Desenvolvimento de produtos sustentáveis - Ezio Manzini e Carlo Vezzoli

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1. DC"Cfl\'O!V imt?llto ... u\tcnlü, cl 2. Dc'-.it2-1l lT()lú~ic() ."l. Illlpacto alllhiental A I ai i''';:10 4. Produto, indu,triai, De,ign 5. Prote,ão alllhicnlal 1. Ve//oli, Carlo. 11. Título ( 'D D-65 X 5752

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índices para catílogo ~iql'lllátic():

I. Produto, indu'lriai, : RelJui,itm alllbientai, : De,i)'n : Adlllini,tra,Jo 65K.5752 2. Prodllto~ ~u~lcntúvei ... : DC,

esçOlha de b$lliental. É verdade, porém, que a combustão dos plásticos, do carvão e do papel, produz

2. Veja o exemplo do capítulo 2 da Parte m.

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Parte II

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Projeto e o Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

fumaças 3 e deixa sérios resíduos 4 , e também é verdade que os incineradores de hoje são dotados de sistemas de filtragem capazes de respeitar as normas exigidas de saúde humana e de proteção ambiental. Muitas vezes, o alto custo destes sistemas sofisticados de tratamento é que se torna o maior obs-

-

táculo à sua difusão e uso. Outras vezes, os obstáculos são de cunho político e social, isso considerando as freqüentes manifestações de protesto de pessoas que não querem um incinerador próximo às suas habitações. Sem prescindir de análises mais atentas (que indiquem com precisão os méritos e os defeitos da reciclagem e da incineração), podemos todavia estabelecer uma prioridade ambiental levando em consideração o que já foi analisado anteriormente a respeito da reciclagem em efeito cascata que possa ser desencadeada, isto é, podemos praticar a reciclagem até o ponto em que a deterioração das características do produto que está sendo reciclado faz com que ele não seja mais utilizável (que é o que leva o nome de reciclagem

em efeito cascata). A partir deste ponto podemos promover a recuperação energética através da incineração. Tais considerações não valem, de forma genérica, para todo e qualquer tipo de produto eliminado. Por exemplo, é seguramente mais importante incinerar os materiais que contenham compostos orgânicos tóxicos. Enfim, como é óbvio, para que projetos de extensão da vida útil dos materiais sejam definidos com mais eficácia, precisam ser consideradas algumas características dos processos de reciclagem, compostagem (compost) e de incineração. Durante o desenvolvimento de um projeto que contemple o baixo impacto ambiental e que considere o fim de vida dos materiais contidos nos produtos, a reciclagem se apresenta com uma importância muito relevante. Por isto, no quadro específico a seguir, descrevemos tal processo (o tipo de ma-

3. Os gases à base de cloro e bromo são os mais agressivos. A dioxina é formada através da combinação do cloro com outros resíduos orgânicos. 4. Destes resíduos conhecidos como slag (escória), podem ser recuperados somente alguns metais.

A Extensão da Vida dos Materiais

teria) que deve ser recicJado, suas fases e percursos, bem como as infraestruturas que os ativam). QUADRO

A RECICLAGEM

Classes de Materiais Reciclados Inicialmente, é importante distinguir os materiais reciclados em relação às fases do ciclo de vida do produto e onde tais materiais estão disponíveis. De maneira esquemática, podemos definir duas classes de materiais: Os reciclados pré-consumo e os reciclados pós-consumo. Os materiais pré-consumo podem ser divididos, por sua vez, em duas subcategorias: • Refugos (materiais) e subprodutos de um determinado ciclo produtivo

(by-product), que são gerados e normalmente reciclados dentro do mesmo processo produtivo. • Materiais que derivam de refugos e excedentes, gerados externamente ao processo produtivo original, em qualquer fase da produção. Os materiais pré-consumo normalmente são limpos, bem identificados e adaptados à uma reciclagem de alta qualidade. Os 'materiais pós-consumo provêm de produtos e embalagens eliminadas pelo consumidor final. Geralmente são de baixa qualidade e, portanto, mais difíceis de serem reciclados.

Percursos da Reciclagem Há dois percursos fundamentais para a reciclagem dos materiais, o percurso em anel fechado e aquele em anel aberto.

Reciclagem a anel fechado Entendemos por reciclagem a anel fechado o sistema em que são usados materiais recuperados no lugar de materiais virgens na produção de pro-

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Parte li' O Projeto e o Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

dutos e demais componentes, Esses novos materiais recuperados são derivados dos próprios produtos e componentes anteriormente eliminados. Teoricamente, um modelo a anel fechado pode se auto-alimentar durante um certo período de tempo, sem necessidade de ser completado com novos materiais virgens. Na realidade, não podemos falar de um fechamento completo do ciclo. De fato, é difícil que um sistema se auto-alimente por muito tempo sem o uso de recursos externos. No entanto, a reciclagem dos materiais também consome uma quantidade significativa de energia. Além do mais, o empobrecimento do processo é constante, porque também a reciclagem sempre gera refugos e, habitualmente, verifica-se uma certa redução das características do material reciclado. É o caso, por exemplo, com materiais como os polímeros (mais precisamente os termoplásticos). Os metais, por sua vez, por razões químico-físicas, recuperam mais facilmente suas características originais. Na realidade, tudo isso acontece devido ao fato de a indústria da reciclagem em geral ter nascido muito antes dos materiais termoplásticos. Em outros termos, a evolução das tecnologias de reciclagem foi maior para os metais do que para os polímeros. Partindo das últimas tecnologias de reciclagem empregadas, podemos ainda contemplar avanços e melhoramentos, sobretudo se pensarmos nas perspectivas da reciclagem química. Os materiais pós-consumo são dificilmente recuperáveis pelo sistema a anel fechado. Mas, este modelo também foi adotado e está difundido no

contexto industrial. Mesmo que ainda não possamos falar de uma completa conclusão da busca pela reciclagem, um sistema que relaciona aos próprios empresários produtores a responsabilidade pelo processo de determinar o destino dos materiais dos seus produtos apresenta as suas vantagens: • Obriga os produtores a pensarem em projetos que facilitem a reciclagem. De fato, hoje em dia já existe um interesse direto neste tipo de operação.

A Extensão da Vida dos Materiais

• Facilita o tratamento dos produtos eliminados, pois o produtor conhece muito bem a configuração dos produtos que ele produz e pode(ria) reciclar. Por outro lado, quando é feito por terceiros, um processo de reciclagem pode apresentar mais problemas, como, por exemplo, a identificação dos materiais e a sua correta separação. A desvantagem, por sua vez, é aquela de o produtor não poder operar em

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larga escala sobre grandes quantidades de produtos e com materiais diversos (ficaria, pois, limitado à arena da sua produção). Para os pequenos produtores, por sua vez, o problema ultrapassa o debate da vantagem / desvantagem, pois, na verdade, é a realidade econômica que o impede de agir.

Reciclagem a anel aberto Sob a expressão reciclagem a anel aberto entende-se a reciclagem de materiais provenientes de diversos produtos e de diferentes produtores. Isto acontece normalmente com materiais de pós-consumo. As vantagens são: • A grande quantidade de materiais a serem beneficiados ao mesmo tempo, aumentando, portanto, uma possível economia em escala dos reciclados. • A ampla gama de operações necessárias para a reutilização do material reciclado. A desvantagem, no caso, é que neste processo se opera com um mix de produtos diversificados e provenientes de diferentes produtores. O fato de não existir um conh~cimento preciso da proveniência do material, e portanto de suas características potenciais, faz com que o processo muitas vezes seja usado em produtos com requisitos inferiores à potencialidade do material reciclado. Devido a isso, os materiais reciclados acabam sendo muitas vezes desvalorizados.

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Parte 11.

O Proleto e o Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

Fases da Reciclagem No que concerne à reciclagem pós-consumo, podemos distinguir as seguintes fases: • Recolha e transporte; • Identificação e separação; • Desmontagem e/ou desmembramento; • Limpeza e/ou lavagem; • Pré-produção de matérias-primas secundárias.

Recolha e transporte Inicialmente, os produtos eliminados devem ser recolhidos e transportados aos lugares de armazenagem para ser efetivada a reciclagem. Durante a operação de recolha e de transporte dos materiais, muitos atores podem ser envolvidos, inclusive o consumidor final. Assim, o usuário também tem um papel fundamental, uma vez que é ele a determinar o fim do uso do produto e, de fato, iniciar assim o ciclo da recuperação. As operações de recolha e transporte não devem ser subestimadas, seja em termos de planejamento logístico (logística do regresso), seja no que. concerne ao impacto ambiental. Muitas vezes esta fase é aquela que, de fato, prejudica a economia e as vantagens ambientais da r-eciclagem.

Identificação e separação Quando os produtos eliminados chegam ao lugar da sua reciclagem, é necessário identificar precisamente os materiais, para saber quais partes devem ser recolhidas (e como) e quais descartadas.

Desmontagem e/ou desmembramento Para que um material que compõe um produto possa ser reciclado, ele deve ser logicamente separado dos outros. Mas isto não só quer dizer separar os plásticos dos aços, mas também os diferentes tipos de plásticos existentes no mesmo produto. Na verdade, quase todos os plásticos apre-

A Extensão da Vida dos MateriaiS

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sentam temperaturas de transformação diferentes e não podem ser injetados, extrudados ou beneficiados conjuntamente.

É importante recordar que muitos materiais podem ser reciclados juntos sem que sejam comprometidas as características e qualidades provenientes dessa mistura. Algumas combinações de materiais são, portanto, absolutamente sinérgicas. Os materiais que podem ser reciclados juntos sem comprometer a qualidade da reciclagem são chamados de materiais com-

patíveis. Mais precisamente, a compatibilidade de dois materiais é medida pela qualidade da mistura final resultante. As propriedades desta última dependem das características de base dos dois componentes, ou melhor, da adesão entre as duas fases (P La Mantia, 1991). A identificação dos materiais pode ser feita por meio da desmontagem ou do desmembramento e sua sucessiva separação'-

Limpeza e/ou lavagem Uma vez separados

6 ,

os diversos materiais ainda podem apresentar várias

formas de contaminação? Nesses casos, os materiais são novamente limpos, para não comprometer as características da reciclagem.

Pré-produção de matérias-primas secundárias O material pode ser reutilizado diretamente; mas geralmente são reprocessados, sendo melhoradas as suas características (upgrading) através de aditivações e processos específicos.

Andamento dos custos da reciclagem Uma série de variações define o custo total da reciclagem e, portanto, a sua viabilidade econômica.

5. Para saber a repeitodas diversas opções de separação dos materiais, ver o capitulo 7, "Facilitando a Desnl(mtagem" .

6. Pode acontecer. no caso dos plásticos. que a lavagem seja feita antes da identificação e da separa-

ção. 7. Por exemplo, as etiquetas c os adesivos que estão no próprio produtos.

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Parte 11· O Projeto e o Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

• custo das operações de recolha, transporte e armazenagem

8 ;

• custo de desmontagem ou de desmembramento: Produtos facilmente desmontáveis reduzem o tempo do processo e, portanto, os custos da separação dos materiais; • alto custo das matérias virgens: Vários materiais estão acabando e, portanto, o custo de seus recursos está destinado a aumentar; se aumentarem, tendem a crescer as vantagens do mercado de materiais reciclados; • custo dos depósitos de lixo urbano: A redução da disponibilidade de espaços físicos e a tendência a legislações mais severas em relação aos requisitos necessários para os lugares destinados a depósito de lixo também fazem com que o custo aumente; • valor (preço) do material reciclado: Materiais facilmente desmontáveis são tendencialmente menos contamináveis; a pureza do material aumenta a sua qualidade e, portanto, o seu valor de mercado. Como se vê, um importante item em que o projetista pode intervir é na desmontagem do produto. Mais adiante este item vai ser definido com melhor precisão, e descritas as estratégias úteis para tal orientaçã0

9

Exemplos

RECICLAGEM DE GARRAFAS DE PLÁSTICO PARA ÁGUA A seguir são descritas as características gerais dos materiais plásticos para as garrafas e as possíveis fases e processos para a reciclagem desses materiais.

Os Materiais Os materiais mais usados para garrafas plásticas são o PVC (permeável ao CO ) e o PET (impermeável ao CO ). 2

8.

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2

problema de custo está presente também na recolha de lixos destinados à incineração, à

compostagem ou ao depósito de lixo urbano. 9. Ver capítulo "Facilitando a Desmontagem".

A Extensão da Vida dos Materiais

Os Sistemas Possíveis de Reciclagem

e as Várias Fases

Pré-consumo

- em linha Pós-consumo

- recolha; - separação; - moagem; - limpeza (segunda separação); - extrusão; - reutilização.

Métodos Disponíveis para a Separação dos Plásticos Identificação física

A separação pode ser conduzida manualmente (por reconhecimento visual) ou automaticamente (escaneamento por vfdeo e comparação com modelos de referência). Erros humanos e produtos deformados levam a uma separação pouco acurada. Escaneamento químico

É usado na identificação de componentes complexos através do reconhe-

cimento da composição molecular do polfmero utilizado. É aplicado para contentores em PVC em que o cloro é facilmente identificável. Recentemente outras técnicas de análise em infravermelho estão ampliando o campo de uso desse tipo de tecnologia. Separação por densidade

É usada depois da trituração e explora as densidades dos vários tipos de

plásticos existentes. Seleção eletrostática

É um método inovador para separar poli meros triturados, que utiliza as

caracterfsticas eletrostáticas.

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Parte II

O Projeto e o Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

6.2. LINHAS DE REFERtNCIA (LINHAS GUIAS)

o projeto para a extensão da vida dos materiais pode ser articulado com as seguintes linhas de referência (linhas guias) 10. No que concerne à reciclagem, as linhas guias seguem substancialmente as várias fases da reciclagem . • Adotar a reciclagem em efeito cascata; • Escolher materiais com tecnologias de reciclagem eficientes; • Facilitar a recolha e o transporte após o uso; • Identificar os materiais; • Minimizar o número de materiais incompatíveis entre si; • Facilitar a separação dos materiais incompatíveis entre si 11; • Facilitar a limpeza; • Facilitar a combustão; • Facilitar a compostagem (compost).

6.3. ADOTAR A RECICLAGEM EM EFEITO CASCATA

Na reciclagem, adotar uma abordagem com efeito em cascata quer dizer planejar e projetar o uso dos materiais reciclados de forma que estes sejam aplicados de maneira seqüencial em produtos de qualidades cada vez mais inferiores até à exaustão da qualidade do material, como ilustrado na figura 16. Como já foi dito anteriormente, a premissa desta estratégia consiste no inevitável empobrecimento das características e da qualidade dos materiais reciclados em relação ao material virgem. Isto acontece tanto por razões tecnológicas como econômicas. Podemos, portanto, praticar a reciclagem do mesmo material seguidas vezes, utilizando-o em produtos com qualidades cada vez mais inferiores (ver exemplo). Por fim, quando as características do ma-

10. Estas se referem à extensão pós-consumo. 11. A respeito desse item, chamamos a atenção para o capítulo "Facilitando a Desmontagem".

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A Extensão da Vida dos MateriaiS

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Fig. /6 Reciclagem em efeito cascata.

Indicações para adotar a reciclagem em efeito cascata • Predispor e facilitar a reciclagem dos materiais com componentes de qualidades mecânicas inferiores

e,emplo 1

• Predispor e facilitar a reciclagem dos materiais com componentes de qualidades estéticas inferiores

e,emplo 1

• Predispor e facilitar a recuperaçâo por combustão do conteúdo energético dos materiais.

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Parte 11

O Projeto e o Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

6.2. LINHAS DE REFERtNCIA (LINHAS GUIAS)

o projeto para a extensão da vida dos materiais pode ser articulado com as seguintes linhas de referência (linhas guias)lO. No que concerne à reciclagem, as linhas guias seguem substancialmente as várias fases da reciclagem. • Adotar a reciclagem em efeito cascata; • Escolher materiais com tecnologias de reciclagem eficientes; • Facilitar a recolha e o transporte após o uso; • Identificar os materiais; • Minimizar o número de materiais incompatíveis entre si; • Facilitar a separação dos materiais incompatíveis entre si 11; • Facilitar a limpeza; • Facilitar a combustão; • Facilitar a compostagem (compost).

6.3. ADOTAR A RECICLAGEM EM EFEITO CASCATA

Na reciclagem, adotar uma abordagem com efeito em cascata quer dizer planejar e projetar o uso dos materiais reciclados de forma que estes sejam aplicados de maneira seqüencial em produtos de qualidades cada vez mais inferiores até à exaustão da qualidade do material, como ilustrado na figura 16. Como já foi dito anterionnente, a premissa desta estratégia consiste no inevitável empobrecimento das características e da qualidade dos materiais reciclados em relação ao material virgem. Isto acontece tanto por razões tecnológicas como econômicas. Podemos, portanto, praticar a reciclagem do mesmo material seguidas vezes, utilizando-o em produtos com qualidades cada vez mais inferiores (ver exemplo). Por fim, quando as características do ma-

10. Estas se referem à extensão pós-consumo. 11. A respeito desse item, chamamos a atenção para o capítulo "Facilitando a Desmontagem".

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Uma das janelas do software Eco-it. Pre Consultant

Por fim, é importante recordar que a presença desses métodos e de dados seguros limitam o seu campo de análise, não fornecendo as indicações das linhas guias projetuais. Indicam, portanto, onde estão os problemas, mas não apontam as soluções.

Os Instrumentos para o Desenvolvimento dos Produtos Sustentáveis

Evolução dos Instrumentos de Auxílio para o Projeto Sustentável

Os instrumentos auxiliares de projeto estão evoluindo e ampliando as suas potencialidades e suas eficácias em relação aos critérios de redução do impacto ambiental no ciclo de vida total do produto exemplos l-S. Em particular, podem ser evidenciadas as seguintes linhas de referência (linhas guias): • Aumento das serventias do ciclo de vida total; • Integração mais ou menos simplificada de LCA às fases de desenvolvimento do produto; • Integração de expert rules relativas às várias fases de desenvolvimento dos produtos; • Especialização por setores mercadológicos ou tipos de produtos e subprodutos; • Adequação às várias fases e aos vários atores envolvidos no desenvolvimento de produtos (por exemplo novas interfaces); • Integração com os instrumentos e os procedimentos de projeto usados de forma correta (por exemplo o CAD e o CAM). • Adequação da análise de determinados sistemas através de um mix integrado de produtos e serviços2. Exemplos

Eco.offlcina Instrumento realizado pelo ClR.IS do Politécnico de Milão (CNezzoU)"il'é destinado aos projetistas e também ao ensino. Este trabalho foi comissionado pelo ANPA e é um software instrumental.de análise do impacto ambiental (LCA), gestão da concepção e análise durante a fase de idealização de produtos e serviços eco-eficientes, através da orientação e auxflio de linhas de referência (linhas guias) projetuais. 2. Refere-se aos conceitos introduzidos no capítulo "Oportunidades e Vínculos Econômicos para o Life Cycle Design", da parte precedente.

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Diagrama multi-estratégico para a ges~ e análise das idéias e dos conceitos iniciais

Uma dai jalfe/as dQ software Eco.officina. CJR.JS·Polilecnlco Mi/ano

2. Ecodesign. A Promising Approach to Susrainable Production and Consumption Realizado pela TU Delft (Holanda) e comissionado pela UNEP (United Nation Environmental Programm). Fornece um critérIO global que define as estratégias para o desenvolvimento dos produtos e uma metodologia pragmática para Inserir os reqUlsitos ambientais como práticas normais de projeto.

,

3. EDIP (Environmentaf Design Strategies, Environmenral Specificarion, Environmenral Design and Rufes) Produzido por TU da Dinamarca. ~

um conjunto de instrumentos de software - Integrados entre si e com

um sistema para a lCA - para suporte a decisões durante as várias fases do projeto.

Os Instrumentos para o Desenvolvimento dos Produtos Sustentáveis

4. ECODesign tool Produzido por Design for the Environment Research Group - MMU e Nortel, do Reino Unido. É um programa baseado em regras (expert rufes) para dar suporte a quem projeta durante as vária fases projetuais. Está integrado com os instrumentos CAD. Este programa nasceu em um projeto de pesquisa mais amplo chamado de Design for Environment Decision Support (DEEDS) e ativado por Engineering and Physical Sciences Research Council.

5. E./M.E-tool É um software de um projeto francês de cooperação entre a Ecobilance, a

associação das indústrias eletrônicas e um grupo de empresas. Foi estudado para aplicação no setor da eletrônica, para ser um instrumento eficaz durante as várias fases do dclo de vida do produto em relação áos vários atores que dele fazem parte (tendo diversas interfaces).

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Apêndice

o Impacto Ambiental do Nosso Sistema de Produção e Consumo

1.1. EFEITOS AMBIENTAIS

Cada ação humana determina uma absorção/aquisição de recursos do ambiente. Por outro lado, acontece também a liberação de vários tipos de emissões, isto é, de agentes químicos ou físicos, como substâncias, ruídos etc. Sejam extrações ou emissões, estas são formas de impacto ambiental. A emissão diz respeito à liberação de substâncias no ambiente, enquanto que o uso das matérias-primas determina a extração de substâncias do ambien-

te. Cada forma de impacto tem, portanto, na sua origem, uma troca de substâncias entre o ambiente e o sistema de produção e consumo. Este sistema, como conjunto de ações humanas na sua complexidade, determinou e continua a determinar uma situação insustentável de carga e

descarga para o meio ambiente. Em outros termos, a extração dos recursos e a liberação das várias emissões determina os impactos que não são absorvíveis pelo nosso ecossistema de uma forma que compromete o equilíbrio de sobrevivência da flora, da fauna bem como do próprio homem. De modo geral, os impactos podem ter amplos efeitos de extensão geográfica. Em particular, fala-se dos seguintes problemas: Nível local, quando os efeitos estão no próprio lugar de produção, na .• rua ou em um depósito urbano; • Nível regional, quando os efeitos se alargam em uma determinada área geográfica, por exemplo, a poluição vizinha às próprias regiões industriais; • Nível global, como, por exemplo, as mudanças climáticas da terra.

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Parte IV. Apêndice

Em seguida, apresentamos alguns dos mais conhecidos efeitos ambientais determinados - por extrações ou por emissões - pelos impactos (ver também as tabelas de resumo que se encontram no final deste Apêndice). • Esgotamentos dos recursos naturais; • Aquecimento do globo terrestre; • Redução da camada de ozônio; • Poluição; • Acidificação; • Eutrofia; • Toxinas no ar, água e solo; • Lixos e descartes . . 2. ESGOTAMENTO DOS RECURSOS

A reserva mundial de combustíveis fósseis, de urânio e de alguns outros materiais I traz grandes preocupações. Em outros termos, o esgotamento dos recursos (os inputs do nosso sistema de produção e consumo) é considerado como um problema para a sustentação econômica do nosso modelo de produção e consumo. O uso de recursos que podem esgotar-se é, por outro lado, um problema vital, se nos referirmos ao paradigma da sustentabilidade ambiental, isto é, a hipótese de um modelo social e produtivo que não prejudique as oportunidades de sobrevivência e o bem-estar das gerações futuras. Nesta ótica, torna-se importante desenvolver e utilizar recursos (materiais e energia) renováveis. Na realidade, o mais correto seria falar do grau de renovação dos recur-

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sos e isto significa ligar a este conceito as possibilidades humanas de consumo. De fato, através dos anos (milênios), praticamente todos os recursos poderiam se reconstituir novamente, I. Em termos teóricos, os materiais não vão poder desaparecer nunca da terra e sempre vão poder ser reciclados. Na prática porém. o esgotamento das reservas dos minerais terá um pesado impacto econômico.

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Impacto Ambiental do Nosso Sistema de Produ(;ão e Consumo

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A renovação deve, portanto, ser entendida em relação à quantidade de recursos que se consome, à sua velocidade de reconstrução e às novas exigências humanas. Resumindo, podemos dizer que os recursos renováveis não se esgotam, mas devemos avaliar, e não comprometer, os mecanismos naturais que os geram. Mas, o potencial dos recursos renováveis hoje se apresenta de forma limitada. O uso de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia eólica, a hidráulica e a solar, apresenta ainda muitos obstáculos econômicos e tecnológicos. Enfim, nem sempre vale a equação recurso renovável igual a recursol$' limpo. Um critério correto de avaliação dever levar em consideração também o impacto ambiental do recolhimento c da disponibilidade destes recursos. Pensemos na obtenção da energia através das água dos rios e das mortes causadas pelas centrais hidroelétricas. Pensemos ainda no potencial de poluição das plantações das quais se obtêm os amidos para serem adicionados a alguns polímeros .

. 3. O AQUECIMENTO DO GLOBO

A temperatura do globo terrestre é determinada por um equilíbrio entre as radiações solares capturadas e as radiações infravermelhas liberadas pela terra. Alguns gases - o anidrido carbônico (C0 2), os clorofluorocarbonetos (CFC), o metano (CH 4 ), o bióxido e os óxidos de azoto (NP e NO), o ozônio (O) etc. - têm a propriedade de bloquear no planeta terra parte das radiações infravermelhas provenientes do sol. Este processo, chamado de

efeito estufa, mantém uma certa temperatura que é fundamental para a vida na terra. As ações humanas vêm aumentando de modo preocupante a presença destes gases e, hoje, o efeito estufa complica o equilíbrio térmico do nosso

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Parte IV

Apêndice

planeta e poderia determinar sérias mudanças climáticas. Em particular, aumenta a temperatura de toda a Terra. Os princípios de funcionamento do efeito estufa ainda são objeto de estudos mas, se as previsões forem confirmadas, vai haver conseqüências enormes como o derretimento dos gelos polares, aumento do nível das águas e emersão das áreas baixas, desertificação e ainda a migração de agentes patogênicos das zonas tropicais. A contribuição para o efeito estufa proveniente do CO 2 supera os 50%, dos CFC é em torno de 20%, o restante é determinado por outros gases.

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tempo de absorção atmosférica dos CH 4 é inferior a 20 anos, enquanto no caso dos CO 2 , dos CFC e dos N0 2 superam o século. A combustão de petróleo, carvão e gás natural (combustíveis fósseis) libera todos os principais elementos que determinam o efeito estufa. Portanto considere também que o tráfego, o condicionamento térmico (refrigeração / aquecimento) das habitações e as centrais elétricas (consumo de 'energia em casa e no escritório) contribuem para o efeito estufa. Do CO2 , 80% provém dos processos de transformação energética (em particular o petróleo e o carvão), 17% através das produções industriais e os restantes 3% através dos desmatamentos florestais. Os desmatamentos provocados pelos incêndios determinam o aumento de CO 2 de duas maneiras: Diretamente, através da combustão; e indiretamente, através da redução da fotossíntese clorofiliana, que reduz o consumo deC0 2 , Também a agricultura tem o seu papel, determinado pelo uso de fertilizantes (NP) e as emissões de CH 4 determinadas pela criação de gado. Portanto, quando comemos carne, indiretamente contribuímos com o efeito estufa. Enfim, quando nos deslocamos de carro também introduzimos o CO 2 na atmosfera,

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Impacto Ambientai do Nosso Sistema de Produção e Consumo

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1.4. REDUÇÃO DA CAMADA DE OZONIO

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Embora o ozônio seja tóxico, ele tem a importantíssima tarefa (para nós viventes!) de absorver, no alto, acima da superfície terrestre, as radiações uitravioletas, que são muito nocivas à nossa fauna e flora. Para o ser humano, o maior problema é o aumento dos tumores da pele. Análises atuais afirmam que a camada de ozônio já se está de 5 a \O vezes mais fina do que quando iniciaram a sua medição. Este dano está sendo causado principalmente pelos CFC, mas também pelos HCFC e pelo tetraclorometano. Estas substâncias, quando atingem a estratosfera, provocam a transformação do ozônio em oxigênio molecular e determinam a sua rarefação. Devemos acrescentar que tais substâncias permanecem na camada de ozônio em média por 20 anos. Isto quer dizer que, mesmo se bloqueássemos hoje todas as emissões de CFC, os danos seriam sentidos ainda por muitos anos.

° uso dos seguintes produtos é a causa direta da emissão de gases dano-

sos: Sprays que contêm os CFC, solventes à base de cloro para a lavagem à seco, vernizes diluídos à base de solventes. Um grande papel têm, ainda, os sistemas de refrigeração (e portanto, também, de maneira indiret.a, a compra de alimentos importados que requerem o transporte em grandes containeres frigoríficos) e os sistemas de ar condicionado (emissões de CFC). Recordamos, também, o processo de transformação dos polímeros em espuma através dos CFC (portanto, outra colaboração indireta acontece quando se usam produtos confeccionados em espuma). Por fim, recentemente foi analisado que os aviões supersônicos, cujo uso aumentou no tráfego aéreo em proporções consideráveis, contribuem em média entre 5 a 12% com a redução da caIl)ada de ozônio (através da emissão de NO).

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Parte IV: Apêndice

1.5. POLUiÇÃO

Distinguem-se dois tipos principais: Poluição fotoquímica, chamada poluição de verão e poluição de inverno. Poluição de Verão

A interferência dos hidrocarbonetos no ciclo fotolítico (luz do sol) do bióxido de azoto gera a poluição fotoquímica, composta pela excessiva concentração - nos extratos existentes na camada de ozônio - de monóxido de carbono, peroxiacilinitratos (PAN) e outros compostos orgânicos (por exemplo, os aldeídos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos etc.). Este tipo de poluição é nociva ao homem, à flora e à fauna e já está criando sérios danos econômicos às plantações. Alguns compostos orgânicos (por exemplo, os aldeídos) produzem lacrimejamento e problemas de respiração ao homem, outros (por exemplo, o PAN) são muito tóxicos para as plantas. Entre as causas da formação deste tipo de poluição, podemos lembrar a utilização de maquinarias (emissões de gases como o NO x e CxHy ), o aquecimento das habitações (emissões de NO), o uso de fertilizantes na agricultura (NP) e ainda as atividades nas indústrias, refinarias e centrais elétricas (emissões de NO); de maneira indireta aparece o consumo em casa e nos escritórios de gás, energia elétrica e de combustíveis. Poluição de inverno

2

No Inverno, as concentrações de SPM (pequenas partes dispersas) e de S02 provocam sérios problemas de respiração e até mesmo mortes. As emissões de S02 são determinadas sobretudo pelo uso de máquinas (emissões de gases), pela atividade nas indústrias, refinarias e centrais elétricas (bem como consumo, em casa e no escritório, de gás, eletricidade e combustíveis), e na incineração sem sistemas adequados de filtragem das fumaças e dos gases tóxicos.

2. Este tipo de poluição causou 4.000 vítimas em Londres no Inverno de 1952.

o

Irnpacto Ambientai do Nosso Slsterna de Produçao e Consurno

I

1.6. ACIDIFICAÇÃO

Na atmosfera os óxidos de azoto (N0 2, mas também os NO) transformam-se em ácido nítrico (HNO,) e os óxidos de enxofre (S02' mas também os SO) em ácido sulfúrico (H 2S04 ), e estes, ao se juntarem à água da chuva, fazem com que ela se torne chuva ácida. Esta, por sua vez, determina um acúmulo de acidez no terreno, nas águas e nas superfícies urbanas. Como agentes acidificantes, além desses elementos citados, devem ser lembrados também o amoníaco (NH) e os compostos orgânicos voláteis (COV). A acidificação pode impedir o crescimento das árvores tanto em regiões urbanas como nas zonas de florestas. Determina ainda a corrosão de monumentos e edifícios, a contaminação dos lençóis d' água (morte da flora aquática) e, por fim, é causa de sérios riscos para a saúde (como problemas respiratórios). As plantas, especialmente as árvores que crescem em terreno arenoso, sofrem com este efeito porque algumas substâncias venenosas passam às plantas devido ao grande nível de concentração de acidez. As causas da acidificação podem ser encontradas em algumas atividades agrícolas (amoníaco proveniente do estrume), na utilização de máquinas (emissões de gases como S02' NO, e COV), nas atividades das indústrias, refinarias e centrais elétricas (emissões de S02 mas também de NO, e COV) e, portanto, no consumo, doméstico e nos escritórios, de gás, energia elétrica e de combustíveis; e, de igual forma, no aquecimento das habitações (emissões de NO, e COV), bem como no uso de produtos para a limpeza doméstica (que contenham amoníaco) e no uso de tintas e adesivos a base de solventes (emissões de COV).

° Protocolo de Helsinski

sancionou medida de redução das emissões

dos SO, em 30% em relação ao nível existente no ano de 1980. Os resultados foram relativamente bons, no sentido de que quase todos os países envolvidos conseguiram respeitar os objetivos estabelecidos para a contenção. Isso foi atingido graças à progressiva redução da quantidade de enxofre nos combustíveis e à substituição de alguns produtos derivados do petróleo.

331

'f

m"

332

I

Parte IV: Apêndice

Os maiores problemas provêm, por sua vez, das emissões de NO x no ambiente. Está longe, de fato, o objetivo sancionado pelo Protocolo de Sofia que estabelece a manutenção das emissões nos níveis do ano de 1987. Neste caso, de fato, seriam necessárias intervenções mais incisivas nos processos de produção energética e nas estruturas industriais, e em novos modos de nosso comportamento. Somente o transporte rodoviário sozinho é responsável por 46,5% das emissões totais de NO x •

1.7. EUTROFIA

Os fosfatos (P0 4 , sais do ácido fosfórico), os nitratos (NO" sais do ácido nítrico), os óxidos de azoto (NO), o amoníaco (NH,), o óxido de azoto (NP), e o azoto gasoso (N 2) podem determinar uma espécie de hiper-ferti-

lização, isto é, um excessivo acúmulo de nutrientes no terreno. Mas os ambientes mais sensíveis a este processo são os lagos e as bacias artificiais, onde a relativa lentidão das trocas das águas facilita a acumulação dos elementos poluentes. Tudo isso favorece as monoculturas e determina o desaparecimento de outras plantas que crescem em terrenos mais pobres. Na água pode verificar-se um excessivo crescimento de algas, morte da fauna aquática e conseqüente poluição das bacias, que já não podem ser usadas para o fornecimento hídrico (lagos), ou como balneário (lagos e mares). Esta mesma espécie de poluição, que é mais comum nas águas, aparece também na agricultura quando são usados fertilizantes à base de fosfatos ou fertilizantes com azotos (nitratos). Uma contribuição indireta a tal tipo de poluição deriva, ainda, do consumo de produtos alimentares de cultivo intensa e do uso de produtos à base de fosfatos e nitratos aplicados à jardinagem. Além disso, a água de descarga urbana, os esgotos e as descargas industriais são importantes vetores de poluição das águas (nitratos e fosfatos). Esta é a razão pela qual, atualmente, torna-se muito difícil encontrar no comércio detergentes que contenham fosfatos. De fato, esta é uma das pou-

o

Impacto Ambiental do Nosso Sistema de Produção e Consumo

I

cas ocasiões em que uma pressão ambiental determinou uma significativa mudança de rota em nível industrial. Por fim, devemos acrescentar a isso tudo, ainda, a contribuição do tráfego urbano (emissões de fortes gases como o S02 e NO).

1.8. TOXINAS NO AR, ÁGUA E SOLO

Há muitas substâncias que são diretamente danosas para o homem e para o ecossistema. Os efeitos podem ser diretamente letais ou, ainda, manifestarem-se após um longo período. Existem, de fato, substâncias tóxicas persistentes (que não se degradam com o tempo) e cujo efeit? prossegue após a sua absorção e acumulação. Acontece, às vezes, que efeitos mutáveis e efeitos cancerosos sejam do tipo hereditário, mas estas substâncias os aceleram. As toxinas que persistem no ambiente podem, em uma primeira fase, acumular-se na água3 e na terra. Entre essas, podemos lembrar os metais pesados (mercúrio, chumbo, arsênico, cádmio, cromo, mercúrio, níquel, selênio e zinco), os pesticidas clorados (por exemplo, o DDT), as substâncias químicas como os PoliCloroBifeniles (PCB) e os PoliCloroTrifeniles (PCT), mas a estes também se somam o petróleo e os óleos já consumidos. São notórios os fenômenos de dispersão de substâncias tóxicas das lixeiras não impermeabilizadas adequadamente, descargas de águas industriais e urbanas que contenham metais tóxicos nos corpos hídricos (mercúrio, chumbo, arsênico cádmio, cromo, níquel, selênio e zinco), dispendem-se, ainda, petróleo e seus derivados, óleos já consumidos, substâncias radioativas e químicas.

3. Típicos indícios do grau de poluição são a 8iochemical Oxigen Demand (BOO) e a Chemical

Oxigen Demand (COO). A BOO é um parâmetro para avaliar o grau de poluição dos corpos hídricos de substâncias orgânicas biodegradáveis; equivale ao oxigênio consumido pela decomposição das substâncias poluentes biodegradáveis, substâncias orgânicas que provêm do lixo. A COO mede, em vez, a carga poluente de um fluido, devido às substâncias que podem subtrair oxigênio da água.

333

rf I

334

I

Parte IV: Apêndice

Através da cadeia alimentar, podem retornar ao homem as substâncias tóxicas que foram liberadas no ambiente, e isso vai acumular toxinas em seus tecidos. O chumbo, por exemplo, absorvido através de alimentos poluídos (mas também diretamente através da inalação), provoca efeitos nocivos e intoxicações crônicas (saturnismo: Dano crônico do sistema nervoso); o mesmo vale para os derivados do mercúrio (como por exemplo, o mercurialismo) que podem ser ingeridos via produtos derivados da águas poluídas, ou carnes de animais alimentados com rações contaminadas. Grandes problemas provém, ainda, da agricultura, devido ao uso de fungicidas à base de mercúrio (Hg). Efeitos também preocupantes provêm dos lençóis aquáticos poluídos, que fazem com que a água não seja potável e nem utilizável para a irrigação ou piscicultura. Por outro lado, é causa indireta de emissão de toxinas no ambiente a compra de alguns produtos que utilizem baterias (brinquedos, instrumentos e aparelhos domésticos), isolantes de transformadores e condensadores - que contenham PoliCloroBifenil (PCB) - que certamente vão acabar no lixo. Entre as toxinas que se difundem no ar podemos lembrar os inseticidas orgânicos de síntese (pesticidas), os hidrocarbonetos aromáticos cancerígenos (por exemplo, o pireno, o benzopireno e o benzeno), o amianto, o berílio, o chumbo, o mercúrio, o cromo, o clorato de vinil e as dioxinas. A incineração sem sistemas adequados de filtragem pode produzir fumaças e gases tóxicos (S02 e dioxina); a dioxina (COD) provoca a cloracne e tumores nos tecidos. A combustão das gasol inas verdes (que contenha benzeno) sem proteção catalítica, mas também a combustão do tabaco, isto é, o fumo dos cigarros, produz o pireno e o benzopireno. A inalação dessas substâncias é altamente cancerígena. O automóvel é certamente danoso no caso da combustão das gasolinas que contenham chumbo (emissões de Pb).

o

Impacto Ambiental do Nosso Sistema de Produçao e Consumo

o uso de anticriptogramas aditivados com PoliCloroBifenil (PCB) também se torna perigoso, porque o PCB tem efeitos tóxicos no tecido hepático e cerebral. Os solventes que contenham composições voláteis (COV) podem determinar emissões e, portanto, serem tóxicos durante todo o seu ciclo de vida. Por fim, não se podem determinar, em toda a sua extensão, os danos provocados pelas radioatividades sejam eles danos somáticos instantâneos (náusea, mutações sangüíneas, infecções, mortes), os danos somáticos retardados (leucemia, tumores), os danos genéticos (mutações por descendência), os determinados pelafall-out (recaída de poeiras radioativas) devido a explosões atômicas ou acidentes em centrais nucleares.

1.9. LIXO

Muitos países devem enfrentar os dramáticos problemas da redução da disponibilidade de espaços para a eliminação do seu lixo, da contaminação do solo e dos lençóis aquáticos, dos odores, e dos riscos de explosão nas descargas, assim como do transporte dos lixos (consumo de combustíveis, ruídos e poluição do ar). Nas lixeiras não controladas adequadamente, como já assinalado anteriormente, devido à umidade, os metais já utilizados podem sair de pilhas e baterias e penetrar no terreno, poluindo os lençóis aquáticos de modo permanente. Pilhas e baterias são os maiores responsáveis pela presença de mercúrio, cádmio, zinco e níquel nas lixeiras. Se as emissões dos gases não forem controladas adequadamente, também a incineração pode provocar problemas. Tudo isso está estreitamente relacionado com as estratégias de quem produz mas, também, com as opções de escolha e comportamento dos consumidores. De fato, quem adquire um produto pode fazer uma escolha com base também no tipo de embalagem (único ou múltiplo) ou em relação às características intrínsecas de seu uso (adquirir um produto descartável ou um pro-

335

r

336 I

Parte IV: Apêndice

1

I

I

duto de longa duração). Além do mais, os comportamentos de uso podem '~

determinar a eliminação do produto antes mesmo do seu desgaste final, por exemplo, por obsolescência estética ou cultural. Enfim, como usuários podemos ser (culpados) desatentos por não procurar usos secundários para os produtos, por não promover a doação ou, mais simples ainda, porque evitamos a pequena fadiga da recolha diferenciada.

1.10. OUTROS EFEITOS

Existe ainda uma série de problemas ligados ao fator de produção e consumo, como, por exemplo, a poluição acústica e a degradação da paisagem. Neste último caso, mais do que nos anteriores, é difícil avaliar e comparar o efeitos causados. Tabela 8 AQUECIMENTO Tabela 9

DO GLOBO

REDuçÃo DA CAMADA DE OZÓNIO

Tabela 10

POLUiÇÃO DE VERÃO

Tabela 11

POLUiÇÃO DE INVERNO

Tabela 12 ACIDIFICAÇÃO Tabela 13 EUTROFIA Tabela 14 TOXINAS

NA ÁGUA E SOLO

Tabela 14 TOXINAS

NO AR

Tabela 15 PRESENÇA

DO LIxo

I

TabelaS AQUECIMENTO DO GLOBO

Causa indireta

Causa direta

Agentes

combustão de combustível fóssil

I

I

consumo de energia em casa e no escritório

I

:

,

I

i

I

(> CO,)

o I

3

I

TI

'"n

clorofluorcarbono (CFC)

• degelo dos calotas polares;

I

aquecimento habitação (>C02 )

Bloqueiam as metano (CH 4)

i

t' I ! I

i

comprar produtos de madeira tropical

! I

I

I

:l I

I ,I

I

L

comer carne

I

i

desflorestamento por incêndio (> CO,)

agricultura

óxidos de azoto (NOX (N 2 O))

I!

o J>

3

rr ro :J

radiações infravermelhas

I.".

e aumentam a

• levantamento do nível

'"

das águas e alaga-

o

mento das áreas baixas;

temperatura

Q.

z

o

~

o

~

• desertificação;

global da Terra

ro

3

'"

• migração de agentes patogênicos.

ozônio (O,)

Q.

ro

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c

I

animais (> CH 4 )

Ij

o"" ro

I I

I

Efeito

dióxido de carbono (C02 )

! viajar de carro

i

I

centrais elétricas (> CO,)

Impacto

i

fertilizantes (> N,o)

If

vapor de água (H,o)

n

o

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c

3

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-------~

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Tabela 9

00

REDUÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO -o ao

Causa indireta

Agentes

Causa direta

Efeito

Impacto

'"

< J>

uso de sprays que contenham CFC

-o

"'::>,

"n

clorofluorcarbono (CFC) uso de produtos em espuma com CFC

uso de solventes clorados para lavagem a seco

uso de vernizes à base de solventes

compra de alimentos importados (transportados em células frigoríficas)

I,

'"

I

I I

I

HCFC

transf. polímeros em espuma com CFC tetraclorometano

Na estratosfera provoca a transformação do ozônio em oxigênio molecular determinando a rarefação da faixa de ozônio que absorve as radiações ultravioletas.

• danos à flora e à fauna; • aumentos dos tumores da pele; • enfraquecimento do sistema imunológico.

refrigeração e condicionamento de ar (> CFC)

tricloroetano inseticidas aerosóis

aviões supersônicos

"_ _ "~'"_'_''___'''

~''''''''-''_~''''''.'

....-

41

Tabela 10 POLUiÇÃO DE VERÃO

Causa indireta

Causa direta

Agentes

Impacto

Efeito

o uso de máquinas~ emissões de gás (> NO x' CXHy)

3 D

óxidos de azoto

(N,O, NO x) -, indústrias, refinaria0 consumo em casa e no escritório de gás, eletricidade e combustiveis

e centrais elétricas (> NO x) hidrocarbonetos no ar aquecimento das habitações (> NO x)

uso de fertilizantes na agricultura

(CXHy)

luz do sol

A interterência dos hidrocarbonetos no ciclo fotolítico do dióxido de azoto provoca uma alta concentração de ozônio (03)' monóxido de carbono (CO), peroxiacilinitrato (PAN) e outros compostos orgânicos (aldeídos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos etc,) na atmosfera,

(>N,O)

'"

n

o J>

• alguns compostos orgânicos (por exemplo, os aldeídos) causam lacrimação e problemas à respiração do homem;

3

o-

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• alguns compostos (por exemplo, o PAN) podem ser muito tóxicos para as plantas;

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Tabela 11

-I'>

o POLUiÇÃO DE INVERNO

Causa indireta

Causa direta

Agentes

Impacto

Efeito

"'"

'"

< :l> "O

"',::>

c.

n

'" uso de máquinas emissões de gás (>80,)

consumo em casa e no escritório de gás, eletricidade e combustíveis

indústrias e refinarias (>80,)

," pequenas partículas dispersas (8PM)

Outras

3'

concentrações e

~

fi

pequenas partículas

centrais elétricas (>80,)

incineração sem filtragem dos fumos tóxicos (> 8O,)

I

",

dispersas dióxido de enxofre (8O,)

(SPM) e S02'

ji

• problemas de respiração até a morte.

Tabela 12 ACIDIFICAÇÃO

Causa indireta

Causa direta estrume de gado (> NH 3 )

alimentar-se de carne e laticínios

~f~

Agentes

Impacto

Efeito

Na atmosfera o

• obstáculos ao cresci-

I

uso de máquinas emissões de gás (> SO,. NOx' eOV)

óxidos de enxofre (SO,. SOx)

mento das florestas;

N02transforma-se em ácido nítrico

o

consumo em casa e no escritório de gás. eletricidade e combustíveis

~;F

aquecimento de habitações (> NO x• eOV)

uso de produto de limpeza que contenha amoníaco (> NH 3 )

mento das árvores

juntam à água pluvial tornando-a ácida determinan-

I·;

nas zonas urbanas;

(H 2SO.) estes se

I

:l>

3 0-

ro ::J

cu

o..

• corrosão de monu-

I~

mentos e edifícios;

o

z

o ~

o

do um acúmulo de amoníaco (NH 3 )

acidez no terreno.

estabelecimentos voe

çóis freáticos;

nas águas e nas superfícies dos

;;

• contaminação dos len-

urbanos

~

ro

3

cu

• morte da flora aquática;

ro

• riscos para a saúde

(3 o..

(problemas respirató-

.~ uso de tintas a base de solventes (>eov)

cu

• obstáculo ao cresci-

ácido sulfúrico óxidos de azoto (NO,. (NOx))

3 "O

n

(HN03 ) o S02 em indústrias. refinarias. centrais elétricas (> SO,. NOx' eov)

o

rios).

o..

c

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3

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Tabela 13

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N

EUTROFIA

Causa indireta

Causa

diret~-

-----rI

Agentes

~

-u

Impacto

'"

Efeito

"O

"':o,

uso de fertilizantes para jardim (fosfatos e nitratos)

agricultura: fertilizantes (fosfatos) e fertilizantes azotatos

Q

n

'" fosfatos

(PO,)

nitratos

consumo de produtos alimentares de cultivo intenso

água de descarga esgotos (nitratos e fosfatos)

(N0 3 )

---,,---

NO x

uso de detergentes com fostatos

NH 3

descargas industriais (nitratos, fosfatos) -------

uso de máquinas causa emissões de gás (>NO x)

N,o N 2 (gás)

Acúmulo de alimentos, nitratos e fosfatos, nas águas e no terreno além da capacidade de auto depuração, Assimilação das algas que crescem em demasia A decomposição das algas consome o oxigênio da água

• mortandade da fauna aquática por falta de oxigênio.

II

• contaminação dos lençóis freáticos e lagos que não podem ser usados para a alimentação.

• obstáculo à possibilida- I de de tomar banho em lagos e mares,

I

Tabela 14 TOXINAS NA ÁGUA

~-

Causa indireta

aquisição de bens descartáveis como, brinquedos e aparelhos domésticos, que contenham bateria, isolantes, transformadadores, condensadores, recipientes em PoliCloroBifenil (PCB), termômetros ou manômetros (Hg).

Causa direta

'I

'

, I I

'I

I

I

I

,

descarga de resíduos industriais e urbanos nos corpos hídricos contendo metais tóxicos (mercúrio, chumbo, arsênico, cádmio, cromo, níquel, selênio e zinco), petróleo e seus derivados, óleos e demais substâncias químicas

Agentes

I

'

I

metais pesados: mercúrio chumbo arsênico cádmio cromo níquel selênio zinco pesticidas de cloruros (inseticida DDT) substâncias químicas PoliCloroBifenil (PCB) PCT petróleo e óleos queimados

exalação de substâncias tóxicas de depósito de lixo não impermeabilizado

uso de substâncias aditivadas com PoliCloroBifenil (PCS)

ENO SOLO

_____._ - - -

Impacto

Acúmulo de produtos químicos tóxicos e persistentes (não degradáveis) no solo, na água e, conseqüentemente nos tecidos animais e vegetais; esta interação pode aumentara

Efeito

~ I

• os metais tóxicos pesados, retornam ao homem através da cadeia alimentar: - o chumbo por meio de alimentos contaminados (causando saturnismo: dano crônico no sistema nervoso) - os derivados de mercúrio por meio da água e carne de animais nutridos com rações contaminadas. • poluição dos lençóis d'água inutilizando a água para consumo, irrigação e recreação.

intoxicação_

o 3

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3 CT

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C

• o PoliCloroBifenil (PCB) danifica tecidos hepáticos e cerebrais.

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Tabela 15 TOXINAS NO

r

Causa indireta

.I:> .I:>

AR 'U

Causa direta

Impacto

Agentes

'"

Efeito

'"

I

< }>

""', a. " n

uso de máquinas: - combustão de gasolina com chumbo (> Pb); - combustão de gasalina verde (benzeno) sem proteção catalitica (> pireno e benzopireno).

,-----------------, compra de bens destinados à incineração

i

i

inseticidas aerosóis orgãnicos de sintese (pesticidas) hidrocarbonetos aromáticos cancerígenos (pireno, benzopireno e benzeno)

I I

I fumar cigarros '( > pireno e benzopireno)

I

incineração sem

(>S02' dioxina)

L

'"

______ " .-----------

substâncias como: amianto berílio chumbo mercúrio cromo clorato de vinil dioxinas

· Acúmulo de produtos químicos

·

industriais tóxicos

tii

no ar; essa

a dioxina (TCDD) provoca a cloracne e tumores nos tecidos.

a inalação do pireno e do benzopireno é altamente cancerígena.

interação pode provocar

• a inalação do chumbo provoca saturnismo: dano crônico no sistema nervoso.

intoxicação.

1I

I I-

I1

\'

IR. h: a di

Tabela 16 PRESENÇA DO LIXO

Causa indireta

I

Efeito

I

I I

escolha de produtos

Impacto

Agentes

Causa direta

I

II

I com embalagem I

o

I

3

!

múltipla

'O

I

ao

n

I

descartáveis

i !

I I

aumento do fluxo do lixo sólido urbano

uso de produtos

I

I

descartados antes da hora falta de uso secundário

I

, I

eliminação por velhice

I

II

aumento do volume

produtos

lixo orgânico

esgotamento de recursos naturais;

!

doaçao

embalagens

do lixo;

aumento do fluxo do lixo industrial

I falta de ve~da ou I

I

o

descarga não legal

cinzas

subprodutos e descargas industriais

l>

3 0-

ro :o

ao Q.

o

z

o

~ ~

o

~

acumulação do lixo

I

• a presença do lixo causa: - redução da disponibilidade de espaços para a eliminação de outros; - contaminação do solo e de lençóis freáticos; - odores e riscos de explosão na lixeira.

tóxico

• o transporte do lixo implica em consumo de combustíveis, ruídos e poluição do ar

ro

3

ao

Q.

ro

o Q.

C

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eliminação de produtos de forma

ro

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I não diferenciada I

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Desenvolvimento de produtos sustentáveis - Ezio Manzini e Carlo Vezzoli

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