira. — Arriba, muchacho! — Ela grita e se pendura no pescoço dele como cavalinho, nos despedimos deles que vão embora cheios de fogo. " Vai, rebola pro pai, vai novinha vai, descendo, descendo..." Aproveito a deixa da música propicia, colocando as mãos no joelho, e rebolando descaradamente, sem me importar com que os outros em minha volta vão achar. Edu só falta colocar as mãos na cabeça e inclinar seu quadril para frente, pois mal se mexe, quem está dançando sou eu, ele simplesmente está aproveitando a situação, e que sou eu para reclamar de algo não é mesmo? — Luluzinha meu amor, que fogo na pepeca é esse, minha querida? Vocês estão quase se comendo no meio da pista, não quero sexo explícito na porra da minha festa! — Chega a empata foda da minha amiga, eu reviro os olhos, tendo um resquício de lucidez. — Calma recalcada, estou indo embora, não vou expor o pauzão do meu lindo namorado tatuado para qualquer uma ver! — Debocho da sua cara, por perceber que ela e Jhon estão com a mesma cara de toba. — Então divirta-se! — Noto que está desanimada, mas não toco em assunto nenhum, talvez amanhã podemos conversar sobre. Nos despedimos o mais breve possível, a excitação chega exalar de nossos poros, nossa respiração está ofegante podendo ser ouvida por qualquer um que passa por perto, não toco nem sequer em um fio de cabelo dele, com medo do que a reação de um simples toque pode causar. Estou à beira de uma erupção, meu corpo queima em espera, não sei se aguento chegar em um

lugar seguro e não ser presa por atentado ao pudor. Chego a ficar frustrada ao lembrar-me que não viemos sozinhos, Adriano e Daia foram embora de táxi, eu e Edu voltaríamos com a bendita limusine que viemos. Mesmo não estando tão bêbada a ponto de não conseguir andar ou algo parecido, opto por ficar e esperar Eduardo voltar com o motorista e nosso veículo de transporte, estou de salto e não quero arriscar um tombo besta por andar por entre carros, a procura do motorista perdido, então Edu vai e me deixa aqui, por um lado fico aliviada com esse afastamento, precisava de ar, respirar sem ele, minha sanidade agradece. A preocupação toma conta após esperar longos minutos por Edu, e nem sinal dele, estou praticamente sozinha no meio fio, fantasiada de branca de neve no meio da madrugada. Marina me vem em mente me dando a coragem necessária para ir atrás do que quer que seja, mas nada me preparou para a cena em que e deparo quando encontro Eduardo!

CAPÍTULO 14

Luiza Estou com algum problema na visão ou a bebida já está me causando alucinações? Pois, o que vejo só pode ser efeito do álcool! Simplesmente o miserável está todo de risinho frouxo com uma vadia vestida de capetinha, era mais fácil ter vindo pelada pois essa fantasia está indecente, fora que eu nunca vi mais gorda e não sei de qual Ultragaz saiu esse botijão. Respiro fundo, contando até perder as contas, realmente o teor alcoólico que me encontro está fazendo efeito, decidindo então que tenho que tomar uma atitude e intervir esse contato tão íntimo entre os dois. Vou até eles pisando duro, entro no meio da conversa descaradamente como se já estivesse participando daquilo, ficando de costas para Edu e de frente para a tal capetinha que por sua vez perde a fala e o riso em dois tempos, sem graça. — Estamos conversando flor, não está vendo? — Alguém me segura, que vou partir pra cima dela. — Em primeiro lugar QUERIDA, flor é a puta que te pariu, em segundo lugar eu estava esperando meu namorado que demorou mais do que deveria para buscar o motorista e o nosso carro — Viro-me de frente para o meliante intimando-o. — Desculpe por isso Patrícia, ela bebeu um pouquinho além da conta na festa... — Não espero que ele termine a frase, saindo, deixando tudo para trás. Não quero ouvir mais nada e muito menos esse imbecil colocar a desculpa da atitude que tive, na bebida que tomei. Tenho certeza que mesmo estando livre de qualquer bebida alcoólica faria a mesma coisa, e ainda fiz muito pouco, diante da cena que presenciei. Minha real intenção nesse momento é pegar a porra de um táxi, e ir diretamente ao meu apartamento, porque não sou obrigada a nada, muito menos ser rebaixada pelo próprio namorado, ainda mais na frente daquela zinha. Caminho o mais rápido que posso e sinto que Edu está logo atrás de mim, então aperto o passo ao escutar me chamando.

— Luiza, espera caralho! Onde você está indo? — NÃO TE INTERESSA EDUARDO!!!!!!! Vê se me erra filho da putaaaa!!! — Grito sem nenhum pudor! — Vou lavar sua boca com sabão. — Ele diz me pegando pelo braço com tudo e me virando de encontro ao seu peitoral maciço. — Vai se foder seu cretino, não toca em mim! — Tento me desvencilhar, mas é impossível por ele ser bem mais forte do que eu, e por estar um pouco alcoolizada, só um pouco mesmo pois tenho consciência sobre todos os meus atos. — Quero saber o porquê de toda essa revolta, essa falta de educação? Falei pra você não exagerar na bebida! — Ele quer realmente dar lição de moral — Eu não estou bêbada, tenho consciência de tudo o que estou fazendo, e antes que eu me esqueça: VAI TOMAR NO CÚ!!!!!!! — Porque você está tão transtornada? Para com isso! — Me abraça tentando fazer com que eu pare de me debater para escapar. — Para com isso é o caralho! Eduardo você se drogou? O que está pensando que eu sou? Você me deixa aqui plantada dizendo que vai chamar a porra do motorista para dirigir a porra do carro, eu fico aqui te esperando com essa porra dessa fantasia por incontáveis minutos e quando vou procurar o donzelo está de risadinha com o próprio belzebu tribufu e quer que eu faça o que? Bata palmas? Abro as pernas e te dou aqui na rua? Ou prefere ter o privilégio de desvirginar meu toba por esse seu ato de defesa com a capetona? — Ele segura o riso, isso mesmo meu querido estou sem filtro e foda-se. — Não é nada disso, essa moça é a Patrícia, ela fez faculdade comigo, por coincidência é conhecida da Jaqueline e estava na festa, ela me abordou e não pude não cumprimenta-la depois de tantos anos, você foi grosseira com ela, não precisava de tudo isso, mas pensando bem, desvirginar seu toba ou te comer aqui e agora não seria uma má ideia! — Iludido ele. — Tire seu cavalinho da chuva, eu estou indo embora para o meu apartamento, se você quiser vai atrás da mocréia ou joga cinco contra um,

você que escolhe, eu é que não vou ficar aqui para saber qual foi sua escolha, fui! — Virando as costas sigo meu rumo. — Mas não vai mesmo! — Escuto suas palavras e não sei nem de onde veio ou como aconteceu, só sei que Eduardo está comigo pendurada em seu ombro e eu com a cara colada na bunda dele. — Eduardo Novaes, se você não me soltar agora eu não respondo por mim! Me solta ou eu vou gritar, pior, vou te arrebentar!!!! — Grito diferido socos e balançando minhas pernas. — Tapa de amor, não dói! E eu sei como te amansar! — Me dá um tapa bem dado na bunda, me joga no banco de trás do carro e o motorista já se encontra sentado nos esperando. Fico virada no cão e começo a jogar tudo o que encontro em cima do cafajeste que me trouxe até aqui. Mais do que depressa, Eduardo fecha um vidro que separa o resto do carro ao motorista, e eu decido fugir dali pelo teto solar, ele percebe meu ato e agarra minha perna me impedindo. — Me solta seu desgraçado, porque você não vai lá com sua miss Plus capetona? Sai do meu pé chulé!! — O nível de loucura bate, a bebida tem seus efeitos, lembrando que não estou bêbada só levemente alterada. Me puxando com força para baixo, e como não estou no meu equilíbrio perfeito, caio dentro do carro, dando com a cabeça no chão. Eduardo começa a rir sem parar e como o veículo ainda está em movimento, custa muito para conseguir me manter na missão de pular para fora. — Para de graça, caralho! repreensão.

— Levo um tapa na bunda como

— Eduardo você jura que vai me fazer ficar aqui, contra a minha vontade? — Indignação é meu sentimento nesse instante. — Você é tão lindinha falado mole! — Está mudando de assunto essa mundiça. — Eu não estou brincando! — Sento, cruzando meus braços, fazendo a típica pose de menina mimada. — Adoro garotas difíceis! — Dá uma piscadela.

— Difícil de cú, é rola!! — Rebato. — Seu cú na minha rola? — Engraçadinho! — Meu pau no seu cuzinho? Não dou mais liberdade para a brincadeira que Eduardo iniciou, estou puta de verdade e espero o mínimo de compreensão da parte dele. Não gostei da cena que vi, independente se aquela conversa não teve fins eróticos ou segundas intenções, na realidade não quero saber, exijo respeito acima de tudo, e posso sim estar exagerando no momento, mas prefiro esperar até estar completamente lúcida e poder conversar colocando todos os pós e contras desse relacionamento. Tenho em mente que o sexo é essencial para um casal, mas não é só isso, temos que ter cumplicidade, confiança e respeito um pelo outro, pode até ser que nossa primeira briga oficial aconteça após esse reencontro de Eduardo. Ele por sua vez não faz questão nenhuma de se importar com a imbecil aqui que esperou feito uma palhaça, fiz sim um pequeno barraco, mas que não deixo de estar em minha razão, se ele tinha alguma esperança de trepar, sinto em dizer que essa noite não vai rolar absolutamente nada. Nem conversar eu quero, minha vontade mesmo é ir para a minha casa e ficarmos por essa noite isentos um do outro, mas como não tem conversa e esse cabeça dura parece que quer piorar a situação, estamos indo para seu apartamento. O silêncio se faz presente, ele se dá por vencido, percebendo que comigo hoje não terá vez. Assim que chegamos ao nosso destino, desço do veículo sem ao menos dar a chance de alguém abrir a porta ou me ajudar a sair, sigo pisando duro até o elevador, e antes das portas se fecharem comigo sozinha no espaço, Eduardo interrompe com o braço e as portas abrem novamente, colocando-se ao meu lado nesse cubículo. Para permanecer nesse lugar minúsculo ao lado do meu objeto de desejo é quase meu pior castigo, ainda mais que tenho um sério problema com bebida, nem gosto de pensar no que estaríamos fazendo se não fosse o imprevisto com a amiguinha dele, certamente de cabeça para baixo plantando uma bananeira erótica dentro desse elevador mesmo.

Quando as malditas portas se abrem, depois de parecer horas trancada, sigo guerreira para tomar um belo banho frio, pois é o recomendado para minha atual situação, e para minha surpresa não sou impedida, acho que a missão foi cumprida nessa noite, o prazo para o arrependimento e pedido de desculpas de Edu é até amanhã cedo, se passar disso minha atitude terá que ser outra mais drástica. Quando tranco a porta do banheiro fico louca para me livrar dessa maldita fantasia que a horas me incomoda, ligo o chuveiro entrando debaixo da ducha fria, dou um gritinho com o impacto que a agua gelada teve com a minha pele. Escuto batidas na porta quando já estou consideráveis minutos trancada aqui, deixando escorrer pelo ralo o que resta de álcool no meu corpo. — Abre a porta, branca de neve! — Edu pede, com a voz mais mole do que me lembrava. Não respondo, continuo meu banho escutando seus gritos, até desligar a ducha e me enrolar na toalha macia e felpuda. Respiro fundo tomando uma certa coragem para abrir a porta, já que não sei o que me espera ao sair daqui. Mas nada me prepara para a cena que vejo, Edu simplesmente está sem camisa, com uma garrafa de alguma bebida qualquer em sua mão, e nem percebe que já sai do banheiro, eu apenas o observo. Ele faz lamentações em sussurros, completamente embriagado, faço de tudo para segurar o riso quando paro em sua frente cruzando os braços, me fingindo de brava, já que a raiva se desfez diante de uma cena dessas. — Nós vamos amanhã, não é mesmo? Não me diga que desistiu de nós, pois se você leva em conta minha opinião, eu acho que não compensa levar em conta o que aconteceu, os dois estávamos alterados, eu sei que errei, mas pensa comigo.... — Edu dispara a falar enrolado, e eu acho fofo os argumentos de sua mente embriagada. — Não deixe que essa bobagem estrague isso que temos, nosso sexo é alucinante, branquinha de neve! — Não consigo mais segurar caindo na gargalhada. — Pronto agora era o que me faltava. — Reclama. — Que negócio é esse de viagem, que eu não estou sabendo?

— De todas as coisas que eu te disse, você só prestou atenção nisso? Não estou valendo mais nada mesmo! — Ele está realmente indignado. — Vamos parar com esse papo de bêbado, vai já para o banho, curar um pouco do alcoolismo e amanhã conversamos. Ele levanta da cama indo em direção ao banheiro, deixando pelo caminho a garrafa que segurava e a cada dois passos retira uma peça de roupa, quando chega na porta do cômodo já está completamente nu, eu admiro à vista. — Pelo visto hoje não teremos sexo, é uma pena, pois estava doidinho pra te tacar o pau. — Ele faz uma dança escrota antes de bater à porta e me deixar tendo um ataque de riso. Quando sai cheiroso e com minúsculas gotículas perpassando pelos músculos do peitoral, quase perco a cabeça e me jogo em cima dele, mas mantenho o controle pela graça de Deus. Esse castigo é merecido, e também necessário para mostrar que não gostei e para evitar que aconteça novamente. Possessiva? sou mesmo, e sei que é recíproco. Amanhã é um novo dia e espero poder conversar sobre o que aconteceu, colocando em pauta o assunto que acabou com a minha noite, em pensar que a essas horas eu poderia estar cavalgando, foi frustrante.

CAPÍTULO 15

Luiza Ouço a voz de Edu bem ao fundo e sei que estou nesse momento sendo acordada de um sono tranquilo, quando abro os olhos me deparo com um sorriso de tirar no fôlego, nem reparando que a culpa da minha sanidade danificada carrega uma bandeira com um café da manhã de respeito. — Bom dia dorminhoca, hora de acordar, para que possamos arrumar nossas malas. — Diz colocando a bandeja em cima da cama. — Bom dia! Eu até posso fazer o que está pedindo, mas primeiro precisamos conversar, sobre ontem e sobre essa viagem que eu jamais pensei que fosse real, pois você mencionou somente quando estava alcoolizado. — Já jogo tudo em seu colo, precisamos resolver essa pendência. Edu respira fundo, dando a entender que o assunto lhe irrita, e para falar a verdade tenho o mesmo sentimento, mas precisamos conversar e chegar em um denominador comum, não podemos deixar as coisas como estão, mesmo vendo que não abalou em nada o que temos um com o outro. — Tudo bem, eu sei que te devo um pedido de desculpas, mas quero que entenda que não só naquela hora, mas em várias outras da noite não estava totalmente ciente dos meus atos. — Sua fala é calma e serena. — Eu sei, eu também fiz muitas coisas por estar alcoolizada, e sei que nada demais aconteceu entre você e sua amiga, só queria deixar você ciente que fiquei chateada por me deixar plantada enquanto conversava distraidamente com uma ex colega de faculdade. — Cruzo os braços mostrando minha irritabilidade. — Sei que fiz mal, me perdoe por isso, prometo que nunca mais acontecerá algo parecido. — Ele me abraça depositando um suave beijo no topo da minha cabeça. — Entrando no assunto da viagem, será um descanso merecido de todo esse turbilhão de acontecimentos em nossa vida, quero você relaxada e disposta para enfrentar a nova semana com as baterias recarregadas. — Eu te desculpo, e não gostei de te ver conversando com uma

mulher. — Sou ciumenta assumida. — Então vamos comer logo para podermos nos preparar. — Bato palmas animada. — O mínimo que eu espero de você é muitas surpresas românticas e muito sexo. — Pisco, lançando o desafio. Para a minha surpresa viajaremos em um voo particular, Edu diz ser uma viagem curta, e por esse motivo não compensa pegar comercial, só assim chegaremos mais rápido ao nosso destino e aproveitaremos melhor nosso fim de semana especial. O avião é pequeno, porém aconchegante, nos acomodamos nas poltrona revestidas em couro creme, e em pouco tempo chegamos ao lugar programado, por meu namorado. Fico encantada com a vista, Fernando de Noronha é um dos lugares mais lindos que conheci, estou deslumbrada com a paisagem enquanto Edu carrega as malas até um bug. Fico curiosa, então meu namorado me explica que aqui, essa será nossa locomoção ou então teríamos que caminhar, acho fofa sua preocupação. Chegamos a uma pousada rústica e visivelmente linda, toda em madeira e vidro, subimos ao quarto indicado pela recepcionista, e me deparo com uma cama imensa e totalmente convidativa ao entrarmos, o lugar é todo branco, a vista então, nem se fala. Suspiro ao notar que, dois roupões brancos repousam em cima da cama, juntamente com um buquê de rosas vermelhas, o único item se destacando no ambiente. — Uau, o que é isso? — Digo espantada com tanto afeto e cuidado, que ele teve de preparar tudo isso. — Isso é um quarto! — Ele sorri da minha cara. — Quero dizer o que significa tudo isso que você está fazendo? É por algum motivo especial? — Estou curiosa. — Nossa, que namorada desleixada que eu tenho. — Debocha — É tudo em comemoração, pois hoje comemoramos quatro meses juntos. — Eu tenho o melhor namorado do mundo! Eu realmente não sabia que você era tão ligado em datas, eu mesma não lembrava exato o dia. — Dou uma risada sem graça. — Eu não sou ligado a datas, só sou ligado à você, que se tornou a

pessoa mais especial para mim e por isso sei de cada detalhe, de cada data e tudo o que diz respeito a você. — Você é muito fofo. — Beijo seu rosto. — Esse sorriso lindo, é minha recompensa. Decidimos trocar de roupa para irmos até a praia descansar na areia, e tomar banho de mar em vez de ficar no quarto. Queremos que aproveitar, pois ficaremos pouco tempo, deixamos decidido que na parte do dia curtiremos bastante esse paraíso e a noite apenas amarmos um ao outro. Só em pensar que voltaremos para casa amanhã à noite já me bate uma tristeza. A vista é linda, as praias são maravilhosas, tudo aqui é perfeito, é um sonho e eu estou vivendo esse sonho lindo ao lado dele, como posso esquecer de tudo isso algum dia? Tudo o que quero por hora, é relaxar aproveitando cada segundo desse paraíso, mas como? Se esse meu namorado é uma perdição vestido, imagina semi nu, só de bermuda, molhado, salgado pelo mar e todo meu! Nem uma pessoa em sã consciência, e com o seu juízo perfeito, iria se acostumar com essa visão, minha vontade é rasgar essa bermuda e devora-lo todinho, aqui mesmo. Chegando próximo a mim, Edu me dá um beijo, acompanhado de um tapa na bunda, sentando ao meu lado em seguida. — Vamos entrar? Tenho uma surpresa para você, já está no fim da tarde, precisamos tomar banho e nos arrumar. — Você não cansa de me mimar? — Tudo por você! — Agora me diz se não dá vontade de morder e arrancar um pedaço?

De banho tomado saio do banheiro para o quarto ver o que realmente está acontecendo, pois o silêncio é sinal de que alguém está aprontando! Mas para a minha surpresa não tem ninguém, só uma rosa branca em cima da

cama com um bilhete escrito com letra masculina, eu me jogo capturando o papel e rindo como uma adolescente. " Tudo por você, me encontre no bangalô iluminado na praia " Respiro fundo, engulo o choro, e após me vestir saio em direção à praia. Já está escuro e a única coisa que vejo ao passar pela grande porta da pousada são várias tochas acesas, e um bangalô ao longe. Sorrindo vou seguindo a trilha iluminada, a visão de tudo isso está me arrancando suspiros, será que dá para se apaixonar ainda mais por ele? Falta apenas uns cinco passos para chegar ao meu destino, meu coração dispara quando vejo Edu sentado com um violão no colo, um sorriso de tirar o folego e uma bandeja com nosso jantar. Noto um buquê de rosas brancas, e várias lanterninhas iluminando todo espaço, meus olhos enchem de lágrimas, me tremo toda, chego a constatar que nunca ninguém fez nada parecido por mim, acho que ele deve me amar mesmo, a cada segundo estou mais encantada. Me sentando ao seu lado, ele pega a minha mão depositando um beijo doce. — Ei! — Estou envergonhada. — Você conseguiu me impressionar, não precisava de tudo isso. — Digo emocionada, não consigo segurar e acabo deixando uma lágrima escapar. — Isso tudo é pouco perto do que eu ainda quero te proporcionar, não sei muito bem como lidar com tudo isso mas você tem me ensinado, e eu tenho gostado até das suas loucuras. — Ele ri e eu o acompanho, sorrindo com os olhos banhados de lágrimas, Edu coloca uma mão em cada lado do meu rosto e chega bem perto secando todo o vestígio molhado com beijos. — Não chora, hoje é um dia feliz e minha surpresa ainda nem começou. — Ainda não? Tem mais coisa? — Ele acena afirmando. — Você quer me matar do coração? Não vou sobreviver a tanta fofura em um só dia. — Dramatizo. Estava sentada no meio das pernas dele após a refeição, e ele por sua vez estava mexendo nos meus cabelos. Repentinamente me dá um beijo no topo da cabeça saindo de trás de mim, pegando o violão em suas mãos, e algo

me diz que eu vou chorar pior do que chorei no filme o melhor de mim do famoso destruídos de corações Nicholas Sparks. Não estou preparada pra tantas emoções. — Você toca? — Uma pergunta óbvia. — Não muito, é mais por hobby mesmo, mas hoje tenho essa necessidade de mostrar uma música que em minha concepção diz tanto sobre nós e não ligue se eu perder o tom ou desafinar. — Não sou uma jurada do the voice Brasil, fica sossegado nenê, eu quero te ver cantar e tocar, só para mim. — Me empolgo. Edu solta uma pequena risada gostosa, senta em minha frente, posiciona o violão em sua perna e começa a cantar e tocar olhando diretamente nos meus olhos, e acabo de crer que a melhor das surpresas é essa. Tiago Iorc - Till i'm old and gray (Tradução) " Eu quero me segurar em você Achar um canto para dois Quando você envelhecer Eu ainda serei seu ombro E vou te ter como minha esposa Você tem a minha alma, a minha vida Eu sei acabei de te conhecer Mas eu quero pegar esse caminho Você e eu Nunca, nunca, nunca retornaremos Tudo que eu peço de você é que Me deixe ser Quem te leva Eu te levarei para casa Até que eu esteja velho e de cabelos brancos Eu vejo nossas crianças no parque Correndo para lá e para cá até ficar tarde E quando elas crescerem

Nós as ajudaremos a contar as estrelas De novo e de novo Eu estarei onde você estiver Nunca longe Você nunca, nunca, nunca estará sozinha Tudo que eu peço de você é que Me deixe ser Quem te leva Eu te levarei para casa Até que eu esteja velho e de cabelos brancos "

Quando ele acaba de cantar, estou vendo tudo embaçado, meus olhos estão cobertos por lágrimas, já não controlo mais o nível de suspiros e fungados que solto, estou passando vergonha? Com certeza, mais fazer o que? Ele acabou comigo cantando assim, essa música, essa voz, esse violão. Se eu não estivesse tão emocionada, certamente estaria com a calcinha encharcada, de tão excitada, o cara é um homão da porra em todos os sentidos e ainda canta e toca violão, é pra acabar mesmo com a minha integridade física. Deixando o violão, Edu vem em minha direção lentamente, me abraça e novamente seca todo meu rosto banhado de emoções com pequenos beijos. A vida realmente é uma caixinha de surpresas, Eduardo tomou conta do meu coração, agarrou com as duas mãos e acho impossível soltar, e mesmo que houvesse alguma possibilidade disso acontecer eu não permitiria. Meus receios crescem a cada segundo justamente pelo mesmo motivo, nunca amei ninguém com essa proporção e rapidez, as coisas entre nós acontecem tão intensamente, que me sinto desprovida de qualquer cautela, eu me joguei, e o mais maravilhoso é saber que tenho companhia nessa loucura toda que estamos vivendo, ele simplesmente segurou minha mão e se jogou junto. — Seu olhar está tão profundo, que não consigo parar de encara-los. — Estamos com as testas coladas e os olhos fissurados um no outro, nos

perdendo juntos. — Eu também não consigo, apesar de querer terminar a noite de outra forma! — Às vezes até eu me surpreendo em como consigo transformar uma cena extremamente romântica em um verdadeiro caos de excitação extrema. — Isso vai acontecer, não se preocupe, não permitiria que terminar a noite diferente disso. — Pisca para mim. — Por isso molhei a mão de algumas pessoas, para manter a praia deserta até amanhã de manhã. — Me afasto, desconectando nosso olhar. — Você é muito pervertido, credo que delícia! Edu aproveita o momento e vai fechando as cortinas do bangalô, nos dando uma certa privacidade, criando um clima ainda mais romântico. Fizemos amor, lento e carinhoso a noite toda, aquele estava sendo o melhor dia da minha vida, mal sabia eu que isso ia acabar assim que o sol nascesse!

CAPÍTULO 16

Luiza Abro meus olhos com a claridade do amanhecer, olho a minha volta percebendo estar sozinha, coberta por um lençol branco, na praia, mas ainda protegida pelo bangalô que permanece totalmente fechado por lençóis também brancos. Sorrio sozinha em lembrar a noite de ontem, foi magica, intensa e memorável, hoje é um daqueles dias em que quero somente me deitar e relaxar, a noite de ontem me fez perder todas as energias, preciso desse descanso, e estar pronta para receber mais de Edu quando anoitecer. Decido ir atrás do meu amor, me visto seguindo para nosso quarto na pousada, antes de entrar na suíte dou uma conferida no espelho, vejo minhas bochechas naturalmente rosadas e os cabelos com uma aparência selvagem, gosto do que o reflexo me mostra. Quando entro no quarto, vejo Edu destroçado, chorando, andando de um lado para o outro, com as malas feitas, fico sem entender nada, vou direto até deixando o buquê que ganhei ontem e carregava comigo caído ao chão. Preciso de alguma forma, amparar meu namorado, estou assustada, quero entender o que aconteceu. —Amor, o que houve? — Pegou seu rosto com as duas mãos, erguendo seus olhos na altura dos meus, vejo tristeza em seu olhar e desespero. — Minha mãe... — Ele tenta falar, mas o choro toma conta e não consegue terminar o que estava querendo dizer. — Calma, eu estou aqui, vai ficar tudo bem, se acalma um pouquinho, vamos deixar a conversa para depois. — O abraço forte, tentando passar todo apoio que precisa. Afago suas costas dando meu apoio, até cessar as lagrimas e restarem somente os suspiros, e sei que ele está se acalmando aos poucos. Depois de um tempo, Edu levanta a cabeça do meu ombro, seus olhos estão inchados e vermelhos. — Precisamos voltar antes do previsto, tudo bem para você? - -Uma lágrima solitária percorre seu rosto, e eu enxugo com meu polegar.

— Lógico que sim, agora me fala o que houve com você para ficar nesse estado? – Insisto em perguntar, quero apoia-lo e para isso preciso saber o que está acontecendo. — Desculpe por te deixar preocupada, aconteceu um acidente com a minha mãe, e eu estou um pouco aflito, preciso ir para o hospital vê-la. — Então vamos, te acompanho, não quero te deixar sozinho. — Ele pega na minha mão e dá um aperto forte, mostrando que quer minha companhia também. — Obrigada, me desculpa, principalmente por ter deixado você sozinha lá na praia, eu recebi a ligação do hospital e não tive outra reação sem ser a de vir para o quarto e arrumar nossas coisas, para irmos embora o mais rápido possível. — Aceno positivamente, compreendendo sua reação. — Eu te entendo completamente, não tem necessidade pedir desculpas, eu no seu lugar faria o mesmo. — Tento tranquiliza-lo quanto a isso. Esperava sinceramente conhecer minha sogra em um jantar marcado para conversarmos e fazer o que todos fazem em encontros com a família do namorado, não nessas circunstancias, mas estarei ao lado de Edu para secar suas lagrimas e ver o que realmente aconteceu. Espero do fundo do meu coração que não seja nada grave, não suporto vê-lo assim tão abalado e perdido.

Tomamos todas as providencias para nossa estadia na pousada ser encerrada, me despeço desse paraíso mais rápido do que eu imaginava, mas com a promessa de Edu em voltar outras vezes e aproveitamos o que não tivemos a oportunidade agora, mas mesmo por pouco tempo, esse lugar deixou um marco em minha memória. Nossa estadia aqui não podia ter sido mais perfeita, mesmo que por um curto momento.

Parece que por estarmos com uma certa pressa as coisas parecem andar devagar, Edu está com um mau humor notável, e eu compreendo totalmente seu estado, pegamos um movimento considerável ao saímos da pousada, nosso embarque demorou também, pelo fato de não estar dentro do planejado e ser de última hora, tivemos que esperar um tempo até que todas as checagens do jatinho fossem feitas antes de decolamos, mas enfim chegamos, e fomos diretamente ao hospital. — Alice Novaes, é minha mãe, quero saber como ela está! - Pergunta para recepcionista, Edu está agitado e eu como uma boa namorada que sou, estou ao seu lado só para dar apoio e força. — Ela já está no quarto, se quiser pode vê-la. — Ela informa o número do quarto e nos entrega um colante de visitante para fixarmos nas roupas e nos identificar. — Obrigada! — Agradecemos e seguimos para o corredor indicado, passo a mão em seus braços como quem diz para ele ficar calmo e que agora está tudo bem, ele me puxa pela mão e seguimos. — Dê conforto à sua mãe, vou ficar bem aqui sentada te esperando, fique o tempo que precisar. — Decido não participar desse momento íntimo, não é a melhor hora para conhece-la, acho que ela preferia que fosse assim também. — Obrigado por tudo, daqui a pouco eu volto! — Ele solta minha mão e passa os dedos no meu rosto em forma de carinho, vira as costas e vai em direção a enfermeira que está logo a sua frente, eu me sento e aguardo sua volta.

Edu Depois da notícia que recebi, fiquei sem chão, tudo se repetia, primeiro com meu pai e agora com a minha mãe, que porra está havendo? Quem me odeia tanto para me fazer mal a esse ponto? Não quero pensar nisso agora, preciso somente ver como ela está, mesmo minha mãe preferindo ficar distante, continua sendo minha mãe. Ela se isolou de tudo após a morte do meu pai, eu a visitava as vezes, já que ela não gosta muito de visitas, mais ligava todos os dias para saber sobre ela e como estava passando. Chego ao quarto onde ela está, e quase desmorono, vejo que está entubada, respirando por aparelho, preciso conversar com o médico para saber o grau da gravidade do acidente. Nesse momento o doutor irrompe a porta do quarto e me dá uma de suas mãos em cumprimento. — Olá, bom dia, eu sou o Dr. Emerson Albuquerque, estou cuidando do caso de Alice, o que posso dizer no momento é que ela está estável, tive que colocar ela em coma induzido, até porque ela sofreu várias lesões no acidente, é preferível que não sinta tanta dor, ela é muito forte, pela idade e pela gravidade do acidente, era para estar em uma situação muito pior, se é que você me entende! — Obrigada doutor, eu acredito que ela vá sair dessa! — Eu acredito em cada palavra. Dou a mão em comprimento a ele novamente, que após o cumprimento vira as costas saindo do quarto, eu fico em torno de uma meia hora com a minha mãe, lembrando de tudo o que passei nesse mesmo hospital, à pouco mais de um ano atrás. — Senhor Novaes, peço para o senhor que se quiser ir para a casa, tomar um banho e tentar dormir, descansar vai fazer bem ao senhor, para quando ela acordar te ver bem. Posso te adiantar que sua mãe não acordará tão cedo e se caso acontecer eu ligarei na mesma hora. De tanto a enfermeira insistir acabo me dando por vencido, volto pra sala de espera e vejo Luiza dormindo sentada na cadeira, percebo que está me

mostrando a importância de um relacionamento tanto nas horas boas como nas ruins, ela não precisava estar aqui, mais fez por mim, pra tentar me dar apoio nessa hora difícil e está sendo muito importante. Se não estivesse aqui, eu estaria sozinho passando por isso, e tenho a certeza que seria muito pior. — Amor, vamos? — Peço acariciando seu rosto tentando desperta-la da forma mais suave possível. — Desculpa, eu estou um pouco cansada. E como está sua mãe? — Ela me olha com a carinha mais linda de sono. — Está instável, a enfermeira disse que é melhor irmos descansar, e estarmos bem para quando ela acordar. Vamos para casa tomar um banho e descansar da viagem, mais tarde voltamos. — Tudo bem, vamos então! — Concorda, me acompanhando de mãos dadas, dando mais uma vez seu apoio. O caminho inteiro foi um silencio absoluto, chegamos ao meu apartamento, deixamos as malas na sala mesmo, estou sem vontade de desfaze-las. — Vou tomar um banho quente. — Informo, não consegui tomar banho na pousada, só queria ver minha mãe. Irei aproveitar e tentar relaxar um pouco. — Isso, toma um banho, você vai se sentir um pouco melhor. — Me incentiva, com um sorriso fraco. Vou direto ao banheiro, tiro toda minha roupa, abro o chuveiro, espero a temperatura ficar bem quente, e me jogo debaixo dele. Me derramo em lagrimas novamente, não suportando segura-las comigo mais, parece que tudo está se repetindo, fecho os olhos e lembro da cena exata de quando cheguei ao hospital, e meu pai estava entubado como minha mãe estava, mas no caso dele, não resistiu aos ferimentos e veio à óbito. Não superei até hoje, e acho que tudo isso que está acontecendo, me faz reviver meu sofrimento. Passo mais tempo do que o necessário no banho, mas saio revigorado, parece que a água do chuveiro levou muita coisa junto com ela, saio do banho e visto somente uma cueca, vou pra sala e sinto um cheiro muito bom de comida. Meu estômago ronca, e agora percebo que não comi

nada desde a hora que levantei, com meu celular tocando com a notícia da minha mãe. Sou movido pelo cheiro bom, chego na cozinha e vejo Luiza retirando do fogão uma panela e despejando o conteúdo dentro de uma tigela para ser servida, vou por trás e a abraço com vontade, ela sorri, e esse sorriso é só mais uma das características que me faz ficar ainda mais apaixonado. — Que cheiro bom, estava pensando em pedir algo para comermos, mas estou vendo que você é prendada. — Debocho um pouco dos seus dotes. — Vai se acostumando, eu adoro cozinhar, tive que invadir a cozinha e mexer em tudo pra saber onde estavam as coisas. Fiz algo simples não repara, queria preparar algo rápido pra você poder se alimentar e descansar. — Noto sua preocupação. — Fala sério, se eu soubesse que você sabia cozinhar tinha te chamado para vir morar aqui e abusado um pouco mais dos seus dotes culinários, e só para constar eu adoro macarrão à bolonhesa, vou experimentar e vou ser sincero se estiver ruim. — Ela dá um tapinha no meu ombro rindo, e servindo o macarrão fumegante em dois pratos. — Tenho certeza que vai gostar, e vai me pedir sempre para fazer. Tô ferrada! — Admite. — Beleza Ana Maria Braga, vamos sentar para comer, estou com muita fome. — Nossa que delícia, vou repetir. Ela ri animada me olhando. Terminamos de comer e eu confesso que comi demais, vamos para a cama, nos aconchegamos em uma conchinha deliciosa e dormimos.

Luiza Consigo fazer com que Edu coma, tome um banho e agora descanse um pouco, mas seu rosto tem uma expressão triste. Está sendo horrível vê-lo nesse estado, pelo que soube por ele, o pai teve uma morte mal explicada e esse acidente com a mãe dele só o fez relembrar. Assim que chegamos non hospital, recebemos a notícia que sua mãe continua da mesma forma, ele ficou uns 40 minutos no quarto ao lado dela e eu na sala de espera aguardando. Voltamos para casa assim que descobrimos que o médico não permitiu nenhum acompanhante no quarto, como ela passou por duas cirurgias assim que chegou no hospital após o acidente, permanece em observação então é melhor que não tenha acompanhante, mesmo porque ainda está desacordada. E depois de jantarmos qualquer coisa, estamos novamente na cama de conchinha, não pensamos em sexo, mesmo tendo um fogo desenfreado, esse momento não exige nada disso, só precisamos descansar, colocar a cabeça para relaxar. — Amor, amanhã não vou para a empresa, tirarei o dia para ficar com a minha mãe, me empenhar em descobrir o que realmente aconteceu. — Edu insiste em dizer que tanto o acidente com a mãe como com o pai foi armação, ele está empenhado em descobrir o que houve por si mesmo, sem ajuda especifica, me deixando receosa. Não quero que ele vá atrás de nada, pois se realmente foi armação ele corre riscos. — Tudo bem para você se eu for a empresa? Assim você pode ficar o dia todo com a sua mãe sem se preocupar comigo na sala de espera. — Quero deixa-lo passar um tempo com a mãe, acho que por eu estar aguardando na sala de espera ele se abstém de ficar um pouco mais com ela por minha causa. — Pode ficar tranquila, eu acho até melhor você ir, assim eu fico por dentro dos assuntos de lá, sendo informado por você mesma sobre tudo. — Deixamos tudo certo para o dia seguinte, e acabamos dormindo em seguida. Amanheceu, e eu estou na cozinha preparando panquecas para o café

da manhã, faço uma bandeja bem bonita com vários itens, está na hora de retribuir o carinho e atenção que ele teve comigo durante todos esses dias. Fui para o quarto, e acordei Edu com um beijo na testa. — Acorda dorminhoco! — Sorrio. Ele desperta com um sorriso nos lábios, e isso me deixa tão feliz, vêlo sorrindo depois de todo esse alvoroço. É segunda-feira, a visita no hospital começa cedo, e eu vou para a empresa fazer o meu trabalho, então temos que nos apressar para não chegarmos atrasados. Terminamos de tomar café da manhã conversamos nossas banalidades, trocamos de roupa um olhando para o outro, sem teor sexual algum, esse é o nosso diferencial, não somos somente sexo o tempo todo, existe momentos em que precisamos apenas sentir, como agora, meu coração dá pulinhos e mil borboletas voam em meu estomago enquanto trocamos olhares. Eduardo insiste em me deixar na empresa primeiro, para depois ir ao hospital e disse que irá me buscar depois para almoçamos. Dou um beijinho nele de despedida, confesso que sentirei saudades, pois ele não vai estar a dois andares de distância. — Bom dia Daia, como estão as coisas? — Chego ao andar que trabalho cumprimentando minha secretária e amiga. — Bom dia, está tudo mais do que bem, fiquei sabendo o que houve com a mãe de Edu, no que eu puder ajudar, pode contar comigo. — Sempre solicita. — Está tudo bem agora, o pior já passou, tem algum recado para mim ou posso começar meu dia de trabalho? — Somente esse envelope que quando eu cheguei já estava aqui, achei estranho pois só contém seu nome nele e não tem remetente, em todo caso é para você! — Ela sorri e eu acho estranho, será que é algo que Edu deixou sem eu saber? Pego o envelope indo para minha sala, sento-me na minha cadeira e respiro fundo, nada me prepara ao que vejo quando abro o papel lacrado, dentro contém um papel dobrado e uma rosa branca seca e murcha, abro o bilhete, e leio o que nele estava escrito.

" A próxima será você!! " Não sei o que fazer ou pensar, será que eu estou em perigo? Quem será que está por trás disso?

CAPÍTULO 17

Luiza Não sei com quem estou lidando, se é homem ou mulher, mas só posso dizer que se for mulher, vou matar na porrada, esfregar a cara no asfalto vai ser pouco para essa maluca. Agora se for homem não tenho o que fazer, mas vendo por um lado bom, Edu está com as suas suspeitas confirmadas, tudo isso que está acontecendo com a mãe, e o que aconteceu com o pai só pode ser armação. Ou será mesmo uma coincidência das grandes, todos em volta de Edu sofrerem acidentes, e eu recebendo uma ameaça de que serei a próxima, isso é estranho demais. Por esse motivo decido ligar pra ele, e informar sobre o bilhete que recebi, mesmo com medo do que pode vir acontecer, ele merece saber, tirar essa dúvida que paira em sua mente. Coloco o bilhete sobre a mesa e percebo que estou tremendo, resgatei meu celular de dentro da bolsa ligando pra Edu, mas ninguém atende, acho que ele deve ter colocado no silencioso por estar em um hospital ou ainda não chegou, está dirigindo e por isso não atendeu. Tento segurar meu nervosismo e não surtar, mas que droga, Edu bem que podia atender essa porcaria! Logo agora que eu estou tão desesperada e precisando dele, mais que caralho! Passa algum tempo, eu não me movo do lugar desde que cheguei, estou tão atônita com toda essa situação de merda, que quando meu celular toca, estou tremendo tanto que demoro mais do que o esperado para atender. — Oi amor, já está com saudades? — Eu não respondo, minha garganta está seca, eu não estou conseguindo abrir a boca para falar. — Luiza? Aconteceu alguma coisa? Fala comigo. — Sua reação a minha falta de fala é nítida de desespero. Tento falar algo, mas não consigo, então começa a escorrer lágrimas dos meus olhos aleatoriamente, solto um fungado de choro, que é o único som que saiu de mim nesse tempo que estou na linha com Edu. — Amor o que ouve? Você está chorando? Fala comigo? O que está acontecendo? – Ouço a porta do carro bater — Estou indo ai! — E desliga na

minha cara. O desespero toma conta de mim nesse momento, começo a chorar muito, tudo isso por medo do que pode acontecer, não só comigo e sim com ele também. Estou banhada em lágrimas, e perco a noção de quanto tempo se passa, até a porta da minha sala se abrir, e um Edu atordoado entrar vindo em minha direção às pressas e me amparando em seu abraço. — Está tudo bem agora, só me explica o que aconteceu para te deixar assim? — Recebi isso assim que cheguei. — Aponto com a cabeça para o envelope, ele abre e fica consideráveis minutos observando o bilhete juntamente com a flor, assusto com o soco forte que ele dá na mesa, fica transtornado. Parou em minha frente olhando em meus olhos, e o que vejo dentro de suas íris nebulosas retesou meu corpo todo. — Era tudo o que eu não queria que acontecesse, não vou aguentar se qualquer coisa acontecer a você, não vou! — Ele me dá um beijo na testa — Vamos sair daqui, pensar no que fazer a partir de agora, você não pode correr o risco de sofrer qualquer atentado que essa pessoa está disposta a fazer. Essa ameaça só confirma minha tese de que tudo isso não passava de armação, agora o porquê de tudo isso, já não sei! Não falo nada, ele me conduz para fora da empresa e eu vou mais que depressa, não sei o que fazer por isso sigo suas instruções. No carro ele me olha o tempo todo, mas não fala nada, sei que no meu rosto está estampado o pavor desse momento, de não saber o que pode vir acontecer. Ele está com um olhar triste, vago, não compreendo o que se passa, mas vou conversar com ele e decidiremos juntos o que fazer.

Edu Eu não posso acreditar nisso, o que eu mais temia aconteceu, esse monstro que está cometendo todos esses delitos contra pessoas que amo, chegou até a Luiza e jamais vou permitir que aconteça alguma coisa a ela. Estamos no carro indo para a cobertura, eu só estou pensando em protege-la, estão passando tantas coisas na minha cabeça, vou ter que pensar em todas as possibilidades e falar tudo o que está em mente, ai ela vai me dizer o que concorda em fazer, confesso que a ideia de me afastar dela e não deixa-la correr riscos passou pela minha mente, será que serei egoísta a ponto de mantê-la dentro disso tudo só por não conseguir ficar longe? Temos que ter uma conversa franca, e tomar uma decisão que será melhor para nós dois, não quero nem pensar no que pode estar por vir. — Não se preocupe, tudo vai ficar bem, vamos dar um jeito! — Tento fazer com que não se abale tanto. — Que jeito Edu? O que vamos fazer? Essa pessoa quer se vingar de algo que tem a ver com você, tirando todas as pessoas que ama de perto, pensa bem e tenta ver se descobre quem pode ter tanto ódio a ponto de cometer tantos crimes. Vamos comunicar a polícia assim que houver suspeitas de alguém, só não quero viver assim assustada, com medo e principalmente longe de você! — Vê-la nesse estado de desespero acaba comigo. — A única pessoa que eu considero louca na minha vida, mas que eu não seria capaz de uma atrocidade dessa é Marina, só se meu pai tinha inimigos e eu não sei. Não sei de mais nada! — Estou confuso. — Só pode ser Marina, tenho certeza que é, ela me ameaçou no dia que ela te atacou, é uma possibilidade, não podemos descarta-la, nessas horas, todos são suspeitos até que se prove o contrário. — Fico um pouco pensativo, não posso acusar sem provas, mas será que Marina é capaz disso tudo? Matar alguém por uma paixão doentia? — Calma, não podemos acusar sem provas, pensando por esse lado

ela é suspeita sim, apesar de achar que não seria capaz de matar meu pai, mas vou investigar, e enquanto isso a senhorita tem que ser protegida. Vou te afastar do trabalho e contratar um segurança para você, temos que evitar sair de casa pelo menos por enquanto, eu também ficarei afastado do trabalho e farei as coisas via Skype e por e-mail, se você quiser fazer o mesmo não tem problema, só quero que fique ilesa a isso tudo. — Eduardo pelo amor de Deus, você só pode estar de brincadeira comigo, eu não vou ficar aqui trancada nessa cobertura por causa de uma louca mimada que está solta querendo matar todo mundo que está a sua volta, jamais isso vai acontecer! Quero continuar minha rotina normal e se ela aparecer pode deixar que eu mesma acabo com ela, na porrada. — Fico encantado com sua coragem, mas tenho medo, não sei do que a pessoa que está por trás disso é capaz, não posso arriscar. — Luiza para de ser irresponsável, você não é mais criança, não percebe o risco que está correndo? Faz isso por mim, prometo que só vai ser alguns dias, não vou deixar você presa, pretendo resolver isso rápido. — Às vezes a teimosia de Luiza me irrita. — Está bem, Eduardo, só alguns dias e saiba você que estou irritada com tudo isso, e antes que eu me esqueça, vai se foder você e essa sua possessão do caralho! — Vira as costas e sobe para o quarto. Dou risada sozinho, essa é a minha doidinha, que amo tanto.

Luiza Estou puta da vida, onde já se viu ficar em cárcere privado por conta de uma louca que está à solta, eu sei muito bem o que cura a loucura dela, uma boa surra que estou doida para dar. Subo para o quarto, e deixo ele falando sozinho, estou com sangue nos olhos, nada tira da minha cabeça que isso tudo é aquela retardada que está fazendo. Quero matá-la com minhas próprias mãos e se bobear eu vou dar uns tapas bem dados na cara do meu namorado inocentão que não percebeu desde o começo quem era que estava aprontando, eu saquei na hora.

TRÊS DIAS DEPOIS Estou literalmente em pânico, não saio de casa à três dias, vou pirar, não consigo respirar, acho que é alguma crise de claustrofobia só pode! — Amor, vou precisar dar uma saída rápida, parece que a polícia localizou uma pista da Marina, e meu investigador particular conseguiu umas filmagens de ruas próximas ao acidente que envolveu minha mãe. Irei verificar, ver se eu reconheço o carro suspeito, ou até mesmo algum rosto. — Ele não saiu de casa também, contratou uma enfermeira particular para cuidar de sua mãe no hospital e ela continua desacordada, então a nossa única preocupação agora é encontrar a vadia da Marina. — Posso ir com você? Não aguento mais ficar aqui trancada. — Não dá, é muito perigoso! Fique aqui com o Henry e eu volto rapidinho, me espera e não fique brava, isso tudo vai acabar, vamos resolver! — Ver a fuça do segurança, o que me resta nessa vida de prisioneira. — Tudo bem, vou tomar um banho de banheira relaxante e depois te esperar na cama. — Faço uma cara de gatinha assanhada e mordo meu lábio, ele sorri e me puxa para um beijo de novela, apertando minha bunda. — Se você continuar, não vou ir para porra de lugar nenhum! — Me dá um tapa forte onde antes apertava e vira as costas, partindo. — Te espero mais tarde e não demora! — Fico empolgada. — Está bom, amor!! — Ele fala gritando de longe, escuto o elevador e sei que ele se foi. Vou direto para a banheira, tomo uma taça de vinho e eu acho que demorei mais de uma hora no banho. Resolvo então ligar pra Jaque, estou com saudade da minha amiga. — Alô Luluzinha, sumida, como você está? — Eu estou bem, e você, como está? — Minha barriga ronca de fome, ultimamente ando sentindo fome de hora em hora, acho que é o tédio de ficar em um apartamento trancada sem ter o que fazer, vou virar uma bola

se continuar assim. — Eu decidi dar um tempo do brigadeirão, ele precisa de um pouco de vácuo para me dar valor, e posso te dizer que está funcionando, ele está parecendo um cachorrinho. E você acha que eu estou gostando sim ou com certeza? – Diz com um tom de cinismo na voz e eu dou risada das suas loucuras. — Você é terrível amiga, acho que o Edu chegou, vou ver e depois te ligo para poder fofocar mais. — Me despeço quando escuto o elevador chegando. Pulo da cama para ver meu amor, mas não chego nem na porta do quarto e dou de cara com Marina. Sinto como se minha alma saísse do corpo, gelando da cabeça aos pés, ela está com uma arma na mão e o rosto está impassível, com mais cara de louca do que nunca e pela primeira vez sinto medo. — Ora, ora quem eu vejo aqui, se não é a sonsa da Luiza. Eu avisei que seria a próxima, mas me parece que você está muito desacreditada! — Engulo seco. — Meu Deus Marina, você precisa de ajuda, está fazendo tudo isso porque? — Tento conversar, deixa-la distraída ganhando tempo, para que Henry me salve e prendam essa louca de vez. — Não se faça de inocente, que isso eu sei que você não é! Vou te matar e vai ser hoje, Eduardo acha que algum segurança de merda irá te ajudar? – Tenho uma pequena vertigem com sua fala, me seguro no batente da porta e me mantenho em pé. — O que você fez com Henry? — O medo começa a me consumir, e nesse momento meu choro é livre. — Não é óbvio? Eu matei ele, e você será a próxima. — Ela aponta sua arma em minha direção. — Por favor, não faça isso! — Não consigo mais falar, de tanto que soluço. — Que bonitinha, está educada, até mesmo implorando!

Ela vem em minha direção e eu não penso duas vezes, saio correndo o mais depressa que posso, desvio dela e vou em direção a escada, preciso sair daqui depressa. Corro sem conseguir enxergar muito bem por conta das lágrimas que não cessam, escuto seus passos cada vez mais perto, quando sinto ser puxada brutamente pelo braço tento me debater para me livrar, então sinto sua arma apontada para minha cabeça, e congelo na hora, mal respirando. — Amor, cheguei!!!! — Ele está empolgado pela promessa que fiz de uma noite de amor após sua volta. — Meu Deus, Henry está morto, Luizaaa!! — Noto desespero em sua voz, escuto seus passos cada vez mais próximos. — Marina pelo amor de Deus não faz isso! Por favor não machuque-a. — Ele implora ao ver a cena de Marina comigo em seus braços no topo da escada, com uma arma apontada para minha cabeça. — Eu quero você só para mim, é pedir muito? — Ela está chorando. — Tudo bem, eu sou seu, solta a Luiza e eu subo as escadas para saímos daqui juntos. — Ele joga com ela, mas tenho medo por ele, do que ela seria capaz de fazer. Em questão de segundos, sinto a pressão ir se esvaindo da minha cabeça, percebendo estar livre de sua mira, tomada pelo pânico, tento em vão tirar a arma da mão de Marina, ela sem estar armada, vamos conseguir contela. Nossa luta corporal dura muito pouco, até que sou empurrada, rolando escada abaixo, tudo está em câmera lenta, até que escurece e eu me entrego a escuridão.

Edu Quando entro na cobertura louco para ver Luiza, e revelar o que descobri vendo as filmagens, que é sim Marina que vem aprontando tudo isso contra mim, ela vai ficar feliz em saber que essa situação está se resolvendo. Mas assim que avanço porta adentro, vejo uma poça de sangue e Henry caído sobre ela com um tiro no meio da testa. O desespero me toma e eu começo a gritar Luiza sem acreditar que isso pode estar acontecendo. Até avistar a pior cena da minha vida, Luiza está no topo da escada com Marina apontando uma arma para sua cabeça, tento conversar com ela, e ver se consigo resolver isso de alguma forma, então Marina se distrai, tira arma da cabeça de Luiza e a teimosa tenta lutar contra uma pessoa armada. A cena se desenrola em segundos, não dá tempo nem de raciocinar algo para impedir o que aconteceu a seguir. Quando avanço para impedir que o pior aconteça, só vejo Luiza rolando escada abaixo e Marina sai correndo em direção a porta, acho que ficou com medo de ser pega por mim, não sei ao certo, meu pensamento agora é somente socorrer Luiza. Estou ajoelhado ao chão com ela em meus braços, está desacordada com sangue na cabeça e entre as pernas, meu desespero só aumenta, só tenho certeza de uma coisa nesse momento, eu não quero viver sem tê-la comigo!

CAPÍTULO 18

Edu Estou de volta ao hospital, eu que achei que ficaria algum tempo sem vir, pelo menos até minha mãe acordar, mas não, o pior realmente aconteceu. Ver minha loirinha naquele estado não foi fácil, tinha muito sangue, não consigo parar de lembrar da cena, e me vejo sozinho aqui nessa sala de espera, sem ela para me dar o apoio que tanto preciso. Estou perdido em meus pensamentos, jogando a culpa de tudo em cima de mim, porque a louca da Marina fez tudo isso? Porque tem um amor doentio por mim. Isso explica tudo, e agora sei realmente que eu sou um fodido na vida, sem ninguém, as únicas duas pessoas que importam estão em uma cama de hospital, e tudo isso por minha causa. Nem percebo, mas o investigador da polícia militar está a minha frente, decido então dar atenção apesar dos meus pensamentos estarem lá dentro com Luiza e minha mãe. O militar senta ao meu lado, e começa a interrogação falando algo que não compreendo, decido prestar atenção pois muito me interessa o paradeiro de Marina, agora é uma questão de honra colocar essa louca atrás das grades. — .... Não temos ainda o paradeiro de Marina, mas quero que o senhor saiba que estamos fazendo de tudo para não passar impune. — Ele afirma, dizendo que está em investigação não só o paradeiro dela, como também o passado, descobrir se já cometeu algum delito é primordial para sua ficha criminal. — Espero que não demore, senão eu mesmo vou atrás dela por conta própria e a faço pagar por tudo o que eu passei e estou passando! – Comento que minha suspeita em torno de Marina aumentou e que acho possível sua culpa em toda desgraça que anda acontecendo na minha vida. Encerramos o pequeno depoimento, com a promessa de que passaria na delegacia depois para responder as perguntas da investigação formalmente com o delegado, que está responsável pelo caso. Parece que o tempo não passa, já estou aqui a uma hora somente e parece uma eternidade, sem ter notícias é pior ainda, abaixo minha cabeça apoiando em minhas mãos, até

sentir alguém tocando meu ombro, ergo meus olhos e encontro Jhon, Adriano, Daiany e Jaqueline, todos eles com a expressão triste olhando para mim. Jhon então me abraça forte e sinto que tenho amigos com quem contar. — Calma Mano, vai ficar tudo bem! - E o resto deles me abraçam, dando conforto que no momento precisava nessa espera incessante até ter alguma notícia. — Quem de vocês, é o Eduardo? – Uma enfermeira chega na sala de espera perguntando, eu fico prontamente em sua frente. — Sou eu! — Minha voz esganiçada acusando a dor que sentia por tudo o que aconteceu. — Bom Eduardo, Luiza está acordada e consciente, quer te ver, chamou por você várias vezes, quer entrar para vê-la? — Parece que sai um peso enorme das minhas costas, um alívio em saber que está consciente e chamando por mim. — Sim, lógico, vamos? — Eu sigo a enfermeira e meus amigos ficam aguardando por mais notícias. Entro no quarto e a cena que vejo arranca meu coração do peito, Luiza está pálida, com um curativo na cabeça, alguns arranhões pelo corpo e está chorando. Chego perto dela que por sua vez me olha, estica seus braços pedindo um abraço meu e eu me entrego, abraçando-a com todo amor e gratidão que tenho por poder fazer isso novamente, pois achava que nunca mais ia ter a oportunidade de acontecer. — Me perdoe, você tinha toda razão, e eu fraquejei em deixar você sozinha, falhei. — Lamento em busca do seu perdão, pois mesmo estando debilitada, sei que seu emocional está abalado. — Você não tem culpa das loucuras de Marina, não tem que se desculpar de nada. — Ela olha nos meus olhos e me dá um beijo casto na testa, enquanto suas lágrimas escorrem por seu rosto delicado. Eu passo o dedo indicador levemente pedindo que pare de chorar. — Agora está tudo bem, o pior já passou, vamos colocar aquela louca na cadeia e você vai ficar bem. — Minha promessa é feita.

— Antes de dizer que tudo ficará bem, preciso compartilhar com você uma notícia que não sei qual vai ser a sua reação ao saber disso. — Alisa meus cabelos, e lagrimas silenciosas saltam de seus olhos. — Eu te amo muito, você sabe disso, mas em meio a tudo isso aconteceram duas coisas. — Luiza interrompe a fala por estar altamente emocionada, eu não entendo muito bem qual será o desfecho dessa conversa, mas escuto tudo o que tem a dizer pacientemente. — Eu descobri a alguns minutos atrás que todo aquele sangue que perdi foi por carregar um filho em meu ventre, eu juro que não sabia, não desconfiava, e nem sei como aconteceu, eu me prevenia. — Eu fico parado, petrificado, um filho? Assim do nada? Meu Deus, eu acredito em milagres, em meio a toda essa tragédia eu descubro que vou ser pai de um filho com o amor da minha vida, então ela interrompe meus pensamentos e continua falando. — Mais ao mesmo tempo que descobri que havia uma vida dentro de mim, uma vida que foi gerada do amor que eu e você construímos. Recebi outra notícia, a queda que sofri da escada, meu corpo não suportou causando um aborto, sem ao menos saber da existência do bebê, sem ao menos poder viver a emoção de saber o que isso significa, sem ter a felicidade de compartilhar com você essa notícia que era para ser boa. Eu estou reduzida a pó Edu, tem uma tristeza dentro de mim muito grande. – Luiza soluça, batendo forte com a mão do lado esquerdo do seu peito, tentando arrancar a dor com a mesma. Eu seguro forte suas mãos, impedindo ela de não se castigar, esse vai ser mais um peso que vou carregar o resto da vida comigo, ela estava grávida de um filho meu, e perdeu por minha causa, meu Deus não tem como ficar pior tudo isso. — Estou com você, vamos viver isso juntos, a dor e a perda de um filho que não imaginávamos existir já era amado, só de saber que ele viveu um período dentro de você, e foi concebido por um ato nosso de amor.

Luiza Foi o pior dia da minha vida sem dúvidas, passar pelo medo que passei e em seguida descobrir uma coisa dessas assim de supetão, foi um baque, foi terrível, assustador, sei que nunca vou superar, mas quero pelo menos amenizar a dor que é tanta, chega rasgar o peito. Nunca pensei em ter filhos, acho que sou nova para isso, mas agora que aconteceu essa possibilidade me fez ver que todas as mulheres nasceram com esse dom. Descobri tudo no mesmo dia e foi tão triste, como se eu já tivesse apego e amor a um bebê que ao menos eu soubesse da existência, e foi exatamente isso, uma parte de mim foi arrancada. Tive alta no dia seguinte, não queria de jeito nenhum ir para cobertura, lá agora virou um lugar sombrio, que me remete lembranças ruins, por mais que vivemos muitos momentos bons. Uma pessoa foi morta lá, não sou capaz de agir como se nada de assustador tivesse acontecido dentro daquele lugar. Edu tem um apartamento próximo onde sua cobertura fica, desde então estamos ficando por lá, enfurnados, vivendo em nossa bolha, e percebo que ele está se mantendo forte para me confortar, admiro isso nele, pois por mais que se mostre forte sei que sofreu igualmente com a nossa perda.

Uma semana depois Me sinto mais aliviada, primeiro porque Edu tem sido minha lanterna, me guiando dessa escuridão que me coloquei. Ainda me sinto triste, mas coloquei na minha cabeça que temos que mascarar a dor para conseguir sobreviver com as perdas durante toda vida. Voltarei hoje para o trabalho e Edu volta junto. Ele não quis se desgrudar de mim nesse tempo de afastamento, a única hora que saiu de casa por muita insistência minha, foi quando ligaram do hospital avisando que sua mãe havia acordado, agora ela já estava em casa e no próximo final de semana insistiu que iria dar um jantar para me receber e me conhecer. Marina não foi encontrada ainda, isso me assusta, pois enquanto essa louca estiver à solta, não vou ter paz comigo mesma, e Edu vai continuar seguindo todos os meus passos como uma sombra. Mas isso o faz sentir melhor, e não vou impedi-lo de querer me proteger. Chegamos na empresa, Daia me a ataca com abraços, beijos e principalmente preocupações, pois nos falamos mais por telefone do que pessoalmente, mesmo estando em casa, optamos por não receber visitas a todo tempo e nossos amigos compreenderam a situação, já nossos familiares nem sabem do ocorrido, mesmo assim estou me sentindo paparicada, e não é diferente na hora do almoço quando Edu desce até meu andar me chamando para almoçar com ele. — Como está sendo seu dia? — Preocupação é seu segundo nome. — Está tudo bem, estou sendo mimada por Daia, pergunta o tempo todo se estou bem. Não posso dizer a você que já passou, pois não passou, mas vida que segue, eu tenho você e isso é o que me motiva no momento! — Faço carinho em seu rosto e ele sorri. — Eu sei, é que isso tudo é muito novo para mim, e eu quero proteger você, quero que se sinta bem, e que não fique triste. — Ele é sincero em dizer isso, deixando-me ainda mais comovida com todo esse carinho. — Eu sei, estou em uma fase meio escura, mas sei que vai passar, e você tem me ajudado muito, não se preocupe, agora que aconteceu isso tudo

acho que foi pra nos mostrar um caminho, eu sei que você é o amor da minha vida, por isso quero aproveitar ao máximo. Esse fato terrível que aconteceu em nossas vidas, só me mostrou que eu quero sim ser mãe um dia, coisa que jamais tinha a hipótese formada em um futuro próximo, vamos caminhar antes de correr, planejar tudo com muita calma. — Eu fiquei quieta, antes que do nada surgisse uma proposta de casamento feita por mim em um ato de impulso. — Que orgulho de você, cada dia me faz ver a vida com outros olhos, e eu te amo muito mais hoje do que ontem, pode ser que amanhã seja maior ainda o meu amor por você. — Acho fofo. Almoçamos maravilhosamente bem, depois voltamos para a empresa. Estou mais animada, voltar a trabalhar me deu toda energia e distração que precisava, Daia está na minha sala falando sobre Adriano, eu morro de rir com esses dois, não imaginava que sairiam umas histórias tão depravadas, como as que me contou. — Lu, é sério eu não aguento mais, minha pepeca está ralada, esse cara é viciado, será que existe algum remédio? — Ela fala sério, e eu não consigo parar de rir. — Só você para me fazer rir, tem sim um remédio para ele deixar de querer a pepeca, dando o cú! — Tiro sarro. — Deus me livre, se aquele trambolho daquele tamanho entrar em mim não ando por três dias consecutivos. — Ela não tem limites. — Me poupe dos detalhes sórdidos. Trabalhamos a tarde toda, foi a melhor coisa que fiz até então, uma distração necessária para me manter longe de tudo o que aconteceu, não quero mais me afundar cada vez mais em um poço que me sugava para baixo. A ajuda que meus amigos e Edu estão me dando é primordial para a melhora do meu emocional, a distração é bem-vinda, e agradecer seria pouco perto do que estou recebendo. Hoje foi um dia cansativo, muitas papeladas para organizar, muita conversa para colocar em dia, e assim fluiu, ao final do expediente vou embora acompanhada do meu namorado e mais dois seguranças que viraram

meus carrapatos. E com uma promessa de irmos ao apartamento que moro com Jaque, se é que se pode dizer que ainda moro lá, tenho que admitir a mim mesma que levo um relacionamento sério e praticamente moro com Edu, mas não vou falar isso em voz alta, vai que o medo de uma relação tomando proporções assim o faça desistir de mim e tudo o que vivemos. Prefiro focar na coragem que terei em ir até lá sem ser abordada por Marina, não posso simplesmente fingir que tudo está resolvido se não está, precisamos de cautela, mesmo assim me animo para uma noite com amigos em um lugar pessoal e não público como costumávamos ir. Sei que fizeram isso por mim.

CAPÍTULO 19

Luiza Tenho reconhecido tudo o que é feito por mim após todos os acontecimentos, em qualquer outra situação sei que teria reagido de outra forma, foi uma fatalidade, reconheço, as vezes me pego pensando que poderia ter sido diferente e uma hora dessas estaria feliz em saber que teria uma família, Seria muito mais rápido do que eu imaginava, mas mesmo assim seria bem-vindo. Penso que a vida me deu isso como lição de aprendizado, eu recebo o que a mim é dado, aceito de bom grado, e sigo vivendo um dia após o outro, sem planejar absolutamente nada, o que tiver que acontecer simplesmente recebo e agradeço. Hoje eu estou empolgada, depois de algum tempo indo do trabalho para a casa, tenho a chance de sair para outo lugar, mesmo que não seja realmente para onde quero ir, já é um começo. Confesso estar receosa, pois a louca que tentou acabar com a minha vida ainda está solta por aí, mas eu não posso deixar de viver, e muito menos ficar com medo a cada passo que dou, já estou entupida de seguranças, não vejo problemas em querer ter um encontro de amigos em uma residência privada. Estou no quarto me arrumando, finalizando minha maquiagem, quando Edu chega por trás de mim, tomando a liberdade de colocar meu cabelo para o lado, liberando toda extensão do meu pescoço do lado direito, inalando qualquer resquício de aroma ali naquele local. — Já está pronto? — Pergunto me levantando, entrelaçando meus braços em torno de seu pescoço. — Sim, estou, e você por sinal está uma delícia, quer mesmo sair de casa? — O sem vergonha esfrega sua ereção que já está proeminente na sua calça em mim. — Vamos sair sim, e eu vou te provocar a noite toda. – Deixo meu aviso explicito. — Isso é uma ameaça? - Ele sorri sarcástico — Não, é só um aviso! — Pisco um olho, seduzindo.

— Hum, eu gosto de avisos, e muito mais de provocações. — Passeia suas mãos em meu corpo. — Eu sei que gosta, sexo bruto é seu forte! — Lambo sua boca em provocação e saio quase que correndo de perto dele, para não correr o risco de ser pega e arruinar a noite dos amigos. Depois de pronta, Edu me aguarda para sairmos de uma vez por todas desse apartamento, já ouvi vários gritos dele vindos da sala que estávamos atrasados, me apressando, reviro os olhos a cada vez que escuto suas lamurias. Sei que é exagero se arrumar tanto para um encontro casual com um grupo de amigos, mas quero caprichar, pois além disso estou para o crime, pronta para a devassidão que está por vir. — Vamos! — Estou distraída colocando o celular dentro da bolsa que carrego em meu ombro, apressada. — Está pronta? — Me pergunta rodeando meu corpo, observando cada detalhe minuciosamente, ele chega mais próximo e passa o dedo indicador entre meus seios — Acho que tem muito disso a mostra, e você sabe que isso aqui é só meu! – Deixa seu aviso de possessão, mesmo assim pega minha mão guiando-me até a porta de saída. — Acho bom que se prepare, hoje não estou para brincadeira, se você quer tudo de mim, vai ter, só espero que aguente! — Eu nasci preparada, gatão! Quero tudo e mais um pouco, hoje e sempre quero você! Ele aperta minha mão com força, chega até a doer um pouco enquanto seguíamos em direção ao carro. Eu, a inocente que sou, começo com as minhas brincadeirinhas provocativas assim que entramos no carro, obviamente Eduardo está focado no transito, minha consciência desperta uma irresponsabilidade de mexer com uma pessoa sexualmente enquanto está dirigindo, mas expulso esse pensamento sabendo que ele é totalmente responsável e não vai me deixar fazer algo que coloque em risco nossas vidas. Coloco minha mão em seu joelho, Edu olha de relance em direção ao meu toque, não me contém, essa é a dose de coragem que necessito para

continuar com meus movimentos. Então vou subindo devagar, deslizando a ponta dos dedos por sua coxa, e sou impedida assim que chego próxima ao meu objeto de desejo, estava quase lá quando ele pega minha mão. — Quero seu pau dentro da minha boca, agora! — Sussurro o mais próximo que consigo de seu ouvido. — Luiza, pelo amor de Deus, desse jeito vou bater o carro! – Amolece seu aperto e minha mão e aproveito para chegar onde queria dando um aperto forte em seu membro como castigo por querer me impedir. — Caralho! Tá bom, tá bom, agora já entendi qual é o seu joguinho, quer ser minha putinha hoje, não é? — O tesão aflora em mim e estou mais molhada do que de costume, ouvir essas palavras de sua boca só me fazem ficar mais insana, então aceno com a cabeça afirmando — Então mama meu pau, e não quero sujeira, engole tudo, minha putinha gostosa! – É tudo o que quero escutar, fico como uma criança que acabou de receber um aval para ter seu doce antes do jantar. Sem esperar desabotoo seu cinto com desespero, quero mais isso do que ele mesmo, Edu me ajuda levantando um pouco o quadril para eu poder descer sua calça junto com sua cueca, e o pau dele salta para fora. É lindo demais, olho pro rosto dele que por um segundo tira seus olhos da rua e me olha pra saber a que ponto estamos de safadeza e eu posso afirmar que estou no nível máximo de tesão contido. Para minha sorte os vidros são escuros, mas confesso sentir algo inexplicável dentro de mim imaginando que alguém pode estar nos observando. Pego seu membro com firmeza e chego próxima a sua cabeça latejante, brilhando na ponta, passo minha língua lentamente, Edu solta uma lufada de ar, ele realmente é o dono dos meus pecados. Então introduzo sem aviso o pau inteiro na boca, chegando até o talo no fundo da minha garganta, fazendo-o gemer. — Isso caralho, chupa tudo minha putinha gostosa! — Me parabenizo mentalmente com o troféu da melhor boqueteira, me admiro. Insana, chupando sem parar, minha mão esquerda ajuda meu ato, punhetando, sinto o latejar da sua ereção em minha boca, aproveito a deixa chupando suas bolas, causando um gemido mais alto do meu namorado

devasso, volto a abocanhar seu pau que já possui um gosto de porra, sinto que está perto, acelero os movimentos até que sinto um primeiro jato escorrer por minha garganta, quase me engasgo, mas mantenho o ritmo, querendo que ele chegue onde almejo, não demorando muito até se derramar por completo, eu faço a linha obediente e engulo tudinho, lustrando seu membro, sentindo o liquido grosso passando por toda a minha boca. De repente Edu puxa meu cabelo, levantando minha cabeça e percebo que estamos parados em frente ao meu antigo apartamento, agora não me pergunte desde que horas estamos aqui, mais essa ideia de perigo, de estar sendo observada está me excitando, me causando surpresa com o nível de excitação causado por esse motivo. — Assim que eu gosto, tomou todo leitinho! — E me beija desavergonhadamente, e sem pudor algum coloca sua mão por dentro da minha saia, espalma minha boceta e lógico que eu gemo. — Vou dar um jeito nisso, mas não agora! – Tira a mão de mim e se afasta, minha vontade é de dar um murro bem dado no meio da cara dele, mas tento me controlar, pelo menos por enquanto. Entramos no apartamento e Jaque me surpreende, ela simplesmente transformou isso aqui em uma balada particular, contendo até luzes coloridas. — Luluzinha, Dudu, sejam bem-vindos a nossa baladinha particular! — Sorri nos cumprimentando. Sentamos todos juntos, próximos ao balcão, bebemos e conversamos banalidades, a ideia da Jaque de fazer uma baladinha casual foi genial, e tenho em mente que foi para me proporcionar algo que eu não poderia ter nessa fase em que estou vivendo. Minhas amigas fizeram com que eu me sentisse em um lugar público, sem me preocupar com o que possa acontecer em um lugar desses, respiro aliviada, e sei que tenho as melhores amigas do mundo. Conversamos muito, rimos muito e principalmente dançamos muito, tenho que concordar que para uma festa ser uma festa realmente de respeito balançar o corpo com um ritmo rebolativo é a melhor coisa da vida, fora o sexo. Não quero ficar alterada, por isso bebo pouco, quero ter consciência de tudo o que for fazer nessa noite, fora que da última vez que deixei isso

acontecer, deu merda, então hoje quero fazer diferente. Daia como da última vez em que ingeriu álcool, está toda solta e sem filtro, falando das suas aventuras noturnas com Adriano, e o coitado não sabe onde enfiar a cara. Jhon e Jaque estão brigados, eu e Edu estamos somente com nossas trocas de olhares de alta periculosidade, posso até me arriscar em dizer que faíscas saltam de nossos olhos, borboletas voam soltas em meu estomago, e a ansiedade está andando lado a lado comigo, pelo visto será assim a noite toda até concluir a promessa de sexo destruidor. Estamos no ponto alto da noite, Daia e Adriano acabaram de se despedir, pois minha amiga estava totalmente sem limites, enquanto os outros casais permanecem dançando na pista de dança improvisada. Me esfrego descaradamente em Edu, e nessa altura do campeonato meu casal de amigos estão se agarrando ao nosso lado sem interromper a dança. — Se continuar com essa porra de dança do caralho, vou ter que te reivindicar aqui mesmo na frente dos nossos amigos. — Desce a mão que estava na minha cintura, diretamente para minha bunda. — Não sei porque, mas tenho a impressão de que você quer mais é que isso aconteça, gosta da sensação de estar sendo observada? — Ele adivinha meu fetiche que até então não tinha ideia, mas que agora cada vez que penso nessa possibilidade, sinto ainda mais a umidade entre minhas pernas. — Você faz com que eu me sinta uma pervertida, imoral. – Faço beicinho. — Eu estou amando esse seu lado novo! — Pego sua mão direita que estava na minha bunda, entrelaço nossos dedos. — Eu estou realmente sem folego. – Levanto seu dedo médio sem soltar a unção dos nossos dedos, levando-o até minha boca, fazendo menção de um boquete rápido com deu dedo. – Estou fora de órbita. – Dou um beijo na palma de sua mão, levando-a em direção a minha intimidade, dou graças a Deus por estar de saia. – Olha como estou por você. — Porra, Luiza! – Ele sente por cima do tecido fino da minha calcinha encharcada, minha intimidade pulsa. Sendo mais ousado do que eu imaginava, Edu permanece com a mão

onde posicionei, mas dessa vez percebo que está tentando tirar minha calcinha do caminho, o filho da puta sabe muito bem disfarçar, pois continua se movimentando ao som da batida da música, que nesse momento não tenho nem ideia de qual seja. Quando sua pele quente encosta na minha, prendo totalmente a respiração, sinto que ele não precisará de muita coisa para me fazer ter um orgasmo, estou com a boca meio aberta, aproveitando a oportunidade, ele se infiltra dentro da minha boca, fazendo com a língua o que faz com os dedos em meu clitóris, abafando qualquer som que sairia de mim por tal ato. Subo um pouco uma de minhas pernas na lateral do corpo de Edu, para facilitar a introdução dos dedos em minha cavidade, seus movimentos se aprofundam com minha permissão, nosso beijo nessa hora está indecente, e a única coisa que quero nesse momento é gozar e me libertar desse tesão intenso que permanece dentro de mim a algumas horas, e não foi diferente do que disse, após poucos minutos de introdução e caricias, me desfaço nos braços dele, totalmente entregue ao prazer. — Isso foi insano. — Edu sorri com a boca ainda na minha, eu faço o mesmo. Até que um gemido alto faz nossa bolha estourar e perceber que estamos sozinhos na sala, Jaque e Jhon foram se reconciliar em um dos quartos, e pelo visto está sendo enlouquecedor, pelo teor dos gemidos da minha amiga. Eu e Edu nos olhamos caindo na risada, até o cessar dos nossos sons ser interrompido por um beijo simples e inocente no pescoço, nossos olhos se encontram com um convite intimo para a perdição, sem espera estamos nos engalfinhando como dois leões famintos. Edu puxa meu cabelo separando as nossas bocas, ele está ofegante. — Eu vou acabar com você hoje! – Morde meu lábio inferior. — Faça o que tiver que fazer, só faça por favor! – Imploro. Ele me pega em seu colo sem parar de me beijar e me tocar, tanto em meus seios como em minha bunda, me sobe no balcão que separa a sala da cozinha, ele está rude, do jeito que eu queria e precisava. Solta um rugido louco, eu estou no sétimo céu.

— Olha o que você faz comigo, minha putinha gostosa do caralho! — Assim que eu gosto! — Percebi várias coisas novas que te excitam e estou com várias ideias em minha mente, vou te comer tanto! – Promessas. — Isso! Ele me dá um tapa na cara, não forte mais dando para sentir uma certa ardência gostosa no rosto, me penetra de uma só vez, fazendo com que meu grito soasse acima do som ambiente que não está nada baixo, fico meio receosa dos meus amigos estarem escutando. — Isso, grita, quero te ouvir!!! – Ele ordena, e eu não faço outra coisa sem ser colocar para fora tudo, fecho os olhos e minhas reações ao que Edu faz com meu corpo é entre gritos e gemidos. Eu acabo de gozar e ele não para de meter, Edu é a mais nova máquina mortífera, estou pirando, já não controlo mais minha boca, grito demais, então gozo novamente. Ele percebe que estou tendo orgasmos múltiplos e vem com os dedos no meu clitóris, me deixando mais pirada e louca com tudo isso. — Goza putinha minha, goza mais para mim. — Ah Edu, pelo amor de Deus eu não aguento mais!!!! — Aguenta sim! – Ele afirma, e começa com movimentos repetitivos, sinto nossos corpos se chocarem, o barulho dos movimentos e dos gemidos se misturam. Os tremores do meu corpo ainda não cessaram, estou praticamente largada, estirada em cima desse balcão, enquanto Eduardo se desfaz dentro de mim, após finalizar o sexo mais insano que já tive, demonstra todo amor que sente, colando nossos corpos, distribuindo beijos levemente por todo meu rosto, minha reação diante de todo esse carinho é apenas sorrir e receber.

CAPÍTULO 20

Edu Eu sei que ela não esqueceu, e nem quer esquecer, mas está tentando viver normalmente. Me sinto culpado, sinto que tudo seria diferente se o pior não tivesse acontecido, mas acredito que nada é por acaso. Vou confessar que não queria ter um filho nesse momento, faz apenas alguns meses que estamos juntos, mal nos conhecemos e praticamente já moramos juntos. Eu sei que é porque não aguento ficar longe dela, tão repentino, nunca acreditei nisso tudo, está sendo um sonho, ela mesma disse que quer caminhar antes de correr, então vamos cumprir as etapas do relacionamento sem pressa. Mas pensando por um outro lado, tudo o que aconteceu me fez abrir o coração para novos propósitos e eu cheguei à conclusão que quero sim, me casar e ter filhos com ela. Tenho plena consciência que vamos ter que conversar muito antes de ter a firmeza que preciso para poder realizar tudo, vou caminhar com ela, até corrermos juntos a um futuro, esse com certeza é meu propósito de vida. A noite da festa abriu minha mente, não só eu, mas todos conseguimos fazer com que Luiza esquecesse o mundo e tudo em nossa volta. Por querer meu toque, meu carinho, e eu a fiz viver de novo, quero isso a partir de agora, por esses e outros "N" motivos estou com várias ideias rondando minha cabeça. Ela é a perfeição em pessoa, além de linda, é uma safadinha, não quero compartilha-la de jeito nenhum, mas sim exibi-la, mostrar a todos que ela é só minha, e satisfaz os meus prazeres, me transformei em um camisolão por ela e não tenho vergonha de admitir. Hoje é o jantar na casa da minha mãe, e eu sinceramente espero que dê tudo certo, estou nervoso porque depois que meu pai faleceu, minha mãe ficou meio antissocial, não gosta nem que eu vá ver ela, espero que não me decepcione e trate minha loirinha bem, afinal é a primeira mulher que apresento a ela. Percebi uma certa empolgação quando fez o convite, e pela primeira vez conversamos sobre alguém que estou realmente especial, e acho que por esse motivo quis ficar mais próxima não só a mim, mas também abrir

novas portas para que Luiza também entrasse. Nesse momento ela está dormindo feito um anjinho, peladinha, enrolada no lençol branco macio, e por sinal está muito sexy. Só pode ser alguma doença isso, eu transei a noite toda e não consigo vê-la nem dormindo? Tento me controlar, é impossível, sinto desejo de tocar, de abraçar, de beijar. Afasto o cabelo de seu rosto, e beijo o canto de sua boca, ela sorri com os olhos fechados me incentivando a continuar o carinho, mordo devagar o lóbulo da sua orelha. — Acorda delícia! — Sussurro em seu ouvido, vou fazendo rastros de beijos por todo seu rosto, o que a faz abrir os olhos devagar sem tirar o sorriso do rosto, eu me sinto o homem mais sortudo da porra desse mundo. — Bom dia, amor! Tão bom acordar com você e seus beijos. – Me abraça, eu posiciono meu nariz em seu pescoço e passo do ombro até a orelha, inalando seu cheiro viciante. — Se acostume, por mim vai ser sempre assim. — Admiro sua beleza estonteante que está diante dos meus olhos nesse instante. — Você é muito sexy! — Morde o lábio inferior. — Eu sei! — Me dá um tapa no ombro por minha modéstia. — E modesto também! — Mostra a língua, eu adoro esse jeitinho dela. — Que tal uma trepada matinal no banho? — Propõe e sai num salto da cama em direção ao banheiro, eu a sigo sem querer perder a oportunidade de começar o dia com ela entregue em meus braços.

Estou nervoso com a ocasião, quero muito que as duas se gostem. Elas não tiveram uma oportunidade de se conhecer, por encalço do destino, e isso acontecer hoje está me causando um certo nervosismo por não saber o que esperar dessa noite.

— Nossa, estou pensando seriamente em não ir no jantar. – Falo agarrando sua cintura por trás colando nossos corpos, afundando meu rosto em seus cachos largos e loiros. — Para de ser tarado, nós trepamos a tarde toda, contenha-se rapaz! — Me repreende, pois realmente pareço um depravado. — Você está linda e sexy. Queria ver o que está usando por baixo desse vestidinho preto do caralho! — Levanto as sobrancelhas em sinal de desafio. — Poderia estar sem nada, mas como vou conhecer a sogrinha, estou somente com uma calcinha de renda preta, sem sutiã! — Falando a última parte no meu ouvido. — Você quer me matar né, sua safada? — Me mostra um sorriso travesso. — Só se for matar de tesão ou de tanto foder! — Eu não resisto as suas provocações, pego-a com força, fazendo com que esbarre em meu peito, retribue com um gemidinho manhoso, mostro a ela o tamanho da minha ereção, que é só dela e a safada desce a mão passando sobre a calça, meu pau pulsa dentro, querendo perfurar o tecido. — Caralho, vou ter que te comer agora, não me negue ou eu rasgo sua roupa toda. — Acabo de crer que estou surtado por essa mulher. Resumindo... saímos de casa atrasados!

Luiza Depois da rapidinha mais maravilhosa da minha vida, estamos prontos novamente para sair, pegando em minha mão, ignoro o choque que transpassa de uma pele a outra. As coisas que acontecem entre nós são inexplicáveis, e com uma rapidez imaginável, o que me faz pensar que enfim achei o meu lugar, que com toda certeza é estar ao lado dele. No carro sinto que Edu quer me deixar confortável, esse jantar que vai acontecer está deixando ele mais nervoso do que eu, estou ciente do porquê de tudo isso, sei que essa reaproximação dos dois é uma surpresa e também uma constatação de melhora em termos psicológicos de Alice. Coloco uma música que cantamos juntos e rimos no caminho, tenho êxito em distrai-lo e isso faz com que eu respire aliviada. Chegamos, e a casa é uma mansão, como pode uma mulher morar sozinha nessa imensidão? Eu imagino que ela deve se sentir solitária, por isso que Edu me disse que sua mãe sofreu tanto com a morte do marido que se isolou de tudo e todos. Por isso mesmo estou tensa, se ela não curte que o próprio filho vá visita-la, quem dirá eu, uma qualquer que chegou agora. Entramos na casa e eu estou suando frio nas mãos, de tão nervosa, Edu as aperta tentando me passar apoio. — Amor não fique nervosa, ela vai te adorar! — Sorri, colocando a mão na maçaneta. — Eduardo, que saudades! — Escuto uma voz serena assim que adentramos o ambiente. — Oi mãe, como você está? — Ele solta minha mão para abraça-la, eu sorrio simpática. — Estou ótima! Mas olha que princesa, você deve ser Luiza, prazer em conhece-la. — A senhora simpática, me abraça carinhosamente se apresentando. — O prazer é todo meu! — Retribuo o carinho.

Entramos em sua companhia, que por sua vez caminha devagar e pausadamente, ainda se recuperando lentamente do acidente de pouco tempo atrás, vai em direção ao que me parece uma sala de jantar, com duas mulheres conversando e rindo distraidamente. Noto que elas têm uma certa semelhança com minha sogra, apesar de perceber serem parentes de Eduardo e Alice, não esperava que houvessem mais pessoas além de nós três. — Du, quanto tempo, você está mais forte! — A mais nova se levanta e praticamente se joga nos braços dele. — Oi Rafa, essa é minha namorada Luiza. — Se desvencilha dos braços dela, me puxando pela cintura, faço um pequeno deboche olhando-a com cinismo. — É um prazer Lívia, sou Rafaela a prima dele! — Vou arrancar o silicone dessa descarada com as unhas. Eu não retribuo o cumprimento porque não sou obrigada, e ela que vá ciscar em outro galinheiro, porque esse galão gostoso já é meu, e Eduardo não vai escapar ileso, só não arranco o pau dele fora porque utilizo, caso contrário seria um homem seu pau, só por ter chamado esse bigato humano de Rafa! — O prazer é todo meu QUERIDA! — Eduardo percebe meu tom de fúria na voz e reage. — O nome dela é Luiza e não Lívia! — Corrige. — Tanto faz, Du! — Ironiza. Tanto faz é o caralho, estou contando até não sei que número para me manter calma por estar na residência dos pais de Eduardo quero manter o respeito, caso contrário já teria descido do salto, quem essa garota pensa que é? Estou vendo que minha noite vai ser longa e se essa ridícula não parar, minha sogra que me perdoe, eu não responderei por mim! Estou de parabéns, nunca pensei que pudesse me segurar tanto, minha vontade é de no mínimo colocar essa filha de rapariga em seu lugar, e na pior hipótese quebrar a cara dela, mas sou uma dama da sociedade, não vou abrir minha boca, minha sogra precisa ter uma boa impressão de mim.

Sentamos na mesa, e para aumentar meu ódio a desacreditada da prima de Eduardo senta ao seu lado, deixando-o entre eu e ela, me falta espumar pela boca de tanto ódio, minha sogra como boa anfitriã que é puxa papo comigo, acho que está percebendo meu desconforto com essa situação, mesmo sem ter escutado uma palavra do que ocorreu logo que chegamos. — Então Luiza, fiquei sabendo que você assumiu o posto de supervisão da parte administrativa da Novaes, ando escutando ótimos elogios sobre seu trabalho. – Realmente é uma fofa. — Obrigada, só faço o que eu sei, não é nada demais, eu gosto de trabalhar. – Agradeço. Fico feliz por estar me dando bem com ela, afinal nem parece que não gosta de visitas como Edu mencionou, na minha opinião algo de bom surtiu nela após o acidente, está sendo simpática, me fazendo ficar bem à vontade. O jantar é servido, a comida é tão maravilhosa que chego até esquecer a presença de certa embuste na mesa. — Du, parece que sua mãe lembrou nosso prato preferido de infância, obrigada tia, por me fazer reviver os momentos do passado! — Está muito bom para ser verdade. — Rafaela, eu mandei fazer esse prato pois sei que meu filho ama. – Sinto o desconforto de Alice com tal atitude da sobrinha. — Está maravilhoso tia, obrigada. Lembra Du, a gente só queria comer lasanha quando éramos pequenos. Sinto tanta saudade do tempo em que éramos grudados. — Ela põe a mão no braço dele e acaricia, ele não impede, muito pelo contrário, olha para ela e sorri. É muito para conseguir aturar, mas tenho que me segurar, tiro minha mão da mão dele, que por sua vez me olha na hora em que isso acontece. Simplesmente faço minha cara de poucos amigos, e vejo quando engole em seco, não vou suportar muito mais tempo, depois da sobremesa, vou contar dez minutos no relógio e ir embora, minha sogra que me desculpe mas sei que vai entender. Terminamos a sobremesa e Alice sugere ficarmos na sala de estar conversando e bebendo um bom vinho. Estou adorando essa casa, é muito

elegante, e minha sogra é um encanto, conversamos bastante sobre tudo, e Edu de papo com a garota. Tento ativar meu lado compreensivo por serem primos e não se encontrarem com frequência, mas não dá, está nitidamente visível que ela quer entrar nas calças dele, mas vou dar um jeito de deixa-lo bem ciente da minha irritação se caso ainda não percebeu, então tomo atitude, vou próxima a ele, dando um abraço por trás. — Se você não parar agora de dar condição a essa sua priminha descarada, eu vou embora, e nem adianta vir atrás. – Ameaço, falando o mais baixo que consigo em seu ouvido. — Você está com ciúmes? — Ri vitorioso, eu fico mais irritada ainda, não é só ciúmes, falta ela esfregar a xota na cara desse panaca, só eu que estou vendo isso? — Bom, meu recado está dado! – Dou a conversa por encerrada, e volto a falar com Alice e sua irmã Alessandra. Eduardo levanta indo em direção ao pequeno bar, se senta em uma das banquetas de madeira envernizada pegando um copo e despejando whisky, entretanto, não fica sozinho por dois minutos, pois a priminha já está ao lado dele puxando papo e rindo. Eu acabo de crer que meu lugar ao céu já está garantido, sou uma santa de resistir a essas provocações na minha cara e não fazer nada. Minha sogra chega perto de mim, coloca a mão em meu ombro como se soubesse o que passa em minha mente nesse momento. — Você já se demonstrou educada, uma verdadeira mulher de classe, eu estou impressionada com a força que está fazendo pra se segurar e não dar na cara da minha sobrinha. Ela sempre foi atirada, sempre deu em cima dele, mas vejo que ele realmente gosta de você, pois nunca apresentou ninguém tão formalmente para mim como fez hoje, gosto de ver a reciprocidade entre vocês, me lembra eu e meu Guilherme. Sei que me fechei para o mundo depois que ele se foi, mas hoje me arrependo pois vejo que meu filho sentiu minha falta. Esse jantar não foi somente para conhecer você, mas também para voltar a minha vida, esse acidente me fez ver que por mais que me doeu e ainda dói muito a lembrança do meu amor ter partido, mas eu continuo viva e tenho meu filho que me ama, não posso desistir da minha vida, e sei que quando for a minha hora vou encontra-lo em um lugar lindo e só nosso. —

Me emociono com toda devoção e carinho que demonstra em cada palavra dita. — Você é a melhor pessoa, a vida não só me trouxe Edu, como trouxe você também, e me sinto muito presenteada por conhecer você e agora fazer parte da sua vida, nem consigo pensar em como deve ser difícil perder o amor da sua vida assim, eu não me imagino sem Edu, não gosto nem de imaginar, mas estou aqui agora te conhecendo em uma fase linda que começará a viver, e eu quero te parabenizar pelo filho lindo e educado que você me deu de presente. Também por você ser essa pessoa forte e que com certeza é muito amada por todos que te rodeiam, tenho plena certeza de que Guilherme da onde ele estiver, está muito orgulhoso de você! — Ela me abraça apertado, eu tenho sorte, o cara lá de cima pensou em tudo para mim, ela me passa confiança e amor, quer coisa melhor que isso? — Obrigada minha filha, agora está em suas mãos, meu filho merece ser feliz e sei que você pode dar isso a ele, confio em você! — Bom, deixa eu ir sogrinha, porque preciso tirar uma galinha que está ciscando em terreno proibido.

CAPÍTULO 21

Luiza O apoio de Alice eu tenho, e demonstro ao máximo toda minha educação e civilidade durante toda a noite até o momento, o pior de tudo é fazer papel de besta, e não poder mostrar o que realmente quero fazer desde o princípio. — Faça o que for necessário, tem meu apoio, e pode deixar que minha irmã não vai interferir, não permitirei. — Minha sogra praticamente arrasta sua irmã que se distraia com um álbum de fotos em um dos cantos da sala de estar. Sem perder tempo, chego próxima aos bancos de madeira posicionados próximo ao balcão do charmoso barzinho que os dois estão com a minha melhor expressão de ironia. Vejo que basta somente Eduardo dar uma pequena brecha para a naja ter a chance de dar o bote, por sorte dele sei que não irá tão longe. — Acho que por hoje chega de tirar casquinha do meu homem, não é mesmo Manuela? — Ela fecha a cara na hora, chumbo trocado não dói, querida. — Rafaela, meu nome é Rafaela!!! — Revira os olhos demonstrando descontentamento. — Ele é meu primo, não tem nada a ver. — Sério isso? Alguém avisa. — Em primeiro lugar: prima de cú é rola. Em segundo, não sou tão burra a ponto de não perceber que você está louca para dar, mas sinto em te dizer que ele está comigo e você não tem chance, dessa vez não vou tocar em você por respeito à casa da minha sogra, mas acho que não haverá próxima, não é mesmo? – Dei meu recado. — Escuta aqui garota... — Não deixo nem tentar terminar a sua frase, me sento no colo de Edu, de costas para ele e de frente a ela, começo a rebolar em cima dele discretamente, já sentindo sua ereção. — Você estava louquinha para fazer isso, não estava? — Rafaela se cala e abre a boca em espanto, acho que não esperava por essa atitude minha,

com a mesma rapidez em que me sentei saio do colo de Edu, que por sua vez geme baixinho em protesto, em sua calça dá para notar o que está crescendo. — Porque não sai por aí a caça e tenta achar um macho para apagar esse seu fogo? Estava ficando feio você se atirando descaradamente nele, sua tia Alice não gostou, só me segurei até agora porque confio no meu taco e você não tem chances, então se não quiser conhecer meu lado agressivo acho bom pararmos por aqui, estamos entendidas? — Ela está tão chocada com a minha atitude que não abre a boca para falar, só balança a cabeça em sinal positivo — Então rala, sua mandada! — Ela vira as costas e sai. No mesmo instante em que isso acontece, olho para Edu que está tão chocado quanto sua priminha, vou bem próxima a ele e o bonitinho está achando que vou continuar a gracinha de me esfregar nele, mas eu só pego minha bolsa que está no sofá. — Vamos embora, Eduardo! — Levanta muito rápido me acompanhando à passos largos. — Antes que você comece a me questionar, não quero conversar com você sobre isso aqui na sala da sua mãe, vamos embora. — Dou quase uma ordem. Ele tenta pegar na minha mão com um movimento costumeiro, para seguirmos e nos despedirmos, mas eu tiro minha mão a tempo, antes de conseguir me tocar. Ele precisa entender que não gostei do que ele permitiu que a priminha dele fizesse. — Foi um prazer te conhecer, e te receber, e cá entre nós adorei a cara com que minha sobrinha saiu da sala, depois quero saber os detalhes. — Alice fala isso baixo no meu ouvido enquanto me abraça. — Eu também adorei conhecer você, pena que aconteceram contratempos que me fizeram querer ir embora por alguns momentos, mas nada que não pudesse resolver. — Nós duas rimos, e Edu está nas nuvens por estarmos nos dando tão bem. — Acho que perdi minha namorada, para minha mãe! — Todos riem com a piadinha de Edu, e seguimos para fora. Já dentro do carro o clima já não é o mesmo de quando estávamos chegando ao jantar, estou com os braços cruzados admirando as arvores

passarem do lado de fora, o silêncio é cortante, e nesse momento decido falar, ele não merece sair impune dessa palhaçada. — Não tem cabimento o que você fez. — Começo, percebendo que seus dedos se apertam no volante. — Se você está acostumado a deixa-la fazer o que quer com você, tudo bem, foda-se, mas eu estou com você caralho, contei até 300 para não dar na cara dela lá mesmo na casa da sua mãe, que por sinal até ela percebeu as intenções da sua linda priminha e você não, eu fiquei parecendo uma otária vendo tudo o que ela fazia e dizia, me segurei e ficava quieta, você tem noção da raiva que eu senti a noite toda? Só pode ser brincadeira que você não achou abusiva as coisas que ela estava fazendo! — Praticamente vomito as palavras, me sentindo um pouco aliviada pelo desabafo. — Eu sei que ela é exagerada, mas eu me acostumei com isso, não tinha ideia que iria te deixar tão brava, desculpa se não sei me comportar como um namorado descente, mas saiba que jamais ficaria com ela, ainda mais estando com você! — Ele não disse nada do que já não imaginava, tenho plena certeza que não faria nada além de provocar ciúmes como fez. — Estou muito puta com você, que tem culpa também em tudo isso que aconteceu, se você não tivesse permitido, talvez não estava passando por essa merda aqui e agora, não vou transar com você hoje, nem adianta insistir, e dê graças a Deus que vou dormir com você, minha vontade é ir para o meu apartamento agora e dormir por lá! — Sou sincera. — Nem por um caralho, seu apartamento é o que nós moramos juntos, aquele apartamento que sua amiga mora é dela não é mais seu! — Toquei em seu ponto fraco. — Lógico que é meu, eu sou uma pessoa independente, não queira me colocar na coleira, isso jamais vai acontecer! — Dou o veredito. — Não quero te colocar em coleira nenhuma, Luiza, não quero brigar com você, chega com isso, vamos para casa. — Deixo como está, por realmente ter ficado exausta com essa pequena discussão. Saímos do carro de mãos dadas como se nada tivesse acontecido por

força do habito, quando percebo estar me rendendo volto a soltar sua mão, essa atitude minha deixa com que Edu se irrite profundamente. Tenho em mente que não posso deixar com que ele faça o que quiser quando diz respeito a joguinhos, essas coisas se fazem quando os dois times estão dispostos a jogar, caso contrário não dá certo e acaba em briga ou divergências como agora. Meu namorado viu ali uma oportunidade de jogar com meus ciúmes, e o que resultou em irritabilidade e discussão, ele tem que entender que não vou ceder, mesmo meu corpo e mente insistindo para que isso aconteça. Para um relacionamento manter-se firme, certamente é necessária uma vida sexual ativa, mas em minha concepção sexo não é tudo, precisa-se também de compreensão, confiança e o principal é o amor reciproco, quando encontramos um amor tão arrebatador assim, que as coisas acontecem com rapidez, que as borboletas batem asas desenfreadas por todo nosso estomago, que temos saudades de cinco minutos longe um do outro, mesmo com pouco tempo se relacionando, sabemos que é a pessoa da sua vida por essas e muitas outras características. Sinceramente, eu demorei para ter percepção disso, mas agora, tenho a plena certeza de que isso aconteceu para nós, que a vida sorriu para mim assim que Edu apareceu naquele bar. Meus motivos para estar assim tão chateada é isso, quero entender o porquê dessa atitude que ele teve em dar condições querendo me causar ciúmes. Chegamos ao apartamento em que praticamente moramos juntos, e encontro um Eduardo puto, tirando com raiva a roupa bonita que vestiu para o jantar, ele esperava que nossa reconciliação fosse na base do sexo desenfreado e está frustrado com a minha negação, do tempo que estamos juntos, eu realmente nunca neguei sexo com ele. — Acho que temos aqui uma nítida primeira briga realmente séria. — Falo em voz alta, querendo realmente falar comigo mesma. — Só quero entender, e saber o que você acha que fez? — Porra, me desculpa, eu fiz errado. — Joga os braços para cima em sinal de rendição. — Eu não sabia o que estava fazendo, e muito menos que te deixaria assim.

— Tudo bem, só espero que não se repita! — Dou meu veredito. — Tudo bem, posso ir tomar um banho agora? — Sinalizo positivo. — Mandona do caralho! — Ri entrando no banheiro, me dando uma visão de sua linda bunda redonda, coberta apenas pela cueca preta. Eu me dou por vencida, não consigo me manter brava, mas tenho que manter a postura e não ceder em questão do sexo, uma noite dormindo de conchinha com ele já basta... não basta, mas terá que servir, é o que temos para hoje. Minha noite tinha tudo para dar certo e terminarmos enrolados um no outro, suados e felizes após o desfecho do jantar, que foi maravilhoso, mas nada foi como esperado, a noite só não foi um fiasco pois tive o aval da minha sogra para agir sem me mostrar uma sem educação barraqueira. E agora me encontro em uma posição romântica na cama, sentindo a respiração desse caralho de homem gostoso do inferno, próxima ao meu ouvido, fora o detalhe que estou sentindo seu pau encostando em minha bunda, separados apenas por dois tecidos finos, da minha camisola e da cueca, só não estou mais destruída por saber que amanhã posso ceder e garantir um sexo matinal, caso contrário decretaria minha morte nesse instante.

CAPÍTULO 22

Luiza Depois de uma manhã maravilhosa, com direito a café da manhã na cama e uma notícia de que serei mimada por todo domingo para a redenção de Edu, penso sobre o que uma consciência pesada não faz com um ser humano, não é mesmo? O dia será de praia, a segurança está reforçada, mesmo sendo obrigada a sair com um exército em meu encalço, prefiro que seja assim e eu possa viver, não me abstendo de pegar uma praia com meu namorado, por mim tudo bem, isso só me faz ter a ideia maléfica de provocar Eduardo, pagar com a mesma moeda é meu lema de hoje, será coisa leve, nada perto do que ele fez ontem, não envolverá ninguém além de nós dois. Piso na areia sentindo toda negatividade descarregar ali, caminhamos até um guarda-sol, nem penso em me sentar, quero logo me joga no mar para só depois sentar e relaxar, vendo essa paisagem que o Rio de Janeiro nos proporciona. Dou início as minhas provocações, retirando lenta e sensualmente minha saída de praia branca, admirando logo após a preocupação do meu namorado em saber que temos uma plateia de no mínimo dez seguranças, minha única reação é sorrir e me entregar ao mar. Gelado e libertador, saio da imensidão azul, as águas que levaram todas as negatividades, me sinto revigorada, ao pisar na areia e ter a visão de Eduardo estirado, tomando sol, sorrindo ao me ver andando em sua direção, agora será minha tacada de mestre antes de deixa-lo com um alto teor de raiva. Deito-me de bruços na esteira forrada na areia, faço menção em tirar os nós do meu biquíni, diga-se de passagem ser o menor que eu tinha no armário, obviamente não faria um topless, mas só de fazer uma pequena ameaça em tira-lo, seus olhos queimam minha pele, eu seguro o riso. — Luiza essa brincadeira não vai acabar bem, você quer se exibir, pode se exibir, fique à vontade, não ligo que te olhem, você está comigo, mas saiba que isso só vai acontecer comigo dentro de você e te fazendo minha. Essa é minha condição, se você quer tirar a porra do biquíni, tira, mas tira tudo, quero você peladinha aqui no meio da praia, e que fique bem ciente que

seremos presos por atentado ao pudor, pois vou te comer aqui mesmo. É só um aviso, eu te pego e você não terá escapatória, cê tá ligada! — Essas gírias. Eu engulo seco, nunca pensei, estou perplexa com tanto descaramento, mas confesso que todas essas palavras me deixaram com o biquíni encharcado, fiquei excitada com tudo que ele disse, e estou assustada, será um fetiche? Ou eu fiquei louca? Ou esse cara é um pervertido e está me levando ao buraco negro da força? — Edu, você já comeu algum cú? Qual a sensação? — Acabo de perceber que fiz essa pergunta em voz alta e sem nenhum nexo ao assunto anterior, já não tem mais como voltar atrás, ele está me olhando com cara de safado e eu já vou logo cortar o barato desse comedor de cú do inferno. — Eduardo, eu nunca vou dar meu buraco virgem a você, se bobear nem a Larissinha vou dar mais, seu comedor de cú alheio!!! — Cruzo os braços e faço minha pose de brava, irritada e decepcionada. Ele começa a rir sem parar, está quase chorando de tanto que gargalha, mais vermelho que um pimentão, e fico sem graça, eu e minha capacidade de não filtrar meus pensamentos obscuros. — Da onde você tirou tudo isso? Eu não sou um comedor de cú alheio, não vou negar que já fiz sexo anal sim, várias vezes alias, mas não quero ficar contando minhas experiências sexuais pra você, o que importa agora não é minha experiência passada e sim o que tenho com você agora. — Ele pega minha mão, dá um beijo e me olha com os olhos brilhantes. — E só pra constar, eu adorei saber que seu cuzinho nunca foi habitado por nenhum pau alheio, porque ele vai ser meu! – Pisca o olhos e me oferece um sorriso safado. — Vai sonhando. — Nunca diga nunca, cú é conquistado, e eu vou conquistar o seu, quando você me der uma vez, vai querer me dar sempre, e vai pedir com aquela sua vozinha doce e pedinte " Edu, come meu cú " — Diz, começando a rir ainda mais. — Como você é engraçado! — Ironizo.

— Engraçado e excitado, com todo esse papo de anal. — Ele pega minha mão e coloca por cima de sua bermuda. — Vê como você me deixa? — Faz um beicinho lindo, de tirar qualquer uma do sério. — Nossa Edu, eu juro por tudo que é mais sagrado que eu estava tentando te castigar por tudo o que me fez passar ontem, mas você assim.... Aperto seu pau por cima dos shorts e ele revira os olhos, morde o lábio inferior e sorri — Não tenho como resistir, preciso de uma dose de você, urgente, quero você agora! — Então quer dizer que acabou o joguinho? — Acabou! — Meu desespero é tanto. — Então eu vou te comer agora, dentro do mar, vai ser rápido porque estou muito excitado, e porque estamos em um lugar público. — Ele puxa minha mão, me levando em direção ao mar, e eu dou graças a Deus que essa praia é meio deserta e que só tem pouquíssimas pessoas, mas só esse fato, de ter gente em volta, já me dá um frio na barriga. Começamos adentras as águas gélidas, aos poucos, disfarçando, para ninguém perceber que eu vou fazer uma das maiores loucuras que já fiz na vida, nunca pensei me ver nessa situação, e sinceramente nunca senti algo parecido, será que eu sou algum tipo de pervertida, ou ele que está me levando para um caminho sem volta? Com a água já batendo na cintura, Edu me pega no colo, e eu rodeio as pernas em volta dele, segurando com as mãos em seu pescoço, como um casal normal de namorados que vai à praia. Ele vai caminhando até ficarmos bem afastados, só consigo enxergar pontinhos pretos na areia, quer dizer que ninguém vai ver exatamente o que está acontecendo aqui, minha preocupação não é as pessoas normais que estão curtindo um domingo ensolarado na praia, mas sim a dezena de seguranças que eu terei que encarar logo depois. Mas meus pensamentos e preocupações são nublados pelo devasso que no momento me segura pela bunda e com a cara de safado que eu adoro. — Você gosta, né safada? Gosta disso. — Me beija forte, quase arrancando meus lábios fora, então vem uma onda por cima da gente, me deixando com

uma excitação ainda maior causada pelo choque que a agua gelada causa em meu corpo. — Vamos evitar nos beijar, pelo menos por enquanto, não queremos causar um alvoroço por transarmos em pleno mar aberto, não é mesmo? — Concordo em silêncio, esperando seu próximo movimento. Ele coloca a mão por trás e afasta a calcinha do meu biquíni para o lado, e em dois segundos já está enterrado dentro de mim, me fazendo delirar com a pressão da água e do seu pau ao mesmo tempo, estou em êxtase, quero isso mais vezes. Somos interrompidos por um certo nadador intruso que dava braçadas por perto, não tiro os olhos dos de Edu, pela pausa dos movimentos, sem poder evitar, minha intimidade se contrai, Edu aperta minha bunda com tudo e quase que escapa um gemido da minha boca, então vejo o cara se afastando e antes que eu volte a raciocinar Edu volta a meter mais rápido e mais forte que antes, acho que a intensão dele é acabar com o sexo explícito logo antes que sejamos pegos no ato. — Essa sua bucetinha é tão safada, que sugou meu pau na hora errada. — Ele diz perto do meu ouvido sem parar de meter, eu gemo baixinho, afirmando que sei o que ele está querendo dizer. — Agora, goza para mim! — E eu obediente que sou gozo lindamente, e ele vem logo em seguida. Estou mais calma e serena após o sexo insano no mar, esse vai para minha lista de melhores transas, mas todas que eu já tive com Edu são demais e inesquecíveis. Já é quase fim de tarde, tive um dia maravilhoso, estou muito bem resolvida com meu namorado agora que conversamos bastante sobre o que aconteceu ontem, e ele compreendeu que as coisas não vão por um lado bom quando se provoca ciúmes no outro, ele percebe que fez errado, ele nunca teve relacionamentos sérios então não acho ruim ele ter certas atitudes que acha certo fazer, mas estou ensinando meu bebê e ele vai aprender direitinho. — Acho que é melhor irmos, tenho planos para hoje à noite! Graças a Deus, nossa tarde foi tranquila, sem nenhum contratempo, os seguranças se mantiveram a distância para nos dar privacidade, e por mais que seja estranha toda essa situação, tirando-nos do que era nossa rotina, mas estou em paz, me sentindo segura, mesmo com receio a todo tempo,

desconfiada de que tudo está calmo demais. Nossa volta para casa não poderia ser mais descontraída, conseguimos tirar de uma situação triste e assustadora, motivos para sorrir, pensando muito pelo lado positivo das coisas, todos os acontecimentos fizeram com que nos uníssemos, eu me sinto muito mais próxima a ele, mais intima. Vamos direto ao banheiro, assim que chegamos, tomamos um banho sem vergonha, de um jeito que é só nosso, não transamos no chuveiro, mas fizemos muitas outras coisas que estimularam ainda mais a vontade de estar grudada nele, com resquícios de gemidos por um orgasmo terminado. Segundo Eduardo, quer me deixar com excitação acumulada para mais tarde, e a cada hora fico mais curiosa para saber que porra de lugar misterioso é esse.

CAPÍTULO 23

Luiza Estamos a caminho do tal lugar, e quanto mais avançamos com o carro, mais nervosa eu fico. Edu está tranquilo, mas quando percebe minha total falta de controle em questão do mistério que pousa entre nós, minha curiosidade é aguçada, sou ansiosa a ponto de ter crises de vômitos constantes, sofro desse mal. — Vejo pânico transparecer em seus olhos, o que há de errado? – No fundo ele sabe, mas só quer escutar para ter certeza. — Vai dizer que não sabe o porquê de toda essa ansiedade, estou em cólicas para saber em que porra de lugar estamos indo, você está me matando com todo esse mistério. — Sou sincera e exagerada. — Tudo bem, vou te dizer, e sei que vai entender o porquê só falei agora. – Estou ainda mais curiosa depois disso. – Estamos indo em direção ao Clube Six, fica a vinte minutos daqui. — Tudo bem já sei o nome do local, mas está me levando a um clube para jantarmos ou o que afinal? – Quero detalhes. — Não surta, mas Clube Six é um lugar onde vários casais vão em busca de prazer. — Meus olhos estalam em surpresa e indignação. – Resumidamente, uma casa de Swing. – O pior de tudo é ver esse filho da puta falando isso como se fosse a cosa mais normal do mundo. — Eduardo Novais, você bateu com a cabeça ou algo do tipo? – Perplexa é meu estado de espirito nesse momento. – O que você acha que sou? Não sou o bastante para você? Pode dar meia volta, não vou para lugar algum. – Nesse momento já estou gritando aos quatro ventos. — Pedi para não surtar! — Percebo que estamos estacionados em uma rua com pouco movimento. — Quero viver uma experiência com você, e para isso precisamos pontuar algumas coisas. — Fico quieta só esperando pela bomba que está por vir. — Primeiramente para dar certo temos que manter a mente aberta, depois, tenha ciência de que não quero outra pessoa entre nós, não aceito dividir você e não quero outa mulher. Vamos somente

testar nossos fetiches e limites, vamos observar, e quem sabe se você se sentir segura podemos ser observados? — Pisca um olho, e agora sei qual é a sua intenção nessa noite. A menção disso, faz com que eu não questione para onde estamos indo e muito menos o que pretendemos fazer por lá, minha respiração acelera e faz com que ele perceba as minhas reações a toda essa loucura que minha vida e sentidos se transformaram após a sua cegada, meu pensamento grita em conflito por imaginar o que meus pais falariam sabendo que sua única filha se dispôs a mergulhar em um mundo devasso e sem limites. Voltando a dirigir depois de uma conversa sincera e duradoura dentro do carro, após alguns minutos Edu para o carro em frente a um casarão enorme, e pela quantidade de carros parando ao mesmo tempo que o nosso, vejo que parece uma festa, de gente chique, e como sempre já vem em minha cabeça um jantar com todo mundo pelado e dois paus para cada xota. — Está nervosa, amor? — Edu pergunta segurando minha mão, que por sua vez está gelada e molhada de suor. — Lógico Edu, não sei o que me espera lá dentro. — Ele sorri calmamente com a minha resposta. — Fique tranquila, aqui não é feito nada do que não permitimos, e pode ter certeza que jamais permitiria que alguém te tocasse de qualquer forma que seja, somente eu, você é minha, só minha, lembre-se sempre disso! — Eu já fico de pernas bambas com esse cara falando desse jeito possessivo no meu ouvido, será que já posso começar a dar na entrada da casa mesmo? — Sempre sua! — Ele aperta minha mão como um alerta de tesão. Quando entramos, percebo que a casa é de alta classe, mas ao mesmo tempo é sexy, a decoração toda é em vermelho. Estamos em um salão amplo com várias mesas e cadeiras, com um grande bar ao centro, várias pessoas bebendo e conversando, estou surpresa, achava que teria gente pendurada no teto pelado. — Está surpresa? — Ele me pergunta, percebendo minha cara. — Um pouco! — Confesso.

— Mas não é aqui que as coisas acontecem, aqui é só um local de conhecer pessoas, eles se conhecem aqui e depois sobem, e lá em cima é que realmente rola coisas inimagináveis. — Engulo seco. — Então eles não vêm em casais? Se conhecem aqui e já sobem para trepar loucamente, com várias pessoas aleatórias? — Pergunto curiosa. — Não é assim amor, tem gente que já vem acompanhado e arruma mais um para completar o sexo a três ou mais, tem gente que se conhece aqui, e tem gente como nós dois que não estamos procurando ninguém! – Compreendo. — Hoje só vamos observar. — Nesse instante sinto uma fisgada no meu estômago, e os pelos de todo meu corpo se arrepiam. Eu me calo e só acompanho Edu para onde ele quer ir. Damos uma voltinha no bar, várias pessoas nos observam, mas percebo que é um lugar muito respeitoso, ninguém está com olhar malicioso ou fazendo algum gesto obsceno, muito menos transando ou fazendo qualquer ato sexual aqui nesse local. Então depois de um tempo bebemos algum drink e conversamos, como em um restaurante, até que Edu me puxa escada acima, e meu coração começa a acelerar de ansiedade. Chegamos a uma porta imensa acolchoada de couro preto, já me vem à cena do quarto vermelho da dor de Christian Grey, chego a molhar a calcinha lembrando do filme e se for igual ou até mesmo se tiver um Grey ai dentro, Eduardo que me desculpe mas eu topo um ménage na hora. Dou uma pequena risada com meu pensamento, se Edu souber disso, açoite seria pouco para me castigar. — Do que está rindo? — Me pergunta curioso. - Nada demais, só lembrei daquele filme 50 tons de cinza! — Ele balança a cabeça negativamente. — Posso te adiantar que nada do que acontece ai dentro, é parecido com esse filme. O frio na barriga retorna, então Edu abre a imensa porta, vejo lá uma pista de dança com vários casais e trios se agarrando, mas todos de roupa, e mais para frente um corredor imenso, sou puxada para pista e incentivandome a dançar sensualmente.

Ele começa a me beijar e esqueço que tem várias pessoas desconhecidas ao nosso redor nos vendo, ele desliza sua mão pelo meu corpo todo, mas tudo isso por cima da roupa, minha calcinha já se desfez, estou com uma cosquinha no estômago, está sendo muito excitante dançar e ser molestada pelo meu namorado na frente de todos, será que já podemos transar aqui mesmo? Minha boca está vermelha e inchada, minha calcinha já está totalmente encharcada, minha mente zonza e meu tesão aflorando, Edu interrompe meu devaneio parando a dança indo em direção ao bar, pegamos bebidas. — Está visivelmente excitada. — Ele está com seu sorriso destruidor nos lábios e isso só causa mais estragos a essa pobre coitada que vos fala. — Muito! — Não tem o porquê mentir. — Vamos ver o que você me diz depois do que veremos agora. — Então ele me arrasta de novo, mas agora para o corredor imenso, que se estende longe, não consigo ver até onde vai. Começamos a andar e logo no início do corredor, vejo um casal em uma espécie de quarto mais com as paredes transparentes, consigo ver tudo e eles parecem não se importar estarem sendo observados. — Aqui vem quem quer, eles gostam de ser observados, mas é um casal sádico como você pode ver ele batendo nela com essa espécie de chicote, e a coleira que ela possui no pescoço. — Me explica baixinho no ouvido. Observo aquela cena sentindo-me latejar, é excitante, não contentes andamos mais, noto vários quartos trancados, esses devem ser os casais que não curtem ser observados, devem fazer coisas obscenas. Então chegamos em uma porta cheia de furinhos, Edu apontou a um deles, sugerindo que eu observasse pelo buraquinho, e quando coloquei meus lindos olhos no local indicado quase tive um colapso, mas não pensando por um lado ruim, eu quase tive um colapso de orgasmo repentino só em observar aquele casal transando, era lindo de se ver, eu fiquei muito excitada, estavam só duas pessoas, um homem e uma mulher fazendo um sexo selvagem,

gostoso, parecia que eu estava vendo um filme pornô ao vivo e sem exageros como de comum em filmes, era real, carnal, confesso que não conseguia tirar os olhos de lá. Só consigo perceber que preciso retirar meus olhos do buraquinho da porta, quando não consigo mais segurar meu tesão, quero transar agora, quero ser comida do jeito que só Edu sabe e que se foda se estamos aqui, ele que dê um jeito. — Eu quero te comer, agora! — O som da sua voz sai rude, como se um leão faminto estivesse preso dentro dele. — E eu quero ser comida agora, faz alguma coisa! — Ele ri, e eu tenho vontade de me pendurar nele aqui mesmo. Então me pega de surpresa, me beija enlouquecidamente, e eu me entrego, mas do mesmo jeito que ele começou, para repentinamente e me puxa com uma certa urgência, dando passos largos rumo ao corredor imenso. — O que acha de ser comida em um desses quartos? — Acho ótimo, contanto que não seja o de vidro! — Então você topa no de furinhos? — Topo! — Concordo movida pelo tesão. Após diferir essas palavras de concordância, me bate um certo arrependimento, será que é o certo a se fazer?

Edu Assim fomos surpreendidos novamente, minha intenção era mostrar o lugar a Luiza para ver se ela se sentia à vontade em explorar seu fetiche que agora mais do que nunca sabia que era mesmo um puta de um fetiche foda pra caralho, mas ela me surpreendeu e quer dar pra mim aqui e agora, ainda por cima no quarto de furinhos observadores, essa mulher é real? Antes que desista da ideia eu parto para um quarto, entro e fecho a porta rapidamente atrás de mim, minha única missão no momento é fazer com que esqueça dos furinhos observadores, e só lembre na hora certa. — Edu, o que está acontecendo comigo? Me sinto insana, o que você fez? — Me acusa e me puxa para ela ao mesmo tempo, ô mulher bipolar. — Ainda não fiz nada, mas pretendo fazer muito, quero te comer, muitas vezes e você é só minha para que todos vejam, quero te foder de todas as formas inimagináveis. — A rouquidão da sua voz fazem coisas inexplicáveis com meu corpo. Começamos um beijo tímido, perdurando poucos minutos nesse estado de lentidão, tornando-se avassalador, derrubando as barreiras que se ergueram pelo receio criado por ela, pelo lugar e coisas que vimos, ela quer isso mais do que eu. — Gostosa! — Falo dando um tapa em sua bunda, ela sorri safada, conseguindo se soltar aos poucos. Continuo com meu feito, só que agora encostando-a em uma das paredes do quarto, corro os dedos pela lateral de seu corpo, desço meus beijos por seu pescoço escutando o arfar de sua respiração, me afasto repentinamente, observando-a, vendo sua feição, admirando seus olhos brilhando de puro contentamento, captura o próprio lábio inferior, mordendo levemente, me seduzindo. Suas bochechas ganham uma cor avermelhada, pelo atrito da minha barba por fazer, está completamente linda e entregue.

CAPÍTUO 24

Luiza Juro pelos meus pais que jamais pensei que um dia fosse frequentar esse tipo de lugar, minha cabeça sempre foi muito fechada, sempre achei que quem visita esse tipo de lugar não prestava, era sem vergonha e muitos mais adjetivos que nesse momento não vem ao caso, agora olha pra mim, não só fui em uma casa de Swing, como trepei alucinadamente, com o meu namorado delicioso, como me surpreendi em adorar saber que estava sendo observada enquanto dava tudo de mim pra Edu e gemia igual uma gata no auge cio. Agora paro para pensar, o que meus pais achariam se soubessem que eu faço esse tipo de coisa? Eles não só me deserdavam, como também irão dar o sermão mais bem dado da minha vida. Edu está radiante, o sorriso não sai do seu rosto, acho que ficou feliz por poder estar mais íntimo comigo, apesar do nosso relacionamento ser bastante transante, não nos conhecemos tão bem. Aconteceram coisas muito rápido, eu já moro com ele, mesmo estando somente alguns meses juntos, mas posso dizer que tudo valeu a pena, eu e ele nos jogamos de cabeça nesse amor, porque nunca sentimos nada parecido por outra pessoa, da minha parte pelo menos, não me imagino mais sem ele, tudo que penso em fazer incluo ele, parece que faz parte de mim e se for arrancado vai me faltar um pedaço. Eu e essa mania boba de pensar tudo por um lado negativo, falo coisas lindas e depois venho com a pedrada, não quero insinuar nada, principalmente pensar que algum dia isso que tenho com Edu pode acabar, mas pensa comigo... Eu a alguns meses atrás era uma fodida, sem amor, sem emprego e dependia dos pais pra tudo, hoje tenho tudo isso e ainda preciso ligar para os meus pais para contar as novidades, é muita coisa boa acontecendo, menos o ataque de Marina e a perda que tivemos a algumas semanas atrás, não gosto de pensar nisso senão me enfio dentro do fundo do poço de novo, isso eu não quero, chega de crises emocionais, estou muito bem, obrigada! Estamos deitados na cama, olhando para teto e sorrindo, como dois

bobos, nunca pensei que um sexo observado fosse nos fazer tão bem, me sinto tão íntima dele nesse momento. — Loirinha, agora que estamos em casa, me diz o que está sentindo depois desse puta fetiche realizado? — Nossas testas grudadas uma na outra, olhos nos olhos. — Foi memorável, faria novamente! — Seu olhar muda de paixão, para surpresa. — Você me surpreende a cada dia, estou feliz, estamos bem, felizes, realizados, acima de tudo estamos nos conhecendo melhor e a cada momento como esse, sinto que tenho mais certeza de que estar com você é a coisa mais certa que eu já tive em minha vida! — Me dá um selinho, sem tirar os olhos dos meus. — Tem como me apaixonar mais por você? — Repito sua frase de horas atrás. Esse clima só me leva a lembranças doces e ao mesmo tempo sexuais de ontem, foi memorável, inesquecível, não por algum fato importante ou diferente que tenhamos feito, foi uma transa maravilhosa como todas as outras com ele. Mas o diferencial de ontem foi a sensação, o turbilhão de sentimentos que se apossaram de todo meu ser, me sinto estranha por gostar de ter feito o que fiz, sabendo da presença de outras pessoas observando nosso ato sexual. Voltamos para a casa nas nuvens, rindo à toa e curtindo o restante da noite na companhia um do outro.

Eduardo tem uma reunião logo cedo com Adriano, por esse motivo, mesmo relutantes saímos de casa para a empresa, afinal a vida não é somente de sexo e perversão, apressados então saímos em direção ao nosso dever. Nossa reunião rotineira pela manhã foi adiada, o assunto realmente era sério a ponto de adiar esse compromisso, mas tudo bem, não vou me intrometer em assuntos que não diz respeito a mim. Por esse motivo, acabo acatando e mudando relativamente todo planejamento da parte da manhã, mas nisso eu e

Daia damos um jeito, e logo estávamos ocupadas o bastante para esquecer totalmente as horas que passam rápido, até demais. Já passa da hora do almoço, então resolvo subir no andar em que fica a sala de Eduardo para comermos alguma coisa fora, conversarmos sobre essa manhã tumultuada e misteriosa. Essa é a minha ideia para hoje, e essa alternativa se faz presente, dando-me incentivos para querer ficar um tempo a sós com ele, esse é meu real objetivo para o momento. Mas quando subo, chegando em sua sala, não é o que acontece, porque Edu não está, e sim Adriano andando de um lado para o outro, enquanto passa a mão toda hora no cabelo. Eu já estou me tremendo toda por dentro, mesmo sem saber o que realmente está acontecendo. Largo as pastas que até então carrego, para analise que não foi feita pela manhã, em cima da mesa e ando em direção a Adriano, que nem percebe minha chegada. — Adriano? — Ele salta do chão levando um susto. — Está acontecendo alguma coisa? Cadê o Eduardo? — Calma ai, curiosa. — Ele ri sem graça. — Vai com calma, uma pergunta de cada vez! — tenta fingir tranquilidade, falhando miseravelmente. — O que está acontecendo? — Começo a fazer uma pergunta por vez. — Não aconteceu nada, não sei qual o motivo da pergunta. — Cínico. — Cadê o Eduardo? — Resolvo não prolongar a pergunta se sei que ele não vai me contar, e só não arranquei suas bolas fora, pois tenho consideração por Daiany. — Teve uma reunião fora da empresa, ele não lembrava, por isso estou aqui, mas daqui a pouco estará de volta, não se preocupe. — Isso está me cheirando a mentira. — E porque você está parecendo tão nervoso? — Pergunto me fazendo de tonta, pois sei que algo está acontecendo e o filho da puta não quer me contar porque provavelmente o imbecil do meu namorado pediu para não falar.

— Muitas coisas acontecendo, sou um só para resolver todos os problemas dessa empresa, e fora que você já deve estar sabendo da minha briga com Daiany, sua amiga é muito cabeça dura. — Ele está tentando tirar o foco da conversa, eu vou matar Eduardo e toda sua corja de macho escroto. — Ela me contou sim, não quero me intrometer no relacionamento de vocês, não é porque ela é minha amiga, mas estou do lado dela. — Ele faz uma cara de bravo. — Você está certa, não se meta! — Foi estupido. — Olha como fala comigo, por mais que eu dei foças para seu relacionamento com a minha amiga acontecer, não acho justa certas atitudes suas, não me intrometi em momento algum, resolva-se com ela, e pare de ser escroto. — Sou curta e grossa. Ele engole seco, faz sinal afirmativo com a cabeça, vira-se de costas, se apoiando na mesa, está muito nervoso, e fico amedrontada, pois acho que tem a ver com Edu e sua saída repentina. A conversa se encerra, e eu estou aflita, meu coração se aperta, estou com um pressentimento muito ruim, onde foi que esse inconsequente do meu namorado se enfiou?

Passa as horas e nada de Edu aparecer, eu já liguei incontáveis vezes para o celular dele e ninguém atende, acabou já o expediente e nem sinal, decido ir ao meu antigo apartamento e ficar com Jaque, preciso de companhia. Decido não divulgar o porquê, não quero que ninguém saiba de nada por enquanto, mas dou um prazo a mim mesma, se não tiver notícias até as dez horas da noite de hoje, vou tomar outras atitudes sobre esse sumiço. O pior é que chegando ao meu destino, vejo meus pais conversando com minha amiga, tudo para piorar a situação. — Apareceu a margarida, quero saber o que houve? Você não liga mais para nós, não sei como está, já fazem semanas. — Meu pai me encurrala antes mesmo de colocar os pés na sala.

— Desculpa mamãe, muitas coisas estão acontecendo, estou de emprego novo ... — Nem término de falar e Jaque já me interrompe. — De namorado novo também, né Luluzinha? — Vou enfiar uma piroca na goela dessa bruaca para ver se cala essa boca de bueiro. — Eduardo Novaes, conhecem? — Mais uma vez a intrometida linguaruda da minha amiga fala sem ser chamada. — Filho do falecido Guilherme? Aquele marginal todo rabiscado? Luiza me fale que isso é uma mentira? — Fodeu de vez. Estou tentando contornar a situação, eles não podem julgar Edu por suas tatuagens, ele é uma boa pessoa, e ter várias delas não muda sua personalidade, só meu pai mesmo para julga-lo mal por esse motivo. De repente meu celular toca e vejo no visor o nome de Adriano, na hora desce um gelo pelo meu corpo, sinto que é notícias de Edu, então pego o aparelho e atendo desesperada sem pensar em nada e nem ninguém. — Oi Adriano, notícias de Edu? — Ele respira fundo, eu já fico aflita. — Fala logo, peste!! — E quem é o sujeito? — Meu pai pergunta com uma expressão de fúria. — Edu está preso, Luiza! — Eu paraliso na hora e não consigo respirar, muito menos falar, lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto, acho que demoro muito para cair em si. — Luiza, está aí? — Como assim preso Adriano, caralho, o que ele fez? — Não meço minhas palavras diante dos meus pais, e nem penso no que vai me acontecer quando tiver que enfrentá-los. — Marina foi até a Novaes atrás dele, e os dois estão agora na delegacia sendo interrogados, Edu tentou leva-la a força para a delegacia, conseguiu tira-la da empresa e ligou imediatamente para 190, ameaçou, e deu um tapa em sua cara na frente da Polícia, assim que a mesma chegou ao local. Então foi preso por agressão, enquadrado na lei Maria da Penha. — Suspira frustrado. — Desde então estou tentando um habeas corpus para tira-lo daqui. — Estou chegando ai. — Nem espero ele responder, desligo o

telefone e saio em disparada buscando minha bolsa, vou indo em direção a porta quando sou barrada por meu pai. — Aonde você acha que vai? Pelo que entendi seu namorado foi preso, e você está louca em achar que eu ou sua mãe aprovamos esse relacionamento, ainda mais agora! — Fala com aspereza na voz, me puxando pelo braço. Eu estou transtornada, preciso ver Edu, verificar se está tudo bem por mim mesma, tenho ciência do que fez não foi certo, mas sei que teve seus motivos. Marina não é uma pessoa boa, e posso apostar que fez algo muito ruim para Eduardo te uma reação violenta como essa. A imagem de Edu pode ser incomum, com tantas tatuagens, pode remeter a ideia de um marginal na mente de uma pessoa preconceituosa, mas ele é o oposto, calmo, centrado e totalmente respeitoso. — Pai, mãe, sei que não é a melhor hora para conversarmos, mas eu preciso ir, eu o amo, e amo vocês também, não posso demorar, preciso ir. Só não me impeçam, quando voltar conversamos. — Não vou impedi-la já é maior de idade, mas fique ciente que não aprovo. Conhecia o falecido Guilherme, e já conversamos muito sobre o filho problemático, penso que por estar preso nesse momento continua sendo um marginal. – Deixo-o falando sozinho, saio pela porta sem olhar para trás. Edu precisa de mim nesse momento, e não vou deixa-lo sozinho.

CAPÍTULO 25

Edu Não consigo entender o que me levou dar um tapa em Marina, nunca ergui a mão para uma mulher por pior que fosse, nunca me passou pela cabeça agredi-la, as soluções dos meus problemas sempre foram cadeia ou hospital psiquiátrico, nunca pensei em outra opção. Estou agora aqui algemado pelos pés e pelas mãos, e mereço esse tratamento pois me descontrolei na frente da polícia, mas não consegui evitar, me sentindo nesse momento o pior dos homens. Tudo começou quando eu estava na empresa, e decidi fazer uma surpresa a Luiza, que por sinal a essa altura deve estar uma fera descontrolada por tudo o que houve, decidi comprar flores para agradecer o dia especial de ontem, depois de tudo o que aconteceu me sinto tão feliz ao lado dela e queria fazer algo com que enxergasse o quanto significa para mim, então liguei pessoalmente na floricultura e pedi um cartão vazio para colocar ali no papel em branco todo o sentimento que tenho por ela, ao menos uma parte caberia. Nesse meio tempo, minha secretaria me ligou informando que havia um problema na recepção com a entrega de flores e pediram para me chamar, já estava sentindo alguma merda por ai, mas desci com a maior boa vontade, e foi a pior besteira. Quando cheguei vi Marina com uma cara nada agradável, a única coisa que passou pela minha cabeça foi pensar em alguma forma de tira-la de lá, não queria que Luiza a visse e voltasse a se sentir igual após perder nosso bebê. Então peguei ela pelo braço arrastando até a saída da empresa, e para variar dava para ouvir seus gritos a três quarteirões de distância, tudo isso pra chamar atenção. — O que você faz aqui Marina? Seu lugar é na cadeia, e vai ser para lá que você vai! — Sem esperar, saco o celular do bolso ligando para Adriano, avisando-o sobre o ocorrido e não falar nada a ninguém, mas que eu estava com Marina em frente a empresa e precisava leva-la até a delegacia. — O que te faz pensar, que vou calmamente acompanhar você até a

delegacia? — Mantenho-a por perto apertando ainda mais seu braço. – Que delícia, se não estivesse com essa cara de bravinho, poderia afirmar que me quer para seu bel-prazer. —Ela debocha da situação, me causando ainda mais irritabilidade. — Jamais eu sentiria algo parecido por você, que não seja ódio e nojo! — Cuspo as palavras, ela por sua vez se desvencilha do meu aperto fazendo sua cara de ironia que me irrita. — O que foi? Está assim porque perdeu a criaturinha que aquela ridícula estava esperando? Agora já sei o porquê você está com ela, é por pena, não é? Porque não me disse que era só engravidar que você ficaria comigo? Como eu fui burra! — Nesse meio tempo vejo tudo embaçado a minha frente e as palavras que saíram da boca dessa louca estão rodando na minha cabeça. — Lava essa sua boca imunda antes de falar dela, você não tem moral para isso! — Estou cego de ódio, e quando percebo estou sendo algemado, um outro policial está levantando Marina do chão, eu fiquei com tanta raiva que fui para cima dela e nem me dei conta, me sinto sujo, incapaz de olhar nos olhos de alguém. No caminho para a delegacia, Adriano insistiu que fosse comigo, mas pelo pouco do meu conhecimento em leis, ficaria preso em flagrante, por isso fiz com que voltasse a empresa logo após meu depoimento diante do delegado, e tentasse resolver mina situação, não podia ficar aqui preso. Por mais que Luiza esteja recuperada dos acontecimentos passados, tenho receio em deixa-la sozinha, não suporto vê-la triste e perdida, como já vi. — Cara, que burrice foi essa que você fez, Edu? — Ele está irritado comigo, eu também estou, quero me enfiar em um buraco e ficar por lá. — Sem sermão por favor, essa louca conseguiu o que queria, eu me descontrolei, quando vi já tinha acontecido. — Tento me defender. — A imprensa cairá em cima, você sabe né? — Não tinha pensado nisso, mas agora a imprensa é a última coisa que me importa. — Quanto a isso não tenho o que fazer, mas agora a única coisa que me importa, é Luiza, você sabe dela?

— Sei sim, e pelo pouco que conheço dela, tenho certeza que daqui a pouco aparece por aqui. — Fico sem intender. — Eu tive que informa-la sobre o seu atual estado, fugi dela o dia todo, mas antes que soubesse por noticiários na televisão e viesse com o sangue nos olhos para cima de nós, decidi contar. — Confessa, deixando-me ainda mais preocupado e pensativo. — Conhecendo Luiza, quando soube deve ter ficado apavorada, mas quando chegar, virá louca para me dar uns tapas pela burrice que cometi. — Adriano ri do que disse, eu me pego fazendo o mesmo. — Não falo nada, só observo! Nesse momento escuto a voz chorosa da minha loirinha, meu coração se aperta, não tenho coragem de olhar em sua direção, continuo de cabeça baixa, só quero que Adriano me tire daqui.

Luiza Entro na delegacia e vejo a cena mais triste da minha vida, Edu está de cabeça baixa algemado, meu coração se parte em dois, ele não merece passar por isso, mas pensando bem, serve de lição para ter mais consciência dos seus atos. Não consigo controlar as lágrimas que saem dos meus olhos, mesmo ele sendo um inconsequente não merecia estar ali, queria abraça-lo. — Eduardo, o que aconteceu? — Estou nervosa pela situação, ver ele assim não me fez bem. — Marina apareceu e eu me descontrolei quando aquela louca começou a falar de você, não vi mais nada, só vi ela caída no chão, provavelmente pelo tapa que dei em seu rosto, mas saiba que mesmo ela sendo louca eu me arrependo, jamais levantaria a mão para mulher alguma. — Fala dando ênfase a esse assunto, como se eu não soubesse que ele jamais seria capaz de uma atrocidade dessas. — Disso eu sei, não se preocupe, quero saber se você vai sair daqui ainda hoje, e saber também o porquê de ter me deixado de fora disso tudo! — Minha cabeça está um turbilhão, muitas coisas acontecendo juntas, não estou sabendo lidar. — Me perdoa, não tive a intenção de te deixar de fora absolutamente de nada, mas tente entender Luiza, quis te poupar depois de tudo o que houve, na minha cabeça eu ligaria a polícia, ela seria presa e tudo teria um fim. — Ele fala tudo isso de cabeça baixa, não olhou nos meus olhos nem por um minuto sequer. — Você e sua mania de achar que sou de vidro e vou quebrar a qualquer momento, estou cansada de todo mundo achar que sabe o que é melhor para mim. — Ele levanta a cabeça lentamente, meu peito se enche de tristeza por vê-lo nesse estado, não há coração que aguente. — Estou me sentindo sufocada aqui dentro, Adriano trate de tirar ele daí o mais rápido possível, por favor, a única pessoa que permanece aqui dentro é a Marina. — Me viro para Eduardo, que ainda me olha fixamente, com os olhos cheios de lágrimas, o rosto está com expressão de cansaço. — E você, trate de pensar

no que fez, na hora que sair daí estarei te esperando, precisamos conversar. — Agora seu olhar é de puro apavoro. Passo um bom tempo na delegacia e meu celular não para de tocar, custo muito a atender, não quero mais problemas, já não basta tudo o que aconteceu hoje, inevitavelmente, atendo já sabendo que o dia está longe de acabar bem. — Alô! — Falo com a voz falhando, pelo choro constante. — Luiza, vem agora para esse apartamento se não quiser que eu vou aí, para te arrastara junto comigo e com sua mãe em um voo para Nova York. — Meu pai realmente está muito bravo, nunca o vi assim. — Pai, por favor, o advogado do Edu está atrás de fiança ou habeas corpus, ele vai sair ainda hoje, só estou esperando acontecer. — Falo na ilusão do meu pai compreender, mas nada é igual do que esperamos. — Luiza, eu disse agora, ou você vai se arrepender se me fizer sair daqui para te buscar, esse assunto não é brincadeira e não quero ver você envolvida nisso tudo. — Agora estou entre a cruz e a espada, o que vou fazer? — Está bem pai, faz o seguinte me espera ai, vou só conversar com o advogado do Edu e estou indo ok? — Tento manter a esperança de que só sairei daqui com ele ao meu lado sem ter que deixar meu pai ainda mais nervoso. — Você tem 20 minutos, passando disso estarei aí, e não paga para ver, pois cumpro com a minha palavra e te levo pra Nova York!! — Não espera nem eu responder desligando na minha cara. Estou agora numa corrida contra o tempo, preciso falar com Edu pra entender a situação e se ele não for sair agora, infelizmente não poderei esperar, parece que hoje não é meu dia, tudo está vindo de uma vez. Quando sou autorizada a entrar onde meu namorado aguardava algo acontecer ainda algemado, o vejo assinando uns papéis e Adriano ao lado conversando com o delegado, chego próxima a eles e não abro a boca, até Edu sentir minha presença e seus olhos tristes encontrarem os meus aflitos.

— Amor, vamos para casa? — Ele pede, e minha vontade é essa, mas sou impedida pela lembrança de que meu pai me aguarda. — Não posso, meus pais chegaram de Nova York e estão lá no meu antigo apartamento junto com a Jaque. Com tudo o que aconteceu não contei nada a eles sobre nós, mas Jaque deu com a língua nos dentes e falou que estamos juntos, logo após Adriano me ligou avisando que você estava preso, meus pais ouviram e não estão nada felizes com isso, preciso voltar para lá antes que meu pai faça alguma besteira! — O sorriso sem graça que Edu carregava no rosto foi embora, dando lugar a uma expressão desapontada. — Eu vou com você amor, converso com seu pai, nós contamos tudo a eles, e sei que vão entender! — Diz com firmeza nas palavras, mas sem a mesma no rosto. — Se você quer ir, sem problemas, mas saiba que meu pai está furioso e ameaçou me levar com ele para Nova York. — Aperta minha mão com força, querendo me dar um sinal de que não estou sozinha, puxando-me juntando seu corpo ao meu, mostrando seu apoio e amor por mim. — Ninguém, vai te levar para longe! — Diz com determinação, e passa pela minha cabeça por um momento que vamos ter que enfrentar meus pais e não quero que os dois entrem em conflito, estou imaginando a cena e não gosto do que vejo. Nos despedimos de Adriano, entramos no meu carro, que Eduardo fez questão de ir dirigindo, pelo caminho não se ouvia nada, só o silêncio de uma noite estranha e uma dor no peito dilacerante me avisando que nada acabaria bem. A única coisa que eu poderia fazer no momento era rezar e pedir a Deus para que tudo acabasse bem. Edu para o carro em frente ao prédio onde fica meu apê, mas não faz menção de sair, eu olho para ele que está respirando fundo com as mãos no volante. — Será que esse dia não vai acabar? — Diz com a voz cansada, e me bate uma tristeza tão grande. — Quero que saiba, que independentemente de qualquer coisa eu estarei sempre aqui, e vou correr lado a lado contigo, o que você decidir para mim está bom, contanto que não me deixe sozinho. Sei o

que seu pai deve estar pensando de mim, estou acostumado com o julgamento dos outros, pelo meu passado rebelde, pelas minhas inúmeras tatuagens, mas posso te dizer que nunca tive tanta certeza em toda a minha vida como tenho do meu amor por você. Não posso apagar meu passado, mas com você tudo mudou, minha vida mudou, eu mudei, o seu amor me mudou, preciso que seus pais entendam isso e que não tirem você de mim. — Nesse momento já não consigo mais segurar minhas lágrimas, elas escorrem pelo meu rosto sem cessar. — Você é minha lanterna, para o que havia de escuro dentro de mim, me guiando para o melhor, não quero que isso acabe porque alguém interrompeu, se um dia vir acabar que seja por escolha nossa. Mas eu tenho absoluta certeza, que por mim, isso que a gente tem não acaba hoje, nem nunca. — Ele limpa minhas lagrimas com os dedos, encosta sua testa na minha, olha dentro dos meus olhos. — Preciso só saber se você está comigo nessa, se está disposta a falar não aos seus pais, caso eles queiram te levar a força para qualquer outro lugar que não seja perto de mim, e ai o que me diz? Eu fico pensando muito, não sei o que faço, nunca fui contra as vontades dos meus pais, eles me sustentavam até alguns meses atrás, e agora estou nesse impasse, terei que fazer as coisas com cautela para não magoar ninguém. Sei que sou maior de idade e dona das minhas escolhas, mas ficar nesse impasse sem saber ao certo o que fazer, e se fazer causar magoa em pessoas que mais amo na vida, minha situação não é das melhores. De repente escuto uma batida no vidro do meu carro e quando olho é meu pai com uma expressão de ódio, eu e Edu nos olhamos e saímos do carro sem ao menos eu responde-lo como deveria.

CAPÍTULO 26

Edu Estou um caco, passei o dia todo em uma delegacia algemado e para completar, quando saio tenho a notícia que a minha loirinha está proibida de ficar comigo, sob a ameaça de ser arrastada para Nova York. Meu coração não tem como estar mais apertado, eu não vou deixar jamais que isso aconteça, agora estamos saindo do carro e o pai dela está de braços cruzados do lado de fora com uma cara não muito boa, vejo que vem chumbo grosso. — Veio acompanhada, Luiza, o que esse mal elemento está fazendo aqui? — O pai dela cospe as palavras me fuzilando com o olhar. — Pai, ele é meu namorado, não fale assim, ele veio falar com o senhor. — Os olhos de Luiza já estão cheios de lágrimas. — Sim, foi eu que insisti em vir. — Falei sem ao menos cumprimenta-lo. — Não tem o que fazer aqui rapaz, hoje não estou muito bom para conversas, agora se você nos der licença. — Sem se importar com a minha resposta, ele estende a mão a Luiza esperando que ela retribua e entrem me deixando sozinho. Luiza fica olhando para a mão do pai estendida, me olhando em seguida, eu aperto sua mão levemente dando a ela a segurança que precisa para decidir o que quiser, mas no fundo quero ela comigo, sei que deve estar confusa no meio desse impasse entre eu e ele. — Eu entendo o senhor, também não queria estar tendo esse tipo de conversa nessa circunstância, mas Luiza vai se ela quiser, vamos esfriar a cabeça, e conversaremos outro dia. — Vejo a raiva nos olhos dele, eu fui educado. — Mas é muita audácia de sua parte garoto, Luiza é minha filha e vai onde eu acho que tem que ir, e agora estou dizendo que ela vem comigo por bem, ou então já sabe que voltará para Nova York. E você nem pense em impedir, não quero conversar, nem hoje e nem nunca, se afaste dela! — Então ela solta minha mão e sinto meu coração parar, ela vai ceder e ir com o

pai, não posso acreditar. — O senhor quer mesmo ter essa conversa no meio da rua? — Luiza fala chorosa. — Calma amor, não chore, vá com ele e converse, eu espero você me ligar, pode ser? — Falo, mas na verdade não queria ter dito nada disso. — Não, não pode ser. — Ela me olha com o rosto lavado em lágrimas. — Pai, eu e Eduardo estamos aqui dispostos a explicar tudo o que aconteceu para ele ser preso, e nos amamos, agora se o senhor não quer escutar o que temos a falar, tudo bem, não iremos insistir. — Ela está muito nervosa, gesticula muito com as mãos e chora sem parar. — Eu amo muito o senhor e a mamãe, mas já sou adulta e tenho direito de toma minhas próprias decisões. É da minha vida que estamos falando, não sou mais uma menina que faz o que o senhor manda, se não quer conversar, então eu e Edu estamos indo. — Ela pega na minha mão, já se virando para retornar ao carro. — Tudo bem filha, eu quero escutar, vamos subir. — Ele cedeu, e eu estou muito orgulhoso da minha loirinha linda, enfrentando o pai para ficar comigo, confesso que por um momento achei que ela me deixaria e fosse embora com o pai, mas não.

Luiza Chego a ficar um pouco com falta de ar, estou impressionada comigo mesma, pois nunca fui contra as vontades do meu pai e hoje pela primeira vez disse não a ele e estou aqui de mãos dadas com Edu, indo em direção ao elevador que nos levará ao meu antigo apê, que até então meus pais não sabem que eu não moro mais aqui. Não sei onde isso tudo irá dar, só espero não promover uma briga entre os dois, isso eu não vou suportar. Chegamos ao andar e meu pai sai em disparada para a porta de entrada, abrindo-a bruscamente. Estou com medo do que está por vir, pelo jeito que meu pai se encontra, o nervosismo dele está num grau inimaginável, não sei do que é capaz nesse estado. — Entrem, e comecem logo, já avisei que estou sem paciência hoje e mesmo assim vocês insistem em conversar. — Nós só insistimos pois queremos resolver isso o mais depressa possível, não queremos deixar para depois o que podemos resolver agora! — Edu está em posição de macho alfa, e eu estou gostando, mas estou quieta, só vou entrar quando for solicitada. — Então anda Luiza, fala o que tem para falar. — Ele já me solicitou, e resolvo contar nossa história, pulando os detalhes sórdidos, óbvio. — Nós nos conhecemos, acabamos encantados um com o outro logo de cara, mas eu não sabia que ele era dono da empresa que eu teria entrevista no dia seguinte. — Eu tento ao máximo excluir as partes que eu sei que meu pai me mataria a sangue frio se soubesse. — No dia seguinte Edu me entrevistou e me contratou. — E não pense o senhor que a contratei por ter gostado dela, eu a contratei, pois, seu currículo era o melhor que eu tinha, sua filha é exemplar na carreira e no aprendizado que ela exibe como experiência. Eu precisava de alguém assim e não pensei duas vezes antes de contrata-la. — Edu me interrompe e eu agradeço por me ajudar no desenrolar desta história maluca. — Depois disso entramos em um acordo que na empresa seríamos

patrão e funcionária, mas começamos a nos encontrar fora dela. — Meu pai não mudou a cara de fúria. — E foi ficando mais sério, até que Edu me pediu em namoro. — Olha, eu posso dizer que nunca senti algo parecido por alguém, a Luiza é o amor da minha vida, sei que o senhor deve saber da minha vida antes dessa mulher incrível entrar nela. — pega minha mão e a beija. — Mas para mim, a vida que eu levava antes, não vale de nada perto do que eu tenho hoje, sou realizado como homem, ela me faz feliz demais. — Eu me emociono com as suas palavras, porque é recíproco. — Então quer dizer que vocês querem mesmo ficar juntos, apesar de tudo? Luiza nunca teve um namorado sério, sempre foi namoradinho que não passava de meses, porque você acha que isso mudou? — Ele faz a pergunta pra Edu. — Acho que nossa ligação é forte, e ficou ainda mais depois dos últimos acontecimentos. — Ele fala e eu sinto que vem bomba por aí. — Que acontecimentos? — Meu pai continua com a raiva exposta no olhar. - Bom, é que no meu passado tive um caso de uma noite com uma garota, coisas que fazemos quando solteiro, e ela se mostrou ser outra pessoa, começou a ter surtos de lucidez, e eu fiz de tudo para ajudá-la, mesmo não querendo nada sério, achei que fosse meu dever. — Ele vai contar e eu não estou preparada, percebendo minhas reações, aperta minha mão me dando forças. - Ela foi internada em um hospital psiquiátrico e ficou lá durante meses, quando saiu de lá começou a ficar mais sério, ela ameaçou Luiza, e muitas outras coisas. — Meu pai se levanta do sofá, e começa a caminhar de um lado para o outro, parece que está sentindo que a história vai ficar pior. — Então contratei seguranças para Luiza, enquanto Marina estava à solta, justamente por medo que pudesse acontecer algo a ela, mas de nada adiantou, eu fui ao trabalho e Marina invadiu meu apartamento, matou meu segurança e estava apontando uma arma na cabeça de Luiza quando cheguei. — Edu para um pouco de falar, é doloroso para ele também reviver esses momentos. Meu pai não para mais quieto, vai de um lado para o outro sem parar, passa as mãos nos cabelos com uma certa força, minha mãe e Jaque se

levantam e vem em minha direção ao perceber que a história vai se complicar e eu preciso de apoio emocional. Edu aperta minha mão novamente, enquanto Jaque fica do outro lado segurando a outra mão e minha mãe se posiciona atrás de mim com as mãos em meus ombros. -- Luiza, teimosa que é, percebeu uma distração de Marina e elas meio que brigaram em cima da escada, mas Luiza caiu escada abaixo levando um pedaço do meu coração junto com ela. — Ele põe a mão no rosto e limpa duas lágrimas que escaparam de seus olhos. — Ela estava desacordada em meus braços e eu chamei ajuda, Marina conseguiu fugir. Chegando no hospital tivemos a pior notícia que poderíamos ter. — Edu faz outra pausa, já com dificuldade em falar. — Tem como ficar pior essa história ainda? — Meu pai pergunta descontrolado. — Luiza e eu soubemos naquele dia quando ela deu entrada no hospital desacordada, que estava esperando um bebê, nosso bebê, que se foi sem ao menos sabermos que ele existia. — Edu abaixa a cabeça e chora em silêncio, eu já estou em prantos à tempos, e meu pai ataca Edu nessa hora. — Seu filho da puta!!! Engravidou minha filha de 22 anos e ainda a fez perder por um erro seu do passado! — Ele vem com tudo pra cima de Edu e segura a gola de sua camisa, o levantando do sofá em que estávamos sentados lado a lado. — Seu miserável, só Deus sabe agora como está a cabeça dessa menina ao ter passado por tudo isso! — Ele aponta um soco, mirando no rosto de Edu, e por incrível que pareça, Edu está feito um boneco nas mãos de meu pai, com os braços jogados ao lado do corpo e não se mexe, parecendo querer aquilo. Mas antes que meu pai faça a merda toda que pretende, eu me levanto em um salto e entro no meio dos dois, ele para o soco no ar antes de acertar o meu rosto, e solta Edu. — Pai, o que o senhor tem que entender é que eu e Edu sofremos a morte do nosso filho juntos, e cada dia está sendo uma batalha pra tentar deixar a lembrança dentro de um potinho, ficamos semanas isolados do mundo tentando nos curar, então não venha você dizer que foi culpa dele por Marina ser uma louca, pois Edu não tem culpa. Marina é a única culpada por

todo nosso sofrimento, e foi por vê-la depois de todos esses dias à solta que Edu foi preso, por ter uma reação impensada, ele deu um tapa no rosto de Marina e foi preso por isso. Meu pai engole seco, não sei se por causa da minha atitude, ou agora por conta da história. Ele senta no sofá e minha mãe vai ao encontro dele para ampara-lo. Depois de alguns minutos de muitas lágrimas, eu e Edu estamos abraçados, um dando apoio ao outro, dentro da nossa própria bolha sem falar nada, nossa comunicação é pelo olhar. Então Jaque chega perto com dois copos de água com açúcar, que Edu recusa na hora e eu aceito, bebo tudo num só gole, e nesse momento meu pai se levantou do sofá, com os olhos marejados, a raiva não estava mais lá, e sim um olhar triste, de perda estava em seu lugar. — Vocês estão tentando outro bebê? — Acho que na concepção dele fazer outro iria suprir a falta do primeiro. — Não pensamos nisso agora, queremos outras coisas primeiro! — Edu toma a frente e fala, eu estou sem fala ainda. — Que outros planos? — Meu pai pergunta desconfiado. — Nós já praticamente moramos juntos. — Puta que pariu Edu não tinha que contar isso agora. — Mas queremos nos casar primeiro e depois pensamos em ter um segundo bebê. — Eu não vou mais dar palpite em nada, já não sou mais eu falando por mim, perdi minha filhinha para um cara todo tatuado. Lívia eu não aguento, vamos nos deitar, preciso descansar a mente, me faz um chá, por favor? — Graças a Deus ele cede. — Tudo bem querido, vá que eu já te levo o chá! — Ouço a voz da minha mãe pela primeira vez no dia, ela é muito calma e serena, prefere não interferir. — Eu já vou indo, tenho uns problemas a resolver, fica bem Luluzinha, qualquer coisa me ligue, tchau Dudu. — Jaque acena pra Edu e sai pela porta. Meu pai se despede acenando preferindo não se aproximar, eu

entendo o vendo subir escada acima, minha mãe vem pra perto, e as minhas lágrimas retornam silenciosamente, ela me abraça forte e não sei por quanto tempo ficamos assim, mas só quando meu pranto se tranquiliza que ela me solta do abraço, segura em minhas duas mãos e me olha com aquele olhar de apoio, de mãe, de amiga principalmente. — Você fez errado em não nos contar o que estava acontecendo, mas a mamãe compreende, agora chegou seu momento de caminhar sem seus pais, e pelo que vejo vai ter uma bela companhia pra seguir junto com você. Estou feliz, mas agora o mínimo que eu espero tanto da minha filha como do meu genro, é notícias, pelo menos por telefone, não nos deixe fora de suas vidas. — Ela solta uma mão minha e segura a de Edu, e assim ficamos os três conversando por um bom tempo até meu pai reclamar de dor de cabeça e minha mãe sair correndo acudir esse chorão com remédios e chá. Edu e eu nos despedimos e saímos do apartamento em silêncio absoluto, o caminho inteiro voltando pra casa foi igual, sem nenhuma palavra. Chegamos em casa e Edu foi direto ao banheiro me levando junto, começou a me despir e preparar a banheira para entrarmos, sei que não é sexo e sim o nosso momento a sós, uma aproximação necessária. Entramos na banheira já cheia, e a água morna parece ferir minha pele, assim percebo o quanto estou cansada e precisando relaxar. Edu senta atrás de mim e não posso deixar de notar sua ereção, mas fico calada só observando. — Que tanto você me olha? — Ele fala com um sorriso sem vergonha nos lábios e me puxa para encostar a cabeça em seu peito. — Nada, só estou feliz por termos vencido mais uma batalha nossa, e também admirando a beleza do meu lindo namorado. — Falo em tom de brincadeira, para descontrair. — Percebi! — Ele sorri meio sem graça. — Quero te pedir desculpa por ter que voltar nesse assunto com seus pais, não queria falar sobre o que aconteceu, não agora. — Lamenta, sinto seu peito subir e descer com a respiração mais forte, intensa.

— Não precisa se desculpar nenê, foi necessário, eu entendo! — Ele deposita um beijo no meu pescoço abaixo da minha orelha. — Eu te amo tanto, e valorizo muito as horas em que estamos assim, um pertinho do outro, ficar naquele lugar por horas só me fez perceber ainda mais, que quero uma vida inteira com você, sem exceções. — Também te amo muito e chega de me dar sustos, a partir de hoje você tem que me prometer não me deixar de fora, mesmo que o assunto me doa, e não pense você que não vai ter pedido fofo de casamento porque eu quero! — Eu prometo senhorita Luiza, agora sobre o pedido você é muito mimadinha, quer as coisas só do seu jeito! — É lógico, eu mando na relação! — Ele me aperta mais em seus braços e sussurra no meu ouvido. — Você é a dona do meu coração!

CAPÍTULO 27

Luiza Depois de tudo o que aconteceu, acho que agora vamos ter um pouco de paz, pois a notícia que veio pela manhã me fez respirar aliviada, Marina permaneceu presa após o ocorrido com Edu, como estava sendo procurada pelos crimes que cometeu, não conseguiu sair ilesa, e por enquanto não vai ser solta. Na verdade, eu espero que permaneça lá por muito tempo. Agora minha única preocupação mesmo é minha amiga, ela não está bem com o fim do namoro dela e de Adriano, fiquei chocada com o seu passado, então com a permissão de Edu, deixei que ela descansasse por uns dias, mas a teimosa não quis, disse que hoje à tarde já retorna as atividades normais. Para meu alívio, pois confesso que essa minha amiga faz falta na empresa, não funciona as coisas no andar em que trabalho se ela não estiver, é muito dedicada e está sempre pronta pra ajudar. Agora eu paro e penso como Adriano é besta em perde-la. Noto o efeito disso tudo assim que chego na Novaes e o encontro destroçado me esperando. — Bom dia Adriano, você está um lixo, o que há de errado? — Me finjo de desentendida. — Você ainda me pergunta? Eu fui um burro, agora perdi a mulher da minha vida e estou assim. Quero sua ajuda Luiza, por favor, o que tenho que fazer para que ela volte? Me diz? Eu faço tudo, só me fala!! — Opa, que agora o sentimentalismo me pegou, que judiação ver ele, um homem tão bonito e dono de si, todo esfarrapado e com o coração na mão aos pedaços. — Calma, eu vou tentar te ajudar, mas você tem que me prometer não ter mais pensamentos escrotos como aquele de proibi-la de trabalhar. Saiba separar as coisas, Daiany é sua namorada e não uma posse sua, ela já sofreu o bastante no passado e não precisa disso com você. — Quase aponto o dedo, mas não quero chamar tanta atenção dos funcionários, afinal é um assunto particular. — Você vai me ajudar mesmo? Não sabe como estou grato, não tenho palavras para agradecer. — Que gracinha, ele é bonzinho e amoroso, o problema foi o pensamento besta de que ela teria que obedece-lo, mas tenho

certeza que depois desse susto ele nunca mais vai tentar fazer isso. Falo com ele sobre um plano, mas que somente funcionará na parte da tarde, que é quando ela volta a empresa, concordamos em tudo e agora só aguardamos a hora certa. Então volto aos meus afazeres, que são muitos, com a ausência de Daia estou atolada de trabalho e nem vejo a hora passar. De repente entra um Adriano desesperado na minha sala. — Luiza, ela acaba de chegar, está na recepção e eu fui informado agora sobre isso, estou nervoso! — Já disse que acho ele tão bonitinho nessa situação de querer reconquista-la? — Calma, vá para seu posto e faça tudo o que combinamos, o resto deixa comigo. — Ele sai em disparada, todo nervoso e eu continuo sentada no meu lugar fingindo que nada aconteceu, até que depois de alguns minutos uma Daiany triste e cabisbaixa sai do elevador, tadinha está sofrendo. Eu decido ir até ela, e prepara-la antes de tudo começar, preciso fazer com que veja Adriano arrependido antes que o pedido oficial de desculpas chegue. — Oi amiga, como vai? — Não sei nem porque perguntei isso, sendo que vejo na cara dela que não vai nada bem. — Estava mais ou menos bem, mas hoje pela manhã recebi flores dele, junto havia um cartão, e o conjunto de tudo isso me fez ficar assim, como você pode ver. — Tento acalma-la com um abraço, esfrego a mão em suas costas. — Estou vendo que hoje essa empresa virou um filme triste, todo mundo decidiu aparecer com cara de choro e aos farrapos, como pode? — Ela me olha curiosa. — É isso mesmo, Adriano não está nada diferente de você, e se quer minha opinião, ele está sofrendo também, te ama de verdade. Acho que aquilo tudo que aconteceu foi errado sim, mas ele não é desse jeito, pode apostar, tenho mais do que certeza que ele não é como Nicolas. — Ela começa a derramar lágrimas dos olhos e me corta o coração ver qualquer pessoa assim, ainda mais uma amiga. — Eu sei, mas dói tanto saber que ele teve uma atitude tão babaca dessas, tenho muito medo que isso piore e eu não tenha mais o controle da

situação entende? — Lógico que entendo, mas como saber se não arriscar? Se você e ele se amam, não podem ficar separados, tem que viver isso juntos, brigas terão diversas, mas todos nós aprendemos com os erros. Eu acho que ele aprendeu com tudo isso e viu quem você é, e do que você não precisa, agora se insistir no erro é muita burrice, por isso acho que o amor de vocês merece uma segunda chance. — Faço minha parte, dando o conselho que tenho pra mim o melhor a seguir no momento. Então Adriano entra com várias rosas em mãos, não é um buquê, são rosas separadas, faz parte do plano. Daia se assusta ao ver a cena, mas reage bem, ele pega na mão dela, colocando-a em sua frente. E pra acabar de vez com o meu coração frágil começa a recitar a bendita tradução, da música que ele escolheu como tema do pedido de desculpas. Hoje eu não saio dessa empresa sem chorar, fato! " Quando olho em seus olhos É como observar o céu à noite Ou um belo amanhecer Há tanto que eles carregam E assim como as antigas estrelas Eu vejo que você chegou tão longe Para estar bem onde você está ". E entrega uma das rosas a ela, ela sorri com lágrimas nos olhos e eu já estou despencando, minha maquiagem de já era. " Não vou desistir de nós Mesmo que os céus fiquem furiosos Estou te dando todo meu amor Ainda estou melhorando". E entrega mais uma rosa a ela. " E quando você precisar do seu espaço Para navegar um pouco Estarei aqui esperando pacientemente Para ver o que você vai encontrar".

E mais uma rosa é entregue, junto com ela, mais lágrimas minhas e de Daia que não se aguentou e está aos prantos assim como eu. " Porque até as estrelas, elas queimam Algumas até caem sobre a Terra Temos muito a aprender Deus sabe que merecemos Não, não vou desistir". Cada frase que ele fala, entrega uma rosa. " Eu não quero ser alguém que vai embora tão facilmente Estou aqui para ficar e fazer a diferença que eu puder Nossas diferenças fazem muito para nos ensinar como usar As ferramentas e os dons que temos, sim, temos muita coisa em jogo E no fim, você ainda é minha amiga, pelo menos, tínhamos a intenção Para funcionarmos, não terminamos, não queimamos Tivemos que aprender como nos virar sem o mundo desabar Tive que aprender o que tenho, e o que eu não sou E quem eu sou" Entrega uma das últimas rosas, porque o melhor está no final e eu já não sou mais eu, sou só lágrimas e mais lágrimas. " Não vou desistir de nós Mesmo que os céus fiquem furiosos Estou te dando todo meu amor Ainda estou melhorando" Nessa parte ele já se encontra ajoelhado apontando a última rosa para ela, e eu soluçando de chorar. — Meu amor, me perdoe, eu quero você pra sempre, não deixe isso que temos morrer, eu aprendi da pior forma que preciso de você como necessito do ar para respirar, não sou nada sem você, por favor volta pra mim? — Pronto! Agora eu já não enxergo mais nada, só sei que Daia o abraçou e agora estão se beijando, minha missão já foi cumprida e preciso me recompor no banheiro. Como o amor é lindo, os dois merecem ficar juntos, e vendo toda

essa cena de romantismo me bateu uma saudade do meu amor, por isso depois de me recompor no banheiro, penso em subir até o andar do meu namorado e roubar um carinho para me sentir amada também. Chego ao meu destino, bato na porta antes de entrar, e quando Edu coloca os olhos em mim seu semblante muda para preocupação, levanta rapidamente de sua mesa, e vem em minha direção. Corro para seus braços precisando senti-lo perto de mim, seu cheiro, seu amor, seu conforto. — O que aconteceu amor? Você andou chorando? — Fala todo preocupado enquanto me abraça, e beija meu cabelo. — Estava chorando sim, emocionada com o pedido de desculpas de Adriano para Daia, queria sentir um pouco de amor também e subi para ter o que quero. — Ele nos separa do abraço, olha nos meus olhos e sorri, eu paro de respirar nesse momento. — Pode vir buscar quando quiser, amor pra você aqui não vai faltar. — E como sempre, beija todo meu rosto com seu ataque de beijos que eu amo, até chegar em minha boca e me beijar com tanto amor, que meu peito transborda, me falta o ar, há borboletas por todo meu estômago, e eu me sinto a mulher mais amada desse mundo todinho.

Minha amiga e secretária, agora está radiante, nem parece que a algumas horas atrás estava totalmente o oposto, o que me faz lembrar de uma outra amiga minha que não dá as caras alguns dias, e isso me deixa preocupada, ela não é de sumir e reclama sempre quando eu faço isso, estranhei demais o modo como saiu praticamente correndo do nosso apartamento no dia da minha conversa com meus pais, que por acaso vão partir amanhã para Nova York. Acho que vou fazer um jantar de despedida, um ótimo motivo para ligar pra Jaque e combinarmos tudo. — Alô, amiga como está? — Já falo de uma vez só para obter respostas rápidas.

- Oi Luluzinha, está tudo bem e ai? — Fala um tanto desanimada, e minha desconfiança se acende por isso. — Tudo bem também, então estava pensando em organizar um jantar de despedida para os meus pais o que acha? — Legal, aqui ou no apê de Dudu? — No Edu eu acho melhor, até porque eles já podem conhecer o local e tal. Vou chamar Daia e Adriano também, fala com o Jhon, quero todos vocês lá! — Prefiro que ele, não vá! — Ela fala ríspida e vejo que está aí o problema. — Tudo bem você é quem sabe! Se mudar de ideia não tem problema! — Eu não vou mudar de ideia, agora tenho que desligar, depois nos falamos! — E desliga sem ao menos eu ter me despedido, estou acreditando cada vez mais que tem algo de errado e tem a ver com Jhon, isso eu vou descobrir!

CAPÍTULO 28

Luiza No final do expediente, Edu vai até a minha sala para irmos embora, tudo parece estar entrando nos eixos, agora só me resta saber se esse jantar de despedida dos meus pais, não vai ser como no nosso último encontro. Precisamos fechar esse ciclo, não quero os dois homens da minha vida de briga ou afastados, também não espero que eles sejam melhores amigos, mas o mínimo é uma convivência boa, ter um ambiente legal quando estivermos todos juntos novamente. — Amor, meus pais vão voltar para Nova York e eu estava pensando em fazer um jantar em casa, de despedida, o que acha? — Como está dirigindo, ele somente me olha rapidamente e sorri. — Lógico amor, se você precisar de ajuda, eu estou me propondo a isso. — Mas não é muito fofo meu namoradinho? — Não precisa, mas muito obrigada por oferecer. Vou chamar Daia e Adriano, aproveitar para comemorar a volta deles, eu liguei pra Jaque, ela estava muito estranha, disse que não quer levar o Jhon, eu não entendi nada. — Só deve ser alguma discussão atoa, você conhece sua amiga, daqui a pouco eles voltam ao normal. — Positividade é o segundo nome de Eduardo. Justamente por conhecer bem Jaque, tenho uma pequena desconfiança de que é sério a coisa, agora o que é já não tenho a mínima ideia, mas vou conversar com ela e ver se me conta algo a respeito ou até mesmo se posso ajuda-la com algo. Tiro esse assunto da minha cabeça por enquanto, e decido já ligar para meus pais e Daia comunicando sobre o jantar e exigindo a presença de todos sem exceção. Optei por fazer o jantar hoje, já que meus pais viajam amanhã, acho que seria cansativo eles terem o jantar e logo após partir, então estava contra o tempo. Passei no mercado com Edu e comprei umas coisinhas, irá ser simples, até porque não tenho tempo de preparar algo muito requintado. Chegamos, e Edu vai direto para o banho, eu fico na cozinha

preparando o início do jantar, nesse meio tempo meu celular toca e vejo o nome de Jaque na tela. — Oi Jaque, já está tudo certo, vão vir todos, você vem, né? — Liguei justamente por isso, não vou conseguir ir, desculpa, mas não vai dar! — Eu até volto a olhar a tela do meu celular para verificar se é mesmo Jaque do outro lado da linha, ela está com uma voz séria e eu diria que até um pouco triste. — Não sei o que está acontecendo, se você não pode vir, tudo bem, eu entendo, mas quero que saiba que independentemente de qualquer coisa, eu estou aqui pra você. Só não paro tudo o que estou fazendo e vou ai com agora, pois já chamei meus pais e o clima não está legal entre eles e Edu, quero concertar isso, mas fique ciente que amanhã quero conversar com você, se quiser não precisa falar nada, mas vou te ver. — Exijo. — Tudo bem, depois você me liga e combinamos, desculpe por não ir, sou uma péssima amiga, obrigada por compreender mesmo sem saber. — Nunca a vi assim dessa forma, meu peito chega a doer. — Fica bem, depois conversamos. — Desejo do fundo do meu coração. — Vou deixar você terminar os preparativos, boa sorte com seu jantar, beijo! — Beijo! — E desligamos juntas. Minha preocupação com ela só aumenta, o que será que está acontecendo? Primeiro foi o assunto de Jhon, agora ela deixando de estar com os amigos sem ao menos dizer o porquê. Preciso me concentrar em terminar logo esse jantar e depois penso nisso, acho que vou falar com Edu pra ele ter uma conversa com Jhon e pelo menos saber o que se passa.

Edu Estou nervoso com o jantar que minha loirinha programou hoje, tentar manter uma convivência boa com os seus pais, sabendo como foi a reação de Sérgio ao saber quem eu era, sei que não será fácil, com Lívia as coisas parecem ser mais agradáveis, mas farei de tudo para não ter conflitos ou desavenças, afinal são seus pais, não quero deixa-la em meio ao fogo cruzado. Em uma ligação com minha mãe, ela me explicou que conhece somente por nome o pai de Luiza, pois meu pai em sua época de viagens à negócios o conheceu, talvez seja por esse motivo não vai com a minha cara. Tenho certeza que naquele momento meu pai deve ter falado atrocidades sobre mim, mas por pior que seja, confesso que não fui o melhor filho do mundo, mas qual adolescente não teve sua fase rebelde? comigo não era diferente. O mano tatuado hoje se foi quase por completo, via isso como uma defesa, queria botar medo nas pessoas, não queria ninguém por perto, principalmente mulheres interesseiras em minha fase casual, mas parece que Luiza quebrou essa barreira e eu não vejo mais necessidade de ser quem eu não sou, de afastar alguém, muito pelo contrário, quero Luiza sempre por perto. Chego na cozinha e vejo a perfeição em pessoa, minha loirinha, que está tirando o avental desesperadamente, com pressa, e eu não perco a oportunidade, chego por trás, abraçando-a apertado, meu pau pula nas calças, em uma ereção monstra, me esfrego em sua bunda, quero que veja meu estado pelo simples fato de estar tão gata de saltos cozinhando. Desvencilhando do meu aperto, sai andando em direção aos quartos e banheiros, já retirando a blusa pelo caminho. — Você assim de saltos, sutiã e saia, está um tesão. — Ela para o que está fazendo por uma momento, virando-se de frente a mim. — Um tesão suado e cheirando a tempero, amor tudo está pronto, só coloca os pratos e talheres na mesa por favor enquanto vou tomar um banho rapidinho? — Coloca os braços ao redor do meu pescoço me dando um

selinho estalado. — Você não quer ajuda no banho? Meu pau já está durão! — Falo na maior cara de pau. — Estou vendo toda a sua animação rapazinho, mas sinto em dizer que daqui a pouco seu sogro e sogra estarão aqui e acho que não vão gostar nada em ver a única filha deles com rosto e cheiro de quem acabou de ter um orgasmo, então aquieta esse seu nenê que mais tarde penso no seu caso. — Lambe meu rosto feito uma gatinha e sai correndo pelo apartamento em direção às escadas. Filha da puta! E eu fico como? Com o pau duro e dor nas bolas pelo tesão, mas com a certeza de uma foda deliciosa mais tarde. Ajeito o brinquedo nas calças, e vou em busca do aparelho de jantar para colocar a mesa. Quando estou terminando de arrumar tudo, Luiza me grita do quarto e eu subo para ver o motivo do chamado. — Chamou? — Ao entrar no quarto me deparo com ela em um vestido todo aberto nas costas, por conta do zíper que não está fechando. — Sim, te chamei para me ajudar com o zíper. — Chego perto, inevitável não sentir seu aroma viciante, coloco seu cabelo para o lado deixando suas costas livre, aspiro seu cheiro, sou louco nessa mulher, dou um beijo bem ali, fazendo com que sua reação se desestabilize mostrando o que causo a ela, mesmo que seja com um simples beijo — Para com isso amor, eu não sou de ferro. — Inclina mais o pescoço como se estivesse pedindo mais. — Eu também não sou, por isso não resisti e tive que sentir seu cheiro, esse perfume que é minha perdição, desculpe, vou me conter. — Fecho o zíper do vestido dela, com uma ereção maior do que a de antes, é muito difícil não ficar nessa situação quando estou perto dela. — Vamos descer, terminar os últimos detalhes, porque eu e você dentro desse quarto, não irá prestar. — Descemos as escadas conversando. – Queria que você falasse com o Jhon, sei lá, estou sentindo Jaque estranha e acho que não é coisa pequena não, o pior de tudo é que ela não se abre, então queria saber uma previa antes de conseguir com que ela fale sobre esse

assunto. – Desabafa. — Prometo a você que ligo, assim que terminar o jantar, pode ser? — Tudo bem, combinado! O interfone toca assim que descemos o último degrau da escada, causando um alvoroço dentro de mim pela expectativa desse jantar.

Corre tudo bem durante o jantar, está bem melhor do que eu imaginava, meu sogro parece outra pessoa, bebemos juntos, conversamos, mesmo notando um pouco de receio da parte dele, mas nem me debruço sobre isso, mas o melhor de tudo é ver o sorriso de satisfação no rosto da minha loirinha. A comida está maravilhosa, os elogios foram todos para ela, que além de linda e muitos outros adjetivos, sabe fazer uma refeição de respeito. Daiany e Adriano estão felizes ao estremo, causando diabetes em quem chega perto de tanta doçura. As horas passam sorrateiramente, e nosso convidados decidem parti. Fica combinado que levaremos os pais dela para o aeroporto pela manhã, para nos despedir. Meu sogro me trata bem apesar de perceber em certos momentos sua relutância ao decorrer do jantar, faço o possível para que enxergue apenas meus sentimentos por Luiza, que me veja além de suas especulações. Mas em outro momento me surpreendo ao escutar dele, que se a filha está feliz, é o que importa, e que o amor que sentimos um pelo outro é perceptível aos olhos de quem está de fora. Disse também que o resto podemos dar um jeito, para que tudo se ajeite. Assim que nos despedimos dos nossos amigos, que ficaram por mais uns minutos após a partida dos pais de Luiza, meu celular toca. Vejo o nome de Jhon brilhando na tela, e a oportunidade para tirar a limpo essa história mal contada, e de certa forma estranha, se tratando do casal que eu menos esperava.

— E ai Mano? Tudo na tranquilidade? — O cumprimento sem pretensão, para depois chegar ao assunto com calma. — Nem tanto cara! — Ele está com uma voz estranha. — O que está rolando? — Ele respira fundo com tanta força em sinal de clara decepção. — Eu não sei cara, esse é o problema, ela ultimamente está estranha, não quer me dizer o que está acontecendo, estamos brigando direto e da última vez do nada me pediu para sumir de sua vida. Terminou comigo sem mais nem menos, e sinceramente não sei mais o que fazer, isso tudo à dois dias atrás. – Suas palavras me fazem perceber o quanto perdido ele se encontra com toda essa situação. — Não sei nem o que dizer. — Tento de alguma forma fazer com que se acalme e pense antes de agir em uma situação estranha como essa. — Acho que em certos assuntos é bom ficarmos afastados, ter calma, pensar em tudo. Luiza também não sabe de nada e notou que a amiga estava estranha, até me pediu para verificar com você, mas isso aconteceu antes mesmo de qualquer atitude da minha parte. — Acho que a única pessoa que poderá tirar algo plausível que me faça entender o porquê de todos esses acontecimentos sem explicação, é a Luiza. Sinto que se insistir ela vai conseguir saber o que está havendo, e fazer com que eu consiga ter uma saída. — É pior do que eu imaginava. — Cara, você está apaixonado e não o culpo por isso, o que resta é esperar, e nesse meio tempo colocar a cabeça para funcionar. Pensar se algo de sua parte a feriu de certa forma que a fizesse tomar esse tipo de atitude, por mínima que seja, algo aconteceu, isso é fato! — Sim, é o que me resta fazer. Obrigada pelos conselhos, cara, estou perdido, essa mulher entrou como um furacão em minha vida e agora que me tem, sai levando tudo de mim, principalmente meu coração, não sei se vou aguentar esperar por muito tempo. — Vai aguentar sim, e se ficar muito difícil, sabe onde me encontrar! Enquanto você esfria a cabeça, nós vamos agir em torno de Jaqueline, fique tranquilo! — Nos despedimos, e ao desligar o telefone sinto como se eu

tivesse que fazer algo para ajudá-lo. Jhon é meu amigo à anos, sempre esteve ali, mesmo que na maioria das vezes em uma situação envolvendo sexo com incontáveis mulheres, estávamos sempre lá, um com o outro, para o que precisasse. Como diria minha linda mãe: Toda história tem dois lados. Por esse motivo, sigo pelo corredor do apartamento em busca de respostar — Amor! — Chamo Luiza, que em poucos segundos está diante de mim, com ar de curiosidade. — Amanhã você precisa conversar com sua amiga. — Peço. — Jhon me ligou, e está completamente perdido sem ela, disse que não sabe o porquê de tudo isso. Eu pedi para que fique calmo, que resolveríamos. — Sim, pode deixar! — Espalma sua mão aberta em meu rosto, acarinhando a região, retribuo com um beijo em sua palma. — Ela está estranha demais, preciso verificar para ficar em paz comigo mesma. Jaque sempre foi a mais alegre do grupo, algo deve ter acontecido para se fechar e terminar com Jhon sem ter ao menos algum motivo concreto para isso.

CAPÍTULO 29

Jaque Sempre fui uma pessoa muito desapegada, alegre, deixando a vida me levar, até aquele certo momento. Já não estava muito bem, pois na minha cabeça era tão errado deixar John entrar tanto em minha vida, não queria isso, não agora! Meu objetivo era crescer profissionalmente, ter minha própria casa, dar uma vida melhor aos meus familiares, entretanto quando percebi já estava perdida de amores e o pior de tudo, ele também. Decidi então levar adiante esse namoro que estava fazendo bem a mim, mas sinto que foi ai minha ruína. Estava louca, apaixonada, deslumbrada. Hoje estou aqui, com um exame na mão e minha vida aos meus pés, totalmente esmagada. Algumas semanas atrás comecei a me sentir diferente, tanto de corpo, como de mente, além de brigar com John o tempo todo, me sentia estranha, mesmo não havendo motivos, simplesmente descontava qualquer coisa nele, até que começaram os vômitos e mal-estar. Na minha cabeça eu poderia pensar em qualquer coisa que pudesse estar acontecendo menos isso, não que eu não goste de crianças, mas acho que não é o momento, e inconsequentemente estraguei minha vida. Fui hoje fazer o exame para confirmar minhas suspeitas, e sim, eu estou grávida de sete semanas. Tenho a sensação de que minha vida está escorrendo pelo ralo, eu mesma estraguei tudo, e além disso não quero que ele se sinta obrigado a ficar comigo por conta de uma gravidez não planejada. Não consigo falar com ninguém sobre isso, nem com Luiza, fui convidada por ela para um jantar de despedida dos pais, mas não tenho cabeça pra enfrentar ninguém. Ainda mais agora, que fazem dois dias que terminei tudo com Jhon, não por falta de amor, mas sim por pensar nele. Como minhas suspeitas estavam quase confirmadas, decido poupa-lo, pra ter a chance de conhecer outra pessoa e me esquecer. Se sou uma covarde? Com toda certeza, mas na minha cabeça não há outra alternativa.

Chego no apê que por sinal não é meu, eu não tenho nada, e agora menos ainda. Porque fui tão burra? É tão simples se proteger, onde foi minha falha? Estou em prantos dentro do meu quarto com a porta trancada e o exame amassado em mãos, meu castigo quando meu telefone toca, vejo que é minha mãe, então me descontrolo, ela sempre me escuta e me compreende, então decido contar a ela e ver o que acha que devo fazer, é a melhor opção. — Oi mãe! — Atendo com uma voz chorosa. — Oi filha, está tudo bem? Ando preocupada com você, um aperto no peito, está precisando de algo? — Ela está preocupada. — Sim mãe, não sei o que fazer, aconteceu uma tragédia e não vejo nenhuma saída para isso. — Dou uma pausa, respiro fundo antes de jogar a bomba. — Estou grávida, e não quero isso agora. Preciso da sua opinião, não sei o que fazer, só sei que não quero ser mãe! — Minha mãe fica muda do outro lado da linha, tão chocada quanto eu. — Filha, não é nada disso, você realmente precisa de ajuda, porque não vem pra cá ficar com a mamãe? Eu te ajudo, você vai se sentir melhor! —Oferece. — Mãe, mas eu tenho meu emprego e minha vida aqui, não quero perder tudo o que eu já conquistei, só vejo uma solução, que para mim vai ser a melhor, estou desesperada! — E que solução é essa Jaqueline? Você pode me explicar? — Está começando a ficar nervosa. — Interromper a gravidez mãe, não vejo outra saída! Assim eu permaneço aqui com a minha vida, com meu emprego, e definitivamente não me sinta tão culpada por tudo, tão incapaz de ser mãe de uma criança. — Demonstro o que realmente sinto. — Não fale uma besteira dessa minha filha, sei que é inesperado e não desejado, mas todas aprendemos de alguma forma a dar amor, principalmente a um filho, e isso você sabe dar. Não fique se punindo, todo mundo erra na vida, mas tenha em mente que um filho nunca é um erro, temos que recebe-lo e dar amor necessário. Você só está nervosa com a

notícia, daqui a pouco tudo isso passa e tenho certeza que irá se arrepender de ter um dia pensado em interromper essa gestação! — Seus conselhos fazem com que eu volte a respirar. — Tudo bem, eu vou pensar nisso tudo, minha cabeça está dando um nó! — Porque não vem passar um tempo aqui? Eu te ajudo a superar essa fase, juntas somos mais fortes. — Um resquício de sorriso brota em meu rosto, mesmo estando tão perdida. — Acho que no momento é a minha melhor alternativa! — Penso alto, concordando com a alternativa. — Mas antes eu quero saber, se o pai dessa criança sabe que você está grávida. — Eu fico muda, e penso o que Jhon vai fazer ao saber desse bebê, não quero contar. — Jaqueline, estou vendo que ele não tem nem ideia do que está se passando, não é mesmo? Não minta pra sua mãe. — Engulo seco, a culpa me tomando por completo. — Não é mais fácil você conversar com o rapaz primeiro, depois vocês dois decidem juntos o que fazer? Ele tem direitos Jaqueline, essa criança também é dele. — Fico nervosa com esse pensamento, sem saber o que realmente pensar. — Converse com ele, será o melhor caminho! — Preciso desligar. — Corto o assunto e desligo a ligação sem conseguir decidir nada no momento. Vou para o banheiro, retiro minha roupa, entro debaixo d'água gelada, amanhã marquei com a Luiza um almoço e revelarei a ela o que me aflige, contarei também que estou indo embora. Quanto a John já não sei, preciso escutar a opinião de uma terceira pessoa, nunca estive tão absorta a qualquer tipo de assunto. Sempre fui decidida, alegre, pra frente, e hoje me encontro nesse poço sem fundo, caindo lentamente cada vez mais, afundando em um breu gelado. O dia amanhece e eu não tenho coragem de me olhar no espelho, volto para o chuveiro, tomo um banho indo comer alguma coisa em seguida, estou morrendo de fome, não comi nada ontem. Chego na cozinha, pego uma fruta, um pão, um pacote de biscoitos, percebendo que a comilança vai ser

tanta durante esse período. Uma noite toda em claro, apesar de ter sido cansativa, clareou um pouco todas as coisas que rondavam minha mente, decidi que preciso resolver algumas pendencias antes de partir, por esse motivo, após me alimentar, saio em direção ao meu trabalho. O bom de ser responsável e prestativa no trabalho, é que quando você precisa, seu chefe abre exceções. Depois de muita conversa, meu chefe ofereceu trinta dias, para meu descanso mental, ficar ao lado de minha mãe será o melhor a se fazer. Assino os papeis necessários, feitos na hora pelo RH e vou direto para o meu almoço com Luiza. — Oi Jaque, como vai? — Ela me pergunta mesmo vendo minha cara de pouco amigos. — Nada bem, preciso de ajuda. — Minha pose de forte se vai dando espaço a uma mulher sensível e chorosa que não existia antes da gravidez. — O que? Como assim Jaqueline? Você pode me dizer o que está acontecendo? – Me abraça, já disparando uma pergunta atrás da outra. – Vamos nos sentar e conversamos com calma. – Me direciona para a cadeira vazia. — Eu estou grávida! — Sem rodeios as palavras praticamente saltam da minha boca, e a noticia a deixou feliz, seus olhos estão transbordando em lagrimas. — Não quero isso agora, pensei até em interromper a gravidez, minha mãe me acalmou, ofereceu para passar um tempo junto com ela, e eu aceitei. Preciso tirar esses pensamentos e atitudes que estão tomando conta do meu psicológico, não estou me reconhecendo mais, preciso de ajuda. — Eu entendo que a notícia de uma gravidez não planejada é meio assustadora, de alguma forma já passei por isso. – Sou mesmo uma péssima amiga por faze-la relembrar esse fato triste que rolou a não tanto tempo atrás. – Se você precisa de um tempo para digerir e aceitar, eu acho válido sim, você precisa de apoio emocional, sua mãe é uma guerreira e mãezona, por isso acho que essa opção de passar um tempo com ela, seja de boa utilidade. – Relaxo consideravelmente. — Preciso contar ao John, mas quero seu apoio para que isso

aconteça. De certa forma, não quero que interfira em meus planos de querer pelo menos por enquanto ficar um tempo com a minha mãe. — Mas ele tem direito de estar perto se quiser, Jaqueline, o filho também é dele, você não pode tirar isso, agora se caso ele não quiser tudo bem! – Sei que ela tem razão, mas algo me diz que isso será mais difícil do que eu planejo. — Marquei minha passagem para amanhã, então preciso contar o quanto antes, e tenho esperanças de que haja compreensão. — Tudo bem, vamos ver o que conseguimos fazer, mas quero que você esfrie sua cabeça e depois converse com John quando tudo isso passar, me promete? — Sim, quando tudo isso passar! Passamos boa parte da tarde conversando, isso me acalmou relativamente, pois algo dentro do meu peito ainda vibra com relação a conversa que terei mais tarde. Decidimos que mesmo a conversa sendo um tanto quanto particular, Luiza e Edu vão estar presentes, para acalmar os ânimos caso seja necessário. Minha passagem rodoviária está marcada para amanhã bem cedo, então vou para casa arrumar minhas malas, e deixar tudo preparado para minha partida.

Assim que entro no apartamento, recepcionada por Luiza, vejo John sentado cabisbaixo, a tristeza tomando conta do seu olhar, meu medo está maior agora e meu nervosismo nem se fala. Entro lentamente, sendo amparada por minha amiga, e observada por todos, sou direcionada a sentar em frente a ele. Luiza segura minha mão como forma de apoio, lagrimas inevitáveis escorrem por minha bochecha. — Ei. — John faz menção em se levantar, ele nunca gostou de me ver triste. — Posso me sentar ao seu lado? — Pergunta receoso antes de

fazer, aceno positivo em resposta, sem conseguir negar algo assim a ele. — Não vou conseguir! — Falo com dificuldade, pelo nó que está entalado em minha garganta, olho para minha amiga, vai ser difícil ter essa conversa. — Vai sim, respira! – Pede Luiza, eu miro seus olhos, e sigo sua respiração. Respira, inspira. — Tenha calma, eu estou aqui, quero te ajudar. — Só essas palavras, me fazem sentir a pior pessoa do mundo. John pega em minha mão que repousava em meu joelho, seu toque faz com que eu tenha a sensação de ser amada e compreendida. Olho em sua direção, notando preocupação em sua íris. — Eu sei, e admito precisar de sua ajuda nesse momento. — Vejo oportunidade em continuar, e respiro fundo antes de começar. — Não quero que se sinta culpado, pois você é a última pessoa que quero magoar. — Deixo-o bem ciente dos meus reais pensamentos. — Eu estou gravida. — Solto a primeira e mais importante notícia. — E porque você acha que me magoaria com essa notícia, bombom? — Seus olhos estão marejados, e ele todo fofo, não esperava realmente essa reação. – Um filho, meu Deus! — Eu fiquei desesperada com isso tudo acontecendo, e sei que errei muito em não compartilhar contigo logo de início, mas tomei uma decisão, e preciso que compreenda, e não me julgue. — A reação de espanto é nítida em seu rosto, acho que ele espera o pior de mim. – Peguei alguns dias de férias no trabalho, e quero passar esse tempo longe, preciso do apoio da mulher que me criou e que sabe lidar com qualquer surto ou decisão impensada que eu tomar. Já estou conseguindo assimilar mais as coisas e isso consegui graças a ela, pois minha primeira decisão foi interromper a gravidez. — Não, isso você jamais faria! — Ele afirma como se soubesse do que está falando. — Eu ia John, e nesse momento, sei que foi a pior merda que já

pensei em fazer. — Entendo que precisa de um tempo, e apoio sua decisão. Se para mim está sendo estranho saber que serei pai, imagino que para você deve ter sido assustador saber que carrega uma vida dentro de você. – Me sinto aliviada por isso. – Mas não quero ficar longe ainda mais agora, preciso ficar por perto e passar por tudo isso ao seu lado. Meu Deus, eu não sei realmente o que fazer diante de uma situação dessas, a compreensão dele foi rápida demais, me deixando mais reduzida do que antes, sendo mais maduro e sensato do que eu com a notícia. — Tenho a solução para vocês dois! — Luiza toma a frente da conversa — Deixe-a ir John, espere alguns dias e vá assim que sentir que deve ir, será bom para os dois esse tempo, sentir falta as vezes é o melhor a se fazer, esfriem a cabeça e se encontrem depois. — Sorrio compreendendo todo sentido das palavras ditas por minha amiga. No dia seguinte, a despedida é uma tristeza inesperada, mas sei que é o melhor a se fazer, me pego pensando nele a viagem toda, e sinto que em breve nos veremos.

CAPÍTULO 30

Luiza Após a partida de Jaque, o clima mudou totalmente, estamos todos mais afastados, esperando que algo aconteça, coisa que em duas semanas não aconteceu. Jhon e Edu ficaram ainda mais próximos, o que eu acho bom, pois várias vezes tivemos que segura-lo para não sair como um louco atrás dela. É triste de ver, e por esse motivo vontade não me falta em querer arrasta-la de volta pelos cabelos. O pior de tudo não é nem isso, mas sim que eu e Edu nos envolvemos demais com esse assunto, e tomamos as dores, por esse motivo estamos brigados e dormimos a noite passada separados. Meu celular não para de tocar me acordando, e eu não quero levantar para atender, estou tão bem escutando o barulhinho da chuva que cai lá fora, coberta até o pescoço, quentinha, mas essa porra de celular tocando, me irrita. Decido levantar para ver quem é o filho da puta que está me ligando a essa hora, quando abro os olhos vejo que já amanheceu e que a pouca luz pelo tempo nublado entra no quarto, realmente dormi tanto que nem vi o tempo passar. — Alô! — Atendo com a voz sonolenta, sem nem ao menos notar o nome que piscava na tela. — Caralho Luluzinha, achei que estava com raiva e por isso não me atendeu, mas pelo que estou vendo estava dormindo! — A bipolar fala como se nunca estivesse surtado. — Estava dormindo mesmo, e muito obrigada por me acordar com suas ligações insistentes! — Falo em tom de brincadeira. — Você deve estar dormindo ainda, porque eu só tentei duas vezes te ligar, e você atendeu na segunda tentativa. — Se não era Jaque que estava me ligando, quem era então o indivíduo desesperado? — Bom, deixa para lá, agora me diz o motivo dessa ligação? — Sou direta. — Será que liguei para a pessoa certa? Luluzinha não me julgaria e

colocaria contra a parede desse jeito, minha amiga é compreensiva e educada. – A imbecil insiste em encenar. — Pois saiba você, que após sua partida tivemos vários impasses, um deles foi ter quase que acorrentar John no pé da mesa, para não ir como um louco atrás de você. — Ouço seu suspiro do outro lado da linha. — As coisas por aqui estão calmas, mas saber o que causei nem que for indiretamente, não me deixa feliz, vou ligar para John. — Ela decide e eu acho legal sua iniciativa. — Segundo que após sua partida também nos distanciamos, eu e Edu brigamos quase todos os dias, por achar que temos algo a ver com certas atitudes tanto sua quanto de John. – Falo mesmo o que está se passando, para ver se minha amiga toma um choque de realidade. — Preciso digerir tudo isso ainda, e ninguém melhor do que minha mãe para me reorganizar mentalmente, vou continuar por aqui, por pelo menos esse tempo que me resta de férias, mas vou falar com John de qualquer forma. — Me mantenha informada, não some, afinal esse bebê me pertence também. — Pode deixar! E me desculpe pelo que eu causei, tente se acertar com Dudu, senão vou me sentir ainda pior. — Acho que vamos conversar hoje, não se preocupe. — Me dê notícias! Encerro a ligação com a curiosidade em ver quem me ligava tanto durante toda manhã, minha noite foi péssima, Edu decidiu ficar essa noite com John, acabamos brigando por isso, e não consegui dormir sozinha depois de meses fazendo coisas simples como estar acompanhada. Geralmente sou orgulhosa, ariana de corpo e alma, resumidamente insuportável sou, mas dessa vez não rolou ser dessa forma, sinto um vazio em meu peito, por ele não estar aqui, e nossas brigas ultimamente tem sido não por atitudes ou coisas que tem relação com nós mesmos e sim a maioria das vezes com John e Jaque, quando não sou eu, ele toma as dores.

A ligação da minha amiga, me fez sentir um certo alivio com relação à todos os acontecimentos, seu descanso está sendo necessário, fazendo com que amadureça e que tudo volte a ser como antes, na mais perfeita paz. As chamadas insistentes em meu celular, tem nome e número: EDUARDO. Um fato inédito me ocorre, vou deixar de lado o orgulho e retornar a ligação para meu namorado, afinal alguma coisa ele tem para dizer, por ter tentado tantas vezes me ligar. Disco o número, que chama por muitas vezes e cai direto na caixa postal, já me irrita por saber que pode estar pagando raivinha por sem querer eu ter feito o mesmo. Tento novamente, lutando contra meus instintos de não ir atrás, chama muitas vezes, até que uma voz feminina atende o celular dele, nem me dou ao trabalho de perguntar quem é, desligo na hora, e o primeiro pensamento que me ocorre juntamente com lagrimas teimosas, é que Eduardo foi arrumar outra pra afogar suas mágoas, não imaginava que uma briga boba fizesse com que na primeira oportunidade corresse para se enroscar em outra. Só de pensar nele meu coração fica em pedaços, minha cabeça explodi em uma dor latente, definitivamente não deveria ter levantado da minha cama hoje. Agora eu fico me perguntando, se ele estava acompanhado, porque estava me ligando até 20 minutos atrás? Só pode ser louco, ou me ligou para terminar comigo por telefone e não sentir culpa da traição, como pode tudo entre nós se perder em menos de 24 horas? Limpo minhas lágrimas e decido ir tomar um banho gelado, para retirar tudo de mim, toda mágoa escorrer pelo ralo, choro que nem uma criancinha, e me odeio por isso, como pude me enganar dessa forma? Me apaixonar por um galinha achando que eu seria sua redenção? Sou uma besta mesmo! Estou vestida e decidida a sair daqui o mais rápido possível, jogo uma mala aberta em cima da cama socando minhas coisas de qualquer jeito, vou pegar apenas o necessário e depois mandar alguém me levar o restante, em pensar que vou ter que atura-lo no trabalho, me faz querer deixar até o empego. Aviso o porteiro pelo interfone que preciso de ajuda para descer algumas malas, desliguei sem ao menos escutar uma resposta, não estou com tempo, quero sair sem ter que ver Eduardo chegando ou algo do tipo.

Pego outra mala grande e uma nécessaire para meus produtos de higiene pessoal, vou ao banheiro e recolho tudo, agora estou no closet e meu coração está pequenininho em ver as roupas e objetos dele. Começo a retirar as roupas e dobra-las com mais calma do que antes, colocando e organizando na mala, acho que a despedida está fazendo com que eu retarde esse processo, a única coisa que passa em minha mente é, como tudo o que vivemos durante esses meses foi tão intenso, a ponto de me apaixonar tão perdidamente, que esquecesse totalmente todas as minhas prioridades, dando espaço para um amor que desde o início era fato que não daria certo, porque eu fui tão burra em insistir? Agora estou aqui, entregue as lagrimas e lamentos, por me envolver e acreditar demais. Não suporto mais, preciso mesmo me maltratar e me auto sabotar, chego perto da parte de Eduardo no closet, passo a mão pelas roupas penduradas, vou até a gaveta e pego uma de suas camisas que eu mais gosto, a visto, começo então cheira-la absorvendo todo aroma que vem dela, como vou conseguir superar isso? Já não estou suportando de tanta tristeza que há dentro de mim, repouso meu corpo em um estofado que fica no meio do closet, fico em posição fetal, cheirando a camisa do meu grande ex amor e me acabo em mais lagrimas. Estou tão consumida pela tristeza que não ouço quando Eduardo irrompe a porta do quarto e me vê nesse estado, minha raiva só aumenta, ele está todo esfarrapado, com um cheiro de bebida alcóolica exalando de seus poros. — O que aconteceu? — Pergunta, se abaixando para chegar próximo a mim que permaneço na mesma posição. — Tentei te ligar a noite toda, não leve a sério essas brigas, estamos sendo afetados pelos problemas entre nossos amigos, voltei o mais rápido que pude, bebi demais noite passada com John, estou meio lento, com dor de cabeça, vamos conversar e nos acertar? — Pede com aquele olhar e sorriso bobo que amava, no verbo passado. — Eu estou indo embora! — Não consigo falar direito em meio as lágrimas que rolam. — Já estou de saída, não quero te atrapalhar, em dez minutos no máximo já consigo terminar de arrumar minhas coisas e saio, o restante delas mando alguém vir buscar, se não tiver problemas pra você! — Apesar de estar em prantos, falo calma e sem interrupções pelo choro incessante.

— O fato de eu ter dormido no flat não quer dizer nada Luiza, quero saber o que está te chateando a ponto de querer me deixar? — Seus olhos estão cheios de lágrimas eu só consigo pensar em duas opções: Que ele está sendo sincero e tudo não passou de um mal-entendido, ou que é tão cafajeste a ponto de mentir com a maior cara lavada. — Te dou dez minutos para me explicar o porquê uma mulher atendeu seu celular hoje pela manhã, quando eu te liguei. — Vou direto ao ponto. Ele fica pensativo e logo após sorri meio de lado, isso só me irrita mais, parece que está debochando da situação. — Fomos até meu flat, pois John não queria ir até seu apartamento alegando que tudo remetia à lembranças dele e Jaqueline, então começamos a beber, e foi ai que comecei a te ligar, me afoguei na cachaça junto com ele por sua indiferença. — Tê-lo assim tão próximo faz com que minha vontade de beija-lo vorazmente, me contenho ao máximo. — Não dormi a noite toda, hoje pela manhã minha dor de cabeça estava gigantesca e ainda bem que era o dia de Ruth limpar o flat, pois foi ela quem me ajudou a tomar um remédio de ressaca e eu fui tomar um banho, foi ai que quando sai do banheiro me avisou que você ligou e eu voltei correndo pra cá. — Pisca um olho como se tivesse tudo resolvido. — Então você está querendo dizer que foi Ruth, quem atendeu a ligação? — Sim, pois além dela só haviam mais dois homens que encheram a cara na noite passada. E se quiser podemos ir agora mesmo e você poder conhece-la, seus serviços se encerram no flat as três da tarde. — Faz piada, sabendo que não irei nem a pau passar essa vergonha. Começo a pensar, como fui precipitada em achar que Edu poderia ter me traído. — Desculpe, fui uma tola por pensar algo assim sobre você. — Abaixo a cabeça, envergonhada por tal atitude. — Não deveríamos ter brigado, ainda mais sabendo qual foi o motivo. — Com seu dedo indicador, levanta meu queixo, nivelando nossos olhares.

— Promete que a partir de hoje vamos viver nossas vidas sem pensar em mais nada que possa prejudicar isso que temos juntos? – Pergunta, me fazendo refletir ainda mais sobre essas duas semanas infernais. – Nossos amigos precisam se acertar por eles mesmo, eu e você não conseguimos resolver o problema de todos, precisamos deixá-los, nossa parte foi mais do que feita, vamos fechar esse ciclo. — Concordo e instintivamente nos entregamos em um abraço caloroso de saudade. – Nunca solte a minha mão, eu te amo até o fim. Aspiro seu cheiro viciante, e me sinto aliviada por estar onde deveria estar: Em seus braços.

CAPÍTULO 31

Luiza Alguns dias após todos os acontecimentos passados, posso dizer que estamos numa boa, mas na realidade um relacionamento tem que ser feito de confiança, e eu deveria ter procurado saber e ter confiado em Eduardo em primeiro lugar, antes de qualquer coisa. Às vezes essa coisa que temos me causa medo, toda essa intensidade, essa paixão louca que sentimos um pelo outro, mas é o que me faz bem, o que me move, o que vem me trazendo a felicidade que eu tanto almejava durante toda minha vida até aqui. Hoje é um dia especial em vários sentidos, Jhon irá até São Paulo acompanhar Jaque na primeira consulta do pré-natal do bebê deles, eu já estou ansiosa e queria estar de perto acompanhando tudo, até briguei com Jaque por telefone, e Edu insiste em dizer que estou tão briguenta e chateada porque estou com invejinha porque quero um bebê também, não que seja mentira, é óbvio que eu quero um bebê, ficar grávida virou minha meta de vida depois da tragédia que aquela louca da Marina causou, mas agora não é o momento. Por falar nela, o advogado dessa imunda alegou que as atitudes de Marina são movidas por um problema psiquiátrico, que a solução seria um tratamento adequado e não a prisão, e hoje será uma espécie de julgamento, para dar a sentença de Marina, se ela cumprirá pena na cadeia ou transferida para uma clínica psiquiátrica. Só de pensar nessa louca já me dá um arrepio, as vezes paro pra pensar no que essa mulher seria capaz de fazer para ter o amor de Edu, é muita obsessão e loucura

John acabou de ligar pra Edu emocionado ao ouvir pela primeira vez o coraçãozinho de seu bebê, eu acho tão fofo a disponibilidade dele em ajudar em tudo o que for preciso para o bem estar de Jaque, mesmo ela não

merecendo, acho que foi o choque da notícia que a fez ter essa reação, apesar de nunca achar que seria capaz disso. Estou indo para minha sala, minha reunião com Edu aqui na empresa acabou agora e quando estou passando pela porta, um Adriano afobado quase me derruba ao entrar correndo. — Cara, a sentença de Marina saiu, acho melhor aumentar a segurança de vocês! — Eu paro feito uma estátua no lugar e parece que um vento gelado me acertou direto na coluna e se espalhou pelo resto do meu corpo, não consigo falar e muito menos me mexer. — Como assim Adriano, o que aconteceu? — Edu parece preocupado e está olhando diretamente pra mim. — O juiz determinou a liberdade de Marina, ela não ficará presa, está sendo transferida agora mesmo pra uma clínica de psiquiatria, aqui no Rio mesmo. — Mas então ela vai ficar internada, me deixou nervoso toda essa sua reação. — É só um alerta, nós não sabemos do que essa maluca é capaz, a clínica fica aqui mesmo e a família dela é rica, para sair de lá sem vestígios não será difícil, molhando a mão de pessoas certas. — Pensando por esse lado... Um filme começa a passar em minha mente, fazendo com que reviva um passado não tão distante, o que ela me fez perder, e o que ela seria capaz de fazer, minhas vistas embaçam, não sinto o chão aos meus pés, tudo se move lentamente ao meu redor. — Luiza você está bem? — Ouço a voz de Edu bem distante, como se estivesse cada vez mais afastando-se. Sua voz de preocupação chega aos meus ouvidos, começo a escutar seus passos, e minhas pernas cedem, a escuridão me domina. — Ela desmaiou! — É a última coisa que ouço.

Edu Quando vi minha loirinha se desfalecendo, branca como papel caindo em câmera lenta, meu coração doeu, consegui pega-la antes de colidir com o chão, tudo isso porque o imbecil do Adriano não mediu as palavras ao que falar próximo a Luiza. Agora estou aqui no hospital, sem notícias dela, preocupado com tudo, será que não vou ter nenhum momento de paz nunca? Estou na incessante espera, quando um médico irrompe a porta da sala em que me encontro. — Luiza está chamando por você, ela está instável, foi só uma queda de pressão, está no soro agora. Apenas vá com calma, mas controle a alimentação dela, e evite que passe muito nervoso ou por notícias que a deixará afobada ou nervosa, ela conversou com o terapeuta do hospital. Tudo ficará bem. — Obrigado doutor, pode deixar! — Vou em direção ao corredor em que se localizam os quartos. Chego lá e vejo meu amor, está pálida e chorosa, tenho quase certeza sobre o que a deixou assim mas quero que me conte e que tenha confiança em mim para contar seus sentimentos. — Olha só, quem eu encontrei! — Descontraio para anima-la. — Coisa linda, como está se sentindo? — Me aproximo dando um beijo levemente em sua testa e acaricio seus cabelos. — Ainda bem que você chegou, estava começando a ficar com medo de estar aqui sozinha tanto tempo. — Deixa claro seu medo, e me sinto um filha da puta em faze-la passar por isso. — Jamais te deixaria sozinha, só estava esperando me autorizarem para entrar, eu não sai daqui nenhum momento, nunca a deixaria. — Me sinto tão culpado por vê-la nesse estado. — Não fique longe de mim, estou com medo do que pode vir

acontecer, você promete que não vai me deixar sozinha? Por favor! — Eu passo os dedos em suas bochechas secando as lágrimas que rolaram, sentome ao seu lado na cama, deixando nossos olhos no mesmo nível para poder passar a verdade que há dentro de mim. — Fique tranquila nada vai acontecer, enquanto existir, irei te proteger, e pare de chorar, não quero te ver mal por uma coisa que não tem hipótese alguma de acontecer, Marina não fará nada, eu não permitirei! — Digo com um certo tom se rigidez, não quero esse assunto entre nós. — Tudo bem, só me abraça! — Ela está manhosa, e eu como bom namorado que sou com certeza irei mima-la. — Estou aqui bebezinho, mimadinha minha! — Abraço-a com uma certa força de proteção, quero que se sinta protegida por mim nesse momento. O médico entra no quarto após algumas horas, dizendo pela manhã Luiza terá alta, só irá mantê-la essa noite por observação médica. Eu fiquei com ela o tempo todo, e agora de manhã não estou aguentando minha coluna, dormi de mau jeito, mas nada se compara ao sorriso que estou recebendo agora do amor da minha vida. — Bom dia, linda, pronta para ir embora? — Bom dia, mais do que pronta! — Sua melhora é visível.

Passamos o dia todo em casa, como se fosse final de semana, filme, promessas de proteção e carinho, fizemos amor nos intervalos das atividades de casal, essa foi a melhor parte, e assim permanecemos até inevitavelmente pegarmos no sono. Acordo com a claridade incomodando, fazendo com que meus olhos abram lentamente, confirmando que já amanheceu, e que dormi pesado a noite toda sem perceber. De certa forma descansar foi necessário,

precisávamos de um dia de descanso, de um dia nosso, uma noite de sono tranquilo, fazendo com que nossas energias recarregassem. Luiza não perde essa mania irritante de acordar sempre antes e desaparecer da cama, se tem algo que não gosto depois que ela entrou na minha vida, é acordar sem ela ao meu lado, pode parecer bobagem, mas para mim é um tipo de ritual. Então levanto indo direto ao banheiro, faço minha higiene matinal, então vou buscar essa loirinha fugitiva. Saio pelo corredor chamando seu nome, e não tenho resposta, meu sorriso começa a desaparecer quando busco por ela pelo apartamento inteiro e não a encontro Preciso de ajuda, e não penso em outra pessoa no momento sem ser Adriano. Corro de volta para o quarto buscando meu celular, vendo que por querer ficar em um dia off com Luiza, acabei deixando meu celular no silencioso. Encontro dezenas de ligações perdidas da mesma pessoa que pretendo pedir ajuda, meu sexto sentido pisca em alerta, algo aconteceu realmente. — Porra Adriano, acordei e Luiza não está aqui, me conta de uma vez o que foi que aconteceu? — Já quero saber de uma só vez para o baque ser menor, mesmo achando isso impossível. — Cara temos que acionar a Polícia então, porque acabo de saber que a Marina fugiu da clínica. — Ai está o motivo das ligações, e tudo realmente se encaixa. — Porra ela está com a Luiza, tenho certeza, faz o que tiver que fazer, vou me trocar e estou saindo, me encontre lá na empresa! — Farei o que for preciso, daqui uns 15 minutos estou lá. Nem me despeço, o desespero já tomou conta. Pego a primeira peça de roupa que vejo pela frente, indo o mais depressa possível para a Novaes, lá entro em contato com o chefe de segurança e em seguida com meu detetive particular, encerro as ligações com promessas de que a investigação do paradeiro de Marina começou. Não contenho meus pensamentos, e me culpo ainda mais, tento me manter calmo e centrado, pensar em possibilidades para encontrá-la, sentando-me de cabeça baixa, apoiando a cabeça nas mãos, nervoso por não saber o que está

acontecendo, sinto medo. — Cara calma, a polícia já está no caso, acho que Marina entrará em contato com você, não temos o que fazer a não ser aguardar. — Nem noto quando Adriano entra em minha sala, só desperto com o som de sua voz vendo meu estado. — Como posso ter calma? Eu não sei o que está acontecendo, onde Marina levou Luiza, da última vez não chegasse ela teria atirado na cabeça de Luiza, você tem noção do que sinto agora? – Adriano engole em seco, sem ter o que dizer diante disso. Sem argumentos a dar sobre os fatos, fico mais aflito em pensar que ele está preocupado também. Na minha cabeça passa um filme de tudo o que vivi ao lado da minha loirinha, desde o começo, como o destino agiu em nossas vidas nos trazendo sempre para perto, independente das circunstâncias. Tento me acalmar pensando em um futuro ao lado dela, filhos, casamento, como seria perfeito tudo isso, e acabo de crer que não tem o porquê esperar, preciso fazer alguma coisa, não posso ficar aqui de braços cruzados. Parecendo com alguma premunição, meu celular toca, olhando na tela vejo o número e a foto de Luiza, fazendo com que meu coração dispare, e mais que depressa atendo sem pensar em mais nada. — Luiza? — Você não sabe o prazer que é estar de volta! — Marina fala com o maior sarcasmo do mundo e minha vontade é matá-la sem piedade. — O que você fez com ela, sua desgraçada? — A raiva toma conta. — Por enquanto nada, só depende de você! — Qual é a exigência para solta-la? Dinheiro eu sei que não é, pois graças ao mesmo você está solta. – Eu bufo de raiva, olho para Adriano que por sua vez pede gesticulando com as mãos para colocar a chamada no vivavoz. — Espertinho, obvio que não quero dinheiro, porque você acha que fiz tudo isso? – Não espera com que eu responda. – Isso mesmo garotão, você é meu prêmio de consolação.

Não penso duas vezes em me oferecer em troca de Luiza, encerro a ligação indo ao local indicado, preciso resolver de uma vez por todas, não posso viver em função das vontades de Marina.

CAPÍTULO 32

Luiza Depois de uma noite maravilhosa não esperava que as coisas pudesse acontecer tão rápido, assim que saiu a notícia de que Marina foi transferida da prisão, para uma clínica psiquiátrica, foi o contato dela comigo tirar dos braços de Edu. Tudo começou quando acordei no meio da madrugada com sede, certas coisas acontecem na vida da gente que não tem a menor explicação, as vezes essas coisas são boas, que transformam e revigoram, outras nem tanto. E pelo visto o meu porcentual de coisas boas já se esgotaram, pois no momento em que acordo, vejo meu celular piscar com uma chamada, vibrando no criado mudo ao lado da cama. Olhando para a tela, não reconhecendo o número, penso que pode se algo urgente, pois as horas apontam para o final da madrugada, exatamente as cinco da manhã. — Alô! — Atendo com receio e preocupação. — Bom dia, ratinha! – Reconheço a voz de Marina, e no mesmo instante, alcanço Edu que permanece dormindo ao meu lado, chacoalhando-o para despertar do sono. — Se está eu fazendo o que imaginei que faria, pode parar, Eduardo não irá acordar. – Como ela sabe? – Vocês me subestimam demais, acha mesmo que ia arriscar minha liberdade novamente? — O que você fez, com Edu? – O medo toma conta. — Não vou revelar o que fiz, mas só o coloquei para dormir pesado, ele acordará na hora certa. Afinal a comida japonesa ontem à noite estava boa? – Marina ironiza sua pergunta, e me faz ligar as peças, eu não como comida japonesa somente Edu. Ontem, permanecemos em casa o dia todo, fizemos muitas coisas que gostamos, principalmente assistimos filmes e comemos. Mas quando anoiteceu, Edu quis pedir comida japonesa e eu escolhi pizza, pedimos, chegou e comemos. Logo após isso fomos dormir, então estou aqui e agora tudo faz sentido. — Se troque e desça até o saguão do prédio, estou estacionada logo

em frente, seja rápida! – Meu medo é latente assim que a ligação se encerra. Tento inúmeras vezes acorda-lo, mas as tentativas são falhas, coloco uma roupa qualquer, mina pernas estão bambas, e meu choro é livre, estou me entregando praticamente por livre e espontânea vontade. Por mais que esteja nervosa e me sentindo perdida, sem saída, com medo, não tenho como pensar em nenhuma alternativa, ele vai saber que foi Marina, vai solicitar a polícia e qualquer outro método para descobrir meu paradeiro. Por pior que seja minha situação, estou de mãos atadas. Seja o que Deus quiser. Saio do apartamento indo até o elevador, querendo ser o mais breve possível. Chegando no saguão avisto um SUV preto estacionado do outro lado da rua, tenho confirmação disso quando vejo o sinal do piscar de farol vindo do mesmo carro. Abro a porta dos acentos traseiros, como se fosse normal o que está acontecendo, assim que me sento vejo Marina ao meu lado e um homem muito forte e alto atrás do volante. — Você não sabe como é divertido te ver com essa cara de pânico, hoje o dia vai ser bom, vamos aproveitar bastante, não é mesmo Maicon? — O homem que mais parece um guarda-roupa acena positivo com a cabeça, sorri mostrando pelo menos 6 dentes de ouro na boca me causando um calafrio de puro pavor. — O que fará comigo? — Segura a ansiedade que já saberá, e vou logo avisando, sem gracinhas ou eu meto bala em você sem dó! — Então vejo a arma que ela carrega em punho, isso me causa uma memória não muito boa. Passa um bom tempo, até chegarmos a um local vazio e sombrio, olhando em minha volta avisto somente mato e árvores por todo canto a não ser por um celeiro abandonado, que está localizado no meio disso tudo. Meu Deus o que será que essa desequilibrada fará comigo no meio do nada? Descemos do carro, e sou puxada bruscamente por Maicon, até entramos no celeiro somente eu e ela, o capanga fica do lado de fora. A porta mal é fechada quando Marina me pega pelos cabelos, eu fico sem reação quando difere um tapa forte em meu rosto, sinto o gosto de aço na boca, me dá tanta bofetada que perco os sentidos e caio de joelhos no chão. Não

consigo ter nenhuma reação, no fundo acho que na minha cabeça sei que morrerei, então não adianta reagir. — Agora sim está no seu devido lugar, ratinha. — Ela me empurra fazendo com que minhas costas colidam com o chão, já me entreguei, tenho consciência que não tenho a mínima chance de escapar. Sinto os chutes nas costelas, ela quer descontar toda sua fúria em mim, no caso eu agora pareço uma boneca de pano sendo jogada de um lado para o outro sem reagir. Não sei quanto tempo se passa, mas vejo que Marina está ofegante de tanto que me bate, então se dá por satisfeita me deixando praticamente desacordada no chão daquele lugar imundo. Um absoluto silêncio toma conta por muito tempo, não sei precisar se me deixaram aqui sozinha por pouco tempo ou me abandonaram no meio do nada, quando escuto uma porta ranger, fico atenta mesmo sem conseguir mover um dedo pela dor causada pelos golpes, Marina para ao meu lado com um celular na mão, disca um número, e fala com Edu, minha tristeza está em alto e bom som neste momento. Não sei o que pretende trazendo-o aqui, será que me matar em sua frente? Seu estado de lucidez beira a loucura, não sei o que esperar de uma pessoa que é capaz de qualquer coisa, por um amor não correspondido. Não vejo o tempo passar, entre meus momentos de desmaio que a todo momento acontecem, até reconhecer a voz de Edu de longe. Ele está aqui, rompendo a barreira latente entre a penumbra e a lucidez, encontro forças para levantar e me manter forte para alerta-lo onde estou, sem me controlar começo a gritar e socar as paredes de madeira em volta do celeiro, não sei o que me dói mais, se é o corpo pelas pancadas, a garganta pela sede e gritos desesperados, ou o coração estraçalhado por ouvi-los e não poder fazer absolutamente nada.

Edu Depois da ligação de Marina não consigo ficar calmo, fui frio e calculista, mesmo sem pensar em um plano, consegui fazer com que acreditasse em mim, e que fugiríamos juntos para um outro país deixando Luiza para trás. A loucura de Marina chegou a um ponto de faze-la pensar que realmente todas as atrocidades cometidas contra mim, e de certa forma a todos que me cercam, me fariam ficar com ela. Vendo pelo lado bom, consegui com que se acalmasse e que me mandasse sua localização, o que mais me afetou não foi nem falar com aquela maluca e sim o choro agonizante de Luiza ao fundo, ela está sofrendo e isso está me remoendo por dentro. Adriano que está no mesmo ambiente que eu, tenta me acalmar, falando comigo para tomarmos as devidas precauções e colocarmos de vez Marina na cadeia até apodrecer, mas o principal objetivo é soltar Luiza sem nenhum dano a mais do que já foi causado. Não sei se é pelo nervosismo que estou passando, mas o tempo parece estar em câmera lenta, para mim passaram-se horas mas vejo que foram apenas alguns minutos, pois uma mensagem me tira do meu triste estado, fazendo com que haja esperanças. A localização foi enviada por Marina, não espero mais nenhum segundo e saio em disparada rumo ao local em que minha loirinha se encontra. Já estamos a caminho e minha vontade é de chegar arrancando os dois olhos daquela desequilibrada, mas sei que não posso, por Luiza, preciso controlar minha vontade insana de matá-la e me livrar de vez desse problema que já chegou ao extremo. Adriano está me seguindo a uns metros de distância, pois Marina exigiu que eu viesse sozinho, ele disse que a polícia terá hora marcada para chegar, então tenho pouco tempo para tentar apaziguar a situação e tentar me controlar ao máximo não colocando tudo a perder. Me surpreendo com a rapidez e desenvoltura de Adriano nessa situação, enquanto caminhávamos para o subsolo da Novaes, mandei via aplicativo a localização que recebi, de imediato ele já repassou as informações para a polícia, e no momento

estamos em carros separados, conversando pelo viva-voz do celular, me indicando a melhor alternativa para lidar com as loucuras de Marina. Começo a me aproximar do local indicado por Marina e fico assustado, já está de noite e o lugar é totalmente isolado e escuro, muitas árvores e mato por toda parte, estaciono o carro em frente a um celeiro antigo e vejo-a vir em minha direção, de onde estou consigo escutar os gritos e choros de Luiza, me apavora, minha vontade é entrar lá dentro e tirar minha loirinha de lá as forças. Me controlo ao máximo, respiro fundo, conto até dez e saio do carro, Marina se joga em meus braços como se fôssemos namorados e não nos víssemos a meses, não consigo mover um dedo meu, pelo asco que tenho dela. — Demorou tanto, já estava achando que desistiria. — Me olha com um sorriso enorme no rosto. Realmente seu estado de lucidez é preocupante, faço seu jogo e sem dizer nada abraço-a colando nossos corpos, percebendo que os gritos de Luiza cessaram. As coisas acontecem muito rápido, Adriano chega e Marina nota os movimentos, se desvencilha do meu aperto e ao mesmo tempo me olha perplexa, sabendo que foi vítima de uma armadilha. Um homem que não conheço, mas provavelmente é capanga contratado para fazer parte dessa loucura, direciona um soco de direita no queixo de Adriano, que pelo visto desmaiou com a pancada, vejo a cena e saio correndo em direção para amparar meu amigo, as encenações de amor com Marina não precisam mais de continuidade, a bomba já estourou, agora é salve-se quem puder. Mas antes de chegar até onde a cena de agressão se desenrolou, Luiza aparece somente de calcinha e uma blusa que reconheço ser do seu pijama da noite passada, ela possui um pedaço consideravelmente grande de madeira e acerta com toda força na cabeça do homem que mais parece um armário, fazendo com que o impacto o derrubasse. Chego logo após próximo a eles, Adriano passa a mão no local agredido e levanta-se devagar gemendo de dor, meu foco agora está todo nela, que está completamente exposta e suja, toco seu braço lentamente com a ponta dos dedos, virando-se para me olhar nos olhos, com a mesma lentidão, um nó se forma em minha garganta por vê-la

daquela forma, seu rosto contém vários hematomas, sua boca está machucada, e seu corpo e cabelo estão sujos e esfarrapados. Seus olhos estão transbordando em lagrimas, e nesse momento só penso em ampara-la, sem dizer nada tento fechar meus braços em torno de seu corpo, mas seu retesar me chama a atenção, sem pedir licença ergo uma parte de sua blusa, avisto um grande arroxeado na pele, provavelmente algumas costelas foram quebradas, isso me tira do sério. — Sua desgraçada! — Perco a noção indo para cima de uma mulher pela segunda vez com a intenção de matá-la. Sou impedido de realizar meu feito, por Marina estar nesse momento apontando sua arma para Luiza, fazendo com que eu viaje para um passado não tão distante com essa mesma cena se desenrolando em minha frente.

CAPÍTULO 33

Luiza Já que está no inferno, abraçar o capeta não seria tão difícil, resolvo dar um jeito de ajudar de alguma forma, não posso ficar esperando me resgatarem, ainda mais sabendo que Eduardo está aqui. Seria mais fácil do que imaginava, assim que o brutamontes do comparsa de Marina sai de dentro do celeiro, sei que uma movimentação estranha estava ocorrendo do lado de fora, e ficar na expectativa estava me matando, então aproveito que estou sozinha e não perco tempo, encontro um pedaço de pau consideravelmente grande e pesado, e saio silenciosamente. Com a brecha de segurança falha, facilmente estou do lado de fora, vendo Adriano levar um golpe, golpeei a cabeça do capanga com o objeto em minhas mãos e agora estou aqui, com uma arma sendo apontada para minha cabeça novamente. A distração pelo barulho de sirene que ouvíamos ao longe, foi a deixa que Marina precisava para agir, pegando-me pelos cabelos aproximando-me dela bruscamente. Os olhos de Edu estão saltados de pavor, sinto que meu momento de despedida chegou, a oportunidade de Marina é essa, as ameaças já não tem valor, agora é tudo ou nada. Ouço o estalar da arma sendo engatilhada, fecho os olhos com a última imagem que vejo, um Eduardo aflito e com medo, sim vejo medo transparecer de seus lindos olhos, mesmo não sendo a expressão que eu queria levar em minha memória, é ele, e para mim isso basta. — Largue a arma. — Ouço uma voz que não reconheço, provavelmente a polícia já chegou. — Eu vou atirar! — Nesse momento fecho meus olhos com mais força. Minha hora está chegando cada vez mais perto, meu coração está disparado, minha respiração falha, quando sinto ser puxada pelo braço e um barulho alto, com gritos ao fundo, não tenho coragem de abrir meus olhos. — Agora está tudo bem. — Penso estar no céu, que tudo já passou. Mas quando resolvo ter coragem e abrir os olhos, a cena se desenrola

em câmera lenta diante dos meus olhos. Marina está sendo rendida por um policial, enquanto seu capanga tem três deles imobilizando-o, eu estou deitada no chão com Edu me segurando forte, como se quisesse me proteger do que está acontecendo fora de seu abraço. Quando penso que a situação está resolvida, em questão de segundos vejo Marina correr em nossa direção, fazendo com que o policial fique para trás, só ai percebo que continua com posse da arma que anteriormente me ameaçara. Por meu corpo passa um tremor de puro pavor, mesmo estando nessa situação, penso que se acontecer o pior, estarei nos braços do grande amor da minha vida, oscilo entre a coragem e o medo. — Não vou deixar vocês com o gostinho de me verem novamente atrás das grades, não vou suportar. — Sua expressão está confusa entre o riso e o choro. — Fora que o peso na consciência será minha recompensa. — Nesse momento Marina muda a direção em que sua arma está apontada, fazendo com que eu respire aliviada, mas ao mesmo tempo vejo que sua próxima atitude é de aponta-la para a própria cabeça, fazendo com que seja perceptível o nível de sua loucura. Meus olhos se fecham automaticamente, eu pressiono ao máximo, não querendo ver o que acho que acontecerá a seguir, sinto a respiração de Edu se acelerar e logo em seguida um barulho ensurdecedor toma conta do ambiente, fazendo com que meus ouvidos permeiam um zumbido pelo teor do estrondo. — Shiu, acabou, eu estou aqui. — Edu sussurra palavras de carinho para me confortar.

Edu E novamente estou enclausurado em uma sala de espera de um hospital, aguardando por notícias, mas agora tenho esperanças que os dias de sofrimento chegaram ao fim, e se for para pisar novamente em um hospital será para a felicidade de ver um filho meu nascer, e se tiver a opção de isso não acontecer em um hospital será ainda melhor. Muitas lembranças ruins e momentos de pavor e dor aqui dentro, um acontecimento de felicidade e amor não merece ser nublado por isso. Quando uma enfermeira entra na sala pouco habitada, prontamente me coloco de pé, ansioso por notícias. — Eduardo Novaes? — Sim, eu mesmo! — Luiza está chamando por você, está muito agitada, não costumamos deixar entrar visitas fora do horário na UTI mas se for para que se acalme precisamos da sua presença, tentamos até injetar algo com teor calmante, mas mesmo com todas as escoriações ela não permite. — Minha garota persuasiva. — Ela está na UTI? É algo muito grave? — Fico preocupado. — Não posso te afirmar o grau das escoriações, precisamos efetuar o restante dos exames, mas posso te adiantar que ela tem costelas quebradas, e uma pequena lesão cerebral, que iremos verificar se afetará em algo, por isso preciso que ela fique calma e colabore com a equipe médica, se o senhor quiser me acompanhar, quanto mais cedo fizermos os exames necessários, mais rápido conseguimos solucionar. — Sem problemas! — Concordo e sigo-a. Faço um procedimento para poder entrar no local onde Luiza se encontra, tenho que lavar minhas mãos até os cotovelos, colocar uma roupa hospitalar, máscara e proteção para os pés, atravessamos o corredor e ouço gritos de dor, uma lágrima escapa sem que eu consiga controla-la. Entro por

uma porta grande juntamente com a enfermeira que está cuidando de Luiza, que por sua vez, quando escuta o barulho da porta, olha em minha direção e começa a chorar descontroladamente. — Graças a Deus você chegou, precisava verificar se estava tudo bem contigo! — Seu desespero por querer saber se não aconteceu nada comigo é notório, a abraço com cuidado para não lhe causar ainda mais dor, beijo seu cabelo e olho em seus olhos, limpo as lágrimas que escorrem por seu lindo rosto machucado, e sinto uma dor tão grande por vê-la assim. — Não se preocupe, eu estou bem, quero saber de você, como está se sentindo? — Tento passar o máximo de conforto possível. — Estou com muita dor de cabeça e mais ainda nessa parte do lado direito do meu corpo. — Aponta para região da costela. — Eu devo estar horrível, duvido que depois dessa você ainda queira ser meu namorado! — Faz beicinho. — Você é linda de qualquer jeito, eu vou cuidar de você, não se preocupe com nada, nem poderia te ver agora, a enfeira só me chamou, pois, a senhorita estava dando trabalho a equipe, você precisa ajuda-los para podermos voltar pra casa logo, não gosto de te ver aqui, não se preocupe com nada, vou estar logo ali fora esperando sua transferência para um quarto e a partir daí poder te acompanhar até sua alta. — Faço carinho com meu indicador em sua bochecha. — Tudo bem, vou ficar quietinha, mas promete que vai vir me ver assim que liberarem? — Lógico, eu estarei aqui, sempre por você, meu bem! — Passo a mão pelos ferimentos do seu rosto e beijo cada um deles, beijo os olhos e seu rosto todo, então o médico chega para me retirar do local. Volto para a sala de espera e verifico meu celular, há duas chamadas perdidas de Adriano, então retorno para saber o desenrolar dessa história. — Cara fiquei preocupado, a Daia também está aos prantos aqui querendo saber de Luiza! — Ela está muito machucada, mas está bem graças a Deus!

— Que bom, qualquer notícia não hesite em nos ligar. — Diz solicito. Nos despedimos, ficando apenas com o sentimento de que tenho amigos e parceiros de verdade. Guardo o celular no bolso e logo após Doutor Emerson surge me dando a melhor notícia do dia, Luiza não teve nada sério e daqui algumas horas seria transferida para um quarto. As escoriações e fraturas não foram graves, mas serão cuidadas, e por esse motivo minha loirinha permanecerá por um tempo de molho no hospital. No total foram três costelas quebradas e um leve traumatismo na cabeça, o médico alegou ser superficial, que por conta de alguma queda brusca foi ocasionada a lesão, mas com um repouso intenso e os remédios necessários, sairia rápido e sem sequelas.

O tratamento tem sido intensivo, e fico a todo tempo colaborando com a minha parte, praticamente moro nesse hospital, mas faço tudo de bom grado, quero vê-la fora daqui o mais breve possível. Flores decoram seu quarto, amigos e parentes próximos tem feito seu papel e visitando-a com frequência, a recuperação dela tem sido meu gás, para manter-me focado e lucido para mais um novo dia. Todo o acontecimento tem fortalecido ainda mais o que temos e sentimos um pelo outro, nosso relacionamento cresce e se desenvolve a cada degrau que evoluímos como casal, aumentando meu amor pela pessoa que nesse momento me olha com os olhos mais lindos do mundo, não prestando a mínima atenção ao que sua amiga fala, estamos hipnotizados, sem acreditar que seria capaz de sentir algo ainda mais devastador por um certo alguém. — Chame a enfermeira! — Acordamos do nosso devaneio, e olhamos preocupados com o grito que Jaqueline deu do nada. — Uma gravida não pode ter diabetes. — Todos que estão no quarto começam a rir e os únicos que não entendem o que essa louca está dizendo somos eu e Luiza.

— Pare de brincar com coisa séria! — Minha loirinha toma frente no assunto, nossos amigos riem. — Estou boiando. — Faz alguns minutos que queremos dar uma notícia a vocês, que simplesmente não escutam por estarem em outro mundo. — Agora entendo o porquê de tanta risada. — Vamos todos adquirir diabetes, me conte o segredo Luluzinha, de continuarem com esse mel mesmo depois de um considerável tempo. Nunca fui assim, será que sou a errada ou vocês é que são os anormais da parada? — Todos voltam a rir das bobagens que saem da boca dela. - -Pois então, nos diga o que é tão importante para estourar nossa bolha! — Pisco para minha loirinha, e as amigas que estão presentes soltam um: "OWN" aleatório. — Eu e brigadeirão fizemos a sexagem fetal, e viemos contar em primeira mão se estamos esperando uma trufinha ou um brigadeirinho. — Noto a empolgação de Luiza sobre o assunto. — Fala logo mulher, não nos mate de curiosidade. — Daiany pede em tom de brincadeira. — Vou contar, mas primeiro preciso fazer um convite. – Jaqueline e John vem em nossa direção, próximo ao leito em que Luiza repousa. – Quero que você e Edu sejam os padrinhos de nossa trufinha. Luiza chora de emoção, as duas se abraçam e John vem me cumprimentar, o quarto está tomado em saudações e emoção, engatamos em um papo de opções de nomes para minha afilhada que já amo mesmo sem conhece-la.

CAPÍTULO 34

Luiza Após semanas de espera incessante e cuidados médicos, finalmente minha estadia nesse hospital chega ao fim, sinto um alivio por voltar a ter uma vida com a certeza de ser pacifica fora daqui, todo medo e receio de ter que sair na rua olhando para os lados, verificando se corro algum risco se foi. O simples fato de poder caminhar na rua sem preocupação, faz com que eu respire novamente, sinto que minha carta de alforria chegou, e agora mais do que nunca sei que posso viver minha vida intensamente sem pensar no pior que pode haver pelo caminho. As notícias ultimamente são boas, eu recebendo alta, Jaque gravida de uma menininha que por sinal será minha afilhada querida, e por último mas não menos importante o inesperado casamento surpresa de Daia. Sim, fazem poucos minutos que recebi em forma de mensagem de texto a intimação para ser a pessoa que vai fazer acontecer, não vou chamar de cerimonialista pois sou mais que isso, e sim mandante do crime, isso mesmo, para mim missão dada é missão cumprida, o pior de tudo é que Adriano jogou essa bomba em meu colo, e eu agarrei com unhas e dentes, e dar um casamento de respeito para minha amiga é minha prioridade no momento. Edu está achando loucura essa ideia de casamento surpresa, mas eu louca que sou acho super original, e audacioso da parte de Adriano, me impressionou, e olha que para isso acontecer não é fácil. Por falar em amigos e seus relacionamentos, estamos muito bem obrigada, as enfermeiras quase ficaram loucas com a constante presença deles, o alvoroço e falação entre os corredores do hospital, faziam com que elas ficassem de cabelo em pé, eu sempre ria da situação, me sentindo presenteada por amigos tão especiais. Inclusive hoje em comemoração à minha melhora, faremos algo especial, nada de muita agitação pois mesmo recebendo alta sinto algumas dores e por isso não posso abusar. Meu lindo namorado, nem tenho palavras para descrever o quão atencioso

tem sido durante essas semanas, cada dia tornando-se ainda mais essencial na minha vida, meus pais vieram algumas vezes me visitar, e foi difícil fazer com que meu pai acreditasse que Eduardo não tinha nada a ver com a minha permanência no hospital, mas no final tudo transcorreu bem.

Após um banho relaxante e demorado, nada melhor do que estar em casa, me sinto consideravelmente melhor só pelo fato de estar aqui, mesmo irritada com o cuidado excessivo que Edu tem com relação a tudo o que diz respeito a minha pós estadia prolongada no hospital, confesso que me irrita consideravelmente. Às vezes tenho uns surtos, mas mesmo nisso Edu se sai bem, ele sabe o que fazer e como fazer, ele é perfeito para mim. Estamos a caminho da casa em que Adriano agora vive com Daia, assim que chegamos somos recepcionados com muita animação. A vida me sorriu quando colocou meus amigos em meu caminho, eles fazem com que me sinta abraçada e acalentada diante da pior tempestade. Os pensamentos de uma manhã aterrorizante ainda permeiam a minha mente como pesadelos indesejáveis, e cada vez que isso acontece tenho o apoio que necessito, minha vida caminhava a passos lentos, mas cada um é dado com grande sacrifício e força de vontade. A noite passa muito rápida, nossas conversas e risadas tomam conta da maior parte da comemoração, os olhares de preocupação e uma ponta de arrependimento brilham nas íris de Adriano, eu já imagino o motivo e preciso fazer com que não pense demais, estou determinada para colocar o plano em pratica, ele não pode simplesmente ter receio e por um motivo desses tão pequeno não realizar seu desejo, eu não vou deixar. E por esse e outros tantos motivos arrumo uma desculpa de ir ao banheiro, dando um sinal discreto para que levante-se e siga o mesmo caminho disfarçadamente.

— Porra Adriano, nem precisa abrir a boca, seus olhos já falam por você! — Já vou logo jogando as claras. — Agora que eu entrei na jogada não deixarei que desista, sua ideia é uma das mais originais que já ouvi, e tem todo meu apoio, posso te afirmar com plena certeza de que Daia vai adorar e não se negará a realizar um dos seus maiores sonhos. — Mas como você deduz essas coisas e vai falando sem eu ao menos dizer uma palavra? — Realmente não me conhece. — Deixa de papo, vamos voltar para não dar bandeira, amanhã nos falamos! — Dou a ordem e volto para a sala o mais rápido que posso. Com olhares furtivos sobre mim, sento-me no mesmo lugar de antes ao lado de Eduardo, que sabe muito bem o motivo da minha ida ao banheiro, mas não toca no assunto por saber que não estamos sozinhos. Mesmo sabendo que antes mesmo de chegar em casa teremos falar sobre esse assunto, pois Edu não deixará passar abatido, vai querer saber detalhes da minha rápida conversa com Adriano, sei o homem possessivo que tenho ao meu lado.

Tudo transcorreu na mais perfeita paz, mesmo Eduardo insistindo de que a ideia do casamento surpresa seja uma loucura, estou ao escritório de Adriano na manhã seguinte, para darmos início aos preparativos, afinal, meus planos contam com duas semanas apenas para o grande dia. — É loucura querer fazer tudo isso em duas semanas, Luiza! — Adriano me subestima demais. — Não duvide da minha capacidade, e já vai abrindo a carteira, pois para termos rapidez e para ser tudo lindo como esperado, o dinheiro tem que vir em grande demanda. — Contra todas as minhas perspectivas, olho chocada para a cena que se desdobra a seguir bem em minha frente. — Toma, isso deve resolver. — Fala, retirando da carteira um cartão black da carteira. — Mas saiba que quero prestação de contas, não faça nada de exorbitante, faça somente o que você sabe que fizesse Daiany se sentir

especial. — Vou esmagar as bochechas desse advogato apaixonado. — Tudo bem, vou começar agora mesmo! — Pego o cartão, e sumo de sua frente antes que mude de ideia. Com a minha recuperação evoluindo gradativamente, Eduardo não permite que eu volte trabalhar, faço isso de casa mesmo, mas com tudo isso de certa forma sobrecarreguei as funções da minha amiga e secretaria, que pensando por um lado bom, faze-la ficar atarefada será de grande ajuda para mantê-la ocupada e não me atrapalhar de alguma forma os preparativos para seu casamento. Chego em casa afobada, tento não ficar tão agitada, e manter meu dia mais pacato, mas é quase impossível estando com uma responsabilidade dessas em mãos. Mergulho em pesquisas pela internet e telefone, resolvendo o máximo que posso sem sair de casa, mas quando não houver alternativa, sinto que terei problemas com Edu. Nosso relacionamento anda de acordo com as minhas limitações, na parte do romance, carinho, beijos e certos amassos mais leves, estamos nos saindo bem, mas em questão da vida sexual, anda devagar quase parando, mas por opção do meu namorado super protetor. Será complicado lidar com ele e com esse casamento ao mesmo tempo, mesmo porque tenho que organizar tudo em um curto espaço, mas vou ter que dar um jeito de conciliar, quando coloco algo na cabeça é difícil fazer com que eu mude de ideia, e esse casamento sai daqui duas semanas ou eu não me chamo Luiza.

Posso dizer que quero desistir de casar só pela experiência que tive nessas duas semanas, já estávamos no dia do casamento e eu não parei ainda desde cedo, está quase tudo pronto no local da cerimônia, não teve como correr atrás de todos os detalhes que Daia nos deu como dicas, pois tínhamos pouco tempo, mas acho que a maioria das coisas vão sair como ela deseja e eu apesar de nervosa estou com uma ansiedade que não cabe em mim.

A desculpa que eu e Jaque arrumamos para que todas nós pudéssemos ir ao salão e fazer maquiagem e cabelo, foi uma festa de gala que inventei de última hora, dizendo que a Novaes seria premiada e devíamos estar presentes, e a bobinha caiu como patinho. O problema é que eu e Jaque não sabemos qual desculpa dar a ela para enfia-la dentro do vestido, e estamos fodidas ainda mais pelo fato que os vestidos das madrinhas terem a mesma cor, então nosso dilema agora é esse, para não desconfiar de algo eu preciso cobrir os olhos dela e enfiar o vestido de noiva, e ao mesmo tempo me enfiar em um vestido de madrinha, tendo também Jaque grávida de cinco meses envolvida nessa correria toda contra o tempo. Resumindo.... Estou sendo comida pelo cú sem nenhum lubrificante, sem nenhum cuspinho pra ajudar a deslizar. Recebo a ligação de Adriano avisando que no local da cerimônia está tudo certo e arrumado, os padrinhos também já estão indo se arrumar, então me vem em mente um fingimento, já que estamos no salão de beleza e praticamente prontas entre cabelos e maquiagens. — Daia, Edu acaba de me dizer por telefone, que Adriano quer que levamos você agora para um restaurante, que nós vamos jantar, mas pediu também que te levasse vendada, surpresas estão por vir. — Não teve como não dizer que teria uma surpresa, só espero que a última coisa que passe em sua mente é casamento surpresa, se não meu esforço vai pro saco. Ela fica toda agitada e curiosa, mas faço todos os rodeios possíveis para colocar à venda nela antes mesmo do vestido, e consigo. Estamos a caminho, todas prontas para o lindo evento e eu confesso estar mais ansiosa do que a própria noiva que nem sabe que é noiva. Jaque com seus hormônios gestantes, chora em silêncio emocionada com não sei o que, porque não vimos nada ainda. Chegamos ao local em que todos já sabiam do casamento surpresa quando foram convidados, até familiares dela, inclusive o pai que já estava nos esperando sair do automóvel. Ele pega na mão de Daia sem dizer nada, e levamos a noiva vendada a porta que depois de aberta verá seu noivo esperando no altar e todos os convidados ao redor, eu carrego seu buquê por enquanto, caminhamos em silêncio até o local estabelecido, respiro fundo e

me posiciono junto com Jaque, Jhon e Edu fazendo sinal ao pai de Daia para retirar a venda. Quando acontece o esperado, Jaque chora mais que um bebê, eu não aguento derramando lágrimas de emoção também enquanto Daia começa olhar para tudo e ficar confusa. — O que está acontecendo aqui? Pai o que o senhor faz aqui? — Ninguém responde, e com um sinal meu a cerimonialista abre a porta, sentimos um vento fresco nos encontrar, e num gramado extenso com um tapete longo como passarela esticado até o altar, várias cadeiras de metal branco espalhadas e organizadas com todos os convidados, agora de pé esperando a noiva, flores rosas e brancas por toda parte, o altar todo branco, lá a espera Adriano e o padre Heitor. Viro-me para entregar o buquê de rosas brancas para Daia, que está com a mão no peito, já derramando lágrimas de emoção. — Tem dedo seu nisso, não é mesmo? — Ela me pergunta chorosa. — Lógico que sim, na maior parte disso tudo tem todos os meus dedos, agora trate de se recompor e caminhar até seu noivo para dizer um sim bem grande, para não desperdiçar todo meu trabalho e dinheiro do seu futuro marido! — Ela faz sinal positivo com a cabeça sem conseguir pronunciar qualquer palavra. A música escolhida pra ela entrar e ir de encontro com Adriano é do Jason Mars - I won't give up a mesma que ele usou de tema para voltar com ela, aquela mesma que todos acharam uma graça a declaração de amor dele entregando uma rosa de cada vez à cada estrofe da canção. Caminhamos em direção ao altar, vejo um Adriano emocionado e hipnotizado pela beleza de sua noiva vestida de princesa. Tudo rola maravilhosamente bem, a cerimônia foi linda, o padre disse muitas coisas tocantes, Daia disse sim e o tempo todo me olhava com um olhar de gratidão, só com isso me fez ganhar o dia e fez valer a pena cada noite sem sexo com meu namorado, por conta do cansaço excessivo que os preparativos me causaram.

CAPÍTULO 35

Luiza A comemoração após a cerimônia não foi diferente, tudo estava perfeito, como eu havia planejado, o salão estava todo decorado com flores e lustres, muitas mesas espalhadas por toda área, e um lugar reservado para a pista de dança. A chegada dos noivos é ovacionada, por muitas palmas e assovios, quando a dança começa é impossível segurar a emoção, ver um casal completamente apaixonado, entregue, em um momento tão especial como esse, tão romântico. Todos à nossa volta estão vidrados no casal de noivos, que deslizam pela pista em uma música lenta e de tirar o folego de qualquer um que observa. Me sinto tão feliz por de alguma forma ter feito parte disso, de ver o trabalho todo concluído e o sorriso e leveza que o casal de amigos expõe em seus rostos. Os comes e bebes são liberados, sentamos todos a mesa e conversamos sobre a cerimonia e todos os detalhes, estou um nojo após tantos elogios que recebi, e orgulhosa de mim mesma, mas com o pensamento de nunca mais assumir uma responsabilidade dessas. Corri muitos riscos de não dar certo, fora que estava passando por uma recuperação, e hoje graças a Deus não sinto dores e já voltei a viver normalmente, sem limitações e regras. As medicações já foram suspensas, e a volta ao trabalho está prevista para muito breve. Vida sexual está voltando aos poucos, pois o meu mau humor já havia sido reparado por Edu que não aguentava mais, então o venci pelo cansaço, se nossa vida sexual dependesse dele para voltar à ativa, estaria louca, mais precisamente internada no manicômio. Praticamente o ameacei para fazer com que eu me sentisse mulher novamente, estava totalmente aos farrapos, vazia, e literalmente subindo pelas paredes, cheguei até a cogitar que sua calmaria nesse período de abstinência sexual estivesse ligado a uma terceira pessoa, que estaria realizando suas fantasias mais insanas, sim, eu fui infantil a ponto de acusa-lo de traição. Mas levei um tapa na cara pela lição de moral que Edu despejou sobre mim, dizendo que o sexo podia esperar e que nosso relacionamento era muito mais do que aquilo. Não é um príncipe?

Quando cansamos de permanecer sentados e comendo sem parar, aproveitando a oportunidade, convido meus amigos e meu namorado para dançar, e todos vamos juntos, nos acabamos em suor e risadas aleatórias, minha noite não podia estar mais feliz, olhar para os lados e ver os meus amigos tão felizes quanto eu, era realmente o que faltava em minha vida para fechar esse ciclo, com um lindo e belo sorriso de satisfação, deixando para trás todo choro derramado, todo medo sentido, e toda angustia marcada após tanta coisa que agora faz parte somente do passado.

— Vou morrer, e não conseguiria te agradecer o bastante! — Daia não tira o sorriso do rosto. — Não tem nada que agradecer, sei que faria o mesmo por mim. — Estamos sentadas após dançarmos muito. Eduardo dançou mas não se mostrou tão animado com isso, o tempo todo trocando segredos com os amigos e para atiçar de vez minha curiosidade, Jaqueline está fazendo parte da rodinha de fofocas. Não nasci ontem e sei que ai tem coisa das bravas, mas espero para ver até onde essa merda toda vai. — O que tem de tão interessante acontecendo? — Pergunto a Daia que suspeito ser cúmplice de algo. — Vou acabar com isso agora mesmo. — Levanto-me rapidamente, sem dar chances de ser impedida. Vou a passos largos em direção a rodinha medíocre de amigos, sendo notada, pelos olhos estalados de Eduardo, que vira-se de costas faltando dois passos para alcança-lo. Fico pasma com sua atitude, mas antes que eu grite ou faça qualquer menção de um respeitado show da biscate, ouço uma voz soar no microfone fazendo com que a música pare. — Chegou a hora de jogar o buquê! — Olho em sua direção, com meu melhor olhar mortal, capaz de matar um.

Sem pensar em porra de buquê nenhum, sigo meu caminho indo atrás de Eduardo, que agora sumiu de minhas vistas, mas até que não é uma ideia tão ruim, sair da multidão, ninguém precisa presenciar o que está por vir. — E eu quero chamar a pessoa que foi responsável por realizar meu sonho essa noite, vem Lu, sobe aqui minha madrinha e cúmplice de toda essa surpresa maravilhosa que recebi, e não tenho palavras para agradecer. — A filha da puta não me faz ter outra saída a não ser parar onde estou dando meia volta para subir ao palco para receber de bom grado o que minha amiga quer me dar, não posso estragar tudo, Eduardo pode esperar. Sigo meu caminho rumo ao palco, com um sorriso amarelo no rosto, tentando transparecer uma felicidade que eu sentia a alguns minutos atrás e que se esvaiu pela irritação que meu namorado me causou. Mas sigo plena com apenas uma coisa assando em minha mente, como desossar um namorado fujão em menos de uma hora. Seria cômico se não fosse trágico. — Não precisa agradecer, já cansei de falar isso hoje. — Falo meio sem paciência, sem demonstrar muito minha irritabilidade. — Boa noite senhoras e senhores, estou aqui por insistência e não por querer tirar o brilho da noiva. — Todos riem, com meu falatório diante do microfone. — Agora tenho a honra de anunciar para as solteiras de plantão que o buquê será jogado, então tomem os seus lugares. — Dou o veredito após o microfone ser retirado da minha mão por Jaqueline, que até então não havia percebido que estava aqui tão próxima. — Não adianta me olhar com essa cara de cú com câimbra, não somos casadas e temos os direitos do mundo para querer pegar esse buquê. — Diz praticamente me arrastando para o local indicado por mim mesma. — Você só pode estar ficando louca, esqueceu que minha afilhada está ai dentro? — Faço com que se lembre que carrega um serzinho indefeso dentro dela, e que seria o cumulo da irresponsabilidade querer se enfiar no meio dessas desesperadas para pegar a porra de um buquê de flores, por conta de um mito que quem pega-lo será a próxima a se casar. — Tudo bem, vai com calma ai, eu não posso arriscar, mas você não tem nenhum motivo para não ir, vai lá e me representa. — Me sinto usada.

Sem conseguir argumentar contra sua vontade, Jaque me convence, e eu vou inda e bela para o meio da aglomeração. Me posiciono sem a mínima vontade de permanecer ali, a contagem irritante se inicia, por duas vezes a inevitável e já prevista contagem falsa, estou revirando os olhos internamente. — Um...dois...três... Nesse momento as luzes se apagam, e eu só ouço gritos, pensando que foi algo na iluminação ou apenas uma primeira falha na noite até então dada como perfeita. É nessa hora que o inesperado acontece quando as luzes se acendem, os olhos de Eduardo me queimam lá de cima do palco, vejo o microfone em sua mão direita, e o suave toque da batida lenta reconhecida assim que o som chega aos meus ouvidos, é aquela música que marcou uma das fases no início de tudo, aquela que ele toou no violão só para uma pessoa apreciar, e agora o que está por vir é simplesmente inesperado. Sua voz rouca e de certa forma baixa soa pelas caixas de som que estão espalhadas por todo salão, e eu só fecho meus olhos para receber. — Eu quero me segurar em você, achar um canto para nós. — Ele inicia a canção fazendo com que não sinta o chão aos meus pés. Só ai vejo que a noiva em questão está vindo em minha direção, com seu buquê estendido como se estivesse me oferecendo, e nada faz sentido agora. Olho em minha volta e não há mais ninguém além de nós, minha amiga chega ainda mais perto e me entrega de vez o que deveria ser arremessado a segundos atrás, eu aceito sem entender e ao mesmo tempo sou direcionada a dois passos para trás, encontrando uma cadeira para repousar enquanto a canção se desenrola em câmera lenta, é como e o mundo parasse de girar, como se estivéssemos à sós todo tempo. — Vou te ter como minha esposa, você tem minha alma, minha vida. — A cada passo que Edu dá, chegando cada vez mais perto do lugar onde permaneço inerte a todos os sentimentos que explodem dentro do meu peito, incontáveis borboletas se apossam do meu estomago, meus olhos marejados pelo rio de lágrimas que ameaça a todo tempo cair. — Tudo o que eu peço de você é que apenas me deixe ser que te leva. Eu te levarei para casa, até que eu esteja velho e de cabelos brancos. — Ele sorri com essa última frase

cantarolada, o silencio toma conta do ambiente, nossas respirações ouvidas a quilômetros de distância, meu coração está prestes a sair pela boca. Pressiono meus lábios com força, não suportando mais segurar as lagrimas, deixando com que lavem meu rosto de emoção. Eduardo deixa o microfone de lado fazendo com que esse momento seja somente nosso. Suspiro observando cada movimento seu, assim que se ajoelha, fazendo com que nossos olhares estabeleçam o mesmo nível de horizonte, vejo ali amor do mais puro e verdadeiro transparecer. — Seja minha para sempre? — Concordo logo de cara com um aceno positivo. — Casa comigo? — Tira uma caixinha verde claro do bolso de seu paletó, abrindo-a lentamente, me deslumbrando com a tamanha sensibilidade que o anel apresenta assim que admiro o pequeno brilhante delicado e cada detalhe traçado ali naquela pequena joia, mas que mesmo assim, seu significado era imenso. — Sim! — Respondo, fazendo com que o buquê caia da minha mão pelo afobamento, Edu aproveita a oportunidade e captura minha mão direita. Desliza o anel delicado até que encaixe corretamente no fim do percurso, ao terminar seu feito, permanece com sua mão cobrindo a minha, depositando um beijo casto na peça que ali foi deixada por ele, e que representa todo seu amor por mim.

CAPÍTULO 36

Luiza

Quatro meses depois.... Já estamos esperando não sei quanto tempo, quando Jhon irrompe a sala de espera com um sorriso enorme nos lábios, uma cara de desnorteado, um brilho imenso nos olhos com lágrimas rolando pela face, todos ficamos em pé e olhamos para ele em busca de notícias, saber o que aconteceu no caralho da sala de parto. — John eu não aguento mais ficar olhando para essa sua cara de paisagem, dá pra me dizer pelo amor de Deus se elas estão bem e se podemos ver minha afilhadinha? — Estou sem paciência, apesar de me achar um tanto egoísta nesta minha atitude. Ele respira fundo dirigindo-se a mim com um ar um tanto quanto emocionado, eu tenho a leve impressão que vai soltar um soco no meio do meu nariz, e sinceramente acho bem feito por não conseguir manter essa língua enorme dentro da boca. Então fecho os olhos, e só espero o impacto vir e estraçalhar o que eu chamo de rosto, devia ter respeitado o momento do cara. Não termino nem de concluir o pensamento, quando John chega em minha frente e o inesperado acontece, ele me abraça, sim ele me abraçou, e está se derramando em lágrimas no meu ombro. Não tenho reação nenhuma, foi tão inesperado para mim que nem consigo retribuir o abraço. — A trufinha é linda, ela é linda! — Essas são as únicas palavras que saem de sua boca e eu não aguento ver um homem desse tamanho chorando. Quando vejo estamos todos emocionados na sala de espera em um abraço conjunto, um consolando o outro. Nossa entrada é liberada, como Jaque teve cesárea por conta de um descolamento de placenta, se encontra em recuperação e só podemos ver a trufinha por enquanto. Estamos em um corredor gigantesco que eu imagino ser o berçário, pois ouço uns choros de bebês ao longe e outros bem estridentes próximos, meu coração está acelerado, não sei se é por ver minha afilhada bebê ou se é por imaginar que eu poderia hoje ter um bebê em meus braços. Tento driblar minha mente e focar meus pensamentos todos em algo muito bom e no presente em que estamos vivendo.

— Aquela é a Julia, olha Luiza, sua afilhada não é a coisinha mais linda e fofa que você já viu? — John fala voltando a se emocionar. Então eu olho em direção ao vidro que nos separa de onde a enfermeira cuida de vários bebês, e quando avisto minha afilhada desabo completamente me entregando a emoção, ela é sim a coisinha mais linda e fofa da dinda. Está tão serena embrulhada em uma mantinha cor de rosa e dorme feito um anjinho, sinto uma vontade imensa de pega-la e nina-la em meus braços até cansar de segurar. Sinto as mãos de Edu me amparando e eu só sei chorar de emoção, uma emoção que me toma de um jeito que meus sentimentos todos se misturaram e eu me sinto tão frágil nesse momento, tanto que Edu percebe e me abraça com todo carinho e afeto do mundo, eu encosto minha cabeça em seu peito retribuindo. — Estou tão feliz pelo nascimento da nossa afilhada, mas não consegui mascarar a tristeza que senti em pensar que poderíamos estar com o nosso bebê aqui, em como ele poderia ser, mas infelizmente esse sentimento foi arrancado de nós da pior forma. Não temos outra saída sem ser superar isso meu amor, não gosto de te ver assim, estamos felizes mesmo depois de tudo o que passamos, vamos pensar no presente e em um futuro juntos, mais nada me importa contanto que você esteja ao meu lado. — Concordo, e ficamos admirando um pouco mais a perfeição que Julia é, e como fomos abençoados por tê-la como afilhada. Me apego somente a isso sem deixar com que qualquer outro assunto abale o meu sentimento de realização e felicidade, nos juntando aos outros, seguindo juntos para o quarto em que Jaque estava. A enfermeira oferece para que eu segure Julia nos braços e leve até a mãe, ando pelo hospital com ela aconchegada em meu colo, toda pequenininha, delicada, dormindo serenamente. Ao abrimos a porta do quarto, Jaque já nos aguarda ansiosa por nossa chegada, eu começo a me emocionar novamente, e entrego para a mamãe seu pacotinho que tem o cheirinho mais viciante do mundo. — Ela é linda não é, Luluzinha? — Jaque está com o semblante abatido, mas o sorriso não sai de seu rosto. — Estou completamente apaixonada por ela! — Confesso me amor

imediato por minha afilhada recém nascida.

Seis meses depois... O tempo passa rápido demais, depois do nascimento de Júlia, começamos a ir atrás dos preparativos do tão esperado dia do nosso casamento, mais feliz e afobado do que eu, está Daiany, que assumiu o posto de madrinha babona, me acompanha em todas as decisões e quer saber de cada detalhe. Acho que vê essa oportunidade como agradecimento ao que fiz pelo seu casamento, me sinto feliz em poder cuidar de cada detalhe do meu dia esperado, com minhas amigas, queremos viver cada fase da nossa vida acompanhada da outra. A primeira coisa que decidimos foi a igreja, e o local da festa, isso já está decidido, mas agora que já se passaram seis meses do nascimento da trufinha, estamos começando a todo vapor, pra termos tempo de resolver tudo, a data também foi decidida entre eu e Edu. Hoje começaremos oficialmente a decisão das cores da decoração, tanto da igreja como da festa, depois daqui eu e Daia vamos passar na casa de Jaque pra ver Júlia que a cada dia está ficando mais sapeca. — Para igreja quero tons mais pasteis, algo leve e sem nada chamativo, agora no salão de festas quero ver as opções de cores ainda! — Exponho meu ponto de vista. — Lu, o que acha do salão ser decorado de branco com detalhes em prata e azul marinho? Sei que gosta muito de azul, você teria opções para nos mostrar de decorações nessas cores? — Pergunta para organizadora Gisela, minha mãe que a indicou, ela é impecável e muito simpática. — Acho que quero os vestidos das madrinhas em um tom nude o que acham? — Quero saber a opinião delas. — Eu adoro essa ideia neutra para igreja e glamour todo focado na festa, vai ficar maravilhoso pode ter certeza! — Gisela afirma, me deixando mais confiante. Resolvemos hoje então que as madrinhas vão de nude, a decoração da igreja será toda revestida em flores brancas sem mais detalhes de cor, e o salão ficou em cores branco, azul marinho e prata. Saímos animadas após

todas as decisões tomadas, fomos para a casa de Jaque, pois agora minhas visitas são constantes, sou uma dinda presente e quero estar presente em todas as fases de Julia. Meu sorriso vem espontaneamente em meu rosto, pois avisto Júlia no colo de sua vovó, e quando me vê, começa balançar as perninhas e bracinhos querendo se livrar dos braços de sua avó e vir ao meu encontro, então ela é solta no chão e vem direto a mim, com um arquinho de flores na cabeça e com o seu sorriso lindo banguelo que me transborda de amor. Pegando-a em meus braços, encho suas bochechas de beijos e com sua gargalhada me faz sentir a pessoa mais realizada do mundo por ser especial para esse serzinho que tem meu coração todinho em suas mãos. Entrego um embrulho pra ela que fica toda eufórica em abrir sabendo que é um presente, que eu faço questão de dar um sempre que venho visita-la. — Já vai a Luluzinha, mimar mais ainda minha trufinha! — Jaque sempre reclama, mas eu pouco me importo. — Não reclame, para de ser chata e deixe-me mimar minha afilhada! — Depois que virou mãe, ficou ranzinza! — Daia fala vindo em nossa direção. — Dindo mandou um beijo e disse que vem te ver ainda essa semana! — Falo com Júlia como se ela entendesse algo, mas me sinto na obrigação de avisar pois Edu não gosta que venho sem ele. Esse está tão apaixonado pela afilhada que Jhon sente ciúmes, chega ser até engraçado ele dizendo para Edu fazer uma filha pra ele e deixar a Júlia, que já tem um pai. Por falar nisso, eu e Edu conversamos muito sobre esse assunto após tudo o que aconteceu no hospital e decidimos engravidar, mas só interrompi a pílula ontem e ele nem sonha que isso só aconteceu agora, ele acha que parei desde a nossa conversa à seis meses atrás, mas não tive coragem, só agora é que consegui assimilar tudo e colocar na minha cabeça que quero ser mãe e não vejo a hora que isso aconteça. Após uma despedida dolorida, pois trufinha deu de chorar quando percebeu que eu estava de saída, meu coração ficou em pedaços, mas Jaque insistiu que Julia tem que entender, e eu fui mesmo querendo ficar. Deixei

Daia em seu apartamento e nesse momento estou indo para casa, quando meu celular toca. — Oi amor, estou no trânsito! — Atendo no viva-voz. — Eu estou em casa, você está chegando ou tem algum lugar para ir antes? — Noto uma leve irritabilidade em sua voz. — Sim, acho que daqui alguns minutos, chego! — Beleza, te espero! — E desliga na minha cara sem ao menos se despedir. Eu estranho essa atitude de Edu, mas coloco na minha cabeça que ainda deve estar azedo porque fui ver Júlia sem ele, do jeito que é exagerado bem capaz, mas quando chego em casa, encontro um Edu transtornado, andando de um lado para o outro e quando me vê, me manda sentar, vejo que o chumbo vai ser grosso e sento sem questionar o porquê de tudo isso. — O que está acontecendo? Porque está tão nervoso? — Questiono, sem saber o real motivo de tanto nervosismo. — Você ainda me pergunta? Quero saber o porquê anda mentindo pra mim!!! — Ele não pergunta, e sim afirma. — Eu não estou mentindo, porque está dizendo isso? — Engulo seco, com o nó que se forma em minha garganta, não pode ser o que estou pensando. — Você não está mentindo? Tem certeza? - Dá uma risada irônica como quem diz que estou lhe fazendo de otário e eu não gosto nada do rumo que essa conversa está tomando. — Então me explica que porra é essa aqui!!!!! — E joga em cima de mim minha cartela de anticoncepcional. Eu paro até de respirar. A imbecil aqui esqueceu de jogar essa porra fora, como sou cabeçuda, agora quero ver eu sair dessa. Não tenho outra saída sem ser falar a verdade. — Eu posso explicar... — Parece até que fui pega em uma cena de novela traindo e falando essa clichê frase. — Eu acho ótimo que você possa explicar mesmo, porque o idiota

aqui estava achando que você queria o mesmo que eu, o imbecil aqui estava prestes a fazer exames acreditando que havia algum problema por você ainda não ter engravidado depois de seis meses tentando!! — Ele está no ápice da ira, anda de um lado para o outro falando alto e puxando seus cabelos, a ponto de eu achar que vai arranca-los a qualquer momento. — Calma amor! Eu sei que errei feio, mas não tive coragem de chegar em você e contar o que estava acontecendo dentro de mim, tive medo, mas agora já estou preparada, me decidi desde ontem que quero tentar sim ser mãe, e quero que me perdoe pelo que fiz, eu devia ter conversado com você, me desculpa? — Sou sincera — Você deveria ter me falado, agora me sinto um idiota, pensando que só eu desejava esse filho, sozinho! — Ele senta ao meu lado com um pouco mais de calma, respira fundo e fala com um tom sereno. — Você não quer ter filhos? Me diga, por favor, preciso saber, então converse comigo! — Pede, e eu me sinto a pior pessoa do mundo. — Lógico que eu quero, mais do que tudo nessa vida, mas mesmo com toda minha emoção depois do nascimento de Júlia e com a nossa conversa, não foi o suficiente para minha cabeça aceitar, eu queria mas havia um bloqueio que só agora consegui compreender e mais do que nunca quero tentar engravidar, eu preciso disso tanto quanto você! Ele segura minhas duas mãos, me dá um daqueles sorrisos que faz meu coração parar uma batida e fala com todo amor do mundo: — Está pronta pra ser mamãe??? — Com toda certeza! — Respiro aliviada pela compreensão, mesmo minha mente sendo um tanto quanto complicada, Edu mostra que é maduro o bastante para aceitar o que as vezes eu acho loucura, ou até mesmo quando passo por essas oscilações emocionais.

CAPÍTULO 37

Luiza Já havia se passado alguns meses após nosso desentendimento sobre não ter interrompido o uso do anticoncepcional, estávamos muito bem a não ser pelo fato de eu não ter conseguido engravidar ainda mesmo depois de tanto tempo. Agora eu e Edu estávamos aguardando para pegar os resultados dos exames e ver se há algo de errado com um de nós dois. Estou muito triste pois minha menstruação vive atrasando, e toda vez eu já achava que era meu bebê a caminho, foram incontáveis testes de farmácia, e todos com o mesmo resultado: NEGATIVO. Já estou esgotada psicologicamente, mas Edu me dá a força que eu preciso, sempre, e me ajuda a não desistir de um desejo nosso, e quando isso acontecer sei que vai ser um dos melhores dias da minha vida. Eu tinha certeza que o problema estava em mim, pois havíamos acabado de sair do médico de Edu e com os exames dele estava tudo bem, o medo me corrói por dentro, em pensar que eu já engravidei, imagina se agora não puder mais? Entramos no consultório após sermos chamados e minha médica está com meus exames em mãos e meu coração já dispara esperando o pior, Edu segura minha mão me dando o conforto que preciso, meus olhos já estão transbordando em lágrimas, mas nem respiro para evitar derrama-las. — Bom dia Luiza, porque essa carinha de pavor, meu bem? — Minha médica é um amor, se preocupa com meu bem estar sempre quando venho. — Bom dia Dra. Marcela, estou meio aflita pois acabamos de vir do médico de Edu e soubemos que não há nada nos exames dele, então pensando pela lógica só pode ser algo comigo, cinco meses é muito tempo para tentar e todas as tentativas serem frustrantes. — Edu leva minha mão até seu a lábios e deposita um beijo. — É Luiza realmente há um pequeno probleminha atrapalhando sua ovulação, mas tem como ser resolvido. — E o que é que eu tenho afinal, doutora? — Já não consigo segurar

a aflição e começo a derramar lágrimas grossas pelo rosto, Edu vem me amparando e começa a seca-las com o polegar passando suavemente em minha bochecha. — O que você tem é chamado popularmente de síndrome dos ovários policísticos, a causa não é bem compreendida, mas pode envolver uma combinação de fatores genéticos. Os sintomas incluem irregularidade menstrual, no seu caso esse distúrbio foi hormonal e causou um aumento no tamanho dos seus ovários, com pequenos cistos na parte externa deles. — E tem cura doutora? Eu vou poder engravidar? — Essa explicação dela só aumentou minhas lagrimas e desespero. — Fique calma Luiza, não é um bicho de sete cabeças, conseguimos resolver esse pequeno problema com o uso de um medicamento que vai eliminar esses pequenos cistos e aumentar sua ovulação, ficando na proporção normal, só peço que siga certinho o tratamento e tome o remédio nos horários corretos. Estou anotando e especificando tudo aqui na receita, são somente alguns dias, e depois disso você voltará para uma próxima consulta, faremos novamente os exames e verificar se está tudo dentro dos conformes. Estando tudo bem, pode voltar a praticar bastante até engravidar, e sua gestação será saudável, essa síndrome depois de curada não interfere em nada, por isso fique tranquila. — Está vendo amor, tudo ficará bem! — Faz carinho com seu polegar entre os nós dos meus dedos. Saímos do consultório animados para seguir o tratamento e o quanto antes começar a praticar, para finalmente conseguir ter nosso bebê tão desejado.

Três meses depois

...

Tudo está em seu devido lugar, terminei o tratamento e eu e Edu não sabemos fazer outra coisa sem ser praticar bastante. Faltava dois dias para o nosso grande dia e minha ansiedade só aumentava, me fazendo até passar mal

as vezes, mas já estava acostumada, sempre tive crises de ansiedade, mas dessa vez estava durando muito tempo, toda manhã eu já acordo com tontura e uma ânsia fora do sério, mas depois de tomar uma água e respirar fundo, descansando uns cinco minutinhos na cama, melhoro e seguindo o dia normalmente deixando tudo pronto para o casamento, e se não fosse Daia me ajudar com os preparativos estaria a ponto de um surto dos bravos. O tempo voa literalmente, eu e minha ajudante oficial estamos indo para o ateliê que fez meu vestido, preciso fazer os últimos ajustes, e depois disso já deixei minhas malas prontas, pois vou hoje para São Paulo, nosso casamento será lá, e todos querem que eu fique hoje e amanhã sem Edu para criarmos expectativa até o dia da cerimônia. Posso dizer que Edu ficou louco, mas eu também concordei com a ideia apesar de me arrepender um pouco agora, pensando que dormiremos separados. — Caralho Daia, me ajude abotoar esse vestido, eu não posso ter engordado, tão perto do casamento! — Estou indignada tentando fechar meu vestido que ao que parece não serve, sim, o dia não podia ficar pior, faltando dois dias para meu casamento eu engordei, é o fim dos tempos, Jesus, me leva. — Calma Lu isso acontece, por isso precisamos da última prova, pois pode acontecer de engordar ou emagrecer, não surta! O estilista fez os ajustes na hora e levamos o vestido conosco, agora estamos indo para o aeroporto, mas nesse momento não me sinto bem, e mando o motorista do táxi parar a porra do carro para poder botar minha alma pra fora em forma de vômito. Quando me recupero do mal estar, Daia está com os olhos brilhantes, e com um sorriso bobo nos lábios. — Já te disse que meu negócio é rola, e de preferência a de Edu, então pare de me bolinar. — Você é tonta ou o que? — Opa, guarda as facas, foi só uma brincadeirinha! — Mostro a língua pra ela. — Para de ser burra Luiza, você acabou de vomitar até as tripas e o

seu vestido não coube em você, me diz a quanto tempo anda passando mal! — Daia acho que é o nervosismo, não pira! — Não pira o cacete, vamos comprar o teste agora no aeroporto pra confirmar minhas suspeitas! — E bate palmas quicando no Banco do táxi. — Não vou comprar porra nenhuma, não estou afim de me iludir, então para, tenho certeza que é por conta do casamento chegando, eu estou muito ansiosa! — Faz assim, compramos o teste e vamos fazer no banheiro do aeroporto mesmo, se der negativo eu faço o que você quiser, mas se der positivo vai contar para Edu somente nos votos do seu casamento daqui dois dias! — Está bom palhaça, combinado, vai aguardando que seu castigo será a altura. — Como tenho mais do que certeza do resultado, conto vitória. Chego ao banheiro do aeroporto com uma certa ansiedade, um frio na barriga, mas respiro fundo e entro na cabine deixando uma Daia ansiosa do lado de fora, combinamos que eu não veria o resultado, ai faria o teste e sairia da cabine para vermos juntas, sem burlar resultado nenhum. Faço meu xixi no potinho, me limpo, dou descarga e saio para fora da cabine, encontrando Daia quase descabelada, então coloco o teste mergulhado no xixi e esperamos, olhando fixamente para o teste, sem piscar. Então o resultado surge e eu sem acreditar pego na mão para ver mais de perto: POSITIVO. Minha amiga se descontrola e começa a pular em volta de mim, batendo palmas e chorando ao mesmo tempo, eu fico estática no lugar, com o teste na mão, os olhos parados, e a boca aberta, minha ficha não caiu. — Eu sabia, eu sabia, é o seu mini Edu que está aqui! — Coloca a mão na minha barriga, e então me vem um choro compulsivo, que chego até a me tremer de tão forte que foi a emoção que me tomou. — Calma Lu, agora está tudo bem, tudo dando certo, como você sempre quis, você tem que ficar bem e se manter forte para o seu bebê. Lembre-se que agora tem que pensar nesse serzinho aí dentro! AI QUE FELICIDADE!!! Não temos tempo agora para comemorar, estão chamando nosso voo, se acalma!

Eu respiro fundo e começo a me preocupar com tudo o que vem junto a uma gestação, meu Deus agora eu estou fodida mesmo, estou mais ansiosa do que nunca para o casamento chegar, pois pelo o que conheço de Daia essa diaba, fará valer essa porra de aposta. Já estamos no hotel, eu e Daia combinamos ir amanhã fazer um exame de sangue em algum laboratório para confirmação da gestação. Agora minha ficha está começando a cair, eu as vezes me pego sorrindo sozinha e acariciando minha barriga, a felicidade é tanta que não cabe em mim. Edu me liga todo manhoso via Skype, conversamos bastante e eu acabei pegando no sono antes mesmo de desligar, e no meio da noite acordo assustada e sem ele na cama, me vem um vazio.

Edu Chegou o dia do sim, para uma vida que eu nunca imaginei querer, e agora não só quero, como estou ansioso demais para que aconteça. Daqui algumas horas Luiza será oficialmente minha, e meu dia está tranquilo, a não ser pelo fato de descobrir que minha loirinha passou mal, Adriano me contou, e eu posso dizer que estou puto da vida, sem saber notícias, tiraram o celular da minha noiva e não tem como falar com ela hoje o dia todo. Só irei vê-la no casamento mesmo, e para isso ainda faltam algumas horas. Estou quase pronto quando John e Adriano irrompem a porta do meu quarto, me dando um susto, estou tão aéreo, nervoso. — Olha ele, que charmoso noivinho! — Vai tomar no cú, Adriano! — Vamos logo, não queremos chegar depois da noiva não é mesmo? O motorista nos levou até a igreja, que Luiza fez que nosso casamento fosse realizado aqui, a igreja nossa senhora do Brasil, e agora vendo de perto e decorada posso dizer que foi a melhor escolha, minha mulher é foda, pensou em cada detalhe, está tudo do jeito que ela quis, escolhido por ela. Confesso que o que mais está me deixando nervoso são os votos de casamento, sempre declaro meu amor a Luiza e ela vive falando que sou fofo e romântico, só não sei se vou conseguir ter esse meu lado com várias pessoas me olhando, e também o fato da curiosidade de vê-la vestida de noiva. Essas duas coisas estão me deixando com os nervos à flor da pele. — Calma filho, daqui a pouco ela estará aqui, só mais alguns minutinhos. — Minha mãe tenta me acalmar, mais de nada adianta. Nada me acalma, o tempo parece não passar quando mais preciso, por isso tento não ficar pensando no momento em que entrará por aquela porta. Penso em como meu pai gostaria de estar aqui comigo e com minha mãe nesse altar me vendo casar, ele que tanto me criticava pelo meu jeito mulherengo ficaria orgulhoso, em me ver aqui, esperando o amor da minha vida entrar. Todos já estão à postos, demora em torno de uns dez minutos até

começar a tocar a música que Luiza escolheu pra entrar na igreja. Abrem-se as portas da igreja, e eu não consigo segurar as lágrimas, eu sorrio, enquanto passa um filme constante em minha mente ao observar o amor da minha vida andando em minha direção. Um anjo, isso é o que ela é para mim desde o início, um anjo que me resgatou da vida em que levava, a acompanho com meu olhar, e vejo que também está emocionada quando chega em minha frente. Seu pai abençoa nossa união entregando a mão de Luiza a mim, eu a aceito beijando os nós de seus dedos. Meu coração explode de constante felicidade por estar aqui e agora, vivendo esse momento com ela. — Você está linda! — É a única coisa que eu consigo pronunciar no momento. Fico vidrado nela, não consigo desgrudar os olhos, limpo as lágrimas que escaparam e assim o padre dá início à cerimônia. — Estamos reunidos na presença de Deus para celebrar e testemunhar a união entre Luiza Garcia e Eduardo Novaes, perante a igreja... — O padre fala e eu não escuto nada, só tenho olhos pra ela. — Este é um estado de vida santificado por Deus que pretendem iniciar. Para isso darão mútuo consentimento e farão solenes promessas unindo as suas mãos e trocando alianças. Portanto, neste dia, oramos por eles para que, fortalecidos e guiados pelo espírito santo, realizem juntos os propósitos de Deus para as suas vidas terrenas. Deus nosso pai, assim como sustentaste Eduardo e Luiza em amor e confiança, permite também que pelo poder do teu santo espírito, eles possam cumprir os votos que vão fazer na tua presença. — Ele entrega a mim um microfone, e eu já sei que a partir daí tenho que engolir minha vergonha de expressar meus sentimentos com tantas pessoas presentes e continuar na nossa bolha como se nada mais existisse. — Hoje o dia pra mim não foi nada fácil, aliás não tem sido esses dois últimos dias, pois você ficou longe de mim. Parecia que faltava um pedaço do meu corpo, eu não consegui dormir sem você ao meu lado, e isso só me fez acreditar ainda mais que o destino queria nos unir, passou um filme na minha cabeça de tudo o que aconteceu desde o primeiro dia em que te vi. Percebo que era pra ser, mesmo você fugindo de mim, o destino te colocou

na minha frente no dia seguinte, mesmo eu tentando fugir de um "encontro amoroso" que eu mesmo desejava no fundo, o destino fez com que não resistisse e acabei indo mesmo não querendo me apegar, e nem saber direito o que estava sentindo. No fim das contas estava sempre ali, o amor! O que eu sinto por você vai além do que eu podia imaginar, é tão forte que chega me faltar o ar, sua loucura combina com a minha, somos iguais mesmo sendo tão diferentes. Eu te amo até o fim. Ela chora ainda mais emocionada, eu beijo sua testa e limpo suas lágrimas, então lhe passo o microfone para dar início à sua vez de dizer os votos. — Hoje é um dia muito importante pra nós, não só pelo nosso casamento, mas por tudo o que vem acontecendo, tanto coisas boas, quanto as ruins nos serviram não só como lição de vida, mas também serviram como um grande aprendizado. Fomos construindo esse amor aos poucos, mas que pra mim desde o início sempre foi intenso aqui dentro. — Aponta para seu coração. — Por traz de um homem tão grande e tatuado, existe um cara que é de se admirar, uma pessoa boa de coração, amigo para todas as horas, companheiro, e se eu ficar aqui falando sobre suas qualidades vou longe pois olhando pra você só vejo coisas boas. — Ela coloca o papel em cima do altar e segura minha mão com força, e seus olhos transbordam em lágrimas, sua emoção toma conta de mim. — Deus é tão maravilhoso conosco que me fez uma mulher completa, nosso amor é tão grande que não cabia mais dentro do peito, então Ele fez bater outro coração como fruto desse amor tão puro e verdadeiro. — Coloca minha mão em sua barriga e eu não consigo acreditar, a olho espantado, esperando que me confirme o que disse, então afirma com a cabeça, tirando o chão debaixo dos meus pés. — Sim, amor, agora somos três! — Eu caio de joelhos em sua frente e a abraço pela cintura, ficando com meu rosto colado em sua barriga, ela ri e retribui meu abraço com todo amor do mundo. Depois de toda essa emoção, tivemos uma pausa para todos respirarem diante da notícia que serei papai, e continuamos com a cerimônia, o ponto alto depois da revelação sobre a gravidez, foi a nossa afilhada Júlia entrando com as alianças, ela era um dos presentes que a vida tinha nos dado.

Luiza A felicidade estava estampada em nós, éramos só sorrisos, quando entrei na igreja minhas emoções foram à flor da pele, eu nem sei explicar qual foi meu sentimento nessa hora, tudo estava maravilhoso, como eu imaginei que seria. Agora chegando no salão de festas, vejo que nada ficou a desejar, a decoração simples mais elegante, nada fora do comum, eu amei tudo. A festa rolou solta, eu já estava me sentindo exausta, e Edu sempre que podia me perguntava se eu estava bem, e a todo tempo passava desapercebido a mão em minha barriga, ao mesmo tempo que me olhava com um sorriso mais lindo, do que todos os que ele já me deu até hoje, eu estava realmente realizada. A festa foi chegando ao fim depois de muita comemoração, Edu resolveu não beber, e me fez várias promessas para a nossa noite de núpcias. Nos despedimos de todos, mas antes eu joguei meu buquê e Jaque pegou, ficou toda feliz, pois Jhon ainda não tomou vergonha na cara de pedi-la em casamento.

— Eu queria agradecer, por tudo loirinha. — Edu diz entrando comigo em seus braços no quarto de hotel que passaremos a noite, antes de embarcar para a lua de mel no dia seguinte. — Agradecer? — Me mostro confusa. — Pela felicidade que você tem me proporcionado, mais do que eu pensei que um dia fosse possível. — Deposita um beijo casto em meus lábios, segurando minha nuca, fazendo com que eu escorregasse lentamente de seus braços firmando os pés no chão. — Obrigado, por ser meu amor. — A mão

dele sai de minha nuca, começando a percorrer por meu pescoço e colo. — Por me dar amor. — A mão dele vai deslizando entre meus seios me causando arrepio, uma mistura de amor e tesão transbordando dentro de mim. — E por carregar agora com você, o nosso amor! — Deposita a mesma mão que percorreu meu corpo todo em minha barriga, acarinhando suavemente, até descer a cabeça e depositando um beijo bem ali! Uma lágrima escorre solta em meu rosto. — Eu agradeço o destino que nos uniu!

EPÍLOGO

Edu A cada 10 minutos Luiza grita de dor, me deixando ainda mais apavorado, até chegarmos em uma sala do hospital onde já tem um médico nos aguardando. Ele começa perguntando o que minha loirinha sentiu, ela explica à ele que está sentindo dores desde ontem, e eu já fico pensando porque causa, motivo, razão ou circunstancia me afirmou estar bem se estava sentindo dores? Ela vai escutar e não será pouco, mas não agora, nesse momento ela precisa de mim ao seu lado, e é exatamente isso que farei. É nesse momento que a minha salvação irrompe porta a dentro, eu volto a respirar, doutora Marcela dispensa o doutorzinho aproveitador e tudo ocorre bem, até que Luiza curva seu corpo em uma dor latente, chega a se desequilibrar mas eu consigo ampara-la no momento exato antes de cair ao chão. O meu desespero toma conta quando suas pernas são lavadas por sangue, seu choro é gritante, seu medo visível, e eu estou parado no tempo sem saber o que fazer. Tenho medo de me desesperar e Luiza ficar com ainda mais medo, lágrimas silenciosas escorrem por meu rosto, olho com pavor para a doutora que dá ordens à várias enfermeiras que não tenho ideia da onde surgiram, eu não escuto uma só palavra, até que sou chacoalhado pela abusada da obstetra. — Eduardo, acorda, sua mulher e filho precisam de você! — Olho para seus olhos, e acordo do transe que me encontrava. — Agora me acompanhe, vou deixa-lo com uma enfermeira, ela irá ajudá-lo a colocar a roupa especifica para a sala de cirurgia, eu preciso correr, não demore! — Ela diz isso me deixando com uma garota baixinha que me entrega um plástico lacrado com uma roupa toda azul. Depois de me vestir, olhando-me no espelho sorrio para minha imagem, caio na real, meu filho está chegando, minha alegria não cabe dentro do peito, uma lagrima percorre por meu rosto, preciso ver Luiza, saber como está, verificar se está com medo, protege-la. Acompanho a baixinha, ansioso, as mãos molhadas de suor, quando entramos na sala de cirurgia, vejo minha loirinha deitada, com uma toca cobrindo seus cabelos, lagrimas escorrem de

seus olhos e vejo que o medo é meu sentimento nesse momento. — Uau! Me diz que é um sonho? — Luiza para de chorar e me olha fixamente, eu não consigo entender o porquê dela ter me perguntado se é um sonho, deve ser o efeito da anestesia que está deixando mais pirada do que de costume. — O que foi amor? Está tudo bem? — Pergunto sorrindo, mesmo sabendo que ela não pode ver, por conta da máscara. — É miragem? Eduardo Novaes, meu marido, é você? — Começo a ficar preocupado. — Sim, sou eu, o que foi Luiza? Está sentindo algo? — Toco sua mão esquerda. — Meu sonho de princesa ter um marido Derek Sheperd só para mim! — Eu achando que essa louca estava mal e ela falando de Grey's Anatomy. — E respondendo sua pergunta, estou bem sim, mas com medo! Me prometa que vai ficar tudo bem, nenê, promete? — Ela suplica, e eu não sei o que dizer, tenho medo de prometer algo que não consiga cumprir, mas tenho esperanças, aperto levemente sua mão tentando transparecer o mais seguro possível. — Eu prometo! Você é forte, e eu estou aqui por vocês, sempre! — Falo emocionado com o momento, e é nessa hora que a doutora Marcela avisa que iniciará a cesárea, eu fico completamente tenso, e não olho para nenhum lugar sem ser os olhos da minha loirinha, que não para de chorar. Alguns bons minutos se passam, e eu estou perdido em uma imensidão verde que são os olhos dela, tento não passar preocupação e muito menos medo a Luiza, enquanto ela parece tranquila e imersa a minha presença. Meu coração se tranquiliza com esse simples gesto, isso é tudo o que preciso para ter a confiança necessária de que tudo ficará bem, que teremos nosso bebê nos braços daqui alguns minutos, e a partir desse momento seremos uma família, a mais linda de todas, e eu serei o homem mais realizado e feliz, não tenho dúvidas quanto a isso. Escuto o choro de Guilherme e isso faz com que eu me sinta ainda mais tranquilo, a certeza de que nada aconteceu a ele me deixa aliviado, e boa parte da tensão que sentia à

alguns minutos atrás se vai. Nesse momento de nossas vidas, dividimos a mesma emoção, agora somos pais. — Como ele é? Me diz? Ele está bem? — Antes mesmo de ter a chance de responder, a mesma enfermeira baixinha de antes nos traz um pacotinho azul. Eu estou completamente hipnotizado, não consigo tirar os olhos, seguindo cada gesto que a enfermeira faz. Acabo vendo a cena mais linda e esperada por mim, desde que imaginei como seria estar passando por esse momento, a mulher da minha vida conhecendo o fruto do nosso amor, não canso de admirar, de babar em cima deles. — Ele é lindo, um príncipe! — Luiza tira suas conclusões, e nessa hora sou pego de surpresa, recebendo em meus braços meu presente mais lindo. -0 Oi Gui, sou eu o papai, seja bem-vindo, garotão! — Falo com meu filho, e ao terminar a frase, olho em direção a minha loirinha, que passa agora pelo procedimento final da cesárea. Ela está chorando de felicidade, e eu não tenho o que dizer diante disso tudo, somente agradecer. — Obrigado! — Falo somente mexendo os lábios, sem som algum. Deposito um beijo em sua testa, logo após sermos direcionados para fora do centro cirúrgico.

Abro a porta, chegando em casa com a minha linda e feliz família, não consigo tirar o sorriso bobo do rosto desde o nascimento do meu filho, o dia do renascimento de nossas esperanças, o realizar de um sonho, o destino mais certo para toda uma vida, minha nova razão de viver... Guilherme.

Fim
@ligaliteraria A culpa e do destino - Bianca Fraga

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