Noções de Economia Aula 04

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Aula 04 Noções de Economia p/ PF - Agente - 2014 Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho

Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04

AULA 04 – Inflação e Crescimento SUMÁRIO RESUMIDO Curva de demanda agregada Curva de oferta agregada Respostas a mudanças da DA Equilíbrio entre OA e DA Neutralidade da moeda Choques Inflação Curva de Phillips Expectativas Racionais Produto potencial X efetivo Lei de Okun Resumão da Aula Exercícios comentados Lista de questões apresentadas na aula Gabarito

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Olá caros(as) amigos(as), Hoje, nós veremos o modelo de demanda e oferta agregadas (DA-OA). Este modelo de determinação da renda é um pouco mais abrangente que o modelo IS-LM, visto na aula 03, e relaciona a renda e o nível de preços da economia. Por tratar dos preços, o estudo desse modelo também nos possibilitará estudar o fenômeno da inflação, seus problemas e consequências. Teremos ainda algumas noções de Expectativa Racionais. Por fim, analisaremos a curva de Phillips, que é nada mais que uma extensão do modelo de oferta e demanda agregada. E aí, todos prontos?! Então, aos estudos!

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MODELO DE OFERTA E DEMANDA AGREGADA INTRODUÇÃO No modelo IS-LM, visto na aula passada, nós não consideramos o nível de preços em nosso estudo. A partir de agora, nós introduziremos os preços na análise da determinação da renda da economia e isso nos levará ao estudo do modelo de demanda e oferta agregada da economia. Ao mesmo tempo, estaremos estudando a inflação (aumento de preços). A lógica do modelo DA-OA se assemelha bastante àquela do modelo IS-LM. Ou seja, temos duas curvas, e a interação entre elas nos dá o nível de renda da economia. A diferença é que, neste caso, trabalharemos com o nível de preços (P) no lugar das taxas de juros. Nosso roteiro será bastante parecido com aquele visto na análise IS-LM. Estudaremos primeiro cada curva separadamente e, depois, faremos a integração, tecendo conclusões acerca das políticas fiscal e monetária e sua relação com a inflação e a renda da economia. Comecemos pela curva de demanda agregada:

1. A CURVA DE DEMANDA AGREGADA A curva de demanda agregada (DA1) mostra, para qualquer nível de preços, P, a quantidade total de bens e serviços, Y, demandada por famílias (C), governo (G), empresas (I) e resto do mundo (X – M). A curva DA é inclinada para baixo, negativamente (figura 01), indicando que quando o nível geral de preços é mais alto, os agentes demandam menos bens e serviços. Preço (P)

P1

A Curva de demanda agregada é inclinada negativamente.

Figura 1

B

P2

DA Y1

1

Y2

Y

Lembre-se de que DA C + I + G + X M.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Observe que a redução de preços (de P1 para P2) fez aumentar a demanda agregada (=renda=Y) da economia (de Y1 para Y2), indicando uma relação inversa entre Y e P. Essa relação inversa faz com que a curva DA tenha inclinação descendente. A princípio, parece bastante intuitiva a explicação de por que a curva DA é negativamente inclinada: quando os preços estão mais altos, as pessoas se dispõem a comprar menos bens. No entanto, neste caso, a explicação intuitiva não é correta. O problema com a explicação intuitiva é que, embora um aumento no nível geral de preços reflita um aumento nos preços da maioria dos bens, ele também implica um aumento na renda das pessoas que produzem e vendem esses bens. Assim, não é correto dizer que um nível de preços mais elevado reduz a quantidade de bens e serviços que as pessoas podem comprar, porque suas rendas, assim como os preços, aumentaram. A curva de demanda agregada (DA) representa a demanda agregada da economia sob os dois pontos de vista estudados no modelo IS-LM: lado real e lado monetário da economia. Por isso, nós dizemos que a curva DA é derivada do modelo IS-LM. Lembremos que, para um dado nível de preços2, a quantidade de produto que os agentes decidem demandar é onde a curva IS e a curva LM se cruzam. Vejamos como nós podemos deduzir a curva de DA a partir do modelo IS-LM. Suponha que a oferta de moeda seja M e que o nível de preços seja P1. Logo, a oferta real de moeda3 é M/P1 e a curva LM inicial é LM1, na figura 02a. A curva IS cruza a curva LM1 no ponto A, onde a renda da economia será Y1. Desse modo, concluímos que, quando o nível de preços é P1, a quantidade agregada de produto (=renda da economia) é Y1.

2

No modelo IS-LM, consideramos o nível de preços como um dado determinado, constante, fixo. A oferta monetária da economia é dada por M. Se descontarmos o valor do índice de preços, obtemos a oferta monetária real da economia, que será M/P. Quando há aumento de preços, M/P é reduzida, reduzindo a oferta monetária real da economia. 3

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Figura 2 Juros (i)

LM2

i2

B LM1 A

i1 IS Y2

Y

Y1

Preço (P)

P2

B

b)

A P1 DA Y2

Y1

Y

Agora suponha que o nível de preços aumente para P2. Com uma oferta nominal de moeda de M, esse aumento no nível de preços reduz a oferta real de moeda de M/P1 para M/P2. Essa redução na oferta real de moeda desloca a curva LM para cima e para a esquerda, em LM 2. As curvas IS e LM2 se interceptam no ponto B, onde a renda da economia é Y2. Assim, o aumento de preços de P1 para P2 reduz a renda da economia de Y1 para Y2 (gráfico 2b). Essa relação negativa entre o nível de preços e a renda da economia tem como consequência a inclinação descendente da curva de demanda agregada, sendo que esta é derivada diretamente do modelo IS-LM. Colocando um pouco de lado os gráficos, podemos raciocinar que o aumento de preços reduz a renda da economia em razão da sua influência sobre o lado real e sobre o lado monetário da economia. Vejamos quais são essas influências. Para isso, suponha um aumento de preços (P):

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Lado monetário da economia: reduz a oferta monetária real (M/P)  aumentando a taxa de juros  reduzindo os investimentos  reduzindo a demanda agregada/renda (Y). Lado real da economia: reduz as exportações e aumenta as importações4  reduzindo o saldo de (X – M)  reduzindo a renda (Y).

Veja que o aumento de preços, tanto pela análise do lado real, quanto pela análise do lado monetário, reduz a demanda agregada/renda da economia, demonstrando que, realmente, a curva DA deve ser negativamente inclinada.

Derivando a curva DA a partir da TQM A teoria quantitativa da moeda (TQM) nos mostra que, mantendo a velocidade de circulação da moeda e a quantidade de transações constantes, os preços aumentam em virtude do aumento da quantidade de moeda em circulação. Matematicamente, a TQM é descrita assim: MV = PT Onde: M = oferta de moeda, V = velocidade de circulação da moeda, P = nível geral de preços e T = quantidade de transações ocorrida no sistema econômico. Se V e T são constantes, então, o aumento de M provoca tão somente aumento no nível de preços. Conforme explicamos na aula 02, tal teoria é plenamente relacionada à teoria clássica. Pois bem, vamos utilizar esta equação para explicar porque a curva DA é negativamente inclinada, ou seja, utilizaremos a TQM para explicar por que as variáveis Y (renda) e P (índice de preços) são negativamente relacionadas. Se a renda (Y) for mais alta, isto fará com que as pessoas realizem mais transações (aumentem o valor de T) e isto, por sua vez, fará com que elas demandem mais encaixes monetários reais (demandem mais M/P). Para uma oferta monetária constante, M, um encaixe real mais alto só é possível se houver uma queda no nível de preços (queda em P). De modo 4

Se há aumento de preços, os produtos internos ficarão menos competitivos no exterior e as vendas com exportação serão reduzidas. Por outro lado, o aumento dos preços internos aumenta a demanda de produtos importados, pois os produtos internos estão relativamente mais caros devido ao aumento de preços. Profs Heber e Jetro

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 inverso, se o nível de preços é mais baixo, a quantidade de encaixes monetários reais (M/P) é mais alta; e este nível mais alto de encaixes monetários reais possibilita um volume maior de transações, o que significa mais renda ou produto (mais Y). Então, veja que a TQM nos permite deduzir que, se P é baixo, então Y tende a ser mais alto; e vice-versa. Ou seja, há uma relação inversa entre Y e P, exatamente como o modelo IS-LM nos sugere. Desta forma, a curva DA será negativamente inclinada, seja pela abordagem Keynesiana (modelo IS-LM), seja pela abordagem clássica (TQM).

1.1. Deslocando a curva de demanda agregada Como a curva de demanda agregada é determinada a partir do modelo IS-LM, nós temos que os mesmos fatores que fazem deslocar as curvas IS e LM farão também deslocar a curva de demanda agregada. Assim, políticas fiscais e/ou monetárias expansivas farão a curva de demanda agregada ser deslocada para a direita. Políticas fiscais e/ou monetárias restritivas farão deslocar a curva para a esquerda. Apenas para recapitular, seguem os fatores que deslocam as curvas IS e LM: Fatores que deslocam a curva IS para a direita e, portanto, deslocam a curva DA também para a direita, no sentido de aumento da renda:  Aumento do consumo autônomo;  Aumento dos gastos do governo;  Aumento dos investimentos autônomos;  Redução de impostos;  Aumento das transferências;  Aumento das exportações líquidas. Fatores que deslocam a curva LM para a direita e, portanto, deslocam a curva DA também para a direita, no sentido de aumento da renda:  Aumento da oferta de moeda  Redução da demanda por moeda Julgamos importante fazer duas observações. Primeiro, e bastante óbvio, alterações em sentido contrário às que foram colocadas deslocam a curva DA para a esquerda (e para baixo). Segundo, é importante estar atento para outros fatores que não estão no quadro, mas que podem alterar as variáveis expostas no quadro e, assim, deslocar a curva DA. Por exemplo, se o examinador da prova

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 nos disser que as expectativas positivas (confiança do consumidor ou dos empresários) em relação ao futuro da economia deslocam a curva de DA, certamente, você deve assinalar tal afirmação como sendo correta. Isto porque expectativas positivas aumentam o consumo (C) e o investimento (I), deslocando a curva IS e a curva DA para a direita, no sentido de aumento da renda. Outro exemplo: suponha que o examinador nos afirme que o fato de os agentes esperarem um aumento na inflação futura desloca a curva DA para a direita. O aumento da inflação futura faz os agentes reduzirem a demanda por moeda5, deslocando a curva LM para a direita. Por conseguinte, a curva DA também será deslocada para a direita. Estes são apenas dois exemplos que mostram que você deve estar pronto para raciocinar, em vez de simplesmente decorar alguns fatores que deslocam a curva de DA. Dependendo da questão, a imaginação do examinador pode lhe pegar de surpresa, ainda mais se você optar por ser um simples “memorizador” de assuntos.

2. CURVA DE OFERTA AGREGADA Define-se oferta agregada (OA) como sendo o valor total da produção de bens e serviços de uma economia. Doutrinariamente, dividimos a análise da curva de oferta agregada considerando-a sob duas óticas: curto e longo prazo. Em macroeconomia, a diferença fundamental entre o curto e o longo prazo é o comportamento dos preços. No curto prazo, muitos (não necessariamente todos) preços são fixos em algum nível predeterminado, e não mudam independente das condições e dos estímulos ou desestímulos das variáveis macroeconômicas. No longo prazo, os preços são flexíveis e reagem a mudanças na conjuntura econômica. Assim, fundamentalmente, temos: Curto prazo  preços fixos Longo prazo  preços variáveis Vale ressaltar que quando falamos em “preços”, estamos nos referindo a todos os preços da economia, de forma geral. Estes preços

“ ativo se desvaloriza mais rapidamente com o tempo. Desta forma, os agentes preferirão guardar sua riqueza de outras formas que não signifiquem a simples retenção de moeda. Ou seja, haverá redução da demanda por moeda. Conforme nós vimos na aula passada, a redução da demanda por moeda é um dos fatores que desloca a curva LM. Havendo deslocamento da curva LM, há também deslocamento da curva DA. 5

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 referem-se aos preços de todos os produtos, incluindo também o preço da mão-de-obra, que é o salário. A curva de oferta agregada variará de acordo com o prazo que está sendo considerado. Iniciaremos nossa análise com o longo prazo.

2.1. Oferta agregada de longo prazo Na aula 01, nós vimos as principais diferenças entre a teoria keynesiana e a teoria clássica. Foi demonstrado que a teoria clássica se aplica ao longo prazo e que ela pressupõe também: preços variáveis e economia no pleno emprego. Se atentarmos para o fato de que, no longo prazo, a economia permanece no produto de pleno emprego, a curva de oferta agregada será uma reta vertical, exatamente ao nível de pleno emprego. Figura Preço (P)

OALP

P1 Curva de oferta agregada de longo prazo é vertical, ao nível de pleno emprego.

P2

YPE

Y

Observe que a curva de oferta agregada de longo prazo é condizente com a teoria clássica, onde o equilíbrio ocorre na produção de pleno emprego. Ao mesmo tempo, observe que, no longo prazo, uma alteração no nível de preços não afeta a quantidade ofertada de bens e serviços. Nós também podemos dizer que a curva de oferta agregada de longo prazo corresponde à situação em que a OA é perfeitamente inelástica (totalmente insensível) aos preços, já que alterações de preços não mudam a OA. Como já dissemos, a curva de oferta se posiciona exatamente ao nível de pleno emprego, mas o que isso significa? O pleno emprego corresponde à situação em que os fatores de produção (mão-de-obra, capital, recursos naturais) são plenamente utilizados.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Assim, a possibilidade de haver deslocamentos da curva de oferta agregada de longo prazo se resume a alterações na quantidade de fatores de produção. Imagine que haja um movimento imigratório (aumento do fator de produção mão-de-obra), ou a descoberta de novas jazidas de recursos minerais, ou o desenvolvimento de novas tecnologias que aumentem a produtividade do capital (aumento do fator de produção capital). O que essas mudanças fazem com o posicionamento da curva de oferta agregada? Em todos os casos, há aumento de fatores de produção, de tal forma que a curva de OALP será deslocada para a direita. Suponha agora que haja um desastre natural que destrua uma parte do estoque de capital da economia, ou um forte movimento emigratório (=redução de mão-de-obra), ou a aprovação pelo congresso de novas regras de segurança de trabalho ou ambientais que tornassem o trabalho menos produtivo ou mais dificultoso. O que essas mudanças fazem com o posicionamento da curva de oferta agregada? Nestes casos, há redução de fatores de produção, de tal forma que a curva de OALP será deslocada para a esquerda, indicando que o produto de pleno emprego será menor. Segue um quadro com os fatores que deslocam a curva de oferta agregada de longo prazo: Fatores que deslocam a curva de oferta agregada de longo prazo:  Alterações na disponibilidade de capital;  Alterações na disponibilidade de recursos naturais;  Alterações da tecnologia;  Alterações na disponibilidade de mão-de-obra;  Alterações salariais6;  Alterações dos custos7. Por fim, ressaltamos mais uma vez que a oferta agregada de longo prazo (vertical) reflete o modelo clássico da economia (observe que a situação é a mesma da curva LM vertical - caso clássico), pois pressupõe a economia no nível de produto de pleno emprego. 6

Os salários alteram a quantidade utilizada de mão-de-obra. Salários mais elevados fazem com que os empresários contratem menos trabalhadores, por estes estarem mais caros. Assim, o aumento de salários faz com que a curva OA de longo prazo seja deslocada para a esquerda. Redução de salários desloca a curva OA para a direita, pois haverá mais trabalhadores contratados (mais quantidade do fator mão-de-obra). 7

Custos elevados pressupõem redução da produção, deslocando a curva de oferta agregada para a esquerda. Um exemplo de elevação de custos seria o aumento dos preços de matérias-primas ou elevações salariais. Profs Heber e Jetro

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2.2. Oferta agregada de curto prazo Nós vimos que, no longo prazo, o nível geral de preços não afeta a capacidade da economia de produzir bens e serviços, de tal forma que a economia estará sempre no pleno emprego de recursos. No entanto, no curto prazo, o nível geral de preços afeta a capacidade de produção da economia. Em curto prazo, um aumento no nível geral de preços da economia tende a elevar a quantidade ofertada de bens e serviços, e uma queda no nível geral de preços tende a reduzir a quantidade ofertada de bens e serviços. Como resultado, a curva de oferta agregada tem inclinação positiva, como mostra a figura 4. Figura Preço (P)

OACP P2 B

P1

Curva de oferta agregada de curto prazo (OACP) é inclinada positivamente.

A Y1

Y2

Y

Por que, diferentemente do que ocorre no longo prazo, as mudanças no nível de preços afetam a produção no curto prazo? Existem várias explicações para isso, mas todas elas possuem um denominador comum: a oferta agregada se desvia do seu nível natural quando o nível real de preços se desvia do nível de preços que as pessoas esperavam que prevalecesse. Se você não entendeu ou ficou um pouco confuso, pedimos um pouco de calma. Esta questão ficará mais bem esclarecida à medida que você for lendo o texto. Resumidamente, nós podemos enumerar três teorias que explicam a inclinação positiva da curva de oferta agregada: (a) teoria dos salários rígidos, (b) teoria dos preços rígidos e (c) teoria da informação imperfeita. Comecemos pela primeira (a):

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 a) Rigidez salarial De acordo com essa teoria, a curva de oferta agregada de curto prazo tem inclinação positiva porque os salários nominais (W) não respondem imediatamente às variações das condições da economia, sendo rígidos no curto prazo. Essa rigidez salarial é causada basicamente por fatores sociais e institucionais, tais como a existência de contratos de trabalho de longo prazo, poder de negociação coletiva (sindicatos), adoção de pisos salariais, legislação trabalhista. Todos estes fatores impedem ajustes para menor dos salários. Um exemplo prático nos ajudará a entender porque os salários (nominais) rígidos fazem com que a curva de oferta agregada seja inclinada positivamente. Imagine que há um ano uma empresa esperava que o nível de preços fosse 100 (preço esperado=100) e, com base nessa expectativa, assinou um contrato de trabalho em que o salário de seu trabalhador fosse 50. Suponha que a expectativa da empresa não se confirmou e o nível de preço efetivo acaba sendo apenas 90, em vez de 100. Como os preços caíram abaixo das expectativas, a empresa ganha 10% menos do que o esperado para cada unidade de produto que vende. O salário (custo da mão-de-obra), porém, é rígido e não pode diminuir em virtude do contrato de trabalho. Dessa forma, a produção agora dá menos lucro, de tal forma que a empresa reduzirá o número de contratações e a quantidade de produtos ofertados. Com o tempo, após os contratos de trabalho expirarem, a empresa poderá renegociar o valor dos salários, de tal forma que seja possível novamente contratar mais trabalhadores e aumentar a produção, mas, enquanto isso não ocorre, o nível de produção permanecerá abaixo do nível de pleno emprego no longo prazo. Veja então que o nível de preços abaixo do nível de preços esperado, associado à rigidez salarial, fez com que a empresa reduzisse as contratações e a produção. Ou seja, redução de preços provoca redução de produção/renda. O contrário também é válido: aumento de preços provoca aumento de contratações e produção. Como as variáveis do gráfico têm relação positiva (uma cresce e outra também cresce, e vice-versa), a curva de oferta agregada será inclinada positivamente no curto prazo. Diante do exposto, segundo a teoria dos salários rígidos, a curva de oferta agregada de curto prazo tem inclinação positiva porque os salários nominais se baseiam na expectativa de preços e são rígidos (não respondem imediatamente quando o nível de preços é diferente do

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 8 esperado). Essa rigidez salarial faz com que as empresas produzam mais quando os preços aumentam mais que o preço esperado, e menos quando os preços diminuem para um nível menor que o preço esperado.

b) Rigidez de preços A teoria dos preços rígidos pressupõe que os preços de alguns bens e serviços também se ajustam lentamente em resposta às variações das condições econômicas, apresentando, portanto, alguma rigidez. Esse modelo enfatiza que as empresas não ajustam imediatamente os preços que cobram em resposta a variações na demanda e isto ocorre por vários motivos. Assim como os contratos de trabalho, os acordos de compra e venda de produtos podem ser estabelecidos por contratos de longo prazo entre empresas e clientes e, mesmo na inexistência de acordos formais, as empresas podem manter os preços fixos no curto prazo para não incomodar os clientes com mudanças frequentes de preços. Outra razão que explica a rigidez de preços são os custos de menu. Por vezes, ajustar os preços implica custos como, por exemplo, a impressão e distribuição de catálogos, confecção de novas etiquetas de preços, impressão de novos cardápios (no caso de restaurantes), atualização dos sistemas, atualização da contabilidade, etc. Esses custos de menu fazem com que as empresas ajustem seus preços de modo intermitente (apenas de tempos em tempos), e não de modo contínuo. Agora que já explicamos porque os preços podem ser rígidos no curto prazo (por exemplo, devido aos custos de menu), veremos como isso explica a inclinação positiva da curva de oferta agregada. Suponha que uma empresa anuncie seus preços antecipadamente, com base nas expectativas em relação às condições econômicas para um período seguinte. Então, devido a mudanças nas condições econômicas, o nível de preços da economia acaba sendo menor do aquele esperado. Embora algumas empresas reduzam seus preços imediatamente em resposta às mudanças inesperadas nas condições econômicas, outras podem não fazê-lo, para não incorrer nos custos de menu. Como os preços dessas empresas ficam mais altos, suas vendas declinam. O declínio nas vendas reduzirá os lucros e fará estas empresas que mantiveram os preços rígidos reduzir a produção e o emprego. 8

Uma maneira alternativa de verificar a teoria da rigidez salarial é a seguinte, supondo um aumento de preços: quando o salário nominal (W) permanece fixo, um aumento no nível de preços diminui o salário real (W/P), fazendo com que a mão-de-obra fique mais barata. Isso induz as empresas a contratar mais mão-de-obra o que faz com que a produção seja aumentada. Assim, verifica-se uma relação positiva entre nível de preços e produto, fazendo com que a curva de oferta agregada seja inclinada positivamente.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Em suma, como nem todos os preços se ajustam imediatamente a oscilações da economia, uma queda no nível de preços deixa algumas empresas com preços mais altos, fazendo suas vendas reduzirem. Por conseguinte, a produção e o emprego serão reduzidos nestas empresas com rigidez de preços. Essa associação positiva entre o nível de preços e a produção (uma variável cai, a outra também cai, e vice-versa) leva à inclinação positiva da curva de oferta agregada.

c) Informação imperfeita A teoria da informação imperfeita ou percepções equivocadas relaciona a inclinação da curva de oferta agregada de curto prazo como resultado da percepção equivocada dos produtores em relação aos preços da economia. Suponha que o nível geral de preços da economia caia para um nível abaixo do esperado pelas empresas. Se o nível de preços de toda a economia cai, seria natural que isso não afetasse as decisões de produção das empresas, uma vez que não há mudanças nos preços relativos9. No entanto, as percepções equivocadas, fruto da informação imperfeita, podem fazer com que isso não aconteça. Para entender como isso funciona, suponha que haja redução do nível geral de preços. Como nós dissemos, à medida que a redução de preços ocorre na economia como um todo, é de se esperar que isso não afete as decisões de produção, mas um produtor, individualmente, pode enxergar isso de maneira equivocada. Um vendedor de roupas, por exemplo, pode achar que somente os preços de suas roupas caíram. Ou seja, ele pode acreditar que os preços de seus produtos caíram comparados a outros preços na economia (queda de preços relativos). Deste modo, este vendedor pode concluir que produzir roupas não é tão lucrativo quanto antes e, assim, decide reduzir a produção, e essa redução de produção durará até que ele perceba que a redução de preços foi geral, e não somente para os seus produtos. Percepções equivocadas semelhantes ocorrem quando o nível geral de preços sobe. Um produtor, isoladamente, pode achar que somente o preço de seu produto subiu e, assim, pode decidir aumentar a produção.

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Quando falamos em preços relativos, estamos fazendo alusão à relação de preços. Assim, quando todos os preços da economia caem, não há mudança nos preços relativos, pois todos os preços caem em proporção igual, de forma que todos os agentes permanecem na mesma situação. Assim, uma redução de todos os preços (redução do nível geral de preços) não altera os preços relativos e não deveria estimular alterações na produção. Profs Heber e Jetro

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Note que, enquanto estas percepções equivocadas não forem corrigidas, os produtores responderão a aumento de preços por meio do aumento de produção; e responderão à redução de preços por meio da redução de produção. Em ambos os casos, a relação entre produção/emprego e preços é positiva, indicando que a curva de oferta agregada será positiva.

d) Resumo e equação da curva de oferta agregada de curto prazo Nós vimos então que existem três explicações para a inclinação positiva da curva de oferta agregada de curto prazo: (a) salários rígidos, (b) preços rígidos e (c) percepções equivocadas sobre os preços relativos. Embora essas três explicações difiram em termos de pressupostos, suas implicações em relação ao produto agregado são semelhantes: quando os preços sobem, o produto agregado (oferta agregada) também sobe, e vice-versa. Existe uma equação que resume a curva de oferta agregada de curto prazo. Tal equação coaduna-se com as três teorias que explicam a inclinação positiva da OACP. Segue abaixo a equação: Y = YN + a.(P – PE) Oferta agregada de curto prazo (OACP)

Onde “Y” é o produto da economia ou a quantidade ofertada de produto, “YN” é o produto natural (ou produto de pleno emprego – YPE), o parâmetro “a”, que se situa entre 0 e 1, mede a sensibilidade com que o produto reage a alterações de preços, “P” é o índice de preços e “P E” é o índice de preços esperado. Essa equação, que define a curva de oferta agregada de curto prazo, enuncia que os desvios do produto do nível natural (YN) estão relacionados com os desvios do nível de preços (P) em relação ao nível de preços esperado (PE). Se o nível de preços é mais alto que o nível de esperado (P > PE), a produção excede o seu nível natural (Y > YN). Se o nível de preços é mais baixo que o nível esperado, a produção fica aquém da sua taxa natural. A figura 05 evidencia essas conclusões:

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Figura Preço (P)

Y = YN + a.(P – PE)

P>PE

Oferta agregada de curto prazo (OACP)

P=PE Oferta agregada de longo prazo (OALP)

P0) deslocam a curva de Phillips para a direita. Choques favoráveis de oferta ( PIB potencial, ou hiato negativo) de hiato inflacionário. Uma situação de hiato inflacionário indica que a economia possui bastante emprego e os fatores de produção empregados estão sendo superutilizados. Temos excesso de demanda agregada sobre a oferta agregada de pleno emprego, indicando uma inflação de demanda. Se o PIB potencial for maior que o PIB efetivo, temos hiato positivo, e isto significa que a economia está desaquecida, em recessão econômica, e os preços e salários tendem a cair. Por isso, chamamos o hiato decorrente desta situação (PIB potencial > PIB efetivo, ou hiato positivo) de hiato deflacionário. Uma situação de hiato deflacionário indica que a economia possui pouco emprego e há fatores de produção que não estão sendo utilizados (desemprego e/ou capacidade ociosa). Temos excesso de oferta agregada de pleno emprego sobre a demanda agregada. Neste tipo de situação, o governo deve aumentar a demanda agregada por meio de políticas fiscais e/ou monetárias expansivas. A figura 21 resume o que foi dito acima: Figura 1

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PIB PIB efetivo > PIB potencial  Hiato inflacionário (negativo)  expansão econômica

PIB efetivo < PIB potencial  Hiato deflacionário (positivo)  recessão econômica tempo PIB potencial PIB fetivo

10. LEI DE OKUN A lei de Okun diz que o crescimento econômico é inversamente relacionado com o desemprego. Isto é bastante intuitivo. Se a economia cresce, é porque o nível de emprego está aumentando; por consequência, o desemprego diminui. A lei de Okun pode ser expressa da seguinte forma: ut – ut-1 = -B(gyt – gy) Onde ut = taxa de desemprego no período corrente; ut-1 = taxa de desemprego no período anterior; B = parâmetro que informa como crescimento além da taxa normal afeta a taxa de desemprego. É a inclinação da curva do desemprego x crescimento, indicando a sensibilidade com que o desemprego varia em decorrência do crescimento econômico. O sinal de (-) em frente ao B indica a relação inversa entre o crescimento econômico e a taxa de desemprego; gyt = taxa de crescimento do produto; gyt = taxa normal de crescimento do produto.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Figura 22 gy

Lei de Okun: quanto maior o crescimento econômico (gy), menor será o desemprego (u). u

Vale ressaltar que a relação entre desemprego e crescimento econômico não é uma relação de 1 para 1. Ou seja, se a economia crescer 1%, isto não significa que o desemprego vai aumentar 1%. Não é nada disso! Esta relação de 1 para 1 até pode acontecer, eventualmente. Mas não é a regra. A relação numérica entre desemprego e crescimento econômico vai depender do valor do parâmetro “B”.

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Bem pessoal, por hoje é só! Terminamos a aula (ufa!). Seguem agora alguns exercícios para fixação dos temas. Abraços e bons estudos! Heber Carvalho e Jetro Coutinho [email protected] [email protected]

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RESUMÃO DA AULA Demanda A regada A curva de demanda agregada (DA) representa a demanda agregada da economia sob os dois pontos de vista estudados no modelo IS-LM: lado real e lado monetário da economia. Fatores que deslocam a curva IS para a direita e, portanto, deslocam a curva DA também para a direita, no sentido de aumento da renda:  Aumento do consumo autônomo;  Aumento dos gastos do governo;  Aumento dos investimentos autônomos;  Redução de impostos;  Aumento das transferências;  Aumento das exportações líquidas. Fatores que deslocam a curva LM para a direita e, portanto, deslocam a curva DA também para a direita, no sentido de aumento da renda:  Aumento da oferta de moeda  Redução da demanda por moeda 

Oferta Agregada Define-se oferta agregada (OA) como sendo o valor total da produção de bens e serviços de uma economia. Fatores que deslocam a curva de oferta agregada de curto prazo:  Alterações na disponibilidade de capital;  Alterações na disponibilidade de recursos naturais;  Alterações da tecnologia;  Alterações na disponibilidade de mão-de-obra;  Alterações salariais;  Alterações dos custos;  Alterações no nível de preços esperados. Fatores que deslocam a curva de oferta agregada de longo prazo:  Alterações na disponibilidade de capital;  Alterações na disponibilidade de recursos naturais;  Alterações da tecnologia;  Alterações na disponibilidade de mão-de-obra;  Alterações salariais;  Alterações dos custos. 

Efeitos do aumento a emanda agregada

P

Caso keynesiano: a demanda agregada interfere no nível de renda, mas não no nível de preços.

Caso intermediário: a demanda agregada altera a renda e os preços.

OALP

Caso clássico: a curva de demanda agregada altera somente o nível de preços.

OACP OACP DA1

DA2

Y

DA2

DA2

DA1

DA1

YPLENO EMPREGO a) Caso keynesiano

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b) Caso intermediário

c) Caso clássico

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- É o aumento generalizado de preços. - A inflação de demanda ocorre quanto temos excesso de DA sobre OA. A inflação monetária é um tipo de inflação de demanda e é causada pelo aumento de oferta de moeda. No entanto, a inflação monetária se dissemina mais rapidamente. - A inflação de custos é ligada à curva de oferta e decorre da diminuição da oferta de bens e serviços devido à elevação dos custos de produção. - Consequencias da inflação são: Distorção na alocação de recursos; desincentivo aos investimentos; distúrbios na distribuição de renda; alterações nas contas públicas (oliveira-Tanzi e Patinkin); Custo de sola de sapato; custo de transação e de menu; indexação e desequilíbrio externo.

Inflação

Curva de Phillips 

Curva de Phillips: Mostra as combinações de inflação (aumento de preços) e desemprego que surgem no curto prazo à medida que deslocamentos na curva de demanda agregada movem a economia ao longo da curva de oferta agregada de curto prazo. Apresenta uma correlação negativa entre inflação e desemprego.

=

Componente nercial: é devido à xpectativa e haver nflação, que provoca a nércia.

E

– B.(u – uN) +

Componente d demanda: é evido ao aquecimento da demanda agregada. Este omponente influenciado pelo governo r eio de líticas fiscal monetária.

Componente oferta: é devido aos choques de oferta. Choques (adversos) aumentam , aumentando, portanto, a nflação.

Lei e Okun ut – ut-1 = -B(gyt – gy) Onde: ut = taxa de desemprego no período corrente; ut-1 = taxa de desemprego no período anterior; B = É a inclinação da curva do desemprego x crescimento, indicando a sensibilidade com que o desemprego varia em decorrência do crescimento econômico. O sinal de (-) em frente ao B indica a relação inversa entre o crescimento econômico e a taxa de desemprego; gyt = taxa de crescimento do produto; gyt = taxa normal de crescimento do produto.

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QUESTÕES COMENTADAS Em relação à teoria macroeconômica, julgue os itens. 01. (CESPE/Unb – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O aumento dos salários nominais acarreta deslocamento da curva de demanda agregada para a direita, além de um aumento do produto de equilíbrio. COMENTÁRIOS: O aumento dos salários nominais acarreta deslocamento da curva de OFERTA agregada para a ESQUERDA, além de uma DIMINUIÇÃO do produto de equilíbrio. GABARITO: ERRADO. 02. (CESPE/Unb – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O aumento dos gastos do governo acarreta elevação do nível geral de preços. COMENTÁRIOS: Sim. Se o governo aumentar os seu gastos, ele pratica política fiscal expansionista e, portanto, desloca a curva IS para a direita e para cima. Como a curva DA é derivada do modelo IS-LM e vimos no curso que políticas fiscais expansivas farão a curva de DA se deslocar para a direita, esse deslocamento da DA fará com que haja uma elevação no nível geral de preços. GABARITO: CERTO 03. (CESPE/Unb – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O aumento da preferência pela liquidez desloca a curva do mercado de bens para a esquerda, o que causa retração da demanda agregada. COMENTÁRIOS: Quando há o aumento da preferência pela liquidez significa que as pessoas preferem manter em seu poder maiores quantidades de moeda. Quando isso acontece, há um aumento na demanda de moeda por uma mudança no comportamento dos agentes econômicos. Esse aumento da demanda de moeda desloca a LM para a esquerda e para cima, conforme vimos na nossa aula 03 aqui do curso, página 16. Ou seja, não há o deslocamento da curva do mercado de bens (IS), mas sim da curva do mercado de moeda (LM). Esse deslocamento da curva LM

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 para esquerda e para cima fará a curva da demanda agregada se deslocar para a esquerda, ou seja, haverá retração da demanda agregada. GABARITO: ERRADO 04. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - De acordo com a curva de Phillips, quanto maior a demanda agregada por bens e serviços, maior será a produção de uma economia e, consequentemente, maior será o nível de preços. COMENTÁRIOS: Segundo a curva de Phillips, existe um trade-off entre inflação (aumento dos preços) e desemprego (redução da renda). Para aumentar o emprego (reduzir desemprego), é necessário tolerar um pouco de inflação, e viceversa. Ou seja, redução do desemprego (aumento da produção) está relacionada com maior nível de preços. GABARITO: Certo 05. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - Os formuladores de políticas econômicas habitualmente têm de fazer escolhas que podem variar de acordo com a ênfase atribuída a diferentes objetivos. Quando, por exemplo, a economia se aproxima do pleno emprego dos recursos, e esses passam a escassear, os custos de produção tenderão a aumentar, com repasse para os preços, principalmente se houver pouca concorrência. O impacto inflacionário, entretanto, poderá ser amenizado de acordo com o grau de abertura da economia, ou se estiver ocorrendo, simultaneamente, aumento da produtividade. COMENTÁRIOS: Essa é uma questão bem legal. Basicamente, para resolvê-la, não necessitamos de modelos, mas apenas de interpretação. O início da assertiva é genérico, estando correto: “Os formuladores de políticas econômicas habitualmente têm de fazer escolhas que podem variar de acordo com a ênfase atribuída a diferentes objetivos.” Quando a economia se aproxima do pleno emprego, isto significa que a totalidade dos recursos (fatores de produção) estará sendo utilizada. Isto faz com que estes recursos fiquem mais escassos e o seu uso aumente. Por sua vez, a escassez de recursos disponíveis faz com estes fiquem mais caros, o que provocará repasse de custos para os preços.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 Este repasse, por sua vez, será tanto menor quanto maior o grau de concorrência, o grau de abertura da economia e o aumento da produtividade. Isto é, se a economia puder recursos do exterior, ou se houver grande competitividade no mercado interno ou, ainda, se estivermos tendo aumento de produtividade, o repasse de custos para os preços tenderá a ser menor; arrefecendo o impacto inflacionário. GABARITO: CERTO Acerca dos modelos de análise macroeconômica, julgue os itens. 06. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - No modelo de oferta agregada e demanda agregada, o nível de preços é rígido para que as análises de estatística comparativa possam ser realizadas. COMENTÁRIOS: Em regra, no modelo de oferta e demanda agregada, consideramos a variação de preços no modelo, tanto é verdade que este é o modelo utilizado para verificar o impacto de políticas econômicas sobre os preços. Nós teremos nível de preços rígido apenas em algumas situações específicas dentro do modelo. PS: as análises de estática comparativa de que trata a assertiva são as mesmas análises que fizemos em nosso curso. Na estática comparativa, comparamos uma situação anterior com uma situação posterior, sem nos preocuparmos com os aspectos dinâmicos (não nos preocupamos com o ajustamento em si, mas somente com os 02 resultados, que são comparados de forma estática). Na Micro, quando estudamos oferta e demanda, também temos basicamente análises de estática comparativa. GABARITO: Errado Julgue os itens a seguir, relativos à economia monetária. 07. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) -Na curva de Phillips com expectativas adaptativas, a inflação reage aos desvios da taxa efetiva de desemprego em relação à taxa natural de desemprego, aos choques de oferta e ao componente de inflação esperada. COMENTÁRIOS: A assertiva é perfeita. Na versão com expectativas adaptativas, a equação de Phillips é a que segue abaixo:

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=

Componente d inflação esperada.

E

– B.(u – uN) +

Componente d corrente os desvios da taxa fetiva desemprego (u) m elação à taxa natural uN

Componente choques de oferta.

GABARITO: Certo 08. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - A lei de Okun relaciona a variação na taxa de desemprego ao desvio da taxa de crescimento do produto, em relação à taxa de crescimento normal. COMENTÁRIOS: A questão também é correta, bastando apenas saber corretamente a própria definição da lei de Okun. Segue uma breve revisão: A lei de Okun diz que o crescimento econômico é inversamente relacionado com o desemprego. Isto é bastante intuitivo. Se a economia cresce, é porque o nível de emprego está aumentando; por consequência, o desemprego diminui. A lei de Okun pode ser expressa da seguinte forma: ut – ut-1 = -B(gyt – gy) Onde ut = taxa de desemprego no período corrente; ut-1 = taxa de desemprego no período anterior; B = parâmetro que informa como crescimento além da taxa normal afeta a taxa de desemprego. É a inclinação da curva do desemprego x crescimento, indicando a sensibilidade com que o desemprego varia em decorrência do crescimento econômico. O sinal de (-) em frente ao B indica a relação inversa entre o crescimento econômico e a taxa de desemprego;

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 gyt = taxa de crescimento do produto; gyt = taxa normal de crescimento do produto. GABARITO: Certo 09. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Lei de Okun é a teoria segundo a qual o hiato do produto é proporcional à diferença entre a taxa de desemprego e a taxa natural de emprego. COMENTÁRIOS: O hiato do produto é a diferença entre o produto potencial e o produto efetivo. Um alto hiato do produto indica um alto desemprego. A lei de Okun também pode ser expressa da seguinte maneira (uma maneira alternativa à que foi proposta anteriormente): (U – Un) = a(Yn – Y) Onde Un é a taxa de desemprego natural, U é a taxa de desemprego corrente, Yn é o produto potencial (ou natural), Y é o produto corrente e “a” é a sensibilidade com que o hiato do produto (Yn – Y) varia com a diferença entre a taxa de desemprego e a taxa natural de desemprego. Pela análise da fórmula, percebe-se que, de fato, o hiato do produto (Yn – Y) é proporcional à diferença entre a taxa de desemprego e a taxa natural de emprego (U – Un). PS: a expressão da lei de Okun também pode ser, ainda, escrita assim: (U – Un) = -a(Y – Yn) GABARITO: Certo Acerca das relações entre inflação, salário e desemprego, conforme a abordagem keynesiana, julgue os próximos itens. 10. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - De acordo com a Lei de Okun, o aumento do produto de equilíbrio gera o aumento do desemprego. COMENTÁRIOS: De acordo com a Lei de Okun, o aumento do produto de equilíbrio (crescimento econômico) gera redução do desemprego. GABARITO: Errado

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 No que diz respeito ao modelo IS-LM e à curva de Phillips, julgue os itens a seguir. 11. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) – Com relação à hipótese de expectativas adaptativas, existe tradeoff entre inflação e desemprego somente no curto prazo. Já no longo prazo, a curva de Phillips é vertical. COMENTÁRIOS: Questão perfeita. Com expectativas adaptativas, temos ainda um tradeoff entre inflação e desemprego. No longo prazo, o trade-off não existe e a curva é vertical. GABARITO: Certo Acerca do papel do governo na economia, julgue os itens subsequentes. 12. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) – O imposto de renda e o seguro desemprego podem ser considerados como estabilizadores automáticos da economia, inserindo-se como políticas públicas de estabilização econômica. COMENTÁRIOS: Esta questão trata de dois itens que servem como estabilização automática da economia. Comecemos pelo seguro-desemprego. Em uma situação de desemprego, com muita gente desempregada, ele funciona como um impulso para que a economia volte a ter renda circulando, evitando, assim, que haja mais redução nos níveis de emprego. Já o imposto progressivo atua como freio ao crescimento excessivo da renda, uma vez que a renda adicional é taxada mais pesadamente quando ela começa a crescer. Ou seja, assim como o seguro-desemprego, ele funciona como um estabilizador automático. Se a renda das pessoas diminui, elas passam a ser tributadas menos pesadamente, impulsionando novamente a renda da economia. Se a renda aumenta, elas passam a ser tributadas mais pesadamente, freando o aumento excessivo de renda. Observe, portanto, que o imposto de renda (que, no Brasil, é progressivo) e o seguro desemprego atuam como estabilizadores automáticos da economia, contribuindo para a estabilização da economia. GABARITO: Certo

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 13. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) – A política econômica que se baseia em regras é mais vulnerável aos ciclos políticos que a política econômica discricionária. COMENTÁRIOS: A política econômica que se baseia em regras é aquela em que as condutas do governo são pautadas por regras claras, vinculadas. Por exemplo, o BACEN está sujeito ao regime de metas, os governos estão sujeitos à Lei de Responsabilidade Fiscal. Tudo isto são regras que tornam a política econômica menos vulnerável aos ciclos políticos. Assim, se, de repente, um governo radical for eleito, ele terá muitos limites institucionais a seguir. Na prática, a existência de regras faz com que a política econômica se torne, então, menos vulnerável às trocas de governos (ou à troca de partidos políticos no poder). GABARITO: Certo 14. (CESPE/Unb – Analista Econômico – SEGER/ES – 2013) Conforme a curva de Phillips aumentada de expectativas, se a taxa de inflação é igual à taxa de inflação esperada, o desemprego é nulo. COMENTÁRIOS: Se a taxa de inflação é igual a taxa de inflação esperada ( = E), então, a taxa de desemprego será igual à taxa natural de desemprego (supondo que não haja choques de oferta). = E – B.(u – uN) Se = E, então: – B.(u – uN) = 0 (isto nos leva a concluir que u=uN) Desta forma, a questão é errada, pois a situação narrada não nos leva concluir a existência de um desemprego nulo, mas sim de uma taxa de desemprego igual à taxa natural de desemprego (que não é igual a zero). GABARITO: Errado 15. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - Segundo a curva de Phillips, no curto prazo, a inflação e a taxa de desemprego estão relacionadas positivamente. COMENTÁRIOS: Segundo a curva de Phillips, no curto prazo, a inflação e a taxa de desemprego estão relacionadas negativamente. GABARITO: Errado

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 16. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Expectativa adaptativa diz que a inflação esperada para o próximo período é a média da inflação observada nos últimos períodos. COMENTÁRIOS: Exatamente. Não há muito o que acrescentar. GABARITO: Certo 17. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – A curva de Phillips, segundo a qual existe uma relação inversa entre taxa de inflação e taxa de emprego, permite avaliar a relação entre crescimento e inflação. COMENTÁRIOS: A curva de Phillips nos mostra uma relação inversa entre taxa de inflação e taxa de desemprego. GABARITO: Errado 18. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – O hiato do produto é medido pela diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo, sendo este último definido como aquele que poderia ser alcançado e sustentado com o uso eficiente e pleno dos fatores de produção. COMENTÁRIOS: O hiato do produto é igual à diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo. Até aí, a questão é correta. No entanto, é o PIB potencial que é definido como aquele que poderia ser alcançado e sustentado com o uso eficiente e pleno dos fatores de produção. GABARITO: Errado 19. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – Se o hiato do produto aumenta, espera-se que alguns dos fatores produtivos estejam acima de sua capacidade de utilização, isto é, que todos os fatores estão, pelo menos, a pleno emprego. COMENTÁRIOS: Se o hiato do produto aumenta (diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo), espera-se que os fatores de produção estejam abaixo de sua capacidade de utilização, isto é, que haja capacidade ociosa.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 GABARITO: Errado 20. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – A denominada Lei de Okun corresponde à relação entre a taxa de desemprego e a inflação: maior inflação implica em menor desemprego. COMENTÁRIOS: A denominada Lei de Okun corresponde à relação entre desemprego e crescimento econômico (não temos a inflação na Lei de Okun). GABARITO: Errado Em relação à política fiscal e à política monetária, julgue os itens. 21. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – Uma política monetária expansionista leva a aumento de preços e, no médio prazo, é irrelevante com relação ao produto da economia. COMENTÁRIOS: Políticas monetárias expansionistas (deslocamento da DA para a direita), em regra, provocarão aumento dos preços. No longo (médio) prazo, com a OA vertical, essas políticas não terão impacto sobre o produto. GABARITO: Certo 22. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – Apesar de ser eficiente no controle da inflação, uma política fiscal contracionista causa recessão da economia no médio prazo. COMENTÁRIOS: Realmente, políticas contracionistas (sejam fiscais ou monetárias) são anti-inflacionárias. No entanto, em médio (longo) prazo, com a OA vertical, estas políticas são neutras em relação ao produto. Portanto, não causam recessão (nem expansão) econômica. GABARITO: Errado 23. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – Segundo o modelo clássico, as mudanças na demanda agregada afetam, a longo prazo, os preços da economia, mas não o nível de produção. COMENTÁRIOS:

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 No modelo clássico (podemos usar a curva OA vertical, no caso clássico), quaisquer mudanças na demanda agregada afetam somente o nível de preços, mas não afetam o nível de produção. GABARITO: CERTO 24. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – Conforme o modelo keynesiano, choques adversos de oferta em determinada economia acarretam aumento de preços e redução do nível de produção dessa economia. COMENTÁRIOS: Segundo o modelo keynesiano (podemos usar, em regra, a curva OA positivamente inclinada), choques de oferta irão deslocar a curva OA para a esquerda, aumentando os preços e reduzindo o produto da economia (estagflação). GABARITO: CERTO 25. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – O aumento da taxa dos depósitos compulsórios pelos bancos comerciais, bem como pelo BACEN, diminui a demanda agregada. COMENTÁRIOS: A curva de demanda agregada é diminuída em decorrência de políticas contracionistas (sejam políticas fiscais ou monetárias). Assim, o aumento da taxa do recolhimento compulsório realmente diminui a demanda agregada. GABARITO: CERTO 26. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – A redução da taxa de juros básica, a denominada taxa SELIC, diminui a demanda agregada e reduz, consequentemente, as pressões inflacionárias. COMENTÁRIOS: Podemos encarar a redução da taxa de juros básica, a taxa SELIC, simplesmente, como política monetária expansionista. Políticas expansionistas aumentam a demanda agregada, e elevam as pressões inflacionarias. GABARITO: ERRADO

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 (CESPE/UNB - ANALISTA DE INFRAESTRUTURA – MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO – 2010) – Julgue os itens subsequentes com base na teoria e nas aplicações da macroeconomia. 27 - Caso haja crescimento econômico no país, com o aumento da demanda agregada, e a capacidade de produção esteja esgotada ou se aproxime do pleno emprego, o aumento das importações é uma das possíveis soluções para se evitar a inflação, pois reduz a demanda líquida do setor externo. COMENTÁRIOS: Geralmente, o crescimento econômico, com o aumento da demanda agregada, é acompanhado da elevação de preços (inflação), pois o deslocamento da DA para a direita aumenta não só a renda, mas também os preços. Se a capacidade de produção estiver esgotada, ou seja, se o país já estiver no pleno emprego, a curva de OA é vertical. Nesta situação, uma solução para evitar o aumento dos preços é aumentar as importações, pois haverá redução da demanda líquida do setor externo (haverá redução de X – M), reduzindo também a demanda agregada, de tal forma que a curva DA será deslocada para a esquerda (e para baixo) reduzindo o nível de preços. GABARITO: CERTO CESPE/UNB - ANALISTA – ECONOMIA – MPU – 2010 - Julgue os itens subsequentes acerca dos agregados monetários, das contas do sistema monetário, da política monetária e da relação entre taxas de juros, inflação e resultado fiscal. 28 - A neutralidade da moeda em termos reais não se aplica no longo prazo. COMENTÁRIOS: É justamente o contrário: a neutralidade da moeda em termos reais SE APLICA no longo prazo, onde, supostamente, a economia tende ao pleno emprego (economia clássica) e a curva OA é vertical. Nesta situação, o aumento da oferta de moeda e o consequente deslocamento da curva DA não altera o nível de renda, uma vez que a curva OA é vertical. Gabarito: ERRADO CESPE/UNB - ANALISTA – ECONOMIA – MPU – 2010 - Acerca da relação existente entre o comportamento do mercado de trabalho e o nível de atividade e da relação existente entre salários, inflação e desemprego, julgue os itens a seguir.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 29 - A curva de Phillips mostra a combinações de inflação e desemprego que surgem dos deslocamentos da demanda agregada ao longo da oferta agregada. COMENTÁRIOS: A curva de Phillips é derivada diretamente do modelo de oferta e demanda agregada. Ela mostra as combinações de inflação (aumento de preços) e desemprego que surgem no curto prazo à medida que deslocamentos na curva de demanda agregada movem a economia ao longo da curva de oferta agregada de curto prazo, exatamente como foi explicado na introdução do item 8. GABARITO: CERTO 30 - No longo prazo, a curva de Phillips é vertical. COMENTÁRIOS: No longo prazo, a curva de oferta agregada é vertical e a economia permanece no nível de pleno emprego. Assim, a curva de Phillips de longo prazo também permanecerá no nível de pleno emprego, sendo, portanto, vertical. GABARITO: CERTO CESPE/UNB - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2009 - As políticas fiscais e monetárias sintetizam a ação do governo para estabilizar a economia. Acerca desse assunto, julgue os itens. 31 - Políticas monetárias restritivas elevam as taxas de juros e reduzem a demanda de consumo e de investimentos, porém, contribuem para aumentar as taxas de inflação. COMENTÁRIOS: Políticas monetárias restritivas deslocam a curva LM para a esquerda e para cima, aumentando os juros e reduzindo o consumo e os investimentos (reduzindo a renda). Até aqui, correta a assertiva. No entanto, a política monetária restritiva desloca a curva DA para a esquerda, reduzindo os preços. GABARITO: ERRADO CESPE/UNB - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2009 - O papel desempenhado pelo mercado monetário, bem como os processos inflacionários, são tópicos relevantes da teoria macroeconômica. A respeito desse assunto, julgue os itens.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 32 - Inflações de demanda decorrem de um crescimento excessivo da demanda agregada e, portanto, colidem com a existência de desequilíbrios no mercado monetário. COMENTÁRIOS: A inflação de demanda ocorre devido ao excesso de demanda agregada (que é representada pela curva DA). A demanda agregada é representada pelo mercado de bens e serviços (lado real) e pelo mercado monetário (lado monetário). Desta forma, inflações de demanda coadunam-se (não colidem!) com a existência de desequilíbrios no mercado monetário. GABARITO: ERRADO CESPE/UNB - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2009 - O modelo da oferta e da demanda agregada constitui um ferramental útil para analisar as flutuações que caracterizam a atividade econômica. A esse respeito, julgue os itens. 33 - O declínio acentuado no preço das ações transacionadas pelo IBOVESPA em 2008 reduziu a riqueza real da economia provocando um deslocamento ao longo da curva de demanda agregada da economia brasileira. COMENTÁRIOS: O declínio acentuado no preço das ações reduziu a riqueza dos consumidores, reduzindo o consumo (C) da economia. Desta forma, a curva DA é deslocada como um todo para a esquerda. Assim, não há deslocamento ao longo da curva, mas sim da curva inteira. GABARITO: ERRADO 34 - Nas economias desenvolvidas, o aumento do excesso de capacidade provocado pela crise econômica atual, por retardar a demanda por novos bens de capital, desloca a curva de oferta de longo prazo dessas economias para cima e para a esquerda. COMENTÁRIOS: A crise econômica não aumentou o excesso de capacidade (aumento dos fatores de produção). A crise reduziu a demanda agregada da economia, deslocando a curva de demanda agregada para esquerda (e para baixo), e não a curva de oferta. GABARITO: ERRADO 35 - A adoção de leis mais estritas sobre o controle da poluição pelas empresas tende a aumentar os custos médios de produção

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 e, portanto, reduz a oferta agregada da economia, para qualquer nível de preço. COMENTÁRIOS: A oferta agregada resume as possibilidades de produção das empresas e é deslocada sempre que há alteração de custos das empresas. Se há aumento de custos, a curva de oferta agregada é reduzida (deslocada para a esquerda), para qualquer nível de preço. GABARITO: CERTO 36 - Inflações de custo, oriundas de reduções na oferta agregada, conduzem a aumentos tanto da produção real como do nível de preços. COMENTÁRIOS: A primeira parte da assertiva está correta, uma vez que a inflação de custo realmente é oriunda de reduções na oferta agregada. No entanto, reduções na oferta agregada deslocam a curva OA para a esquerda e para cima, aumentando o nível de preços e REDUZINDO a produção real. GABARITO: ERRADO 37 - A diminuição da confiança dos consumidores e empresários em relação às perspectivas das economias somente reduzirá o PIB se a economia brasileira estiver operando na parte vertical da curva de oferta agregada. COMENTÁRIOS: A diminuição da confiança dos consumidores e empresários reduz o consumo e os investimentos, deslocando a curva DA para a esquerda e para baixo. No entanto, se a curva de oferta agregada é vertical (longo prazo), esse deslocamento da curva DA não altera o produto/renda da economia. GABARITO: ERRADO CESPE/UNB - ESP. EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSP. AQUAVIÁRIOS – ECONOMIA – ANTAQ – 2009 - A respeito da compreensão dos fenômenos macroeconômicos nas economias modernas, julgue os itens que se seguem. 38 - Em uma economia cuja produção se encontra abaixo do nível de pleno emprego, a política monetária não é capaz de levar a produção ao pleno emprego, objetivo que somente pode ser atingido por meio de uma política fiscal expansionista. COMENTÁRIOS: Em uma economia que se encontra abaixo do nível de pleno emprego (há desemprego de recursos), a economia pode atingir o

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 pleno emprego com o aumento da demanda agregada, até que a curva DA atinja a curva OA de longo prazo, em que a economia está no pleno emprego. Observe a figura: OA

P Trecho keynesiano extremo (rigidez total de preços): OA é horizontal

Trecho normal: OA é positivamente inclinada

OA vertical, de longo prazo DA4

DA3 DA1

DA2 YPE

Y

Veja que há desemprego de recursos quando a OA é horizontal ou positivamente inclinada. No longo prazo, quando a OA é vertical, a economia está no pleno emprego. A maneira de a economia atingir o pleno emprego é por meio do aumento da demanda agregada até quando a curva DA encontra a curva OA de longo prazo. Conforme sabemos, a DA é aumentada (deslocada para a direita e para cima) por intermédio da política fiscal e da política monetária. Portanto, incorreta a assertiva ao afirmar que a política monetária é ineficaz. GABARITO: ERRADO 39 - Há alguns anos, o Brasil encontrava-se em uma situação que combinava alta inflação, bem acima dos níveis internacionais, com deficit cambial. Nessas circunstâncias, a opção por uma política de desvalorização cambial poderia compensar os efeitos nocivos na balança comercial provocados pela inflação, mas acabaria realimentando o processo inflacionário por meio da pressão dos custos. COMENTÁRIOS: No item “inflação”, nós vimos que um de seus efeitos nocivos é a tendência ao aparecimento de déficits na balança comercial. A desvalorização cambial compensa os efeitos nocivos da inflação sobre a balança comercial, uma vez que ela aumenta o valor das exportações e desincentiva as importações. Ao mesmo tempo, a desvalorização cambial tende a aumentar a inflação, pois os produtos importados ficam mais caros, aumentando as despesas de consumo de quem consome produtos importados e os custos dos empresários que utilizam produtos importados como insumos. GABARITO: CERTO

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 CESPE/UNB ESP. REGULAÇÃO DE SERV. PÚB. DE TELECOMUNICAÇÕES – ECONOMIA – ANATEL – 2009 - A teoria econômica divide seus estudos sob os ângulos micro e macro. Em termos gerais, à microeconomia cabe a análise dos mercados nos quais as famílias e as empresas estão inseridas, via, entre outros meios, o entendimento da oferta e da demanda, dos mecanismos de formação de preços e das estruturas de mercado; à macroeconomia cabe o estudo dos agregados, e, para isso, entre outros temas, ela trabalha com o da inflação e das políticas fiscal e monetária, com a contabilidade social ou nacional, preocupandose com a medição desses agregados. À luz do texto apresentado, julgue os itens a seguir, relativos à macroeconomia. 40 - Pode-se estudar o efeito da estagflação dentro do conceito de inflação de demanda. COMENTÁRIOS: A estagflação ocorre quando há aumento de custos. Esse aumento de custos desloca a curva OA para a esquerda e para cima, aumentando os preços e reduzindo o emprego. A esse fenômeno, damos o nome de estagflação. Assim, ela é relacionada com o conceito de inflação de custos, pois decorre do deslocamento para a esquerda da curva OA, que é intimamente ligada ao aumento de custos de produção. Ocorre inflação de demanda quando o deslocamento da curva DA provoca inflação. No entanto, a inflação de demanda ocorre junto com o aumento do emprego, ao contrário da inflação de custos. GABARITO: ERRADO CESPE/UNB - ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO CIÊNCIAS ECONÔMICAS – SEGER/ES – 2009 - A análise macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a seguir. 41 - A ideia de que, no longo prazo, as políticas monetárias expansionistas contribuem apenas para elevar o nível de preços, é consistente com a teoria quantitativa da moeda. COMENTÁRIOS: No longo prazo, a curva OA é vertical e políticas monetárias expansivas (que deslocam DA para a direita e para cima) apenas aumentam o nível de preços, sem aumentar o nível de emprego. Ao mesmo tempo, essa explicação do aumento da oferta moeda provocar somente aumento nos preços é consistente com a teoria quantitativa da moeda, de cunho clássico. GABARITO: CERTO

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 CESPE/UNB - ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO CIÊNCIAS ECONÔMICAS – SEGER/ES – 2009 - A análise macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a seguir. 42 - A redução significativa dos preços das commodities no mercado internacional, no longo prazo, contribui para reduzir os custos de produção das empresas e, portanto, conduz a um deslocamento ao longo da curva de oferta agregada da economia brasileira. COMENTÁRIOS: A redução dos preços das commodities (produtos agrícolas, insumos minerais como o ferro, cobre, bauxita, etc) reduz o custo de produção, deslocando toda a curva de OA para a direita. Não há, portanto, deslocamento ao longo da curva, mas sim da curva inteira. GABARITO: ERRADO 43 - O fato de, no longo prazo, os tomadores de decisão não poderem escolher maiores taxas de inflação para reduzir o desemprego é compatível com a existência de uma curva de Phillips de longo prazo vertical. COMENTÁRIOS: No longo prazo, a curva de Phillips é vertical e não há trade-off entre inflação e desemprego, de modo que não é possível escolher uma determinada taxa de inflação visando reduzir o desemprego. GABARITO: CERTO CESPE/UNB - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2008 – Julgue os itens com relação à política fiscal, que constitui importante meio de o governo atenuar as flutuações econômicas. 44 - Se, no âmbito da reforma tributária atualmente em discussão no Brasil, houver aumento do imposto de renda para pessoas físicas e jurídicas, então a curva de demanda agregada da economia brasileira se deslocará para baixo e para a esquerda. COMENTÁRIOS: O aumento da tributação significa política fiscal restritiva que desloca a curva DA para baixo e para a esquerda. GABARITO: CERTO

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 45 - De acordo com os economistas clássicos, as políticas fiscais expansionistas são particularmente eficazes para reduzir a taxa de desemprego no longo prazo. COMENTÁRIOS: De acordo com a teoria clássica, a curva OA é vertical. Neste caso, a economia se encontra ao nível de pleno emprego e políticas fiscais expansionistas só aumentarão o nível de preços, sem influenciar a renda. GABARITO: ERRADO 46 - Em presença de uma curva de oferta agregada positivamente inclinada, a expansão da demanda agregada, decorrente das despesas públicas realizadas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento, será superior àquela gerada pelo multiplicador keynesiano. COMENTÁRIOS: Na aula passada, no estudo do modelo IS-LM, nós vimos que a expansão da demanda agregada (deslocamento da curva IS para a direita) é INFERIOR àquela gerada pelo multiplicador keynesiano e isso ocorre devido ao efeito crowding-out. O único caso em que a expansão da demanda agregada é igual (nunca superior) àquele gerado pelo multiplicador keynesiano seria a situação em que a curva IS é vertical (infinitamente inelástica aos juros), e não no caso da curva de oferta agregada ser positivamente inclinada. GABARITO: ERRADO CESPE/UNB - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2008 - Considerando os princípios básicos da teoria monetária e da inflação, julgue os itens. 47 - Um surto inflacionário provocado pela expansão das exportações, em decorrência de um aumento exógeno da renda do resto do mundo, constitui exemplo típico de inflação de demanda. COMENTÁRIOS: A inflação de demanda é aquela provocada pelo aumento de demanda, caso em que a curva DA é deslocada para a direita (e para cima). Como sabemos, o aumento das exportações aumenta Y (pois Y=C+I+G+X–M) e desloca a curva DA para a direita, provocando, portanto, inflação de demanda. GABARITO: CERTO

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 48 - Inflações antecipadas, por elevarem a demanda agregada, contribuem para expandir o produto real da economia. COMENTÁRIOS: Inflações antecipadas (aumento de preços simplesmente pela expectativa de que os preços aumentarão no futuro) não elevam a demanda agregada. O aumento de preços, como sabemos, nos faz desloca ao longo da curva de demanda agregada. Como esta é negativamente inclinada, este aumento de preços provocado pela inflação antecipada reduz a renda da economia. GABARITO: ERRADO CESPE/UNB - CONTROLADOR DE RECURSOS MUNICIPAIS – ECONOMIA – PMV – SEMAD/ES - 2008 - A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos. Utilizando os conceitos básicos dessa teoria, julgue os itens que se seguem. 49 - A redução da alíquota do IPI que incide sobre bens de capital, que passará de 3,5% para 2%, anunciada recentemente pelo governo, se concretizada, provocará um deslocamento ao longo da curva de demanda agregada da economia brasileira e conduzirá à expansão do nível de atividade. COMENTÁRIOS: A redução do IPI aumentará os investimentos e o consumo, deslocando TODA a curva DA para a direita (não é deslocamento ao longo da curva). GABARITO: ERRADO 50 - O fato de que, no longo prazo, aumentos da taxa de inflação não alteram a taxa de desemprego é consistente com a hipótese de uma curva de oferta agregada vertical. COMENTÁRIOS: No longo prazo, a curva OA é vertical. Nesta situação, a economia está na taxa natural de desemprego e a inflação não influencia a taxa de desemprego (curva de Phillips é vertical). GABARITO: CERTO

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04

LISTA DE QUESTÕES 01. (CESPE/Unb – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O aumento dos salários nominais acarreta deslocamento da curva de demanda agregada para a direita, além de um aumento do produto de equilíbrio. 02. (CESPE/Unb – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O aumento dos gastos do governo acarreta elevação do nível geral de preços. 03. (CESPE/Unb – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O aumento da preferência pela liquidez desloca a curva do mercado de bens para a esquerda, o que causa retração da demanda agregada. 04. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - De acordo com a curva de Phillips, quanto maior a demanda agregada por bens e serviços, maior será a produção de uma economia e, consequentemente, maior será o nível de preços. 05. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - Os formuladores de políticas econômicas habitualmente têm de fazer escolhas que podem variar de acordo com a ênfase atribuída a diferentes objetivos. Quando, por exemplo, a economia se aproxima do pleno emprego dos recursos, e esses passam a escassear, os custos de produção tenderão a aumentar, com repasse para os preços, principalmente se houver pouca concorrência. O impacto inflacionário, entretanto, poderá ser amenizado de acordo com o grau de abertura da economia, ou se estiver ocorrendo, simultaneamente, aumento da produtividade. Acerca dos modelos de análise macroeconômica, julgue os itens. 06. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - No modelo de oferta agregada e demanda agregada, o nível de preços é rígido para que as análises de estatística comparativa possam ser realizadas. Julgue os itens a seguir, relativos à economia monetária. 07. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) -Na curva de Phillips com expectativas adaptativas, a inflação reage aos desvios da taxa efetiva de desemprego em relação à taxa natural de desemprego, aos choques de oferta e ao componente de inflação esperada. Profs Heber e Jetro

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 08. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - A lei de Okun relaciona a variação na taxa de desemprego ao desvio da taxa de crescimento do produto, em relação à taxa de crescimento normal. 09. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Lei de Okun é a teoria segundo a qual o hiato do produto é proporcional à diferença entre a taxa de desemprego e a taxa natural de emprego. Acerca das relações entre inflação, salário e desemprego, conforme a abordagem keynesiana, julgue os próximos itens. 10. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - De acordo com a Lei de Okun, o aumento do produto de equilíbrio gera o aumento do desemprego. No que diz respeito ao modelo IS-LM e à curva de Phillips, julgue os itens a seguir. 11. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) – Com relação à hipótese de expectativas adaptativas, existe tradeoff entre inflação e desemprego somente no curto prazo. Já no longo prazo, a curva de Phillips é vertical. Acerca do papel do governo na economia, julgue os itens subsequentes. 12. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) – O imposto de renda e o seguro desemprego podem ser considerados como estabilizadores automáticos da economia, inserindo-se como políticas públicas de estabilização econômica. 13. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) – A política econômica que se baseia em regras é mais vulnerável aos ciclos políticos que a política econômica discricionária. 14. (CESPE/Unb – Analista Econômico – SEGER/ES – 2013) Conforme a curva de Phillips aumentada de expectativas, se a taxa de inflação é igual à taxa de inflação esperada, o desemprego é nulo. 15. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - Segundo a curva de Phillips, no curto prazo, a inflação e a taxa de desemprego estão relacionadas positivamente.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 16. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Expectativa adaptativa diz que a inflação esperada para o próximo período é a média da inflação observada nos últimos períodos. 17. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – A curva de Phillips, segundo a qual existe uma relação inversa entre taxa de inflação e taxa de emprego, permite avaliar a relação entre crescimento e inflação. 18. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – O hiato do produto é medido pela diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo, sendo este último definido como aquele que poderia ser alcançado e sustentado com o uso eficiente e pleno dos fatores de produção. 19. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – Se o hiato do produto aumenta, espera-se que alguns dos fatores produtivos estejam acima de sua capacidade de utilização, isto é, que todos os fatores estão, pelo menos, a pleno emprego. 20. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – A denominada Lei de Okun corresponde à relação entre a taxa de desemprego e a inflação: maior inflação implica em menor desemprego. Em relação à política fiscal e à política monetária, julgue os itens. 21. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – Uma política monetária expansionista leva a aumento de preços e, no médio prazo, é irrelevante com relação ao produto da economia. 22. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – Apesar de ser eficiente no controle da inflação, uma política fiscal contracionista causa recessão da economia no médio prazo. 23. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – Segundo o modelo clássico, as mudanças na demanda agregada afetam, a longo prazo, os preços da economia, mas não o nível de produção. 24. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – Conforme o modelo keynesiano, choques adversos de oferta em determinada economia acarretam aumento de preços e redução do nível de produção dessa economia. 25. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – O aumento da taxa dos depósitos compulsórios pelos bancos comerciais, bem como pelo BACEN, diminui a demanda agregada.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 26. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2012) – A redução da taxa de juros básica, a denominada taxa SELIC, diminui a demanda agregada e reduz, consequentemente, as pressões inflacionárias. ANALISTA DE INFRAESTRUTURA – MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO – 2010 – Julgue os itens subsequentes com base na teoria e nas aplicações da macroeconomia. 27 - Caso haja crescimento econômico no país, com o aumento da demanda agregada, e a capacidade de produção esteja esgotada ou se aproxime do pleno emprego, o aumento das importações é uma das possíveis soluções para se evitar a inflação, pois reduz a demanda líquida do setor externo. ANALISTA – ECONOMIA – MPU – 2010 - Julgue os itens subsequentes acerca dos agregados monetários, das contas do sistema monetário, da política monetária e da relação entre taxas de juros, inflação e resultado fiscal. 28 - A neutralidade da moeda em termos reais não se aplica no longo prazo. ANALISTA – ECONOMIA – MPU – 2010 - Acerca da relação existente entre o comportamento do mercado de trabalho e o nível de atividade e da relação existente entre salários, inflação e desemprego, julgue os itens a seguir. 29 - A curva de Phillips mostra a combinações de inflação e desemprego que surgem dos deslocamentos da demanda agregada ao longo da oferta agregada. 30 - No longo prazo, a curva de Phillips é vertical. ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2009 - As políticas fiscais e monetárias sintetizam a ação do governo para estabilizar a economia. Acerca desse assunto, julgue os itens. 31 - Políticas monetárias restritivas elevam as taxas de juros e reduzem a demanda de consumo e de investimentos, porém, contribuem para aumentar as taxas de inflação. ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2009 - O papel desempenhado pelo mercado monetário,

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 bem como os processos inflacionários, são tópicos relevantes da teoria macroeconômica. A respeito desse assunto, julgue os itens. 32 - Inflações de demanda decorrem de um crescimento excessivo da demanda agregada e, portanto, colidem com a existência de desequilíbrios no mercado monetário. ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2009 - O modelo da oferta e da demanda agregada constitui um ferramental útil para analisar as flutuações que caracterizam a atividade econômica. A esse respeito, julgue os itens. 33 - O declínio acentuado no preço das ações transacionadas pelo IBOVESPA em 2008 reduziu a riqueza real da economia provocando um deslocamento ao longo da curva de demanda agregada da economia brasileira. 34 - Nas economias desenvolvidas, o aumento do excesso de capacidade provocado pela crise econômica atual, por retardar a demanda por novos bens de capital, desloca a curva de oferta de longo prazo dessas economias para cima e para a esquerda. 35 - A adoção de leis mais estritas sobre o controle da poluição pelas empresas tende a aumentar os custos médios de produção e, portanto, reduz a oferta agregada da economia, para qualquer nível de preço. 36 - Inflações de custo, oriundas de reduções na oferta agregada, conduzem a aumentos tanto da produção real como do nível de preços. 37 - A diminuição da confiança dos consumidores e empresários em relação às perspectivas das economias somente reduzirá o PIB se a economia brasileira estiver operando na parte vertical da curva de oferta agregada. ESP. EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSP. AQUAVIÁRIOS – ECONOMIA – ANTAQ – 2009 - A respeito da compreensão dos fenômenos macroeconômicos nas economias modernas, julgue os itens que se seguem. 38 - Em uma economia cuja produção se encontra abaixo do nível de pleno emprego, a política monetária não é capaz de levar a produção ao pleno emprego, objetivo que somente pode ser atingido por meio de uma política fiscal expansionista.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 39 - Há alguns anos, o Brasil encontrava-se em uma situação que combinava alta inflação, bem acima dos níveis internacionais, com deficit cambial. Nessas circunstâncias, a opção por uma política de desvalorização cambial poderia compensar os efeitos nocivos na balança comercial provocados pela inflação, mas acabaria realimentando o processo inflacionário por meio da pressão dos custos. ESP. REGULAÇÃO DE SERV. PÚB. DE TELECOMUNICAÇÕES – ECONOMIA – ANATEL – 2009 - A teoria econômica divide seus estudos sob os ângulos micro e macro. Em termos gerais, à microeconomia cabe a análise dos mercados nos quais as famílias e as empresas estão inseridas, via, entre outros meios, o entendimento da oferta e da demanda, dos mecanismos de formação de preços e das estruturas de mercado; à macroeconomia cabe o estudo dos agregados, e, para isso, entre outros temas, ela trabalha com o da inflação e das políticas fiscal e monetária, com a contabilidade social ou nacional, preocupandose com a medição desses agregados. À luz do texto apresentado, julgue os itens a seguir, relativos à macroeconomia. 40 - Pode-se estudar o efeito da estagflação dentro do conceito de inflação de demanda. ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO CIÊNCIAS ECONÔMICAS – SEGER/ES – 2009 - A análise macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a seguir. 41 - A ideia de que, no longo prazo, as políticas monetárias expansionistas contribuem apenas para elevar o nível de preços, é consistente com a teoria quantitativa da moeda. ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO CIÊNCIAS ECONÔMICAS – SEGER/ES – 2009 - A análise macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a seguir. 42 - A redução significativa dos preços das commodities no mercado internacional, no longo prazo, contribui para reduzir os custos de produção das empresas e, portanto, conduz a um deslocamento ao longo da curva de oferta agregada da economia brasileira. 43 - O fato de, no longo prazo, os tomadores de decisão não poderem escolher maiores taxas de inflação para reduzir o

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 desemprego é compatível com a existência de uma curva de Phillips de longo prazo vertical. ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2008 – Julgue os itens com relação à política fiscal, que constitui importante meio de o governo atenuar as flutuações econômicas. 44 - Se, no âmbito da reforma tributária atualmente em discussão no Brasil, houver aumento do imposto de renda para pessoas físicas e jurídicas, então a curva de demanda agregada da economia brasileira se deslocará para baixo e para a esquerda. 45 - De acordo com os economistas clássicos, as políticas fiscais expansionistas são particularmente eficazes para reduzir a taxa de desemprego no longo prazo. 46 - Em presença de uma curva de oferta agregada positivamente inclinada, a expansão da demanda agregada, decorrente das despesas públicas realizadas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento, será superior àquela gerada pelo multiplicador keynesiano. ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS – TCE/AC -2008 - Considerando os princípios básicos da teoria monetária e da inflação, julgue os itens. 47 - Um surto inflacionário provocado pela expansão das exportações, em decorrência de um aumento exógeno da renda do resto do mundo, constitui exemplo típico de inflação de demanda. 48 - Inflações antecipadas, por elevarem a demanda agregada, contribuem para expandir o produto real da economia. CONTROLADOR DE RECURSOS MUNICIPAIS – ECONOMIA – PMV – SEMAD/ES - 2008 - A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos. Utilizando os conceitos básicos dessa teoria, julgue os itens que se seguem. 49 - A redução da alíquota do IPI que incide sobre bens de capital, que passará de 3,5% para 2%, anunciada recentemente pelo governo, se concretizada, provocará um deslocamento ao longo da curva de demanda agregada da economia brasileira e conduzirá à expansão do nível de atividade.

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Noções de Economia p/ Agente da PF Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 04 50 - O fato de que, no longo prazo, aumentos da taxa de inflação não alteram a taxa de desemprego é consistente com a hipótese de uma curva de oferta agregada vertical.

GABARITO 01 E 02 08 C 09 15 E 16 22 E 23 29 C 30 36 E 37 43 C 44 50 C

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C C C C C E C

03 10 17 24 31 38 45

E E E C E E E

04 11 18 25 32 39 46

C C E C E C E

05 12 19 26 33 40 47

C C E E E E C

06 13 20 27 34 41 48

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E C E C E C E

07 14 21 28 35 42 49

C E C E C E E

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Noções de Economia Aula 04

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