Ivani Godoy - Príncipes da máfia 3 - A escolha

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Copyright © 2019 Ivani Godoy Capa: Barbara Dameto Revisão: Evelyn Santana Diagramação: Carla Santos

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Prólogo Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 PERIGOSAS

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Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Epílogo

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Eu estava saindo da boate Square, aonde vim disfarçada, se meu irmão soubesse que eu estava aqui me mataria. Na melhor das hipóteses, me trancaria e jogaria a chave fora. Ainda mais se soubesse por que vim a esse lugar. Algumas semanas atrás eu conheci Matteo Salvatore, apenas o vi de longe, mas não parei de pensar nele um segundo, então soube quem ele era e o que fazia. Na hora fiquei chocada em saber que ele é um mafioso italiano, entretanto, não ligava para isso, só queria que ele me olhasse nem que fosse uma vez na vida. Vesti um espartilho e calça colada fazendo quase uma segunda pele, mas não ligo por me vestir assim, faço o que quero e não devo a ninguém. Fiquei algumas horas sentada no bar com uma identidade falsa, claro que não podia entrar ali sem estar preparada, mas tudo bem. Arriscaria para vê-lo, mas ele não apareceu, então por volta de uma hora da manhã fui embora. Estava de saída, quase chegando ao carro quando esbarrei em um cara. PERIGOSAS

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— Linda, o que faz a essa hora sozinha nesse beco? — perguntou com a voz cheia de bafo de cachaça. Eu podia ter vindo com Sara ou Jerry, os meus amigos, mas estava tão ansiosa para ver Matteo que não liguei a princípio de estar sozinha nesse lugar. Idiota, eu sei, por não pensar direito. — Fica longe de mim — sussurrei com a voz tremendo, sabia lutar, claro, mas eu daria conta de um homem? — Vamos ficar juntos, não é por isso que mulheres como você vem a lugares como esse? — Mulheres como eu? — grunhi com dentes trincados. — Sim, putas querendo ser fodidas. Eu devia estar louca por discutir com um estranho em um beco, mas não liguei, o medo deu espaço para raiva, porque minha vontade foi de matá-lo. — Puta como eu? Acha que por vir a uma festa e estar indo embora agora, sou uma vadia que precisa ser fodida por um idiota como você? — sibilei. — Um aviso: vai à merda, seu babaca. — Sua cadela! — Ele veio para cima de mim, foi quando corri, o que foi um erro, quando eu estava calçada com uma gladiadora de 8 centímetros. O cara pegou meu braço e me prensou na parede com força, me fazendo perder o ar. Alexei, o meu irmão, sempre disse que minha boca esperta ia acabar me levando à morte, agora estou vendo isso. — Me solta, seu merda! — Preferia lutar a ceder que me tocasse. Posso ficar traumatizada depois, agora estava com meu sangue fervendo de raiva, então lutei com ele, chutando e gritando.

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De repente o cara foi tirado de cima de mim e jogado longe com uma força surpreendente, o tarado estava mesmo bêbado. Olhei para cima e me deparei com um Matteo mortal imprensando o cara na parede e com adagas em sua garganta, pronto para matá-lo. — Você gosta de pegar garotas indefesas? Vou te ensinar uma lição que nunca vai esquecer — sibilou Matteo, já indo matar o cara. Eu estava prestes a interromper e dizer alguma coisa, tipo ajudar a acabar com o verme, mas alguém falou em russo não muito longe dali. Foi quando congelei por um segundo e saí correndo rumo ao carro que tinha pegado de Sara, não ia usar o meu. Essa era a voz de Paul, um dos caras do meu irmão. Eu já o tinha visto algumas vezes com Alexei. Fiquei curiosa para saber por que um russo estava no território de um italiano, talvez fazendo negócios? O importante foi que acho que ele não me reconheceu, afinal, eu usava aquela roupa sexy e cabelos negros escondendo parte do meu rosto. Diferente dos meus cabelos loiros. Eu ignorei os gritos de Matteo me chamando e corri, não podia correr risco de meu irmão saber que estava aqui nessa boate e o que houve aqui fora. Por mais que eu quisesse falar com Matteo, agora não seria o momento.

Saí do escritório do meu pai pisando duro, furioso, na verdade, não devia mencioná-lo como um pai, afinal ele não sabe o que é isso, já soube um dia, mas não mais, não depois que minha irmã Dalila e minha mãe morreram. PERIGOSAS

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Lorenzo se tornou amargurado, a princípio, e depois se tornou cruel a ponto de machucar pessoas inocentes. Há três anos eu descobri que ele estava raptando garotas inocentes para levar para a fazenda que antes servia para nós passarmos os feriados. Hoje servia para o antro de pedofilia. Meu pai comprou muitos para não vazar nada para os federais, aliás, ele tinha muitos no bolso. Inclusive a lei que se mantinha no escuro para casar com meninas de dez anos, isso era errado, um crime, na verdade, ninguém fazia nada para impedir, mas vou lutar com unhas e dentes para eliminar todos, até Lorenzo. Tantas vezes eu fui até o quarto do meu pai e o vi dormindo, a sede que tive de matá-lo ali era tanta… seria tão fácil, porque há muito tempo Lorenzo Salvatore deixou de ser meu pai, para mim o verme imundo está, morto, só não posso dizer enterrado, porque o velho asqueroso está vivo e gozando de boa saúde. Entretanto, não posso matá-lo agora, como gostaria, isso me traria vários problemas, se fosse só eu a pagar o preço, eu faria, correria o risco, mas isso afetaria a todos à minha volta. A minha família, não falo só a de sangue, mas a minha origem, as pessoas que são contra o que meu pai faz, elas dependiam de mim para derrubar todo o esquema e trazer a todos a paz que foi tirada desde que meu avô, que já morreu, se tornou capo. Eu sei por que meu pai fez isso, pegar crianças inocentes de suas famílias e levar para aquele inferno, porque é isso que a fazenda se tornou. E depois dá-las aos homens para abusarem delas e matarem-nas. Era tudo uma vingança que Lorenzo achava em sua mente distorcida que estava fazendo, uma vingança contra minha irmã, que morreu em Moscou há doze anos. Dalila, ela tinha só dez anos quando a estupraram e mataram, não deixando nada além de suas roupinhas. PERIGOSAS

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Meu peito aperta ao pensar nisso, a dor se apossa dele, o que me impede de respirar, porque naquele dia era para eu estar com Dalila e mamãe, mas Lorenzo precisava me treinar, me espancando, para ser homem de verdade, palavras dele, não minhas. Se eu estivesse com a minha pequena não teria deixado ninguém tocá-la… Odeio Lorenzo, porque tudo isso é culpa dele, por não me deixar ir ou mandar pessoas a mais para protegê-las. Agora fica aí, querendo vingança contra inocentes, sendo que nenhuma dessas meninas tem nada a ver com isso. Nesses últimos anos, quando soube desse antro, o que meu pai fez com nossa fazenda, transformando-a em um matadouro de garotas, tentei salvar quantas pude. Eu sabia que não podia fazer muito, não quando eu não estava no poder. Conheci Evy, uma ruiva exuberante que salvei de um dos homens do meu pai, Salvir, que a estava pegando a força. Por isso o mandei para o inferno. Depois do dia que a salvei, ficamos amigos, e pela primeira vez na minha vida me apaixonei por alguém, mas ela não nutria o mesmo sentimento por mim. Eu não sabia se era porque fiz o que fiz a ela ou porque sou filho do meu pai, o homem que a levou de sua família e trouxe para esse buraco dos infernos. Há dois anos ela me pediu para bater nela, porque não podia lidar com a perda da sua família. A única forma que ela achou de amenizar sua dor era encontrando outra. Eu tentei fazê-la mudar de ideia, mas não consegui. Se eu não fizesse isso, ela se meteria em encrenca e seria presa na maldita cruz acorrentada por três dias com fome e sede, e também seria açoitada dia após dia. Eu escolhi cintadas em vez das chicotadas que os homens do meu pai usavam para castigar alguém. PERIGOSAS

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Céus! Só de pensar nessa porra de mundo eu ficava irado, porque éramos para ser uma família e proteger uns aos outros. Meu pai e tio Enzo afundaram nossa família, e eu seria o único a derrubá-los e tomar o controle da situação. Desmancharia esse antro que eles fundaram. Lorenzo prende as garotas em uma maldita cruz como se fosse para castigar… ou sei lá o que se passa naquela mente doentia e demoníaca. Como uma pessoa pode transformar-se de boa a ruim? Ele se tornou um demônio. Eu também sou um demônio por ter compactuado com tirar o sofrimento da Evy, cada cintada que eu dava nela era como se estivesse dando em mim. Penso que não fiz o suficiente, talvez devesse prendê-la, não lhe dando chance de se ferir por si própria como eu sei que faria, caso eu não ajudasse. Eu estava tão absorto em meus pensamentos, que quase não ouvi um grito de uma mulher, tinha acabado de chegar à boate após uma reunião com Lorenzo, me repreendendo por não ser cruel o suficiente. — Puta como eu? Acha que por vir a uma festa e estar indo embora agora, sou uma vadia que precisa ser fodida por um idiota como você? Um aviso: vai à merda, seu babaca! — gritou a mulher. Ela era louca? Gritar e enfrentar um estranho na saída de uma boate? Eu estava cego assim que vi o cara a prendendo na parede. Eu me lancei para ele, prendendo minhas adagas em sua garganta.

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Meu telefone tocou assim que cheguei à fazenda, um dia esse lugar foi chamado de paraíso, hoje está mais para a porta do inferno. — Matteo, onde você está? — perguntou Luca com tom meio ansioso. — Preciso falar com você. — O que você quer? Aconteceu alguma coisa? Agora estou na fazenda — falei com um suspiro. — Sim, estou indo para aí agora, assim conversaremos e fico com você, para não fazer besteira com seu pai. — Pode me adiantar? — ignorei sua preocupação, ele me conhecia muito bem para saber que ficar um segundo na presença do meu pai é como ficar perto de um vulcão, eu logo queria explodir e mandá-lo pelos ares. — Lorenzo comprou mais meninas, e algumas delas são menores de idade, roubadas de suas casas ou vendidas pelos miseráveis de seus pais. — Tinha ácido em sua voz e desprezo pelo que Lorenzo fez. PERIGOSAS

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— Onde elas estão? — sondei, bolando um plano de impedir que ele tenha essas meninas também. Eu não ligo se as mulheres querem se prostituir, elas fazem o que quiserem da sua vida, com o que não concordo e me deixa com asco é gente como meu pai e meu tio obrigarem mulheres e crianças a fazerem algo que elas não querem. Como tem pais que vendem um filho para tal ato? Deus! Eu pensando ser um monstro, tem gente pior que eu na Terra. — Vai chegar ao porto amanhã dez da noite, na hora da reunião que vai ter na fazenda. — Entra em contato com o federal Dylan Whis e o informa para ele dar um jeito de os federais certos saberem disso, os que meu pai não comprou, para fazerem uma emboscada. Ele vai estar distraído amanhã, isso é bom para nós. — Muitos dos nossos vão ser presos — informou ele. — Aqueles desgraçados merecem isso, e nenhum deles vai ousar nos citar quando forem presos, todos têm medo do que meu pai é capaz de fazer. — Isso era verdade. Por conta disso atrasou que eu encontrasse aliados. — Vou cuidar disso e vou para aí ficar com você — disse e desligou. Amanhã seria o grande dia, o dia que eu ia tirar Evelyn desse lugar, com ela fora, posso conseguir os aliados de que preciso para derrubar esse antro sem me envolver diretamente. Eu estou fazendo parceria lá fora para com algumas pessoas no intuito de destruir essa escória maldita, alguém mais poderoso que meu pai. Eu tinha eliminado a maioria dos homens de Lorenzo e colocado os meus de confiança na fazenda, principalmente onde ficavam as crianças. Não queria que alguém as tocasse. Por isso luto por sua liberdade. PERIGOSAS

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A ala sete é aonde Lorenzo leva as meninas que completam dezenove anos para serem estupradas e mortas logo em seguida. Por que isso? Porque ele é um doente sádico, igual ao meu tio Enzo. Dois monstros. Essa é uma seita doentia e que meu pai quer passar para mim, mas isso não vai acontecer, porque vou acabar com todos eles. Esse é o meu objetivo. Quando as meninas completam dezenove anos, elas são levadas para a ala sete, onde é feito todo um ritual macabro. Quando descobri sobre isso, minha vontade foi de botar fogo em todos eles, porque só atirar era fácil, eles mereciam morrer sofrendo, de preferência, com muita dor. Eu sei que não sou santo, longe disso, porque corre sangue em minhas mãos que jamais posso contar, mas jamais pensei ou fiz o que esses caras fazem. E o pior: meu pai é o chefe deles. Porra! Lorenzo fez isso como uma espécie de vingança para amenizar a raiva por algo que há muito tempo fizeram com minha irmã em Moscou. Estávamos de férias na ocasião, eu, ele, mamãe e ela. Dalila era tão linda. Pele branca, cabelos negros longos, olhos tão escuros como duas pedras negras e tímida. Aonde íamos, ela mal falava com as pessoas. Eu não concordava com o que Lorenzo faz, mas odiava mais algumas regras que não podia quebrar. Na máfia tem suas regras, uma delas é que não podemos matar um dos nossos, se isso acontecer, seremos mortos. Não importa o que ele tenha feito. Eu não podia matar Lorenzo e Enzo, a não ser que eles matassem um membro da família da máfia. Por isso estou de mãos atadas. Por enquanto. Os servos podem ser mortos, mas isso se desobedecerem o capo, e agora não sou um. Lorenzo acusa os Dragons de serem os mandantes do crime bárbaro contra Dalila, mas tenho uma vaga lembrança de que aquela família não era assim, mesmo antes de o casal Dragon morrer e deixar o legado para seus filhos… Isso era verdade, eu suspeito que não tenham sido eles que mataram PERIGOSAS

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minha irmã. Mas não tenho como provar sem nos afundar mais nessa merda. Entretanto, estou apurando tudo sem que ninguém saiba. Meu pai matou os pais de Dark, o chefe da máfia russa, mas os filhos dos Dragon pensam que o assassino é na verdade Andrey Jacov, outro chefe da máfia russa. Quando essa bola de neve estourar seremos todos derrubados, só meu pai que não vê isso. Ele não parecia ligar para nada e nem para os inocentes do meu mundo que pagariam pelo erro estupido dele. Sei que os Dragons não fizeram isso com minha irmã, pois, se fossem eles, eu já teria ido atrás e buscado vingança contra todos, e não contra inocentes, igual Lorenzo está fazendo com essas meninas. Ele começou a fazer essas barbaridades com tantas crianças. Eu não acredito em seita, e sim em estupro. É isso o que eles fazem aqui, ele e seus amigos. Os policiais podiam ajudar a salvá-las, mas Lorenzo comprou quase todos eles. Mas om certeza tem alguns honestos nesse mundo, se não conseguir parceria lá fora, vou achar os policiais certos e derrubo tudo aqui, nem que leve o nome da minha família para a lama, melhor isso do que viver vendo atrocidades nesse lugar. Eu já tinha planos para amanhã à noite, na festa que teria aqui, aposto que Lorenzo está doido para ter as garotas e matá-las, eu soubesse que ele não ficava com ninguém, mas isso não mudaria o fato de ele essas crianças a caras que são piores que animais. Eu sei que todo ano, no aniversário de Evelyn, ela faz aquelas coisas, mas dessa vez não vou estar perto dela, pois preciso tirá-la desse lugar antes. Uma parte de mim estava feliz por não fazer mais, por não infligir dor a ela, mesmo que ela tenha me pedido. Sinto-me um doente desgraçado por ter feito isso com ela. Eu só fiz uma vez, no seu aniversário passado, e esse ano seria o segundo, mas estava pensando em ficar com ela a noite toda e impediPERIGOSAS

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la de machucar a si mesma, porque não acho que seria capaz de fazer o que fiz com ela de novo. Porra, eu morreria. Entretanto, estava me atormentando, porque para onde ela vai assim que eu tirá-la daqui, não vou poder impedir que faça algo para si mesma. Só espero que Kill mude isso na vida dela e que seja o suficiente para fazê-la querer viver. Alguns dias descobri que Evelyn tem um irmão, procurei por sua família, mas só seu irmão está vivo. Os pais dela foram mortos quando ela era pequena. Foi uma surpresa saber que seu irmão é o cara de coração frio, o Kill, ele é o sargento de armas e integrante do MC da Fênix, um clube de motoqueiros. O seu líder é Shadow. E espero que assim que Evelyn for para lá eu consiga fazer aliança com eles, assim derrubamos o que meu pai construiu aqui. Conhecendo e sabendo do que Kill é capaz, é justamente disso que ele vai atrás. Eu avisei para a Evelyn sobre a festa que Lorenzo vai fazer na casa da fazenda, vai ter alguns convidados, então vou dar um jeito de trazê-la para a festa e tira-la de lá sem que ninguém desconfie que fui eu que ajudei. Luca vai me ajudar com isso. Eu sei que meu pai trancava as meninas nos seus quartos quando tinha festas como essas. Vai ser uma reunião de agradecimento por um cara que ajudou Lorenzo a ter o negócio grande que ele queria, o que Raul não sabe é que amanhã seria seu fim, sua morte estava marcada. Lorenzo deve estar animado pelo presente que o senador deu a ele, meninas novas para prostituição, mas vou tirar essa animação dele e dos depravados dos seus aliados. Enzo era um deles, o velho era doente, psicopata filho da puta. Soube que algumas mulheres com quem ele fica desaparecem, não sei se ele as mata ou PERIGOSAS

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não na hora que fazem sexo. Sinto-me impotente por não conseguir ajudar todos que estão à minha volta, mas tentarei, nem que eu morra no processo. O que não posso é ficar parado, fingindo que não vejo nada. Eles são como animais, pois se uma garota inocente é jogada no meio deles, logo estará despedaçada. Lorenzo é igual, mas só faz isso em sua seita demoníaca, que logo espero encerrar. Eu só não fiz nada antes para terminar com isso, porque descobri a existência desse lugar há apenas três anos, então, depois disso fui me preparar para conseguir aliados para lutar contra ele, mas a maioria tem medo dele e do seu poder. Samuel é meu braço direito, o cara em quem confio cegamente, ele me ajuda aqui nesse lugar, não deixando os homens do meu pai tocarem nessas garotas e crianças. E também a Dona Zaira, ela era nossa segunda mãe, minha, de Luca e foi um dia de Dalila também. — Eu sei. Mas eu saindo, como posso ajudar essas meninas e aquelas crianças? Não posso deixá-las aqui para o lunático do seu pai… — disse Evelyn me trazendo ao presente de minha mente escura, com pensamentos turbulentos e sombrios. Ela era uma ruiva exuberante, valente, forte e decidida, que não leva desaforo para casa. — Em todos esses anos, eu venho mandando pessoas de confiança para cá, principalmente na área das crianças. Ninguém as toca lá. Contudo, estou mais preocupado com você e mais dez dessa ala que fazem aniversário este mês. É quando ele as leva e faz o que faz com as garotas… — Meu tom saiu mortal no final ao imaginar meu pai fazendo essas atrocidades. — Vamos dar um jeito de desmanchar isso e fazer seu pai queimar no inferno — disse ela. PERIGOSAS

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O que eu mais gostava em Evelyn é que ela sempre era segura de si, não tinha medo de falar o que sentia ou pensava. Ela era uma garota forte. Só assim para lidar com esse lugar maldito. O corredor onde estávamos era parecido ao de um hospital. Entretanto, mesmo que as garotas não ficassem algemadas, ainda eram prisioneiras desse lugar. Afazenda era cercada por cerca elétrica e seguranças 24horas. Aqui são conhecidos por ala. Elas eram separadas por idade. Meninas dos sete aos dez ficavam numa casa à direita da nossa, com o nome de ala cinco. E onde Evelyn ficava, junto às meninas dos 11 aos 19, era a ala seis, uma imensa casa branca. — Como posso me controlar com isso? Como aquele ser desgraçado e desumano acha que minha irmã se sentiria se estivesse vendo algo assim? Eu queria chegar perto dele e matá-lo eu mesmo, mas na nossa família, temos leis. Se eu o matar perderei o direito ao trono já que sou o único filho. Eu preciso do poder que a máfia Salvatore possui para tomar conta de tudo aqui e tentar arrumar a bagunça que Lorenzo fez. Sem contar com o fato de que meu tio está de olho no título, e Enzo é um tremendo psicopata, pior que Lorenzo — comentei com raiva. Dalila jamais se interessaria por algo macabro assim, ela o abominaria. A minha princesinha linda era doce e meiga, mas teve um fim trágico, até hoje estou tentando descobrir o que houve com ela de fato. Eu expirei, ignorando a dor que assola minha alma ao imaginar que nunca mais vou ver minha pequena. — O senhor Lorenzo acabou de chegar e procura por você, menino — disse Zaira, chegando até nós. Zaira era uma mulher de meia idade, fui com ela ao seu aniversário passado, de cinquenta e sete anos, ela usava óculos de grau, mesmo assim era linda, eu a considerava uma mãe desde criança. PERIGOSAS

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Muitas noites após vir da cela onde meu pai me treinava — aquilo não era um treino, mas espancamento — ela cuidava de mim e das minhas feridas. Eu não queria deixar Evelyn sozinha nesse lugar, mas sabia que não podia ficar ou levá-la comigo. Mas se meu pai estava aqui, então tinha que fingir estar do lado dele e concordando com toda essa porcaria. Por enquanto. Samuel e Zaira garantiram-me que tomariam conta dela e das outras meninas que faz aniversário esse mês. Eu fui embora, mas antes ouvi Zaira dizer algo que fez meu coração bater forte. Eles tinham fé em mim, mais do que eu seria capaz de ter algum dia. — Esse garoto é tão diferente do senhor Lorenzo, eu acredito que ele vai limpar o nome da família que seu pai sujou após a morte da menina Dalila e da senhora Giulia. — Ouvi dor na sua voz, assim como havia em meu peito sempre que pensava em minha maninha e também em minha mãe. Ela estava com Dalila na época em que a perdeu de vista em um parque, depois encontraram só suas roupinhas com sangue, até hoje não achamos o corpo, mas pelas fontes do meu pai, o que acredito serem falsas, ela tinha sido morta pelos Dragon, mas isso foi coisa demais para minha mãe, foi então que ela se suicidou, no quarto da minha irmã. Giulia sempre enfrentou tudo, afinal, essa vida não é fácil, ainda mais para mulheres. No meu mundo as mulheres se casavam aos dez anos, uma abominação, algo que eu odiava e irei mudar quando for o novo capo no lugar do meu pai. Pretendo derrubar algumas leis, mas outras não são possíveis, porque elas foram feitas há mais de séculos pela nossa família, de geração a geração, são inquebráveis. Como por exemplo não me casar com alguém que não seja da máfia e outras leis como não matar alguém da família.

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Eu nunca achei mamãe fosse se matar. Uma porque ela nos amava, a mim e a Dalila, nós dois éramos tudo na vida dela. Por mais que a culpa a destruísse, eu não sabia nem entendia por que ela se matou, me deixando sozinho com um pai que perdeu a sua mente se tornando um monstro assassino. Bom, assassinos nós somos, mas fazer o que ele fez e faz? É outra coisa, isso não tem perdão de nenhuma forma. Cheguei em casa e olhei para o monstro que adoraria matar da pior maneira possível. Pode parecer um tanto insensível, já que ele é meu pai, mas não me importo, ele deixou de ser isso há muito tempo, a partir do dia que eu soube do que ele era capaz de fazer com meninas inocentes. Eu o odiava com todas as minhas forças, a cada segundo perto dele, eu tentava me controlar ao máximo para não enfiar minhas adagas em sua garganta e rasgá-lo ao meio. Mas precisava me controlar. Por isso meu primo Luca estava aqui, ele sabia que eu odiava ficar perto do meu pai. Eu o chamo assim para não cometer o erro de chamá-lo pelo nome na sua frente ou na frente de outra pessoa. Isso seria o fim, um desrespeito total à família. Mas eu não o considerava um pai, mas, sim, um desgraçado que eu amaria matar. Luca sabia que eu não gostava de ficar sozinho com Lorenzo, ainda mais aqui, onde ele faz o que faz. Minha ira subiu ao auge. Luca e eu nos parecíamos bastante, não só fisicamente, por dentro também. Ele era mortal, olhos castanho-chocolates enquanto os meus são pretos como ônix. Seus cabelos eram negros, assim como os meus. Lorenzo tinha cabelos alvos, em seus sessenta anos, não parecia um velho acabado, embora nesses doze anos tenha envelhecido mais e se tornou mais mortal e desumano.

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— Onde estava, meu filho? — Ele estava sentado no sofá da sala bebendo uísque. A sala aqui era grande e branca, estilo italiano. Eu expirei e Luca me lançou um olhar como se pedisse “se controla, cara”. Eu fiz isso. — Eu estava com Zaira lá fora — comentei, o que era verdade, só deixei a parte da Evelyn estar junto de fora. Tinha câmeras dentro e fora dos prédios, mas a pessoa que toma conta das filmagens é gente minha, então ele deleta onde fico com Evelyn, assim ninguém sabe de nada, e também fica de olho se algum pessoal do meu pai quiser fazer mal a uma criança ou a uma das meninas, Samuel vai e se livra deles. Na máfia consideramos família aqueles que são como nós, nascidos nessa vida, como tios, primos e irmãos. Esses são proibidos de matar, e são os que eu queria eliminar, como Enzo e Lorenzo. E já os que trabalham para nós, considero família, mas eles não têm um laço forte como os de sangue. Eles também são da máfia, mas muitos não nasceram nela, entraram depois. Entretanto, muitos se corromperam desde o meu avô e meu pai, mas ouvi dizer que meu bisavô era como eu, assim disse Zaira. Já vovô era tão cruel quanto Enzo, meu pai ficou assim depois do que houve com Dalila e minha mãe. Entretanto, isso não justificava nada, pensei.

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Eu estava na festa, era mais para uma reunião, já que não tinha nenhuma mulher aqui, não as mulheres dos associados do meu pai. Só as ajudantes e Evelyn. Ela estava com um vestido em tom prata e com sapatilhas, seus cabelos ruivos estavam presos no alto da cabeça com alguns fios soltos. Eu a vi mexer em suas adagas, que estavam presa em uma cinta-liga na coxa, debaixo do vestido. Eu a fiz prometer que não as usaria aqui de modo algum. — Eu vou fazer isso por você, Matt, não por seu pai, porque minha vontade vai ser de matá-lo… Suas palavras estavam se infiltrando em meu cérebro, temi que ela fizesse algo e eu não teria como protegê-la, ainda mais com meu pai e tio Enzo aqui. — Promete que não vai atacar o Lorenzo? Se fizer isso, todos os nossos planos serão em vão, porque a pena disso será a morte, e eu não poderei fazer nada. PERIGOSAS

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— Juro me comportar como uma santa. — Sorriu. Sabia que ela não se meteria em encrenca, não aqui. Então a deixei na cozinha e fui para a sala. Todos estavam falando da mercadoria, ou seja, das mulheres que o bastardo do Raul conseguiu para meu pai, muitas prostitutas. Palavras deles, não minhas. Isso me fazia odiá-los ainda mais, mas sou paciente para fazer a queda deles ser mais prazerosa. Luca e eu ficamos até tarde ontem trabalhando nisso, em fazer Lorenzo perder essas meninas. Não sou contra mulheres serem prostitutas, mas elas querendo isso, não eu as obrigando a fazer algo que não querem. Por isso dei as pistas a um cara que conheço no FBI, eles estavam indo atacar onde elas estão hoje à noite, enquanto rola essa festa aqui. — Está preparado? Vai ser assim que eu a levar para o quarto dela — falei ao Luca. Ele estava do meu lado de pé e olhava a Evelyn andando e entregando as bebidas aos convidados. — Sim, tudo está preparado, mas espero que essa menina se controle, porque reparou que ela anda escondendo as facas na mesinha no canto? — Seu tom era um tanto impressionado, e também como se a achasse estúpida. — Ela prometeu se comportar. — Assim eu esperava mesmo, ou estaríamos ferrados. Evelyn estava com suas adagas, não sei por que precisava de facas, será que ela pensa que podia lidar com todos aqui? — Você sabe que, mesmo depois dessa noite, vocês dois jamais podem ficar juntos, não é? Então não dê esperança a essa menina — disse Luca baixinho. Eu suspirei com uma pontada em meu peito, porque ele tinha razão quanto a isso. Eu não podia namorar e me casar com quem não pertencia à máfia. Odiava essa lei por não ter meu livre arbítrio. PERIGOSAS

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— Eu sei, mas Evelyn não pensa em mim dessa forma — eu disse a ele. — Essa menina te vê como um irmão — ele enfatizou. — E não acredito que ela seja ou vá se tornar sua… — É melhor parar por aí, porque jamais faria algo assim com ela, e quando ela estiver lá fora vai poder ter e fazer o que quiser — suspirei com tristeza. — O irmão dela cuidará disso. — Kill não vai deixar ninguém chegar perto dela, o cara a procura há anos — disse ele baixo. — Por isso tenho certeza de que, se você se aproximar da irmã dele, ele o matará. Eu sabia que isso era verdade, mas eu não ligaria se ela me amasse, tem uma coisa que admiro nos MCs, eles são leais aos seus, menos o crápula do Barry, que está aqui nessa reunião. Eu podia ver seus malditos olhos de gavião sobre Evelyn por onde ela passava, o que exigia todo meu autocontrole para não fazer nenhuma besteira. Tudo estava indo bem, Evelyn estava se controlando, até que vi o maldito do Raul a puxar para seu colo. — Essa com certeza tem o rabo apertado — disse em italiano. — Vamos ver quão bem ela chupa um pau. Tudo dentro de mim travou, a fúria parecia sair dos poros como um magnetismo, cerrei os punhos para não o rasgar com minhas adagas e fazê-lo comer seu maldito pau mole e gordo. Todos da sala riram, parecendo animados com a ideia de Raul Wainer. — Essa porra vai feder bem agora — rosnou Luca com os punhos cerrados. — Matteo, se controla. Raul virou a cabeça para o meu pai como se estivesse pedindo permissão para tê-la. PERIGOSAS

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Porra! Isso não podia estar acontecendo, faltava pouco para irmos embora e tirá-la daqui. Mas agora isso? Não posso simplesmente ver isso e ficar calado, ninguém vai tocá-la. — Me dá essa de presente por fecharmos o negócio — disse Raul em inglês enquanto apertava a bunda dela. Lorenzo riu, fazendo-me querer arrancar seu sorriso do rosto com minhas adagas. — Eu dou. Você merece por me conseguir mais mercadorias para trabalhar na boate — respondeu Lorenzo. — Afinal, eu tenho muitas em meu estoque. Filho da puta! Ele não sabe, mas nesse momento o FBI está entrando no local das garotas. Estoque? Ele achava que as meninas eram seu estoque? Aonde foi parar a humanidade desse homem? Aquele que um dia se preocupava conosco, com sua família. — Matteo… — Luca segurou meu braço. — Me faz um boquete, sua puta. Se ajoelha e me chupa agora — ordenou Raul. — Sabe quando serei sua, verme imundo? Nunca! Agora apodreça no inferno — grunhiu ela enfiando a estrela ninja na garganta de Raul, abrindo um corte que fez o sangue sair longe assim que ela retirou a estrela. — Puta merda! — disse Luca de olhos arregalados. Evelyn saiu do colo do maldito desgraçado, caindo mole no sofá. Mas antes que ela, ou eu, reagisse, as armas foram apontadas para ela, prontas para atirar. PERIGOSAS

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— Você vai morrer, sua vadia desgraçada — rosnou Shan Ruy, o japonês dono das indústrias Shan, lojas eletrônicas. Evelyn já estava indo pegar as facas que ela havia escondido ali, se ela fizesse isso, aí sim íamos morrer aqui, porque eu preferia ser morto a deixá-la nas mãos desses homens. — Rapazes, atirem nessa vagabunda, pois ela feriu o Raul e merece morrer agora mesmo — rosnou Mike, a fuzilando com seus olhos mortais. — Atirem agora! — Esperem, pessoal! — eu pedi indo para a frente dela e também me tornando um alvo. Eles me olharam com ódio e descrença por eu entrar na frente de uma pessoa que matou um dos homens deles. Raul parecia estar morto, ou logo estaria, porque pela quantidade de sangue derramado, parecia que ela cortou a artéria ou algo assim. Que apodreça no inferno, que é seu lugar. Todos ali apontando as armas para mim também, pelo menos os guardas dos convidados, já os do meu pai e meus apontaram para os guardas de Raul, Shan e Mika. — Vai ficar contra nós e a favor de uma mulher? Uma vadia barata? O quê? Ela chupa tão bem assim um pau, para que você vá contra nossa família? — rosnou meu tio Enzo, sombrio e mortalmente frio. Ele era gordo, moreno, rosto mortal, se demônios existem, esse cara era um deles. Eu sabia que tinha que ser rápido ou seríamos mortos por todos esses caras aqui. Embora não temesse a morte, ela vindo agora seria uma lástima,

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ainda mais porque morto não salva ninguém. Eu precisava estar vivo e libertar essas mulheres para que tivessem um futuro pela frente. Eu estava furioso com todos esses vermes que queriam vingança, sendo que já pensavam em matar Raul essa noite. Eles iam dar fim nele hoje, então por que a maldita preocupação? Só por que não foram eles que fizeram o serviço? — Não é nada disso, tio — forcei-me a soar isso calmo e tranquilo, mas minha vontade foi de jogar minha adagada em sua garganta. Eu o ignorei e fitei meu pai. Sua expressão era de traição. — Capo, não queria que eu provasse minha lealdade a você, já que disse que não faço muitas coisas? Essa garota desobedeceu hoje mais vezes do que o tolerável, por isso estava aqui, servindo a todos. Mas ela fez de novo, e agora pior. — Eu apontei para Raul. — Então, deixe-me levá-la para a ala sete, e depois revezamos com ela. Eu começo, depois vocês. — Dizer essas palavras era como se eu estivesse andando sobre navalhas. Mas foquei em todos na sala, que, por sua vez, estavam se desfazendo de suas expressões traídas e furiosas. Agora os doentes se mostravam animados com a ideia de usarem a Evelyn e depois a matarem. Eu esperava que Evelyn soubesse que eu estava fazendo isso para não acabarmos mortos, e não que faria essa tal abominação que disse que faria com ela. — Ótima ideia, meu filho. — Sorriu Lorenzo e levantou uma taça na mão, como se eu tivesse falado que acabei de matar um assassino. Ele sempre fizera isso em meus treinamentos de criança. Há sangue em minhas mãos que dá um maldito rio. Ter mais não faria diferença, ainda mais de homens como esses aqui. PERIGOSAS

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— Eu vou levá-la para a ala sete — eu disse pegando o braço dela e puxando sem delicadeza, não podia ser delicado agora, ou colocaria tudo a perder. — Oh, isso não está acontecendo — disse Talis. Ele trabalha para Raul. — O que nos garante que você vai cumprir o que está falando? — Está chamando meu filho de mentiroso? — rosnou Lorenzo. Eu fiquei bem surpreso que ele viesse a tomar meu partido, mas as armas foram levantadas novamente, me fazendo gelar por dentro para ter que proteger Evy caso eu precisasse, isso seria minha morte e a dela, ficar a favor de uma pessoa normal, a um de nós. — Mande alguns de seus homens comigo para conferir o serviço, depois que fecharem sobre… — eu comentei em inglês e depois em italiano, sobre o que eles queriam fazer, acabar com Raul e Vinnie, o prefeito de Chicago, que ainda não chegou, mas deve estar chegando. Todos sorriram e abaixaram as armas. — Ela deve ser bem apertada — disse Barry com um sorriso. Ele será um dos primeiros que eu irei matar assim que derrubar esse antro, ou talvez eu o deixe para Kill, afinal esse verme é o presidente dos MCs Fênix, os outros MCs e o vice-presidente, Shadow, não sabem o que Barry anda aprontando pelas costas deles e com quem se aliara para ter seu objetivo. Eu saí da sala puxando Evy para perto de mim, eu estava furioso com o que os guardas estavam dizendo. Eles vieram para conferir se eu ia mesmo estuprar a Evy. Merda, só de pensar nessa palavra me dá vontade de colocar fogo em todos que estão naquela sala, eu só não fiz porque se matasse um do nossos ou fosse contra as ordens do capo, eu não ocuparia o lugar do meu pai, aliás, seria morto, mesmo sendo filho do capo. Eu precisava ser capo para proteger os meus, a minha origem, que Lorenzo estava afundando. PERIGOSAS

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Seguimos a trilha cheia de mato em ambos lados. A rua estreita ia para a casa do terror, onde muitas vidas haviam sido tiradas, e outras poderiam ser, mas eu ia fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para que isso não voltasse a acontecer. — Vamos ver se ela vai continuar apertada depois que eu comer sua bunda e sua boceta — disse um cara de Shan olhando para ela. — Delícia. — Você come a boceta, enquanto eu como atrás… Aquilo me ferveu por dentro, a minha raiva chegou ao auge e fiquei cego, parei subitamente, colocando-a atrás de mim para protegê-la, caso eles atirassem, e lancei as minhas adagas nas gargantas dos homens que ainda estavam falando sobre ela. Os vermes caíram sem vida, espero que apodreçam no inferno. Expirei para me controlar, ignorando a vontade de retalhar todos eles, mas me concentrei em Evelyn do meu lado. — Você está bem? Está tremendo. — Eu a puxei para os meus braços. — Lamento pelo que ouviu desses caras. — Eu estava com medo de que tivéssemos que fazer… — Sua voz falhou. Eu me afastei dela e arregalei os olhos. Ela pensou que eu ia fazer tudo o que eu disse? — Acha que eu tocaria em você assim? Eu só disse aquilo para sairmos de lá… — Claro que não pensei isso, eu só achei que precisaríamos fazer isso na frente deles — ela me interrompeu. — Evelyn, eu jamais tocaria em você se não quisesse isso, nem que tivesse uma arma apontada para minha cabeça, nunca! E também jamais PERIGOSAS

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deixaria isso acontecer com você, não enquanto eu respirar mundo. Aquilo que eu disse foi para ganhar tempo para fugirmos daqui. — Eu a puxei para onde ficavam os carros. — Agora eu quero que me escute. Pegue isso aqui e dê ao cara chamado Kill, aonde você vai… — Mas ele mata pessoas… Ela não estava errada quanto isso, mas garanto que Kill não machucava inocentes, assim como eu. Isso não nos faria ser inocentes. — Pode ser, mas ele irá ajudar. Entrega a ele só quando tiver certeza de que ele vai ajudar você e a mim a salvar essas garotas. Esse grupo de MC tem muita influência, e não está na folha de pagamento de Lorenzo, aliás, eu soube que eles abominam esse tipo de gente, pelo menos a maioria deles. — Entreguei uma carta onde falava sobre a aliança que precisava fazer com eles, só assim minha família ficaria segura. Nosso encontro estava marcado para amanhã à tarde. Ela a guardou em seu sutiã. — Lugar legal para guardar a carta. — Sorri travesso enquanto a arrastava para o estacionamento, onde estava o carro de Luca. — Vamos em qual carro? — sondou ela com excitação na voz. — Não posso sair daqui, porque eles desconfiariam que eu estou com você, por isso você vai ficar escondida no porta-malas desse carro, até alguém abri-lo. — Quem? — Alguém de confiança que estava na reunião e está do meu lado. — Não podia dizer quem era, isso era para sua proteção e de Luca. Eu a abracei e beijei sua testa. PERIGOSAS

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— Toma cuidado lá fora, OK? Eu sei que eles não a machucarão de nenhum modo. Embora o presidente seja um rato, os outros são legais e não gostam desse tipo de coisa. — Espero acabar com Barry antes de ele me causar problemas. — Como tem certeza disso? — sondou ela parecendo com medo. — Apenas tenho. Assim que eu resolver tudo aqui e eliminar tudo isso, levarei você para minha casa. — Sua casa? Tipo morar junto? Eu… — ela se interrompeu, mas pude ler sua expressão. Ela não estava pronta para eu dizer o que sentia, aliás, ela nem imaginava isso, porque ela não sente o mesmo que eu. Eu ri, embora forçado. — Não falo de casar, já que isso eu não posso fazer nem mesmo depois de ser o novo capo no lugar de Lorenzo. — Meu tom era triste no final. — E também, porque você não me ama desse jeito, não é? Posso sentir. — Eu… — Não precisa dizer nada, Evy, eu sei que gosta de mim como um irmão, é por isso que vou levá-la para morar comigo depois que acabarmos com esses malditos. — Eu esperava mesmo isso, embora fosse ter problemas com meu pai e tio em relação a isso. Ela entrou no porta-malas do carro de Luca, e eu a fechei lá dentro e fui para onde estavam os corpos dos homens que matei. Agora vinha a segunda parte do plano. Luca estava olhando para os corpos no chão, espero que estejam no inferno agora, pena não poder matar todos eles. — Ela está no carro? — sondou Luca assim que me aproximei dele. PERIGOSAS

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— Sim, chegou a hora — falei a ele pegando a arma de um dos caras e entregando a ele. Ele suspirou. — Eu não acredito que você vai realmente se deixar ser ferido por causa de uma mulher. Merda, Matteo, que amor é esse? — Não é só por Evelyn, mas por todas as garotas aqui presas, preciso da aliança com os MCs, eles vão voltar aqui e resgatar essas meninas sem que precisemos mover uma palha, assim seu pai não tem motivos para querer tomar o lugar do meu pai e o meu por direito. — Suspirei. — Não posso deixar Enzo ser o capo, o homem é mais sádico que Lorenzo. Eu preferia morrer ou matar alguém a ver mais uma menina desse lugar machucada ou morta. Céus, não quero nem imaginar o que eu faria, mesmo não podendo, por eu não ser capo. — Nisso concordamos — disse ele e suspirou. — Tudo bem, vamos lá. Eu respirei fundo e fiquei olhando para meu primo levantando a arma para mim e puxando o gatilho. Senti a queimação da bala atingir meu ombro e o sangue escorrer pelo terno. — Merda, agora faz o resto. — Trinquei os dentes sentindo a dor. — Matteo… — ele começou a reclamar, não querendo fazer o que precisava ser feito. — Agora, Luca — rosnei, porque não podia estar consciente assim que todos chegasse até mim. Eu podia ouvir vozes ao longe assim que Luca puxou o gatilho da arma fazendo um estrondo.

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— Eu vou fazer isso e levá-la daqui, ok? Espero que não seja forte demais — falou com um suspiro frustrado. — Te vejo no hospital, meu primo. Então ele me lançou um soco forte no rosto e logo depois tudo ficou escuro.

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Depois que acordei com o ferimento no ombro, meu pai estava preocupado comigo. Foi a primeira vez que eu notei emoção nele, em vez de só escuridão e desgosto com a vida. — Matteo, meu filho, você está bem? — sondou assim que eu abri os olhos. Eu suspirei. — Sim, agora preciso resolver uma coisa — comentei saindo da cama e tirando os fios do meu braço. Meu pai riu. — Você nunca gostou de ficar em hospitais, desde criança — me disse. Eu notei que meu ombro estava com uma faixa, mas não sentia dor, ainda bem, não gostaria de ficar um segundo mais aqui, precisava saber se tudo tinha dado certo. Onde está Luca? PERIGOSAS

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— O que aconteceu? — perguntei vestindo uma camisa. Precisava agir normalmente para ele não desconfiar do que eu fiz, pela sua preocupação, ele realmente acreditou que eu fui atingido por aqueles merdas. — Você não se lembra? Alguém levou a puta da garota embora ou ela fugiu. Eu escondi minha expressão, mas minha vontade foi de acertá-lo com minhas adagas. Eu me controlei por ele chamar Evelyn por nome. A menina nunca foi tocada e ele a chama assim só porque matou um homem que já ia morrer? — Lembro que estava levando a garota, mas os vermes que foram junto me atacaram, eu acabei com eles, mas fui nocauteado, na hora não liguei para a garota — eu disse guardando minhas adagas na bota. — Eu sei, nós vamos pegá-la de volta e depois vou matá-la, ninguém pode saber daquele lugar — ele falou enquanto me seguia para fora do quarto. — Não vai esperar a alta? Eu expirei baixinho me controlando. — Garanto que o senhor já cuidou disso, por isso estamos nesse hospital, onde não se vê uma alma viva no corredor, não é? — O lugar parecia deserto. Ele assentiu. — Mas precisamos ter certeza de que esteja bem para sair por aí, a bala atravessou o ombro, mas não pegou nenhum lugar que o prejudique. Luca tem uma boa pontaria, é bom em tiro, ele acerta o alvo até se for à noite. Por isso eu o escolhi, meu primo sabia onde atirar e não deixar nenhuma sequela. — Estou bem, pai, não posso ficar aqui, tenho muito trabalho a fazer. — Eu não sabia o que fazer com a preocupação dele, afinal, desde que mamãe PERIGOSAS

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morreu ele era um tremendo estranho, raras vezes falava comigo, só quando necessário, agora que levo um tiro ele fica assim? — Tudo bem, se você diz, estou indo para resolver uma situação que me deixou grilado. Eu o fitei e vi que ele estava furioso. — O que aconteceu? — Embora já soubesse o que o estava deixando furioso. — As mercadorias que Raul conseguiu para mim, o FBI as apreendeu ontem à noite. — Seu tom era sombrio. — Pena ele está morto ou acabaria com aquele desgraçado de novo. Eu fiquei quieto, mas estava feliz que os federais fizeram a apreensão, que levaram aquelas meninas para suas casas. Muitas são iludidas de que estão sendo modelos e coisa do tipo, são levadas para fora do país e usadas como prostitutas. Eu não concordo com isso, e quem faz algo assim, dou um jeito de ele pagar. Agora, como meu pai é o capo, não posso fazer muito, mas irei assim que eu me tornar um. Eu vi Samuel entrar no hospital, estava conversando no celular e parou quando me viu. Lorenzo já tinha ido com Romulo, o seu segurança, para checar o que tinha dado errado, mas Luca fez tudo certinho, sem deixar que nós dois fôssemos envolvidos com a apreensão das garotas. — O senhor Matteo acabou de sair do hospital — disse ele. — Sim, senhor — falou e estendeu o celular para mim. — O senhor Luca quer falar com você. Eu o peguei e atendi. Eu estava mesmo louco para falar com ele para saber como tudo aconteceu, precisava ouvir dele, e não do meu pai.

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— Luca, ela está bem? Deixou-a onde combinamos? Ela entrou no clube… — Sim, ela entrou e todos sabem que Evelyn é na verdade irmã dele, só não sei como isso aconteceu, talvez Kill a reconheceu de alguma forma — ele disse e depois suspirou. — Como você está? Não era para ficar no hospital até amanhã? — Sim, mas você me conhece, preciso ir ao encontro com Kill e Shadow, está marcado para daqui a pouco, e esses malditos remédios quase não me deixaram ir — rosnei enquanto entrava no carro. — Você precisa que eu vá junto? Porque meu pai está aqui na boate. — Ele suspirou. — Se eu sair ele pode desconfiar de alguma coisa, aquele homem não perde nada. — Não vou precisar de você, vou levar os homens de confiança só por precaução. — Então, assim que falar com eles, me dá um toque, ok? — pediu ele. — Aviso sim, mas não se preocupe, vai dar tudo certo — garanti desligando o celular e o entreguei ao Samuel, que estava dirigindo. — Vamos para o lugar marcado. Eu tinha deixado um bilhete com Evelyn, para ela dar ao Kill, eu só espero que ela tenha feito isso. E que esteja bem. Precisava falar com eles sobre o resgate das meninas e também sobre o miserável de seu presidente. — Senhor, ontem à noite o Barry foi morto na porta do clube — disse Samuel ecoando meus pensamentos. Eu arregalei os olhos. — Jura? Já foi tarde, assim não preciso me livrar daquele verme imundo — suspirei. — Mas quem o matou? Não foi um dos nossos, não é? Porque PERIGOSAS

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isso iria atrapalhar meus planos. Planejava, sim, matar o miserável, mas estava apenas pensando em sumir com ele, não em matá-lo na frente dos outros. — Não fomos nós, mas parece que foi gente de Ramires. Se for, eles vão ter um grande problema, mas isso pode vir a calhar, podemos usar a nosso favor, porque eles vão precisar de nossa aliança também, para o caso de o chefe do cartel resolver atacá-los — Samuel informou. Franzi o cenho por um segundo, depois concordei com ele, isso pode ser bom para nós. — Concordo, Samuel, vamos resolver sobre as meninas e depois vamos ver isso. — As garotas são minha prioridade, mais do que inimigos e até eu mesmo. — Tudo bem — assentiu. — Me diz como está a Lis? — perguntei. A primeira e última vez que cheguei à ala sete tinha uma garota lá com homens abusando dela, deixando-a praticamente morta, se não fosse a minha intervenção. Eu disse a todos que ela estava morta e a levei para ser enterrada. Meu pai parecia ter ganhado na loteria, desgraçado. Mas fiz isso porque, quando tirei um cara de cima da garota, ela estava quase sem pulso nenhum. Dei a desculpa a meu pai de que ia terminar o serviço e matá-la depois. Todos os miseráveis saíram, me deixando sozinho, porque eu exigi assim. Então forjei sua morte e Samuel cuida dela até que ela se recupere, seu nome é Liliane, mas seu apelido é Lis. Mais de vinte homens abusaram dela, é uma dádiva ela ter sobrevivido, e só o fez porque eu cheguei lá e a levei ao hospital. Poderia ter chegado antes e tentar impedir de alguma forma, mas descobri sobre o que faziam lá um pouquinho tarde. Samuel deu um suspiro triste. PERIGOSAS

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— Bem, na medida do possível, ela não pode ver nenhum homem na sua frente que começa a gritar, o único que a garota não surta por ficar perto dela sou eu. — Ele passou a mão direita nos cabelos. — Acha isso ruim? É bom que ela esteja se aproximando de você… — Isso não é bom, porque ela me tem como seu salvador, quando na verdade foi o senhor que a salvou daqueles monstros. — Ele me olhou pelo retrovisor. — Pode ser, mas você cuidou dela e a manteve protegida até hoje, e garanto que vai continuar assim até que ela resolva ir embora e continuar sua vida com sua família. — Ela foi vendida, chefe. — Seu tom era frio e cheio de fúria. Eu pisquei. — Espere… o quê? Como sabe sobre isso? — Minha voz saiu alta no carro, então me controlei. — Sim, ouvi ela implorando ao pai para que não a vendesse, que ia se tornar uma criança melhor… — Ele respirou fundo para se controlar. — Lis estava sonhando quando disse isso, então supus que seus pais a vendaram quando ela era criança. — Merda! Luca não achou nenhum registro dela nos documentos que meu pai guarda das meninas que sequestra. Lunático, não? — Sacudi a cabeça controlando a fúria, triste. — Eu poderia ir atrás deles e encontrá-los, mas não posso sair daqui com tantos problemas que preciso resolver. — Chefe, eu vou encontrá-los e acabar com os dois — disse Samuel com ferocidade. — Já coloquei um amigo meu no caso, ele vai encontrá-lo e me dizer onde mora, eu poderia ir, mas o senhor precisa de mim agora.

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— Lamento, Samuel, não podemos deixar as meninas da fazenda sozinhas, mas assim que as libertarmos você está livre até que encontre esses desgraçados que as venderam, se precisar de mim é só chamar — informei. Entretanto, sabia que ele podia lidar com tudo. Samuel é o executor da máfia, ele fazia serviços que o capo ordenava, não importa o que ou quem precisasse eliminar, e depois limpava a sujeira que devia ser encoberta. — Obrigado, senhor. Chegamos ao lugar marcado. Eu só trouxe alguns homens de confiança. As motos pararam em frente aos nossos carros, todos os meus homens saíram armados. Eu também saí e fiquei escorado no carro, já que a dor no meu ombro estava piorando. Shadow, um homem alto e letal, veio à frente de seus homens e parou na minha frente. Mas Kill veio na minha direção furioso. Samuel e os outros puxaram as armas e assim fizeram os MCs. Shadow o segurou. — Você bateu nela com cinto, seu cretino, e escondeu ela de mim, sendo que sabia há bastante tempo que eu sou irmão dela! — esbravejou ele. Eu saí de perto do carro e o encarei de frente, não temo a briga, é claro que não ia fazer isso, mesmo se não estivesse ferido. Também não deixaria ninguém me encarar e ficar por isso mesmo. — Fica frio, Kill, nós não viemos aqui para isso, e também ele está ferido, já que levou um tiro, não é? — Ele me fuzilou com o olhar. Eu me controlei, porque a porra do meu ombro machucado estava doendo muito, com certeza estava passando o efeito dos analgésicos. Segurei-o e não demonstrei emoção. Afinal, já estava acostumado à dor. Quando fazemos dez anos, no momento que nos tornamos homens, palavras do meu pai, o homem precisa ser valente e esconder a dor na frente PERIGOSAS

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de todos. Ele nos ensina a matar e lutar até que não aguentemos mais. Eu suspirei, não sabia que Evelyn tinha dito a ele o que eu fiz com ela, uma coisa que irá me assombrar para sempre. — Abaixem as armas agora — eu disse aos meus homens e depois foquei em Kill, que estava furioso. — Eu não sabia há muito tempo, só há alguns meses quando ela falou seu nome e então puxei a sua ficha para investigá-lo, mas precisava de tempo e aliados para tirá-la de lá sem demonstrar que havia traído minha família. — Não me importo com isso — rosnou Kill saindo de perto de Shadow, mas sem nunca deixar de me encarar. — Eu me importo, porque se eu não der um jeito no meu pai, ele vai atrás dela. Agora mesmo eles estão todos a caçando para executá-la, já que ela atingiu um companheiro na garganta e fugiu logo depois — eu disse. — Pelo que sabemos, ele foi morto com a garganta cortada e tiros na cabeça — disse Shadow. — Ela disse que não atirou, então quem foi? Eu suspirei. — Guerras territoriais. O senador não queria ceder Chicago para meu pai, então, na verdade, ele já seria morto na reunião de ontem, mas as coisas se complicaram quando o desgraçado tocou nela. A minha vontade foi de matálo, mas ela foi mais rápida. — Não era para estar orgulhoso disso, mas eu estava. — Ela tem um gênio forte. Ainda bem que ela o acertou, porque eu já ia mandá-lo para o inferno por dizer aquelas coisas a ela. Maldição! Ela nem sabe o que é um maldito boquete, devo dizer que, se fosse em outro momento, eu o teria feito comer seu maldito pau por dizer isso a ela. — Trinquei os dentes. Evelyn não sabia muita coisa do mundo lá fora, ensinei algumas coisas a ela lá dentro, mas outras são novas, não tinha como explicar muitas coisas, PERIGOSAS

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então dava livros para ela ler, mas livros não explicavam tudo, ver é muito melhor do que apenas ler. — Você está apaixonado por ela? — grunhiu Kill. Eu ri, ignorando a fisgada no ombro. — Quem não estaria? Quando a conheci e a vi naquela maldita cruz toda machucada, devo dizer que fui aonde meu pai dormia, minhas mãos apertaram as adagas para matá-lo, mas não podia, porque, se eu o matasse, o meu tio tomaria meu lugar por direito, e o velho é mais sádico que meu pai. — Nesse dia estava tão furioso que minha vontade era acabar com todos, por isso cedi em ajudar com a dor dela, se não fizesse ela iria caçar confusão, voltar para lá e ser açoitada de novo. — E sobre essas garotas presas? Ela disse que tem umas duzentas lá dentro aprisionadas pelo seu pai, e que ele as entrega a homens para serem abusadas e mortas —sondou Shadow enraivecido. — Sim, eu não sabia sobre isso até três anos atrás. Fui convocado por ele para participar daquilo, eu sei que não sou santo, estou longe de ser. Tenho sangue em minhas mãos das vidas que já tirei, mas daí a fazer aquela barbaridade? Quando cheguei lá, eu encontrei três garotas mortas e os homens fazendo a festa. — Eu expirei. — Não sabe o quanto tive que me controlar para não matar a todos, até Lorenzo, porque a culpa daquilo tudo é dele e do doente do meu tio. Enzo e Lorenzo eram os piores, mas tinham muitos homens de fora também, não só da máfia. Eu iria acabar com todos eles, estava chegando perto para eu ganhar e eliminar todos. Os de fora seriam os primeiros que eliminaria, depois os de dentro. — Então é pedofilia e estupro? — perguntou Daemon com os dentes trincados. Um dos MCs. PERIGOSAS

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Eu sabia sobre cada um deles, mas Daemon era um problema que não tinha passado, era como se tudo sobre ele tivesse sido apagado. Ele é bom em sumir com rastros e também é um rastreador excelente. O cara era moreno, coberto por tintas nos braços e pescoço, exposto pela gola de sua camiseta. Tinha piercings na orelha direita, nariz e língua. — O miserável do meu pai acha que está fazendo justiça, porque minha irmã foi morta e estuprada. Não acharam o corpo, mas havia sangue em seu vestido encontrado na Rússia. Ele acusa a máfia Dragon. — Falar em Dalila sempre me fazia ficar triste e com raiva por não saber o que houve realmente com ela. Eu a procurei tanto, acredito que vasculhei a maldita Rússia inteira à sua procura, e nada. — Dark? — indagou Shadow. — Não é o feitio de sua família, afinal, ele abomina esse tipo de coisa. Dark é um rapaz de vinte e três anos, mas já possuía um imenso poder em suas mãos, após a morte dos seus pais, os quais Lorenzo matou. — Seu pai matou os Dragon, não é? Mas eu não entendo, Nikolai acha que foram os Bravatas que assassinaram seus pais — falou Shadow. — Na época, os Dragon estavam em guerra com os Bravatas, então, quando Lorenzo matou os pais dele, ele deduziu terem sido seus inimigos, e meu pai saiu ileso. Não entraríamos em guerra com eles, porque temos poder, mas eles têm mais do que nós — falei a verdade. — Por isso eu tenho que limpar toda essa sujeira, porque quando os Dragon decidirem vingança contra o que meu pai fez, precisarei arrumar um jeito de controlar isso, porque tem muitos inocentes nessa história. — Porra! Se eles souberem o que Lorenzo fez, vocês estão fritos — falou Kill parecendo gostar disso. Bastardo de coração frio. — Ainda bem que PERIGOSAS

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minha irmã está longe disso tudo, longe de vocês. Eu não ia discuti com ele, afinal, entendia sua raiva em relação a mim, eu também me odeio pelo que fiz a Evelyn. Toda surra que eu levar ainda é pouco. — Não importa agora, o que importa é que preciso salvar aquelas garotas e crianças sem envolver o FBI e essas merdas. E, também, sem que meu pai descubra que estou as ajudando, ou estarei morto. — Não ligo muito para mim, mas pessoas boas dependiam de mim. — Meu pai manteve o FBI no bolso por muitos anos para que fechassem os olhos em relação àquele antro de tortura e assassinato. — Achei que algo assim acontecia. — Tinha veneno na voz de Daemon. O cara era forte. — Afinal, sequestro de crianças, por causa do alerta Amber, chama muita atenção da polícia, além da pedofilia que rola solta na sua máfia com esses casamentos entre marmanjos e meninas. — Sempre fui contra isso, embora haja muitos membros da máfia Salvatore que não tocaram nas meninas com quem se casaram até que elas completassem a maior idade. Quando me tornar capo, esses vão ficar comigo, os outros vou eliminar. Espero sobreviver até lá. — soube recentemente que alguns do meu pessoal era contra o que Lorenzo fazia, isso me estimulava a ser forte e vencer todos os meus obstáculos para proteger minha família. — Não me fará nenhuma falta — sibilou Kill. Eu ri, mas para provocá-lo, embora seja verdade. — Bom, mas Evelyn sentirá caso algo aconteça comigo, não é? — perguntei quase afirmando. Ela se importava comigo, embora não fosse da forma que eu queria. — Pode ser, mas ela não ficaria sabendo, já que quando tudo isso acabar, você não vai mais vê-la. — Kill cerrou os punhos. PERIGOSAS

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— Dificilmente, já que, depois disso, ela vai morar comigo. — Sorri animado com isso. Pelo menos era esse o plano, mas vai depender dela, se ela ainda quer ficar comigo. Kill se lançou para mim, mas Samuel e os outros o impediram de chegar até onde eu estava. — Porra! Isso não vai acontecer, acha que não sei sobre vocês, os Salvatore? Você não pode se casar com alguém de fora da sua origem mafiosa, e se você mencionar que vai fazê-la sua amante, eu juro que mato você agora mesmo! — esbravejou Kill. Sua barba e cabelos eram grandes, ele me lembrava um hippie. Eu não a levaria para fazer dela minha amante ou coisa do tipo, afinal Evelyn não nasceu para isso, ela nasceu para ser livre, e não presa a mim. Eu não podia fazer isso. Eu dei sinal para meus homens se afastarem de Kill. Não precisava que me defendessem, podia fazer isso sozinho. Fechei a cara para ele. — Eu jamais faria isso, e também Evy não me ama dessa forma, e sim como um irmão, mas, no final, ela vai decidir o que quer fazer da vida, e faremos com que nenhum perigo recaia sobre ela nem sobre ninguém. — Ignorei uma pontada de dor em meu ombro. — Agora vamos ao que interessa, resgatar aquelas meninas e as crianças. Vou enfrentar todos para isso acontecer ou morrer tentando. — Eu acho que você está pensando errado, nesse caso — disse Shadow. Eu estreitei meus olhos para ele. — Sobre o quê? — Veja bem, você não pode matar seu pai ou ser acusado de traição, já que perde seu legado. Se o FBI entrar no caso vão confiscar o que vocês têm, PERIGOSAS

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então você precisa de nós para entrar nesse lugar que não sabemos onde fica, e armados até os dentes para resgatar todas as crianças e moças que estão sendo mantidas como prisioneiras. Então faremos o seguinte: você limpa o lugar apagando quaisquer menções ao nome da sua família, o resto deixa conosco. Mas um aviso: quando entrarmos lá, derrubaremos todos. — Não podem, pois tem pessoas da minha confiança lá dentro que protegem as meninas… — falei temendo que todos eles saíssem feridos. Eu não ligava se meu pai morresse, mas tinha que esperar a oportunidade certa para que isso aconteça. — Então você deve tirá-los de lá. Não podemos entrar e matar somente os homens do seu pai, deixando os da sua confiança vivos, ele vai desconfiar que você estava por trás de tudo, não é? — continuou Shadow. Eu praguejei, porque ele tinha razão quanto a isso, se fizesse isso meu tio ia desconfiar. Meu pai não sei, mas Enzo anda de olho em mim como um falcão. — Sim, mas se eu os tirar de lá, ele também vai desconfiar. Meu tio já diz que não tenho pulso firme para controlar o legado só porque não sou a favor do que eles fazem — anunciei com raiva. — Quando tudo isso acabar, eu vou mudar muitas coisas, já que serei o capo, mas não posso mudar tudo. — Eu tenho uma ideia, mas vai ser um pouco complicado — falou Nasx. Ele era loiro com cabelos grandes, mas presos em um rabo de cavalo. — Manda, porque não há nada pior do que o que vai acontecer, caso não peguemos as meninas de lá, principalmente dez delas, que estão para fazer aniversário. — Custe o que custar, vou fechar aquele antro, mandar todos para o inferno e devolver as meninas para suas famílias. — O que um aniversário tem a ver com isso? Evelyn falou algo, mas não entendi muito bem. — Daemon estreitou os olhos caramelos, da cor dos de PERIGOSAS

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Evelyn. — Para meu pai, isso é o ritual de um culto que ele criou. Ele oferece as meninas à minha irmã, que morreu, e depois as entrega aos homens para fazerem o que quiserem delas. Todos têm que apodrecer no inferno — sibilei no final. — Incluindo seu pai? — falou Shadow. — Sim, e não sentirei nada por sua morte, isso é um alívio, tendo em conta o que ele fez. Ele só não pode ser morto agora, tenho planos antes disso, mas sua morte vai chegar. Só espero que, quando isso acontecer, ele esteja lúcido, assim sentirá o que tenho preparado para ele. Vocês não podem matá-lo, porque, quando eu me tornar capo, mesmo sem querer, terei que caçar e matar o assassino do meu pai, e o cara deverá ser muito bom em encobrir todos os rastros. Essa é uma lei da minha família, e não poderei quebrá-la — informei a todos e depois olhei para o Nasx. — Que plano tem? — Vamos resolver o problema das meninas e deixar a situação de Lorenzo para você, Matteo. — Certo. Continue. — Como não podemos entrar e matar só o pessoal do cretino do Lorenzo e deixar os seus vivos, e já que eles não podem sair de lá, então vamos ter que atingi-los… — Porra, isso não! Eles são boas pessoas e acreditam em mim no meio desse inferno todo. Vocês não podem matá-los. — Trinquei os dentes, porque não podia machucar nenhum dos meus. — Ninguém falou em matá-los, e sim atingir em algum lugar e não ser fatal. É a única chance que temos — Nasx informou.

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Eu não podia deixar meu pessoal ser ferido, mas e se não fossem, eu não conseguiria tirar as meninas de lá sem causar desconfiança no meu tio, ele era o pior deles. — Como poderemos diferenciar os do seu pai dos seus? — sondou Hush. Um loiro parecido com surfista, embora Nasx também se pareça com um. A diferença deles é que Hush tem olhos negros, enquanto os de Nasx são azuis. — Eu vou conversar com eles primeiro, para saber o que acham — eu disse. Não faria nada assim sem comunicar a eles. — Estamos nessa com você até o fim, chefe — respondeu Samuel. — Obrigado, Samuel — agradeci e depois olhei para os MCs. — Depois que conversar com todos, eu dou a resposta. Temos no máximo quinze dias para resgatar todas elas. — Fechado. Vamos bolar um plano para pegar esses desgraçados e acabar com todos eles — disse Shadow com veemência. Eu fiquei ali, vendo-os irem embora, as motos aceleradas que chegavam a levantar poeira. Uma parte de mim ficou aliviada por ter conseguido mais um aliado, com a ajuda deles vou conseguir libertar as meninas e derrubar tudo que meu pai construiu na fazenda. — Merda! — rosnei indo me mover, e a ferida pulsou forte. — Isso não devia acontecer. — O senhor está bem? — sondou Samuel com tom preocupado. — Estou sim, não estou falando de mim, mas dessa merda de que vocês precisam ser feridos com aqueles crápulas. Eu ser ferido para protegê-los era uma coisa, mas ferir meu pessoal? Era outra coisa. Não podia fazer isso. Droga, o que vou fazer agora? PERIGOSAS

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— Senhor Matteo, podemos fazer isso, todos vão concordar comigo. Nós queremos isso resolvido — disse Samuel. — Não dá para viver assim e ver aquelas jovens sofrendo, e acontecer com elas o que houve com Lis, até pior. Não importa se eu tiver que ser torturado para isso, eu o farei. — Sim, somos leais a você — concordou Frank. — Vamos falar com os outros… Cortei. — Eu faço isso… Samuel me interrompeu. — Não acho que seja uma boa ideia você ir lá agora, isso pode gerar desconfiança de seu tio, quando as meninas forem levadas — interveio. — Vamos cuidar de tudo, o senhor não indo lá, o Enzo não poderá culpá-lo quando tudo afundar. — Concordo, Enzo anda desconfiado e procurando saber algum erro sobre você para tirá-lo de ser candidato a capo — disse Frank. — Eu soube pelo Romulo que seu pai queria passar o cargo a você. Eu arregalei os olhos. — Jura? Eu o vi na saída do hospital, mas ele não disse nada — sussurrei. Meu pai ficou assim tão preocupado comigo levando um tiro? — Enzo o tirou da ideia dizendo que você não concordaria com o que ele faz com as meninas — falou Samuel e depois me olhou de lado. — Então é melhor ficar longe de lá por enquanto, chefe. — Mas… não posso deixar as meninas sozinhas lá naquele lugar, alguém…

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— Cuidaremos delas, até os MCs as resgatarem — disse Samuel. — Mas e quanto ao Pablo? Pablo era um dos garotos que tomava conta da ala onde ficava a Evelyn, os dois eram amigos antes de eu aparecer. Eu falo garoto porque ele tinha dezenove anos na época, hoje está com vinte um. Lorenzo mandou matá-lo após ele conseguir um purgante e dar a Evelyn, que deu a todos os homens de Lorenzo, levando a maioria para o hospital. Foi onde ela foi castigada, e ele, mandado para a morte, mas eu intervim e disse ao meu pai para deixá-lo preso na solitária, isso seria o castigo por desobedecer a uma ordem do capo de se manter longe. É claro que não o deixei todos esse tempo na solitária, sem nada, como era a ideia do meu pai. Acredito que ele nem pensa mais nisso, nem sabe que Pablo existe, se fosse por ele, o garoto estaria morto. — Vamos forjar sua morte para Lorenzo ver e fazer Pablo sumir até Lorenzo e meu tio estarem sob controle e eu ser o capo, aí o trago de volta. — Podemos fazer que os mesmos que vão resgatar as meninas façam isso, podemos dizer ao Shadow para forjar o assassinato de Pablo, não teremos outra oportunidade — comentou Samuel. — Certo, então vamos resolver logo isso — concordei com a esperança viva de que logo as meninas estariam fora daquele maldito lugar, e com suas famílias.

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Eu conheci uma garota que salvei quando entrava na boate. O filho da puta não aceitou não como resposta. Odeio homens assim, não é porque sou um mafioso que tenho que ser um cretino sem coração. Eu soube que seu nome era Frederic Reis e que ele fazia isso direto, já tocou em algumas mulheres fora das boates. Foi erro dele vir fazer isso em meu território. A garota usava peruca morena e roupas que faziam suas curvas serem mais do perfeitas que já eram. Eu sei sobre a peruca porque ela caiu na hora que a garota correu, mas notei que seus cabelos eram loiros, não cheguei a ver o rosto direito, já que era noite, mas ela tinha o cheiro de morangos. Enquanto eu lidava com o cara, ela foi embora. — Espera! — gritei, mas a loira não me ouviu ou simplesmente não parou para me agradecer por livrá-la do verme imundo que queria machucá-la. Matar alguém é fácil, o difícil é viver com isso em nossa mente. Isso me afetava até certo ponto, quando eu tinha uns doze ou treze anos, mas hoje não tenho culpa, não por eliminar um bandido e delinquente. Isso é quem eu sou. PERIGOSAS

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Eu ia mandar procurar saber quem era essa garota que me fascinou, mas que não ficou para se identificar, isso estava me deixando inquieto. Eu precisava saber onde ela morava e o que fazia na boate de Shadow quando fui falar com ele sobre o resgate das meninas. Eu fui em sua direção, mas ela correu de mim de novo. Isso me deixou intrigado, por que ela estava correndo? Por que não deixou que eu me aproximasse e perguntasse seu nome? Agora eu a tinha visto de frente e, porra! A mulher é uma tremenda deusa. Eu já vi mulheres lindas, inclusive já possuí muitas, mas não igual àquela. Ela era uma loira fabulosa e com curvas incríveis nas quais eu amaria passar minhas mãos. Olhos azuis brilhantes. Eu a reconheci pela pulseira de brilhantes que ela tinha na mão direita com um pingente de estrela. E também pelo cheiro de morangos que senti ao passar perto dela. Mas quando ela me olhou em cheio, me reconhecendo, correu no meio da multidão. Eu ia procurá-la, mas Luca me puxou dali, porque tínhamos reunião com uns negociantes do porto que eu quero comprar. Mas depois eu iria procurála, seja lá onde ela estiver, posso pegar a câmera desse lugar e localizar essa mulher que me deixou interessado e fascinado. Eu estava cheio de problemas, por isso adiei isso, já que tinha acabado de saber o que os MCs fizeram. Tanto os MC daqui de Chicago como de Nova York. Fico imensamente satisfeito porque as meninas foram levadas em contêineres e deixadas em uma cidade vizinha daqui. Shadow chamou policiais de confiança para passar o recado, como uma denúncia anônima. Meu pai surtou quando soube que as garotas foram levadas e que toda a fazenda estava sob chamas, porque não restou nada além de pó e ruínas. Agora estou aqui, de frente para todos na reunião que me elegeu como capo, porque meu pai está em coma no hospital. Como pode uma pessoa entrar em coma porque essas garotas foram libertadas? Quando minha mãe e PERIGOSAS

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Dalila morreram ele não ficou assim. Aliás, ele se tornou um monstro, ou talvez sempre tenha sido. — Meus parabéns pelo título de capo — disse meu tio, apertando minha mão. Arqueei as sobrancelhas. — Sério? Porque eu podia jurar que você queria esse cargo — desdenhei ficando de frente para ele. Ele piscou e se controlou, mas vi veneno e aço em seus olhos negros como um vácuo desprovido de emoção. — Nunca quis o cargo de chefe — mentiu o descarado. — Só estou feliz que esteja no poder. Um cacete que está, pensei amargo. Podia sentir seu corpo tenso e furioso, era quase palpável sua fúria. Se ele me odiava tanto devia ao menos fingir direito ao me felicitar. — Obrigado, tio — fingi acreditar fazendo uma força para não grunhir. Eu vou dar um jeito de ele descumprir uma ordem minha, só assim posso acabar com ele. — Então, em seu primeiro ato como capo, você vai ordenar que consigamos as meninas de volta? Eu olhei para o homem à minha frente, que se dizia meu tio, querendo tirar sua vida naquele momento mais do que já quis antes. — Parabéns, novo capo. — Luca veio até mim, batendo no meu ombro de leve. No final ele deu um aperto, como se fosse para eu me controlar, mas eu estava controlado. E logo ia tirar esse sorriso diabólico do rosto do meu tio.

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Eu assenti, depois me concentrei em todos na sala, os dez negociantes, aos quais chamamos de anciões. Eles que tomam conta de cada ponto da máfia Salvatore nos países como Itália, França, México e alguns outros. Mas quem manda em todos eles é o capo, ou seja, eu, que peguei o título hoje. Sei que vai ser difícil mudar algumas coisas, mas não impossível. Há grupos e famílias mafiosas em praticamente todos os países, mas considero as máfias italiana, russa, mexicana, japonesa, jamaicana e albanesa como as mais poderosas. No meu país, especialmente na Sicília, de onde a minha família é originária, há máfias muito importantes, como a nossa, a Cosa Nostra, a Colombo, a Banchi, a Esposito. Nossa família já está há mais de um século estabelecida aqui, nos Estados Unidos. Algumas dessa máfias, como Banchi e a Esposito, sei que estão do meu lado, e ficarão, caso aconteça alguma luta contra os Dragons no futuro. As outras são organizações controladas por uma família que usa métodos inescrupulosos para fazer prevalecer seus interesses ou para controlar uma atividade, como o mercado negro, tráfico de drogas e etc. Crime organizado. Nós também fazemos muitas coisas ilegais, mas tráfico humano não é uma delas, pelos menos não mais no meu poder. E vou cortar a crista de todos que pensam que farei isso. — Eu, como o novo capo, vou mudar algumas coisas que precisam ser mudadas e não vou tolerar ninguém que me desobedeça de alguma forma. — Embora queira que alguns façam isso, só assim eliminarei cada um deles. — Que lei vai ser mudada? — perguntou Hadid, o chefe do ponto da Itália. Agora chegou a hora de ver quem está do meu lado e quem são os bastardos que são contra mim.

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— Em primeiro lugar, o casamento com meninas de dez anos. Isso não vai mais existir, só com 18 anos, e os que forem casados com garotas menores de idade terão que devolvê-las aos seus pais e poderão pegá-las quando elas tiverem a idade certa. — Não queria esse final, queria que elas escolhessem quem quisessem, mas essa lei não podia mudar. Alguns arfaram e outros sibilaram entre si. — Você não pode fazer isso, seu desgraçado! — disse Liam, um dos homens do chefe do México. — Somos casados com essas putas e temos o direito de foder nossas cadelas… Eu o fuzilei com o olhar e meu sangue ferveu em minhas veias tão forte que achei que iria explodir ali mesmo. Nessa hora a besta queria ser solta e estraçalhar esse cara. Peguei minha adaga e lancei para ele, cujo cabo encostou entre seus dois olhos. Esse maldito merecia que eu demorasse nele, fazendo-o sofrer igual acredito que ele faz com sua esposa. Eu respirei fundo, controlando minha fúria. — Mais alguém tem objeção à minha mudança de lei e ousa me insultar? Pode falar agora e ir para o inferno igual a esse cara. — Apontei para o morto fuzilando todos com o olhar. — Não vou tolerar que me desafiem. — Todos na sala ficaram calados, tanto que seria possível até mesmo ouvir um grão de areia caindo no chão. — Nem que me desrespeitem ao irem contra minha ordem — respondi num tom frio. — Quem quiser ir para o mesmo caminho é só dizer. Não sou meu pai, não vou compactuar com as coisas que ele fez, quem me conhece sabe que eu era contra, mas cumpria suas ordens por ele ser um capo. Agora, mudanças estão vindo, porque não vou tolerar que me desobedeçam. A escolha de sair é agora, embora, com tudo o que sabem, suas vidas nunca serão as mesmas. Alguém dos nossos estará o vigiando, e se o mundo lá fora souber dos nossos negócios e onde estão, suas cabeças estarão PERIGOSAS

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a prêmio, é melhor que estejam mortos antes de eu colocar minhas mãos em vocês. Eu olhava cada rosto na sala de reunião, todos mudos, me observando. — E quanto às meninas que estavam em cativeiro, ninguém vai tocá-las ou chegar próximo a elas. Os homens que compactuaram com aquela escória, machucando e tocando em uma mulher, estarão sendo vigiados, e se ousarem fazer algo como aquilo de novo, sua sentença será a morte, e vai acontecer do mesmo jeito que as meninas que foram mortas. Olho por olho, dente por dente. — Meu tom era frio. Eu queria matar todos que participaram da reunião da pedofilia naquela fazenda, mas não podia, não agora, afinal, tudo aquilo foi sob a aprovação do meu pai. Mas se eles infligirem alguma ordem que dei a eles agora, aí as coisas mudam. Sobraram poucos guardas na queda da Babilônia, porque eu considerava assim após muitas vidas sendo tiradas naquele lugar. Não sou nenhum Deus para limpar o mundo de todo pecado e imundície que há nele, porque no fundo eu seria levado para baixo também, afinal sou um assassino, o morto na sala comprova isso, e outras vidas que tirei. Não importa se eles eram homens ruins ou não, morte é morte, e vida é vida. — Vocês ouviram o chefe, agora vão cumprir suas ordens — disse Luca a todos ali e depois a mim. — Estarei do seu lado, capo, qualquer coisa me livro deles. Luca é um executor muito bom, assim como Samuel, meu primo era quem descobria o que precisava ser tirado antes mesmo de se tornar um problema. Eu confiava minha vida a ele de olhos fechados. Não podia dizer o mesmo do meu tio. — Tudo bem, agora preciso ficar a sós com Luca, o restante pode sair — ordenei indo me sentar na cadeira onde meu pai costumava se sentar. PERIGOSAS

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Enzo saiu da sala junto com os outros que estavam mudos. Bom, vou mostrar quem manda aqui agora. — Ryler, cuide disso — falei apontando para o cara morto no chão. — Depois passe a todos o que falei na reunião e leve as meninas menores de idade para a casa dos pais delas. Se algum marido inferir, mate-o. Samuel, Frank e alguns outros estão feridos ainda por terem sido atingidos na queda da fazenda. Nada grave, o que me deixou aliviado. Depois vou visitá-los. — Sim, senhor — respondeu e levou o cadáver dali, embora a mancha de sangue ainda tenha ficado. Ryler era um homem fiel e leal, ele era o que limpava a sujeira como essa que fiz na sala de reunião. Todos diziam que ele não tinha alma, mas quer saber? Nenhum mafioso tem uma, se não estávamos andando sob a lei e não cometendo nenhuma coisa ilícita. — Teve notícias da Evelyn? — perguntou Luca. — O que vai fazer agora que ela não corre mais perigo? — Não falei com ela depois da boate. E não vou fazer nada por enquanto, vou deixar ela aproveitar sua liberdade. afinal isso foi tirado dela a anos. — Há dois dias fui à boate de Shadow e a vi lá conversando com ele. Ela fugiu do clube dele nesse dia, não sei bem o que houve, mas parece que Evelyn ficou com alguém. Na hora eu quis matar quem a tocou. Mas vou deixar esse papel para o Kill. Eu a queria comigo, mas não podia tê-la para mim, não da forma que eu desejava. Sabia que precisava renunciar a ela. Embora isso não seja fácil, doía pensar nela com outra pessoa tendo uma vida que lhe foi privada esses anos todos. PERIGOSAS

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Um mês depois eu ainda não tinha conseguido resolver todos os meus problemas. Estava longe de ajeitar a sujeira que meu pai deixou para mim. Lorenzo ainda estava em coma, os médicos disseram que ele estava em estado vegetativo. Pode me chamar de monstro ou o que for, mas não sinto nada por ele estando assim nessa situação. Não poderia ligar menos para isso. Tantas coisas que ele fez, isso não chegava nem perto de ele pagar, aliás, foi fácil demais. Enzo esteva quieto todo esse mês, não soube nada dele nem dos outros que estavam compactuando com aquela pedofilia de merda. Mas sei que eles estavam aprontando alguma coisa, nenhum deles ia aceitar a derrota assim tão fácil. Eu estava contando com isso, que eles me desobedecessem, assim poderia eliminar todos de maneira lenta e torturante. Eu estava indo abrir o arquivo da mulher em quem estive pensando por todo esse mês e, por incrível que pareça, ela até ajudou a tirar Evelyn um pouco da minha cabeça. Eu acho que estou à procura dela porque gosto de um desafio, e essa mulher fez isso ao se afastar de mim. Eu devo estar louco por pensar em uma mulher que vi apenas duas vezes e que em todas elas correu de mim. Ainda por cima, eu nem sabia se ela era comprometida ou coisa assim. Mas acredito que não, afinal ela estava sozinha em uma boate de madrugada. O pior, ela também não é do meu mundo, será que só me interesso por mulheres fora do meu mundo? Isso é realmente uma merda, porque se eu gostasse dessa mulher desconhecida, seria pedir para sofrer igual fiz com Evelyn nesses dois anos e meio gostando dela.

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Olhando para a pasta com seus dados, que pedi para Samuel conseguir para mim, já estava indo abri-la quando meu telefone tocou, então atendi. Shadow me disse que eu precisava ir para a boate Square o mais rápido possível, fiquei confuso na hora. — Bom, estamos com um problema gigante, que faz seu tio parecer um animal doméstico, perto do que virá por aí, se não conseguirmos impedir a catástrofe — falou Shadow sombrio. — Uma das nossas prostitutas, que eu tinha mandado embora, sequestrou uma amiga da Evelyn e ligou para ela ir à sua boate, The Square, caso quisesse a amiga dela viva… Antes que eu me preocupasse com Evelyn indo a um lugar assim desprotegida, os outros MCs estavam lá e podiam protegê-la. Kill jamais deixaria algo acontecer com sua irmã. — O problema é que Lisa levou a garota para o seu território. Daemon a seguiu, e ambos foram parar em sua área. — Não mandei ninguém fazer isso — falei sombrio. — Eu vou resolver isso. Mandarei meus homens à procura dela no clube e em vários lugares aqui… — Você tem que ir pessoalmente para checar se não houve nada com essa menina, porque senão estaremos todos ferrados, inclusive você — interveio Shadow. — Por quê? O que há de diferente nessa garota? É filha de alguma figura pública? — Não consegui pensar em ninguém que viesse trazer problemas para mim. — Irmã de Nikolai e Alexei Dragon… Jamile, mas seu nome é Irina. Praguejei em italiano.

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— O quê? — rugi. — Maldição! Isso não está acontecendo, droga! Nikolai não pode vir aqui. Nem consegui arrumar metade dos estragos que meu pai fez. Se ele souber do que Lorenzo fez antes da hora, eu estarei frito. — Não pensava tanto em mim, mas em uma guerra muitos inocentes são mortos, e eu faria qualquer coisa para evitar isso. Entretanto, se acontecer, não fugirei, enfrentarei todos eles. Eles me deram a localização dessa menina, Irina, e que meu tio Enzo estava envolvido, então fui procurá-la. Enzo não ficou sem fazer alguma merda, isso era bom, assim podia dar o castigo cabível a ele. Estava contando com isso. Eu liguei para Luca assim que entrei em meu carro. — Olá, primo — saudou. Ele sempre se apresentava assim. Além de primos, somos melhores amigos. — Seu pai pegou uma garota chamada Jamile, mas seu nome é Irina Dragon, a irmã do Dark. — Meu tom saiu furioso, aliás, eu estava furioso. — Onde você está? — Entrando na boate… — Ele se interrompeu praguejando. — Oh, merda! — Estou chegando, não deixa seu pai tocar nessa garota ou teremos uma guerra antes da hora — rosnei. Estava contente que hoje ia acabar com o infeliz por desobedecer a uma ordem do capo, querendo ele ou não, eu sou o seu chefe. — Eu vou resolver isso enquanto você vem, mas o que vai fazer com meu pai, por desobedecer sua ordem? — sondou ele. — Terá o castigo que merece, ele tendo o meu sangue ou não, ninguém me desobedece e fica impune — sibilei enquanto acelerava o carro. Não PERIGOSAS

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podia deixar passar, nem perdoá-lo por ser da família, aliás, meu sangue fervia, doido para acabar com ele. — Eu sei que está com raiva, mas não pode matar ele… não falo por ser meu pai, mas preciso checar uma coisa antes — começou ele. — Que coisa? — perguntei sem gostar do tom de sua voz. — Não é para falar por telefone, mas peço que confie em mim, só não mata ele. Dê seu castigo e tudo que quiser, só não o mate, precisamos dele para algo que vou te contar depois. Eu não gostava disso, minha vingança contra Enzo pelo que ele fez com as meninas tinha chegado, mas agora tinha que esperar mais um pouco? Nunca houve motivos para não confiar em Luca, ele sempre foi leal a mim antes mesmo de eu ser chefe. Seja o que for, eu irei controlar minha raiva e ódio de Enzo. — Tudo bem, depois dessa merda precisamos conversar, espero que o que tem a me dizer seja algo importante e valha o sacrifício de não acabar com esse verme — sibilei. Luca não ligava que eu xingasse seu pai, aliás, ele era a favor disso. O velho era um tremendo psicopata. Para nos ensinar e nos mandar para esse mundo da máfia, somos treinados desde crianças. Em vez de nos casarmos, igual às garotas, éramos treinados para matar. Meu pai foi cruel ao me ensinar, mas Enzo? Ele era brutal ao treinar Luca, de costelas a ossos quebrados. Expulsei esse pensamento e foquei no agora, e não naquela época onde nossas infâncias foram roubadas e nos tornamos quem somos hoje no mundo da máfia. Tem partes que não reclamo, mas poderia ser quem sou hoje sem precisar fazer tudo que fiz obrigado pelo meu pai. PERIGOSAS

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Quinze minutos depois, entrei na boate do meu tio. Ele estava lá no canto conversando com Luca, mas o que travou mesmo foi ver a garota por quem estive fascinado por todo esse mês. Levou um minuto para saber que essa garota era Irina, a irmã de Dark. Senti como se um balde de água fria tivesse sido jogado em cima de mim e de repente acordei. Não podia ser ela, mas o que fazer, se eu nem a conhecia? Ela fugiu de mim, por isso me deixou intrigado e louco para conhecê-la. Agora, sabendo quem é ela, nem tanto. Não posso ficar fixado por ela. Merda! Por que ela tinha que ser irmã de Dark? Sou mais me interessar por uma pessoa de fora do meu mundo. — Que porra está acontecendo aqui? — Cerrei meus punhos louco para acertar alguém. Ela pulou assim que ouviu a minha voz. Seus olhos estavam grandes, mas em vez de ficar assustada e com medo, como qualquer garota faria, ela estava com raiva, e não era pouca, ficou maior ao me fuzilar com o olhar. — Você, seu cretino, que mandou me trazer a esse lugar? — Ela estava de pé no canto e se lançou sobre mim, mas antes que me alcançasse, Daemon apareceu e a segurou e falou algo em seu ouvido, mas eu ouvi. Eu estreitei meus olhos diante da sua braveza, ela me lembrava uma raposa ou uma tigresa feroz. — Não pode bater nele, ele é capo e a pena para isso é a morte — disse a ela. Ela suspirou, se afastou dele, mas sem nunca tirar a atenção de mim. Se seus olhos fossem lâminas eu estava todo retaliado. — Por que você queria sequestrar Evelyn? — rosnou com seus punhos cerrados. PERIGOSAS

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Eu suspirei. Sua garra e fibra me deixavam mais louco por ela e meu corpo reagiu a isso. Ignorei essa sensação e foquei no problema que estava aqui. — Eu não tenho nada a ver com isso, gatinha. — Ela me lembrava um gatinho selvagem e arisco. Ela me avaliou para ver se eu estava sendo sincero, a menina não perdia nada, Irina parecia ter uns dezenove ou vinte anos. — Foi tudo obra de uma descarada que não aceitou o fora de um homem. Não é, Lisa? — disse Nasx, entrando no lugar. Tinha uma mulher sentada em uma cadeira com Slink a vigiando, eu não a conhecia. Ela era morena, alta e chegada a maquiagem. — Por culpa daquela cadela o Shadow não me quis mais — rugiu Lisa. Irina estreitou os olhos. — A única cadela aqui é você, sua puta descarada — sibilou Irina. — Acha que um homem feito Shadow iria ficar com uma vadia igual a você? — Tem dois segundos para dizer o que está acontecendo aqui ou vão todos fazer companhia para os tubarões no maldito oceano! — rugi para todos, inclusive Lisa e Enzo. — Você dois estão juntos para sequestrar uma mulher que ordenei que fosse deixada em paz? Entrei mais no ambiente e vi Enzo ficar branco devido à fúria que estava estampada em minha cara, assim como Lisa também ficou, menos Irina, que parecia alheia a isso. Deve estar acostumada com o poder de seus irmãos. — Ela foi a culpada de tudo ao fugir e se aliar com esses caras — disse Enzo apontando o dedo aos MCs. — Por culpa dela meu irmão está em um maldito hospital. PERIGOSAS

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— Não me faça pensar que se importa com meu pai, porque nunca o fez, você só está com raiva por eu ter assumido o controle e tirado as leis horrendas que praticava, não ficou feliz com as meninas livres, não é? Vocês são uns malditos pedófilos que deveriam estar queimando no inferno. — Como ousa… — Cale a porra da boca, que eu estou falando com você! — Lancei-me para ele, que deu um passo para trás diante da minha fúria. Eu era uma cabeça maior que ele e mais novo, mas aqui não era sobre força, e sim poder o que eu tinha e agora mostraria ao meu tio quem manda nessa merda. — Quando eu falo, você ouve. — Peguei minha adaga e fiz que ia enfiar em sua cara, fazendo-o fechar os olhos, mas as enfiei na parede. — Você está proibido de chegar perto de Evelyn e dos MCs, e também de qualquer uma das garotas que estavam presas. Se eu souber que chegou perto de algum deles, vou te mandar para o inferno, e acredite, tio, vou ter o maior prazer de fazer isso. Eu fui claro? Custou todo o meu autocontrole não matá-lo aqui nesse momento, mas serei paciente. — Capo… — Eu perguntei se fui claro, porra! — esbravejei na sua cara fazendo-o se encolher na parede. — Sim, claro como água. — Ignorei o aço na sua voz, porque se pensasse nisso eliminaria o verme. Mas prometi ao Luca e vou confiar nele. — Luca, leve esse homem da minha frente. — Fitei Enzo. — Amanhã me procura cedo, acho melhor não me desobedecer de novo. Ele não disse nada, só deu as costas e foi embora com Luca o seguindo. Mas vi a raiva de Enzo, ele odiava que mandassem nele, ainda mais na frente dos outros. PERIGOSAS

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— Mas que porra! — praguejou Daemon. Eu olhei bem a tempo de ver Irina em cima de Lisa, grudada em seus cabelos. — Eu vou te ensinar a nunca mais querer sequestrar a minha amiga, sua cadela — Irina puxou-a pelos cabelos e batendo em seu rosto. — Merda! — Tirei Irina de cima de Lisa toda descabelada e com o rosto vermelho de porrada. — Slink, leva a… — Lisa. — Shadow entrou na boate com Kill e alguns outros MCs. — Você queria sequestrar a minha esposa, porra? Lisa se encolheu ouvindo o veneno na voz dele. — Ela me roubou você… — choramingou ela. Ele riu amargo. — Eu nunca fui seu, você era só mais uma puta que eu comia e não passava disso! — Seu tom era sombrio e mortal. Shadow estava furioso, garanto que se não fosse mulher, essa Lisa estaria morta agora. — Eu prometo me comportar… — Você não é mais assunto meu, e sim do capo, não trabalha mais para mim, não quero vê-la nunca mais na minha vida. — Seu tom era mortalmente frio. — Acho bom cumprir isso ou farei você desaparecer, mulher ou não. Quando tudo se resolveu, ou quase, Slink levou Lisa embora, depois eu lhe daria seu castigo, ela ia pagar pelo que fez. Shadow e os MCs foram embora, e eu fiquei sozinho com Irina. Não tinha expediente aqui hoje.

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— Posso ir para casa agora? — perguntou ela me avaliando. — Já que não estou sendo sequestrada? — Não, você vai ficar na minha casa… — O inferno que eu vou! — ela alterou a voz com raiva. — Eu preciso ter uma conversa com você — comecei ignorando sua fúria. — Não temos nada a dizer. — Ela suspirou. — Não? Eu salvei sua vida naquele beco e você simplesmente correu para longe de mim… — Agora te devo minha vida? — Seu tom era cheio de descrença. — As pessoas salvam alguém por bondade, não precisam de gratidão. — Bom, temos um problema com isso, Irina. Eu não sou bom e jamais serei. — Eu ri me aproximando dela. Ela engoliu em seco, mas vi a forma que olhava minha boca como se quisesse devorá-la. — Então, por que fugiu e simplesmente não disse que se chama Irina? — perguntei ignorando o meu pau, que estava ficando duro com seu olhar quente. — Meu nome aqui é Jamile, não Irina, então me chame assim também — retorquiu com teimosia. Arqueei as sobrancelhas. Ela ficava mais linda quando estava irritada como agora, me segurei para não fodê-la aqui mesmo. — Por quê? — Coloquei alguma compostura na minha voz, precisava saber seus motivos por me ignorar. PERIGOSAS

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— O quê? — Ela piscou, parecendo estar hipnotizada me observando mexer minha boca. — Esse é o meu nome… — Não, por que fugiu? Eu chamei por você naquela noite, mas me ignorou, e na boate de Shadow também. Ela franziu a testa. — Meus irmãos mudaram meu nome aqui para ninguém me achar, então não posso ser vista em clubes, e se vocês, mafiosos, soubessem, podiam ter alguma rixa com ele e me usar para atingi-lo. — Ela suspirou. — Não tenho nada contra seu irmão, então não teria com o que se preocupar — menti, embora um pouco seja verdade, não tenho nada contra eles, só o que meu pai fez contra os pais deles. Outro motivo para não pensar nessa menina, ela não era para mim, mas meu pau não pensa assim. Ele já estava duro, ainda mais vendo a forma que ela parecia me comer com olhos, e ela não estava envergonhada ou discreta em relação a isso. — Eu sei, mas não posso ir embora? — Não. Parece que você quer correr o mais longe possível de mim. Posso ser um lobo às vezes, mas prometo que não vou mordê-la. — Dei um sorriso maroto. — Não confio em mim perto de você. — Ela mordeu os lábios e depois retribuiu o sorriso. A minha vontade era tanta de morder aqueles lábios e sugá-los com fome até ouvir seus gritos, será como eram? Ela gemia alto? Baixo? Ela não parecia ser daquelas mulheres tímidas, suas ações comprovavam isso. Isso me deixava mais faminto por essa mulher.

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— Não vou tocá-la, pode ficar tranquila. — Isso seria a porra de um sacrifício. — Mas preciso ficar de olho em você, não quero que seus irmãos saibam do que houve aqui essa noite. Eu vou cuidar do meu tio e da Lisa. — Seu tio é um tremendo de um idiota. — Ela deu um meio sorriso. — Gostei da forma que impôs sua ordem, embora queria que enfiasse aquela faca na garganta dele. — Não posso discordar disso — falei enquanto saíamos do lugar. — Agora vamos embora, porque está tarde. — Obrigada por me salvar aquele dia no beco, eu sei que não devia estar sozinha, mas achei que estivesse segura — sussurrou. — Você não devia estar sozinha, ainda mais em um beco, já pensou no que poderia ter acontecido se eu não tivesse chegado? — eu disse num tom de acusação. — Já disse que fui idiota, não precisa me criticar. — Expirou frustrada. — Você realmente foi uma idiota, mas o bom que aprendeu uma lição — emendei, porque ela já ia retrucar. — Obrigada. — Sua voz saiu só sarcasmo. Essa menina aperta meus botões, agora que sei quem ela é, ficou impossível tocar nela. Não posso colocar a segurança de meu povo em risco a troco de uma noite de sexo com essa loira deslumbrante. Irina merecia mais do que isso, mais do que ser usada. E jamais faria tal ato com uma mulher, principalmente essa que me fazia esquecer tudo à minha volta quando estava em sua presença.

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— Você tem certeza de que quer isso? — sondou Matteo, olhando-me deitada em sua cama com apenas calcinha e sutiã. Eu estava aqui há uma semana e desejando esse homem, mas ele me negou e disse não, mas não sou de desistir fácil, quando quero algo vou atrás. Hoje entrei aqui só de roupa íntima e não me importo de ser atirada ou parecer uma vadia. — Sim, eu quero você e sem essa de me negar de novo — falei levantando uma sobrancelha. — Ou seu pau não levanta por mim? Não fica excitado ao me ver assim necessitada por você? Eu podia ver que ele estava duro através de sua calça. Tão duro como rocha, isso me deixava mais quente. — Você quer me levar à morte, não é? — grunhiu, mas deu um passo até mim. — Seus irmãos vão me matar, caso descubram que a toquei. — Minha boca é um túmulo. — Levantei minha perna e trisquei os dedos dos pés em sua calça, fazendo-o ficar mais duro ainda. PERIGOSAS

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Ele grasnou e pairou em cima de mim, me fazendo deitar no colchão, mas não tirou suas roupas. Eu soube por uma fonte que quando Matteo faz sexo com as mulheres ele não tira as roupas, só abaixa as calças e puf. Não sei por que, embora meu irmão seja assim. Estremeci, não querendo ter essa imagem de Alexei na cabeça. Eu queria que Matteo tirasse suas roupas, mas acho que estou abusando muito, afinal, fiquei essa semana no pé dele e só consegui que me olhasse hoje. Isso porque entrei quase nua no seu quarto, pensei. Isso era impossível para qualquer homem resistir. — O que está esperando? — enfatizei, pegando seu cinto e puxando-o para mais perto de mim. Eu o desafiei a me impedir com o olhar, mas ele não o fez. Então continuei tirando o cinto e abaixando sua calça e cueca preta, logo o vi duro como rocha. Meu olhar era de fome, eu já tinha feito boquete em Jerry antes e gostava, mas isso? Nunca. Nunca senti essa fome como agora pelo pau de um homem, mas não era um homem qualquer, e sim um com quem eu tinha fantasiado há meses, mesmo antes de ele me salvar na boate. Eu fugi dele aquele dia, e na boate do Shadow também, quando conheci Evelyn. Mas fugi porque não queria que ninguém me visse tendo uma paixonite por um cara como Matteo, alguém impossível para mim. Pelo menos eu achava que sim. Esqueci sobre meus problemas e foquei no agora. Peguei o pênis de Matteo e apertei um pouco, com pressão, fazendo-o assoviar por entre os dentes. Gostei do som animalesco dele. Tracei com meu dedo a cabeça inchada, saindo pré-sêmen, e levei à minha boca sem nunca tirar os olhos dos PERIGOSAS

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dele, que ficaram mais escuros do que já são. Sim, tinha fome ali e outra coisa que não identifiquei. — Irina… — Seu pau ganhou mais vida do que já tinha. Eu adorei como meu verdadeiro nome soava em sua boca, parecia intenso e bom. Sorri, me curvei para frente e tracei com a ponta de minha língua a sua cabeça rosada e grossa. — Pare de me provocar, Irina. — Pegou meus cabelos em sua mão direita e deu um puxão, não para me machucar, mas isso me fez remexer com o fogo no meio das minhas pernas. — Isso deixa você excitada? Eu puxando seu cabelo? — Sim — falei, porque era verdade. — Estou toda molhada agora, pode olhar. — Porra! — rosnou e me deu outro puxão de cabelo, me fazendo gemer alto. — Coloca meu pau inteiro em sua boca linda. Eu não sei se podia fazer isso, já que o homem não era pequeno, mas o levei o quanto pude, lambi a ponta e suguei forte. Seu pênis ia para fora e para dentro da minha boca, suas mãos em meus cabelos ajudavam no movimento, mas ele não me forçou a ir mais do que eu conseguia levar. Peguei sua bunda e o apertei contra mim, querendo mais dele. — Estou quase gozando… Eu acelerei mais meus movimentos, deixando-o mais louco, tanto que seus rosnados se tornaram mais ferozes conforme ele gozou. Eu observava a sua perfeição, tão lindo, os músculos rígidos com o prazer, olhos fechados com força na ânsia do desejo. Mãos fortes sobre meus cabelos. Eu poderia observá-lo direto sem nunca me cansar.

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Eu só o tirei da minha boca quando não tinha mais nenhuma gota de seu gozo. — Sua boca é o maldito céu. — Seus olhos se abriram, encontraram os meus e ficaram assim um segundo. Tinha algo neles que não consegui decifrar, era mais do que prazer. Talvez eu estivesse imaginando coisas, só podia ser. Ele me pegou pelos ombros e me suspendeu, trazendo os meus lábios para os seus, me beijando de um modo faminto que adorei. Apertei minhas pernas em sua cintura e os braços em seu pescoço e o beijei com ainda mais fome. Matteo me colocou no meio da cama, seus olhos eram como labaredas ao passarem por cada centímetro do meu corpo. — Vai ficar aí só olhando ou vai agir? — falei meio sem fôlego. Ele sorriu, tão perfeito que eu só podia ficar vendo suas covinhas lindas. — Oh, eu vou agir sim. — Aproximou-se de mim. — Gosto da forma que fala sem um pingo de vergonha, só aparece esse rubor vermelho em sua face. — Não tenho motivos para ter vergonha, afinal, eu quero isso, ou não teria ficado no seu pé esses dias. — Puxei um pouco da beirada da minha calcinha para o lado, num gesto provocativo. Ele gemeu, tirou minhas mãos, puxou minha calcinha pelas minhas pernas e as abriu, dobrando meus joelhos e me deixando exposta para ele. — Tão molhada, caralho! — rosnou e então estava me devorando com sua língua e boca. Seus dentes roçavam em meu clitóris, dando um puxão forte, que doeu, mas a dor em vez de me fazer sentir desconfortável, me deu mais prazer. Tanto que eu gritei forte, chamando seu nome. — Isso, clama pelo meu nome. PERIGOSAS

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Peguei seus cabelos e apertei mais sua cabeça em mim, querendo mais dele. Já tinha recebido sexo oral antes, mas nunca foi como agora, a forma como ele me devorava era fora do comum. De outro mundo, na verdade. Como um animal faminto que de repente encontra a sua comida preferida. Suas mãos apertaram mais minha bunda, me imprensando contra ele, como se quisesse me devorar. — Matteo — clamei, querendo mais dele. Mais do que um dia quis dar a alguém. Eu sei que prometi aos meus irmãos que me manteria virgem até me casar com o noivo que eles dois escolhessem, mas não podia cumprir essa promessa. Já tinha feito sexo oral, porque isso não deixava marca ou rastro de que fui tocada, mas se meus irmãos soubessem iriam me matar. Fiquei com Jerry, mas nunca tive vontade de me entregar mais do que apenas toque e fazer sexo oral. Mas pelos perigos que andam rondando meus irmãos e a máfia russa, logo eles vão me levar embora da américa para Rússia. Alexei tocou no assunto ontem à noite, por isso minha vontade de ficar com Matteo hoje aumentou mais. Ele é o único que quero para ser o meu primeiro, porque depois posso estar casada com alguém que não quero. Eu podia lutar contra meus irmãos, mas não tinha escolha, se não fizesse o que eles queriam, as consequências seriam grandes demais. O pior, isso traria problemas para Nikolai, e eu não quero isso. Se não fosse por isso, já teria ficado com Jerry, porque já gostei dele algum tempo atrás, mas ele era mulherengo demais, então nós dois só ficamos amigos. Mas com Matteo quero arriscar, tem algo nele que me faz querer levar essa lembrança de nós dois juntos para sempre. — Diga o que você quer, Irina. — Deu mais um puxão em meu clitóris, me levando à loucura — Me diz que eu dou a você qualquer coisa. PERIGOSAS

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— Você… Ele parou o que estava fazendo, o que me fez gemer frustrada. Notei que ele estava com os olhos arregalados, como se estivesse nostálgico. — Eu? — Sua voz tinha um tom que não entendi, pensei nas minhas palavras, o que ele entendeu? — Sim, eu quero você dentro de mim — falei. Já havia imaginado que ele estava pensando que eu estava interessada nele, o que não deixa de ser verdade, mas ele não precisa saber disso. Depois que eu tê-lo, vai acabar minha ilusão por ele. Ele suspirou, pareceu aliviado com o que eu disse. Depois me olhou. — Eu sei das regras da máfia da sua família, que a mulher tem que se casar virgem, ou ela não é mais bem-vinda ao seu mundo, todos a tratam como uma prostituta — falou com cenho franzido. — Você já ficou com homens, não é? Porque se não ficou com ninguém, não posso seguir em frente e ser o seu primeiro. Não quero que ninguém a desrespeite por minha causa. Eu ri. — O quê? Acha que vou te obrigar a se casar comigo por me desonrar? Estamos no século 21, e não na pré-história, mas não se preocupe, não sou virgem — comentei com o máximo de naturalidade possível. Se eu disser a ele que não toquei ninguém dessa forma, Matteo não vai me tocar, espero que eu consiga fazer cara de neutra quando ele enfiar de uma vez, porque eu soube que isso dói para caramba. Ele assentiu. Então colocou a camisinha e se encaixou entre as minhas pernas. Senti sua cabeça em minha entrada e me forcei a não ficar tensa,

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assim ele não notaria, mas Matteo é um cara experiente e capaz de detectar mentira de longe. — Irina, me diz a verdade, você é virgem? Porque está tensa demais… Eu sabia que ele ia se afastar assim que eu abrisse minha boca e dissesse a verdade. Mas eu não deixaria isso acontecer, então prendi minhas pernas em sua volta, fazendo-o entrar de uma vez em mim. Devo dizer que foi idiotice da minha parte, porque seu pênis grande desceu rasgando meu hímen. — Puta merda! — Respirava irregular. Ele estava petrificado dentro de mim e com os olhos arregalados. — Mas que porra, Irina! Você disse que não era virgem — rosnou. Eu expirei, tentando me acostumar com o seu tamanho. — Não sou, você que é grande — tentei cair fora do seu comentário. — Porra, Irina, acha que não conheço uma virgem? Posso ver a dor em seus olhos por eu ter entrado de uma vez. — Ele amaldiçoou mais uma vez e já ia sair, mas não deixei, apertando mais as pernas à sua volta. — Não para agora — pedi. — Vamos terminar o que começamos. — Maldição! Sabe dos meus princípios? Eu perguntei se você era virgem, mas você mentiu… — Em vez de ficar bravo, vamos terminar, já me acostumei com seu tamanho, agora se mova! — Remexi debaixo dele, o movimento me incomodou, mas também senti prazer. — Matteo, por favor. Se você não terminar, outro vai fazer, seu primo Luca pode fazer. — Só disse essa última parte para ele agir logo, porque não quero outro cara, só Matteo. Ele hesitou por um momento, me fitando com expressão difícil de ler, mas depois abaixou e capturou meus lábios, mordendo-os no processo. Suas PERIGOSAS

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mãos passeavam em meu corpo quando ele começou a se mover mais rápido, me fazendo gemer. O fogo aumentou, deixando a dor esquecida, mas quer saber? Eu a enfrentaria mil vezes se no final pudesse ter esse homem de novo e de novo. Eu não liguei para os meus ofegos e gritos, embora sua boca tenha abafado os sons. Ele colocou uma das mãos entre nós e esfregou meu clitóris, então explodi, apertando minhas mãos em suas costas. Acredito que minhas unhas não o perfuraram só pela camisa que ele usava. Ele soltou logo em seguida um rosnado. Abri meus olhos e encontrei os dele também abertos e vidrados com uma expressão que não consegui ler. — Voltou à Terra? — sondou, beijando meus lábios de leve. Sorri. — Você é melhor do que ouvi falar. Ele arqueou as sobrancelhas. — Andam falando sobre eu ser bom na cama? — Tinha divertimento em seu tom. — Sim, e também sobre ser bem-dotado. — Dessa vez ele saiu de mim, me fazendo estremecer. — Desculpe. — Está tudo bem, só está dolorido, não que eu seja virgem… — Irina… — Tudo bem, eu era, mas fiz sexo oral com alguns caras — comentei, não precisava mencionar que foi só com meu amigo. Ele estreitou os olhos. PERIGOSAS

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— Com quantos? — Tinha um gosto amargo em seu tom ao perguntar isso. — Agora vai querer saber com quantos homens fiquei? — Eu ri. — Garanto que não mais do que as mulheres com quem você ficou. — Acho que não discordo quanto a isso. — Suspirou enquanto tirava a camisinha e jogava no cestinho no canto da cama. Eu me levantei nua, não me preocupando em estar exposta na frente dele, afinal, ele já tinha me visto. E também não sou tímida assim. — Tatuagem legal — comentou a meia voz. — Foda-me? Eu olhei para ele por cima do ombro e o vi erguendo sua calça. Seus olhos estavam na tatuagem que fiz perto da bunda há algum tempo, logo quando vim morar aqui em Chicago. — O bom é que você já me fodeu, não é? — falei e entrei no banheiro grande com banheira de hidromassagem e tudo. Seu quarto também era enorme, paredes brancas, com uma cama maravilhosa king size, TV enorme na parede. Eu senti minha pele esquentar como se estivesse perto de uma fornalha, sabia que ele estava atrás de mim. — O que vai fazer? Tomar banho de roupas? — provoquei sem olhar para trás. — Um homem que não tira as roupas quando fode? — Por que eu iria tirar as roupas se foi só uma foda? — falou ele. Um aperto sufocou meu peito ao ouvir isso, embora eu já soubesse, só não entendi o motivo de ter doído meu peito. Ainda bem que eu estava de costas, assim ele não veria minha expressão, porque não consegui controlar.

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— Sim, você tem toda razão, já que não vai tomar banho, pode me deixar sozinha? — Tentei me tranquilizar o máximo que pude. — Irina… — Só vai, Matteo — pedi, porque nesse momento eu estava me sentindo mais do que nua, e não só por fora, mas por dentro também. Eu pensei que ele ia dizer algo mais, como um pedido de desculpas, mas eu sou idiota por pensar que no fundo toquei nele de alguma forma. Em todos os momentos que sonhei ficar com ele, não era desse jeito que tudo terminaria, não mesmo. Tomei banho depressa para sair dali, não queria vê-lo, afinal, estava confusa por tudo que estava acontecendo, pelo que estava sentindo naquele momento. Ouvi vozes assim que entrei na sala, então andei devagar, temendo que fossem meus irmãos. — Porra, você transou com ela? — uma voz grossa falou, acho que já a ouvi antes… Luca, sim, era ele. — Você está maluco? Sabe o que os irmãos dela farão caso descubram sobre vocês dois? Eles estavam falando de mim? Matteo já foi abrir a boca e contar que transou comigo? Controlei minha raiva, eu que não ia sair daqui com a cabeça entre as pernas. — Não se preocupe, Luca, meus irmãos não vão saber de nada, e também Matteo não é o primeiro cara que… — Eu olhei para ele e cuspi a última palavra. — … fodo, então a cabeça dele não ficará a prêmio. — Irina… — Para você, eu sou Jamile — rosnei. — Agora preciso ir e espero não vê-lo mais. PERIGOSAS

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— Por que você está com raiva? Foi pelo que eu disse? Eu… — Você não falou mais do que eu já sabia. — Antes que ele falasse alguma coisa um carro buzinou na frente da sua mansão. — Meu táxi chegou. — Você não vai com a porra de um táxi — ferveu Matteo. Eu ri. — Querido, eu mando em mim aqui, não você ou meus irmãos, então não se preocupe, e o que faço da minha vida só diz respeito a mim, não a você. — Saí rápido dali, antes que ele respondesse mais alguma coisa e eu perdesse minha mente.

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Evelyn me ligou alguns minutos atrás para falar comigo, pelo celular detectei um nervosismo, achei que fosse uma coisa banal e tudo mais. Porque se fosse sério Shadow ou Kill teria me informado. Eu soube que Evelyn estava trabalhando na boate de Shadow, podia ver que ela estava adorando. Eu fiquei de pé no meio da sala, enquanto ela estava sentada na cadeira do escritório, depois se levantou e ficou na minha frente. — Primeiro, quero agradecer a você por tudo o que fez por mim naquele lugar e depois de lá também. — Ela me abraçou. — Você sempre será importante para mim. Eu retribuí o abraço e queria mantê-la aqui para sempre, acredito que agora era hora de dizer o que eu sentia por ela há muito tempo. — Eu faria tudo de novo por você, Evelyn — garanti indo beijá-la, mas ela saiu dos meus braços. PERIGOSAS

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— O que foi? Não quer me beijar? — perguntei, embora já soubesse a resposta. — Eu não posso fazer isso. Por isso o chamei, porque preciso te contar uma coisa antes que ouça pelos outros. — O que é? — Avaliei-a e notei que estava nervosa. Se ela não me quisesse, tudo bem, mas acho que era pior do que isso, foi quando me lembrei da última vez que vim aqui nessa sala, algum tempo atrás, e ela disse que tinha beijado alguém e que gostou. Será que é isso? — Eu estou namorando o Dom. E mais para frente vamos nos casar. Eu arfei e parecia que tinha algo entalado em minha garganta, me sufocando. Não só pelo fato de ela estar com outro, mas, merda! Shadow? Aquele cara não se prendia a ninguém. — Lamento o que está sentindo agora, mas nunca teríamos um futuro, Matteo, e você sabe disso. Logo você terá que se casar e, se eu estivesse apaixonada por você, como seria? Eu sofreria por você estar casando com outra… — Mas não estou casado, Evelyn, então podemos ficar juntos, e vamos dar um jeito de continuarmos juntos e eu conseguir ajudar o meu povo ao mesmo tempo. — Minha esperança era mínima nesse lado. — Você sabe que isso é impossível. Eu amo o Dom, Matteo, tanto que não posso viver sem ele — sussurrou. — Shadow. Ele só está te usando… — Não está. Lembra do que pediu a ele para fazer com o Pablo? — perguntou. Eu assenti, pedi a ele para forjar a morte de Pablo e que um deles fizesse isso no dia que salvassem as garotas, ele fez, agora Pablo está escondido até o PERIGOSAS

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momento certo. Meu pai está em coma, mas resta o meu tio. — Eu o vi atirar nele, e naquele momento eu disse palavras que o machucaram tanto… nós dois sofremos com isso. E faço qualquer coisa para não desconfiar dele de novo. Quando você se apaixonar de verdade… — Pegou minha mão. — Mas eu já estou apaixonado por você — declarei com firmeza. — Pode ser. Então me diz uma coisa, desde quando você descobriu que é apaixonado por mim? Franzi a testa. — Desde que a vi pela primeira vez. No começo achei que estava só iludido por uma garota bonita, mas depois notei que sentia mais por você, tanto que queria fazê-la minha esposa. — Depois desse dia você ficou com alguma mulher? — sondou e acrescentou assim que hesitei: — Só responde, Matteo, por favor. — Sim, mas porque não podia ter você, Evelyn. Mas elas não significaram nada para mim. — Eu não sou a mulher por quem você está apaixonado, Matteo… — É claro que é. Só porque fiquei com algumas mulheres não significa que eu não a ame — declarei. — Não estou dizendo que não me ama, e sim que não está apaixonado por mim, não tanto assim. — O tom da voz dela era firme. — Matteo, nós somos amigos há muito tempo. Você me protegeu mais vezes do que consigo me lembrar. Eu o amo muito e acredito que você também me ama. Contudo, não é aquele amor que o faz ver uma mulher de forma única, que faz com que nenhuma outra importe, somente ela. Você não conseguiria ficar com ninguém se estivesse apaixonado por outra pessoa. Se isso fosse verdade e PERIGOSAS

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você visse uma mulher nua dando em cima de você, logo a descartaria, porque não sentiria prazer ou desejo por ela, somente pela garota que domou seu coração, sua alma. Isso é amor, Matteo, é paixão. Isso foi o que aconteceu com Dom desde o dia em que entrei naquele clube toda assustada. Ele não ficou ou tocou em ninguém, porque só eu importava para ele. Ele até lutou contra o que sentia por mim, pois achava que eu merecia mais, mas não tocou em ninguém. — Eu… — Não sabia o que dizer, mas no momento não queria pensar nela com outro cara. — Você me ama, e eu não duvido disso, mas quando sua alma gêmea chegar, ela vai te consumir, no bom sentido, é claro! Todas as mulheres à sua volta vão desaparecer, você poderá vê-las nuas nesses clubes que frequenta, mas não sentirá nada. Será como ver um homem. — Ela me abraçou. — Espero que encontre isso com quem vai se casar, já que um casamento precisa disso para que haja felicidade, ou serão os dois infelizes. Eu não quero isso. — Eu te amo, Evy. E vou amá-la para sempre — sussurrei. — Eu sei. Eu também amo você, Matteo, e sempre irei amar — declarou ela. — Obrigada por tudo, Matteo, e vou torcer para que encontre o seu para sempre no seu casamento, seja ela quem for. Eu não queria pensar nisso agora, não quando estava com um aperto insuportável em meu coração. Eu saí de lá depois de uma conversa com Shadow, que chegou na hora, um timing perfeito, o bastardo estava de olho, mas não tinha nada que esconder, só um amor não correspondido por uma garota comprometida. Ele me disse apenas a verdade, também deixei meu alerta ou ameaça a ele. Shadow me fuzilava com o olhar. PERIGOSAS

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— Como pode bater nela com cintos? Não me importa se ela pediu, você devia ter feito algo para impedir isso de acontecer, mas não fez, porque, se fosse comigo, é isso o que eu teria feito, pois a cada cintada doeria em mim também… — Acha que eu quis aquilo? Acha que os gritos dela de dor não me atormentam toda noite? E que pode ser que por causa disso ela não tenha se apaixonado por mim? — esbravejei, me sentindo um lixo só de lembrar do que fiz com Evelyn. — Matteo, eu sinto muito por isso te atormentar, mas saiba que não o acuso. Sou grata por me ajudar tanto naquele lugar, agora é nossa vez de sermos livres, porque de alguma forma você também ficou preso lá comigo e com aquelas garotas, que por sua insistência e ferocidade poderão ter uma vida com suas famílias. E você também pode ter uma, sem pesadelos e culpa. Não é por causa das surras que lhe pedia que não o amo, e sim porque não somos destinados a ficar juntos. — Evelyn… — Você tem um legado a seguir e transformar o que hoje está ruim em coisas boas, diferente do seu pai. E mesmo se eu o amasse, nós não poderíamos ficar juntos — ela sussurrou com tom dolorido e segurou minha mão. — Tenho fé que há algo maravilhoso aí fora para você. Com alguém que vai ser seu mundo inteiro, assim como Dom é o meu. — Eu vou tentar. Mesmo sofrendo agora, desejo que seja feliz, Evelyn, pois você merece, após tanto sofrimento. — Fuzilei Shadow com o olhar. — E você a faça feliz ou te mando com passagem só de ida para o inferno.

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Merda, como isso aconteceu? Era para só tomar conta de Irina esses dias e impedir de ter uma guerra com os irmãos dela, mas ela tinha que vir e ficar daquele jeito tão sensual e tentador? Não posso culpá-la por eu ser fraco, porque a queria, e muito. — O que vai fazer? Tomar banho de roupas? Um homem que não tira as roupas quando fode? — Seu tom era provocativo no final. A mulher era linda, corpo escultural de deusa, curvas nos lugares certos. Nenhuma vez ela corou estando nua na minha frente com toda sua glória. Ela sabia o quanto era linda. — Por que eu iria tirar as roupas se foi só uma foda? — Assim que falei isso me arrependi, porque a vi ficar tensa. — Sim, você tem toda razão. Já que não vai tomar banho, pode me deixar sozinha? — Ela tentou esconder a dor na sua voz, mas eu detectei. — Irina… — Só vai, Matteo — pediu. Maldição! Eu não quis dizer isso assim, ela entendeu errado. Era para ser só sexo, mas não foi isso que aconteceu, teve algo mais quando nos conectamos em um só, seu cheiro, seu gosto. Porra! Não sei se foi saber que ela nunca fez sexo antes de mim. Eu sei que ela fez outras coisas com caras, mas não quero pensar nisso agora nem nunca ou correria risco de eu ir caçálos e matá-los. O que estou fazendo? A poucos dias descobrir que Evelyn está com Shadow, aquilo me mortificou por dentro na hora. Mas quando vejo Irina, aquele aperto some, então talvez eu não amasse Evelyn, talvez eu só gostasse dela, assim como ela me disse, pensei.

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Nunca doeu meu peito como agora vendo a dor na voz de Irina assim que eu disse aquilo. Eu posso estar sendo cruel, mas podia ser melhor assim, eu não podia ficar com ela, não sabendo quem ela é. Eu não me importaria de ela ser uma Dragon, e sim de o meu pai ter eliminado os dela. Então virei as costas e saí do banheiro, deixando-a ali. Eu não posso sentir nada por ela, mas parece que isso é tarde demais. O que não pode mesmo é ela se apaixonar por mim, por isso me afastei. Isso não pode acontecer, porque quando os seus irmãos e ela descobrirem o que meu pai fez, isso vai destruí-la, ainda mais a guerra que terá, não quero que ela tenha que escolher entre nós dois. Eu parei no corredor e fiquei olhando a porta como se pudesse vê-la através das paredes. Como ela está? Era um pensamento idiota, eu a tratei mal, o que posso dizer? Eu sou estupido mesmo. Eu estava furioso com Lorenzo, por culpa dele eu não estava com Irina, não estava repetindo a doze de tê-la em meus braços e sentir mais uma vez seu gosto de morango. Eu rumei um soco na parede, que doeu meus dedos, mas não liguei menos. Meu peito apertou, me sufocando tão forte que achei que teria um enfarto, não sabia que sentimento era esse, já que nunca senti nada parecido. Achei que senti quando soube de Evelyn e Shadow. Mas nada como isso, só de me imaginar magoando Irina, sinto vontade de acabar comigo mesmo. — Porra! — Fui lançar outro soco, na intenção de tirar o aperto em meu peito, mas uma mão segurou meu braço. — Mas que merda está fazendo, cara? — rosnou Luca do meu lado. Eu me esquivei do seu toque.

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— Nada — respondi, ainda fitando a porta do meu quarto e querendo estar lá com ela. — O que você fez? — Luca tinha um tom preocupado e arregalou os olhos ao ver onde estava minha atenção. — Porra! Você transou com ela? Você está maluco? Sabe o que os irmãos dela farão caso descubram sobre vocês dois? — Não se preocupe, Luca, meus irmãos não vão saber de nada, e também Matteo não é o primeiro cara que fodo, então a cabeça dele não ficará a prêmio — ela praticamente cuspiu a última palavra. Perguntei se ela estava com raiva pelo que eu disse, o que com certeza era o caso, porque queria explicar o que houve, embora não soubesse como. Mas ela não deixou, só cuspiu sua raiva. — Querido, eu mando em mim aqui, não você ou meus irmãos, então não se preocupe, e o que faço da minha vida só diz respeito a mim, não a você. — Ela saiu antes que eu a impedisse, embora pudesse fazer isso, mas ao mesmo tempo era bom para ela ir embora. Isso me ajudava a pensar direito na minha decisão de ter tocado nela, algo que não podia ter acontecido. Mas assim que ela saiu eu queria ir atrás dela e trazê-la de volta, até dei um passo em sua direção. Era impossível conciliar os dois desejos. — Você não vai atrás dela de forma alguma — rosnou Luca entrando na minha frente. — Eu preciso falar com ela e explicar… — O quê? Que seu pai matou os pais dela? — terminou a frase por mim. Eu dei um passo para trás, porque ouvir isso de fora era como se tivesse me dado um soco na boca do estomago, aposto que não doeria como isso. Ele tinha razão, como posso explicar isso a ela? Eu soube que Irina tinha oito PERIGOSAS

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anos na época que seus pais foram tirados dela pelo meu, como posso revelar algo assim? — Você precisa ficar longe dela, cara, essa garota não é alguém para brincar… Eu o cortei com dentes cerrados. — Eu sei disso, porra! Eu só queria… — Sentia-me sufocado pela dor que presenciei em sua expressão. — Ela gosta de você, vejo na forma que te olha e sorri, e agora escondendo a maldita dor. O que você fez? — retrucou e continuou antes que eu falasse que não era da conta dele. — Não quero saber, só fique longe dela, ainda mais depois que transaram. Que droga, Matteo! Ele tinha razão, era melhor ela ficar longe de mim, afinal, não sirvo para ela nem para ninguém. Há muita escuridão em mim, que podia sufocar o planeta, pensei amargo. Eu mudei de assunto ou logo estaria indo atrás dela de alguma forma. Como uma mulher ficou assim na minha pele após conhecê-la? E agora que transamos isso vai ser muito pior. — Onde está Enzo agora? — sondei, indo tomar uma bebida. Depois que meu tio foi exilado por alguns dias, indo passar um tempo fora da cidade, eu queria retrucar e dar o castigo que ele merecia por ter ido contra minha ordem. Mas Luca me disse que precisava dele saindo e que ia segui-lo, pois seu pai estava tramando algo, mas nós não sabíamos o que era. Por isso estávamos seguindo-o para fosse lá onde fosse. Ele suspirou. — Por isso estou aqui, descobri o que ele tanto procura, mas precisa ter em mente que não pode surtar e dar bandeira de que sabemos de algo — PERIGOSAS

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pediu me avaliando. — O quê? — Peguei a bebida na mesinha branca e tomei um gole grande. Porque, pela sua expressão, não seria boa coisa. Essa casa era grande, estilo italiano, com sofás cor creme, mesas com flores que Zaira coloca, ela faz isso direto porque mamãe adorava. Ao pensar em minha mãe meu peito apertou de saudades dela. Ela poderia ter sido mais forte e lutado mais, não ter desistido de mim… — Ele de algum modo descobriu que sua irmã não morreu na Rússia. — Seu tom saiu ansioso, tinha felicidade ali. — Dalila está viva! Eu ofeguei quase deixando o copo cair. Pensei ter ouvido errado, não podia ser, ou poderia? Meu coração estava acelerado com essa notícia. No meio de tantas coisas ruins que aconteceram, uma notícia boa, aliás a melhor da minha vida. — Espere… o quê? Que porra quer dizer? Ela está viva? — Meu peito pareceu aliviar, agora com esperança. — Mas como? — Eu não sei como meu pai descobriu isso, só sei que ela de fato está viva — disse. Sacudi a cabeça meio confuso e eufórico, não acredito que minha bonequinha está viva em algum lugar desse mundo. Mas se estivesse, eu iria encontrá-la. — Por que ele não nos contou ou a trouxe para nós? Para mim? — perguntei preocupado — Ele está com ela? — Não, ele não sabe onde ela está agora, por isso suas saídas direto, está indo à procura dela. Eu fiquei na sua frente ansioso e com o coração apertado. PERIGOSAS

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— Como sabe que isso é verdade? — sondei com medo de ter esperança e, no final, ela não estar aqui para mim abraçá-la e protegê-la. — Por que minha mãe falou que Dalila morreu, sendo que não era verdade? — Recebi uma ligação do nosso cara, ele grampeou o telefone do meu pai, precisava saber o que andava fazendo. — Suspirou, bebendo também o uísque. Leon era um cara da polícia que trabalha para nós. Ele nos mantinha informados caso algum dos federais que não estão na folha de pagamento tenha interesse ou esteja armando alguma emboscada para nós. — Então Enzo sabe que Dalila está viva e não nos disse nada? Eu vou matá-lo — sibilei furioso, estou buscando formas de acabar com ele sem que seja uma traição da minha parte. Enzo me desobedeceu, então tenho o direito de dar o castigo que eu quisesse, mas agora preciso saber o que sabe sobre minha irmã. Ficou com ela escondido todos esses anos? Dalila fugiu dele? Alguém cuidou bem dela esses anos? São respostas que vou ter só quando encontrá-la, e rezar para minha princesinha estar bem. Oh, céus, o quanto eu a queria perto de mim. Luca suspirou. — Eu sei que quer fazer isso, mas precisamos saber qual sua intenção e o que o fez esconder que Dalila está viva — ele murmurou. — Matteo, tenho um pressentimento que isso não vai se bom. — Preciso descobrir onde ela está antes do meu tio e depois ver por que ele escondeu isso, se de algum modo Enzo quer fazer mal a ela, seja lá onde minha irmã estiver, eu preciso impedir. — Precisava tê-la ao meu lado, e quando isso acontecer, não a perderei de vista nem por um segundo. — Já coloquei pessoal de confiança nisso, e não se preocupe, o bastardo do meu pai não vai saber, prometo. — Ele sorriu. — Espero que ela esteja PERIGOSAS

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bem, aquela pestinha tímida. Eu sorri também, lembrando-me dela desenhando em seus quadros, as vezes deixando a casa suja com tintas, ela amava a arte, será que ainda ama? Ela tem muitos quadros? Ou desistiu desse seu dom? Espero que não. Às vezes eu sonho com ela correndo pela casa coberta por tintas igual fazia quando era pequena. Que saudades tinha dela, só espero que onde quer que esteja, não tenha acontecido nada de errado com ela, e que não tenha desistido dos seus sonhos. Lembro que papai não ligava para isso, ele apenas sorria e a beijava, dizendo para ela não sujar muito a casa. Os tempos mudaram, o homem que ele era antes e o que é agora. Como uma perda afeta tanto alguém? — Preciso achá-la o quanto antes, e quando isso acontecer, me avisa e diz ao Romeo para sumir com as informações sobre ela, qualquer coisa, todos os anos que ela passou longe, onde viveu e com quem e tudo mais, não quero que Enzo saiba dela. — Eu passei as mãos nos cabelos tentando me controlar. — Algo me dizia que ele não tinha a intensão de me contar. — Também acho isso, por isso pedi para não matá-lo ao ignorar sua ordem, não acho que foi a primeira ou a última vez que isso vai acontecer da parte dele. Vai ser bom, assim que descobrirmos o que meu pai sabe acabamos com ele, aí vamos ter muito do que acusá-lo. — Sim, ele quer ficar no lugar de capo, sempre soube disso — falei com um suspiro. — Precisamos fazer de tudo para derrotar ele e o seu plano, seja qual for, não vou tolerar ver o que vi naquele maldito lugar e não fazer nada. Acredito que seria capaz de denunciar todos os nossos negócios e romper com essa família de vez, é claro que seria morto no processo ao ser acusado de traição, mas prefiro a morte a presenciar tal ato.

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— Eu também não vou tolerar, só precisamos saber o que ele anda aprontando, seria tão fácil torturá-lo e tirar a verdade dele… Mas estamos com muitos problemas agora, algumas pessoas não estão aceitando bem as leis que você ordenou, a do casamento e de tomar suas esposas. — Luca se sentou no sofá e depois me fitou. — Alguns aceitaram bem. — Quem? Você pegou os nomes de quem é contra? Precisamos fazer uma visita a eles — falei deixando o copo na mesa e indo para o carro. — Agora? Não podemos esperar até amanhã? Sua cabeça não está em um bom lugar. Com o que houve com Irina e agora sabendo que sua irmã está viva sabe lá Deus onde. — Minha mente está onde deveria estar — retruquei com um suspiro. — Preciso sair daqui ou vou enlouquecer, então vamos, mas antes quero ver as garotas que eram casadas. — Elas ainda são casadas, você não pode tirar essa lei, mas elas voltarão para seus esposos só quando forem maiores de idade — disse. — Já está tarde para ir visitar as meninas agora, vamos outro dia. Isso era verdade, por que eu não podia simplesmente ter esse poder? Jogaria todos aqueles homens que as tocaram em uma coivara de fogo, eliminando-os um por um. Mas se eles se opuserem à minha ordem de não tocar nelas, posso fazer isso com o maior prazer. — Você tem aqueles três que pedi a você? Rubem, Daniel e Miles? — Esses três eu via com mais ódio desde o dia em que os vi participar daquele antro e vi o que fizeram com Lis. Naquele tempo não podia fazer nada, mas agora posso acabar com aqueles vermes imundos, e um dia seria o Enzo. — Sim, estão no galpão. Vai no seu carro e me encontre lá, ou vai ver as garotas primeiro? Aliás, por que quer vê-las? — sondou, abrindo a porta de seu Bugatti preto. PERIGOSAS

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— Preciso saber qual deles tocou nelas, porque nem em um milhão de anos se me casasse com uma criança a tocaria, preferia cortar fora meu maldito pau. Se eles forem corretos não as tocaram, e se forem uns desprezíveis, como os três miseráveis que pedi para prender, então vou ter muita sujeira para limpar. — Alisei meu rosto num gesto frustrado. — Adiantei para você, estão em seu email todos os maridos que as tocaram, tem muitos, eles o xingaram querendo as meninas a todo custo, foi um reboliço na frente da casa dos pais das garotas. Eles fizeram um protesto. Entretanto, também tem bastante deles que não tocaram nelas, só fingiram para manter as aparências. Eles estão mais do que felizes por mudar a lei. Eu fiquei feliz por saber que existe gente boa nessa família, achei que Lorenzo e seu irmão tivessem corrompido todos eles, mas acho que sobraram alguns. E por eles vou lutar, para manter essa raça unida e sem fazer essas coisas desumanas. — Eu vou acabar com eles por ousar me enfrentar e me desobedecer. Luca riu. — Sabia que diria isso. Samuel está cuidando deles agora, e vamos cuidar dos três que estão no galpão. Embora ele quisesse esses três por tocar na garota de que ele toma conta. Mas falei que esses malditos aqui são seus. Samuel é um cara fiel e leal a mim, mesmo querendo algo, ele não ia contra uma ordem ou vontade minha, poderia deixar para ele terminar o serviço, mas precisava descarregar minha raiva hoje em alguém, e seria neles.

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Eu cheguei ao lugar onde estavam os caras desgraçados presos em correntes e sem camisas, pelo peito deles escorria sangue e suor em sua pele. — Pelo jeito você se divertiu, não é? — Sacudi a cabeça para Luca assim que entrei no galpão, que ficava afastado de Chicago, bem onde ninguém saberia que ele existia. Luca riu. — Um pouco. — Ele bateu na cara dos homens, fazendo-os abrir os olhos e olharem para mim. — Acordem, chegou a hora de o chefe brincar com vocês. — Nós dissemos tudo que sabemos sobre quem frequentava a fazenda — disse Rubem. Esse eu via com mais ódio, pois ele era o pior deles. — Será mesmo? Ainda está faltando uns que descobri recentemente que estiveram envolvidos, russos, isso te lembra alguma coisa? — Há não muito tempo soube que Vladimir esteve também envolvido com as meninas que me pai sequestrou, mas outras foram compradas, é nisso que vou chegar, pegar o cabeça que vende as garotas e acabar com ele ou eles, porque aposto que não é só o chefe da máfia da Trider, soube também que ele está querendo o trono de Dark, já vejo uma guerra ali, porque Nikolai jamais vai ceder. Não sei como são as regras da máfia Dragon, mas com certeza não é como a nossa que só passa em geração dos primogênitos homens. — Eu não sei… — Sim, você sabe quem vendia as meninas para o meu pai, quero nomes, além do Vladimir. — Peguei minhas adagas e passei uma na outra, como se fosse amolá-las. — Não sabemos… — começou Ruben.

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— Resposta errada. — Cheguei mais perto e passei as laminas com força em seu rosto fazendo um rastro de sangue. — Os nomes. Isso durou mais alguns minutos, o ser humano tem um limite de dor que consegue suportar, quando chegamos nele pedimos misericórdia, até os mais poderosos caem. Esses caras são iguais, um pouco de dor, e lá estava minha resposta. — Vai ter uma reunião daqui a alguns meses só com os cabeças dessa organização, mas se fosse você não mexeria com eles, afinal são todos poderosos mais que os Salvatores. Não sei nomes, só da Trider, mas os outros são piores. — Deixa que isso eu resolvo — rosnei e olhei para Luca. — Onde estão os celulares deles? Quero que rastreie todas as chamadas e conversas que tiveram, preciso saber quando vai ter essa reunião e fechar essa maldita porta. Também quero saber todos que estão envolvidos. — Sim, farei isso. Assim voltei para os homens ali, Ruben estava todo vermelho com seu sangue e gemendo, devido aos cortes que fiz nele. — Agora vamos para outro assunto, lembra da garota? — perguntei ao Ruben. Ele piscou confuso. — Garota? Que garota? Eu fechei a cara e cerrei os punhos, socando sua boca. Sua cabeça chegou a virar. — Você não lembra dela? A loira que implorava para que não a machucassem, mas o que vocês três e aqueles imundos fizeram? A mataram, PERIGOSAS

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quando cheguei ela estava praticamente morta. — Se não fosse por mim, que a salvei, eles e os outros teriam matado Lis. — Ele nem sabe o nome dela — retrucou Luca, maneando a cabeça. — O que devemos fazer em relação a isso? Refrescar sua memória? Os caras balançaram as correntes querendo fugir de nós, ou de mim, mas não tinham para onde correr. — Esquartejar e matar, mas antes nós vamos brincar — respondi sorrindo manejando minha adaga com o sague dele. — Lembram dos gritos dela implorando para ser solta? Para que não a tocassem? Mas vocês a machucaram mesmo assim. Você principalmente, Rubem. — Por favor… — começou ele a suplicar apavorado. — Ela também disse isso — retruquei com raiva. — Muitas e muitas vezes, mas você não ouvia, querendo enfiar esse lixo que chama de pau em uma garota jovem que estava presa naquele maldito lugar. — Eu não queria matar… — Ele piscou. — Você também ficou com ela e até a fo… Minha raiva estava ao extremo agora, ainda mais ouvindo isso, sendo que nunca toquei em uma mulher sem sua vontade. Ele se interrompeu, gritando quando enfiei a faca no meio de sua perna e puxei a lâmina, rasgando-a. — Eu não a toquei, e para sua informação ela está viva, ao contrário de vocês três, que vou mandar para o inferno com passagem só de ida… — Você é o capo e somos seus servos — disse Miles com desespero. — Não pode nos matar. — Servos? Vocês a tocaram da pior maneira possível, acha que eu quero aquilo? Que isso aconteça com inocentes? — Meu tom era sombrio. — Eu PERIGOSAS

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não sou meu pai ou meu tio, vocês vão ter o que merecem, assim como eles em breve. — Por favor, capo… — suplicou Daniel. Luca sacudiu a cabeça. — O que acha, capo? Devemos ter clemencia? — zombou. — Não conheço essa palavra — falei. — Vamos ver o quanto você grita como uma puta barata que é. — Eu tirei minha faca de Rubem, que logo o lugar ficou cheio dos seus gritos, mas não poderia ligar menos, porque estava adorando vê-lo gritar, gemendo de dor, eles mereciam isso por todo o sofrimento que aquelas garotas que morreram passaram antes de eu saber o que acontecia lá naquele lugar. Poderia ter descoberto mais cedo, assim teria conseguido arrumar um jeito de salvá-las. A culpa é como um veneno que corrói sua alma, não fui eu que fiz aquilo, mas isso não ameniza o que sinto. — Vamos ver como vocês reagem sem seus malditos paus. — Cheguei até Miles, que estava com olhos arregalados de medo, vendo o sangue sair de Rubem. — Fique longe de mim! — gritou o verme do Miles. — Alguns falaram que você, ao matar alguém, vira um monstro irreconhecível. Não acreditava, mas agora vejo o demônio em seus olhos — disse Daniel. — Sim, há muitos deles, e você não tem ideia de como eles querem ser alimentados. — Concordei, diabolicamente. — Agora o inferno começa e vou amar mandá-lo para lá de forma tão lenta que desejará a morte a cada segundo. Também vou alimentar o monstro que há em mim. Eu não posso mudar o passado, mas posso eliminar gente como esses homens e tornar um futuro melhor, mandando a escória para o inferno. PERIGOSAS

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Depois desse vou em busca dos cabeças. Os chefões de merda, o que é deles está por vir.

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Eu estava amarrada com correntes, sem roupas e vendada, mas o sentia, seu hálito no meio das minhas pernas fazendo-me remexer incomodada, mas de um jeito bom. Estava louca por ele. Ansiando é a palavra certa. — Matteo! — clamei, abrindo mais as pernas em um pedido silencioso. — Você está querendo minha língua, minha Irina? — Eu amava quando ele me chamava assim. Era um simples nome, mas na sua boca parecia mel. — Você… — Você já me tem — respondeu, beijando minhas coxas e minha barriga, mas nunca onde eu estava ansiando por ele. — Espera, eu já volto. Ele ficou alguns segundos em silêncio, mas o ouvi mexendo em algo não muito longe. — O que está fazendo?… — Eu me interrompi, sentindo algo na minha pele parecendo pena ou chicote, não sei dizer, mas a sensação me fez remexer no lugar. PERIGOSAS

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— O que está sentindo? — Sua voz era rouca e minha pele arrepiou ao senti-lo atrás de mim. — Estou molhada para você, só esperando sua boca e língua — respondi fracamente. — Hummm… — Eu só senti uma chicotada em minha bunda e, por Deus, eu acho que gozei na hora, pois minhas pernas se molharam. Eu estava ao menos perto. Eu gritei, chamando seu nome, enquanto ele repetia as chicotadas. — Matteo! — gritei de novo, agora sentindo sua boca sugando-me por cada canto, sua língua sugava meu clitóris, me levando ao… Não, não, não… — Filho da puta! — rosnei, acordando com o barulho do despertador. — Eu te odeio, Matteo Salvatore. Toda noite eu sonhava com ele, mas acordava bem na hora que estava quase gozando. Eu odiava Matteo nessa hora, porque agora eu tinha que cuidar de mim mesma. Enquanto isso? Ele com certeza deve estar com alguma mulher aleatória. Eu esqueci Matteo e fui me arrumar, estava sem nenhuma vontade de ir para a faculdade. Por que iria continuar, se tenho que deixar de lado para me casar com um estranho no futuro? Depois ser uma dona de casa enquanto o meu futuro marido andaria por aí fodendo tudo que se movia. Não há homem fiel no mundo, não sem amor, ainda mais na máfia, onde o que eles sabem fazer é só matar. Embora meus pais se amassem, mas acho que eles fossem uma exceção. Eu poderia lutar, não fazer o que meus irmãos querem que eu faça, tentar fazer algo, mas aí seria um desrespeito ao chefe da máfia, e no meu mundo PERIGOSAS

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quem faz isso tem consequências que não são bonitas, principalmente para uma mulher. Eu não quero trazer problemas para Nikolai como chefe, nem para o nome da minha família. Foi muito difícil Nikolai chegar aonde está agora, e não sou eu que vou atrapalhar. Ainda mais por ele não ser filho legítimo dos meus pais. Mas o amo como um irmão e faço qualquer coisa por ele e Alexei, até me casar com alguém que não amo só para fortalecer a máfia. Meus irmãos, Nikolai e Alexei, me deixaram vir para a América estudar alguns anos atrás e também me deixaram fora do radar de todos os seus inimigos, o que acredito que não seja pouco. Até mudei meu nome para Jamile e não fiquei com seguranças, assim ninguém saberia quem eu era, embora eu tenha suplicado muito para eles fazerem isso. Afinal aqui ninguém sabia deles ou quem eu realmente sou. Mas quando conheci Evelyn, a minha amiga, que é mulher de um MC, um moto clube que tem aqui em Chicago, tudo desencadeou, embora não me arrependa de nada, porque nesse dia revi o Matteo e o que eu sentia por ele foi exposto e agora sonho com o bastardo direto. Eu fiquei com Matteo na sua casa, depois que ele enfrentou Enzo por minha causa, o seu tio. Ele não queria ficar comigo, porque tinha medo do que meus irmãos fariam, caso descobrissem sobre nós, mas eu não podia perder a chance de ter aquele homem nos meus braços uma única vez. Um sonho que tinha há muito tempo e queria que se tornasse real. Eu sabia que seria só uma noite com ele, mas não contava com o fato de que Matteo fosse ficar na minha pele como uma tatuagem. Eu devia ter notado isso antes, afinal, sonhava com ele direto depois que eu o conheci. Por isso fui a uma boate disfarçada só para vê-lo. Mas Matteo deixou claro que seria só uma noite de sexo e nada mais. Aceitei, porque também queria que fosse só uma noite, afinal, eu logo PERIGOSAS

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voltaria para a Rússia, mas fiquei viciada no seu toque, nos seus beijos, nas suas carícias que me deixavam mole como marshmallow e cheia de luxúria. Eu fechei meus olhos, lembrando a minha primeira noite com ele, mas logo expulsei esse pensamento da minha cabeça. Entretanto, ainda o sentia em mim, acho que por isso ficava tendo sonhos eróticos com ele. Não posso ousar pensar em Matteo agora, não depois do que ele disse, que o lance que tivemos foi só foda, embora eu soubesse que seria só uma noite, ele não precisava dizer algo assim. O pior, ele não me impediu de ir embora, só mandou um dos seus homens me seguir até meu apartamento. Eu não o vi depois daquele dia que saí da sua casa, isso foi há semanas. Mas com certeza ele estava fodendo tudo que se movia por aí, pensei amarga. Como fui me apaixonar por ele? Certo, Matteo me socorreu duas vezes, mas isso não devia ser motivo suficiente. Como posso amar alguém que não sente o mesmo por mim? Ele deixou isso bem claro com suas palavras. — Jamile, o que foi? — perguntou Jerry, o meu amigo, assim que cheguei perto dele na faculdade. Quando o conheci ficamos juntos algumas vezes, e eu gostava, porque ele nunca me cobrou por fazer só sexo oral ou os meus motivos de não transar. Eu gostei dele, mas sabia que não podia ficar com alguém fora do meu mundo, isso sempre achei um absurdo, mas não posso mudar, nem meus irmãos podiam fazer isso. Entretanto, algumas semanas antes de conhecer Matteo eu fiquei uma última vez com Jerry, tinha brigado com Alexei, que falou sobre eu me casar assim que acabasse meus estudos. Então, para esquecer tudo, fiquei com Jerry. Até pensei em perder minha virgindade com ele, mas não seria justo, ainda mais depois de saber que ele tinha sentimentos por mim, e também, se PERIGOSAS

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fizesse isso, seria uma vingança contra meu irmão, o que não era justo com Jerry. Jerry me disse que deixaria as mulheradas se eu falasse que ficaria com ele por completo, sem ser só pela metade. Ele disse que me amava, mas acho que se gostasse mesmo de mim, Jerry não ia querer outra pessoa em sua cama ou na sua vida, só a mim, sei disso porque me apaixonei por Matteo e depois dele não quero mais ninguém na minha vida, só ele. — Nada — respondi. Nós três estávamos na frente da faculdade. Evelyn veio nos visitar, ela está tendo aulas particular com um amigo de Shadow. Eu podia ver Sara chegando com David e Matt… esse nome me fez pensar em Matteo, o que não podia acontecer agora, afinal, preciso manter meu rosto neutro. — Quando quiser se abrir comigo ou com Sara é só dizer, OK? — começou Evelyn. O que eu diria a ela? Que eu estava apaixonada por Matteo, o mesmo homem que era apaixonado por ela? Isso eu não podia contar. Meu orgulho não me deixava dizer, ainda mais depois de ser humilhada no quarto após fazermos sexo, ou melhor, uma foda de uma noite, pensei amarga. Evy era minha amiga, assim como Sara. Eu não tinha isso na Rússia, só vivia cercada de empregados e seguranças. Quando qualquer pessoa se aproximava era porque estava interessada em meus irmãos ou em algo que beneficiava a si mesma. Era tão bom ser normal enquanto vivia aqui nesse mundo, andar por aí e não ser notada ou cobrada por algo irrelevante. Evy até se abriu comigo sobre o que houve com ela todo esse tempo. Ela foi raptada quando era criança e trancada em um lugar onde as crianças cresciam e eram entregues aos homens quando eram maior de idade. O que PERIGOSAS

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me deixou mesmo chocada foi que o mandante de tudo isso era o pai de Matteo. Lorenzo Salvatore. Mas Matteo derrubou o antro e o velho teve um enfarto, que o deixou em estado vegetativo em uma cama de hospital. Pena que não morreu de uma vez, pensei. Que estejam todos mortos e no inferno, pensei. Ela me contou que Shadow a salvou assim como irmão dela, que ela pensou ter morrido, o Kill. Todos diziam que ele matava pessoas, mas meus irmãos também, não é? Quem sou eu para julgar? — Tudo bem, Jamile? — ela sondou preocupada, me trazendo ao presente. — Hoje vamos à boate nos divertir. Quer vir conosco? — perguntou Jerry, colocando o braço à minha volta. Eu me esquivei dele. — Não posso, mas vão vocês. — Eu saí dali do meio deles, porque minhas barreiras estavam querendo desmoronar. Eu não podia deixar essa dor me consumir, não hoje. Aliás, nunca. Apaixonar-se nunca é fácil, mas o que eu sei? Só me apaixonei por Matteo na minha vida. Só ele faz meu maldito coração bater forte em meu peito. Mais tarde, naquela noite, eu estava sozinha em casa sem ter nada para fazer quando Evelyn me ligou e me chamou para ir à boate onde trabalha. Não tinha aceitado cedo, mas agora aceitei, porque não queria ficar sozinha, isso me fazia pensar e eu não queria. Vesti um vestido prata colado em meu corpo destacando cada uma das minhas curvas, deixando meus cabelos soltos nas costas, e coloquei minhas sandálias de salto. E fui me divertir e esquecer todos os meus problemas. Um especificamente, o deus mafioso sexy como o pecado. Matteo. PERIGOSAS

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Cheguei à boate do Shadow onde marquei com as meninas, Evelyn, Sara e algumas do clube MC. Não conhecia nenhuma delas ainda. Matt, David e Jerry também iam vir para nos divertirmos juntos. O lugar estava apimentado quando entrei, pessoas dançando e se divertindo, eu ia fazer o mesmo. Evelyn, Sara, uma morena linda, um pouco tímida, mas eu a amava. Matt e David têm cabelos pretos, mas a diferença deles é que Matt tem olhos castanho-claros e David, verdes. Jerry é loiro com sardas em suas bochechas que o deixavam gatinho. Eles estavam sentados a uma mesa, antes da dos MCs, assim como uma baixinha com cabelos anelados que foi para onde Kill estava e o abraçou. Ele era forte, cabelos grandes e com barba por fazer, sua expressão era sombria, mas amolecia sempre que olhava para a mulher baixinha. Evelyn disse que seu irmão teve uma namorada no passado, e que agora retornou, acho que deve ser essa garota. Mesmo após anos, os dois pareciam se amar demais ainda. Daemon é calado, mas, porra! Se isso não fazia ele mais lindo do que já é, ele é o rastreador do MC. Eu não sei seu nome verdadeiro, apenas apelido, mas o cara era um deus grego tatuado. Forte, 1,90 m, olhos cor caramelo, cabelos curtos e brincos em sua orelha direita e um alargador. Ele tinha um piercing na língua que notei quando ele riu com Nasx. Isso nos lugares visíveis, mas posso jurar que tinha em outros lugares também. Não que eu quisesse ver. Ele estava com jeans rasgados nos joelhos e uma camiseta branca com um colete com logotipo da Fênix. Ele usava uma corrente grande no cós da calça, prendendo a sua carteira que estava no bolso da frente. Na corrente tinha um par de soqueiras. Nasx estava do seu lado, ele era o vice-presidente do MC. Um loiro de quase 1,90 m com cabelos longos nas costas. Seu corpo musculoso era PERIGOSAS

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coberto de tatuagens, como os dragões nos braços despidos. Ele usava um colete de couro com o emblema da Fênix, mas eu acredito que ele tem mais tatuagem onde eu não posso ver. Seus olhos são azuis cobalto. Tinha um sorriso sexy de molhar calcinha, podia dizer que molhava a minha antes de eu conhecer Matteo. Shadow é um show de homem, moreno, alto pouco mais de 1,85 m, forte, olhos cor verde-esmeralda, com cílios grossos e cabelos castanho-escuros. Ele tem uma tatuagem de cobra no braço direito como se ela estivesse subindo pelo braço, e no esquerdo o nome Evelyn no antebraço. Mas tinha mais escondidas pela camiseta e pelo colete. Eu acho que seu apelido é pelos seus olhos, que parecem ser mortais. Tinha mais outros MCs no lugar, mas não reparei muito nisso, po que vi alguém ao lado do Shadow. Travei vendo Matteo sentado ali, todo de preto, e seus olhos estavam em meu corpo, cobrindo cada centímetros.

Eu fui convidado pelo Shadow para ir à boate dele para o aniversário de Kill, não ia aceitar o convite por ter muitas coisas para fazer, mas resolvi porque eu veria Irina, ela ia estar lá. Precisava falar com ela, saber se estava bem. Depois que Irina saiu da minha casa após eu ser um completo idiota, não a vi mais, fiquei sabendo que ela está estudando muito na faculdade, acredito que para ocupar a cabeça depois do que eu disse, ela trabalha em uma lanchonete no período vago.

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Meu peito estava batendo forte e ansioso, tudo para vê-la hoje. Parecia um adolescente de escola encantado com uma garota. — Então, Capo, como vão as meninas que foram entregues para suas famílias? — sondou Shadow. Eu estou tirando minha antipatia por ele a cada dia, vendo junto a Evelyn, podia ver que ele a ama, aliás adora o chão que a menina pisava. Eu a chamo assim pela sua idade, assim como a de Irina. As duas tinham a mesma idade, 19 anos, enquanto tenho vinte cinco. — Estão bem e protegidas, tem alguém tomando conta delas até eu saber quem está por trás disso — comentei tomando uma bebida. Aqui só estavam os homens, as mulheres estavam na mesa do lado da nossa. — Então não é seu pai que sequestrava as meninas? Seria seu tio? — sondou Shadow. Eu sacudi a cabeça. — Não, há uma organização que estão por trás disso, coloquei gente minha para descobrir onde e quando vão estar todos juntos. Fiquei sabendo por uma fonte que nesse dia vão estar os cabeças, os homens por trás de tudo. — Suspirei. — Preciso derrubar todos eles. — Se precisar da gente só avisar, tenho uma dívida com você — disse Shadow olhando para Evelyn conversando com seus amigos. Ela estava deslumbrante, linda, mas meu coração não estava batendo por ela igual fazia antes quando a via, não sei se era por que agora ela é comprometida ou se isso se devia a uma loira fabulosa que conheci há quase dois meses e que não sai da minha cabeça.

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— Você não me deve nada, eu fiz o que tinha que fazer — falei a verdade. Mesmo se não tivesse sentimentos por ela na época eu faria o mesmo. — E quanto à corja de animais que estou atrás, não quero envolver vocês nisso, a coisa é mais barra pesada que podia imaginar. — Damos conta — assegurou Daemon com dentes trincados. — Não podemos deixar esses caras vivos. — Tem todo meu apoio e dos meus irmãos, mas mesmo prendendo esses caras, ainda vão ter sempre pessoas assim, gente que faz esse tipo de coisa — disse Shadow. — O mundo é uma merda — falou Nasx com um suspiro. Eu franzi a testa para Nasx, que fitava o seu telefone. — Não liga — sorriu Daemon. — Nasx só está apaixonado por alguém que ele não pode ter. Nasx o fuzilou com os olhos. — Olha quem fala, não sou eu quem está casado com uma mulher cujo pai você matou… — Nasx se interrompeu no meio da frase ao ver a expressão atormentada de Daemon. — Desculpe, cara, foi mal. Daemon suspirou. Tinha algo de escuro e profundo em seus olhos que, apesar de claros, parecia vazios, mortos, na verdade. Não falo só pelo que Nasx disse, mas parecia ter algo mais. — Você não falou nada que eu não soubesse. — Não tinha acusação ali. — Eu sei, só que não foi legal o que eu disse, não importa como eu esteja me sentindo nesse momento — sussurrou ele e depois piscou para algo na entrada. — Puta que pariu, aquela é a…

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Evelyn veio até nós com uma baixinha, Isabelle, mulher de Kill, a mulher parecia uma anã em vista do cara cheio de músculos, mas o amor ficava ali em seus olhos, ainda mais quando ele parecia venerar o chão que ela pisava. — Jamile, venha aqui — gritou Evelyn antes de Nasx terminar. Eu virei a cabeça e a vi na entrada da boate, com um vestido pegando cada curva de seu corpinho delicioso. Os bastardos do lugar a encaravam, mas ela não parecia ligar. Ela me viu e travou por um segundo, pensando em ir embora, era fácil ler sua expressão. Mas se recompôs e veio em nossa direção. Um cara alto e loiro sorriu assim que ela se aproximou da mesa, seu nome era Jerry, ele estava com mais dois garotos. Um chamado Matt e outro David, pelo menos foi assim que Evelyn os chamou. Juntaram as mesas com a nossas e ficaram todos ali juntos. — Você veio, linda! — disse Jerry se levantando e indo beijar o rosto de Irina. Ela o retribuiu, o que me fez querer quebrar a cara do fedelho. Não entendi a súbita proteção em relação a ela com outro cara, Irina era livre, não é? Mas então por que minha vontade foi de matá-lo por tocá-la? — Está espetacular hoje — disse David sorrindo. Ela se afastou de Jerry, mas ele continuou com a mão em seu braço. O que me fez ter bastante autocontrole para não quebrar seus braços, isso se eu não fizer coisa pior com ele. — Eu achei que eu estivesse espetacular sempre — brincou ela indo sentar ao meu lado, o único lugar disponível, e o carrapato sentou do outro lado. — Vocês dois deviam namorar — disse Evelyn observando Irina e o carrapato do Jerry. — Vocês dois já fo… PERIGOSAS

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— Evelyn, querida — Shadow a interrompeu com um beijo, impedindo-a de falar alguma coisa, mais sabia que seria foder. Eu franzi a testa. Então foi esse cara com quem ela ficou? Eles não transaram, mas pelo que vejo foi opção dela, e não dele. Não quero imaginar o que ela fez com outros homens. Irina riu. — Poderia, mas somos só amigos — disse ela não me olhando uma única vez, é como se eu não estivesse aqui. — Por opção sua, não minha — declarou Jerry puxando o cabelo dela e cheirando-o. Meu sangue ferveu e achei que ia estourar de fúria vendo essa cena. Peguei minha bebida e bati o copo na mesa fazendo todos pularem e cair um pouco de bebida na mesa. — Mas que… — Jerry se interrompeu vendo minha expressão, que não devia estar boa, mortal seria a palavra certa. Ele se afastou de Irina, que estava com as sobrancelhas erguidas. Ela se aproximou de mim e sussurrou em meu ouvido. — Não devia sentir ciúmes dela, Evelyn jamais vai querer você — rosnou com raiva e se afastou com sorriso falso. Eu franzi a testa e olhei para Evelyn que estava se afastando de Shadow, nem notei que eles ainda estavam se beijando. Depois voltei minha atenção a Irina. Ela pensa que fiquei assim por causa de Evelyn? Mas isso me surpreendeu e me deixou mudo por um minuto, porque não senti nada vendo os dois se beijarem, mas, sim, estava furioso que Jerry tocasse em Irina. — O que está havendo com você? — perguntou Evelyn e piscou parecendo triste. — Desculpe, esqueci que gosta de mim. PERIGOSAS

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— Eu acho que vou vomitar — grunhiu Irina se levantando. — Aonde vai? — perguntou Sara. — Dançar e me divertir — respondeu indo para a pista de dança e assim fizeram todas as meninas dali, e os amigos delas, Jerry, David e Matt. Deixando-me com os MCs, que estavam com as sobrancelhas erguidas. Eu devia ter dito algo na hora, mas ela precisa ouvir isso de mim quando estivermos sozinhos, não na frente de pessoas. Não gostei da dor na voz dela ao pronunciar que amo Evelyn. — Puta merda! O capo interessado na irmã dos Dragons? Homem, você está ferrado — disse Nasx entre risadas. — Você também, já que está apaixonado pela mulher de Dark — falou Shadow a ele. Eu pisquei. — Dark tem uma mulher? — sondei. Assim eles não perguntariam nada sobre Irina, não que fosse contar algo, isso não era da conta deles. — Sim, já faz um tempo, pela forma que ele age com ela, o cara está verdadeiramente apaixonado — respondeu Shadow e arqueou as sobrancelhas. — Irina? — objetou. — Não vou falar sobre ela com vocês — rosnei vendo-a dançar ao lado dos amigos dela. — Então, Evelyn… Olhei para ele. — O quê? Se ainda a amo? Sim, eu amo, mas não da forma de antes, algo mudou, porque não senti nada quando vocês dois estavam se beijando — admiti. — Mas quando aquele cara tocou em Irina eu quis… PERIGOSAS

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— Matar ele — terminou Daemon com um suspiro triste. — Ainda bem que não fez. Arrependimento é uma merda! Ela jamais perdoaria você. — Ele deu as costas e saiu da boate. Eu fiquei curioso por saber o que se passava com ele. Parece que Daemon matou o pai de sua mulher, quase igual aconteceu comigo, mas no meu caso quem puxou o gatilho foi meu pai. — Daemon salvou a sua garota acabando com o pai dela, que a violentava e até engravidou a garota quando tinha 15 anos. Ele fez o certo, mas, agora que gosta dela, acha que fez errado — comentou Shadow como se lesse minha mente. — No seu caso não foi você que matou os pais dela, foi seu pai, ela vai entender. — Apontou o queixo na direção de Irina. Não confiava muito nisso, se ficasse com ela agora, Irina sofreria mais para frente assim que a bomba estourar do que meu pai fez. Eu não respondi e assim eles começaram a falar de coisas banais, acredito que sabiam que eu não ia dizer mais nada, eu não liguei só olhava Irina dançando com os outros. — Porra! — disse Nasx olhando a pista de dança assim como eu. Irina estava no pole dance e parecia fazer com perfeição, seus cabelos balançavam com os movimentos que fazia. Meu pau ficou duro vendo-a rodopiar no pole dance. Mas eu não era o único, cada maldito desse lugar estava com a mesma sensação, de gozar nas calças. Irina estava deixando todos babando por ela, os babacas principalmente. Meus punhos cerraram. Mas isso não ficou assim, a menina parecia bêbada, porque assim que dançou foi cambaleando até o palco e começou a tirar a roupa. Começou o coro de tira a roupa, o que me deixou mais furioso. Eu só me levantei do lugar vendo alguns dos MCs amaldiçoarem. Eu não liguei, só passei por todos e fui até ela. PERIGOSAS

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— Desça desse maldito palco ou vou tirá-la daí! — rosnei ficando na frente dela. Como ela não desceu fui até onde estava. Ela sorriu para mim e depois ficou triste. — Você é um bastardo de coração frio. — Começou a me esmurrar. — Irina, por Deus, se controla. — O bom que ninguém a ouvia por causa da música. — Vamos embora comigo. — Para sua casa? Não quero foder, mas fazer amor — disse ela embriagada com a voz arrastada. — Em casa conversamos — esquivei, porque não tinha a mais remota possibilidade de eu tocá-la com essa nesse estado. Assim que a tirei da boate, estava colocando-a no meu carro quando Jerry falou. — Jamile está chateada com alguma coisa, sempre que fica assim ela bebe bastante. — Sim, também fazer striptease — comentou Sara com tom confuso. — O que houve, será? Ela não me falou nada esses dias. Ignorei suas perguntas e só me concentrei em levá-la para casa. Jerry não queria me deixar levar Irina, Shadow teve que intervir, ou eu perderia o resto do meu controle e matava o garoto, porque eu estava furioso. Ao invés de ir para minha casa, fui para a dela. Peguei a chave na sua bolsa e entrei com ela nos braços. — Não precisa me carregar, não sou um bebê — retrucou. — Eu sei que não é.

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O apartamento era simples e bem organizado, com sofás de dois e três lugares, uma mesinha no canto com flores em um jarro. Não reparei mais, pois ela começou a cheirar meu cabelo, me fazendo tremer. — Você é cheiroso. — Respirou no meu pescoço e cabelo. — Obrigado. — Que shampoo você usa? — sondou ela beijando meu pescoço, me fazendo estremecer. Merda, meu pau já estava duro com seu toque, mas jamais ficaria com uma mulher que corria o risco de não recordar depois. Não sou esse tipo de homem. — Não sei, nunca li o rótulo — admiti indo para o corredor. — Onde é seu quarto? Ela suspirou. — A última porta — sussurrou. Entrei no quarto com ela nos braços. Tinha uma cama com lençóis cor-de-rosa, uma estante com livros e com ursinhos. Banner de atores na parede da série Diários de um Vampiro. Então ela gosta de filmes de vampiros? Tinha uma foto de um cara chamado Ian Somerhalder bem em cima da sua cama na parede. Coloquei Irina sentada na cama. — Fique aqui, eu vou arrumar algo para tirar sua resseca — falei indo para a cozinha. A cozinha era pequena com balcão na forma de L, armários brancos e geladeira e fogão de inox. Em algum lugar deve ter um remédio para curar a ressaca amanhã ou ajudar um pouco pelo menos. Achei um Engov. Isso vai servir, estava já me virando para ir ao quarto quando senti a barra da calça sendo puxada. PERIGOSAS

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Olhei para baixo vendo uma bola de pelos brancos, tão pequeno que cabia quase na palma da minha mão. — April, filha, não rasga a calça do seu papai — disse Irina com a voz arrastada. Olhei para cima, me deparando com a cena que quase me fez esquecer de que ela está bêbada, então não podia tocá-la de forma alguma. Mas, porra! Precisaria de um banho gelado e muito autocontrole. Irina estava só de sutiã e sem calcinha, essa cena me deixou com o pau duro, mais do que já estive. Era uma tentação grande vê-la assim e não poder tocá-la. Expirei e me concentrei no meu foco, deixá-la bem e dar um jeito de ela não amanhecer com a cabeça doendo muito amanhã. — Porra! Cadê suas malditas roupas? — Virei, peguei o comprimido e a água e entreguei a ela. — Estava calor, então tirei o vestido. — Ela colocou o remédio na boca e o ingeriu. — Pelo jeito não foi só o vestido que tirou — retruquei apontando para a parte nua debaixo. — Usar calcinha com vestido deixa marca — disse e veio se abaixar para pegars a bolinha de pelo, e por pouco não caiu em cima da cachorrinha. Eu corri até ela e ajeitei seus ombros, agora com April nos braços. Quem dá um nome assim para um cachorro? — Mamãe chegou, meu amor, e papai também. — Cheirou a cachorrinha e depois a estendeu para mim. — Papai? — Arqueei as sobrancelhas rindo. — Você é mais lindo quando sorri — disse olhando minha boca. PERIGOSAS

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Pigarrei, porque sua inocência bêbada estava mexendo comigo, me deixando tonto e bêbado também. — Obrigado, agora põe a cachorrinha no chão… — É April o nome dela — retrucou com biquinho. — Nossa filha. Eu dei uma gargalhada, mas forcei para ficar sério. Irina bêbada era outra coisa, mas admito que ela estava linda. — Tudo bem, coloque April no chão e vamos para o banheiro tomar um banho. — Peguei a cachorrinha dos braços dela, a coloquei no chão e puxei Irina para o banheiro. — Vamos tomar banho juntos? Então vai me foder de novo? — Você vai tomar um banho, eu não. — Se eu tirasse minhas roupas seria capaz de cometer um pecado que não teria volta. Merda! Quando fui tão fraco assim? Nunca. Puxei-a para o banheiro, dei banho nela e depois a enxuguei, nesse tempo todo ignorei seu toque, que parecia labaredas em minha pele. — Por que você não quer me dar ele? — sussurrou tão baixo que pensei ter ouvido errado. Ela estava deitava na cama com a coberta até perto do pescoço. — O quê? Dar o quê? — sondei confuso. — Por que você não me dá seu coração? A Evelyn não ama você, mas eu amo, tanto que dói meu peito — Irina me disse encolhendo nos travesseiros como se estivesse tomada de dor. Meu peito se apertou ao ouvir a dor na voz dela. Eu deitei ao seu lado e toquei seu rosto lindo. Ela expirou com meu toque e se aconchegou a mim como um gatinho. Lembro-me do gatinho de Dalila, ele fazia sempre isso com ela antes de ele morrer. PERIGOSAS

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— Eu não amo mais a Evelyn, acredito que nunca amei, acho que sentia algo só por ela ser diferente de todas as mulheres que conheci. Lamento não ter esclarecido antes de você tomar todas. — Beijei sua testa. — Mesmo você não se lembrando amanhã, essa é a verdade. Eu fiquei furioso àquela hora por aquele moleque ficar cheirando seu cabelo. — Ele sempre faz isso, mas Jerry é só um amigo — sussurrou. — Espero que ele seja esperto e não apareça mais na minha frente, ou não sei do que sou capaz. Ela riu e colocou a cabeça no meu peito. — Você não machucaria um amigo meu — falou. — Você é muito bom, Matteo. Se Irina ao menos sonhasse tudo que já fiz na minha vida, ela não diria isso, mas deixei quieto. — Vá dormir. — Vai ficar comigo? Não queria dormir e amanhã descobrir que estou sonhando — murmurou. — Eu vou ficar — prometi. — Amanhã, assim que acordar, ainda estarei aqui. — Obrigada por ficar e por não ter mais Evelyn em seu coração — suspirou baixinho. — Espero que um dia eu esteja nele. — Beijou meu peito. — Você já está nele — garanti, mas ela já estava dormindo.

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Acordei cedo com uma ressaca da bexiga, mas pensei que estaria pior. Acordei com a campainha tocando. Levantei e vi um bilhete na mesinha e ao ler, ofeguei. Merda, isso não aconteceu.

“Irina, espero que amanheça melhor, te deixei dois comprimidos que vão ajudar com a ressaca. Espero que esteja bem, desculpe não cumprir com a promessa.”

Promessa? O que ele me prometeu que não pôde cumprir? Não consigo me lembrar de nada que houve ontem, só que… é isso! Nós estávamos na boate de Shadow, de repente Matteo ficou com ciúmes de Evelyn porque beijava Shadow. Depois disso fui beber, mas não lembro o que houve depois. Li mais uma vez o bilhete dele, então ele veio aqui por um tempo ou nós ficamos juntos? Notei que estava com calcinha e sutiã. Merda, como pude PERIGOSAS

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esquecer? Mas talvez seja bom, afinal Matteo não cumpriu seja qual for a promessa que ele me fez. Vesti uma blusa e fui abrir a porta para quem quer que fosse, não olhei no olho mágico, estava com a cabeça doendo e só queria ficar sem barulho nesse momento. Sara estava na porta com Evelyn. — Liguei, mas não atendeu — disse Evelyn. — Eu vim checar as coisas, porque ontem começou a fazer pole dance e tirar as roupas no meio da boate. Eu ofeguei de pavor. — Oh, Deus, eu fiquei nua na frente dos outros? Onde vocês estavam que deixaram isso acontecer? — acusei no final virando e entrando na sala. Por isso não gosto de beber, sou fraca para isso. Merda! Mas ontem foi difícil não fazer isso vendo Matteo demonstrar sentimentos por Evelyn. — Não se preocupe, o Matteo tirou você do palco e trouxe pra cá. Cortei Sara. — Vocês deixaram ele me trazer? E se ele não fosse um cara decente? — Não lembrava o que tinha acontecido, mas sabia que ele não me tocou, não comigo estando bêbada. Matteo jamais faria isso. Mas estava grilada por não me lembrar do que houve, porque sempre que bebo faço coisas que nunca faria na vida estando sóbria. — Matteo jamais a tocaria — falou Evelyn com veemência. — Confio nele, por isso não intervim. — Eu também, podia ver a preocupação dele com você. — Sara me olhou de lado. — Não sabia que você era tão amiga dele assim, ou tem algo mais?

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Eu sacudi a cabeça, indo alimentar April, mas para minha surpresa ela estava com ração. Será que foi Matteo? Pergunta idiota, só podia ser ele. Isso me fez gostar dele ainda mais, mesmo não querendo. April é da raça Maltês, ele é uma raça que ama devotar toda a sua afeição ao seu dono. Além disso, é vívida e enérgica, portanto adora brincar. Ela costuma amar tanto o seu dono que pode até sofrer de ansiedade pela separação, se deixada sozinha por muito tempo. Por isso jamais a deixo sozinha. Por ser toda coberta por uma pelagem branquinha e sedosa, April precisa de escovações diárias. Nem sempre foi assim, eu a encontrei na rua quando vinha do serviço, ela estava toda machucada, com sinais de correntes nas patas e pescoço, fora que não tinha nenhum pelo, parecia que foi todo rapado, fazendo a lâmina machucar sua pele. Eu a peguei para mim não me importando de procurar quem era o dono, afinal, se ele gostasse mesmo de cachorros, não a teria maltratado e deixado minha fofinha naquele estado. Já estou há quase dois anos com ela e a amo demais. — Jamile? — chamou Sara me trazendo ao presente. — Não o conheço bem, só queria ter vindo para casa com uma de vocês, não com ele — comentei. Eu não queria revelar que amava Matteo, não agora, mesmo elas sendo minhas amigas, preferia esperar, afinal, ele ama a Evelyn, então era melhor deixar isso quieto. — Não entendo — admitiu Sara. — Quando bebo cometo muita gafe, faço muita coisa errada, já pensou fazer isso na frente daquele homem? Tremo só de imaginar. — Era verdade, isso que estava me incomodando por não me recordar de nada. — Você não se lembra de nada? — sondou Evelyn. PERIGOSAS

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— Nada. Elas ficaram a tarde inteira comigo, escapei de falar de Matteo durante toda a conversa. Não estava com ânimo e fingi não ligar para ele. Também não gostava de mentir para nenhuma das duas, eu vou contar, só não agora, precisava de tempo para apagar da memória Matteo com ciúmes da minha amiga.

Uma semana e meia depois sem ter notícias de Matteo, eu queria que ele aparecesse, ainda mais depois de notar que as fotos do Ian Somerhalder estavam todas rasgadas e no lixinho do banheiro. Parecia que Matteo as amassou tão furioso como se quisesse fazer aquilo com o ator. Talvez no fundo ele goste de mim também, pensei. Mas conforme a semana ia passando, acabei por ver que a minha vontade de ele se importar comigo foi só uma ilusão, já que não veio me ver. Cheguei ao restaurante onde trabalho por volta das cinco. Eu não precisava trabalhar, mas era parte do meu disfarce. Jerry trabalhava comigo no restaurante de seus pais, ou melhor, de sua mãe, o pai dele morreu alguns anos atrás. A dona Benita era uma senhora de uns 45 anos, mais ou menos. Ela que toma conta do lugar. Assim que entrei notei algo estranho ali, estava vazio, exceto pela dona Benita e dois homens vestidos de preto, mal-encarados. Eles estavam perto do balcão. Ela parecia congelada de medo. E Jerry estava com os punhos

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cerrados, como se fosse atacá-los naquele momento, embora também parecesse congelado. Eu fiquei confusa e curiosa para saber quem eram aqueles caras, por que eles estão aqui? O que querem com meus amigos para deixar os dois meio que aterrorizados? Seja o que for, parecia importante e não parecia coisa boa. — Não vamos vender nosso restaurante, aqui está toda minha vida — disse Benita como se fosse chorar, mas estava se segurando. — Não há ameaças que me façam fazer isso. Eu fechei a cara e fui até eles. Jerry ficou mais rígido assim que me viu. Antes de entrar, chamei a polícia. Talvez fosse um assalto ou algo assim. Seria estupidez minha me aproximar, mas não podia ficar de fora sem fazer nada, assim como o policial me pediu. — O que está acontecendo aqui? — perguntei num tom irritado. Os dois homens se viraram para mim. O de cabelos negros franziu a testa e o ruivo me olhou malicioso. — Não é da sua conta — respondeu o moreno, ácido. — Está enganado, eles não vão vender a propriedade para uma gangue de araque como vocês dois — retruquei ficando ao lado de Jerry e da senhora Benita. — Sugiro que deem meia-volta e vazem daqui. Eu falei num tom firme, mas devo dizer que por dentro estava com medo deles, tudo dentro de mim gritava para correr. Era para eu ser mais corajosa, afinal, nasci no meio de homens como esses e talvez até piores. O ruivo riu amargo. — Você sabe com quem está falando? Tem alguma noção? — rosnou.

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— Conheço homens como vocês, acham que podem tudo só porque pertencem a alguma gangue e, como querem alguns territórios, então usam a força, fazendo as pessoas vender suas propriedades. Agora a pergunta é: por que vocês querem esse bairro? Quem é seu chefe? — Maneei a cabeça para o lado. — Esse lado de Chicago é dividido entre dois territórios, MC Fênix fica com um, os Salvatore com outro, mas aí está: vocês não parecem ser de nenhum lado. Então quem é seu chefe? Por que Shadow ou o Capo jamais se sujeitariam a tal baixaria, como forçar uma família a vender seu imóvel para seu benefício. Eles não desceriam tão baixo. Eu esperava mesmo que não, porque se sim, os dois seriam uns malditos, mas acho que não, não parecia ser a praia deles, de nenhum dos dois. Nem de Matteo nem de Shadow. Os dois homens franziram a testa. — Quem diabos é você? — O ruivo deu um passo até mim, mas o outro cara segurou seu braço, parando-o no lugar. Eu precisava enrolar aqui até a polícia chegar e levar os dois, se nenhum deles ficasse presos depois, que pelo menos passasse algum tempo na cadeia. — Eu que pergunto isso — respondi. — Vai responder ou vou ter que chutar? Veja bem, as gangues são conhecidas por suas marcas, algumas tatuagens. As suas, pelo que percebo… — Apontei para os braços dos dois. — Esses escorpiões que estão aí desenhados em seus braços. Então devem significar que vocês são homens de Sírios… já ouvi falar dele. Rico, poderoso, capaz de comprar todos usando todos os tipos de artimanhas como chantagear, e até coisas piores, para aquele idiota ter o que quer. Mas manda um recado para ele, que essa família não vai vender, e se o desgraçado insistir, esses nomes que citei logo acima vão resolver isso, não acho que nenhum deles vá aceitar as coisas muito bem. — Eu estava blefando, mas PERIGOSAS

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eles não precisavam saber disso. Embora eu achasse que se pedisse ajuda dos dois, tanto Shadow como Matteo me ajudariam. — Isso é uma ameaça? E você está dizendo que o capo e Shadow vão se importar com essa família? Acha que sou idiota? — sibilou o de cabelos negros com barbicha de bode. — Depende, se forem embora agora e desistirem do que pretende aqui, vou saber que são inteligentes, mas se ficarem, nem tanto assim. — Eu poderia tirar o chapéu para mim, pensei, estava me saindo bem. Aprendi com meus irmãos. Os dois olharam de um para o outro e riram com zombaria. — Menina… — começou Benita. Eu a ignorei e não tirei minha atenção do cara, sei que estava correndo risco de o meu verdadeiro nome ser descoberto, mas logo iria embora. Que diferença fazia?, pensei amarga. Pelo menos aconteceria da maneira certa, eu conseguiria salvar essa família de perder seu restaurante. — Garota, você devia dar o fora daqui, e não se meter nisso, o que acontece aqui não é da sua conta — avisou o ruivo. — Por que não acredito em nada que saia da sua boca. Eu sorri. — Eu tentei avisar, mas vocês não parecem ouvir o meu alerta… — Bem na hora a viatura da polícia parou na frente do restaurante e dois policiais entraram. Os dois bandidos ficaram rígidos e depois olharam para os policiais. — Recebemos uma ligação dizendo que havia uma ameaça aqui — disse um dos policiais. Ele avaliou a todos e pousou os olhos em Benita. — Tudo bem, senhora? PERIGOSAS

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Antes que ela falasse algo, eu disse a verdade, esperava que isso não trouxesse problemas para meus irmãos e torcia para que ninguém descobrisse meu nome verdadeiro. — Sim, esses dois homens aqui estavam ameaçando a dona Benita para vender o restaurante, sendo que ela não quer. — Apontei para ela. — Desde quando eles estão ameaçando a senhora? — perguntou o policial a Benita e acenou para que os outros policias pegassem os bandidos. Cheguei perto dela e segurei sua mão. — Pode contar a verdade — incentivei. — Eles não vão machucá-la, eu juro. Ela assentiu, não sei por que, mas ela confiou em mim. Eu esperava mesmo protegê-la, sabia que não podia sozinha, mas por ela eu buscaria ajuda seja lá onde for. — Aconteceu em umas três vezes que eles vieram aqui — respondeu ela. — Mamãe, por que não me contou? — perguntou Jerry com raiva. — Não queria preocupá-lo, meu querido — respondeu ela num tom triste. Os policiais levaram os bandidos, nenhum deles disse nada, mas o olhar do barbicha direcionado a mim foi maligno. Eu conhecia um olhar de vingança, e ali tinha um mortal e cheio de fúria. Puta merda, aonde fui me meter? Eu não demonstrei meu medo, sabia esconder minha expressão muito bem. Os policiais pegaram nossos depoimentos e respirei fundo. Porque não queria que ninguém soubesse quem eu era, mas se não tinha outra escolha? PERIGOSAS

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Por que não? O que não posso é deixar uma coisa errada acontecer. Mesmo que para isso eu busque ajuda onde não quero para resolver esse problema. — Jamile? Posso falar com você? — Jerry me puxou para longe dos policias, ao fundo do restaurante. — Que merda aconteceu aqui? Eu franzi a testa. — O quê? — Você enfrentou dois homens que com certeza estavam armados e que poderiam ter revidado. — A raiva era evidente na sua voz. Suspirei. — Eles não iam, não à luz do dia, já ouvi falar de Sírios, ele age à espreita, ameaça pessoas e, quando não consegue o que quer, ele… — Mata, porra! — esbravejou ele na minha cara, me pegando desprevenida. Jerry é um cara legal, nunca soube dele perdendo o controle por nada, mas por que ele ficou assim? Será que estava temendo por sua mãe? Talvez ele pense que coloquei a senhora Benita em perigo, ou a nós três. — Se você está assim porque temeu pela vida de sua mãe e pela sua hoje, não se preocupe, eu sabia o que estava fazendo. Se teve esse medo é porque não me conhece, jamais faria algo se soubesse que arriscaria a sua vida e de Benita. — Meu tom saiu ácido no final. — Você não sabe muita coisa sobre mim, mas eu sabia o que estava fazendo aqui. Ele deu um suspiro frustrado, mas antes que comentasse algo a senhora Benita veio até nós. — Você não devia ter enfrentado aqueles homens de modo algum, menina — repreendeu-me Benita, após os policiais irem embora. PERIGOSAS

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Ela sempre me chamou assim, desde que vim trabalhar com ela nessa lanchonete. — Gente, eu sei que vocês estão com medo. Mas peço que confiem em mim, tudo bem? — pedi, segurando as mãos dela. — Eu vou dar um jeito de resolver as coisas, e nenhum de vocês vai correr algum risco. — Como pretende fazer isso? — retrucou Jerry com tom nada feliz. — Vai pedir ajuda aos MCs ou à máfia? Acha que eles nos ajudariam? Eu fechei a cara. — Deixa comigo, ok? Agora vamos trabalhar, porque já está chegando cliente e não vamos fechar por causa de alguns idiotas estúpidos… — Não são idiotas, maldição! São gente da pesada, Jamile — retrucou Jerry. — Está chegando gente, vamos conversar depois — eu me esquivei. Jerry não queria deixar isso passar, mas depois de um segundo resmungou e foi atender às mesas de uns adolescentes que tinham entrado. Eu suspirei e fui trabalhar bolando um plano, não deixar a dona Benita e Jerry perderem seu restaurante. Isso não ia acontecer, ou não me chamo Irina Dragon.

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Eu não acredito que ele teve a cara de pau de trazê-la aqui onde trabalho, como se fosse para esfregar na minha cara que não tenho nenhuma chance. Maldito Matteo! Eu amo Evelyn, ela é minha amiga, assim como Sara, mas eu sinto ciúmes de vê-la com ele, mesmo sabendo que Matteo nunca teria qualquer chance, afinal, ela ama o namorado. Merda! Eu queria ir lá e socar a cara dele, mas isso aqui não é minha casa, e sim um ambiente de trabalho. Mas depois de pensar um segundo, por que cobraria ou iria acusá-lo de trazê-la aqui, sendo que não temos nada um com outro? Foi só uma foda de uma noite. Jamais me humilharia ou rebaixaria por causa de um homem que não sente nada por mim. Lembrar aquela noite me faz pensar em como fui uma estúpida. Claro que eu sabia que não íamos sair de lá direto para o altar, pensei amarga. Embora também não tenha pensado que acabaria do jeito que acabou. PERIGOSAS

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Porra! Coloquei a mão direita no meu peito, para ver se assim aliviava as pontadas de dor. Pontadas que me deixavam sem ar, como se eu tivesse um problema cardíaco, mas não tenho, é só um coração partido, estraçalhado, que mesmo com tudo ainda continua a bater por Matteo. Eu expirei várias vezes, porque não podia deixar isso me consumir mais do que já estava me consumindo, embora isso não fizesse ficar melhor. Torci por Jerry vir e atender aquela mesa onde estavam os dois, mas ele não estava à vista, e eu não podia atender um cliente de forma mal-educada, mesmo que fosse o chefe da máfia, o cara que me despedaçou. Acredito que ele nem sabe disso, não sabe o que sinto por ele. Ele e Evelyn estavam conversando, e algo que ela disse o fez colocar as mãos em seu queixo com as pontas dos seus dedos e levar os olhos dela para os dele. Se não conhecesse Evelyn e soubesse que ela ama Dominic, poderia pensar que a cena era íntima demais para ser presenciada de fora. Se concentra Irina, conjurei como um maldito mantra, assim não despedaçaria mais o meu coração. — Eu amo você — ouvi-o dizer a ela com tom amoroso com o qual nunca o ouvi falar antes. Foi como se um trem tivesse topado em mim com uma velocidade surpreendente, me deixando sem o ar nos meus pulmões, e tudo dentro de mim gritando em protesto devido à dor que essas palavras causaram. Vamos, Irina reaja, não fica aí parada, falei para mim mesma. Eu fiz meus pés irem até a mesa deles e busquei todo o meu controle para não chorar e demonstrar fraqueza na frente dele. O que sinto por ele deve ser PERIGOSAS

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mantido em segredo, ninguém pode saber que o amo, assim como ele faz com Evelyn, embora ela já deva saber, só um cego para não enxergar isso. — Que cena linda! — falei com um sorriso assim que cheguei perto deles. — Não deixe Shadow ver essa cena, ou ele fritaria suas bolas, capo. Assim que ele ouviu minha voz sua mão saiu do rosto dela como se sua pele tivesse soltado uma descarga elétrica, talvez eu apenas estivesse vendo coisas. Seus olhos estreitaram para mim. Matteo sempre foi difícil de ler, assim como agora. Não tinha como saber o que estava pensando e também não me importei, talvez não quisesse saber. — Irina… Eu cortei. — Jamile — corrigi com escárnio e depois sorri para Evelyn, que estava revirando os olhos, alheia a tudo que houve aqui. — É bom vê-la, querida. — Dom sabe que minha alma, meu corpo e meu coração são dele. — Ela sorriu para Matteo, que não pareceu notar, porque sua atenção estava em mim. — Não se lembra de nada do que aconteceu ontem à noite? — Tinha algo no seu tom que me pareceu frustração. Franzi o cenho. — Espero que vá me dizer o que houve como um cavalheiro. Antes que ele respondesse meu telefone tocou, e o peguei em meu top. Eu estava com um top preto e uma saia jeans curta, deixando minha pele à mostra. Eu sei que tenho um corpo curvilíneo e não é fácil mantê-lo, ainda

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mais com as comidas americanas, mas corro todos os dias pela manhã e queimo calorias. — Lugar interessante para guardar um celular — falou Matteo, mas ignorei, não querendo falar com ele agora, ou desmontaria minha expressão neutra, que era difícil de vestir e manter. Talvez corresse o risco de mandá-lo ir se foder. Mas uma coisa não passou despercebida, ele não comentou sobre me dizer o que houve. — Espero que seja importante, Jules! — falei baixo em russo, assim que atendi o telefone, os dois ali sabiam quem eu era, então não liguei em falar assim. Apesar de não saber se eles entendiam russo. Evelyn eu acredito que não, já Matteo, não faço ideia. — Baby, tenho notícias daquele cara que me pediu, estou indo agora para a praça no centro e nos encontramos lá — disse em russo também. — Certo, estou indo — respondi e desliguei, guardando meu celular em meu top de novo. — Aconteceu alguma coisa? — sondou Evelyn. — Você falou nessa língua que não entendo nada. Eu olhei para ela e sorri, mas vi pelo canto do olho que Matteo entendeu, então ele deve saber russo, o que não me surpreende, afinal, é um mafioso que tem gente trabalhando para ele em vários lugares e países. — Está sim, só um amigo meu — respondi e chamei Jerry para atender a mesa. Ele veio até onde eu estava, com o cenho franzido para mim, e depois sorriu para Evelyn. — Oi, Evelyn. PERIGOSAS

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— Olá, Jerry. — Ela sorriu de volta. — Jerry, atende os dois, preciso dar uma saída — pedi a ele. — Diz à dona Benita que não volto mais hoje, tenho um compromisso à noite. Seus olhos ficaram preocupados. — Jamile… Eu fui até ele e o abracei, mas para sussurrar em seu ouvido e para ninguém ouvir. — Não diz nada o que aconteceu a ninguém, ok? Conheço alguém que vai nos ajudar. — Afastei-me. — Jamile… — Seu tom estava preocupado, e ele não tentou esconder isso. — Algum problema? — sondou Matteo, avaliando nós dois. — Iri… Eu o fuzilei com o olhar. — Nada que seja da sua maldita conta — rosnei e me afastei dali antes que respondesse ou alguém fizesse mais perguntas que não podia responder. Eu tentei me controlar enquanto ia para o carro, não querendo pensar em Matteo. Até pensei em buscar sua ajuda, mas depois do que eu ouvi, não quero saber dele nem envolvê-lo em nada. Aliás, não quero ficar perto dele agora, ou iria desmoronar ou matar alguém sem querer. Depois que aqueles caras saíram, entrei em contato com um amigo meu que mora aqui em Chicago, mas ele é da Rússia. Um cara excelente em computador. Embora meu irmão, Alexei, ganhe dele, mas não posso buscar sua ajuda agora, ou ele e Nikolai vão me levar embora antes do prazo. Eu não quero isso.

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Julian, cujo apelido é Jules, ele vai me ajudar a buscar provas de que aquele cretino do Sírios é um assassino e canalha, que anda ameaçando pessoas inocentes para venderem suas propriedades, incluindo Dona Benita. Eu vi Matteo saindo da lanchonete bem furioso pelos seus punhos destacados e sua expressão rígida. Mas não liguei e pisei fundo no acelerador, querendo sair logo daqui. Cheguei aonde Jules estava estacionado no parque vazio devido à hora, já que era quase sete e meia. Ele era alto, com barba por fazer, e com os olhos claros. Merda, o cara era lindo, só que nunca senti nada por ele, talvez uma vez, mas Julian é um bad boy e jamais me tocaria, pois valorizava suas bolas, palavras dele. Acredito que tenha medo de Alexei e de que meu irmão venha a acabar com ele. Jules estava escorado em sua Porsche, parecido a um modelo masculino. — Quando vai parar de me olhar e ficar babando? — Sorriu de lado. Seu sorriso era de molhar calcinha, a minha já molhou várias vezes. — Talvez até você mudar de ideia e ficarmos juntos? — brinquei, abraçando-o. — É bom te ver. Jules riu e se afastou. — Menina, se eu tocar em você serei um homem morto — respondeu. — Aquele seu amiguinho só não foi ainda porque nenhum dos Dragon tem conhecimento dele. Eu revirei os olhos. — Jerry é meu amigo, assim como você — respondi, embora não tenha ficado com Jules. Decidi mudar de assunto, porque nenhum outro homem me importa, só o que acabou de se declarar a outra mulher. — O que descobriu? Ele suspirou. PERIGOSAS

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— Vamos para o meu carro, não é seguro ficar aqui, ainda mais se tiver alguém te seguindo — comentou ele, entrando no seu carro preto e reluzente. Eu me sentei ao seu lado e peguei a pasta que ele me deu, onde com certeza estavam escritas as falcatruas daqueles bandidos. Abri e me deparei com um cara careca e que parecia ter seus cinquenta anos. Reconheci como sendo o Sírios. Eu o vi uma vez na boate dos meus irmãos. Outro cara, ao lado direito do careca, era parecido a um japonês ou coisa do tipo. Ou coreano, quem sabe? Não sei, mas minha intuição me dizia que os dois eram iguais. — Esse japonês é Hung Shi, um cara da pesada que mora aqui nos Estados Unidos e que é dono de várias imobiliárias em todo lugar — disse Jules. — Pelo que soube, ele consegue o que quer, inclusive tem vários locais dele no Pier, os quais conseguiu não de um jeito bom, acredito que por ameaça. — Tem essas provas aqui ou em algum lugar que possamos usar para prendê-lo? — Se não tivesse prova, não tinha como denunciar esses vermes. Ele suspirou. — Isso que é estranho, as pessoas que venderam suas propriedades não prestaram nenhuma queixa ou coisa do tipo… — ele murmurou. — Acho que não arriscariam perder suas vidas. — Devem ter sido ameaçadas ou coisa assim. — Criada na máfia, eu sabia que eles podiam fazer isso, embora nunca tenha sabido dos meus irmãos fazendo algo assim com inocentes. É claro que nenhum deles era santo, nesse mundo, os únicos inocentes são os bebês e as crianças, até que eles se tornem assassinos. — Também acredito nisso. Mas o duro é provar, pelo que sei, ele tem pessoal na polícia e em vários lugares, por isso nunca foi preso ainda. — Ele PERIGOSAS

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suspirou, passando as fotos nas minhas mãos. — Estou vendo com um amigo meu se conseguimos entrar mais fundo onde conseguiremos localizar mais provas contra esse cara, mas, Irina, isso pode ficar feio, não acha melhor chamar seus irmãos? Eles podem resolver isso. Jules sabia sobre mim e minha família, nos conhecemos há alguns anos, na Rússia, então ele se mudou para cá, depois de algum tempo nos encontramos de novo, enquanto eu saía da faculdade. Somos próximos desde então. Embora saiba que meus irmãos pagaram a ele para manter todos longe de mim, para que ninguém descobrisse sobre mim ou de onde venho. Respirei fundo passando a mão nos meus cabelos, que estavam presos em um rabo de cavalo. — Não posso envolver meus irmãos nisso, se Nikolai ou Alexei souberem sobre o que está acontecendo, eles me levarão embora, e isso não posso deixar acontecer agora. — Olhei para ele. — Vamos fazer isso sem dar sinal ou sermos descobertos, tudo bem? Ele assentiu. — Tudo bem, não é como se eu fosse sair por aí descobrindo sobre esse cara, meu serviço é mais em computador, câmeras e tudo o mais — murmurou indo ligar o carro que estava a alguns metros do meu. Ele olhou para o retrovisor. — Não entre em pânico, mas tem um carro indo para o seu. Eu arregalei os olhos, me virando, tinha um carro escuro lá perto, e dele saíram três homens, que foram até meu carro. Eles usavam casacos e estavam armados. — Maldição! Se eu ligar o carro eles vão ouvir, e se não ligar os bastardos vão nos pegar — rosnou Jules com um suspiro exasperado. Merda, não posso deixar meu amigo correr perigo por minha causa, então era melhor arriscar ir embora e torcer para eles não nos perseguirem. PERIGOSAS

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— Pisa no acelerador rápido e segue para The Square agora — falei com urgência. — A boate dos mafiosos italianos? — guinchou, acelerando o carro enquanto eu colocava o cinto de segurança. — Por que não vai para a do seu irmão? — Não quero que Alexei saiba, se eu pisar na boate dele ele saberá em segundos e me levará embora. Então posso tentar pedir ajudar de Luca ou Matteo. — Não queria pedir sua ajuda, mas se fosse para manter meus amigos protegidos de tudo, eu faria esse sacrifício. Assim que ele pisou no acelerador para sairmos de trás de uma árvore, do outro lado do parque, os caras olharam para nós e correram para o carro deles. — Merda, pega o beco e damos a volta, não estamos longe do território de Matteo — falei com urgência. — Não acredito que sejam estúpidos para nos seguirem até lá. Eu estava com medo de eles nos pegarem aqui e acabarem com nós dois, eu me preocupo comigo, mas me preocupo mais com Jules, afinal, ele está metido nisso por minha causa. Eu pedi sua ajuda para colocar Sírios e os outros na cadeia. Tentei manter a calma e não tremer por dentro enquanto somos perseguidos por esses trogloditas. Eu não considerava muito bem o sequestro de Enzo, afinal, ele disse que tinha assuntos importantes a tratar comigo sobre meus irmãos, por isso fui, e não fui machucada, presa ou coisa assim. Então não considero sequestro. Senti o carro indo para frente, após eles se chocarem contra nós dois. — Puta merda! — sibilei segurando no banco. — Nós vamos morrer. PERIGOSAS

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Julian grunhiu, concordando comigo, mas acelerou mais o carro e ouvi buzinas enquanto ele desviava dos carros nas ruas para ultrapassar todos eles, tomando cuidado para não acontecer nenhum acidente com a gente ou com algum inocente. Isso seria uma catástrofe. Eu já fui perseguida antes, quando era criança, alguns caras inimigos do papai nos emboscaram e teve tiroteio para todos os lados. Na época fiquei com medo e chorei, mas mamãe disse que tudo ia acabar bem. Eu acreditei nela, mas logo fui tirada do carro deles e fui levada por Kriger. Ele é como um segundo pai para mim. Então a alguns quilômetros o carro dos meus pais capotou e explodiu, por causa dos homens que estava atirando neles. — Irina, meu amor, vai com Kriger e não grite ou faça barulho — pediu mamãe com os olhos molhados. Eu não queria deixá-la, nem papai, mas ela não me deu escolha, só me entregou ao Kriger. Era para eu estar com eles naquele carro, e não em outro lugar, mas mamãe parecia que estava sentindo que seria seu fim, porque depois eles morreram e nunca mais os vi. — Irina! — gritou Jules me trazendo ao presente. — Você está bem? Eu expirei, me concentrando no agora, expulsando todos os pensamentos que me atormentavam. — Desculpe! Ser perseguida me traz amargas lembranças que deveriam estar presas… — comecei a falar, mas me interrompi quando minha cabeça bateu no vidro do lado do carro, ao fazer uma curva correndo. — Merda! — Você está bem, Irina? — sondou preocupado comigo, mas não diminuiu a velocidade. — Esses homens estão pegando pesado com a gente. Ainda acho que seria melhor ir para a boate russa, e não para o território dos mafiosos italianos. PERIGOSAS

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— Só chegue nessa boate logo — pedi me encolhendo com uma pontada dolorida na cabeça. — Não vou para a dos russos, já falei. Merda! Julian andou mais alguns quarteirões e paramos em frente à boate, esperamos no carro para ver se eles iam atirar aqui no território de Matteo. Eles seriam estúpidos a esse ponto? Queria que fossem, assim os caras de Luca acabariam com eles. Minha mente ainda estava nebulosa, em outro lugar, doze anos atrás, onde foi tirado um grande pedaço do meu coração. Foquei no agora, ou iria surtar. Mas por fim chegamos à boate, agora era só esperar os perseguidores irem embora. Resolverem nos deixar em paz. Só podiam ser os homens de Sírios. Porque seria muita coincidência eu enfrentar dois homens dele, mandando-os para a cadeia, e logo depois ser perseguida. — Será que eram homens do Sírios ou Hung? — Ele arregalou os olhos. — Ou será que eram inimigos dos seus irmãos? Merda, isso não pode acontecer, sou pago o suficiente para deixá-la no escuro, encoberta de todos os trabalhos sujos dos seus irmãos. — Muito reconfortante saber que você é pago para me proteger — retruquei. Embora não esteja com raiva, sabia que ele me amava e eu também o amava. Ele sorriu e beijou minha testa. — Você sabe que estou brincando, amo você, menina, por isso te ajudei. Mas se seus irmãos souberem, vão me matar. — Suspirou e olhou para onde o carro sumiu, depois para dois homens de Luca, chegando até nós.

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— Saia daqui agora, aqui não é lugar para estacionar. — Bateu o cara na janela. Não ouvi sua voz, só li seus lábios mexendo, minha cabeça ainda doía e meus ouvidos pareciam tampados, mas ignorei a dor. — Irina… — Está tudo bem, Jules — falei. — Deixa que eu falo com eles, vai ficar tudo bem. — Eu sei que ficou com Matteo após ser enganada e trazida para cá pelo filho da puta do Enzo, eu te dei cobertura porque me pediu, mas se seus irmãos souberem, Dark vai me matar — sussurrou. — Você me deve uma maldita vida. — Dizem que gatos têm sete vidas — brinquei. — Engraçadinha. — Revirou os olhos. Jules era da minha idade, meu irmão o pegou para ficar me cobrindo como um escudo virtual, graças ao qual ninguém é capaz de me localizar. Ele pode ser muito bom em localizar pessoas, mas não me acharão. Alexei também teve sua parte nisso, mas como ele fica mais na Rússia, não podia me manter segura por muito tempo, por isso contratou Julian. O cara era um nerd bem talentoso. — Não vai acontecer nada, eu prometo para você, ok? — jurei. Nem Matteo nem Luca iria nos fazer mal, e acredito que vão nos ajudar a nos livrar desse problema. Ele assentiu e saímos do carro. Olhei para a boate, lembrando a última vez que estive aqui. Estava escuro, mas ainda era cedo para as pessoas chegarem à boate. Não reparei muito no lugar, porque estava com dor de cabeça e precisava mantê-la no lugar. PERIGOSAS

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Eu só esperava não ver aquele sádico do Enzo. Porque aquele homem me dava calafrio na espinha e em todas as partes do meu corpo. Tremo só de pensar no seu olhar naquela noite. Frio e desdenhoso. — Preciso falar com Luca — falei meio ofegante, como se eu tivesse corrido muito. Estamos aqui fora e a qualquer momento alguém pode começar a soltar fogo em nossa direção. O cara me olhou com cara de poucos amigos, pelo jeito ele não parecia saber quem eu era, ou se sabe, não poderia ligar menos para isso, pelo menos foi isso que vi em sua expressão. — Você acha que tem o direito de chegar aqui e pedir isso? O chefe tem mais o que fazer do que vir receber alguma puta — rosnou. Eu estava prestes a dizer-lhe para ir para puta que o pariu quando ouvi uma voz que conhecia muito bem. — Irina?

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Assim que ouvi sua voz grossa e profunda, meu coração deu um solavanco como se fosse sair do meu peito, mas expirei e ignorei Matteo e essa sensação que eu não queria. Fuzilei com o olhar o bastardo à minha frente com o olhar. — Olha aqui, seu babaca, estou por um tris de chutar sua bunda — falei, embora não fosse capaz disso, porque ele com certeza estava armado. Mas eu estava sem paciência com toda essa merda. Matteo, ser perseguida e tudo isso. — Eu tive uma droga de dia, meus amigos foram ameaçados por um velho idiota, corrupto e salafrário — sibilei com meus punhos cerrados, louca para socá-lo na cara. — Eu fui perseguida até aqui e esses caras poderiam atirar em nós aqui fora, e você ainda me chama de puta? Vá se foder, imbecil. Eu estava gritando, mas o cara não estava prestando atenção em mim, sua atenção estava em alguém atrás de mim. Eu poderia senti-lo mesmo se não tivesse ouvido sua voz um minuto atrás. Era como se eu estivesse perto de uma fornalha bem acesa, mas incapaz de queimar, ela só me aquecia, de forma que eu adorava e odiava ao mesmo tempo. PERIGOSAS

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Eu não queria sentir nada por Matteo, não quando não era correspondida por ele. Não tinha passado muito tempo desde que o deixei com Evelyn, mas quando saí, eu o vi saindo também com muita raiva, só não sabia o que tinha acontecido. Também não me importei, o que eu ouvi dele foi capaz de esmagar meu peito, agora com a lembrança dos meus pais piorou tudo. A expressão de Matteo era sombria, direcionada ao homem, e ele falou em italiano, acho que para nós não entendermos, embora eu também soubesse essa língua. — O que está acontecendo aqui? Por que a chamou desse nome? — sibilou Matteo com os punhos cerrados e dentes trincados. Ele parecia estar controlando a raiva. Eu não entendi por que ele se importava se alguém me xingasse assim, talvez fosse porque Matteo era bom, isso na medida do possível, porque na máfia não tem ninguém bom, mas graças aos céus ele não era um monstro como foi seu pai. — Eu pensei que ela fosse mais uma das garotas com quem o Luca ficou, sempre vem algumas aqui querendo o contato dele — respondeu o cara. — Depois acerto as coisas com você — declarou ao seu homem e depois me fitou. E falou o meu idioma, ou melhor, o inglês. — O que significa você ser perseguida? E quem está atrás de você? Agora responde. — Seu tom não era um pedido, e sim uma ordem no final. Eu suspirei. — Eu não sou um de seus homens para você falar comigo como quiser — falei em russo, porque sabia que ele entendia. — Não quero sua ajuda, eu vim falar com Luca, não com você — soltei com raiva por ele usar esse tom.

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Seus olhos escureceram, mais do que já eram. Eles eram como ônix de tão preciosos. — Luca não vai responder ou fazer nada se eu não deixar, eu sou o chefe nessa porra, não ele — esbravejou. — Agora me diz em que droga você se meteu para estar em apuros. Eu suspirei. Mas não queria discutir com ele no meio da rua, se ele não vai deixar Luca me ajudar, então vou procurar Shadow, se ele também não quiser, aí vou atrás de meus irmãos, só não posso deixar Benita perder seu lugar. — Então não vou querer sua ajuda, eu dou meu jeito, não preciso de nada de você. Vamos embora, Jules. — Peguei o braço de Julian, que estava calado do meu lado, mas o senti tenso, avaliando cada um ali. Quem Matteo pensa que é para mandar em mim? Eu mando na minha vida, pensei. Bom, meus irmãos fazem isso, mas eles não estão aqui agora. Estou livre por esses anos aqui na América, eu sei que vou embora em pouco tempo, mas até lá ninguém manda em mim. Se eu quisesse isso voltaria para a Rússia, iria atrás dos meus irmãos, sabia que eles me ajudariam, embora nunca mais eu fosse ver o solo americano de novo, só com eles. Matteo pegou meu braço e me puxou para ele. Bati em sua parede de músculos, me fazendo arfar e dar uma pontada em meu crânio machucado, mas não liguei, porque, de repente, meu corpo estava como um fio desencapado, cada célula dele parecia ter ganhado vida, até as mortas ressuscitaram, de forma que me fez tremer. Corpo idiota, por que ele me trai assim? Matteo chegou mais perto, seus lábios encostaram em meu ouvido, me fazendo estremecer tanto pelo toque como pelo seu hálito quente banhando minha pele. Evitei a todo custo gemer com o contato. PERIGOSAS

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Merda! — Deixa eu te dizer uma coisa, Irina, não brinque comigo, você não vai gostar das consequências — avisou com a voz sedutora, embora furiosa. — Por mais que esteja com raiva de mim, sua segurança vem em primeiro lugar. Eu empurrei seus ombros para que me soltasse, mas ele não fez nenhum movimento com seu corpo para se afastar de mim. Não queria ficar assim tão próxima dele, não quando meu corpo o desejava como um drogado querendo sua droga preferida. Ele era a minha. Provei uma vez e fiquei viciada. — Me larga. — Tentei me afastar, mas ele não permitiu. — Vamos conversar. — Não parecia um pedido. — Solta ela agora — sibilou Jules. Eu vi armas serem levantadas de todos os lados pelos homens de Matteo, e elas estavam apontadas para Jules, que por sua vez tinha uma arma na direção de Matteo. Meu coração gelou, temendo que os dois viessem a se machucar, porque se Jules atirasse em Matteo, ele seria morto pelos homens dele, que estão armados. Nenhum deles sairia com vida dessa bagunça e a culpada seria eu. — Você está armado? — arfei quando Matteo me colocou atrás dele como se estivesse indo me cobrir com seu corpo. Mas ignorei e fitei Julian. — Claro que sim, você anda pesquisando homens perigosos, que podiam segui-la, ou talvez alguns caras que podiam nos encurralar. — Ele deu de ombros. — O que acabou acontecendo. Eu já o tinha visto ser nerd, porque é isso o que ele é, mas não o vi com essa expressão dura e mortal que vejo em seu rosto agora. Sabia que trabalhava para meus irmãos, então devia saber que ele se cuidava e tudo PERIGOSAS

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mais quando a situação ficava perigosa como agora, embora não corrêssemos de fato perigo. Eu estava com o coração na mão, pensando na catástrofe que podia acontecer caso alguém puxasse a arma e começassem a atirar uns nos outros. — Jules, abaixe a arma, vamos entrar e conversar com ele — pedi indo na direção dele, mas Matteo me segurou perto de si, sem nunca tirar os olhos do meu amigo. Merda! Isso não vai ser bom, pensei amarga. — Eu mandei você soltá-la — silvou para Matteo e depois para mim. — Eu falei para não virmos para cá, e sim para a boate dos seus irmãos. Jules deu um passo para nós, o que levou todos os homens ali a prepararem suas armas, já prontos para atirarem. Não ia demorar muito para isso acontecer. — Não somos inimigos e estamos do lado de fora da boate com armas para todo o lado. Merda! Quem estava nos seguindo pode voltar e acabar com todos aqui — não queria entrar em pânico com tudo que está acontecendo aqui, mas estava difícil. Peguei o braço de Matteo e supliquei a ele. — Por favor. — Ele suspirou. — Vamos abaixar as armas e entrar agora — falou ele. — E você? — Olhou para Jules. — Dê sua arma ao Samuel, quando for embora te entregamos. Jules riu, mas era uma risada nervosa, tensa e mortalmente fria. — Eu não vou ficar desarmado em uma casa cheia de mafiosos capazes de nos matar. — Sua voz era firme. — Irina, vamos embora procurar Hunter, ele pode nos ajudar. Droga, preciso ter meu controle aqui. Hunter é um cara legal que trabalha para meus irmãos, ele era um ex-agente do FBI, mas não sei o que levou a se PERIGOSAS

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distanciar da lei. — Matteo, me solta e me deixe ir até ele — pedi, querendo impedir a luta deles. — Não. — Seu tom não deixava espaço para discussão. — Ou ele abaixa a arma, ou eu a tiro da mão dele. — Vamos ter um problema aqui, porque não vou abaixar enquanto não se afastar dela. — Suas mãos eram firmes em sua arma calibre 38. Nesse momento estava furiosa por Matteo usar esse tom de capo e dar ordens para dizer que acabaria com meu amigo, mas se eu não me metesse, logo veria os dois lutando, e Matteo com certeza venceria, e eu não quero que meu amigo saia ferido. — Mas que porra? Jules é meu amigo e se algum de seus homens o machucar, eu vou acabar com você. — expirei com raiva. — Ele não vai me machucar, ao contrário, está tentando me proteger de vocês… — De você, capo, especificamente, com sua mão no braço dela. — Julian mirou Matteo. — Não dou a mínima para quem seja, não vou ficar longe dela e também não vou ficar desarmado. Matteo estreitou os olhos para mim e depois para o meu amigo. Deu um suspiro exasperado e furioso. Seja o que for que ele viu na expressão de Jules, isso o fez abaixar a guarda. Embora não o suficiente para me deixar livre. — Você tem sorte por eu não matar você agora por me enfrentar, saiba que só não faço isso por Irina — falou, mas não soltou meu braço e me levou para dentro da boate. — Vamos entrar. Preciso saber o que está acontecendo. Eu queria tirar sua mão de mim e gritar, frustrada, com ele ameaçando meu amigo, mas isso deixaria Jules mais sombrio do que o vi agora há pouco. PERIGOSAS

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Não queria trazer mais problemas, se ele notar que não quero estar perto de Matteo, meu amigo lutaria por isso e acabaria sendo ferido. — Vamos resolver isso para irmos embora, Jules. Pode abaixar a arma, ninguém aqui vai atirar em ninguém — pedi em russo e depois disse, quando ele hesitou: — Por favor, só quero terminar isso e ir embora. Ele suspirou, mas guardou sua arma atrás dele. O que me deu um grande alívio. — Ele ainda está segurando seu braço, se esse capo tentar algo, vou atirar nele, não estou brincando — disse também em russo. — Não posso deixar que eles machuquem você. Não é só porque seus irmãos me matariam, mas porque adoro você. Eu ri, ignorando quem estava assistindo à nossa conversa em nosso idioma. — Matteo não vai me machucar. Ele me salvou do velho do tio dele, o qual espero que não esteja aqui — falei com um suspiro. — Não estou a fim de vê-lo, ou eu mesmo posso acabar atirando na cara dele. Ele riu e veio segurar minha mão assim que Matteo soltou meu braço para subirmos a escada. O salão estava vazio, exceto pelos homens de Matteo e Luca. Embora eu não tenha visto Luca em lugar nenhum, isso também não diz nada, ele pode estar aqui em algum lugar, mas não liguei. — Não pode fazer isso, sabe disso, seus irmãos ficariam furiosos com isso, afinal, cada máfia tem suas regras. E pelo que soube o capo tem que vingar a morte de sua família querendo ou não, então, se você matasse o tio dele, ele teria… — Que me matar — terminei a frase por ele com a voz engasgada. — Puta merda! PERIGOSAS

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— Isso resume tudo. — Ele apertou minha mão num gesto silencioso — Assim que sairmos daqui, pode ficar na minha casa, prometo me comportar. — E se eu não quiser que se comporte? — brinquei, sorrindo de lado para ele. — Quem sabe? — Sorriu e ampliou mais o sorriso assim que Matteo se virou de uma vez, quase fazendo com que nós dois topássemos com ele, e o fuzilou com o olhar sombrio. — Isso não está acontecendo — grunhiu mortal, abrindo uma porta grande de madeira, mas passamos por ela e nos levaram para outra sala que tinha só uma mesa e três cadeiras. — O que faço da minha vida é problema meu, não seu. Você… — Já ia dizer para que ele fosse se danar, mas ver aquela sala parecida com aquelas de interrogatórios que vi na TV me deixou furiosa. — Irina… — começou Jules, mas eu estava com os punhos cerrados e dei um passo na direção de Matteo. Julian me puxou de volta. Matteo estava à minha frente, ainda calado, mas seu rosto era como pedra. — Só pode ser brincadeira, não é? — tentei me controlar para não socar sua cara. — O quê? Nos trouxe para nos interrogar nessa sala? Talvez pegar suas facas e arrancar nossas unhas como um bando de mafiosos desgraçados?! Ele suspirou e expirou algumas vezes como se fosse para se controlar. — Você devia ficar quieta e sentar lá naquela cadeira agora. — Seu tom era mortal. Era o seu tom de capo, assim como Nikolai usa quando dá ordens aos seus homens. — Assim evitamos que fiquemos aqui a noite toda.

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Eu ignorei a forma que ele falou comigo, como se eu fosse algum de seus homens, e não a garota que um dia ele fodeu, mas talvez seja por isso que Matteo pense que sou uma qualquer. Com certeza ele pensa assim, Matteo mesmo disse isso quando ficamos juntos. O que mais me dói é que com certeza ele jamais tratou Evelyn como estava me tratando. Eu não devia ligar para isso ou ter ciúmes dela, afinal, ela tem um namorado que é um movimento de homem, mas no fundo eu tinha ciúmes dela com Matteo, mesmo ele não me pertencendo. Eu me sentei no banco toda dura como uma tábua, poderia retalhá-lo e mandá-lo ir pastar, mas estava sem energia demais. Esgotada, na verdade, ainda mais depois das paredes da memória que foram derrubadas. Mas deixei essa dor e lembranças para lidar depois. Agora eu só queria terminar logo isso, me afundar em minha cama e chorar por um longo tempo. Meu peito doía, quase me deixando sem ar, mas ignorei a dor nesse momento, ou desmoronaria na frente dele. Isso jamais aconteceria. Jules se sentou do meu lado, mas notei sua sobrancelha erguida, com certeza estranhando por eu ceder tão facilmente, sem revidar, a ordem de Matteo, mas nesse momento só quero que isso acabe logo. Isso sem contar a minha cabeça, que parecia estar explodindo, acho que devido à pancada que recebi no carro. — Vai logo com essa merda, porque tenho mais coisa para fazer do que ver sua cara. — Meu tom saiu seco e frio, embora eu também estivesse fria como uma maldita geleira, se não pior, mas não liguei para sua expressão sombria e seus olhos estreitos devido ao meu tom. Quando que um dia eu pensei que iria me apaixonar assim, dessa forma? Claro que sabia que ia me casar, mas pensava que meu casamento seria sem amor, assim ficaria mais fácil suportar quando meu futuro marido me traísse, PERIGOSAS

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porque isso com certeza iria acontecer, mas como me caso com um homem se amo outro? Como vou ser feliz algum dia com isso? A vida é realmente é uma merda! Por que isso aconteceu comigo? Podia ter me apaixonado por Julian, já que ele trabalhava para a máfia do meu irmão, embora o cara fosse um tremendo de um mulherengo. Matteo ignorou meu tom e fez sua pergunta. — O que eu quero saber é: por que tem homens atrás de você? É alguém atrás de seus irmãos? Se for, precisa avisá-los para que mandem alguém para protegê-la ou levá-la para a Rússia. — Tinha algo no seu tom que não consegui identificar. Eu achava que ele se importava e não queria que eu fosse embora, mas também pode ser só uma ilusão minha. Igual tive quando ele jogou fora o pôster do Ian e dos outros caras que eu tinha na parede do meu quarto. Fiquei esperando por ele durante semanas e nada de ele aparecer. Às vezes a gente deseja tanto as coisas, mas no final não acontecem, no final não é real, não passam de ilusão, fruto da nossa imaginação. Porém, por um breve segundo eu o vi se encolher assim que falou de eu ir embora, porque Matteo não liga para mim, não romanticamente. Só Evelyn importa assim para ele.

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— Cadê Luca? — sondei. Se ele estivesse aqui, eu não precisaria falar com Matteo. — Isso não é com ele, mas, sim, comigo, então me diz logo no que se meteu — falou. Eu devia retrucar, mas não queria prolongar as coisas, precisava ficar um pouco sozinha, de preferência, longe dele, pelo menos até minha dor passar. — Conhece Sírios, o dono de várias imobiliárias aqui em Chicago? Ele assentiu e sua expressão se tornou mortal, isso se ainda fosse possível. — Por que diabos Sírios está tentando matar você? — Seu tom saiu alto. Afiado como uma faca e frio como uma geleira do Polo Norte. Eu suspirei e contei tudo a ele sobre os dois homens na lanchonete, eles indo presos, embora eu duvidasse de que fossem de fato ficar presos, ainda mais se Sírios estivesse envolvido. PERIGOSAS

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— Por isso aquele garoto estava preocupado com você? — Não era uma pergunta. — Sim, o namoradinho dela — respondeu Jules, empurrando meu braço com seu ombro. — Ele não é meu namorado, somos amigos — retruquei. — O nome dele é Jerry. — Você teve um lance com ele, por isso ele ficou todo apaixonado. Eu olhei mortificada para ele. — Isso não é verdade. Certo, ele pode gostar de mim, mas não tem nada a ver com nós termos ficado juntos — falei. — Querida, você tem esse efeito nos homens, você os domina sem ao menos ficar com eles. — Ele piscou com um sorriso provocativo. — Por que acha que não fiquei com você ainda? Porque no dia em que a tocasse eu seria um homem domado. Eu ri alto, não ligando se não era hora para isso. Merda! Estávamos tratando de um assunto sério e ele aqui, falando de garotos que se interessaram por mim. — Podemos resolver isso hoje, se você tiver mudado de ideia, garanto que não se apaixonará por mim… — Fui cortada após um punho bater na mesa, nos fazendo pular, pelo menos eu. Eu estreitei meus olhos para um Matteo furioso à minha frente. — Você não está ficando com ele — rosnou com dentes trincados. Eu poderia retrucar e mandá-lo ir se danar, mas não daria esse gostinho a ele.

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— Vamos ao que interessa, pois tenho um encontro ao sair daqui. — É claro que eu não ia ficar com Jules, só disse isso para Matteo ver que não tem controle sobre mim. Porra! Ele se declarou mais cedo para minha melhor amiga. Eu achei que ele fosse discutir, mas Matteo ficou calado, porque com certeza não se importa, só ficou bravo por termos fugido do assunto que está me obrigando a me sentar aqui do seu lado. Em um momento ele se importa comigo e no outro ele é frio como uma geleira. — Eu sabia que tinha algo ali na hora que abraçou aquele garoto. — Jerry — retruquei. Ele me ignorou. — Mesmo sabendo dos perigos, você saiu e foi se encontrar com esse… — Julian — terminou o meu amigo. — Ela me ligou para conseguir informação sobre Sírios, e consegui tudo, está no meu carro. E também sobre Hung Shu. Embora não o suficiente para eles ficarem um bom tempo na cadeia. — Por que você quer algo contra eles? Claro que sei o que fazem, mas por que você se meteu nisso? — Ele olhou para mim de lado. — É só pelo lugar da mãe daquele garoto? Por isso resolveu caçar uma briga? Eu dei de ombros, não querendo falar tudo sobre mim, ainda mais com ele. Não queria estar aqui, podia estar em qualquer lugar, menos perto dele. — Não posso deixar que dona Benita perca seu patrimônio, tudo porque um canalha quer fazer hotéis ou seja lá o que for, não vou permitir isso. — Meu tom era decisivo, não mudaria minha opinião. Matteo riu com uma mistura de pesar e pavor, mas tinha outras emoções ali, como raiva, e parecia direcionada a Sírios. Ainda bem. PERIGOSAS

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— Não vai permitir? Você não sabe que tipo de homem Sírios é. — Não era uma pergunta, e sim uma declaração feita com tom ácido. Suspirei. — Oh, eu sei, um homem capaz de me matar, mas não ligo, só não vou deixá-lo ganhar de forma alguma — falei sem deixar seu tom me fazer ter medo. — Ele pode te machucar, sabe disso, não é? Igual aconteceu hoje indo atrás de você. — Seu tom era sombrio, só não sabia dizer se era por minha teimosia ou por esse cara estar atrás de mim. — Eu não ligo, mas não vou deixar dona Benita perder o que tem porque um cara quer assim. — Fui firme na minha decisão e não mudaria. — Você não pode lutar contra isso — respondeu ele. — Eu vou te ajudar. — Não quero sua ajuda — declarei com veemência. Isso era verdade. Ele arqueou as sobrancelhas negras e perfeitas diante da minha tenacidade. — Não? Então por que veio direto para minha boate? — sondou. — Eu vim à procura de Luca, não de você — retruquei. — Prefiro buscar ajuda de Shadow ou dos meus irmãos. — Por que não quer minha ajuda especificamente? — perguntou, mas continuou antes que eu respondesse: — Porque, se não quiser minha ajuda, Luca não irá ajudar, tampouco Shadow. — Ainda restam seus irmãos, Irina, vamos pedir a ajuda deles — falou Jules. — Vai mesmo trazê-los da Rússia só para solucionar esse problema, sendo que posso resolver também? — interveio Matteo, me olhando de PERIGOSAS

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esguelha. Matteo tinha razão, eu não podia trazer meus irmãos aqui e envolver os dois nisso, embora eu soubesse que tanto Nikolai quanto Alexei podiam resolver todos meus problemas, com esse cara, pelo menos. Nikolai e Alexei estavam com problemas na Rússia, acho que com outro chefe da máfia, não sei bem, eles não me deixavam saber dessa parte. Preciso ajudar dona Benita a não perder seu sustento. Também proteger meus amigos, não os quero no meio desse fogo cruzado, porque talvez esses caras resolvam trazê-los para isso. Não posso deixar que aconteça. Eu faria esse sacrifício por eles, por meus amigos e pela dona Benita. — Tudo bem, vou aceitar sua ajuda — soltei essas palavras como se tivesse sal na minha língua. Quase as trouxe de volta, mas fui firme em minha decisão. Ele sorriu maroto, esse sorriso lindo dele me deixou toda molhada, tive que me segurar para não me remexer no banco. Meu instinto dizia que eu não devia fazer acordo com o diabo, mas no fundo ele tem algo doce, embora outras vezes fosse frio e sombrio, uma mistura nada boa, devo mencionar. Espero não me machucar mais no final. Tarde demais para isso, pensei amarga. — Eu acho… — comecei, quase dizendo que me arrependi, mas ele me interrompeu. — Tudo bem, Samuel, leve o garoto embora para sua casa, eu tomo conta de Irina — falou com um homem vestido de terno preto, o que combinou com ele. Sua expressão era sombria. Corpo forte e olhos escuros, eles me lembram o vácuo que absorve tudo e não devolve nada. Samuel assentiu. PERIGOSAS

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— Sim, senhor. — Eu não vou deixar Irina com você. — Jules se pôs de pé num salto. — É claro que você vai com ele. — Seu tom não deixava espaço para discussão. — Não vou ficar aqui discutindo com você. Preciso falar com Irina. — Eu não confio em você com ela. — Jules chegou mais próximo de mim. Matteo riu. — Eu já a protegi antes, acho que posso fazer de novo. — Seu tom tinha uma promessa ali. Eu queria dizer que não ia ficar com ele, mas estava cansada demais e sem energia para lutar e argumentar, só queria que hoje acabasse e eu me afundasse na minha cama. Amanhã estaria renovada e as portas das lembranças estariam fechadas de novo. Assim eu esperava. — Está tudo bem, Julian, pode ir com ele, depois te ligo ou eu vou à sua casa… — comecei, mas Matteo me cortou. — Isso não vai acontecer — rosnou a meia voz. — Você não vai para a casa dele. Eu ignorei Matteo e cheguei mais perto de Jules. Ele me puxou para seus braços, beijando minha testa. Ele sempre fazia isso, mas agora sua boca estava indo para os meus lábios, como se fosse me beijar. Não sei por que razão ele ia fazer isso, teve tanto tempo e nunca chegou em mim. — Porra! Você quer morrer? — sibilou Matteo, puxando meu braço, e me levou para longe de Jules. — Agora acho melhor você ir, antes que eu perca minha mente. PERIGOSAS

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Jules fechou a cara, mas o ignorou, e sua atenção estava em mim. — Você me liga quando chegar à sua casa? Se precisar de mim, estarei lá na mesma hora. — Ela não vai precisar de nada. Agora vai embora, antes que eu faça algo estúpido — grunhiu Matteo. Meu coração tremeu com isso, porque se ele fizesse algo, iria morrer, não posso deixar isso acontecer, então convenci Jules a ir, dizendo que depois ligaria quando chegasse em casa. — Então, o que mais você quer saber? — perguntei assim que estávamos sozinhos. Ele suspirou. — Por que está com raiva de mim? — sondou ele, realmente curioso, e pareceu triste. — Não vim aqui para isso — eu me esquivei. — Se terminou, me leve para casa ou eu chamo um táxi, meu carro ficou no parque, quando saímos às pressas de lá. — Droga, Irina! Só quero saber por que me odeia tanto, foi por aquelas palavras que eu disse quando transamos? Não era aquilo o que eu queria dizer, não foi só um foda entre a gente, e você sabe disso. — Pela primeira vez seu tom não estava sombrio, mas triste. Odiá-lo? Matteo estava louco? Eu estou apaixonada por ele, perdidamente, mas ele não precisa saber disso. Não foi só o que ele disse que me deixou grilada, embora fosse isso também, mas o que ele declarou a Evy, e também na boate quando sentiu ciúmes dela com Shadow. Isso não devia fazer diferença, porque ele não sente o mesmo que eu. E ninguém decide a quem amar, por isso eu precisava ficar longe, até a dor e as feridas sumirem. PERIGOSAS

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— Não odeio você, Matteo — declarei. — Era eu que devia estar, já que bebeu demais e acabou esquecendo o que houve naquela noite no seu apartamento. — O que houve? E que promessa foi aquela que você quebrou? — avaliei tentando lê-lo, mas foi impossível. Ele não respondeu após vários segundos pensando. Em quê? Não faço ideia, o cara é realmente complicado. — Eu acho melhor ir para casa. — Eu fui passar por ele, mas Matteo segurou meu braço, meu corpo ficou colado no dele, tão perto que podia sentir sua quentura sobre a minha pele. Isso me lembrou dos sonhos que tive com ele nessas últimas semanas. — Eu sei que às vezes sou grosso, e até frio, mas é melhor assim. — Seu tom de voz tinha uma pontada de tristeza que apertou meu peito. — Eu não entendo você — sussurrei. — Sei que foi um erro aquela noite, só vamos esquecer. — Isso é impossível, jamais vou esquecer a melhor noite da minha vida — declarou. — Me abri com você aquela noite no seu apartamento, expressei como me sinto em relação a nós, mas você se esqueceu. Não entendia por que, então, ele reagiu como se não tivesse gostado do que tivemos todo esse tempo, e vai se abrir quando eu estava bêbeda? Eu sei que ele amava Evelyn, mas talvez ele gostasse um pouco de mim, essa era a esperança que eu tinha. Era uma droga não me lembrar do que houve naquela noite quando bebi demais. — Foi mesmo a melhor noite da sua vida? — sondei, me sentindo frágil. — Você me disse isso quando estava chapada? Devia ter esperado eu ficar sóbria. PERIGOSAS

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Acho que porque tudo aconteceu ao mesmo tempo, ele declarando o que sentia por Evy e depois eu sendo perseguida, me fazendo lembrar o que eu queria esquecer. — Sim para as duas primeiras perguntas, e eu sei que deveria esperar você estar sóbria, mas não consegui ver você sofrendo, precisava dizer a verdade — disse ele tocando a ponta do meu nariz e depois me puxou para fora da sala, para sairmos da boate, que já estava lotada, com as pessoas festejando. Bebendo e dançando. — Vamos, Irina, eu vou levar você para casa, amanhã conversamos. — Posso ficar aqui na festa? Você pode ir fazer o que ia fazer, posso esperar até me levar para casa. — Não estava mesmo querendo ir embora, só queria beber um pouco e tentar esquecer tudo sobre o que revivi sendo perseguida, mas agora sabendo que Matteo gostou do que tivemos me senti aliviada e queria ficar ao lado dele. Sua resposta foi automática. — Não. Suspirei com raiva. — Pode então me deixar no Jules… — Ele me cortou e me imprensou na parede. — Irina, não me provoque, já aturei hoje mais do que pensei ser possível, minha paciência está no limite. Se for para a casa daquele garoto posso acabar matando-o. — Seu hálito maravilhoso banhou meu rosto. Eu estava a ponto de responder que ele era um homem confuso, pois na mesma hora que se importava comigo, já estava distante. Acho que tinha dupla personalidade. — Preciso falar com você agora, capo — disse Luca perto de nós dois. PERIGOSAS

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Eu não vi Luca se aproximando, ou ele era silencioso ou meus sentidos estavam em Matteo e em seu corpo perto do meu, me deixando quente e necessitada, embora a música também estivesse rolando alta no salão da boate. Matteo se afastou, mas antes sussurrou em meu ouvido com um tom cálido que quase me fez derreter e minha calcinha encharcar e descer pelas minhas pernas. — Não saia daqui, pois ainda não acabei com você, estou louco para degustar essa boceta, que aposto que está toda molhada para mim. Posso sentir a forma como sua respiração está fraca e ofegante — falou com tom sexy. — Está incomodada com minhas palavras? Espere que vou cuidar de você. Eu não sei por que ficava abobada com suas palavras. Era para eu ter forças e me afastar, mas não conseguia, ainda mais com ele próximo de mim assim. Lembro-me do meu sonho com Matteo, de todas as noites que acordo com um baita tesão. Eu só assenti, muda, não conseguindo achar minha voz, assim que ele saiu e foi com o Luca para uma sala ali perto. Sei que era para eu ficar aqui e esperar, mas precisava de ar fresco ou algo gelado, optei por gelado, afinal, não arriscaria ir para fora da boate, não quando poderiam estar lá fora me esperando. Eu fui para o bar, embora não estivesse muito produzida para uma festa, mas saia jeans e top também eram uma boa roupa para uma balada. — Preciso de uma bebida — pedi assim que me sentei no banco do bar. O rapaz veio me atender com um sorriso bonito. Ele era moreno e com bigode pequeno. PERIGOSAS

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— Tem documento? — perguntou. — Porque parece que você é menor de idade. Eu sorri doce. — Fiz dezenove alguns meses atrás — falei a ele. — Então posso beber. — Só liberamos bebida para maiores de vinte um — comentou ele. Eu fiz uma careta. — Quem fez essa regra absurda? — rosnei com um suspiro exasperado. — Não sei. — Sorriu ele. — Talvez o presidente? Inclusive, aqui só se pode entrar quem tem mais de vinte um anos, então como passou pela segurança? Merda! Eu devia ter mentido minha idade, mas quando entrei aqui não tinha esse tanto de pessoas. — Eu vim com… — Eu me virei bem a tempo de ver Matteo vindo em minha direção, mas uma mulher alta e morena estava ao lado dele. Ela segurava seu braço. Aquilo foi como um soco no estômago, então ele pediu que eu esperasse aqui só para ele ir ficar com outra mulher? Filho da puta, eu que não ia ficar aqui vendo essa cena, já bastava vê-lo com Evelyn. Pelo menos eu sei que nunca vai haver nada entre eles, porque ela ama Shadow. Assim que nossos olhos se encontraram, eu me virei e saí correndo em direção à saída, não ia ficar aqui vendo-o com outra pessoa. Pegaria um táxi e iria embora daqui, não olharia mais para sua cara e também não pensaria mais nele. Eu o ouvi me gritando, mas não quis parar, só queria desaparecer dali. Se ele não sabia o que eu sentia, naquele momento soube que eu o amava. PERIGOSAS

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Eu estava prestes a entrar em um táxi, que parou para mim, quando Matteo pegou meu braço e me puxou para seus braços. Eu o empurrei. — Irina… — Me solta, estou indo embora. — Minha voz estava falha, devido às lágrimas que desciam por minha bochecha. — Por favor, Matteo, me deixa ir… Ele não respondeu e me puxou para seu carro, dispensando o taxista. Eu estava tão esgotada, que não falei nada. Se tentasse, minha voz ia falhar com certeza, igual agora há pouco. Assim que entrei no carro, fechei meus olhos, não querendo pensar no meu dia hoje, que foi uma merda. Parecia que a cada hora piorava mais. Ser perseguida, fazendo-me recordar dos meus pais, depois sentir que teria Matteo e logo a seguir vê-lo com outra mulher, isso me esgotou, tanto física quanto mentalmente. Eu só queria esquecer que hoje existiu. — Irina… — Não quero ouvir nada, Matteo, só quero esquecer que esse maldito dia existiu, — falei com a cabeça apoiada no banco. — Encontrar aqueles homens… ser perseguida, me trazendo lembranças que não quero. — Eu só quero que saiba que Mália é minha prima, não outra coisa — respondeu. Depois suspirou. — Se abre comigo, Irina. Eu sei que gosta de mim, você me disse quando estava bêbada. Desde quando me ama? Eu me xinguei por dentro por ter comentado isso com ele. Um lembrete, nunca mais vou beber na vida, pensei amarga. Não queria falar do que eu sentia por ele, não queria ouvir sua resposta de que não sentia o mesmo, essas coisas. Não tinha energia para isso hoje. Mas meu coração aliviou ao saber que ele não estava com outra mulher. PERIGOSAS

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Eu não sei por que, mas resolvi falar sobre os meus pais, assim não respondia sua pergunta e também tirava isso que estava preso em meu peito me sufocando como uma doença. — Quando eu era pequena estava no parque, brincando com um garoto, não lembro o nome dele, mas ele era uma criança normal. Quando falo normal, quero dizer que ele não era da máfia. Ele não disse nada, mas o ouvi dar um suspiro. — Eu estava brincando no escorregador que tinha no parque, quando vi dois caras, não muito longe, nos vigiando. Eu devia ter dito aos meus pais que eu os vi, mas por alguma razão eu fiquei quieta. Talvez, se eu tivesse dito alguma coisa, eles não tivessem sido assassinados a caminho de casa, naquele mesmo dia. — Eu ri amarga, fechando os olhos de novo, porque os tinha aberto para olhar Matteo antes, quando ele falou sobre sua prima. — Quanta ironia! — Irina… — Eu devia tê-los alertado, Matteo, porque depois, naquela noite, estávamos indo para casa quando fomos emboscados no meio do caminho. Eu estava com eles no carro e os seguranças, não sei quantos. Talvez dez carros ou mais, não sei bem, foi tudo tão rápido que mal deu para assimilar. “Irina, vai ficar com Kriger”, disse mamãe com um suspiro triste. — O carro havia parado no meio da estrada, os seguranças estavam nos cercando com seus carros, era noite, mas eu ouvia os tiros por todos os lados. Papai insistiu que mamãe fosse junto, mas ela não quis deixá-lo. Dá para imaginar um amor assim? Ficar e aturar tudo junto, correndo o risco de os dois morrerem… — Não era uma pergunta. Meus pais se amavam, isso era raro no meu mundo, quando acontecia tínhamos que dar graças a Deus. PERIGOSAS

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— Lembro-me de Kriger me puxar para fora do carro e tampar minha boca para eu não gritar. Ficamos escondidos no mato enquanto os carros partiam com mamãe e papai, depois só soube do acidente, que foi fatal para os dois. Eu senti o carro parando, mas não sabia onde estava, também não me importei. — É minha… Mãos abrasadoras traçaram meu rosto, me fazendo abrir os olhos, e encontrei suas duas pedras de ônix me encarando. — Não é sua culpa, ouviu? — Seu hálito quente e maravilho banhou meu rosto. Ele se aproximou de mim, os lábios em meu rosto, sem nunca tirar os olhos dos meus. Então ele beijou as lágrimas que desciam em um gesto doce e sussurrou algumas palavras em italiano, reconheci como linda, doce e outras palavras que realmente me deixaram um pouco melhor. Eu não pensei em nada, só queria esse homem agora, queria senti-lo de novo. Subi em seu colo, colocando os joelhos de cada lado. Beijei-o de forma intensa e faminta. Passei os braços em volta de seu pescoço, me aconchegando mais nele. Nessa hora não queria nada entre nós. Seus lábios eram famintos, de forma que me deixaram sem fôlego, quente, desejosa, louca para tê-lo dentro de mim. Depois que o vi hoje com Evelyn, descobri que não posso ficar perto dele, não assim, como estou agora, mas posso fazer uma despedida, afinal meu corpo está louco para ter esse homem. Se ele ao menos dissesse que sentia algo por mim, lutaria para ter seu coração também. Sei que ele disse algo quando eu estava chapada, mas não me lembro, se eu lembrasse ficaria mais fácil não desistir dele e lutar para que me amasse ou que Matteo me dissesse de novo, mas agora estando PERIGOSAS

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sóbria. Mas ele não fez, só disse que gostou de transarmos, isso não é suficiente para eu ficar e lutar por ele. Ele abaixou meu top, deixando meus seios à mostra, mas logo o abocanhou, circulando com a língua o bico do meu peito, me fazendo gemer. Eu tentei tirar sua camisa, mas sua mão segurou a minha, então me afastei, ou tentei. — Tira — respondeu rouco. Eu sei que devia estar preocupada com ficarmos aqui na rua, mas nessa hora não poderia ligava menos, ainda bem que os vidros eram escuros. Embora se a polícia batesse aqui, eu fosse capaz de atirar neles eu mesma. Tirei seu terno e camisa e me deliciei com seu peito duro e malhado, queria que estivesse claro para eu poder ver e apreciar ainda mais. Ele deu puxão em minha calcinha, rasgando-a e levantando um pouco minha saia. Não demorou muito e ele estava me preenchendo como nunca. Suas mãos se movimentavam em todos os lugares, sua boca capturou a minha e me derreti rebolando em cima dele. — Isso, Irina, rebola no meu pau — rosnou puxando meu cabelo um pouco, me fazendo gemer alto não ligando para quem ouvisse. Nesse momento só queria sentir o prazer de ser tocada por esse homem, sentir seu cheiro, toque, calor e tudo nele eu amava, tanto que que doía. — Matteo, eu estou… — Goza para mim, querida — ordenou e sua voz foi direto para o meu centro. Eu explodi, clamando seu nome, não queria esquecer esse momento, mas precisava seguir em frente, não podia ficar sonhando com ele como fiz desde o dia que eu o conheci. Maldição! Até sonhava transando com o cara. PERIGOSAS

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— Você está bem? — sondou ele após alguns segundos. Respirávamos irregularmente. Eu estava com a cabeça em seu pescoço, respirando seu cheiro, que eu amava. Tudo nele eu amava. Seu cheiro rico e masculino, sua risada sexy e quente, sua voz rouca e ao mesmo tempo sombria. Mas precisava dizer adeus agora ou depois seria pior, ainda mais ter sexo causal com o cara que eu amava. Eu saí de cima dele e me ajeitei no banco, abaixando minha saia e ajeitando minha roupa. — Estou sim — menti, forcei a minha voz a sair normal. — Porra! Nós não usamos preservativo — amaldiçoou. — Isso nunca aconteceu antes. Merda! Era só o que faltava, eu não podia nem transar, ainda mais ficar gravida de um mafioso. — Não se preocupe, eu tomo remédio, então não corro perigo de engravidar — comentei com a voz mais calma possível. Assim espero. — Meus irmãos surtariam caso isso acontecesse, afinal, eles selaram meu destino. — Destino? — Ele vestiu sua roupa, mas o senti aliviado depois que eu disse não ter perigo de eu engravidar. — Quando acabar meus estudos eles vão arrumar um casamento para mim, então não acho que meu futuro noivo vai me aceitar grávida de outro homem. — Suspirei olhando ao redor, parecia uma rua deserta, cheia de árvores. — Pode me levar para casa? Eu tinha esperança de ele contestar ou argumentar, mas ele não fez. Aliás, Matteo não fala muito, entretanto queria que se abrisse comigo dizendo o que PERIGOSAS

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realmente sente por mim, porque sinto que ele gosta de mim, só não sei o quanto. Não posso ficar com um cara dividido no muro, por isso vou deixá-lo antes que eu quebre de vez. Assim que ele disse as próximas palavras, parte de mim se partiu. — Sim, vamos embora. — Seu tom não tinha emoção alguma. Eu me afundei no banco evitando chorar, não ia fazer isso aqui, esperaria para fazer sozinha em meu quarto.

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Eu estava furioso com quem seguiu Irina até a boate, fiquei com mais raiva quando soube de quem eram os homens. Sírios, o maldito bastardo. Eu paguei uma imobiliária para conseguir terrenos para mim, claro que sabia do que Sírios fazia e da sua falta de escrúpulos, mas deixei claro que não queria que usasse seus truques sujos para conseguir os contratos do bairro no porto. O maldito mandou seguir Irina e seu amigo e quase a tiraram da estrada, matando-a. Ele já era, porque ninguém toca em Irina e continua respirando. Eu fui com ela até sua casa e a deixei lá após termos transado no carro, fui um canalha por ter ficado com ela após ouvir a história que aconteceu com seus pais, deveria ter contado a verdade a ela sobre o segredo que levo e que atormenta minha alma, mas pela primeira vez tive medo de algo, medo de ver o ódio nos olhos dela. Preferia a morte a isso. Eu queria ir com ela para seu apartamento, mas não podia deixar Sírios impune pelo que ia fazer com ela, assim como seus homens. PERIGOSAS

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Ela estava sozinha, sofrendo, pensando que eu não a queria mais, não assim, na sua cabeça só estava transando com ela, não era preciso ser leitor de mentes para saber disso. Senti e vi a dor nos olhos dela assim que a deixei. Ela não se lembra do que disse a ela sobre eu não amar mais a Evelyn. Eu também sou culpado de não revelar de novo, agora com ela sóbria, assim que terminar aqui vou até Irina e falo o que disse naquela noite. Tudo com ela é real, eu a queria, desejava e adorava, também amava, tudo com ela é intenso e às vezes é como se eu fosse arrebatado. Porra, isso não aconteceu comigo antes. Ela veio para me colocar de joelho, e nem sabe disso, e vou colocar todos abaixo que toquem ou pensem em fazer mal a ela. Mas eu tinha desistido de lutar contra o que sentia por Irina há algum tempo, era como nadar, nadar e morrer na praia. Assim que resolvesse esse pepino do maldito Sírios, eu ia ficar com Irina e dizer o que sentia por ela, que na verdade a queria de todas as formas possíveis, não só agora, mas sempre, dormir e acordar ao seu lado. Peguei meu telefone e liguei para meu primo. — Olá, capo — cumprimentou ele num tom parecendo raivoso. — Tem alguém com você? — Não era bem uma pergunta, porque ele só me chama assim quando tem alguém por perto, e se não chamasse, na opinião das pessoas, era um desrespeito. — Posso dizer que sim — respondeu com aço na voz. — Meu pai e eu estamos conversando sobre os negócios que temos com os MCs. Eu liguei o carro e saí do único lugar que eu queria ficar, pode não ser agora que ficarei aqui, mas vou em breve estar ao lado de Irina, depois de resolver meus malditos problemas. PERIGOSAS

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— Eu já falei que os MCs são nossos aliados e não quero mais falar sobre esse assunto — meu tom era duro. — Não quero saber de problemas com eles. — Acredito que papai ouviu isso agora, já que não pareceu ouvir muito bem antes, não é? — Luca falou. — Coloquei no viva-voz, caso queira dizer algo a mais. — Eu entendi perfeitamente, tão claro como água, minha obrigação é cumprir suas ordens, afinal, você é o capo. — Eu senti veneno em sua voz ao me chamar assim. Trinquei os dentes. — Sim, eu sou e não vou permitir que me desobedeça de forma alguma. Gosto de pensar que famílias ficam juntas. Acredito que isso não se perdeu na nossa, a lealdade, não é? — Isso foi um alerta a ele, embora não tivesse lealdade da parte dele e de alguns do meu mundo, mas em muitos tinha, com certeza. — Sim, nós estamos juntos, capo, como família — disse, mas podia jurar que foi forçado, como se tivesse falando através dos dentes cerrados. Eu parei em um sinal e vi um casal de namorados atravessando o local. Sei que não era hora para isso, para pensar em relacionamento, ainda mais com meu tio querendo me derrubar, mas queria andar assim com Irina, segurar sua mão enquanto andamos pela rua, em um passeio. Foco, Matteo, agora se concentra, ou nunca fará nada disso, pensei. — Ótimo — falei, voltando ao agora e deixando minha cabeça e meu coração para resolver depois. — Mais alguma coisa? — perguntou Luca. — Preciso encontrar alguns fornecedores. PERIGOSAS

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— Sim, agora preciso que cancele todos os negócios que temos com Sírios Reis — ordenei passando a mão direita nos cabelos para aliviar minha raiva. — O que você disse? — a voz do meu tio se elevou do outro lado da linha. Eu suspirei. — Você sabia que ele usava de ameaças para conseguir os contratos no porto? — Eu sabia que sim, mas precisava ter certeza disso ouvindo da sua maldita boca. Ele suspirou. — Capo, muitos não aceitaram vender seu patrimônio — tentou argumentar, como se isso fosse motivo suficiente para fazer o que acabou fazendo. — Então acharam correto ameaçar as suas famílias e perseguir para conseguir? — Eu estava com raiva, porque por um breve segundo não queria estar ao telefone falando com Enzo, assim acabaria com ele, embora não pudesse fazer isso, então é melhor que esteja longe agora, pensei amargo. — Às vezes, para alcançarmos nosso objetivo, temos que perder algo — disse Enzo como se isso explicasse tudo. — Temos que fazer sacrifícios. Céus, o quanto eu queria acabar com esse homem chegava a doer meus nervos. Pena que não posso fazer isso agora. Mas juro que vou fazer de tudo para acabar com Enzo em breve. Eu só preciso ser paciente. Eu sei que o velho desgraçado se aliou a Trider, à máfia russa, fez isso no intuito de me derrubar e tomar meu lugar, assim poderia jogar seu veneno igual meu pai fez por doze anos.

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Não vejo a hora de colocar minhas mãos nele e fazê-lo gritar muito, igual soube de algumas pessoas que Enzo eliminou, não falo só de gente ruim, mas, sim, de mulheres também. Eu sei o que já fiz e faço de ruim, como matar e não viver na lei corretamente, mas estou certo de que se existir um Deus no céu e for me condenar pelo que fiz, aceito isso, não vou me fingir de santo, porque não sou assim. Se for para o inferno irei, mas Enzo e toda corja de pedófilos desgraçados vão comigo. — Não no meu poder, Enzo — falei com tom de aviso e ordem. — Eu não tomaria um trabalho de uma pessoa ou a ameaçaria para conseguir algo. Se elas quisessem vender por livre e espontânea vontade, tudo bem, senão procuraríamos outro local, não foi esse o combinado? Ninguém me informou que Sírios estava usando seu maldito método de conseguir o que quer. Embora não devesse me surpreender, afinal ele é um maldito filho da puta. — Ele usou de ameaça? — perguntou Luca com tom duro e mortal. — Não é à toa que o maldito FBI está atrás dele. — Preciso que você localize dois caras de Sírios, acho que foram presos hoje. Se ainda estiverem presos, dê um jeito de serem soltos e também quero ter um encontro com Sírios. Ele suspirou. — Sim, eu farei isso, não se preocupe — respondeu Luca. — Para onde os levo? Meu primo nunca perguntava os motivos quando eu mandava fazer algo, Luca só cumpria a ordem, ao contrário do Enzo, que se pudesse me matava ele mesmo. — Leve-os para o galpão na Hills, e também quero Hung Shi lá… PERIGOSAS

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— Soube que está no Japão há mais de três semanas, só volta semana que vem — comentou Luca. Eu franzi a testa, se ele está viajando então não forma homens dele que seguiram Irina e o amigo dela, minhas suspeitas só confirmaram que foi mesmo o bastardo do Sírios, e assim que eu colocar minhas mãos sobre ele, o verme vai se arrepender. Assim que desliguei segui para o hospital onde meu pai está internado, não era por opção ou bondade, porque isso não tenho nem quero. Por mim ele ficava apodrecendo lá até chegar a hora de sua ida para o inferno. Eu precisava ficar de olho nas coisas e torcer para ele não acordar agora, não antes de eu encontrar Dalila e ela decidir o destino dele. Entrei no quarto e o vi ali, estirado na cama, com aparelhos apitando, vegetativo, foi o que os médicos disseram do seu estado. Estando aqui ao seu lado seria muito fácil matá-lo e alegar uma parada respiratória. Mas eu precisava do miserável vivo, infelizmente. Assim que eu achar Dalila acabo com Lorenzo, faço isso sem trazer suspeitas para mim ou alguém da minha família. Acredito que Dalila logo voltará para mim, estou à sua procura e a encontrarei não importa onde esteja, aqui ou na maldita lua. Mas outra coisa que estava me deixando inquieto sem ser meu tio era seu segredo e motivos por tentar achar Dalila sem nos dizer nada. Tem algo preocupante, o que todos vão achar quando descobrirem que ela está viva em algum lugar desse mundo, seja como for, ela não voltou para casa todos esses anos. Alguns vão até acusá-la de traição ou algo assim, preciso eliminar todos os problemas que queiram cercar a minha irmã. Quando ela chegar e souber do que nosso pai fez, aí ela decide se vai se despedir dele ou não, mas no final ele será eliminado. PERIGOSAS

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— Dalila está viva, sabia? — eu disse ao Lorenzo. Não sei se do jeito que ele estava ouvia alguma coisa, mas precisava que Lorenzo soubesse — Mamãe mentiu sobre Dalila ter morrido, então o que você fez com essas garotas, os raptos, a vingança, nunca tiveram motivo, no final. Não que isso fosse motivo, só uma mente doentia para pensar isso. Eu poderia dizer que sua vida depende dela, mas isso não é verdade, porque assim que ela o vir eu mandarei você para o inferno com passagem só de ida — sussurrei. — Talvez ela queira se despedir, mas duvido muito, sabia? O que você fez com aquelas garotas foi monstruosidade demais. As coisas poderiam ser diferentes agora, mas você ficou cego em uma vingança que nunca existiu, e por culpa dela, hoje, eu não posso ficar perto da mulher que eu realmente amo, a única que enche a minha escuridão com luz. A única pessoa que não posso ter, por sua culpa, por ter matado os pais dela. — Minha raiva era muita, mas me controlei. — Ela vai me odiar por causa do que fez, culpou um casal inocente e o matou. Eu juro, Lorenzo, que você não vai respirar nesse mundo, e, se o fizer, vou dar um jeito de sofrer cada lágrima que Irina vai derramar assim que souber o que você fez com os pais dela.

Cerrei meus punhos assim que entrei no galpão onde Sírios e os outros estavam, o velho de meia-idade com barriga de cerveja. Agora ele vai aprender que ninguém se mete com a minha garota. Sírios me olhava furioso por estar aqui. Oh, ele não viu fúria ainda. — Você não pode terminar a nossa parceria — começou, mas eu o cortei com meu punho em sua boca, fazendo-o cair longe no chão.

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— Seu miserável de merda, eu faço o que eu quiser, não sigo as ordens de ninguém, muito menos de um verme como você — sibilei com os dentes trincados. — Eu não sou obrigado a fazer negociação com ninguém. Eu sorri de modo sinistro. Ele não tem ideia do que sou capaz de fazer. Da besta que está em mim querendo ser solta, e estou louco para deixar isso acontecer. Minha cabeça não estava em um bom lugar, ainda mais depois de ver meu pai e deixar minha garota em seu apartamento sozinha, sem poder estar com ela agora. Então esse merda acha que pode me desafiar? — Como ousa mandar seus homens ameaçarem, extorquirem e machucarem pessoas para fechar um maldito contrato? Sabe o que você pode ter feito? O FBI pode estar agora na minha cola por sua estupidez. — Sentei em uma cadeira na frente dele, caído no chão, e peguei minhas lâminas nas minhas botas. Seus olhos estavam cheios de medo. — Eu estava fazendo meu trabalho, de que maneira ia conseguir fechar os contratos sem fazer isso? — tentou dizer, mas o silenciei com o olhar. — Tem vários jeitos, sempre tem um meio termo para conseguir qualquer coisa. — Estalei os dedos para Samuel e Frank, que estavam segurando por trás os caras de Sírios. — De frente para o capo — sibilou Samuel fazendo os vermes se ajoelharem na minha frente e ao lado de Sírios. — Eu queria conseguir aquela área do jeito certo, oferecendo dinheiro a eles, não ameaçando suas famílias para que assinassem o contrato. — Apontei a ponta da adaga na sua direção que se encolheu. — Meu pai tinha uma lei diferente da minha, não sou ele e jamais serei. Agora vou provar isso a você. PERIGOSAS

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— Não precisa nos matar, não chegamos a machucar ninguém, só os ameaçamos — Sírios começou a suplicar. Eu maneei a cabeça para o lado. — Você cometeu um erro hoje que não vou tolerar nem deixar impune. Tentou tocar em alguém que não deveria. Por culpa deles Irina estava assombrada com as lembranças da morte dos pais dela. Não devia ser fácil para ela recordar aquele momento, a culpa que ouvi e vi não era pouca, tudo por esses desgraçados a terem perseguido. Eu sei que algumas lembranças devemos deixar trancadas em nossa memória para o nosso bem e sanidade, mas o que houve hoje destravou o que ela guardava, fazendo Irina chorar e quase implorar para que eu ficasse com ela. Maldição! Como se isso fosse possível, a mulher já estava em cada célula do meu corpo. Se eu pudesse tirar sua dor com as mãos, eu faria. E fiz, pelo menos naquela hora. — Está falando da cadela que nos fez ficar presos por horas? — rosnou Flin, o cara de Sírios. — Maldita seja com sua puta sorte! Não consegui pegá-la na perseguição nem no seu apartamento essa noite. Luca foi para deixá-los livre da cadeia, mas os dois já estavam soltos, Sírios conhecia pessoas na delegacia também, isso deve ter ajudado a soltura deles. — Você está assim só por causa de uma… — começou Sírios, mas se calou devido à minha fúria. Isso foi a gota d’água. Eu me levantei às pressas, chutei Sírios na barriga e fui para Flin com minha adaga em sua garganta. — Você entrou no apartamento dela, porra?! — rosnei. Olhei para o Samuel e acenei para ele ir até a casa de Irina checar como ela está. O bom PERIGOSAS

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foi que esse crápula aqui disse que não a encontrou, então Irina deve estar bem. Minhas mãos tremiam de tanta raiva, acho que isso era eufemismo, eu estava era furioso. — Você vai morrer por ousar tocar nela ou sonhar em fazer mal a ela. Ninguém faz isso e continua vivo. Esse foi o seu erro, querer machucá-la — rosnei com frieza, aliás, eu me sentia frio. — Ela… — Eu o cortei enfiando a lâmina em sua garganta e puxando-a. Deixei o verme no chão acabando de morrer, não ligando para isso, e olhei para o outro cara do lado de Sírios. Os dois estavam de olhos arregalados. — Eu não estava com ele na perseguição do carro, só na lanchonete, ela falou que pediria sua ajuda e dos MCs, falei para Flin não se meter nisso — disse Boris. — Mas ele não ouviu e a acusou por ter ficado algumas horas na cadeia. Eu o avaliava para ver sua sinceridade, conhecia um mentiroso de longe, sou bom em detectar mentiras, ele estava dizendo a verdade. Sírios estava branco como papel ao ver seu homem caído e morto em uma poça de sangue. — Eu não mandei perseguir ninguém, já estava com muitos problemas com eles dois presos. — Sírios apontou o queixo na direção de Boris e Flin morto. — Devia ter deixado eles presos mesmo. Vai nos matar também? — Não vou matar você, Sírios, mas vai ter que devolver todos os contratos que fez sob ameaças e também o dinheiro. Eu vou dar um jeito de construir o que quero em outro lugar. — Limpei minha faca na roupa de Flin

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e a guardei no bolso. — Se você se meter em meu caminho de novo não haverá misericórdia. Aliás, desconheço essa palavra. — Obrigado por poupar minha vida — falou ele com a voz grossa. — Não poupei porque sou bom e misericordioso, apenas não sou estúpido de fazer isso tão perto do FBI prender você e confiscar seus bens. Não quero eles na nossa direção — falei. — E quando for preso, é melhor manter sua boca fechada sobre qualquer coisa que nos envolva, ou será comida de tubarão. Nesse momento, o restante das provas contra Sírios estava sendo entregue à polícia em anonimato, então o verme imundo vai passar um bom tempo preso. — Não vou dizer nada a ninguém — jurou Sírios e também Boris. Eu saí do galpão indo ver como Irina estava, mas Luca me parou lá fora. — Meu pai saiu da cidade de novo, com certeza procurando Dalila, precisamos ser rápidos, eu sei que está preocupada com Irina, pude ver que se importa com ela, mas precisamos disso — disse Luca. — Sim, Irina é, por isso não posso ficar assim preocupado com ela. — Suspirei passando a mão no telefone e liguei para Samuel, que atendeu no primeiro toque. — Como ela está? — Está bem, agora está dormindo no apartamento de sua amiga, conferi e está seguro, vou ficar aqui essa noite, não se preocupe, chefe. Isso aliviou meu coração, mesmo estando louco para encontrar Irina e ao mesmo tempo querendo ficar o mais longe possível, porque minha proximidade a machuca de forma que eu não queria, ainda mais quando a verdade vier à tona.

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— Não precisa, estou chegando. — Não podia ir embora e não ir ver como ela está agora. — Se está seguro sobre ela, precisa contar a verdade, Matteo — falou Luca assim que desliguei o celular. — Vai ser duro, mas se ela o ama vai perdoar, afinal você não tem culpa pelo que tio Lorenzo fez. Eu sabia disso, mas mesmo assim ainda apertava meu peito a dor que ela irá sentir assim que eu revelar a verdade. — Eu vou contar a verdade.

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Assim que Matteo me deixou em frente ao meu apartamento, ele foi embora sem nem ao menos olhar ou falar comigo outra vez depois que fodemos no banco do seu carro. Eu que sou idiota por correr para ele, incapaz de resistir. Mas precisava ser forte para cumprir a promessa de que hoje seria a última vez que ficamos juntos. Eu estava chegando ao meu apartamento no quarto andar, aqui não tinha muitos inquilinos, Alexei cuidou dessa parte, meu irmão disse que não queria ninguém perto de mim. Somente Sara, a minha amiga, ficava nesse andar, mas como era fim de semana, ela foi visitar seus pais. Ela me chamou, mas não quis ir, afinal, precisava ajudar dona Benita no restaurante. Assim que atravessei o corredor fui para abrir a porta, mas ela estava aberta. Tremi parando, meu corpo gelou de medo, olhei para todos os lados no corredor e não vi ninguém. Será que tinha alguém no meu apartamento? Os mesmos que me perseguiram até Matteo? PERIGOSAS

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Eu não ia ficar para saber, mas não podia sair correndo e fugir daqui. Alguém entrou no meu apartamento, merda! Mas quem era? Eles estão lá só esperando por mim? — Oh, meu Deus, April… — Sara ia deixá-la hoje no meu apartamento antes de viajar. E se eles tivessem feito algo com ela? Talvez Sara até estivesse aqui… Não, isso não podia acontecer. Nesse momento estava preocupada com April e Sara, temendo que elas estivessem aqui dentro na hora que as pessoas o invadiram. Esses caras não podem tê-la encontrado lá dentro. Eu não gostava de me apegar a nada, não desde que meus pais se foram, mas tentei mudar isso quando me mudei para a América, quando conheci Sara, Jerry, Matt e David. Bom, e há pouco tempo Evelyn. Com eles ao meu lado comecei a querer mais do que um dia tive vontade. Conhecer um cara e me apaixonar perdidamente por ele. Ser amada igual papai amou a mamãe. Eu expirei, não pensando nisso agora, porque isso não vai acontecer, o homem por quem me apaixonei jamais vai me querer de forma alguma. Entrei na sala escura, tateei perto da porta à procura do interruptor e acendi a luz, corri os olhos pela sala, mas aqui não tinha ninguém, talvez estivesse no quarto. — April — chamei, não querendo entrar muito na casa, e dar uma chance para o bastardo que entrou aqui me pegar e acabar comigo. Ela saiu correndo de baixo do sofá e veio na minha direção, e dei graças a tudo por ela estar bem. Não foi preciso entrar, mas precisava saber se Sara estava aqui, então peguei o telefone no meu top e liguei para ela, já estava tarde, mas tenho que PERIGOSAS

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ter certeza de que ela esteja bem. — Jamile? O que foi? Aconteceu alguma coisa para ligar essa hora? — sua voz soou preocupada, acho que devido à hora. Meu peito se aliviou assim que ouvi sua voz, mas não queria preocupá-la com nada, então dei a desculpa que eu queria agradecer por ela ter ficado com April. — Obrigada mesmo por cuidar dela. — Não foi nada, queria que estivesse aqui para nos divertir — disse. — Eu sei, da próxima vez eu vou, prometo, mas podemos fazer assim, depois que chegar vamos marcar um dia só de garotas e nos divertir adoidado, o que acha? Ela riu. — Topo, assim que eu chegar marcamos — respondeu. Eu me despedi dela, agora aliviada. Olhei ao redor, mas não vi ninguém, embora não quisesse passar a noite aqui. Como Sara não estava, fui ficar na sua casa, ela me deu uma cópia, amanhã chamo Jules e ele checa meu apartamento, não quero envolver a polícia, isso traria Alexei até aqui em segundos. Eu sou estúpida, deveria só querer me afastar, assim não teria com o que me preocupar amando Matteo. Talvez um oceano de distância ajudasse, mas não tinha só Matteo aqui, meus amigos estavam em Chicago e eu não podia deixá-los. Eu teria que superar minha paixão por ele de outro jeito. Eu ia ligar para Evelyn, mas não queria que ela se envolvesse nessa bagunça, tampouco Jerry e os outros meus amigos. Vou mantê-los longe o quanto puder, não posso deixar os caras que estiveram no meu apartamento entrarem em contato com eles ou ter meus amigos na mira deles. PERIGOSAS

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Eu me sentei no sofá e fiquei com April no meu colo, não querendo deixá-la. — Eu só queria que essa noite acabasse — sussurrei para ela. — Essa dor também fosse embora.

— Como ela está? — perguntei ao Samuel, que estava do lado de fora do apartamento de Sara, a amiga de Irina. — Estava acordada até pouco tempo, mas agora está dormindo, acho, porque está tudo em silencio lá dentro — me disse. — Pode ir, eu tomo conta agora. — Dei um passo para a porta e depois olhei para ele. — Se quiser ir resolver o problema com quem vendeu Lis, te dou todo apoio. Ele assentiu. — Sim, farei isso. Ela esteve chorando, só para o senhor saber — falou. — Eu vou cuidar disso — respondi. Entrei no apartamento, notei que ele é igual ao de Irina, mas um pouco mais claro e cheio de rosas. Estavam acesas as luzes da sala. Acredito que por ela temer ficar no escuro sozinha. Meu coração estava apertado por saber que Irina tinha chorado, tudo por estar sofrendo pelas suas lembranças ao ser perseguida, e eu, como um fodido que sou, não devia tê-la tocado, mas sim ficar ao lado dela ao invés disso a deixei sozinha. Agora estou aqui ao seu lado e não vou sair por nada. PERIGOSAS

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Fui ao quarto rosa, mas não reparei ao redor, porque a vi ali deitada na cama, enrolada em posição fetal e soluçando por ter dormido chorando. Xinguei-me mentalmente, porque parte disso é culpa minha. April veio correndo em minha direção, latindo e pulando em mim toda animada por me ver. — Shiii, fica quietinha vai acordar a mamãe. — Sorri com o termo que Irina usou para referir-se a si mesma naquela noite. Eu me agachei e a peguei nos braços, alisando seus pelos. — Já comeu? Ela latiu baixinho, o que me fez rir de novo. Devo estar ficando louco falando com animal. Eu a levei para a cozinha. Balcão na forma de U. Procurei ração e não encontrei, então lembrei que essa era a casa de Sara, não de Irina, então provavelmente a ração estava no apartamento dela. — Vamos lá buscar a ração. — Fui no apartamento de Irina buscar a ração, e levei April, que ficou toda animada com isso. Aproveitei para averiguar o lugar, não parecia que foi arrombado, então supus que o bastardo do Flin era bom em entrar nas casas sem deixar rastros. Que apodreça no inferno, que é o seu lugar. Depois de dar comida a April fui para o quarto e sentei na beira da cama, vendo Irina dormir. Ela às vezes soluçava no sono. Cabelos loiros espalhados na cama formando uma cortina. Linda. Como posso amar alguém que é impossível para mim? Sei que ela me ama, mas se sua família descobrir a verdade, isso vai ficar feio, mas o pior é que Irina sofrerá, e eu não posso fazer nada para mudar isso. Ela se mexeu assim que deitei ao seu lado e piscou assustada notando que não estava sozinha. — Matteo… — sussurrou ela, focando no meu rosto, e suspirou um pouco aliviada com isso. PERIGOSAS

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— Dorme um pouco. — Queria passar a noite inteira só olhando para ela em seu sono e ficar ao seu lado. — Não quis te acordar. — Achei que não viria aqui, afinal foi embora e mal olhou para mim — murmurou encolhida nos travesseiros. — Sempre virei para você, Irina. — Alisei seu rosto. — Só tinha que resolver uns problemas. Ela suspirou e sentou na cama. Notei que ela vestia uma camisola transparente mostrando seu belo corpo. — Foi procurar o Sírios? Matou o velho miserável? Saiba que não irei reclamar por isso, até agradeço. Eu sorri alisando seus cabelos, foi onde ela se estremeceu, como se estivesse com dor. — O que é? Ela sacudiu a cabeça. — Nada, só bati a cabeça quando estava sendo perseguida. Eu arfei. — E você não disse isso antes? Porra, Irina nós transamos no carro, como me deixou tocá-la sendo que estava ferida? — recriminei. Ela se encolheu. — Eu só queria… — sua voz falhou no final. — Tudo bem — cortei, por que vi a dor nos olhos dela, eu não queria trazer isso agora, então deixei quieto. Mas me xinguei por dentro por não ter notado antes de tocá-la. Maldição, como pude ficar com ela e não ter notado antes? PERIGOSAS

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— Matteo, não é nada, estou bem — disse. Eu estreitei meus olhos, me aproximei dela e averiguei o ferimento, havia uma gaze perto da orelha dela. — Deixa que eu decido isso, não você. Ela fez uma careta. — Eu fiz um curativo, é pequeno, o corte. — Ela me olhou de lado. Eu a ignorei e chequei o corte, tirando a gaze, era pequeno e tinha um galo grande na cabeça. Não parecia grave, mas como bateu a cabeça pode haver uma concussão mais séria. Eu me levantei, fui até seu armário e peguei um sobretudo marrom depois dei a ela. — O quê? — Vamos ao hospital tirar um Raio-X para ver se não teve nenhuma concussão no cérebro. Ela me encarou de olhos arregalados. — Não precisa, Matteo, é um exagero ir ao hospital… — Deixa que o médico decida isso, agora se vista. — Mas… Eu cheguei até ela e a coloquei de pé na minha frente, ignorei a sua camisola fina, que mostrava sua pele exposta, agora não era hora para isso. — Coloque esse sobretudo, porque se alguém te visse assim eu o mataria — falei. Ela sorriu. Eu amava seu sorriso. PERIGOSAS

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— Está com ciúmes de alguém ver meu corpo? Quem diria que o capo e chefe da máfia fosse capaz disso — provocou, mas vestiu o sobretudo e o abotoou. Eu sacudi a cabeça, não querendo pensar em ciúmes, já senti quando gostava de Evelyn, mas nada como por Irina, ela veio para me fazer cair de joelhos mesmo. — Pois é, até os mais fortes têm um ponto fraco. — Peguei sua mão e a puxei para fora. — Agora vamos. Ela assentiu. — Eu vou com você, mas não é necessário, tomei um remédio e a dor passou — disse assim que estávamos na sala. — Dor? Merda, Irina! Nós… Ela me cortou beijando meus lábios de leve. — Não reclama, pois foi uma boa foda. — O que tivemos nunca foi só foda, Irina, sempre foi mais do que isso. — Aprofundei mais o beijo, mas fomos interrompidos com o latido April. Irina se afastou sorrindo e pegou a bolinha de pelos. — Minha lindinha, você atrapalhou eu e seu… — Cheirou a cachorrinha. — Pai? — Ergui as sobrancelhas. — Como sabe que… — Que você a considera como filha e que eu sou o pai dela? — Sorri e revirei os olhos. — Você me disse quando bebeu. Ela piscou e sorriu para mim. PERIGOSAS

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— Devo ter dito um milhão de besteiras, não é? Alexei sempre diz que falo muito quando bebo. — Ela já ia sair pela porta com April. — Não pode levar ela a um hospital, é proibido entrada de animais, pode deixar ela… — Eu não vou deixar ela sozinha, não sabe o medo que tive quando cheguei e topei com a porta do meu apartamento aberta, temi que tivessem machucado minha fofinha. — Sua voz tremeu enquanto apertava a cachorrinha nos braços. — Os caras não vão vir mais, já cuidei disso, falei que a protegeria e vou fazer isso com a minha vida, se for preciso — declarei. — Pode confiar, nada vai acontecer com nossa filha. — Sorri por usar esse termo ao me referir a um animalzinho. — Jura? — Ainda estava em dúvida. — Sim, não diria isso se não soubesse, mas se quiser envio um dos meus homens para tomar conta dela… Ela riu alto. — Um cara da máfia vir tomar conta de uma cachorrinha? Eles vão aceitar? — sua voz soou incrédula. — Eles fazem o que eu mando, se eu ordenar que façam isso? Eles farão — argumentei. Ela pensou um segundo e levou April para a cozinha e veio até mim. — Não vamos deixar isso para seus homens, embora adorasse ver suas caras ao saber disso. — Sorriu travessa. — Mas confio em você quando diz que estou segura e que eles não voltar. — Sim, eles não vão vir, prometo — garanti. — Então vamos. PERIGOSAS

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Eu a levei ao hospital e tiramos Raio-X, mas graças aos céus não deu nada, só uma lesão mesmo, nada grave. — Eu falei que estava boa, não tinha necessidade de ir ao hospital — disse assim que entrei de volta no apartamento. — Preferia checar com um profissional para ter certeza. — Sorri amarelo indo para o quarto. — Vou tomar um banho. — Vai ficar aqui? — Seu tom era vulnerável. Eu olhei para ela, que parecia frágil. — Só se não me quiser aqui, aí vou embora. — Embora não quisesse isso, mas o faria, se ela não me quisesse aqui. — Eu não sei, é só que a gente sempre fode, e no dia seguinte você some sem dar notícias — sussurrou ela com a voz fraca. — Eu não entendo, em uma hora você se preocupa, cuidou de mim quando fiquei bêbada e agora ao ir no hospital comigo, mas depois parece uma geleira sombria. Eu fui até ela e a puxei para meus braços, beijando sua testa. — Lamento que tenha sofrido por minha causa. Vou fazer o possível para que não aconteça de novo — jurei — E quanto ao sexo, se não quiser, não precisamos fazer, não até que esteja pronta. — Vai só dormir aqui comigo sem ter nada mais? — sondou ela. — Sim, prometo me comportar. — Trisquei em seu nariz e fui para o banheiro tomar um banho gelado, porque precisaria essa noite, para dormir ao lado dela e não fazer nada, mas farei isso. PERIGOSAS

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Deitei ao lado dela na cama assim que tomei banho. — Matteo… Puxei-a para mim aconchegando–a nos círculos dos meus braços. — Só dorme, Irina, está tarde, e você bateu a cabeça hoje, o médico aconselhou descanso, lembra? — Tudo bem, mas… — Estarei aqui amanhã e se precisar sair avisarei você, prometo.

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— Vamos nos divertir! — gritou Evelyn me levando para dançar na festa que estava tendo no MC. Eu soube que eles ficavam ao vivo ali, na frente de todos, mas até agora estava calmo. Também… e se ficarem? Vou adorar ver sexo ao vivo, além dos meus sonhos eróticos que tenho toda noite com Matteo. Depois da noite que ele me levou ao hospital e ficou comigo, no outro dia Matteo me disse que surgiu algo que precisava resolver e que voltaria para mim. Nisso já tinha se passado uma semana sem notícias dele, e também não fui procurar saber sobre ele e o que anda fazendo. Sou fraca em relação a ele, minhas forças viram uma maldita gelatina só de estar perto dele. Mesmo assim Matteo precisa de uma lição, se ele pensa que vai brincar comigo está muito enganado. Eu esqueci ele e foquei no agora. Estava cheio de homens lindos aqui, nesse clube, mas, como sempre, eu não quis nenhum deles. PERIGOSAS

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A sala do clube parecia um salão grande, onde tinham cadeiras, sofás arrastados para o canto e duas mesas de sinuca. — É isso aí! — gritei bebendo cerveja e dançando com minha amiga. Ela usava uma saia e top, combinaram com seu corpo foda e sexy, não me surpreende o Shadow não tirar os olhos dela nenhum segundo. — Tem algo acontecendo? — sondou ela me avaliando. — Não, por quê? — Não sei, você está diferente esses dias, não sei dizer o que é, mas está — comentou. Eu parei de dançar e fiquei na frente dela, que me encarava com uma expressão séria. — Não tem nada de errado — menti. Não queria trazer problemas para ela, ou preocupá-la, sabia que assim que contasse todos aqui saberiam… ou talvez não. Depois do meu apartamento ser invadido, não contei a ninguém, só a Jules, que reforçou a segurança do lugar. Mas não precisava, já que Matteo garantiu que cuidou disso. E nesse caso eu confiava nele. Eu fui para o meu apartamento no dia seguinte com April e confiando em Matteo. Ninguém veio atrás de mim de novo ou foi atrás da dona Benita. Não tive tempo de perguntar sobre isso já que Matteo tinha sumido do mapa, pensei amarga. Não seria uma pessoa boa se eu mentisse para minha amiga, então resolvi contar a verdade. — Tudo bem, mas não aqui, podemos ir aonde não tem homem? — pedi. Ela estreitou os olhos. PERIGOSAS

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— Você nunca ligou por falar qualquer coisa na frente de um homem. Eu ri, porque nisso ela tinha razão, mas esses MCs não podiam saber de nada, não do que houve comigo e meu lance com Matteo. — Tem razão, mas vamos para lá. — Apontei puxando sua mão para irmos a uma mesa no canto, nela tinha algumas mulheres dos motoqueiros. Uma loiraça com um sorriso lindo, Mary, mulher de Hush. Isabelle também estava aqui. Michael estava com outros amigos dele, mas seus olhos não deixavam a mulher hora nenhuma. Eu me sentia mal por ficar no meio desses casais apaixonados, mas estava feliz por eles. Não posso ser uma estraga-prazeres só porque não tenho sorte no amor. Não sei bem onde meu lance estava com Matteo, mas sei que não podia ficar do jeito que está, se significo mais para ele do que demonstra, então ele precisará tomar uma decisão. — Nossa! Você está linda, Jamile, se não fossem seus irmãos eu ficaria com você — disse Tripper. Ele era um dos motoqueiros, mas da minha idade, mais ou menos, alto, forte e lindo. Com bracelete preto com pingente de metal, parecidos com dentes na mão direita, e brinco também nela. — Desencana, Tripper, já basta o Nasx apaixonado pela namorada do Dark, não preciso de você também arrastando asa para irmã dele — rosnou Shadow. — Espere… o quê? — indaguei de olhos arregalados. — Nikolai está namorando? Eu não me lembro do meu irmão namorar na vida dele, só ficar sem compromisso, os dois, tanto ele como Alexei são mulherengos, será que

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Nikolai foi domado? Assim que sair daqui vou ligar para saber o que está acontecendo, se isso é verdade. Antes que alguém respondesse Matteo entrou no salão do clube e foi até Shadow. Eu o ignorei, Evelyn tinha dito, logo quando cheguei, que ele tinha uma reunião com Shadow e os outros MCs, acho que por isso eu estava nervosa. Mas depois fiquei com raiva, porque ela sabia que ele viria, mas eu não sabia onde Matteo estava. Devo dizer que doeu meu peito. Preciso contar o que houve comigo para as meninas, mas não queria ficar perto de Matteo. Se ele ia me ignorar, então eu faria o mesmo. — Sim, eu conheci, seu nome é Samira, uma morena exuberante, também conheci Nikolai — disse Evelyn. — Ele chegou aqui todo fodão querendo acabar com Nasx, pensando que os dois estavam juntos. — Não estavam? — sondei. — Não, ela parece gostar de Nikolai, e ele dela. — Ela riu. — Mais uma do meu clube que domou um fodão. Eu ri. — Puta merda! — Eu estava tão embasbacada com essa notícia que não vi a hora que Tripper estava na minha frente, sorrindo para mim todo sexy. Meu, esse garoto é de cair o queixo. Roupas frouxas e com correntes, podia ver anéis nos dedos anelar e polegar. Piercing na língua. — Se seu irmão deixar, ficamos juntos e garanto que eu seria um santo. — Piscou. Dessa vez eu gargalhei, trazendo a atenção dos outros, mas não liguei. — Não aconselho pedir meus irmãos, eles são muitos protetores — afirmei e depois brinquei: — Mas se quiser podemos apenas foder, o que PERIGOSAS

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acha? Dessa vez ele riu e vinha na minha direção, mas Shadow o chamou e parecia ter urgência em seu tom. — Tripper. Eu olhei para cima e vi a expressão mortal de Matteo. Certo, já o vi sombrio antes, mas igual estou vendo agora? Nunca, parecia um assassino pronto para matar alguém. Eu podia jurar que suas mãos estavam se mexendo como se ele estivesse doido para pegar suas adagas e atirá-las em Tripper. Porque esse olhar assassino era direcionado a ele. Eu estava brincando sobre ficar com Tripper, sempre faço isso e não mudaria meu jeito de ser só porque esse cara reage assim. Em um momento, se importa comigo, e no outro me ignora como se eu fosse um zero à esquerda. Isso já estava me cansando. Tripper franziu a testa e assentiu, alheio ao que estava acontecendo aqui, mas notei que Shadow viu isso e não fui a única. Evelyn e Sara franziram a testa. Eu fitei Matteo, implorando com o olhar para ele não fazer besteira, não machucar ninguém, ainda mais um colega meu só porque estávamos brincando. — O que foi, chefe? — perguntou Tripper indo até ele. Eu gelei e pedi mentalmente que Matteo não fizesse nenhuma cagada. Shadow pediu para ele pegar algo no quarto e depois lançou um olhar curioso para mim e para o Matteo. Então eles entraram em uma sala com porta de madeira. — O que está acontecendo, Jamile? — perguntou Sara. Ela e meus outros amigos não sabiam que eu me chamava Irina, os únicos que sabem é Evelyn e PERIGOSAS

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os MCs. — O que foi isso? — Evelyn estava de boca aberta olhando onde todos os motoqueiros entraram com Matteo e Samuel, que estava com ele. — Bom… — comecei. — Do que vocês estão falando? — perguntou Isabelle. — Tem algo acontecendo com Matteo e Jamile, vocês não viram o clima pesado? — falou Evelyn. — Sim, parecia que Tripper logo seria morto pelo capo. — Mary me olhou. — Vocês estão juntos? Isabelle ofegou. — O quê? Se você estava com o capo por que falou que transaria com Tripper? — Sua voz soou com raiva no final e preocupada. — Ele é como um irmão para mim, não quero que seja ferido ou algo assim. Eu suspirei. Porque sabia que não podia mais esconder a verdade delas, e, também, que sentido tinha? Somos amigas. Algumas aqui conheci hoje e outras naquele dia na boate de Shadow, quando fiquei chapada. — Não tem nada rolando entre mim e Matteo, então eu não estava sendo uma cadela com Tripper, embora também não fosse ficar com ele. Só estava brincando. — Tomei uma bebida mais forte. — Tem sim, o cara reagiu igual ao Nikolai quando Samira veio aqui com Nasx. Ele estava com ciúmes, assim como Matteo — disse Evelyn sorrindo. — Não acredito que ele me… — Esqueceu você? — Eu ri, embora fosse forçado. — Não acredito nisso, ele pode me querer, sim, mas ama você, Evelyn, então não tem nada rolando entre nós. PERIGOSAS

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Ela franziu a testa. — Você gosta dele, não é? Por isso anda estranha esses dias? — perguntou Sara. — Por que não me contou? — O que eu ia dizer? Que estou apaixonada por um homem que ama minha amiga? — Mas eu não o amo — disse Evelyn. — Só Dom me importa assim, eu até já falei com Matteo. Eu assenti. — Eu sei, a vida é realmente injusta — murmurei com um suspiro. Sabia que Matteo tem sentimentos por mim, só não sei se é só sexo ou algo mais. — Não quero falar sobre ele. — Vocês transaram? — perguntou Sara de olhos arregalados. — Não acredito que ficou com Matteo Salvatore. Evelyn estava prestes a dizer algo quando meu telefone tocou. Salva por meu celular. — Meu irmão, eu vou atender — falei e me afastei delas. — Depois conversamos mais. — Mas, Irina… — reclamou Sara. — Amanhã conversamos sobre isso. Fui para fora do clube antes que elas reclamassem de minha hesitação, afinal nem sei direito o que está acontecendo entre nós dois. Assim que souber falo com elas. — Ora, quem é vivo sempre liga! — falei ao Alexei e me escorei no meu carro, olhando o céu cheio de estrelas. PERIGOSAS

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— Não é sempre aparece? — riu ele. Suspirei, porque acho que é assim mesmo. — Bom, você não aparece muito, então estou surpresa por estar ligando, aconteceu alguma coisa? — Minha voz soou urgente no final. Já tinha alguns meses que não via nenhum dos meus irmãos. — Não, liguei para dizer que sinto saudades e que em alguns dias vou aí ver você — disse com um sorriso na voz. — O quê? — Minha voz saiu mais alta que o normal. Ele ficou em silêncio alguns minutos, depois disse: — O que está acontecendo, Irina? Até parece que não me quer aí. — Seu tom estava confuso. — É claro que eu quero, seu bobo, só achei estranho… — apressei-me em explicar, assim ele não desconfiaria de que estou com problemas. Porque considero um problema grave amar um capo idiota. — Estranho seu irmão visitar a irmã caçula que quase não vê? — No final sua voz soou magoada. Ele tinha toda razão, eu estava estranha porque amo um capo, também por me meter com Sírios. Espero que Matteo tenha acabado com ele e seus malditos homens. — Me diz uma coisa, Nikolai está namorando? Tipo, ele está realmente apaixonado? — decidi mudar de assunto para um rumo menos complicado do que minha vida. Ele deu um suspiro frustrado. — Meu irmão foi nocauteado, agora não faz mais nada, só pensa nela e faz tudo por ela. — Sua voz tinha um tom cômico de raiva e parecia um PERIGOSAS

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grunhido. — Tentei convencê-lo a deixar essa mulher, mas ele parece cego. Eu ri ao imaginar meu irmão domado por uma mulher, uma que é muito importante para ele. — Agora só falta você ser domado por uma mulher — comentei. — Não vejo a hora de isso acontecer. — Vira essa boca para lá, Irina — rosnou enquanto eu ria. — Não sei o que ele viu nela, ela é sem graça, não tem estilo e, porra! Com ela vai vir… — O quê? — sondei assim que ele se interrompeu. Entrei no carro, era melhor ir embora do que enfrentar interrogatório das meninas agora, ver Matteo de novo e correr o risco de cair em tentação. Alexei suspirou. — Nada. Eu sabia que ele estava escondendo alguma coisa, só não sabia o que era, mas tinha certeza de que era relacionado à máfia. — Preciso ir, mas antes me diz uma coisa: como soube que Nikolai estava apaixonado por aquela… — Cuidado, irmão, não devemos cuspir para cima que cai na cara. — Liguei o carro. — Eu ouvi de uma menina que namora o Shadow, na faculdade. — Você conhece os MCs? — sondou surpreso e preocupado. — A Evelyn, namorada dele — falei a verdade. — Agora tenho que ir, não posso dirigir estando falando ao telefone. Vou esperar você, Nikolai vai vir também? — Não, ele tem algumas coisas para fazer. — Seu tom era azedo no começo e depois doce, ao falar comigo. — Te amo, menina. PERIGOSAS

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— Eu também. — Desliguei e mandei mensagem para as meninas, dizendo que ia embora e que depois contaria tudo a elas sobre mim e Matteo. Estava começando a chover, por isso dirigi com mais rapidez, não queria ficar presa em um temporal, sozinha no meio da noite, e também essa estrada era a única para o centro de Chicago. Então significa que Matteo vai passar por ela, e não quero vê-lo agora ou o fritaria. Faltava pouco para sair da estrada e entrar na cidade quando a Mercedes de Matteo apareceu na minha visão. — Merda! — rosnei, tentando ignorar o carro, talvez assim ele passasse sem parar. Não seria a primeira vez que Matteo me ignorava, então fiz o mesmo. Uma parte de mim queria que ele parasse e me explicasse a sua reação ao Tripper naquela hora. Por que em um momento se importa e no outro é frio? Mas uma parte queria que ele me deixasse em paz já, que não tenho forças para me afastar dele de nenhuma forma. Eu continuei olhando para frente assim que seu carro me ultrapassou e seguiu em frente, mas antes que eu ficasse aliviada por isso ou com pesar — um misto de sentimentos nada bom — a Mercedes parou e Matteo saiu do carro. Eu estava pensando em ultrapassar o carro, mas a Mercedes pegava a rua inteira. — Filho da puta! — rugi. Eu ignorei os chuviscos e saí do carro, fuzilando Matteo com o olhar. — Que porra está fazendo? Tira seu maldito carro da frente que preciso passar, seu imbecil. O carro foi embora, acredito que Samuel estava dirigindo, mas Matteo ficou na minha frente, na estrada. — Você tem uma boca muito esperta, poderia usar muito bem ela — comentou com os olhos estreitos. PERIGOSAS

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— O quê? Chupando seu pau? — grunhi. — Já fiz isso, lembra? — Sim, eu lembro muito bem dessa sua boquinha linda. — Chegou até mim, tocando meu rosto. — Malditos lábios que estão me assombrando. Eu poderia fugir dele, entrar no carro e ir embora, deixando-o sozinho aqui, já que Samuel foi embora com o carro dele. Acredito que isso diz que Matteo vai comigo. — Bom… se eles estão te assombrando, talvez devesse ir embora e me deixar em paz — retruquei. Ele riu. — Você não tem ideia, não é? — grasnou. — Você continua a me desafiar e apertar os meus botões. — Eu não fiz nada — murmurei. — Você que continua a brincar, com esse jogo de gato e rato, aparece quando quer e depois desaparece. — Você vai me levar à morte, Irina — disse puxando meu cabelo para trás de leve, fazendo minha coluna arquear. — Não sabe o quanto me controlei para não acabar com aquele garoto! — Tripper? Estávamos brincando e, mesmo se não estivéssemos, por que isso incomodaria você? — rosnei. — Precisa decidir o que quer, Matteo, assim não dá para ficar. — Você… — Seus olhos eram órbitas negras. Ele me empurrou para que eu me sentasse no capô do meu carro. — Você me deixa louco. Ele também fazia isso comigo, era isso que temia, que eu não conseguisse ficar longe dele como agora, sabia que a partir do momento que me tocasse não conseguiria mais resistir a esse homem. — O sentimento é reciproco — cuspi. PERIGOSAS

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— Irina… avisei que tinha negócios para resolver — informou indo tocar meu rosto, mas me esquivei. — Oh, sim, aonde foi nessa semana? No fim do mundo, onde não tinha um maldito celular que podia ao menos pegar e ligar? — grunhi empurrando seu peito para sair de perto de mim. — Não posso falar sobre meus negócios… — Quem disse que quero saber, porra?! — gritei na cara dele, — Custava dizer que estava bem? Que o que nós temos é verdadeiro e que logo voltaria. Ele me avaliou um segundo com a expressão difícil de ler. — Está com raiva porque não liguei e conversei com você sobre estarmos juntos? Achei que tivesse dito isso quando saí aquele dia cedo, com meu pau dentro de você. — Seu tom era duro agora. — Você disse “Você é minha”, não sou um maldito objeto que está ao seu dispor sempre que você quer, pra depois você sumir do mapa não dando um sinal de onde está. E nosso relacionamento onde fica? — Relacionamento? Nós estamos em um? Eu me enfureci e voei nele, querendo quebrar sua cara. — Seu desgraçado! Como ousa ainda perguntar isso? Me solta, seu imbecil. — Puxei minhas mãos assim que ele as prendeu ao lado do meu corpo. — Não quero ver você nunca mais. — Jesus, Irina, se controla, não quis dizer desse jeito. — Escondeu o rosto no meu pescoço. — Não sou bom em relacionamentos, não achei que precisaria ligar, mas sabia que estava bem… — Mas eu não… — Eu não sabia o que fazer com Matteo, nesse momento parecia impotente, ou sei lá, frágil. — Queria ter ouvido sua voz, PERIGOSAS

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nem que fosse um “oi”, Matteo, não preciso saber de todos os seus passos, não sou esse tipo de mulher, mas gostaria só de ouvir… — Minha voz — terminou ele expirando. — Estou passando por uma barra difícil, às vezes não penso direito, mas também queria ver e ouvir sua voz. — Afastou-se e tocou meu rosto. — Irina, quando digo que é minha, não estou falando como um objeto, mas, sim, que você é a única coisa boa que tenho. — Pode me dizer que barra difícil é essa? Casais conversam, Matteo, passeiam, jantam juntos, namoram… Não estou falando só de sexo, por mais que isso seja bom, tem coisas mais valiosas para fortalecer um relacionamento. — Sexo bom? Então acho que preciso melhorar mais, não é? — Sorriu torto para mim. Eu expirei. — Matteo… — recriminei para levar a sério o que estava falando. — Eu sei, Irina, só preciso de você agora aqui, porque não sabe como está dentro de mim, visualizando você e Tripper, o que eu quero fazer com ele… — Havia demônios nos olhos dele, igual nunca tinha visto antes, claro que já vi algumas vezes, mas parecia pior hoje. — Depois vamos jantar e conto algumas coisas que posso, agora eu só quero… — Não diz nada, só vamos aproveitar — sussurrei beijando seu pescoço e traçando-o com minha língua. Puxei seus cabelos também, trazendo sua boca para a minha. Ele rosnou, esquadrinhou meu corpo com as mãos e rasgou minha calcinha, mas não entrou em mim. Senti seus dois dedos ali entre minhas pernas enquanto mordia meu lóbulo, me fazendo gemer e clamar por ele. Seus dedos eram ágeis, me faziam ansiar e suplicar ao mesmo tempo. PERIGOSAS

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Era momentos assim que eu queria para sempre, mas com ele, com seu toque, seus beijos, suas carícias, seu prazer. — Goza em meus dedos, minha linda — sussurrou rouco e circulou meu clitóris, me fazendo ir para a borda. — Adoro ouvir esses sons que saem de sua boca. — Matteo… eu quero você dentro de mim — pedi, porque estava louca sem ele essa semana, agora queria aproveitar. — Quer meu pau? — Ele abriu minhas pernas. — Ou minha boca? — Tudo de você — consegui dizer. Ele me deitou no capô, abriu mais minhas pernas e logo estava me degustando, lambendo cada canto de minha boceta. Sua língua circulava meu clitóris, me levando ao êxtase transbordante. Eu olhava para o céu escuro e para os chuviscos caindo em meu rosto, enquanto gritava por ele. Sentia-me quente pelo seu toque e gelada com água da chuva. — Isso, goza, minha linda, quero sentir seu gozo em minha língua. — Ele deu um puxão em meu clitóris, me fazendo gritar mais na escuridão. Minhas mãos apertavam mais sua cabeça, querendo mais dele, querendoo dentro de mim. E não foi preciso pedir duas vezes, ele logo estava me preenchendo, enquanto devorava minha boca, me devorava, aliás, me consumia, não só meu corpo, mas minha alma também. — Irina… — A cada estocada forte e prazerosa ele chamava pelo meu nome. — Estou aqui e vou estar para sempre — jurei alisando seu rosto e encontrando seus olhos no escuro, claridade vindo só pelas luzes do carro, que estavam ligada.

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Ele não respondeu, não parecendo acreditar em mim, ali senti que tinha uma coisa que não sabia, parecia que logo não estaria ao seu lado como estava prometendo. — Estou falando sério, Matteo, enquanto me quiser estarei ao seu lado sempre. — Beijei seus lábios. — Só peço que me deixe entrar, não me exclua da sua vida. — Não irei, prometo. — Apertou-me mais contra seu corpo, como se quisesse me colocar dentro dele. Eu confiei nele, Matteo pode ser complicado, às vezes frio, mas ele não mentia, e também vi a verdade na voz dele. Nesse momento só me deixei levar pelos sons dos nossos gemidos e estocadas dele com nossos corpos sincronizados.

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— Não acredito que me trouxe para jantar. — Sorri assim que entramos no restaurante italiano. O lugar era grande e aconchegante, cadeiras de madeiras com mesas forradas em toalha de linho branco. Ele queria me levar a um restaurante russo, porque amo a comida russa, mas não queria correr o risco de dar de cara com algum homem do meu irmão, soube que ele tem vários negócios por toda Chicago, então preferi comida italiana, cuja culinária também é saborosa. — Não disse que íamos jantar hoje? E também já estive aqui antes — falou fazendo sumir meu sorriso, pensando nas mulheres que ele levou para jantar. — Claro que já. — Deixei o asco na minha voz soar evidente. — Não estou falando de mulheres, Irina, só tive jantares de negócios com homens, não trato disso com nenhuma mulher — disse. PERIGOSAS

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Ele só as fodia, pensei amarga, mas não posso acusar seu passado, com quem ficou, afinal, também já tive um. — Esse lugar é bem legal, nunca tinha vindo aqui — mudei de assunto. Depois de nós termos ficado na estrada, passamos no meu apartamento antes de ir ao restaurante e troquei de roupa, já que estava molhada devido à chuva. Matteo vestiu um terno que eu tinha de Alexei. Ficou lindo em seu corpo, aliás, ele era maravilhoso de qualquer jeito. — É sim, amo aqui, é como se eu estivesse em casa. — Ele olhou ao redor e depois para mim. — Quantos anos tinha quando se mudaram para cá? — sondei curiosa para saber mais sobre ele. — Não sei bem, mas lembro de adorar o clima, a fazenda, o campo, o ar livre… Eu era pequeno, mas lembro bem. Dalila também adorava quando íamos para lá, era para nós termos ido para a Sicília, e não para a Rússia, quando Dalila sumiu. — Suspirou. — Sumiu? Ela não foi… — Morta? Eu pensava que sim, mas não, descobri há pouco tempo que minha irmã está viva. — Seu tom estava feliz e triste ao mesmo tempo. Eu arfei de olhos arregalados. — Viva? Isso que está afligindo sua alma… — Minha alma é sombria, Irina, ninguém vai querer saber o que há nela. — Seu tom era obscuro. — Acho que por isso Dalila não retornou. — Não entendo, o que isso tem a ver com sua irmã? Não era para ficar feliz ao saber que ela está viva?

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— Era para eu estar com ela no dia que desapareceu, mamãe disse que minha irmã tinha morrido, por isso não procurei saber onde estava. Como não houve, corpo poderia ter desconfiado, mas ela disse que tinha encontrado suas roupas perto do rio, na Rússia. — Você não teve nenhuma culpa, e sua irmã também não acha isso, garanto a você. — Peguei sua mão e alisei seus dedos. — Sabe onde ela está? Evelyn me contou alguma coisa sobre a irmã dele, mas não muito, só que tinha morrido, só não disse onde. — Talvez, estou feliz que ela esteja viva, a queria comigo, mas nesse momento não é possível — murmurou. — Por quê? Qual é o problema, Matteo? — Enzo é o problema — cuspiu o nome do tio dele. — Seu tio? Você não manda nele? É só despachar o velho. Ele riu sacudindo a cabeça, depois ficou sério. — Poderia, mas na hora certa, o que posso te dizer é que Dalila tem uma vida lá fora, longe desse mundo. Se eu me aproximar dela agora e trazê-la para minha vida, ela teria grandes chances de ser acusada de traição — ele suspirou. — Não quero isso, é uma coisa que não posso mudar, nem sendo o capo. — Por que não deixa ela decidir o que quer? Voltar para ficar ao seu lado ou continuar com a vida dela longe da máfia? Mas se sua irmã amar você de verdade, ela vai voltar, e, desculpe dizer isso, só se Dalila for uma cadela. — Dalila não é isso, mesmo com esses anos não creio que seja, só deve estar com medo de voltar, afinal minha irmã não deve saber das mudanças que houve aqui recentemente, imagino que ela pensa que, se voltar, logo estará casada. Ela sempre odiou isso, me pedia sempre para não a deixar se PERIGOSAS

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casar antes de fazer dezoito anos. — Ele bebeu um gole maior de seu vinho italiano. — Não pode mudar essa lei? — Não, só o que consegui foi adiar para as meninas serem maiores de idade — informou. — Lamento dizer isso por Lorenzo ser o seu pai, mas ele merecia estar morto e no inferno — grunhi com raiva. Ele sorriu torto. — Concordo, mas não quero fazer isso até que Dalila o veja, isso se ela quiser, claro, o que duvido muito. Bebi um gole do vinho também. — Se fosse meu pai a fazer essa barbaridade, nunca mais olharia para a cara dele. — Coloquei o copo na mesa. — Sei que ele não era santo, longe disso, porque nesse nosso mundo não existem homens assim, mas o que ele fez? É imperdoável. — Como soube disso? — Arqueou as sobrancelhas. — Evelyn me contou — disse e depois sorri. — Viu? É assim que é uma conversa normal com gente normal. Ele assentiu sorrindo e me abraçou. Eu estava ao seu lado. — Achei que eu fosse normal. — Não vi acusação ali. — Claro que você é. — Beijei sua bochecha. — Mas para um relacionamento dar certo? Precisa conversar, isso ameniza o fardo que carrega nos ombros, o seu, por ser chefe, deve ser grande.

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— Sim, é. Obrigado por você tornar ele mais leve. — Beijou meus lábios e nesse momento esqueci onde estava e o que ia fazer, agora, aqui, só existia Matteo e seus lábios nos meus.

Uma semana com Matteo era como um sonho, estávamos namorando sério, ele me levava para jantar e para almoçar sempre que podia, já que tinha negócios. Eu dormia na casa dele, e ele, no meu apartamento. Conheci Zaira, uma senhora meiga e maravilhosa, ela era como mãe para Matteo, ele a chama de madre. Almocei com eles dois e amei a senhora simpática. Seus olhos ficavam estranhos, às vezes, olhando de mim para seu bambino, como ela o chama. Hoje ia me encontrar com ela e Matteo. Estava de saída quando meu telefone tocou, era Jules. — Olá, quem é vivo sempre aparece — atendi. — Quem sumiu foi você, não eu — informou. — Anda namorando demais esquecendo dos amigos. — Isso não é verdade, te vi há dois dias, mas se estiver sentindo tanto minha falta, podemos nos encontrar semana que vem. — Irina, tem algo que preciso te contar, mas não sei como… Um gelo desceu por minha espinha. — Meus irmãos estão bem? — Minha voz sumiu na sala, fazendo April latir.

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— Não aconteceu nada com ninguém, só que estou no clube de BDSM, e não vai acreditar quem estou vendo aqui. — Sua voz soou com raiva. — Quem? — Matteo. E, Irina? Ele não está sozinho. Acredito que tudo em mim se desfez nesse momento, porque Matteo não podia fazer isso comigo, não após prometer que estaria sempre ao meu lado, como ousa brincar com meus sentimentos? Caí de joelhos no chão com os olhos molhados, porque tudo dentro de mim doía tanto que me impediu de respirar alguns segundos. Não, ele não pode ter feito isso comigo. — Fez, eu estou me segurando para não quebrar sua cara — respondeu a uma pergunta que não sabia se tinha feito em voz alta. — O que pensa em fazer? Eu tinha duas opções, ficar chorando aqui por ser traída por um cara que eu amo? Ou ir até lá, confrontá-lo, olhar em seus olhos e saber por que o filho da puta me traiu com uma vadia qualquer? — Me passa o endereço, e não faz nada, estou indo para aí. — Desliguei e fui me arrumar, agora, com roupas ao estilo de um clube, vou mostrar o que ele perdeu. Eu estava com uma saia de couro colada no corpo e curta, e um espartilho prendendo meus seios, fazendo-os ficar mais sexy. Soltei meus cabelos e me maquiei conforme o ambiente. Uma vez fui a um clube assim só por curiosidade e vi como funciona. Se Matteo gosta de sexo assim, ele poderia ter dito, que faríamos igual. Não vou mais deixá-lo ter acesso a mim. Não vou mais cair em tentação com ele. Não posso. Isso não me faz bem, afinal, eu o amo, enquanto ele PERIGOSAS

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deve sentir só prazer. Acho que nem isso sente mais, afinal se sentisse não teria ido procurar outra mulher. Entrei no clube de BDSM, onde as mulheres eram submissas aos seus homens. É isso que ele quer? Uma submissa? Tinha homens com chicotes em suas mãos e suas parceiras de joelhos na sua frente. Outras presas e suspensas no teto, expostas para os caras. Algumas usavam espartilho, assim como eu. Eu calçava sandálias de sete centímetros, mas algumas ali usavam mais altas que as minhas. Assim que entrei fui tomada pela onda de prazer que alguns estavam jogando. Não sei, nunca joguei assim, mas gostaria de fazer um dia, claro que com uma pessoa, uma que decidiu procurar outra pessoa para fazer isso. As pessoas deviam esquecer assim que se apaixonassem pela pessoa errada, porque Matteo era tão errado para mim. Fiquei semanas com ele e sempre ouvi que adorava me foder, passear e outras coisas, mas nunca disse que me amava, igual o ouvi dizer a Evelyn. Nunca falamos sobre isso, embora ele tenha dito que não a ama mais, mas duvido muito. Ou talvez não ame mesmo, mas isso não quer dizer que me ama. Enquanto ele não esquecer Evelyn, Matteo não vai ser feliz e eu também não vou, se não lutar para tirá-lo da minha vida, de dentro de mim, mas agora precisava ver com meus próprios olhos e assim deixar de ser idiota e acabar correndo para ele como sempre fazia. Jules estava alguns metros à minha frente com cara séria, aliás, estava furioso, como se quisesse matar alguém. Segui seu olhar, então vi Matteo no canto com dois homens na frente dele e, ao seu lado, uma mulher morena bem linda, ela parecia uma sanguessuga tocando em seu peito, só estava faltando subir em seu colo e montá-lo, fazendo-o de cavalo.

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Isso doeu mais meu peito, porque ele não estava ligando para ela, mas também não fez nenhum movimento de pará-la ou tirar as patas dela de cima dele. Nesse momento, decidi que o arrancaria de uma vez por todas da minha vida. Eu já sabia que Matteo gostava de foda quente, as nossas foram alucinantes, mas não tinha conhecimento que ele gostava de frequentar lugares como esse aqui. Fazer uma mulher submissa a ele. Mas, pensando bem, é isso que me tornei para ele, não é? Basta Matteo chegar perto de mim e me tocar para eu cair de joelhos à sua frente fazendo tudo que me mandar. Acredito que se ele me mandasse fazer o que essas mulheres fazem aqui, eu teria feito, mas Matteo nunca tocou no assunto e, em vez de me procurar, veio aqui à procura de outras que fazem isso. Isso significa que ele desistiu de mim ou talvez nunca se interessou. Aquilo foi só sexo para ele, ao contrário de mim, que dei o meu coração inteiro. Foco, Irina, não desmorone aqui na frente dele, você é mais mulher do que isso, repeti como um mantra. Eu expirei, agora era hora do troco, pensei em ir até lá buscar satisfação e perguntar seus motivos para me trair assim, mas não sou mulher disso, não sou de ficar em casa chorando, sem comer e implorando a um homem para ficar comigo, sou mais de dar o troco com a mesma moeda. Voltei a andar, ignorando Matteo e a garota carrapato. Fiz meus pés seguirem para onde Jules estava me esperando. Julian é um amigo que vale ouro, um cara com quem eu adoraria me casar, caso não fosse apaixonada por um mafioso italiano e Jules não fosse um mulherengo de carteirinha. Antes de levar meus olhos para longe de Matteo, eu vi sua mandíbula apertar e sua fúria estampar seu rosto ainda mais quando seguiu meu olhar na PERIGOSAS

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direção de Jules. Ele vem com outra mulher a um lugar desses e ainda fica com raiva por eu estar com Jules? Não liguei para o que ele pensa, aliás, que se exploda. Maldito seja. Sorri para Jules assim que cheguei perto dele, ele me puxou para seus braços. Depois se afastou e assoviou por entre os dentes, me avaliando de cima a baixo. — Mulher, você está um maldito avião. — piscou. — Não que antes não fosse, porque você é linda. — Só não queria ficar diferente delas. — Apontei o queixo discretamente na direção das mulheres ao redor. — Chegou a hora. — Você está magnífica — comentou e foi sussurrar em meu ouvido. — O que pensa em fazer agora? Seja o que for, ajudarei você. Posso sofrer por ver Matteo com outra, mas vou superar, eu juro. Eu me afastei e sorri, embora não chegasse aos olhos. Era só fachada, assim como era antes de eu vir para a América e também antes de eu conhecer Matteo. Suspirei. — Tem um quarto nesse lugar em que possamos ficar sozinhos? Hora de Matteo ter seu troco. — Sim. — Ele me avaliou um segundo e me levou a um quarto. Abriu a porta para eu entrar e evitei ofegar com o que vi. Havia uma cama redonda no meio do quarto, uma cruz de Santo Andre perto da parede, correntes no teto, onde acredito que é para deixar as mulheres presas, e outras coisas, mas antes de olhar mais o lugar me deparei com um vidro que dava para um salão e lá tinha várias pessoas fodendo e brincando de BDSM com cintos e outras coisas. PERIGOSAS

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— Oh, meu Deus! — sussurrei. — Acho melhor não chamar ele em um lugar desses. — Piscou para mim. — Eles podem nos ver aqui? — sondei vendo o vidro que pegava a parede inteira. — Não, foi feito para a sala VIP assistir ao show que tem toda noite de sexta, ao vivo. — Você costuma fazer isso com as mulheres? O que esses homens estão fazendo? — falei assistindo a um homem dar chicotadas em uma mulher com chicote de montaria. Ela gritava, embora não saísse som aqui. Mas vi que era de prazer. — Sim, eu faço isso às vezes, é maravilhoso ver uma mulher submissa assim na sua frente, onde podemos dar prazer a ela e a nós também — comentou ele. — Mas não fiquei assim na frente dos outros. — É interessante ver uma cena dessas — comentei. — Ainda mais sem ser pela TV. — Sim. — Ele foi até mais perto do vidro fumê. — Não podemos ficar aqui muito tempo, só um pouco, depois vamos embora o mais rápido possível. — Ele se virou para mim com expressão um pouco preocupada. — Por quê? Pelo Matteo? Garanto que ele não se importa com isso — murmurei num tom seco. — Ele parece estar muito bem. Ele franziu a testa e sacudiu a cabeça com descrença em sua expressão. — Você é cega? O cara faltou me matar ali, se seus olhos fossem uma bala. Ou melhor, adagas. Não sei como ainda não entrou nesse quarto — ele disse. — Mas estou falando de Alexei.

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— Alexei? — indaguei. Não acredito que Matteo se importe comigo, acredito que ele me tenha como um objeto que acredita ser dele e de mais ninguém, enquanto isso fica com todas. — Sim, ele tem uma reunião aqui hoje, mas não chega antes de irmos embora. Eu sabia que Alexei estava vindo, ele mesmo me informou, mas não disse nada que chegaria hoje, acho que quer fazer uma surpresa, pensei. — Se ele souber que estou te ajudando e que trouxe você aqui, estarei morto antes de o sol raiar. Mas o que pretende fazer? Você estava com aquele olhar de vingança agora há pouco. Eu arregalei os olhos, vendo um homem ficando com duas mulheres. Uma estava ajoelhada na frente do homem alto enquanto a mulher morena fazia um boquete, e a outra, a loira, estava deitada em um sofá com o cara com os dedos dentro dela. Merda, isso é quente. — Sim, é quente — respondeu ele a um pensamento que não percebi que fiz em voz alta. — Um ménage interessante. — Você já fez algo assim? Quero dizer, ménage? — sondei curiosa. Era melhor conversar do que pensar na dor que estou sentindo agora. Era quente, sim, mas eu não sentia vontade de fazer sexo com outra pessoa, o único que eu queria estava lá fora com outra mulher, fazendo sei lá o quê. Ou melhor, eu sei, ele está com certeza fodendo. Por que não posso ficar com Jules? Não serei uma puta por fazer isso, afinal, depois de hoje sou solteira e desimpedida, eu quero esquecer Matteo, posso muito bem fazer isso ficando com Jules, se eu for vadia por isso? Que assim seja, nunca fui santa mesmo, estava longe disso. PERIGOSAS

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Jules é um deus grego de homem, sexy, divertido e um bom amigo. Acredito que ele era capaz de fazer qualquer mulher esquecer o próprio nome. — Sim, já fiz e faço direto. — Ele sorriu provocando. — Quer experimentar? — Eu quero — falei com tom mais firme que consegui, ou ele não ia me tocar. Seu sorriso lindo sumiu. — Irina… — Eu só preciso disso, Jules, hoje, por favor — pedi quase suplicante. Precisava conseguir me libertar do que eu sentia por Matteo, se esse é o único caminho, por que não? — Isso é por causa dele? Porque ele está com outra mulher? — Ele trincou os dentes apontando o queixo na direção da porta de madeira. Eu me encolhi não querendo pensar em Matteo com outra pessoa e o que ele deve estar fazendo agora. — Por favor, só vamos ficar juntos — sussurrei. — Dizem que às vezes podemos esquecer alguém quando estamos transando com outra pessoa. Eu não sei quem contou isso, mas ouvi dizer que sim, não sei se é verdade, mas não custa nada provar, pensei com esperança. Ele suspirou. — Pode não ser assim, Irina, como você quer. Não quero que nossa amizade acabe porque transamos. — Ele ficou de frente para mim. — Isso é uma vingança?

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Pensei sobre isso, mas não é vingança, estava pensando em só ficar nesse quarto com Julian e Matteo pensar que estamos fodendo, mas agora precisava de Jules, não tinha força para tirar Matteo de dentro de mim. — Não vai ficar estranho, eu prometo, você é lindo, sexy, gostoso, acho que vou conseguir — tentei soar brincalhona e ao mesmo tempo séria. — E o que vamos ter não será vingança, prometo. Ele me avaliou um segundo e depois maneou a cabeça para o teto por um segundo e me fitou, assentindo. — Eu preciso dar uma saída, mas já volto, enquanto isso, tira a saia e o espartilho e fica só de lingerie, depois vai ali. — Ele apontou para perto da cruz. — Sente-se em seus calcanhares e coloque as mãos nos joelhos. Eu arregalei os olhos para o lugar indicado, para ele e para a porta fechada. — Mas e se alguém entrar aqui e me vir nessa posição? — perguntei. Eu não era tímida, claro, mas daí a ficar nua na frente de outras pessoas? Não consigo, vou ficar na frente de Jules só porque iremos transar, aí é outra coisa. Ele riu e alisou meus cabelos. — Não vai, esse lugar é fechado com senha, só quem aluga aqui que a possui, então ficará segura, só eu posso entrar aqui, mas antes preciso resolver uma coisa — disse. — Faz o que mandei e seja submissa hoje. Feche os olhos e não abra até eu chegar e pedir a você para fazer isso. Eu assenti, sabia que podia confiar em Jules cegamente. Não queria ficar com ele para esquecer Matteo, mas era minha única esperança. Tirar o amor que eu sentia por Matteo.

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Eu tirei a saia e o espartilho e fui ficar onde ele me mandou ficar. Ser uma submissa hoje não estava nos meus planos quando entrei nesse lugar, mas tudo bem. Assim que fechei meus olhos ouvi a porta se abrindo, depois fechando e pisadas na minha direção, não entrei em pânico ou abri os olhos, confiava em Jules que ninguém além dele entraria aqui. Jules não falou nada enquanto se aproximava, talvez isso fosse coisa de Dom e submissa. Eu não tirei as botas, Jules não pediu isso, então as deixei comigo. Eu respirava irregular enquanto esperava por suas ações, tentei não ficar nervosa por ficar vestida assim na frente do meu amigo. Apertei minhas mãos nas minhas coxas, mas não abri os olhos. Não sei por que, mas sua aproximação me lembrou Matteo, o que sinto quando ele está perto de mim. Eu me xinguei por dentro por pensar nele agora. Ouvi-o se abaixar à minha frente e senti seu hálito quente de menta e charuto banhar meu rosto. Minha respiração ficou presa não garganta, porque esse cheiro másculo, esse hálito… eu o conhecia entre milhões. Não podia ser ele, só pode ser coincidência ou obra da minha consciência. Eu abri os olhos e me deparei com órbitas negras me fuzilando com rosto duro com pedra. — Matteo… Sua mão foi para o meu cabelo e deu um puxão para trás, me fazendo ofegar, mas não de dor, e sim de prazer. Merda! Cadê a raiva que estava sentindo alguns segundos atrás? PERIGOSAS

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— Irina? Você queria ser fodida por ele? — rosnou mortal. — Você é minha, nunca ouse deixar alguém tocar no que é meu. — Aproximou o rosto do meu. — Agora vou te mostrar o que faço com quem me provoca. Eu senti um arrepio na espinha, não de medo, porque sabia que ele não me machucaria jamais. Matteo estava falando de outra forma de castigo, como um Dom. — Matteo… — Você entende o que eu disse, Irina? — Ele me deu mais um puxão de cabelo me fazendo gemer. — Responde quando eu falo com você. — Sim. — Minha voz era falha devido ao meu corpo pegando fogo. — Você quer ser fodida? — Seu tom estava rouco. Embora eu pudesse ver que ainda tinha raiva em sua voz. — Sim — respondi me remexendo nos calcanhares, incomodada com seu toque. — Por mim? Porque não tem a mais remota possibilidade de ele tocar em você. — Sua boca foi para o meu ouvido me fazendo estremecer. — Antes corto a garganta dele. Eu afastei o rosto dele com o corpo tremendo, tanto pelo seu toque como por suas palavras mortais e sombrias. — Você não é… — Capaz? — terminou a frase com tom duro como rocha. — Se você soubesse da besta que está dentro de mim agora, correria paras as montanhas sem olhar para trás. Sua mão tremia em meu cabelo, e a outra em meu braço. Tinha algo nos olhos dele que não consegui entender, parecia que tinha uma fera lá dentro. PERIGOSAS

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Lembrou-me um animal perigoso. Toquei seu rosto, alisando-o com delicadeza para acalmá-lo, suas bochechas, lábios e olhos escuros como ônix. — Você é incapaz de me machucar. — Pelo menos fisicamente, pensei. Porque emocionalmente ele é capaz de me esmagar. Eu aproximei de vagar meu rosto do dele sem nunca desviar os olhos dos dele e beijei sua face em ambos os lados, tentando acalmar a fera que estava ali dentro. Ele pegou meus ombros, a princípio achei que fosse me afastar, mas ele me puxou para seu colo e escondeu o rosto no meu pescoço. — Eu estive tão perto. — Sua voz estava grossa e rouca ao mesmo tempo. Um gelo desceu por minha espinha, fui me afastar, mas ele não deixou. — De quê? — Tinha medo da resposta, mas precisava saber o que ele esteve perto de fazer. — De matar seu amigo — ele expirou. — Ainda mais agora, ao ver você nessa posição. — Você não… — Não toquei nele, mas minhas lâminas estavam em sua garganta… — Matteo. — Ele me disse o que pretendia fazer para me esquecer. — Ele beijou meu ombro me fazendo arrepiar. — Você não pode me esquecer. O que viu agora lá fora não é o que pensa…

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— Não? Você estava com outra mulher, Matteo, enquanto estamos namorando, se você gosta de sexo assim, poderíamos ter feito, você não precisava vir aqui… — Acha que ficaria com outra pessoa? — Tinha um gosto amargo ao proferir as palavras. — Por que não? — Afastei o meu rosto do dele. — Você não sente o mesmo por mim, Matteo. — Porque você ama outra, pensei, mas não disse isso em voz alta, já era insuportável pensar, imagina falar? — Eu sinto, é esse o problema. — Fechou os olhos por um segundo e depois me fitou. — Tem algo que se eu te contar você irá me odiar para sempre. — O que é? — Temia a resposta. — Queria poder contar, mas juro por tudo no mundo que não toquei em ninguém além de você, jamais a trairia, Irina, nunca. — A verdade estava escrita em seu rosto. — Só estava ao lado daquela mulher porque o cara que estava na minha frente a jogou para mim, como precisava de algumas informações, não a tirei, mas não a toquei. — Acredito em você. — Não ouvi mentiras em sua voz e nem as vi em sua expressão. Eu podia insistir para que me contasse agora, nesse momento, o que ele queria descobrir desse homem, mas deixei para depois, agora quero sentir Matteo dentro de mim. Estava aliviada com o que ele disse, que sentia o mesmo que eu. Podia acreditar que ele gostava de mim, sentia isso em sua reação, embora algumas vezes ele mudasse para frio, acho que é seu jeito, e uma parte de mim ama esse homem dessa forma. Amanhã ou mais tarde conversamos sobre que assunto é esse que me faria odiá-lo, nem se ele ficasse com várias mulheres do mundo isso seria PERIGOSAS

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possível, não consigo pensar em nenhum motivo suficiente agora. É claro que se me traísse de verdade não o odiaria, só não voltaria para ele. Eu coloquei meus braços em seu pescoço e o beijei com uma fome capaz de devastar o planeta. Suas mãos alisaram meu corpo me fazendo estremecer com prazer e fome. Era como se eu não me alimentasse em anos, como se há décadas não sentisse seus beijos, seu gosto, seu toque e cheiro. Eu gemi ao sentir seus dedos dentro de mim, me fazendo rebolar em sua mão como uma louca, mas não liguei, só queria que ele matasse esse desejo ardente que estava me consumindo por dentro. Ele me pegou nos braços e me depositou na cama sem nunca tirar sua boca da minha, meus lábios estavam doloridos pela força do beijo, mas não liguei. Estávamos desesperados um pelo outro, a princípio, depois de um segundo o beijo se tornou lento, embora eletrizante e feroz. Era como se ele tivesse todo tempo do mundo. — Matteo… — Queria gritar para ele andar logo e entrar em mim. Ele não disse nada, só tirou meu sutiã e abocanhou meu seio, apertando o bico do meu peito com a língua, me fazendo gemer e gritar, não ligando para quem ouvisse. Matteo sugou um e depois o outro enquanto sua mão direita ia para entre minhas pernas, enfiando dois dedos em mim igual fez agora há pouco, mas agora ele circulou meu clitóris, me fazendo gritar pelo seu nome. — Isso, princesa, goza para mim — rosnou dando uma última estocada de dedos, me trazendo para a borda do orgasmo, então explodi. Minhas mãos foram para sua camisa, eu estava louca, não querendo nada entre nós dois. Quero sentir sua pele na minha.

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— Pode tirar, sou todo seu, minha Irina. — Seu olhar era quente no meu ao dizer isso. A escuridão tinha saído, restando só chamas abrasadoras que estavam me deixando mais necessitada e com fome, embora houvesse algo mais que não identifiquei, mas parecia que ele me amava e me queria, e não outra pessoa. Eu assenti, tirando sua camisa, o terno que ele estava vestindo quando chegou foi tirado, acho que na hora que ele entrou aqui. Assim que a camisa estava fora dele e antes que eu pudesse apreciar seu peito lindo e malhado, eu vi sua pele coberta de tinta, mas não eram tatuagens normais, e sim letras do primeiro nome de alguém. Não me cansava de admirá-las. Eu fiquei curiosa para perguntar sobre essas letras aqui tatuadas logo quando o vi sem camisa antes, louca para saber sobre quem eram. Como eram muitas, não poderia ser de pessoas que matou, já tinha ouvido que tem mafiosos que fazem isso, colocam os nomes na pele. Então Matteo me disse, como se lesse minha mente, que eram as iniciais das meninas que o pai dele sequestrou e manteve presas em cativeiro. Abaixei meus lábios nas letras e as beijei com carinho sem desviar de seus olhos. Ele prendeu o fôlego quando fiz isso, vi emoção ali. Seus olhos se fecharam por um segundo, como se ele estivesse rezando, orando ou algo assim, depois me fitou parecido a uma adoração. — Irina… — Sua voz estava grossa, tomada de emoção. Adorei ver o clamor em sua voz, empurrei-o para cama de costas, o montei e passei minhas unhas vermelhas em sua barriga, o fazendo tremer. — Você está provocando, Irina — grasnou. Arqueei as sobrancelhas. PERIGOSAS

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— Estou? Mas nem comecei ainda… — Tirei seu cinto, calça e cueca, deixando-o nu em toda sua glória, que eu adorava, duro e brilhante com présêmen. — Quer ir para esse lado? Porque eu sempre ganho. — Fitou em meus olhos. — Sim, você sempre ganha — concordei, como o meu coração, meu corpo e minha alma, que ele já possuía. E quanto ao dele? Eu estava perto? Ele disse que sim. Mas era amor? Eu suspirei me controlando, não querendo estragar o momento que estávamos tendo. — Irina? O que foi? — perguntou me rodopiando e pairando em cima de mim e tocou meu rosto. — Não suporto que fique triste. — Ele beijou meu rosto. — Não estou, só pensando no que me disse, que gosta de mim, parece surreal — comentei. Não era um “eu te amo”, mas por enquanto serviria. — Só você que eu quero, Irina, você fez algo comigo e não quero mais ninguém além de você. Ele beijou minhas pálpebras com carinho enquanto entrava em mim, achei que ele ia me foder com força, igual sempre fez, mas dessa vez ele estava se movimentando devagar, bem lento e amoroso. Seus beijos eram apaixonados. Então, com emoção em meu peito, percebi que ele estava fazendo amor comigo pela primeira vez. Hoje não pedi mais nada na vida, só esse momento, esse homem em meus braços. Entrei aqui pensando tê-lo perdido, mas agora vou sair sabendo o quanto gosta de mim. Eu te amo, Matteo, pensei. PERIGOSAS

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Eu recebi uma ligação de Luca dizendo que achou onde minha irmã está: país, estado e a cidade. Cheguei a Nova Jersey, Dalila vive aqui há três anos. A mulher que a adotou na Rússia se chamava Lucia, ela morreu no mesmo tempo que Dalila foi embora da Rússia para a cidade onde mora hoje. Eu tinha muitas perguntas a ela, como ela adotou Dalila? Como conheceu minha mãe? Mas eram perguntas sem respostas, já que as duas não viviam mais. Lucy é filha de Lucia e vive na Rússia, mas soube que as duas se dão muito bem, essa garota e Dalila que por sua vez tem outro nome, minha Dalila agora é conhecida por Samira. Dalila tem uma vida sociável aqui em Trenton, trabalha em uma boate como garçonete, estuda na faculdade de artes, uma coisa que ela ama de paixão, pelo jeito isso não se perdeu. Todos aqui pareciam conhecê-la só como Samira.

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Agora estou em uma galeria onde estão algumas de suas obras, umas bem intensas, devo dizer. Soube que foi um amigo dela que conversou com o dono para deixá-las expostas aqui. Dalila sabia sobre nós, eu podia ver isso através das artes que ela pintou. No fundo pensei que ela tivesse perdido a memória ou algo assim, afinal ela nunca voltou para as nossas vidas. Minha vida, melhor dizendo. Quando nós dois éramos crianças não nos separávamos, é claro que fiz de tudo para esconder uma grande parte do nosso mundo sombrio dela, escondi o que pude, mas quanto ao casamento com menores eu não podia fazer nada, por um lado, fiquei feliz por ela ter ido embora, assim não se submeteu àquela barbaridade. Dalila, desde criança, queria fugir para longe, não ser submetida a algo que ela não queria, aliás, nem eu nem mamãe queríamos que nossa menininha tímida fizesse isso. Nós sempre odiamos isso tudo. As imagens mostravam os rostos de crianças cabisbaixas como se tivesse um fardo em suas costas, rostos sombrios e atormentados como se estivessem tomados de dor. Tinha outra imagem de uma mulher de costas segurando a mão de uma garotinha de cabelos negros em um parque. Eu a reconheci e também à mulher ao seu lado. — O que você fez? — perguntei a ninguém em particular. Ela forjou a morte de Dalila, Giulia chegou até nós e nos disse que a mataram, pior, estupraram… merda! Tudo isso poderia ter sido evitado, mas talvez não. Quem sabe? — Lindas obras, não é? — disse um cara chegando ao meu lado e vendo os quadros também. PERIGOSAS

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Eu assenti sem tirar os olhos das artes. Tinha um cuja imagem consistia em várias mãos que pareciam estar presas em um poço ou algo assim, elas pareciam querer sair. — Sim, são belíssimas e um pouco diferentes — comentei, não querendo ficar estranho só encarando a arte. — Assim como eu gosto de uma obra. — Ela tem talento, aposto que se as pessoas certas vissem isso ela poderia ir longe, estou vendo se consigo algo — disse o senhor com um suspiro sonhador. — Quem é ela? — fingi não saber, afinal, não quero que ninguém saiba quem eu sou, não antes de falar com ela. — É daqui da cidade? Ele assentiu e tocou em um quadro onde uma garotinha estava sentada em uma pedra, olhando para o oceano imenso e azul, a saudade e dor ali eram visíveis em seus olhos. — Sim, Samira. Ela é uma artistista habilidosa e seu amigo que a ajudou a me convencer a deixar suas obras aqui. Romulo é um cara gente fina. Na hora que ele me falou pensei em não deixar, mas quando vi as obras, notei o grande talento que essa garota tem. Sim, eles com certeza são magníficos, pensei. Muito tristes também, porque neles está sua alma. Sua dor e perdas, pelo menos foi isso que detectei nessas obras que ela fez. Alguns eram momentos que ela viveu, outros são novos, com ela longe de mim, da nossa família. Mas tem um ali que me chamou atenção. Parei na frente de um quadro, esse me deixou curioso e bem confuso. Tinha um homem de terno, estava de lado e não mostrava o rosto, mas o reconheci pela tatuagem em sua mão. Ou melhor, em minha mão.

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Ela desenhou um mafioso? Mas quem era esse outro cara na minha frente como se estivesse me confrontando. Minha tatuagem de aranha viúva negra na mão mostrava que eu era um dos homens. Fiz essa tatuagem aos dez anos, gosto delas porque aranhas viúvas negras são venenosas e mortais. Tem várias mais mortais, mas gosto da viúva negra. O outro? Examinei-o mais atentamente e vi algo que me fez arfar ou quase. Ele tinha um anel em seu dedo escrito chefe em russo. Conheci muito bem o anel de chefe de Dark. Não tem como ela ter conhecido Dark, não é? Preciso averiguar isso também. Talvez fosse coincidência. — Interessante essa arte, não é? — o cara disse. — Vejo como poder essa imagem. Acho que são pessoas que ela conhece. Estou indo procurá-la para uma oferta grande, mas ela está um tanto ocupada agora. Mas acredito que assim que eu contar que pretendo investir nela, ela vai ficar feliz com isso. Dalila tinha uma vida agora e parecia que o seu passado só traria uma lembrança ruim para ela, como vejo nessas imagens. Preciso deixá-la seguir com sua vida. Queria-a tanto do meu lado, mas hoje cedo descobri que meu tio está mais empenhado em descobrir onde minha irmã está. Preciso saber seus motivos para tê-la ao nosso lado, amor não é, o cara é um tremendo sádico filho da puta que não ama nem mesmo o seu filho. Dalila está segura aqui nesse lugar, tem amigos que se preocupam com ela, igual Romulo, que conseguiu que suas obras fossem expostas aqui para as pessoas verem. Então por que irei tirar isso dela? Ainda mais trazê-la para o meu mundo, se não sei o que Enzo quer? Preciso ter certeza do que meu tio quer, e se ele quiser fazer mal à minha irmã, vou dar um jeito de destruí-lo, só não sei ainda como, mas vou descobrir. PERIGOSAS

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— Eu vou ficar com todas as obras dela que estão aqui — falei ao cara. Ele arregalou os olhos e depois sorriu. — Ela vai ficar muito feliz, quem devo dizer que comprou as obras dela? — Matteo Salvatore, quero que entregue esse bilhete a ela para mim. — Entreguei o bilhete. Depois que saí da galeria, fiquei pensando no bilhete que deixei para ela. Lily, você não sabe o quanto sofri pensando que estivesse morta, mas graças a Deus descobri que está viva. Olhando para essas telas, eu vejo o que pensa do nosso mundo e do que passou nele. Prometo que vou mantê-la segura, não deixarei que ninguém saiba que está viva, assim não precisará voltar ao nosso mundo. Sinto sua falta e espero que um dia eu possa reencontrá-la pessoalmente para dizer tudo o que não pude dizer durante todos esses anos, após Giulia dizer que você estava morta. Ela disse que havia sido os Dragon que a mataram e por isso papai os matou, mas no final você está viva e bem. Te amo para sempre, minha irmã. MS Eu a queria comigo agora, mas vou ter paciência e torcer para um dia estar ao lado dela e abraçá-la de novo. Por isso deixei o bilhete e também falei dos Dragon, caso ela esteja vendo ou tenha conhecido o Dark. Assim ela saberá que não deve se aproximar dele ou de alguém da família dele. Eu sou egoísta por pensar isso, já que quero a irmã dele, mas eles poderiam usá-la como uma vingança quando descobrirem o que Lorenzo fez com os pais deles.

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Eu não posso pensar que eles sabem o que Lorenzo fez e estejam se aproximando dela de alguma forma, porque isso não faz sentindo, não é? Se os Dragon soubessem que os Salvatore são culpados pela morte de seus pais, eles já estariam atrás de nós, querendo vingança. Esperava mesmo que fosse isso, e não outra coisa. Antes de pegar o voo e vir embora, não resisti de ir vê-la. Eu a vi entrar na galeria, Dalila se tornou uma mulher linda, aliás, sempre foi, mas agora está deslumbrante. Pele branca e cabelos escuros parecidos com os meus e com os de mamãe. Eu queria ir até ela e abraçá-la, mas resisti. Agora vou atar as pontas soltas e espero mesmo que minhas suspeitas sejam infundadas, que não exista nada entre ela e os Dragon. Não posso arriscar que me peguem perto dela. Todos pensavam que eu estava na Itália, resolvendo negócios, mas na verdade vim à procura de minha irmã e no final a encontrei, só não estava levando-a comigo. Agora só vou me concentrar em resolver tudo isso, começando pelo Enzo. Eu liguei para Luca assim que estava indo para o aeroporto de volta a Chicago. — Então, como foi? — sondou assim que atendeu. — Espero que a pestinha esteja bem, está trazendo ela ou resolveu descobrir primeiro o que meu pai quer? — Não posso levar ela comigo até descobrirmos o que está acontecendo — comentei. — Ao menos se aproximou dela? Abraçou e disse que estou louco para ver aquela sapequinha? — Ele riu. — Ainda não, só vou me aproximar dela depois que puder trazê-la para casa, mas deixei um bilhete dizendo que eu estive à procura dela, você não PERIGOSAS

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viu as imagens que ela pintou, mas o que me deixou um pouco chocado e preocupado é que eram sobre a máfia. — Suspirei. — Espere, o quê? — Tinha uma imagem de Dark comigo, como se estivéssemos nos confrontando ou algo assim. As imagens não mostram os rostos, só o reconheci pelo anel de chefe. — Você acha que Dark sabe o que Lorenzo fez e foi até Dalila como uma vingança? — Não sei, mas vou descobrir isso, vou precisar dos serviços de Daemon. — Peguei minha bagagem e me sentei, esperando meu voo. — Veja o que ele descobre sobre isso. Também preciso de alguém fora da máfia, mas que seja de confiança para ficar de olho em Dalila por um tempo, até ter certeza de que ela está segura. — Sim, vou fazer isso, posso checar com Shadow se ele conhece alguém de confiança para fazer o serviço — disse. — Mas você está bem? Estava animado por ver a Dalila, ou Samira, como é o seu nome agora. — Para mim ela sempre será Dalila — comentei a verdade com convicção. — Logo a verei, só preciso resolver esse problema, ou problemas, pensando no plural. Antes era só com meu tio que tinha que me preocupar, agora estou mais ansioso e nervoso que Dark esteja de algum modo perto de Dalila. — Talvez ela tenha só desenhado por desenhar, já que viveu uma boa parte de sua vida na Rússia, e nós estejamos nos preocupando à toa, não é? Com meu pai acho que é mais sério. — Suspirou — Descobri o cara que o informou sobre Dalila estar viva ao meu pai, ele se encontra hoje à noite no clube de BDSM Hansis. Talvez ele saiba o que meu pai quer de Dalila. PERIGOSAS

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Talvez Luca esteja certo e eu estou preocupado demais com Dalila e vendo algo que não existe. Dark vive na Rússia, jamais iria a algum lugar em Trenton, embora eu tenha sabido que ele tem uma boate lá, Prisma. — Te encontro lá — falei e desliguei, torcendo para desenrolar logo isso e eu pudesse ter Irina e Dalila ao mesmo tempo. As duas mulheres da minha vida.

Entrei no clube BDSM onde me encontraria com o cara que sabia os motivos de o meu tio querer Dalila e não dizer nada a mim, pelo menos eu esperava que Zaul Felix soubesse de algo para eu poder usar contra meu tio. Eu não queria encontrar ninguém em um lugar desses, não por preconceito, mas porque já vim aqui antes e gostava de usar meu lado Dom, mas agora só uma mulher importa para mim. Era para eu deixá-la seguir com sua vida sem mim, ter outros relacionamentos onde ninguém esconda um maldito segredo dela, mas só pensar em alguém a tocando fico com raiva, acho que o certo é dizer que fico com vontade de matar quem a toque ou pense em fazer isso. A única mulher que desejava e queria mais que tudo era Irina, agora queria estar ao lado dela, e dizer toda a verdade, que ela é a mulher que eu quero para sempre. Depois dessas semanas com Irina, eu sabia que não podia mais ficar longe dela, só precisava resolver meus problemas, aí eu iria até seus irmãos e contaria a verdade, arriscando uma guerra, mas pelo menos não mentiria mais para ela, não queria que ela sofresse, mas isso não tem como evitar. PERIGOSAS

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Revelo a ela primeiro e depois converso com Dark e Alexei, era mais provável me matarem a deixar Irina ser minha mulher, mas eu lutaria por ela com unhas e dentes. Eu sabia que tinha sido domado por Irina, não podia fugir e também não queria isso, não quero esconder o que sinto por ela. Era como lutar contra uma onda do mar, eu perderia. Um oceano inteiro, era isso que nos separava. Não falo propriamente do oceano, mas, sim, do segredo que guardo dela. Espero que logo resolvamos esse problema. Estava lotado o lugar quando entrei, mas não liguei, fui direto até Zaul sentado em um sofá no canto. Olhando ao redor para os Dons e suas submissas. — Capo, prazer em rever você aqui — comentou Zaul assim que me sentei e demos um aperto de mão. De onde eu estava sentado, via a entrada, onde a cada segundo entrava pessoas loucas para uma diversão. — Vamos direto ao ponto, você sabe por que Enzo quer minha irmã? E como ele descobriu sobre ela estar viva? — perguntei avaliando-o. — Você o ajudou? Ele engoliu em seco. — Eu não sei… — Não minta para mim ou isso acabará muito mal — avisei com tom mortal. — Estamos tendo uma conversa civilizada, mas podemos ir por outro caminho. Ele acenou para uma mulher alta com cabelos negros, então ela se sentou ao meu lado e começou a tocar em meu peito como se fosse para me distrair,

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querendo fugir do assunto. Mas isso não funcionou, não ligo para nenhuma dessas mulheres. Antes de eu tirar a mulher de cima de mim, eu vi Irina entrando no lugar. Ela estava magnífica, com uma saia curta, espartilho e cabelos presos. Linda, mesmo coberta de maquiagem. Por um momento fiquei com raiva de ela estar aqui vestida assim para se encontrar com alguém e fiquei mais furioso quando descobri quem estava com ela. Ela me viu no breve segundo em que nossos olhos se encontraram, então me ignorou e foi para seu amigo, ou seja lá o que esses dois são. Mas se aquele cara ousar tocar nela eu acabo com o maldito. Os dois sumiram em um corredor de quartos, que eu sabia servir para foder e ver show ao vivo também. Eu me perdi, saí de onde estava com Zaul e fui na direção de onde os dois foram. Mas antes que eu entrasse no quarto que os dois estavam, Luca chegou e segurou meu braço. — Controle-se, Matteo — pediu ele na minha frente. Eu tentei me esquivar do meu primo sem machucá-lo, o cara eram um bom lutador. — Sai da minha frente, Luca — rosnei com os dentes trincados e punhos cerrados. Minha língua estava com gosto de sangue de tanta fúria que eu estava sentindo. — Eu não vou deixar você ir lá dentro e fazer uma besteira da qual irá se arrepender depois. — Forçou o aperto em mim, me mantendo prensado na PERIGOSAS

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parede. — Alexei vai aparecer por aqui em algumas horas, se tocar em um deles estamos com problemas. Esse clube é do Vlad, ele se juga a Suíça, não fica de lado nenhum, então é um caminho neutro onde não pertence a lugar nenhum ou a máfia nenhuma. — Se ele tocar nela eu juro que o mato e não vou ligar para nada. — Ela é sua? Vai dizer a verdade a ela? Porque se não, Matteo, você precisa desistir dela, porque essa garota morre por você… — Ele se interrompeu com Jules saindo porta afora e me fuzilando com o olhar. — Ela fica com você enquanto pensa que ama outra pessoa — rosnou Jules. Eu saí dos braços de Luca e me lancei para Jules, colocando minha adaga em sua garganta. A lâmina estava tão perto, era só puxar e atravessar, matando-o. — Se a tocou… — Acha que eu fiz isso, porra?! — esbravejou ele na minha cara. — Ela pediu para que ficássemos, assim esqueceria você. Ela não disse isso, mas foi o que deu a entender, a dor nos olhos dela foi você quem colocou. Se não a ama não devia enganá-la saindo com ela e ficando com outra mulher nesse lugar. Eu travei minha mão, tentando me controlar e não enfiar a adaga em sua garganta. — Ela sabe que você ama a mulher de Shadow e ainda assim fica com você, já pensou o quanto isso é desprezível? Você, seu merda, não dá valor à mulher naquele quarto! — ele rugiu com fúria. — Você não sabe de nada, porra! — rosnei. O garoto tinha colhões de me enfrentar, ainda mais ignorando a arma em sua garganta. PERIGOSAS

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— A única coisa que eu sei é que se você não entrar naquele quarto agora e dizer a ela que acabou, eu juro que vou dizer a ela o que Lorenzo fez, e também aos irmãos dela, garanto que isso não vai ficar bonito. Se não a quer, apena termine tudo. Eu deveria me preocupar com sua ameaça ao dizer aos Dragon sobre Lorenzo, mas não ligo, só quero entrar lá e esclarecer as coisas com ela. Deixei todos ali e entrei no quarto, ela estava sentada sobre seus calcanhares, só de calcinha e sutiã. Sua respiração estava irregular, parecia nervosa. Eu nunca pensei que a veria assim tão submissa, muito menos para outro cara. Isso me fez me arrepender por não tê-lo matado quando tive a chance. Mas eu também sou culpado de tentar resolver tudo e deixar o nosso relacionamento por último, ela deveria ser a principal na minha vida. Agora eu vou provar o que ela significa para mim e que por ela sou capaz de tudo, matar, esquartejar e até correr um risco de uma guerra que não queria ao ir de encontro com Dark. Mas o que não posso é deixar as coisas como estão agora, fazendo a única mulher que amo sofrer e pensar que estou com ela por uma foda, quando na verdade eu a amo. Eu amo Irina Dragon, a filha do homem que meu pai matou.

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Acordei cedo com um corpo sarado e forte ao meu lado, podia sentir seu calor abrasador. Eu me virei e olhei para o homem lindo ao meu lado, rosto sereno, embora suas pálpebras tremessem de levem como se estivesse sonhando. Alisei seu rosto lindo que eu amava lembrando da nossa noite de ontem. Depois que ficamos no clube, eu vim para sua casa com ele, isso foi há uma semana, não queria ficar um segundo longe dele, sei que não terminamos de conversar ainda, ele não me contou sobre o segredo que me faria odiá-lo, até agora estou pensando e não consigo achar nada em minha mente capaz disso. Ele nunca foi tão carinhoso comigo como foi essa semana, seus beijos, carícias e amor. Ele não disse que me ama com todas as letras, mas disse que gostava de mim, e eu também sentia quando me tocava. Alexei não pôde vir me visitar, não sei se ele foi ao clube para a reunião que teria lá, não falo de negócios de máfia com ele, acho que está havendo PERIGOSAS

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algo que nenhum deles quer me contar, nem Nikolai e tampouco Alexei. Espero que tudo se resolva. Jules estava calmo esses dias, não vi acusação por não termos ficado juntos no clube, mas senti uma vibração estranha quando eu estava com Matteo no meu apartamento ontem e Jules estava lá também, parecia que nenhum deles ia com a cara do outro. Eu soube que Sírios foi preso e que estava sendo uma alma caridosa entregando os contratos das pessoas que venderam seus estabelecimentos no porto. Eu estava feliz porque sabia que tinha dedo de Matteo nisso, ele não disse nada e eu não perguntei como conseguiu algo assim, como se diz, cavalo dado não se olha os dentes. Não ia reclamar fosse lá o que ele fez. Eu esqueci tudo isso e foquei no homem ao meu lado dormindo. Curveime e fui beijá-lo, para despertá-lo, porque hoje combinamos de tomar café juntos antes de eu ir para escola. — Evy… Assim que esse nome saiu da sua boca, foi como se meu coração estivesse sendo esmagado e um balde de água fria tivesse sido jogado em minha cabeça, me fazendo esquecer tudo que vivemos essa semana juntos. Onde nós fodemos, fizemos amor, várias e várias vezes, depois assistimos a um filme, Diário de uma paixão. Ele me disse que precisava me dizer algo que me faria deixá-lo para sempre, será que ele quer dizer que ainda sente algo pela Evy? Semanas ao seu lado foram como um sonho que realizou, pena que todo conto de fadas tem seu tempo, e o meu agora acabou.

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O sonho virou pó ao ouvir esse nome em sua boca, por mais que seu gesto diga que ele me ama, suas palavras dizem o contrário, como agora, nesse momento. Eu travei a centímetros de sua boca, então seus olhos se abriram num rompante e ele congelou no lugar assim que notou o que fez e viu a dor em meus olhos. — Irina… Eu expirei, fechando os olhos por um segundo, e depois me afastei. Ou tentei. — Não devia me surpreender. — A dor era visível em minha voz, aliás, ela estava em todo meu corpo, se apossando de mim. Ele me pegou antes de sair da cama e pairou em cima de mim, não me deixando ir. — O quê? — Você nunca vai esquecer a Evelyn… — Meus olhos já estavam molhados. Não queria desmoronar na frente dele, mas ele não me soltava. — Esquecer Evelyn? Eu pisquei. — Me deixe ir, Matteo — implorei quase gritando. — Porra! — Ele parecia com dificuldade de respirar. — Acha que eu gostava dela? — Não gostava, ainda a ama — sussurrei lutando com ele, mas ele é mais forte e colocou minhas mãos acima da minha cabeça.

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— Você acha que eu a amo? Está louca? Quem estou fodendo todo esse tempo? Quem eu olho nos olhos toda vez que gozo? — Sua voz saiu dura e com raiva. — Eu, mas só porque não pode tê-la. Ele riu com amargura. — Acha que eu estava tendo sonhos com ela? — A raiva e dor eram evidentes em sua voz. — Você chamou nome dela enquanto eu estava tocando em você — sussurrei. — Eu estava tendo um pesadelo, Irina. — Você a ama. — Dizer isso arranhou minha garganta, mas era preciso que ele assumisse. — Diga que isso não é verdade, Matteo. — Sim, é verdade, mas… Eu senti como se ele me desse um soco no estômago… mas isso doeria menos. Claro, o pressionei para que contasse, mas no fundo tinha esperança… — Saia de cima de mim. — Não queria falar dos sentimentos dele por outra estando nua. — Não acredito nessa porra! — Ele me soltou e sentou na cama. — Depois de tudo que tivemos você acredita que estou apaixonado pela Evy. — Você acabou de dizer — rosnei me cobrindo com o lençol e me escorando na cama o mais longe dele que podia. Se eu fosse uma pessoa normal, era para estar correndo daqui para bem longe dele, assim meu coração não seria mais despedaçado do que foi hoje. PERIGOSAS

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Não sei por que não fui embora, talvez estivesse chocada e me sentindo dormente com sua revelação. Eu não sei. — Eu me importo com ela, assim como você se importa com Jules — suspirou com os punhos cerrados. — Sim, mas não estou apaixonada por ele — afirmei com a voz fraca. — Nem eu pela Evelyn — ele disse e passou a mão direita nos cabelos. — Quer a verdade? Eu assenti, ignorando seu tom duro como rocha. O que há mais para dizer além de ele amar minha amiga? — Há três anos, quando descobri o que meu pai fez, ou melhor, fazia com aquelas meninas, com a Evelyn. Ela estava presa em uma maldita cruz, um lugar onde os homens de Lorenzo colocavam as meninas que desobedeciam. — Ele me olhou de lado. — Você conhece a Evy, ela não se abaixa para ninguém. Sim, eu sabia que Evy tinha uma força da natureza, não a invejava por isso, afinal, sou igual. Às vezes me pergunto se foi por isso que Matteo se aproximou de mim… — Ela tem garras, acho que foi por isso que gostei dela logo quando a conheci. Eu tentei não pensar nele apaixonado por ela, mas agora, ao saber o que Evelyn sofreu, me dá vontade de eu mesma acabar com Lorenzo. Sabia que ela tinha passado por maus bocados, mas ser espancada e presa enquanto eles faziam isso? Quanta crueldade! Que esse monstro arda no fogo inferno assim que partir, espero que logo. — Eu admiro que, mesmo estando naquele lugar, ela era uma guerreira, lutava para se libertar, mas não só a ela, como também as outras meninas. — PERIGOSAS

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Ele suspirou. — Não sei por qual razão gostei dela, acho que sua tenacidade, embora às vezes meio sem filtro, mas ela morreria por aquelas meninas, se fosse preciso. Passei a lutar e fazer alianças para tirar todos de lá. — Mas primeiro você tirou a Evy. — As palavras apenas saíram antes que eu pudesse trazê-las de volta. Eu estava feliz por minha amiga ter sido libertada daquele lugar horrível. — Não foi pelo fato de eu gostar dela, se é isso o que pensa, mas, sim, porque ela era importante para eu fazer aliança com os MCs — disse. — Por ela ser irmã do Kill — sussurrei de olhos arregalados, ao descobrir isso. — Sim, descobri sobre Kill algum tempo atrás, Evelyn falava muito nele, e Kill também o fazia, sabia que ele moveria Céus e Terra para Evy ficar segura e também para salvar as meninas. Eu confiava nisso, então ela só tinha que estar lá. Eu permaneci calada esperando-o terminar sua história ruim, mas que terminou em um final feliz para a minha amiga. — Ela estava sofrendo pela sua família ter morrido, até pensava que Kill estivesse morto também, depois que ela foi presa e chicoteada, ela achou uma forma de esquecer a dor de perder sua família, decidiu que precisava substituir uma dor por outra pior do que a que ela sentia. — Ele expirou como se tivesse com dor. — Ela me pediu para tirar sua dor… Meu coração deu um solavanco ao imaginar que isso foi difícil para ele. Mas não vejo Matteo machucando alguém, muito menos a Evy. — O que você fez? — sondei preocupada com a tristeza em seus olhos e voz.

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— Era aniversário de morte dos pais dela, nesse tempo era onde ela se machucava para parar de sentir dor pela perda deles, foi onde ela me pediu que tirasse sua dor. Com pessoas normais, eu aconselharia um psicólogo, é claro que fiz isso, mas ela não quis ouvir e me disse que, se eu não fizesse isso com ela, ela mesma iria se encrencar e ir para o castigo de novo, então lá eles a açoitariam — ele sussurrou. — Eu poderia ter feito algo, menos o que ela me pediu. — Matteo — comecei a dizer, mas minha voz era fraca, não sabia o que dizer, estava chocada demais ao saber que ele a machucou. Certo, ela pediu. — Eu bati nela… Eu não sabia o que sentir em relação a isso, porque custava acreditar que Matteo fizesse algo assim. — Sim, eu mereço esse olhar aterrorizado que estou vendo agora, mereço desprezo, raiva e até a morte. — Você não fez isso porque quis, Matteo, ela quem pediu a você, não é? — Sim, mas isso não muda nada, eu devia ter feito algo para parar ela de alguma forma. — Ele fechou os olhos por um segundo. — Foi uma cintada, mas parece que foram milhares, até ouço seus gritos. Eles me atormentam. — Esse é seu pesadelo? — É verdade, Irina, eu sou um monstro, que diferença há entre mim e o meu pai? — Seus olhos negros se abriram e me fitaram. — Nada, tal pai, tal filho. — Você estuprou alguém? Porque acredito que não fez isso. Seu pai sequestrava as meninas, as mantinha prisioneiras e depois as dava aos seus homens, que as matavam. — Fui firme em minha voz e também acreditava

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nisso. — Você só fez isso com Evelyn porque ela pediu, o que foi estupidez da parte dela. Eu coloquei o lençol do lado e fui abraçá-lo por trás, mas ele se esquivou de mim. — Você não deve me tocar, não devia sequer ficar ao meu lado ou me amar, devia fugir para as montanhas. — Ele me lançou um olhar triste. — Quando um humano vê um leão assassino, ele foge para bem longe. — Você está dizendo que é um assassino? Porque, pelo que eu saiba, não tem a mais remota possibilidade de um humano fugir de um leão, ele acabaria… — Devorado, eu sou capaz de fazer isso com você, caso fique comigo. — Pode ser — concordei, peguei uma camisa dele e vesti. — Mas isso vai acontecer porque você não me ama ou não me quer, não porque fez o que fez com Evy ou por ser um assassino. Seu olhar estava entre dor e pesar. — É isso que acha? Que eu não amo você? — Eu sei que gosta de mim, mas também… Ele me cortou. — Eu posso ter gostado dela, sim, mas amor eu só senti por você, Irina. Quando gostava de Evelyn, ou pensava que sim, ela me perguntou se eu ficava com outras mulheres. Eu ficava, mas a partir do momento que conheci você, não quis mais ninguém e também não toquei qualquer outra mulher, só você. Eu arregalei os olhos.

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— Você me ama? — Prendi a respiração com essa notícia que me deixou feliz. Era a primeira vez que ele dizia isso com todas as letras. — Sim, eu amo com cada fibra do meu ser. — Você não parece feliz por me amar — sussurrei melancolicamente. — Eu estou, mas não é só isso, Irina, tem algo pior que vai fazer você querer se afastar… — O que é? Está me deixando nervosa. — Minha voz estava trêmula pensando no pior. — Eu não vou deixar você me deixar, te darei o tempo que quiser, mas não vou permitir que se afaste de mim, não posso perder você, não por causa disso. — Seu olhar para mim era intenso. — O que é? Que coisa tão terrível é essa? — Meu peito se apertou, tentando imaginar, e nada. Eu estava temendo o pior, e se for algo pelo qual não posso perdoá-lo? Que não posso aceitar? Tentei imaginar, mas não consegui, minha mente estava em branco. — Só fale de uma vez, Matteo. — Quando a conheci, fiquei louco querendo você, mas não sabia quem eram seus irmãos… — Por que não queria se aproximar de mim por eu ser uma Dragon? Você é inimigo deles e não me contou nada? Por acaso você se aproximou de mim por uma vingança ou algo assim? — Minha voz se elevou. Ele piscou. — O quê? Não é isso, jamais faria algo desse modo — apressou-se em dizer, mas senti nervosismo em seu tom e preocupação, só não sei o motivo. — Então o que é, Matteo? — Eu me senti aliviada, não o bastante para me tranquilizar. PERIGOSAS

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— Quando soube quem você era e que estava apaixonado por você, lutei contra o que eu sentia, porque sabia que você ia sofrer no final assim que eu revelasse o que aconteceu. — Ele suspirou e apontou para cama. — Melhor você se sentar. Eu me sentei como ele pediu, porque seu tom mostrava que a coisa era séria. Segurei meu nervosismo. Eu não gostava de me sentir assim, porque da última vez que me mandaram sentar foi para dar a notícia da morte dos meus pais há doze anos, aquele dia foi o meu fim na Terra, espero não ser aqui de novo. — Por favor, Matteo, diz logo. — Você sabe quem matou seus pais? — perguntou ele de repente. Eu pisquei. — O quê? Nikolai e Alexei não falam sobre ele, mas sei que se chamava Andrey Jacov, o chefe da máfia russa — eu disse. — Fiquei sabendo que ele foi morto em uma emboscada em Manhattan quase dois meses atrás. — Eles te contaram ou você descobriu de outro jeito? — sondou. — Que esse monstro desgraçado foi morto? Vi pela internet e soube que foi ele o mandante da morte dos meus pais após ouvir uma conversa de Nikolai e Alexei alguns anos atrás. Sabia que Nikolai buscava vingança contra ele, por isso se tornou chefe. — Franzi a testa. — Por que estamos falando disso? Ele suspirou. — Porque não foi Jacov quem matou seus pais, Andrey pode ter matado, sim, a mãe de Dark, mas não os seus pais, como todos pensavam. — Ele respirava meio irregular, como se fosse dizer algo difícil ou doloroso.

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— Não foi? Então… — Eu me interrompi com um assombro, não, isso não podia ser. — Lorenzo… Eu sentia como se uma onda gigante tivesse me dominado, tivesse sido lançada contra meu peito, me impossibilitando de respirar, incapacitando meus pulmões. — Não, isso não pode ser verdade. — Chorei, me pondo de pé com os punhos cerrados. Ele expirou ao ver a dor em meus olhos. — Sim, é verdade, Lorenzo pensava que seus pais tinham matado e estuprado minha irmã, Dalila… — Não, eles podiam ser tudo, criminosos e mafiosos, mas nenhum deles mataria uma criança, muito menos… — Sacudi a cabeça. — Meus pais jamais teriam matado ela ou alguém desse jeito, nem menos apoiariam algo assim. Mas você disse que sua irmã está viva… — Sim, ela está. Minha mãe forjou a morte de Dalila para ela não ser condenada a essa vida. Pode ter sido egoísmo da parte dela, mas ela fez isso para proteger minha irmã. — Enquanto isso meus pais morreram de graça — desdenhei, sacudindo a cabeça. — Você mentiu para mim. — Sinto muito, não queria fazer isso, não contei temendo a guerra que pode haver entre nossa família, mas porque você iria sofrer. Estou vendo agora a dor em seus olhos — sussurrou, vindo na minha direção. Eu me afastei dele, não querendo seu toque agora, e fui vestir minhas roupas às pressas. PERIGOSAS

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— Irina… — Não posso ficar aqui agora — chorei indo para a porta, mas ele pegou meu braço. — Por favor, Matteo… — Eu disse que daria seu tempo, Irina, mas não vou permitir que você me deixe, não posso ficar sem você, não posso perdê-la por algo que meu pai fez — ele me disse com ferocidade. — Se houvesse guerra, eu não queria você metida nisso. — Essa não seria sua decisão, no momento que soube quem eu era, você devia ter me contado a verdade, não mentido para mim. Agora como acredito em você? Não posso, só quero ficar sozinha — murmurei. Eu expirei fundo, limpando as lágrimas que desciam pela minha bochecha. No fundo ele tinha razão, Matteo não tinha culpa, mas agora está doendo sua mentira, eu amando o filho do homem que matou meus pais. — Lamento muito que esteja sofrendo, só queria proteger você disso, mas não pude — falou a meia voz assim que eu estava na porta. — Eu amo você como nunca amei na minha vida, Irina, e jamais vou desistir de você. Amo você, essas palavras eram tudo que eu queria ouvir dele antes dessa merda de bomba cair sobre mim e destruir minha vida.

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Um mês e meio depois

Dois dias após eu saber o que Matteo fez e ficar chorando por ele ter mentido para mim, e também pensando que amo o filho do assassino dos meus pais, pode parecer loucura, mas de alguma forma me sinto culpada por amar Matteo. Talvez meus pais não fossem aprovar. Por isso fui para a Rússia, bom, também para ficar um tempo longe de Matteo. Podia ver seus homens me seguindo, seu primo, para ser exata. Não queria correr o risco de ir procurá-lo, precisava de tempo, ainda mais esses dias. Amanhã faz um mês e meio que não vejo Matteo e treze anos da morte dos meus pais, por isso estou aqui, não posso ficar sem ir visitar seus túmulos. Esses dias foram turbulentos, era como se eu fosse um maldito robô, me movimentava, conversava e andava, mas estava fora do meu corpo, como um PERIGOSAS

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zumbi. Meus irmãos estavam mais nervosos com uma guerra chegando, mas o que me deixou aliviada foi que não era contra os Salvatore. Eu não contei a ninguém sobre o que Matteo me contou. Eu posso estar longe de Matteo agora, mas não quero que nada aconteça a ele ou a alguém da sua família por algo que o miserável do pai dele fez. Matteo não é e nunca foi como o pai dele, afinal, ele derrubou a sujeira e a quadrilha do velho asqueroso. Foquei no agora, vendo meu irmão destruir a sua namorada, mas o que não sabia era que ela é filha de Lorenzo, ou seja, irmã de Matteo. Nikolai me pediu para fingir que estava na cama com ele. Achei que a garota tinha feito algo errado ou algo que traísse meu irmão, mas no final foi só um plano, porque um cara chamado Vladimir estava de olho em nossa casa, tinha se infiltrado aqui, espiando tudo. Não sei por que ele a machucou, mas custou muito ao Nikolai dizer aquelas palavras duras que destruíram a garota. Samira é o seu nome. Meu irmão a ama, pude ver assim que Samira foi correndo embora da minha casa, a dor em seus olhos era visível, ainda mais quando soube que ela estava grávida dele. Eu fiquei olhando Nikolai e Alexei irem atrás de Samira, que tinha pegado o carro de Alexei e fugido. Não há nada que deixe meu irmão mais furioso que mexer em seus carros. Eu estava tremendo por dentro, não sabendo o que sentir agora, fui culpada de ajudar a ferir a irmã de Matteo, não queria isso. Posso estar longe dele, mas não o odeio nem quero fazer mal a ele ou à sua família. Se soubesse quem era ela não teria ajudado Nikolai a armar aquela atuação, no final, não valeu para nada, a menina acabou machucada, e o Vladmir sabia o PERIGOSAS

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que estava acontecendo aqui e que era atuação, tinha câmeras para todo os lados. — Senhorita Irina, podemos ir? — sondou o motorista. Eu estava indo ao cemitério ver meus pais, sempre que fico aqui vou quase direto. É uma forma que acho de ficar perto deles. Há dias que Nikolai está sumido, procurando Samira, esperava que conseguisse encontrá-la. Depois teria que me desculpar pelo que fiz a ela. — Alguma notícia de Nikolai e Alexei? — perguntei a Liam, um dos homens do meu irmão. Ele era alto, forte e olhos claros. — Estão chegando hoje, senhorita, já devem estar pousando aqui com o capo. Meu coração deu um solavanco tão alto que podia ouvir a quilômetros. — Matteo está com meus irmãos? — Minha voz subiu duas oitavas. — Sim — respondeu me avaliando. — Algum problema, senhorita? Todos os homens dos meus irmãos me chamavam assim, já pedi que mudassem seu jeito, mas eles disseram que era por respeito ao chefe deles. — Eles vão lutar pelo que o pai dele fez ao nossos pais? — Minha voz estava tremendo por me preocupar que meus irmãos lutassem com o homem que eu amo. — Parece que eles fizeram uma aliança… — Aliança? — arquejei, então pensei. Samira é a Dalila, irmã de Matteo, e Nikolai ama essa mulher, eu podia ver pela forma que a olhava e o tanto que o atormentou fazê-la sofrer. PERIGOSAS

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No final das contas, eles agora estavam se aliando por ela? Devo minha gratidão a ela por toda minha vida, afinal, não queria que o cara que eu amo e meus irmãos lutassem, isso me destruiria, acredito que a Samira também. — Sim, pelo bem e felicidade da namorada dele, a irmã do capo — disse ele com um suspiro. Assenti e fiquei em silêncio todo o caminho até o cemitério onde meus pais foram enterrados. As lápides deles foram feitas de mármore preto. Tem uma estátua do meu pai e de mamãe. Alexei se parecia com ele, já eu, com minha mãe. Ajoelhei em frente às lápides deles e coloquei as flores, rosas eram as preferidas da mamãe. Ela tinha uma estufa que até hoje Nikolai zela como se isso fosse deixar nossos pais vivos, e também a avó dele. Nikolai é filho de Sebastian Ruiz, um chefe do cartel mexicano que o abandonou em um hospital quando meu irmão era bebê. Jacov matou a mãe de Nikolai e então Sebastian só queria vingança, não ligou para mais nada. Meus pais adotaram Nikolai e o amou como um filho, não importando se não tinha o mesmo DNA, e com certeza eles dois estariam felizes com o que meu irmão se tornou. — Mamãe, papai, o que faço? Estou tão apaixonada por Matteo, que não suporto mais ficar um dia sem estar ao lado dele — sussurrei. — Ele é um homem honrado e com palavra, disse que me daria o meu tempo e deu, não me obrigou a escolher ele. Alisei o anel que ele me deu antes de me revelar toda a verdade, por alguma razão não consegui devolver o anel, porque precisava só de tempo, e tive esse tempo aqui com meus irmãos, na minha casa. — Lamento, não posso ficar mais longe dele de forma alguma. Fiquei esses dias, mas foi difícil, como se cada parte de mim tivesse sido PERIGOSAS

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despedaçada e esvaziada ao mesmo tempo. Como posso viver assim? Eu sei que o monstro do pai dele matou vocês, mas ele não tem culpa, nem Matteo nem a irmã dele. — Suspirei. — Queria tanto que estivessem aqui. Limpei as lágrimas. — Eu amo vocês demais… — fui interrompida com uma mão puxando meu braço. — Vamos… Ouvimos tiros sendo direcionado a nós, a mim e a Liam e mais alguns homens do meu irmão ao nosso redor. — O que está acontecendo? — Não devíamos ter vindo aqui, merda! — rosnou com dentes cerrados. Foi um sacrifício convencer meus irmãos a me deixarem sair de casa. Só deixaram porque hoje é um dia que considero importante para mim, o dia quem venho todo ano visitar meus pais. Eles também vêm, mas precisavam ir atrás da Samira, ou Dalila, seja qual for o nome pelo qual a irmã do Matteo queira ser reconhecida. Antes que eu argumentasse e dissesse alguma coisa, tudo ficou escuro ao sentir uma pancada na cabeça.

Abri os olhos e olhei ao redor, querendo saber onde eu estava. Senti minha cabeça dolorida. O lugar parecia ser um galpão ou algo assim.

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— Liam — chamei, tentando me mexer, mas senti minhas mãos amarradas. Não o vi em lugar nenhum. Meu coração estava acelerado e apertado, temendo tanto pela minha vida quanto pela dele, que estava comigo. Se eu tivesse ouvido meus irmãos, agora não estaria aqui, sendo raptada por alguém desconhecido e assassino. Fui enganada uma vez por Enzo, não considerava aquilo um sequestro, mas agora, sim, fui nocauteada e trazida para esse lugar, aposto que era para conseguir alguma coisa dos meus irmãos. Eu só espero que Samira esteja bem, que eles não tenham chegado até ela, afinal, ela carrega um bebezinho na barriga. — Vamos ver o quanto ele vai aguentar, talvez ainda esteja vivo — disse uma voz na minha frente. Eu o fitei e vi um homem forte, vestido com terno e barba grande. Tinha outro do seu lado, esse era loiro e com cabelos curtos. — O chefe deu você para degustarmos. — Seu olhar para o meu corpo me fez arrepiar de medo. — Dark vai escolher a sua mulher, por isso ele nos deu você e foi para ela… — Samira? Vocês estão com ela? — perguntei grogue e com raiva ao mesmo tempo. — A putinha do Dark? Oh, ela está agora com o chefe, e Dark e Alexei estão indo para lá agora. — O chefe o fez escolher entre você e a mulher dele, a que ele não quisesse era para aproveitarmos o quanto quiséssemos — comentou o barbudo. PERIGOSAS

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O loiro riu. — Vamos adorar te possuir. Porque parece que até o seu irmão Alexei foi com ele, desistindo de você. Eu evitei estremecer com eles dizendo coisas assim. Nenhum deles falou em Matteo, só nos meus irmãos indo atrás de Samira. Sabia que eles jamais me deixariam se algo fosse acontecer comigo, Nikolai e Alexei estavam com Matteo, garanto que é ele que está vindo até mim. Esperava mesmo que eu estivesse certa, não podia morrer aqui sem ver Matteo mais uma vez, o homem da minha vida, o cara com quem eu quero passar o resto da minha vida. — Meus irmãos vão vir — falei, tentando não pensar em Matteo agora. O barbudo riu após ver uma mensagem, depois me lançou um sorriso como se quisesse comer um canário, ou seja, eu. — Como disse, o filho da puta fez uma escolha, advinha quem ele escolheu? — Não foi você — cantarolou o loiro, sorrindo. Eu não ia implorar por minha vida, não a um bando de idiotas assassinos. O que eu vou fazer caso Matteo não chegue a tempo? Não posso ser tocada por esses monstros, prefiro a morte a isso. — Ele vai vir — sussurrei mais para mim mesma em particular, não posso perder a fé que tenho em Matteo. — Você não ouviu, putinha? Dark escolheu a outra cadela, não você! — O barbudo veio em minha direção. Meu coração gelou e fechei os olhos, não querendo ver o que estava prestes a acontecer. Oh, céus, nunca senti medo igual estou sentindo agora. PERIGOSAS

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— Matteo — sussurrei de olhos fechados, não querendo ver o que ia acontecer. Eu poderia mandar todos irem se foder e irem para o inferno, mas estava tremendo demais, como medo de algo ruim acontecer comigo. Ouvi um baque como de algo caindo no chão, mas não abri os olhos, não querendo ver quem ou que é. Mãos tocaram as minhas e comecei a gritar. — Não me toque! — Irina, sou eu — disse uma voz que eu conhecia entre milhões, mesmo de olhos fechados, então eu os abri, me deparando com sua expressão mortal. — Você está bem? Eu suspirei aliviada vê-lo aqui, e os homens mortos com adagas em suas cabeças. Então os tiros começaram por todos os lados. Matteo desatou as cordas e me abraçou forte, como se quisesse me manter no círculo de seus braços para sempre. — Matteo, eu estava com tanto… — Eu sei, querida, estou aqui agora — garantiu me puxando dali. — Vamos embora. Eu vi Nasx, o cara é mais fodão do que já vi, e sua expressão mortal também. Hunter estava lá junto com vários homens lutando e atirando. Matteo me puxou para o fundo do galpão e me levou na direção do carro. — Liam… — Ele vai ficar bem — garantiu me puxando para o banco de trás do carro. Eu me aconcheguei ao seu lado e respirei seu cheiro que eu tanto amava. PERIGOSAS

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— Matteo… — Oi, querida. — Seu tom estava diferente, um pouco rouco, como se quisesse controlar sua raiva. — Eu estava com medo de que fosse morrer e não dizer a você que eu o amo. — Olhei nos olhos dele. — Que não ligo para o que seu pai fez, você não é ele e jamais será. Amo você porque é corajoso, forte, fiel à sua palavra. Me deu tempo mesmo sofrendo em relação a isso. Você queria me procurar, mas como prometeu a mim, ficou afastado. Ele franziu o cenho. — Falou com Luca? Eu conversava com Luca direto, precisava saber como Matteo estava indo, seu primo disse que ele estava sofrendo, mas como me prometeu o meu espaço, ficou longe, mas custou muito a ele. — Sim, desculpe, eu só… — Eu sei, querida. — Ele beijou meus cabelos. — Você me perdoa? — sussurrei. — Ainda me quer? Ele me afastou e eu me encolhi. — Perdoar você? Querida, você não fez nada, precisava daquele tempo, o que eu disse não foi fácil. — Ele beijou minhas pálpebras. — E quanto ao que sinto? Mudou… — Oh! — murmurei, mordendo os lábios para não chorar. — Está cada vez maior, tanto que às vezes não sei como somar. — Ele me deu um beijo casto. — Alguém sabe quantas estrelas tem no céu e quantos grãos de areia há no mar? Impossível, pois é o mesmo que eu sinto, é tão forte que não sei viver sem você, minha pequena pacificadora. PERIGOSAS

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Eu subi em seu colo, ignorando que tínhamos uma plateia, Samuel. Depois ouvi um som como de um vidro subindo, a divisória do que ficava entre o motorista e o banco do passageiro foi colocada, então estávamos só nós dois. Eu o beijei, faminta. — Irina… você… — Eu quero você, Matteo, mais do que tudo, não quero pensar em nada que houve hoje, só em estar aqui — sussurrei quase desesperada por seu toque. — Por favor. Ele gemeu e suas mãos foram para o meu vestido, levantando-o, rasgando minha calcinha. Logo eu estava montada nele e seu pau me preenchendo centímetro por centímetro, até me preencher por completo. Seus beijos eram fortes e urgentes enquanto eu rebolava em seu pau. Tentei fazer o mínimo de barulho possível, mas estava difícil, eu queria gritar, tamanho era o prazer que estava sentindo. — Eu amo você, Matteo — sussurrei nos lábios dele, o fitando intensamente. — Como eu amo você. — Puxou meus cabelos, me fazendo gemer. — Não vou deixá-la partir de novo, a partir desse momento, você é minha mulher. — Eu não quero partir. — Alisei seu rosto com as pontas dos dedos. — Você é tudo que eu quero na minha vida, casar, ter filhos e ser sua mulher para sempre. Há muito tempo eu esperava por isso, por ouvir essa declaração com todas as letras saindo de sua boca. Sonhava todas as noites em ouvir o som disso, demorou um pouco, mas consegui ter o amor desse homem.

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— Sempre. — Ele selou nosso juramento com um beijo enquanto gozávamos e nos amávamos ao mesmo tempo.

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Uma semana depois

Matteo queria falar com meus irmãos sobre nós dois, mas Nikolai levou dois tiros e quase morreu. Então pedi que esperasse até ele ficar melhor. Matteo, como sempre, concordou, o que me fez amá-lo mais do que nunca. Eu estava feliz por meu irmão estar bem, ele levou tiros para salvar Samira. Heroico da parte dele. Eu sabia que ele faria qualquer sacrifício por aqueles que ama. O medo passou assim que soube que ele estava bem e vivo. Eu estava na sala enquanto Matteo e Alexei conversavam com uns homens que chegaram à nossa casa. Não os conhecia. Nikolai estava no hospital ainda, mas bem, graças aos Céus. Se estivesse aqui seria pior controlar três caras, já bastava ter que controlar Alexei e Matteo. — O que vocês querem? — perguntou Alexei com tom mortal e frio. PERIGOSAS

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Eu estava espiando, não querendo deixá-los sozinhos, embora não pudesse lutar com esses caras mal-encarados e sombrios. — Pietro Petrova mandou vir aqui para propor aliança entre nossas famílias — disse um cara alto, moreno e que usava óculos. Alexei fechou a cara. — Não faremos aliança com aquele miserável de forma alguma, pode voltar e dizer isso a ele — disse Alexei com os punhos cerrados. Eu não estava contente com o rumo dessa conversa, qualquer coisa chamaria Kriger, ele resolveria tudo, mas acho que nem precisava, já tinha bastante homens aqui, tanto dos meus irmãos quanto de Matteo. — Pensa bem, podemos nos aliar, o chefe tem uma filha, ela pode ser sua esposa ou do Dark, e sua irmã pode se casar com Pietro — disse ao Alexei. Eu gelei por dentro. Não, meus irmãos não podiam me obrigar a me casar com alguém que eu não quero, não é? Eu sei que precisaria casar algum dia, mas não posso, não se não for com Matteo, só ele me importa assim. — Ela não vai se casar com aquele desgraçado — rosnou Matteo com dentes trincados. O barbudo olhou para Matteo de lado. — Não acho que eu esteja falando com você, capo. Afinal, o que faz aqui? Achei que estivesse sequestrando crianças para estuprar. — Sorriu. — Não sou contra, adoro broto virgem, o chefe vai gostar da garota Dragon, com certeza ela… Eu estava a ponto de responder mesmo indo contra meu irmão na frente dos seus homens e desses caras sem escrúpulos. Principalmente esse verme aqui, que desrespeitou um capo. PERIGOSAS

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Matteo se lançou para o cara, o derrubando no chão, e começou a socá-lo com toda fúria. Armas foram apontadas, dos sete homens do cara e também dos homens do meu irmão. Meu sangue gelou, eu sabia que a fúria de Matteo era porque o homem me xingou, e não por falar aquilo das meninas sequestradas. Talvez fossem as duas coisas, quem sabe? Eu corri para fora e fui na direção do Matteo, chamando pelo seu nome. Não consegui chegar perto dele, porque Alexei me pegou e puxou para ele. — Matteo — falei em italiano —, acalme-se, por favor. Eu adoraria ver o verme morto também, esse bastardo estava no território dos meus irmãos, e qualquer coisa esse Pietro poderia acusar de algo e vir para cima. Não quero isso, afinal, foi uma guerra que levou Nikolai para o hospital, não quero que mais ninguém se machuque. — Matteo — chamei de novo, lutando contra o aperto de Alexei que estava calado, vendo tudo e sem fazer nada. Ao som da minha voz, ele parou e ficou ali, de joelhos, onde socava o cara, mas parou quando pedi que parasse. Matteo expirou e se afastou do cara, seus punhos estavam sujos de sangue da cara do homem que parecia desacordado ou morto. Ele olhou para mim, a sombra escura estava em suas feições, o tornando mortal. — Amo você — sussurrei, mexendo os lábios sem sair som algum para Alexei não ver nada, embora ele com certeza desconfiasse, disso não tenho dúvida. Matteo virou as costas e saiu rumo ao seu carro. Eu ia dar um passo até ele, mas Alexei segurou meu braço. PERIGOSAS

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— Me deixe falar com ele, Alexei. — O que está acontecendo? Você viu? Aquilo em seus olhos são demônios. Acha que vou te deixar perto dele? Eu ri amarga. — Quando você mata pessoas não fica assim? — retruquei. — Por favor, preciso falar com ele antes de ele ir embora, não posso deixá-lo partir assim. — Irina… — Alexei, por favor — supliquei. Ele amaldiçoou e me soltou, só corri na direção de Matteo e fiquei na sua frente antes de ele entrar no carro. — Matteo, espera… — Irina… — A dor era evidente na sua voz e olhos negros como ônix. — Não! — rosnei. — Fiquei quase dois meses longe de você, não vou permitir que se afaste de mim. — Eu sou um monstro — afirmou sombrio. — Pode ter partes sombrias em você, mas não é um monstro, sabe por quê? — Não esperei o responder. — Porque nenhum monstro fez o que você fez para aquelas meninas que salvou, nenhum monstro arriscaria a vida por uma mulher, nenhum monstro é capaz de amar assim como você me ama. Matteo enfiou a mão em meu cabelo e me puxou para ele, colando sua testa na minha, sem tirar seus olhos dos meus. — Lamento pelo que presenciou agora há pouco — sussurrou. — Não me importo com isso, aliás, estou triste que não tenha matado o filho da puta. — Forcei um sorriso para tranquilizá-lo. — Amo você, tanto PERIGOSAS

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seu lado sombrio quanto o carinhoso, faz parte de quem é. Espero que um dia consiga tirar pelo menos um terço dessa escuridão. — Também amo você, minha princesa. — Sorriu, afastou e piscou para alguém atrás de mim. — Alexei. — Tem dois segundos para dizer que porra aconteceu aqui e por que vocês dois estão juntos. — Sua voz era sombria, assim como a forma com que fuzilava Matteo com o olhar. — Matteo já está de saída — falei empurrando Matteo para o carro e ficando de frente para meu irmão. — E você e eu vamos conversar depois, assim que Nikolai sair do hospital. — Temos que falar agora — retrucou. Eu olhei para onde os homens de Pietro estavam indo embora com o cara todo arrebentado e sangrando. — Alexei, eu sei que tem muitas perguntas e vou responder a todas, só que agora não é o momento — informei. Samira estava no carro no qual Matteo ia entrar antes. Matteo só veio se despedir de mim antes de aqueles homens aparecerem e estragarem tudo. — Alexei tem razão, Irina, preciso falar com ele, depois falo com Dark — disse Matteo. Eu não queria, mas os dois se afastaram de mim e ficaram na varanda. Olhei para Samira meio tristonha, acredito que por causa do Nikolai. Eu me sentei no carro ao seu lado. — Nikolai vai ficar bem, não se preocupe — falei com firmeza, assim ela não desmoronaria, nem eu. PERIGOSAS

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— Eu sei, ele é um homem forte, poderoso e, sobretudo, magnífico. Confio que ele vai ficar bem. — Ela se parecia demais com Matteo, pele branca, cabelos escuros e olhos também escuros tornando-a mais bela. — Eu sinto muito — ela sussurrou. Eu pisquei e a fitei de lado, não entendo por que ela sentia muito sendo que fui eu que fingi estar na cama com Nikolai. — O quê? — Estou falando sobre o que Lorenzo fez… é por causa dele que os seus pais não estão vivos, e por minha culpa também, de certa forma. — Tudo bem — sussurrei encolhida. — Eu sei que não foi sua culpa ou de Matteo. Jamais o acusei, nem perto disso. — Então por que ficou esse tempo longe dele? Ele me contou tudo, que está apaixonado por você. Ele achava que você o odiava para ajudar Nikolai na mentira. — Não foi por isso, meu irmão pediu e faço o que ele manda, não por ser chefe, mas porque o amo. Não sabia quem você era até que ele disse no quarto aquelas palavras a você. Espero que o perdoe, porque ele não vive sem você. Nikolai a ama e jamais a enganaria com ninguém. — Eu sei que ele jamais me enganaria com alguém, é só que tenho medo… não dá para evitar — comentou. — Meu irmão beija o chão que você pisa. Nunca achei que alguém fosse capaz de penetrar a armadura que ele tinha dentro de si, mas você entrou e derrubou — sussurrei impressionada. — Não precisa temer nada, ele jamais arriscaria a própria vida se não fosse por alguém que ele ama, isso só aconteceu porque Nikolai a adora. Ele não ligou para quem você era, o amor falou mais alto. PERIGOSAS

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Ela suspirou e olhou para Matteo e Alexei conversando com seus homens ao redor. — Eu não queria ter nascido na máfia, fugi deles até quando pude. Quando fiquei sabendo que Nikolai era da máfia, tudo em mim dizia para me afastar, mas não consegui, o meu amor e desejo por ele falaram mais alto. Por ele eu enfrentaria tudo, a máfia, a dor, o medo. Até mesmo as abominações que tanto odiava na vida — sussurrou ela encolhida. — Eu soube do que aquele monstro fez — comentei. — As crianças. Jesus, até Evelyn foi raptada por corja toda. Não critico você por ter ficado longe deles, eu também ficaria. — Eu queria falar com ela, sei lá, saber o que pensa, se sente raiva de mim por ter sido tirada de sua infância com sua família… — Sua voz falhou. — Por que não faz isso, então? — sondei curiosa, embora suspeitasse. — Tenho medo de que ela não me perdoe. Vocês duas têm sérias razões para me odiarem por toda a minha vida. Suspirei. — Não odeio você e acredito que Evelyn também não. — Sorri tristemente. — Devo mencionar que, assim que soube quem você era, eu fiquei balançada, mas após perceber o quanto você ama meu irmão, superei. Você não tem culpa. Ela sorriu. — Obrigada — disse e piscou, vendo o anel que eu rodava no dedo. — Quem deu esse anel a você? Matteo? Eu assenti olhando para Matteo, que não tirava os olhos de nós duas, tinha um brilho intenso neles. E por incrível que pareça, os dois estavam também se entendendo, pelo menos não estão lutando.

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— Sim. Antes de me dizer o que o pai de vocês dois fez com os meus — sussurrei. — Lorenzo pode ter meu sangue, mas hoje ele não é mais meu pai. Eu abomino pessoas como ele, e se aquele monstro matou minha mãe, então seus dias estão contados na Terra. — Seu tom era amargo. — Mas o que houve depois? Por que meu irmão não daria esse anel a ninguém que não significasse nada para ele. Ele pertenceu à minha avó, mamãe tinha ciúmes dele e fez Matteo prometer que o daria à sua esposa só se estivesse apaixonado. — Espere… sua mãe? Eles a mataram? — indaguei sufocada e com raiva. — Vladmir que comentou, mas talvez estivesse só dizendo isso para me ver sofrendo. Agora só quero me concentrar em Nikolai ficar bem, queria estar ao lado dele, mas o verme do meu tio foi me buscar no hospital e me tirou de lá. — Vai dar tudo certo — sussurrei a verdade. — Eu no começo fiquei confusa e com remorso por me apaixonar pelo filho do homem que matou os meus pais. Mas nenhum de vocês dois tem culpa daquele sádico ter feito o que fez. Matteo chegou até nós e me abraçou forte. Antes de ir embora, senti que ele queria fazer mais que apenas abraçar, mas meu irmão estava à espreita ali, como um falcão e com cara de poucos amigos. Perguntei o que eles conversaram, mas ele falou que era papo de homem, deixei quieto não por opção, mas porque o tio dele ligou, apressando para poder pegar o voo para a América. Os dias foram ruins sem Matteo, mas eu não podia ir agora, tinha que tomar conta do meu irmão Nikolai. PERIGOSAS

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Matteo estava com raiva do seu tio, mas não perguntei por que e não acho que ele diria algo.

A recuperação de Nikolai foi bem difícil, o homem não parava quieto nem um segundo, parecia uma criança de quem eu tinha que tomar conta, e eu o obrigava a tomar os remédios na hora certa, mesmo sem ele querer. Após uma semana na Rússia, depois de Matteo e Samira irem embora, agora que conseguimos vir para a América, isso porque o velho do tio de Matteo estava querendo arrumar casamento para Samira, isso deixou Nikolai desnorteado, para não dizer furioso. Bota fúria nisso. — Vai dar tudo certo, meu irmão — falei a ele assim que pousamos em Chicago. Alexei, Nikolai e eu fomos para uma casa gigante que Nick comprou e que fica perto da casa do Matteo. Acredito que ele fez isso para deixar Samira próximo à sua família quando eles se casarem e vierem passar tempo aqui. — Estou louco aqui sem saber o que está acontecendo lá agora. — Tinha impotência em seu tom, algo que raramente eu vejo. — Tem homens lá com ela, nada vai acontecer — falei a ele com firmeza e convicção. Ele não respondeu, mas eu esperava mesmo que nada viesse a acontecer nessa festa, nem com Samira. Ela me pediu que a chamasse assim, embora o seu irmão a tenha ignorado e a chamasse de Dalila.

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Mais tarde naquela noite, chegamos à festa. Nikolai estava sentindo dor pelos ferimentos que teve, já era para estar melhor, mas o cabeça dura não para quieto um segundo. Ainda mais depois de saber o que se passava aqui com os Salvatore. Eu devo dizer que não estava preparada para a coisa bombástica que estava acontecendo e que foi revelada na festa. Tudo esplêndido, a sala imensa com estilo italiano estava decorada agora para uma festa a rigor, pessoas elegantes com vestidos de festa estavam por toda a parte, sorrindo falsamente. Já cansei de dar sorriso assim nas festas que meus irmãos davam. Quando foi revelado o que Enzo fez, a morte de Giulia, os vídeos que a mulher fazia para seus filhos comprovavam isso. Toda vez ela fazia um, e foi no último que o maldito chegou e a matou, fazendo parecer que ela se suicidou. O pior foi que também matou a mãe de Luca. — Nunca imaginei que seria capaz de chegar a esse ponto — rosnou Luca com fúria na voz. — Você matou minha mãe também. Por quê? Só para se casar com Dalila e ter um maldito cargo? Parecia que Enzo estava forjando casar Samira com um cervo dele, mas o bastardo que iria se casar com ela e ter o poder de capo, isso após matar Matteo e tomar posse do trono. — Ela era uma inútil e estava me atrapalhando na conquista do trono, o qual eu merecia por direito. — Trono? Seu desgraçado de merda! — Luca se lançou contra Enzo e o socou no rosto, fazendo o velho cair para trás feito uma abóbora madura. — A reunião acabou! Samuel? Prenda todos os capangas desse homem — Matteo rosnou, olhando para o tio como se ele fosse um inseto que logo mataria. PERIGOSAS

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— Vamos, Irina. — Alexei pegou meu braço. Matteo virou para Samira, que estava furiosa ao lado de Nikolai. — Pode ficar com Nikolai essa noite? Só confio você a ele ou aos MCs. Assim as pessoas saíram da casa indo embora, como Samira e Nikolai. Podia ver que ele estava andando meio torto devido à dor, mas não demonstrou, no meio dos outros. — Irina… — Não posso deixar ele sozinho aqui, Alexei. Eu preciso ficar — falei ao meu irmão. Matteo e Luca, assim como alguns de seus homens, saíram levando Enzo para um corredor do lado de fora da casa, acredito que lá é o porão. Nem quero imaginar o que vai acontecer lá, embora não ligue. — Não vou deixar você — rosnou ele. — Não confio em ninguém dessa casa. — Não tem ninguém aqui, vou ficar bem, você não tinha um compromisso depois da festa? — falei soltando um suspiro. — Sou maior de idade e vacinada. Ele fez uma careta. — Irina, não me provoque, — Por Deus, Alexei, só me dar um segundo para ficar sozinha, olha como ele saiu daqui, quando voltar vai estar mil vezes pior do que quando bateu naquele cara lá em casa. Preciso fazer isso, Alexei. — Peguei suas mãos. — Por favor, me deixe fazer isso por ele, eu o amo. — Eu vou ficar até que ele venha. Sei que não falamos sobre isso, mas não quero que você tran… PERIGOSAS

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— Pelo amor de Deus, não vai falar sobre sexo agora, não é? Além disso, vou me casar com ele. — Meu tom era decisivo, sabia que logo isso aconteceria. — Quando se casarem vocês… Eu virei as costas para ele e fui para a cozinha, me deparando com Zaira sentada à mesa da cozinha. — Oh… oi — falei baixinho e me sentei ao seu lado, tudo para fugir da conversa sobre sexo com meu irmão. Agora não é o momento. — Oi, menina. — Sorriu de modo triste. — Está esperando o menino Matteo? — Sim, ele não vai sair bem de lá de dentro — sussurrei olhando na direção de onde eles foram. — Ainda bem que ele tem você, já o menino Luca não vai ter ninguém para ele. — Seu tom era triste. — Amo esses meninos como meus filhos, não gostaria que sofressem. Ela contou algumas coisas que aconteceram quando os meninos eram crianças, Matteo, Luca e Dalila, como ela a chama. As aventuras, embora poucas, no meio dessa família criada por regras duras. Antes que eu falasse ou perguntasse mais alguma coisa, ouvi Alexei conversando com Matteo. — Onde está Irina? — Sua voz estava grossa. Corri para a sala e o vi parado ali, com a roupa suja de sangue e as mãos machucadas, como se tivesse socado muito… Merda! A sombra em seus olhos era evidente, quase palpável.

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Alexei não queria ir embora, mas a dona Zaira disse que não sairia daqui e que tudo ia ficar bem. Eu não liguei para isso, só peguei a mão de Matteo e o levei para o seu quarto. Fui direto para o banheiro. — Irina… — começou ele. — Shhh, eu vou cuidar de você — falei tirando suas roupas sujas de sangue. Não perguntei o que houve e não quero saber o que aconteceu com aquele traste do Enzo. — Ele a matou, a minha mãe… — Não pense nisso agora, querido. — Eu o levei para debaixo do chuveiro. — Só pense em minhas mãos tocando sua pele agora e que eu vou estar sempre ao seu lado. Peguei shampoo e coloquei em seus cabelos, lavando todo sinal de sangue que tinha nele. Espero um dia limpar a escuridão que tem dentro dele. Já havia antes, imagina agora, que ele fez seja lá o que com seu próprio tio, a família. Ele fechou os olhos e expirou. — Sinto, são macias como pluma, tão suaves quanto o vento — comentou. — Isso, continue assim, só pense em mim agora que vou levar essa maldita escuridão para longe. — Alisei seu rosto e o beijei de modo doce. — Não pense em nada agora, só nesse momento e que eu amo você. Seus olhos se abriram e tinha algo diferente, quase ternos, com adoração. — Também amo você. — Suas mãos foram para o meu vestido e ele puxou as tiras, fazendo-o virar retalho no chão. PERIGOSAS

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Coloquei minhas pernas à sua volta e os braços em seu pescoço e o beijei enquanto ele me preenchia e me fodia com força. Senti minhas costas na parede enquanto ele estocava cada vez mais forte dentro de mim. — Isso, querido, me fode com força — pedi puxando seus cabelos. — Adoro seu pau, estava com saudades dele. Ele rosnou apertando mais minha bunda e acelerando os movimentos. Suas mãos e aperto em mim eram fortes, como se ele quisesse entrar em mim, não no sentido figurado. Não demorou muito e ele gozou. Eu o segui, sentindo cada textura de sua pele na minha, e nossos movimentos sincronizados com o outro. — Achei que estivesse com saudades de mim. — Ele beijou meu pescoço, me fazendo tremer ainda mais. — Sim, estava louca para ver você, mas também estava louca para ter o seu pênis. — Eu me remexi, dando ênfase ao que eu estava dizendo. Ele riu. Esse som aliviou meu coração apertado, porque o fiz esquecer a escuridão que o atormentava. Olhei seus olhos e alisei suas pálpebras com toque suave. — Amo você, com você aqui tudo fica suportável, natural e confortável. Eu sorri. — Bom saber que posso te alegrar com uma foda, vou lembrar disso depois do nosso casamento. Posso ser bem caprichosa e intuitiva. — Puxei seu cabelo. — Vamos aproveitar cada segundo, meu querido. — Sim, nós vamos — concordou me beijando.

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Cinco meses depois

Eu estava nervosa porque hoje era o grande dia, falo grande, porque é praticamente um milagre um homem como meu futuro marido estar apaixonado por mim. Eu falo isso não por ser feia, porque isso eu não sou, mas porque o cara grita poder e às vezes é um tanto frio com as pessoas. Notei que ele age diferente com quem conhece, igual com a Evelyn e comigo, era só Matteo se acostumar e gostar da pessoa. Eu não sentia mais ciúmes da Evelyn, não porque ela está com Shadow, mas, sim, porque Matteo me ama. Posso sentir na forma que me olha com adoração e fervor. Da mesma forma que meu irmão olha para Samira. O relacionamento deles está indo as mil maravilhas, os dois se casaram não tem muito tempo, agora ela mora na Rússia, mudou seus estudos para lá. PERIGOSAS

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Até soube que ela tem uma exposição de suas obras em uma galeria em Moscou. Eu estava feliz pelos dois, eles merecem, após tanto sofrimento. O amor supera tudo. Sempre ouvi isso e não achava possível, mas é verdade. O amor superou o preconceito e a raiva que Nikolai sentia pelos Salvatore, ou seja, Samira, já que ela é uma deles. Eu também, de certa forma, mas a mudança veio de Matteo, ele me disse que o meu amor tem capacidade de trazê-lo para a luz, de afastar qualquer escuridão que queira se apossar dele, principalmente à noite, quando vinham os pesadelos. Embora eu ainda o pegue acordado de vez em quando, então dou o meu amor e carinho para fazê-lo esquecer o que fez com Evelyn e outras coisas que o atormentam de vez em quando. Mas estou lá sempre que precisa de mim. Conheci a irmã de Nikolai, Tabitta, mulher forte e guerreira. Soube que ela enfrentou muitas coisas por causa do pai dela, que morreu com Andrey Jacov no navio em Manhattan. Suspeito que foi Nikolai que acabou com os dois, embora não tenha certeza disso e não vá perguntar. Seja como for, os dois mereciam estar mortos. Tabitta é uma loira linda, cara de Nikolai, ela é casada com Jason Falcon, já vi lutas dele na TV antes de ele se aposentar, embora o cara só tenha vinte e sete anos. Os dois têm dois filhos, uma menina de nove anos, que é a cara de Jason, cabelos castanhos e olhos cor de chocolate, e um bebezinho. A menina se chama Emily, e o garotinho, Miguel. Estou agora aqui na sala da casa de Matteo. Estava em frente ao espelho, me olhando com meu vestido branco com uma alça do lado direito, pérolas sobre as conchas onde ficam os seios, modela minha cintura fina e é rodado até os pés. PERIGOSAS

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Meus cabelos estavam presos em coque perfeito e alguns fios soltos ao lado do meu rosto. — Não acredito que vou me casar com ele — sussurrei para mim mesma. Na salinha ali estavam Evelyn que vestia um vestido prata. Sara já vestia um cinza, de uma manga só. Tabitta estava com um vestido de cetim vermelho. Samira estava com um tomara que caia salmão. As quatro estavam maravilhosas. — Meu irmão beija o chão que você pisa — informou Samira sorrindo, alisando sua barriga enorme, faltavam poucas semanas para meu sobrinho nascer. — Eu sei, só estou nervosa, sabe quando você tem algo tão bom que custa acreditar que seja real, mesmo vendo e tocando como faço com ele? — Também me sinto assim às vezes em relação ao Nikolai, mas sei que ele é meu de corpo e alma — declarou Samira, alisando sua aliança. — Todas nos sentimos assim de vez em quando, mas nossos homens são reais e nos amam muito — disse Tabitta. Houve uma batida na porta. Tabitta foi olhar e veio sorrindo. — Kriger está aqui para levar você ao altar — disse. Nikolai e Alexei queriam fazer isso, me levar ao altar, mas como não posso escolher entre os dois, então decidi ir com Kriger, de quem gostava como um segundo pai, embora nesse tempo vivendo aqui em Chicago eu mal tenha conseguido vê-lo. Entretanto, eu o amava demais. Assenti e fui para o corredor, mas antes dei uma última olhada no espelho e vi meus olhos azuis brilhantes e empolgados com o meu para sempre ao lado do homem que amo. PERIGOSAS

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Kriger vestia um terno preto e tinha barba grande. Ele sorriu assim que cheguei perto dele. — Você está tão linda! — sussurrou ele emocionado. Pegou meu braço e se posicionou para me levar para fora da cozinha, porque o casamento seria lá fora. — Obrigada. Nesse dia eu queria meus pais aqui do meu lado, queria que papai me levasse ao altar, mas isso é impossível, devido ao monstro do Lorenzo. Que apodreça no inferno, que é o lugar de pessoas como ele. Lorenzo morreu alguns meses atrás, não me fez falta nenhuma e garanto que para ninguém. — Seus pais iriam adorar estar aqui, se fossem vivos. Eles apreciariam o noivo que você escolheu. — Eu sei — sussurrei. — Matteo é alguém para amar, tive uma baita sorte. Assim que cheguei a um corredor improvisado fui tomada pelo cheiro de flores que vinha das guirlandas à minha volta. Estava com muitas pessoas me encarando, tanto conhecidos dos meus irmãos como de Matteo, máfia russa e italiana. Jules, assim como dona Benita, também estava aqui no casamento, o Jerry veio com uma garota loira, fiquei feliz por ele estar se alicerçando e por ter me esquecido. Talvez nunca tenha me amado como mulher, só como amiga. Eu não liguei para os rostos ao redor, só ligava para o homem que me encarava com um olhar apaixonado e cheio de adoração como já vi antes, um que nunca me cansaria de ver e amar. PERIGOSAS

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Matteo estava vestido com um terno preto, cabelo ligeiramente penteado e uma postura séria, mas eu o conhecia bem o bastante para saber a emoção por trás daquela fachada. Máfia e suas regras de não demonstrar sentimentos na frente dos outros. Um absurdo, por sinal, eles não são robôs. São pessoas com sentimentos, pelo amor de Deus. Mas quem sou eu para mudar algo? Ainda mais as regras da máfia de Matteo, embora agora eu vá ser uma Salvatore também. Eu seguia cada passo tranquila, embora me sentisse um pouco nervosa, mas isso não estragaria a minha felicidade de logo ter esse homem ao meu lado para sempre.

Eu estava no altar esperando minha futura e esposa, que estava no quarto se arrumando, vir até mim. Muitas coisas aconteceram esses dias, meu tio Enzo foi morto, espero que apodreça no inferno. Por culpa dele fiquei meses assombrado, não por quase tê-lo matado, mas pela forma como Luca o matou. Se fosse uma pessoa normal, não sentiria nada por ser alguém como Enzo, mas ele era da família e matou minha mãe. Embora suspeitasse, mas quando vi o vídeo, o que houve, a cegueira da raiva se apossou de mim. Irina estava lá para mim me trazendo de onde minha mente fodida estava. Aquela mulher tem esse poder comigo. Como uma luz no meio da imensa escuridão que me cerca.

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Eu tive a maldita sorte de ter alguém como ela e que me ama da mesma forma que eu a amo. — Como estão as coisas com Alexei e a garota de Pietro? — perguntei ao Dark do meu lado. Alguns meses atrás Pietro veio pedir parceria com Dark, que rejeitou até no dia do casamento dele, aí o maldito verme do Pietro morreu e deixou sua filha sob nossa proteção. Rayssa é o nome dela. — Nem me fale, todo dia reclama que a menina é petulante e boca esperta, não faz nada do que ele manda — comentou ele com um suspiro olhando para o irmão. — O que ele esperava? Uma serva submissa? A menina é filha de quem é, claro que vai contestar as coisas que ele quer que faça — comentei. Ele sorriu. — Também acho isso, o bom é que até agora a garota está coberta. — Alguma notícia de Patrick Petrova? — sondei. Eu estava muito envolvido em meu casamento esses dias e não prestei atenção em nada. Só queria dar esse tempo à minha linda noiva e agora futura esposa. Eu nunca fui tão feliz como estou agora ao lado dessa mulher magnífica, como não amar alguém assim? Ela estava lá nos meus piores momentos, tomando conta de mim, não me deixando afundar mais. Dark suspirou. — Não, ainda tudo no silêncio, acredito que ele esteja deixando a poeira abaixar para poder fazer sua jogada, ou que esteja a procurando por debaixo dos panos. PERIGOSAS

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— Não tem chance de ele chegar até ela, não é? — chequei com um suspiro. — Não, ela está fortemente protegida — ele disse e apontou para o irmão. — Ele é bom em deixar alguém no escuro. Alexei só saiu hoje porque era casamento da irmã dele. — Não é muito bom ele ser visto em nosso meio, vai que alguém está de olho? — Sim, assim que acabar aqui ele vai voltar — concordou ele. — E quanto ao garoto? Pablo estava sentado com Zaira na fileira da frente. Eu o tinha deixado coberto, devido ao Lorenzo e Enzo, agora que os dois estão no inferno, que é o lugar deles, Pablo pode sair do esconderijo, soube que ele vai ficar com sua família na Itália, fiquei feliz por ele. — Ele decidiu ir para a Itália viver com a família — disse a ele. — Que bom, o garoto ficou muito tempo trancado, agora precisa estar livre e viver. Vai continuar com ele trabalhando para você? — Sim, não posso simplesmente deixá-lo partir, afinal, ele sabe demais, então concordamos que tem coisas que Pablo pode fazer na Itália — informei. Ele sorriu. — Acho que chegou a hora. Eu segui seu olhar e vi Tabitta vindo até nós com um sorriso de orelha a orelha. — Ela já está vindo, está tão linda que parece um sonho — sussurrou com os olhos molhados. PERIGOSAS

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Eu sabia que minha garota era linda, porque ela sempre foi a coisa mais preciosa do meu mundo inteiro, a forma como me olhava e sorria, até mesmo me provocava. Ela estava ao lado de Kriger, o cara que a tirou do carro no dia que seus pais foram mortos. Agradeço a ele por salvar a criança que seria minha mulher no futuro. Irina estava linda, toda de branco e com um sorriso que quase me deixou de pernas bambas. O ministro falou as palavras, mas eu mal ouvi, só o que eu via era a deusa maravilhosa à minha frente e que logo seria a minha fortaleza, o meu refúgio… meu tudo. Aliás, ela se tornou tudo a partir do momento que me apaixonei por ela. Quando chegamos à parte que ela era minha nas leis dos homens e de Deus, juro que queria gritar feito um doido pela emoção que estava sentindo. — Aceito — respondeu ela com os olhos molhados. — Para sempre — jurei. — Eu os declaro marido e mulher, agora pode beijar a noiva — declarou o ministro. Ela sorriu e pude ver travessura em seus olhos lindos da cor do céu sobre nossas cabeças. Eu toquei seu rosto com delicadeza, como se fosse frágil, e o trouxe para o meu, roçando meus lábios nos dela. Ela jogou os braços em minha volta e me beijou com fervor. — Gosta de me provocar, meu marido? — sussurrou em meu ouvido. — Vamos ver quem acaba caindo no final. PERIGOSAS

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Eu ri baixinho. — Estou contando com isso, querida. — Sim, estava contando com o fato de que agora nós dois teríamos uma vida inteira juntos. Sei que nem sempre será tudo mar de rosas, mas estaremos juntos para o que der e vier. Nesse momento só quero viver o presente e não pensar no que de ruim pode acontecer no meu mundo, principalmente se uma guerra estiver no horizonte. A única certeza que terei é que ninguém vai tocar na minha família. Esse sorriso dela e o amor que posso ver em seus olhos… não, ninguém podia tocar nela, nem que para isso eu matasse todos aqueles vermes imundos antes de nos atacar. — Amo você — declarou. — Também te amo com a minha vida. — Beijei-a de novo, selando meu juramento eterno.

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Meu sangue fervia ao ver aqueles miseráveis aqui na minha frente, por tantos anos tive que ficar impotente, devido ao velho asqueroso do Lorenzo. Não podia ajudar nenhuma daquelas meninas, já que só cumpria ordens. Mas enfim minha vingança chegou, posso não ter aqueles que eu queria, mas esses vão servir. Sorri com frieza vendo todos os homens presos e nus à minha frente, seus medos eram minha alimentação. Alguns dizem que não tenho alma, nessas horas, quando estou eliminando homens assim, acredito neles. — Você não sabe com quem está mexendo — sibilou John. Ele era casado com uma menina de doze anos. E passava informação para os homens aqui presos também, governadores, senadores, homens de alto escalão conhecidos por todos. Alguns dias atrás descobri onde seria a reunião que o mercado negro teria com seus convidados. Falei com o capo e apreendi todos aqui. — Estão todos aqui? — perguntou o capo. PERIGOSAS

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Tinha uns cinquenta nesse galpão, amarrados em cadeiras, mas havia outros em outro lugar, tive que dividir, e alguns foram mortos no processo. — Todos, fora os que morreram durante a emboscada — respondi. Um cara riu com frieza. — Seus vermes, ainda falta o pior de nós, até mais do que você! — sibilou o senador Miles para o capo. — Acredito que vá me dizer o nome dele, não é? — O capo se aproximou dele com uma expressão mortal. Merda, se faltou um, isso não vai ficar bem, ainda mais após acabar toda a quadrilha de bandidos estupradores. — Samuel, Luca e eu cuidamos desses aqui, você e Frank vão cuidar dos que estão na outra sala, faça-os sofrer antes de terem sua morte — disse Matteo, tirando suas adagas do bolso e indo ficar na frente do senador. — Sim, senhor — respondi e me virei, mas antes ouvi os gritos do senador, olhei a tempo de ver o capo enfiando sua adaga na barriga do verme e puxando, deixando um imenso buraco que, juro, suas tripas logo cairiam para fora. O chefe é bom torturador, assim como eu, mas com toda a escuridão que eu via nele, hoje também vejo luz, quando está perto de sua esposa. Irina, aquela mulher veio para trazer uma paz que antes o chefe não tinha. Cheguei ao galpão dos homens que iria eliminar, aqui estava todos que eu queria ver sofrer por machucar mulheres e crianças. Sou um bastardo de coração frio, sim, mas tenho minhas regras, não curto estupro e pedofilia, por isso vou amar acabar com esses vermes. — Por favor, nos deixe ir, prometo que não vou mais a lugares como aquele — implorou um gorducho. PERIGOSAS

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Eu o ignorei. Peguei os galões de gasolina e joguei em cada um deles. — O que pensa que está fazendo? — perguntou um cara apavorado, cuspindo gasolina. Sorri de modo sinistro. — Mandando todos para o inferno, vocês não merecem uma bala, isso não os faria sofrer, mas terão uma morte com muita dor, seus malditos. Igual fizeram com algumas mulheres, não é? — Não… — Então gritou quando acendi o isqueiro que uso para fazer serviços assim. — Não se preocupe, logo vocês vão estar no inferno — respondi jogando o isqueiro aceso em uma poça de gasolina. — Você também vai para o inferno, seu miserável, posso ver o brilho em seus olhos por nos matar! — gritou um dos caras, vendo o fogo se aproximando. — Patrick Petrova vai acabar com você, pode ficar ciente disso. — Sim, então nos vemos no inferno em breve. — Sorri vendo as labaredas subirem e chegar até eles. Posso ser um demônio de coração frio, mas não ligo. Porque esses homens merecem coisa pior que morrerem queimados. — Ele vai acabar com todos que você ama… Eu virei as costas assim que o fogo começou a arder no lugar. Ignorando os gritos dos merdas, saí de lá, fechando a porta, embora nenhum deles fosse conseguir fugir dali. Patrick Petrova? Merda! Isso ia ficar feio, ele era o chefe da máfia que estava à procura de uma garota chamada Rayssa, a mesma que Alexei protege. A guerra estava se aproximando. PERIGOSAS

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Precisava ver Lis, ninguém poderia tocá-la ou eu juro que derrubarei todos que entrarem meu caminho. Meu peito se apertou pensando nela correndo perigo de novo. Isso não pode acontecer, por mais que eu queira que ela fique comigo, isso não pode acontecer. Chegou a hora do adeus.

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Ivani Godoy - Príncipes da máfia 3 - A escolha

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