Patricia Alves - REALISMO EM PORTUGAL

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REALISMO EM PORTUGAL Em Portugal, o Realismo teve início em 1865, em meio à Questão Coimbrã e às Conferências do Cassino, sendo essa última a que realmente consolidou as características Realistas no país. O marco inicial dessa nova escola em Portugal foi com a obra “O Realismo como Nova Expressão da Arte”, de Eça de Queirós, o maior nome do Realismo português. Poesia Realista 

A poesia realista se torna uma arma de combate, com a qual o poeta realiza denúncias sociais;



Seu principal representante é Antero de Quental, que teve duas fases de composição:  

1ª fase: comprometimento com a reforma social. 2ª fase: introspecção e solidão.

Prosa Realista 

Teve como principal representante Eça de Queirós;



Busca por uma reforma da sociedade portuguesa;



O casamento se torna uma das principais temáticas, por representar uma estrutura da sociedade burguesa. Uma estrutura falida, visto que o adultério era algo cada vez mais comum na sociedade. Passa-se a abordar principalmente o adultério feminino, e a mulher passa a ser vista sob a ótica naturalista: a fêmea que também possui seus instintos, como o homem;



Exposição da degradação da estrutura familiar. Eça de Queirós



Principais obras: O Crime do Padre Amaro (crítica à Igreja) e O Primo Basílio (crítica à burguesia);



Racionalismo;



Objetividade;



Engajamento na denúncia social.

Realismo no Brasil

No Brasil o Realismo teve início em 1881, com a publicação da obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, enquanto que “O Mulato”, da mesma época, escrito por Aluísio de Azevedo, demarca o início do Naturalismo. Ambas as escolas nascem em nosso território quase que concomitantemente à abolição da escravatura, momento em que o trabalho passa a ser “livre”. Além disso, alguns ideais europeus também ganham espaço em nosso país, como a filosofia positivista e a teoria evolucionista. Assim como o Realismo português, o brasileiro possui como principais características:



Retratação da realidade e denúncia social;



Abordagem de temas do cotidiano, como egoísmo e adultério;



Descritivismo, excesso de detalhes;



Mulher, amor e sentimentos tratados de forma real, não mais idealizada;



Personagens analisadas psicologicamente.

REALISMO NO BRASIL: AUTORES

Aluísio de Azevedo (Naturalismo) Escreveu peças de teatro e romances, dentre os quis se destacam as obras O Mulato, obra que deu início ao Naturalismo no Brasil em 1881, e O Cortiço, sua produção mais conhecida. O Mulato, que aborda a questão do preconceito racial, demarca também o início da narrativa realista-naturalista, sendo esta repleta de descrições a fim de situar o leitor no ambiente da história. O Cortiço retrata o cotidiano carioca, mostrando um Rio de Janeiro em crescimento, onde a pobreza e as aglomerações sociais em virtude da escravidão e da imigração são reinantes, originando, assim, os cortiços. É uma obra com forte carga de denúncia social, onde a exploração do mais forte sobre o mais fraco fica bem evidenciada.

Raul Pompeia (Realismo/Naturalismo) A marca de Raul Pompeia, cuja principal obra é O Ateneu, é a versatilidade. O autor mescla em sua obra traços do Realismo Psicológico, do Impressionismo, do Expressionismo, do Naturalismo e do Simbolismo, que seria a escola literária subsequente. O Ateneu é, na verdade, uma autobiografia de Raul Pompeia, que conta a história da época em que foi aluno do Colégio Abílio, dos 10 aos 12 anos, denunciando o autoritarismo do diretor Barão de Macaúbas. Ademais, os conflitos psicológicos vividos pelo protagonista e a desumanização das pessoas também são parte essencial deste livro.

REALISMO NO BRASIL: MACHADO DE ASSIS Machado de Assis Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21/06/1839. O marco inicial do Realismo no Brasil foi sua obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de 1881. Machado também escrevia peças de teatro, crônicas, críticas literárias e poesias.

As principais características de suas obras são:        

Retratação de assuntos polêmicos em seus contos; Utilização de personagens metafísicos, além dos tradicionais, como na própria obra “Memórias Póstumas”, em que o falante é uma pessoa morta; Forte presença da ironia; Utilização do tempo psicológico, quebrando a linearidade da história; Crítica à sociedade; Descrença na melhoria dessa sociedade, desesperança; Narradores em 1ª pessoa; Digressão (envolvimento do leitor na história) e metalinguagem (o texto falando do próprio texto).

Dom Casmurro Tema: adultério (porém, não há certeza de que realmente houve traição). Narrador em 1ª pessoa: o próprio Dom Casmurro, cujo verdadeiro nome era Bentinho. Resumo da obra: A mãe de Bentinho, dona Maria, deseja que o filho sirva a Deus. Entretanto, Bentinho era apaixonado por Capitu, e, contrariando a vontade da mãe, se casa com a moça. Paralelamente, seu melhor amigo, Escobar, casa-se com Sancha, a melhor amiga de Capitu. Posteriormente, Bentinho e Capitu têm um filho chamado Ezequiel, que à medida que cresce, passa a se parecer cada vez mais com Escobar. É a partir disso que surge a desconfiança do adultério. Bentinho se divorcia de Capitu e a manda com o filho para o exterior, onde a moça acaba morrendo depois de um tempo. E, assim, ele se torna Dom Casmurro, um homem amargo e triste. Apesar disso tudo, não fica explícito na obra se a traição ocorreu ou não. É uma interpretação subjetiva.
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